Little
Anie
Parte Três
Faça
vínculos com gente simples.
Que
trata todo mundo com humildade
e
gentileza. [...] Gente que tem leveza,
que
tem alegria. Que deixa algo de bom por
onde
passa. Cerque-se de amigos* que têm
o
coração bom. Que vibram por você sem
esperar
nada em troca.
– @sobrecurar
Pov
Arthur
Londres
| Sábado, 26 de agosto de 2017 – Manhã
– Aaaii... eu não quero mais sair daqui. – Lua se virou e colocou os braços em volta do meu pescoço. Apertei a sua cintura com uma das mãos. Estamos deitados na cama.
Depois da nossa conversa sobre a escolha do nome do
nosso filho ou filha, nós fizemos amor. Lento e muito, muito, muito gostoso. Eu
estava com muitas saudades. Agora fazem alguns minutos que Lua está falando que
precisa ir ao banheiro, mas que não quer sair da cama. Sei que é manha dela,
conheço quando ela faz isso.
– Quer que eu te leve no colo, é isso? – Perguntei com
os lábios próximos a testa dela e depois depositei um beijo.
– Uuhm… nem tem como negar…
– Você é muito mimada, Luh. – Ri.
– É você quem coloca mal-costume em mim. – Fez um bico e
me encarou. – E eu gosto. – Admitiu.
– Hahaha… eu sei. – Dei um selinho nela. – Vamos lá… –
Me afastei dela e sentei na cama. Lua permaneceu deitada. – Não vem?
– Eu só vou me levantar porque o bebê chutou a minha
bexiga. – Fez uma careta.
– O bebê já chuta tão forte assim? – Perguntei
divertido.
– Sim! E só pelo chute, eu sei que ele ou ela será
implicante igual a você. – Comentou e eu ri me deitando de volta na cama.
– Aaah… agora eu sou implicante? – Perguntei enquanto tentava beijar o pescoço
dela.
– Você nunca
deixou de ser… – Lua respondeu e tocou os meus lábios com a ponta dos dedos. – Amor…
– Sim.
– Vamos fazer amor de novo.
– Foi uma pergunta?
– Não. Um pedido. – Esclareceu e eu sorri.
– Vamos. – Aceitei.
– Foi tão gostoso. Eu quero de novo. – Sussurrou com os
lábios quase colados nos meus.
– Os teus pedidos são ordens. – Sussurrei. Lua me
beijou.
– Por que às vezes é assim?
– Assim como? O quê? – Franzi o cenho. Lua mexeu nos
meus cabelos.
– Do jeito que foi… há alguns minutos…
– O sexo? – Perguntei e ela assentiu. – Só às vezes? –
Questionei e me apoiei no colchão com os dois braços. – Então você quer dizer
que das outras vezes não é tão bom assim? – Falei e Lua riu aproximando o rosto
do meu.
– Não. Eu não falei isso. – Se defendeu. – É mais do que
bom. É incrível. É gostoso. É excitante. Você sabe que é tudo isso. – Disse
mais baixo.
– Não, senhora. Você acabou de dizer que só às vezes que
é assim. – Lembrei. É óbvio que não estou chateado e sei exatamente do que Lua
está falando. Comecei a beijar o vão entre os seios dela.
– Aaainn… não,
você não vai fazer isso. – Disse puxando os meus cabelos e levantando o meu
rosto. – Vai me deixar excitada.
– Eu nem estou fazendo nada. Eu fiz uma pergunta. –
Respondi e abaixei o rosto. Beijei um de seus seios antes de envolvê-lo com os
lábios e sugar. Lua ergueu o corpo e soltou um gemido.
– A-amor… –
Puxou os meus cabelos. Subi os beijos até o seu pescoço.
– Sabe o que é, Luh? – Indaguei. – É que às vezes você
está sensível e quando está assim, acontece desse jeito… – Expliquei
calmamente. Na maioria das vezes ela é mais acelerada, gosta de movimentos
rápidos e mais firmes.
– Você acha que é mais fácil? – Ela está de olhos
fechados. Ri da pergunta.
– Não mesmo. – Assegurei. – É mais difícil. Porque não é
sempre que você curte desse jeito. – Rimos. – Mesmo sabendo que eu prefiro
quando é assim, uhm?! – Apertei um de seus seios ao final da pergunta.
– Arthur! –
Colocou a mão sobre a minha.
– O quê?! Eu
tenho que aproveitar, porque daqui a alguns meses não poderei fazer isso por um
tempo, hein? Vou sentir tanta saudades. – Confessei e ela contornou os meus
lábios com a ponta dos dedos.
– Não. Não fala assim. – Apertou a mão sobre a minha. –
Então do meu jeito você não curte muito?
– O quê? Assim você até me ofende. – Falei. – Você ainda
têm dúvidas?
– Você disse que prefere lento e quando eu estou
sensível.
– Não. Eu não falei que prefiro quando você está
sensível. Eu prefiro lento, você sabe. Amo sentir você, gosto de aproveitar
cada segundo entrando e saindo de você sem pressa. Gosto de você mais relaxada,
gosto de sentir isso, mas prefiro você mais segura do que sensível. Amo quando
está por cima e sei que você ama ainda mais.
– Sim. – Confessou tentando esconder um sorriso.
– Safada! –
Rocei o nariz no pescoço dela.
– Não é ruim quando é do meu jeito…
– Não, amor. Eu não falei que é ruim. Você gosta de um
jeito e eu gosto de outro. Fazemos os dois. – Rimos. Mordi o lóbulo de sua
orelha e puxei seus cabelos para trás. Lua gemeu.
– Aaah…
– Você gosta disso, uhm?! De puxão de cabelo, de
palmadas no bumbum…
– … de movimentos mais rápidos, mais intensos e beijos
mais quentes. Tudo o que você já faz.
– Ainda bem, hein? Já pensou eu estar deixando a desejar
bem aqui… – Falei trilhando um caminho com a ponta do dedo indicador até a sua
intimidade. Lua flexionou um dos joelhos e tentou parar os meus movimentos,
segurando em meu braço. – Ou aqui… – Voltei a beijar os seus seios, os dois e
subi os beijos pelo pescoço e parei em seus lábios.
– Você não vai…
fazer isso… – Murmurou de olhos fechados e eu fiz exatamente o que ela
pensou: penetrei um dedo em sua intimidade e com o outro dedo fiz movimentos
circulares em seu clitóris. Lua me puxou para um beijo e eu retribui com a
mesma urgência com que ela iniciou. – Ar-thur…
– Estou aqui, meu amor. – Sussurrei. Ela gemeu outra
vez. A beijei outra vez. – Eu te amo tanto. – Declarei e a beijei mais duas
vezes.
– Eu também te amo. – Lua sorriu e acariciou o meu
rosto. – Você é tão incrível.
– Uuhm… assim eu vou me achar. – Rocei os lábios nos
dela.
– Não quero que você mude.
– Não mudar o quê? – Me deitei na cama. Lua ficou
deitada de lado e colocou uma mão em meu peito.
– Você.
– Tudo? Mas você reclama que eu sou chato e implicante.
– Virei o rosto para olhá-la. – Fora que eu sou bagunceiro e você odeia!
– Eu reclamo, mas eu sentiria muita falta de você sendo
chato e implicante comigo. – Fez um bico. – E sobre a bagunça, você até que
melhorou depois da temporada que morou sozinho. – Riu. Fiz careta. – Não
concorda?
– Eu disse a você que aprendi muitas coisas. – Respondi.
Lua apertou a minha bochecha.
– Ganhou muitos pontos. Eu nunca mais reclamei. –
Observou. – Da bagunça. – Frisou e eu ri. – Mas eu falei do geral mesmo. E do
sexo. – Disse mais baixo.
– Não vou mudar. Na verdade, só se for pra melhor. – Me
gabei.
– E tem como?
– A gente pode ver aí… quem sabe… – Falei divertido.
– Mas hoje eu ainda quero do seu jeito.
– Hoje você tá muito dengosa.
– Sim… muito sensível. Ainda mais depois da conversa que
tivemos.
– Uuhm… – Cheirei seu pescoço. – Foi uma conversa linda,
meu anjo.
– É disso que eu falo também…
– Eu sei, Luh. Nós temos muitas conversas lindas e
produtivas. Eu amo conversar com você, seja sobre qualquer assunto.
– Você é tão atencioso e preocupado. – Segurou o meu
rosto com as duas mãos. – Você, seriamente, me fez pensar na possibilidade de
termos outro bebê depois desse.
– Hahaha… pode parar com essa conversa. Eu já disse que
sou muito bom em me iludir com esse assunto, Lua. Não faz isso, porque
facilmente eu posso ficar te pedindo um outro filho, meu amor.
– E agora, facilmente, eu posso te dizer que sim.
– Não fala assim… – Pedi. – A gente conversa depois que
o bebê nascer. – Fiz carinho em sua barriga. – Passou a vontade de ir ao
banheiro? – Perguntei.
– Não. E você ainda ficou me provocando com esses dedos…
– Você estava tão molhadinha. – Murmurei.
– Eu sei. – Ela segurou o riso. – Você sabe que vai
terminar o que começou. – Me avisou.
– Com muito prazer. – Afirmei e me sentei novamente na
cama. – Vamos? – Ergui os braços em sua direção e Lua segurou em minhas mãos.
*
– Ei, sabe… quero te fazer um convite. – Lua disse assim
que voltou do closet.
Depois que ela foi ao banheiro, mais cedo, nós voltamos
para o quarto e terminamos o que eu havia começado. Agora já tomamos banho e eu
estou esperando ela terminar de vestir uma roupa para irmos tomar café.
– Lá vem. – Ri.
– É sério! Você não acredita?
– Eu acredito no convite. Só me preocupa para o que
seja…
– Engraçadinho! – Ela colocou o sutiã e se aproximou de
mim para que eu o fechasse. – Obrigada. – Agradeceu assim que o fiz. – Mas é
super sério. Eu falei pra Anie ontem que íamos ao parque depois que chegássemos
do shopping… Eu, ela e o Bart.
– Então quer dizer que ontem eu não estava convidado
para esse passeio?
– Não. Anie estava chateada com você. – Me lembrou e eu
fiz uma careta. – Aí como chegamos tarde do shopping…
– E ela estava muito empolgada com o material escolar,
ela nem se lembrou. – Completei.
– Isso mesmo. E ainda bem! Porque ontem eu estava tão
cansada.
– Aham… esse cansaço foi tão perceptível de madrugada. –
Comentei.
– Paaaraa… foi você quem me começou.
– Hahaha! Que cínica! – Me levantei e Lua riu indo pegar
um vestido para vestir.
– O que você acha desse vestido? – Me mostrou um vestido
branco.
Link: Look Lua | Clique aqui e veja
– Bonito, amor. – Respondi.
– Não acreditei muito. – Fez uma careta e eu ri.
– Mas é bonito! – Afirmei. – Sabe que eu adoro branco. –
Andei até a porta. – Vamos?
– Deixa eu vestir minha roupa. Quer que eu saia assim?
– Sem roupa só se for pra gente voltar pra cama. –
Respondi. Lua vestiu o vestido.
– E o papo de que “Lua, a gente precisa tomar mais
cuidado?” – Me lembrou e prendeu o cabelo em um rabo de cavalo.
– Papo, é? – Questionei. Lua assentiu.
– Muito chato, inclusive. – Se aproximou de mim. Abri a
porta.
– Você disse que eu não preciso mudar. – Lembrei e ela
riu. Saímos do quarto e eu fechei a porta. – Por que você faz isso comigo? – A
abracei por trás e beijei o seu pescoço. Lua encolheu os ombros.
– Aamoor…
– Eu não fiz nada. – Ressaltei e espalmei uma das mãos
em sua barriga.
– Beijo no pescoço não, amor.
– Não pode?
– Não assim. Arthur, eu já disse que tá sendo difícil
pra eu me controlar. Fico excitada mais rápido agora. – Parou e virou de frente
para mim.
– Iiih… – eu quis rir. Rocei o nariz no seu – Ok. Não
vou mais provocar você assim.
– Obrigada! – Agradeceu. Lhe dei um selinho.
– De nada. – Sorri. – Essa gravidez está te deixando
muito safada.
– Sim. Ela e você. – Pontuou. Ri com mais vontade.
– Que nada. Não me culpe. É você quem tem vindo pra cima
de mim. – Me defendi. Lua voltou a andar e parou em frente ao quarto da nossa
filha. – Eu tenho te respeitado. Na verdade, sigo te respeitando. Tenho feito
só o que você quer.
– E isso é muito ruim?
– Não. Eu não disse que isso é ruim. – Respondi e ela
abriu a porta do quarto da nossa filha.
– Eu vou ver se Anie ainda está dormindo. – Ela olhou
para dentro do quarto e depois fechou a porta. – E está. Isso é de se
surpreender. – Comentou. – Já são quase nove horas.
– Ontem ela custou dormir. Vai ver deve ser por isso. –
Contei. Lua concordou. – Vem cá, deixa eu te falar uma coisa. – A abracei de
lado. – Para de achar que tudo o que você faz é ruim, é péssimo. Está me
ouvindo? – Toquei o seu queixo com a ponta de um dos dedos e a fiz olhar para
mim. – O que é isso? Está insegura?
– Sim, um pouco.
– Para com isso, Luh. Você sabe que eu não gosto.
– Não consigo evitar!
– Consegue sim, querida. Você poderia ficar insegura se
eu te desse motivos. Eu não te dou e nunca te dei motivos, Lua. Por favor!
– Mas são os meus motivos, não os seus. – Explicou.
– E quais são os teus motivos?
– São meus. Não quero falar.
– Bobagens. – Retruquei. – Tenho certeza!
– Pra você pode ser, mas pra mim não é.
– Iiiih… sem
estresse, sem estresse, loira. Eu estou falando de boa com você.
– E eu também. – Falou. – Eu respondi normal. – Descemos
os degraus.
– Tá. Então vamos voltar ao clima que estávamos ainda a
pouco, por favor. Eu e você sem briga.
– Mas não estamos brigando.
– Estamos quase, quaaaseee, quaaaasee… – Comentei.
– Porque você é chato! – Exclamou e me abraçou de lado.
– Eu não seria chato se você não insistisse nessa
insegurança. – Expliquei e chegamos à sala.
– Agora você vai falar nisso toda hora? – Me perguntou.
– Se você ficar se colocando pra baixo, sim.
– Eu tenho um psicólogo muito gostoso, é isso?
– Não. Só um marido mesmo e você tem que se contentar
com isso. – Rimos. – O que você vai querer comer?
– O de sempre… – Caminhamos até a cozinha.
– Pão de queijo e suco de maracujá?
– Exatamente. Minha boca chega a salivar.
– Uuuhm…
– Não. Nem vem, Arthur! – Pediu negando com a cabeça.
– O quê? Eu nem falei nada. – Ri.
– Você pensou. Não sei o que é pior.
– Hahaha… não, os meus pensamentos não, baby. Bom dia,
Carla, Carol!
– Bom dia, Arthur! – As duas falaram juntas.
– Bom dia, meninas!
– Bom dia, Luh!
– O que temos hoje para o café da manhã?
– Vão querer tomar aqui mesmo?
– Sim, sim. – Lua respondeu.
– Bolo de chocolate, panquecas, geleia, torradas e pão
de queijo.
– Lua está sonhando com esse pão de queijo. – Falei.
– Fiz exatamente porque sabia que ela ia querer.
– Uhm, mimada! – Olhei para Lua e ela me mostrou a
língua. – Fez o meu café?
– É claro. – Carla riu.
– Mimado! – Lua implicou.
– E você está com ciúmes, é? – Provoquei.
– Não por isso. E quando de fato eu estou com ciúmes,
você nem fica fazendo graça. – Ressaltou. – E eu não estou falando das tuas
implicâncias.
– Te acompanhar tem sido quase uma missão para mim.
Acompanhar os teus hormônios, na verdade. – Comentei e me sentei em frente a
bancada que divide a cozinha.
Coloquei o meu café na xícara e Lua sentou-se do meu
lado. Ela colocou o suco no copo e separou alguns pães de queijo para comer. Eu
preferi comer uma fatia de bolo e três torradas com geleia de uva.
*
– Papai, eu já acodei! – Anie disse descendo os degraus
da escada.
Eu estou na sala sentado em um dos sofás e assistindo
televisão. Lua está na cozinha conversando com as meninas. Bart está deitado no
chão, em frente ao sofá, perto dos meus pés.
– Oi, sua dorminhoca. Eu achei que teria que ir lá no
quarto te acordar. – Falei e abri os braços para abraçá-la.
– É que eu estava com soninho, papai.
– Porque dormiu tarde.
– Cadê a minha mamãe?
– Está lá na cozinha. – Respondi e Anie se acomodou em
meu colo. – Bom dia, meu bebê.
– Bom dia, papai. – Encostou a cabeça em meu peito. – Eu
ainda tô com sono.
– Pode dormir depois, amor… mas antes tem que tomar
café, tá? Já está tarde, filha. – Falei enquanto fazia carinho em seus cabelos.
– O senhor já tomou?
– Já. Já acordei faz tempo. – Respondi.
– E a minha mamãe?
– A sua mamãe também, filha. Ela está lá na cozinha com
as meninas.
– Então eu vou lá, tá?
– Tá. Vá tomar café. A Carla fez um bolo delicioso. –
Contei.
– De chocolate?
– Sim. Que a gente ama!
– É verdade, papai. – Ela levantou do meu colo. – Vem,
Bart! Vem comigo. – Chamou o cachorro que logo se levantou. – Papai!
– Sim, filha.
– O meu cachorro já tomou café?
– Já. Ele também acordou cedo. – Sorri.
– Vem, Baaart… – Anie correu para a cozinha e o cachorro
foi atrás.
Eu permaneci na sala, sentado no sofá e assistindo tevê.
Fiquei trocando de canal até encontrar um jogo de futebol americano.
*
– Paaapaaaaiiii!!! – Anie voltou correndo para a sala.
– Filha, anda, meu amor. Não precisa correr. Você pode
acabar se machucando. Eu sempre te falo isso.
– Mas eu não vou me machucar. – A garotinha afirmou. – A
minha mamãe falou que a gente vai sair hoje. – Disse e se jogou no sofá. – O
senhor já sabia?
– Sim. A sua mãe me contou. – Tirei alguns fios de
cabelos que estavam em seu rosto. – Já tomou café?
– Já. Papai, por que a minha mamãe falou primeiro para o
senhor? – Anie apoiou o queixo nas mãozinhas.
– Porque eu acordei primeiro do que você.
– Não é por que o senhor é namolado dela? – Perguntou e eu ri.
– Não, filha. Sua mãe sairia sozinha com você se
quisesse, pode acreditar. – Respondi e Anie riu. – Você ri é, sua danadinha?! –
Fiz cócegas nela.
– E por que eu não posso sair sozinha?
– Porque você ainda é criança, é o meu bebê. Não vou
deixar você sair sozinha. – Expliquei.
– E por que a minha mamãe pode?
– Sua mãe não é mais criança, filha. E nem um bebê igual
a você. – Apertei uma de suas bochechas.
– Mas às vezes o senhor chama a minha mamãe de bebê,
papai. – Me olhou desconfiada.
– Sim, eu chamo. É um jeito carinhoso, filha.
– Por que ela é sua namolada?
– Também. E porque eu amo a sua mãe e gosto de ser
carinhoso com ela. – Fiz carinho em suas bochechas. – Hoje você está tão
curiosa… – Acrescentei.
– Eu sou culiosa mesmo! – A pequena afirmou entre risos.
– É, eu sei que é. – Eu também ri.
– Quando que eu vou sair sozinha então? – Anie não nega
que é filha da Lua, sabe exatamente como testar a minha paciência.
– Quando? – Ri. – Amor, você já quer sair sozinha? É
isso mesmo? Você ainda é um bebê.
– Um bebê gande. – Ressaltou.
– Sim.
– Mas a minha mamãe é maior que eu.
– Sua mãe é adulta, filha.
– O senhor também já é gande!
– Sim. Eu e sua mamãe somos adultos. E você é a nossa
bebê.
– O senhor é o nosso bebê. Meu e da minha mamãe. – Agora
foi a vez dela apertar as minhas bochechas.
– Uuhm… eu não sei se acredito. Sua mãe não me chama de
bebê. – Comentei.
– Eu chamo! – Exclamou e levantou o dedinho.
– Só você. – Falei e Lua apareceu na sala.
– O que tanto vocês dois riem, hein? – Se aproximou de
nós.
– Mamãe, por que a senhora não chama o meu papai de
bebê? – Anie olhou para a mãe, que riu.
– O quê? – Lua me encarou.
– É isso, Lua Blanco. Por quê?
– Você não é nenhum bebê. Aliás, está longe disso. –
Sentou-se no braço do sofá. – Qual o motivo dessa conversa?
– Sua bebê aí que quer sair sozinha. Se acha grande!
– Que ideia é essa, filha? Você ainda é criança. Não
pode sair sozinha. – Lua explicou calmamente.
– Mas eu só perguntei porque não posso, mamãe.
– E o seu pai respondeu?
– Sim. Porque eu sou a bebê do meu papai. Mas ele também
chama a senhola de bebê, não é?
– É. Às vezes ele chama… – Lua acariciou os meus
cabelos. – Quando ele está carinhoso. – Lua me olhou.
– O meu papai sempre é carinhoso. – Anie me defendeu.
– Seu pai tem algum defeito pra você? – Lua questionou a
nossa filha e eu segurei o riso.
– Tem! – Anie riu e escondeu o rosto.
– Sou chato, não é mesmo?
– É. Só um pouquinho, papai.
– Igual a você e a sua mãe. – Impliquei e Anie negou com
o dedo indicador.
– Minha mamãe não é chata! – Ela defendeu Lua.
– Aaaah! Bate
aqui, garota! – Lua pediu e Anie bateu na mão dela.
– Minha mamãe é legal!
– Chata igual a você!
– Nããããoo é nãããoo!!!
– Nem adianta tentar hahahaha… – Lua riu.
– Mas, papai… não é pra você ficar chateado.
– Eu não estou chateado, filha. – Assegurei e Anie subiu no sofá e veio para o meu colo.
– Eu te amo mesmo assim. – Declarou e me abraçou pelo
pescoço.
– O papai também te ama. – Lhe dei um beijo carinhoso na
bochecha.
– Eu também te amo, Arthur. Você sabe! Quer que eu te
chame de bebê? – Lua brincou e deu vários beijos na minha bochecha antes de
descer para o meu pescoço.
– Não. Não precisa. De bebê não. Eu prefiro que você me
chame de outras formas.
– De gostoso?
– Sussurrou e eu ri ao assentir.
– De cheilinho, papai? – Anie perguntou inocente.
– De cheirinho só você, filha. A mamãe pode chamar por
outro apelido.
– Pode ser de meu
amor? – Lua perguntou descendo do braço do sofá e sentando em uma das
minhas pernas.
– Pode. O que você acha, filha?
– Que pode também. Eu gostei que o meu papai é o seu
amor.
– Mas ele é há muito tempo e ele sabe disso.
– É, papai?
– Sim, eu sei, filha.
– Porque ele é o seu namolado, mamãe.
– Também por isso, filha. Mas porque ele é o seu pai e o
pai do seu irmão ou irmãzinha.
– Que é o bebê que tá na sua barriga?
– Exatamente!
– E papai do Bart.
– E pai do Bart. – Lua concordou.
– Porque tem que amar também o meu cachorrinho.
– Mas a gente ama ele, Anie. – Lua respondeu.
– Nós amamos o Bart, filha. Foi por isso que o
escolhemos. Cuidamos bem dele, nos preocupamos com ele e ele gosta de nós.
– É verdade, papai. Agola só que ele não tá aqui porque
ele tá dormindo. Depois a gente vai passear com ele. Não é para esquecer.
– Não vamos esquecer. – Garanti.
– Eu disse que já conversei com o seu pai. À tarde nós
vamos. – Lua comentou.
Pov
Lua
À
tarde.
Almoçamos e eu vim me deitar um pouco. Arthur ficou na
sala com Anie brincando de lego.
Agora eu não sei que horas são. Consegui dormir um
pouco, estou me sentindo mais disposta do que estava mais cedo. Senti um enjoo
depois do almoço, mas ainda bem que já passou.
Pelo visto, Arthur ainda não veio ao quarto. Mas eu não
estou escutando nenhum barulho vindo da sala. Talvez os dois também tenham
dormido.
Me espreguicei e passei uma das mãos sobre a barriga ao
sentir o bebê chutar levemente.
Cinco meses e treze dias. 17 semanas e seis dias.
Praticamente 18 semanas. Minha barriga ainda não está perceptível, talvez eu
estivesse mais aliviada e menos preocupada se eu já pudesse vê-la com mais
facilidade. Na gravidez da Anie, com esse mesmo tempo de gestação, a minha
barriga estava bem maior, tanto que as outras pessoas conseguiam perceber sem
que eu precisasse falar algo. Dessa vez está tudo tão diferente. Às vezes penso
que pode ter algo de errado, mas os resultados dos exames estão ótimos, melhor
impossível. O bebê está com as medidas dentro do que é esperado para as
semanas, algumas possíveis alterações já foram descartadas. Eu não teria com o
que me preocupar se o tamanho da minha barriga estivesse parecido com o da
primeira gravidez. Embora eu saiba que nenhuma gravidez é parecida.
Soltei um longo suspiro. Ainda estou com a mão sobre a
minha barriga. O bebê está mexendo sem parar, embora os movimentos ainda sejam
bem sutis. Eu quero tanto que seja uma menina. Eu acredito que me sentirei mais
segura se isso acontecer. Mas um menino deixaria Arthur feliz, muito feliz. Eu
sei disso. Me deixaria feliz também. Um pouco insegura e enciumada, mas feliz.
Eu sei que o novo bebê será muito apegado ao Arthur,
igual Anie é. Não acho isso ruim. Ele merece. É sempre tão dedicado. É sempre
tão amoroso e preocupado. Muito preocupado e cuidadoso. Só quero que Arthur
seja feliz, assim como ele me faz feliz. Deixei algumas lágrimas caírem. Não
estou triste. Na verdade, ultimamente, tenho chorado por qualquer coisinha.
A porta foi aberta.
– Ei, você está acordada. Eu senti a sua falta, por isso
vim aqui. – Ele soltou um risinho ao fechar a porta. Se aproximou da cama e
sentou-se. – Aaah, não! – Torceu o
lábio inferior. – Você está chorando, meu amor? O que aconteceu? – Passou o
polegar pelo rastro que a minha lágrima deixou. Depois me deu um beijo na
bochecha. – Está sentindo alguma dor? – Me perguntou em seguida, neguei. – Está
preocupada?
– Um pouco. Na verdade, estou pensativa. É só isso. Não
quero que se preocupe. Está tudo bem com o bebê. – Respondi. Arthur sorriu de
lado e apertou uma das minhas mãos.
– Agora eu não estou perguntando sobre o bebê. Estou
perguntando sobre você, sobre a minha esposa. É isso. – Esclareceu calmamente.
– Com o bebê, eu sei que está tudo bem. – Com a mão livre ele fez um breve
carinho em minha barriga, por cima do vestido. – É de você que eu quero saber.
– Encostou a testa na minha. – Mais cedo você estava bem. – Observou. – Ou me
enganou muito bem. – Me olhou desconfiado. – Mas você é péssima em mentir para
mim. – Se afastou um pouco, mas não soltou a minha mão. – Quer conversar?
– Quero que você seja feliz. – Falei. Arthur sorriu e me
deu um selinho antes de responder.
– Mas eu já sou feliz. – Afirmou. – Por que hoje você
está insegura?
– Hoje eu estou chata. – Comentei e acariciei o seu
rosto.
– Você é chata mesmo. – Riu. – Mas é a minha esposa. E
hoje você não está chata. Algo está te preocupando e você não quer me contar?
– Não é nada de mais. Fico pensando bobagens. Não foi
isso que você falou? – Perguntei e Arthur pendeu a cabeça para o lado.
– Luh, não foi bem assim. Você sabe! Ficou chateada com
esse comentário, foi isso? – Perguntou em um tom de voz mais baixo. Sei que ele
não quer brigar, assim como eu também não quero.
– Não estou chateada com nada. – Assegurei.
– O que está acontecendo então?
– Só fiquei pensando em algumas coisas, foi só isso
mesmo…
– Se te fizeram chorar, não foram “só algumas coisas”. – Insistiu.
– Eu fico preocupada com muitas coisas. Não quero falar
sobre isso.
– Tudo bem. Tudo bem. – Ele suspirou e se afastou um
pouco. – Quer ficar sozinha? – Perguntou em seguida.
– Não. Você pode ficar aqui se quiser. – Respondi. –
Anie dormiu?
– Sim. Eu estava assistindo filme com ela, mas ela
dormiu na metade do filme. Levei ela para o quarto e vim aqui ver você. Pensei
que também estivesse dormindo.
– Eu dormi…
– Então eu vou continuar aqui se estiver tudo bem pra
você. – Ele sorriu. Arthur tem um sorriso lindo e encantador. Sinto vontade de
sorrir toda vez que o vejo sorrir.
– Está. – Afirmei. – Ainda podemos sair hoje a tarde. –
Comentei. Ele passou por cima de mim na cama e deitou-se ao meu lado.
– Claro que podemos. Vamos só esperar a pequena acordar.
– Pensando bem, nem era pra você ter deixado ela dormir
agora. Senão, hoje a noite vai dar o mesmo trabalho de ontem para dormir.
– Iiiih…
verdade. Eu não pensei nisso. Mas hoje a noite é sua. – Ele apontou para mim
enquanto ria.
– Engraçadinho! – Joguei um travesseiro em cima dele.
– São os últimos dias de férias dela, amor. Vamos deixar
ela aproveitar um pouco. – Me disse.
– E ela nem fez muitas coisas legais nessas férias.
Fomos péssimos nesse quesito.
– Você tem razão. – Arthur me encarou. – Mas, Luh,
tivemos temos de qualidade com ela, querida. Mesmo não tendo viajado para
nenhum lugar. Pelo menos ela se divertiu. E eu amo todas as conversas que nós
três temos juntos.
– As conversas mais aleatórias possíveis. – Sorri. – Eu
amo também. Embora a curiosidade dela me deixe um pouco preocupada a cada
pergunta.
– Ela é sua filha, não poderia ser diferente. – Ele
observou.
– Anie pergunta demais! – Ri e Arthur me acompanhou.
– Uma neném muito curiosa. – Comentou e colocou uma das
mãos sobre a minha barriga. – Vamos ouvir os batimentos do bebê? – Me pediu. –
Ouvi ontem.
– Ainda nem fez vinte e quatro horas, Arthur. – Respondi
mexendo em seus cabelos.
– Isso é um não?
– Claro que não. Quando que você acha que eu vou dizer
não para um pedido desse?
– Quando você não estiver em um dia legal, igual hoje. –
Ele respondeu.
– Mas não tem nada a ver com você. Para com isso, eu já
falei.
– Então… – Voltou a acariciar a minha barriga. – Posso?
– Pode. – Respondi e Arthur levantou-se da cama
rapidamente.
– Fazer isso me deixa tão animado. – Confessou como se
eu não soubesse.
– Eu sei. – Sorri.
– O que você acha da gente comprar uma roupa para o bebê
antes da próxima consulta? Já escolhemos o nome. Podemos escolher as roupinhas.
Uma de menina e outra de menino.
– Parece ser uma boa ideia. – Me ajeitei na cama.
– Mas só se você quiser, Luh. – Deixou claro. Sei que é
o tipo de programa que o deixará radiante. Ele já está animado só com essa
possibilidade.
– Eu não estou me opondo. Podemos comprar. Eu quero
escolher a de menina, se você não tiver preferência.
– Tudo bem. Você pode escolher de qual quiser. Na
verdade, pode escolher dos dois. Eu ajudo a opinar. Já me darei muito por
satisfeito. – Sentou-se na cama ao meu lado. Suspendi o meu vestido.
– Não acho justo, Arthur. Pode escolher do menino. A
gente ainda pode opinar um do outro. – Rimos. Ele assentiu.
– Tudo bem. Você tem razão…
– Eu sei que eu tenho. – Soei convencida. Arthur
espalhou o gel pela minha barriga.
– Você já tem uma data para os novos exames?
– Lá pelo dia quinze, vinte de setembro. Eliza marcou o
retorno só para a última semana de setembro.
– Mas você já ligou para saber se tem data disponível?
– Amor, ainda estamos em agosto.
– Mesmo assim, Luh.
– Relaxa. – Pedi. – Tenho um teste de tolerância oral à
glicose para fazer. É tão chato. Quero que você vá comigo.
– É claro que eu vou. É só você me dizer o dia. –
Garantiu e começou a passar o aparelho pela minha barriga. – Onde você acha que
o bebê está?
– Bem aqui desse lado. – Apontei para o lado direito da
minha barriga. – Ele fica mais desse lado. – Completei.
– Eu fico tão aliviado quando ouço os batimentos dele… –
Confessou. – Ainda bem que contamos para a minha mãe e ela mostrou para nós
esse aparelho. Eu não sei como seriam os meus dias sem ele. – Riu.
– Eu também nem faço ideia. – Concordei.
– Você está ouvindo?
– Sim. – Sorri. – É tão acelerado. – Completei.
– Você sente os movimentos bem de leve, não é?
– Sim. Mas agora estou sentindo com mais frequência. –
Contei. Arthur deixou o aparelho de lado e começou a beijar a minha barriga
enquanto conversa com o bebê. Fiquei fazendo carinho em seus cabelos e com um
sorriso bobo no rosto. Depois ele subiu os beijos e parou em meus lábios.
– Você é a mamãe mais linda do mundo. – Me elogiou.
– E você é o marido mais gentil do mundo. – Sorrimos. –
Você me elogia até nos meus piores dias.
– É que você não fica menos linda só porque está tendo
um dia ruim. – Se deitou ao meu lado na cama. – Pode ficar estressada e
exausta. Eu também fico estressado e exausto. – Me olhou.
– Obrigada! – Agradeci. Arthur beijou o dorso da minha
mão. – Sabe, eu estive pensando novamente…
– Sobre o quê? – Ele se ajeitou na cama e ficou de lado,
bem atento ao que eu estou falando.
– Sobre os exercícios que eu preciso fazer, já que eu
pretendo ter um parto normal. Eu também preciso me ajudar.
– Ainda tem tempo, meu amor.
– Eu sei… mas eu ainda não me decidi.
– A gente começa com a caminhada. Já é um início. Estou
aqui só esperando você me chamar, já te falei.
– Obrigada, amor. Depois eu pensei em procurar uma
profissional mesmo. É melhor do que eu fazer qualquer exercício… nunca fui
muito disso.
– Não mesmo! – Riu ao concordar comigo.
– Paaaraaa… – Eu também deitei de lado na cama. – Pensei
seriamente em hidroginástica. Mas sei que não é algo que vai ajudar tanto.
– Quais exercícios ajudam mais?
– Eu não sei.
– E se a gente pesquisar? – Perguntou já pegando o
celular que estava sobre a mesinha de cabeceira. – Vamos lá… – Começou a
digitar.
– Qual a primeira sugestão?
– Dança!
– Aaah, não! – Fiz um bico e Arthur riu.
– Você é uma ótima dançarina, loira.
– Não. Passa para outra opção, por favor.
– Calma, deixa eu ler primeiro… Escuta só, exercícios
para dilatar e estimular o parto normal. Tem que ser com prescrição médica,
amor. Você tem razão. – Observou. – Os exercícios ajudam a diminuir a ansiedade
e a liberar hormônios importantes para o aumento e fortalecimento pélvico.
– Fala sobre a outra opção. – Pedi.
– Seja paciente. Vamos ler de todos. Dança é um
exercício prazeroso e divertido para se fazer durante a gravidez…
– Não com você como parceiro. Você é um péssimo
dançarino, Arthur. – Falei e ele riu.
– Mas é você quem vai fazer, não eu.
– Você disse que me ajudaria.
– E vou ajudar. – Garantiu. – Você só tem que escolher
um ritmo, um estilo que goste. Que não tenha muito impacto e que seja adequado
para o seu estado atual. Manter a hidratação bebendo muita água e claro,
obedecer seu corpo, não ultrapassar seus limites e não fazer nenhum exercício
arriscado ou desconfortável. – Finalizou.
– Tá. Mas vamos descartar dança?
– É você quem sabe. Vou só te dar as opções. Vamos para
a próxima… Olha, natação, amor. Acho que hidroginástica também pode se encaixar
aqui.
– Tá, ler aí pra gente saber quais os benefícios.
– Especificamente para as mamães que desejam ter parto
normal. Aumenta e fortalece a pélvis. E o aumento de peso durante a gravidez
não vai atrapalhar na hora de fazer os movimentos, já que a água vai
amortece-los. Ajuda na pressão sanguínea e a dormir melhor, já que o corpo fica
mais relaxado. E o mais importante, reduz o mal-estar. Você vem sofrendo muito
com isso. – Me olhou e eu concordei. – Agora é a caminhada. Olha só, nossa
primeira opção. – Sorri e eu me aproximei mais dele para ler.
– É um exercício simples e seguro – li –, tudo o que eu
preciso. – Comentei e acabamos rindo. – Também ajuda na circulação sanguínea, a
fortalecer a pélvis e a preparar o corpo para o parto.
– E olha só, é importante escolher um ritmo confortável
e superfícies planas, dona Lua Blanco. Você só vai sair para caminhar
acompanhada. – Me avisou tentando soar sério, mas não me passou muita
credibilidade quando começamos a ler a próxima opção.
– Sexo! –
Falamos juntos.
– Essa opção eu sei que será a mais praticada por nós. –
Comentei enquanto me aconchegava ainda mais no colo dele.
– E nenhum dos dois achará ruim. – Arthur pontuou.
– Essa você não vai se negar a fazer junto comigo. –
Semicerrei os olhos.
– Até porque você vai precisar de mim para contribuir na
afinação do colo do útero. – Comentou tentando segurar o riso.
– Existe o tabu de que no período gestacional não se
pode manter relações sexuais para não machucar o bebê. – Ressaltei esse trecho
e Arthur me encarou. – O que foi? Você acreditava nisso, Arthur.
– Claro que não, Lua. – Ele revirou os olhos. – Eu não
faltei a tantas aulas de biologia assim, por favor. – Se defendeu. – Os motivos
foram outros, e a senhora sabe disso!
– Para de me chamar de senhora, que chato! – Peguei o
celular da mão dele. – Vamos terminar de ler aqui… O sexo na gravidez ajuda a
dilatar o colo do útero…
– Tá vendo como eu estava certo? Não podíamos fazer sexo
no início, você já estava com o colo do útero baixo.
– Vamos seguir…
– Não! Você tem que admitir que eu estava certo.
– Você estava certo. Não é difícil pra eu admitir isso.
– O olhei. Arthur me deu um selinho. – O orgasmo ajuda na contração uterina e
favorece a dilatação. Essa opção muito me interessa. – Ressaltei. Arthur riu e
me abraçou mais forte encostando o queixo no meu ombro.
– Me interessa também… A ocitocina, liberada
pós-orgasmo, relaxa o corpo. – Ele completou.
– Uhm… que delícia. Me sinto muito relaxada mesmo.
– E manhosa. – Pontuou. Rimos. – O que falta fazermos, é
o banho morno no pós, pra você, no caso. Mas podemos aderir. Eu amo a banheira
e você também.
– Eu vou cobrar. – Afirmei.
– Pode cobrar, meu amor. Olha aqui, alongamentos,
agachamentos e inclinação pélvica são outras opções que ajudam na dilatação.
Realmente você vai ter que ter o auxílio de um profissional para esses outros
exercícios. Liberada você já foi, Eliza disse sobre isso na última consulta.
– Sim. Vou ver isso essa semana, prometo. Fiz alguns
agachamentos na gestação da Anie.
– Bem alguns, dona Lua Blanco. – Me olhou. – Você não
tem vergonha na cara?
– Eu era tão nova…
– Você continua nova, meu amor. – Me deu um beijo na
bochecha.
– Mas no da Anie teria dado certo.
– Teria, Luh. Claro que teria. – Ele garantiu. – Mas não
quero que você fique pensando nisso, senão, vai ficar nervosa. Aconteceu do
jeito que tinha que acontecer. Ficou tudo bem depois, não foi isso?
– Foi. – Suspirei. – Você tem razão. – Concordei com
ele. – Não tem como comparar. Das duas vezes eu quis ter parto normal. Fico
nervosa com a possibilidade de não conseguir de novo.
– Ei, não fique. – Me pediu. – Dessa vez vai dar certo,
Luh. Vai acontecer do jeito que você quer. Eu tenho certeza!
– É muito importante ter você comigo, você sabe.
Obrigada!
– De nada.
Arthur depositou um beijo na minha testa e voltamos a
ler mais algumas coisas sobre dilatação para o parto normal.
Londres
| Domingo, 27 de agosto de 2017.
Não fomos ao parque ontem a tarde, como havíamos
combinado. Anie dormiu praticamente a tarde toda, acordou perto das seis horas.
Já estava um clima bem frio, não quisemos sair de casa com ela. Conversamos e
optamos por deixar para sair hoje e aqui estamos: no parque.
Anie e Bart estão se divertindo muito juntos com outras
crianças e mais dois cachorros Goldens
iguais a ele. Bart parece um meninão. Só tem tamanho, mas ainda é um bebê. Tem
só um ano e alguns meses.
Eu e Arthur estamos sentados em um banco, de frente para
o lago que há no parque. O clima está agradável, o sol está tão brilhante, que
não há nenhuma nuvem no céu. E por incrível que pareça, não está calor. Está
ventando.
– Você quer uma água? – Arthur me perguntou.
– Não. Obrigada!
– Nem um sorvete?
– Pode ser um sorvete. – Escolhi e ele se levantou do
banco.
Link: Look Arthur | Clique aqui e veja.
– Vou comprar pra gente.
– Pode ser de outro sabor sem ser de creme, tá? –
Avisei. Arthur assentiu e foi em direção ao carrinho de sorvete.
*
– De pistache com chocolate. – Me entregou o sorvete.
– E o teu? – Perguntei.
– De limão com framboesa.
– Nossa! Eu posso provar um pouco?
– Claro. – Sentou-se ao meu lado. – Não sou muito fã de
framboesa, mas também já enjoei de sorvete de morango.
– Igual eu com creme. Amo sorvete de creme, mas hoje eu
quis mudar. – Contei. – Espero que o bebê goste.
– Ele vai amar. Pistache é uma delícia e chocolate não
tem erro.
– Verdade. – Concordei com ele. Tomamos nossos sorvetes
em silêncio. – Posso te fazer um pedido? – Perguntei.
– Um, dois, cinco, dez, cem, todos. – Ele respondeu e
acabamos rindo.
– Você me acostuma tão mal. – Falei. Ele se aproximou
mais de mim e tocou a minha bochecha com o polegar.
– Eu não gosto de te dizer não. Eu não quero te dizer
não. – Me disse e eu o abracei.
– Não é nada demais…
– Então parece que você já tem um sim.
– Não sei… – Encolhi meus ombros quando ele roçou o
nariz no meu pescoço.
– Uhm… não se faça. – Riu.
– Você vai estar ocupado amanhã?
– Só depois das oito. Quer que eu te leve ao trabalho?
– Sim.
– Você já tinha meu sim, amor. – Me deu um beijo na
bochecha. – Não curte mais dirigir?
– Só se não for atrapalhar, Arthur.
– Não vai atrapalhar. Só fiz uma pergunta mesmo.
– Fico um pouco ansiosa. É que no início senti muita
tontura. – Expliquei.
– Entendi. Tá tudo bem. Não é nenhum esforço pra eu
fazer isso, tá?
– Tá. Obrigada! –
Agradeci e ganhei um selinho.
– Você tá corada. Tá um charme. – Elogiou enquanto
ajeitava alguns fios de cabelos meus. –
Suas bochechas e o seu nariz. – Pincelou o meu nariz com a ponta do dedo
indicador.
– E o clima está bem fresquinho.
– Final de verão. Mas ainda acho que tá quente. –
Observou e olhou para o céu. – Nosso bebê vai nascer no inverno. – Me olhou.
– Temos que comprar bastante roupinhas quentinhas. –
Falei. Arthur assentiu. – Luvinhas e meiazinhas.
– Touquinhas. – Riu ao acrescentar. – Eu já consigo
visualizar um bebê bem fofo vestido assim. Meu Deus! – Soltou um suspiro. – Me
sinto feliz, Luh.
– Eu também!
– Vocês me fazem feliz. Muito feliz. – Olhou para nossa
filha e Bart que seguem brincando com as outras crianças e os outros cachorros.
– E você nos faz feliz. – Passei as mãos em seus
cabelos. Arthur me olhou. – Já, já, Anie aparece aqui… – Olhei para ela.
– Ainda mais com os ciúmes que ela anda tendo de você.
– Hahahaha… – Apenas ri.
– Eu disse! – Apontou na direção da nossa filha. Anie
vinha correndo com Bart atrás dela.
Link: Look Anie | Clique aqui e veja.
– Cuidado! –
Pedi. – Andando, meu amor.
– É mais legal correr! – Se jogou em meu colo. – Quelo
água! – Tirou alguns fios de cabelos do rosto. – Papai, quelo um sorvete
também.
– Toma a água primeiro. – Arthur entregou pra ela uma
garrafinha com água. Nem percebi que ele havia comprado água quando foi comprar
os sorvetes.
– Obligada! – Anie pegou a garrafinha. – Vou dividir com
o Bart.
– Tudo bem. – Arthur concordou.
– Ele pode tomar sorvete?
– Não, amor. Claro que não!
– Mamãe?
– Não, filha. Não pode.
– Então pode o quê?
– Água, a ração dele e aqueles sachês que o seu pai
compra.
– Ainda tem lá em casa. Mas só lá em casa.
– Ele come quando chegarmos em casa, amor. – Falei. Anie
concordou com um gesto de cabeça.
– Toma, Bart. Agola é a sua vez. – Ela deu água na boca do cachorro.
Link: Foto do Bart no parque | Clique aqui e veja.
– Aí depois a gente pode comprar o sorvete, não é, papai?
– Sim, amor.
– De molango!
– De morango. Como você quiser, bebê.
– A senhola também vai querer?
– Não. A mamãe já tomou.
– E não me chamou?
– Foi seu pai quem comprou.
– Por que não chamou também, papai?
– Você estava brincando com os seus novos coleguinhas. –
Ele respondeu.
– Mesmo assim!
– Mesmo assim!
– Arthur imitou a pequena.
– Mamãe, eu te amo…
– Eu também te amo, meu amor. – Depositei um beijo
carinhoso em sua testa.
– A gente já pode ir compar o sorvete? A senhola vai lá
comigo?
– Vou.
– E o meu papai também!
– Uhm… eu achei que não fosse ser convidado para esse
passeio. – Comentou encostando a testa na cabeça da nossa filha.
– E o Bart! – Anie completou.
– Vamos lá, vamos todos. – Levantou-se e eu me levantei
em seguida.
– Pode compar do que eu quiser?
– Pode, filha. Do sabor que você quiser, mas também tem
que ser um sabor que você já tenha experimentado e gostado. – Arthur explicou
com toda calma do mundo.
– De molango então. – Ela ergueu o dedo indicador. – E
um outo sabor que eu ainda vou escolher. – Disse e me encarou. – Sabia que a
senhola tá muito bonita, minha mamãe?
Link: Look Lua | Clique aqui e veja.
– Oh, meu amor… – fiquei emocionada. Arthur percebeu e
me abraçou de lado. Não o olhei, mas sei que deve estar sorrindo. – Obrigada,
filha. Você é uma princesa linda.
– A senhola é mais. O senhor concorda, papai? – Arthur
assentiu e ela saiu correndo em direção ao carrinho de sorvete.
– Tá toda emotiva… – Me abraçou de lado. – Ai, ai, Luh… – Me deu um beijo nos
cabelos. – O que eu faço com você, hein? Não sei lidar quando você está assim,
meu amor.
– Eu estou bem, Arthur. Só estou sensível.
– Uuuhm… – Sorriu. – Quer mais um sorvete?
– De morango. – Sorri.
– Eu quelo de molango, papai.
– Só de morango,
filha?
– E de uva!
– Uva?
– É!
– Ok. Ok. Um sorvete de morango com uva e outro de
morango, por favor. – Pediu ao sorveteiro.
À
noite.
– Você vai ligar para o Harry? – Perguntei assim que
entrei no quarto. Arthur está vestindo uma camisa.
– Sim. Espero que ele
atenda. Ele pode já ter planos para hoje à noite.
– Eu pensei nisso. E tudo bem se ele tiver. – Me sentei
na cama e Arthur riu ao me encarar.
– Não tente fingir que ficará tudo bem. Sei que está
ansiosa para contar a ele. – Se aproximou de mim.
– Eu estou ansiosa, mas não quero que você diga a ele
que temos algo pra contar. Senão, ele vai desmarcar qualquer compromisso que
tenha. Não quero que Marie fique chateada com ele. Porque eu ficaria chateada
se você fizesse isso comigo. – Confessei. Arthur sentou-se do meu lado.
– Eu jamais desmarcaria um encontro com você, meu amor.
– Eu sei… – Falei e Arthur me deu um selinho ao segurar
o meu queixo.
– O que você quer fazer agora?
– Quero me deitar um pouco. E você?
– Onde Anie está?
– Na sala com o Bart. Ela já tomou banho. Agora ela está
lá assistindo um filme deitada no sofá. – Expliquei.
– Então eu vou lá pra sala com ela. – Ele se levantou da
cama.
– Me avisa quando o Harry responder.
– Aviso, baby. Qualquer coisa, me chama. – Depositou um
beijo na minha testa, me deitei e ele saiu do quarto. Eu puxei o cobertor, me
cobri e tentei dormir.
Pov
Arthur
Cheguei até à sala e vi Anie deitada no sofá com Bart
deitado no chão, perto dela. É incrível como eles não se desgrudam.
– Ei, gatinha. O que você está assistindo?
– Filme da Aurora. Vem, papai, vem assistir comigo e com
o Bart. – Me chamou e eu me aproximei do sofá.
– Já jantou?
– Ainda não, papai. E o senhor? – Perguntou e eu me
sentei no sofá.
– Também não. – Respondi. – Bela adormecida. – Vem… –
Chamei ela para deitar em meu colo.
– Cadê a minha mamãe?
– Está descansando lá no quarto.
– Por causa do bebê?
– Também, meu amor. – Beijei seus cabelos.
– E o senhor gosta desse filme?
– Eu gosto de outros…
– Qual então?
– Uhm… deixa eu ver…
– De princesas, papai!
– Das princesas, então eu prefiro da Bela e a Fera.
– Igual eu! – Me olhou e sorriu.
– Sim, meu amor.
– É o mais bonito mesmo. E também o da Cindelela e da
Branca de Neve. Eu acho divertido os anões, papai. – Riu e eu a acompanhei.
– Eles são engraçados. E os ratinhos e passarinhos da
Cinderela também. Você acha?
– Eu acho. – Concordou e voltou a olhar para a tevê.
Aproveitei para mandar uma mensagem para o Harry, antes
que eu esquecesse e a Lua ficasse chateada. Ela está muito ansiosa para contar
a ele sobre a gravidez. Com certeza ele ficará muito animado com a notícia.
Uma
hora depois…
– Sabia que eu quelo jantar agola? – Anie me olhou.
– Vamos lá então.
– E a minha mamãe?
– Depois eu janto com ela, tá?
É melhor deixar Lua descansar e acordar por ela mesmo ou
ela acordará irritada..
– Tá bom. Então o Bart pode jantar comigo?
– Sim, a ração dele.
Nos levantamos do sofá e fomos até a cozinha.
– Caaarlaa!
– Oi, meu amor. – Carla terminou de guardar algumas
louças e olhou para Anie.
– Eu já quelo jantar. – Ajudei ela a sentar no banco que
fica em frente ao balcão.
– O que você quer jantar?
– O que é a comida? – Perguntou e eu fui até a geladeira
beber um pouco de água.
– Bolinho de frango com queijo…
– Uuuuuhmm… que delícia! Eu quelo!
– Arroz, purê e saladinha. – Carla completou.
– Quelo só o bolinho, tá?
– Não, eei! – Chamei a atenção dela. – Jantar completo
com arroz, purê e salada. – Avisei.
– Tá, tá bom então. – Ela não discutiu porque sabe que
eu não mudaria de ideia.
– Já vai jantar também, Arthur?
– Não, Carla. Vou esperar a Luh. Ela foi tirar um
cochilo e ainda não acordou. – Falei. – Vai ficar zangada se eu jantar e não
esperar ela. Agora ela fica zangada por qualquer coisinha.
– Entendi. – Carla riu. – Já vou colocar a sua janta,
tá?
– Tá bom, Carla. Eu espelo. Tem suco também?
– Tem, bebê. Vou colocar pra você.
– Obligada!
Peguei o celular para ver se Harry já tinha respondido a
minha mensagem.
Mensagem
ON
“Oi,
dude. Posso ir a partir das 21h. Estou na casa da Marie.”
…
“OK. Estamos te esperando.”
…
“Aconteceu
alguma coisa?”
…
“Eu acho que a minha mulher está com saudades do amigo
dela. Acho que isso me preocupa.”
…
“Idiota.
Você sabe que eu te amo. Mas realmente, entre você e Lua, você perde de longe.”
…
“Não sei se quero mais você aqui em casa.”
…
“Ainda
bem que é a sua mulher quem quer kkkk”
Mensagem
OF
Ele zombou e eu revirei os olhos. Não respondi mais,
porque ele aproveitaria todas as oportunidades para continuar zoando com a
minha cara.
– Seu jantar e o suco. – Ouvi Carla falar e me sentei ao
lado de Anie.
– Obligada! – A pequena agradeceu e começou a comer.
*
– Dorminhoca.
– Sussurrei no ouvido de Lua.
Ela se mexeu, mas não abriu os olhos. Já são quase nove
horas da noite, daqui a pouco Harry aparece. Lua está dormindo desde às sete e
pouco.
– Não vai acordar, é? E se eu começar a te fazer
cócegas? – Perguntei e ela curvou os lábios em um sorriso.
– Eu prefiro que você me beije. – Respondeu
completamente sonolenta.
– Dengosa… –
Sussurrei em seu ouvido e enchi o pescoço dela de beijos. Lua encolheu os
ombros e começou a rir. – Harry respondeu. – Contei.
– O que ele disse?
– Que vem depois das nove.
– E que horas já são?
– Quase nove, amor. – Me sentei na cama.
– Como vamos contar a ele? – Lua se virou e deitou de
costas na cama.
– Eu pensei que você já tivesse uma ideia em mente.
– Não. Eu não comprei nada especial. – Disse.
– Tem o teste e os sapatinhos. Podemos colocar dentro de
uma caixinha menor. Eu não quero que a surpresa seja igual a que você fez para
mim.
– Uuuhm… ciumento! – Disse segurando o riso e eu a
abracei. Mas não neguei.
– Nem melhor que a minha. – Acrescentei.
– Não tem como ser melhor ou igual a sua. Você é o pai,
Arthur. Não acredito que está com ciúmes. – Notou.
– Talvez eu esteja. – Respondi.
– Amooor…
– Você me conhece, Luh.
– Harry é nosso melhor amigo.
– Eu sei. Eu não disse que não é. É só que era algo só
nosso, só a gente sabia. Agora estamos dividindo com mais pessoas…
– Ainda é só nosso, Arthur. É nosso filho. Nós quem
fizemos, meu amor.
– Você me entendeu.
– É claro que entendi. – Lua sorriu compreensiva. Estou
me sentindo um idiota. Mas estou mesmo com ciúmes de dividir a notícia de que
teremos mais um bebê na família. – Estou me sentindo um idiota. – Confessei em
voz alta.
– Não acho que seja. Você não precisa se sentir assim…
– Nós ainda podemos pensar em algo para fazer uma
surpresa pra ele, assim como você quer. – A olhei.
– O que podemos fazer? – Lua me perguntou.
– Agora não dá tempo de comprar algo. – Olhei a hora no
celular. – Mas devemos ter alguma caixa aqui em casa.
– Temos o teste guardado. E podemos escrever um cartão,
o que você acha?
– É uma boa ideia. E também podemos colocar uma foto do
ultrassom. – Lembrei.
– Verdade! Amei a ideia! – Lua comemorou a ideia. – Vou
pegar a foto do ultrassom. – Levantou-se animada da cama. – Você quer escrever
o cartão? – Me perguntou antes de entrar no closet.
– Eu posso te ajudar a escrever, amor. – Respondi
pegando um pedaço de papel na mesinha de cabeceira. Lua sorriu e seguiu até o
closet. Ela está muito animada, embora esteja tentando se conter. – Você tem
caneta aqui?
– Na minha bolsa. – Ela voltou para o quarto e pegou a
bolsa. – Acho que o Harry nem vai acreditar. – Comentou. Ri.
– Ele vai achar que estamos brincando. – Peguei a caneta
que Lua estendeu em minha direção. – Vamos começar como?
– “Oi, titio. Eu
estou chegando!” – Lua disse e eu sorri. – Você sabe que eu não abro mão
que ele seja o padrinho do nosso bebê, sabe?
– Óbvio que sei, Luh. Podemos fazer esse convite no
cartão. – Falei e Lua concordou ao encarar os dois testes de gravidez.
– “Mamãe e papai
estão falando sério.” – Falei e Lua me encarou.
– Faz um coraçãozinho. – Pediu.
– Talvez não saia tão bonito, Luh. –Avisei logo.
– Não seja modesto.
– “Você aceita ser
meu padrinho?” – Acrescentei e Lua sorriu. – Você achou uma caixinha?
– Aqui, tem essa… – Me mostrou a caixa. – Essa dá para o
que queremos. Cabe o teste dentro. – Colocou o teste de gravidez dentro da
caixa e me mostrou.
– Está bom? – Mostrei o cartão para ela.
– Sim. Aaai, ficou lindo, amor. – Ela pegou o cartão da
minha mão e leu. – Agora vamos colocar a foto do ultrassom. – Peguei a caixa e
Lua colocou a foto dentro.
– Agora é o cartão. – Colocou por último e fechamos a caixinha.
– Harry vai ficar muito surpreso.
– E feliz, Luh. – Pontuei e ela assentiu.
– Muito. – Acrescentou e depois me olhou. – Tudo bem pra
você?
– O quê?
– Contarmos hoje.
– Sim, Luh. – Deixei a caixinha em cima da mesa de
cabeceira e segurei as suas mãos. – Não é que eu não tenha gostado da ideia. Só
fiquei com ciúmes de ter que dividir uma novidade que, até então, era só nossa.
Foi só isso, amor. Você me conhece. Sabe que eu sou assim… – Falei mais baixo
ao encolher os ombros.
– Eu conheço... – Ela sorriu de lado. – Mas não precisa
ficar com ciúmes. Ainda é só nosso, amor. Nosso bebê. – Sussurrou ao encostar a
testa na minha.
– Sei que você pode achar que é uma bobagem.
– Não. Eu não acho. Eu não resumo o seu sentimento a uma
bobagem, Arthur. Jamais farei isso. Acredita em mim! – Pediu. – Só não precisa
ficar mal ou desanimado porque vamos contar para mais pessoas. Eu não quero ver
você assim.
– Mas vai passar, pode acreditar. – Assegurei. Eu mesmo
quero acreditar nisso.
– Eu acredito. – Sorriu outra vez. – O que vamos fazer
agora? – Mudou de assunto ao se afastar.
– Daqui a pouco o Harry chega. Vamos ver o que a Anie está fazendo. – Respondi e nos levantamos da cama.
Um
tempo depois.
Ouvimos a campainha tocar e Anie logo se animou. Ela sabe que Harry virá nos visitar. Lua está na cozinha conversando com as meninas. Me levantei do sofá e Anie me seguiu, junto com o Bart.
– Será que é o meu titio? – Anie está saltitando ao meu
lado. – Eu vou adolar se for ele.
– Será? Será? – Fiz suspense.
– O senhor sabe, papai! – Semicerrou os olhos
desconfiada.
– Eu não sei, filha. Eu estava sentado com você no sofá,
como vou saber? – Ri.
– Então abe logo! – Riu ao chegarmos em frente a porta.
Abri a porta e, de fato, é o Harry.
– TITIOOOO!
– Meu amor! – Ele pegou a pequena no colo. – Como você
está, hein? – Lhe deu dois beijinhos na bochecha.
– Eu estou bem. E o senhor?
– Ai, meu Deus! – Harry sorriu. – Eu estou bem, pequena.
Muito bem. Sabia que estou melhor agora?
– Por que me viu?
– Exatamente. Porque eu estou aqui agora com você.
– E o meu papai?
– Não. O seu pai não. – Ele fez careta ao me olhar.
– Por que? – Anie questionou sem enrender.
– Eu não gosto do seu pai. Ele é um chato. – Ele tentava
ao máximo soar sério.
– A tá e você vai falar logo isso para a minha filha?
– Ela vai concordar comigo, não vai, bebê?
– Não, titio. Só eu e a minha mamãe que podemos chamar o
meu papai de chato. Outa pessoa não pode!
– Ei, mas eu posso.
– Não. Não pode não.
– Eu avisei. – Falei e caminhei até a cozinha para
avisar Lua de que Harry havia chegado.
*
– Você me chamou, e eu vim. – Harry disse assim que Lua
chegou à sala. Ela riu.
– Não foi bem assim.
– Ora se não foi. – Ele a puxou para um abraço. –
Pergunta para o teu marido se não foi. – Ele me olhou. Lua o abraçou forte. –
Ele disse que você estava com saudades. Agora você vai negar?
– Não. Eu estava com saudades. Você sumiu. – Lua
reclamou.
– Muito trabalho, loira.
– Mesmo assim... antes você tinha tempo para mim.
– Mas é que antes eu só tinha você. – Os dois riram. – Agora eu tenho a Marie, e hoje eu entendo o Arthur.
– A é? – Perguntei segurando o riso.
– É. – Afirmou.
– Você não vai retrucar, Lua? Se fosse eu falando
assim...
– É diferente. – Pontuou. – Você é meu marido.
– Aai, tá bom. O Harry pode tudo, é isso? – Me sentei no
sofá. Anie já tinha aproveitado para trocar de canal e colocar em um filme
infantil.
– E você não muda, é isso? Segue com ciúmes. – Harry
implicou.
– Tá bom. Parem os dois! Porque daqui a pouco vocês
ficam sem se falar de verdade e é um saco. – Lua bufou e se afastou de Harry. –
Você já jantou?
– Já sim, Luh. – Ele sorriu de lado. – Eu estava com
Marie, saímos para jantar. – Explicou. – Aos
finais de semana tentamos fazer algo diferente.
– Realmente, quem te viu, quem te vê. – Lua comentou e
sentou-se ao meu lado.
– Arthur disse que você queria falar comigo.
– Sim. Eu pedi que ele te avisasse.
– Aconteceu algo?
– Sim.
– Grave? – Ele ergueu uma das sobrancelhas e ajetitou-se
no sofá.
– Não exatamente. Não é grave. Fizemos algo que gerou
uma grande responsabilidade.
– Isso parece ser muito sério. – Comentou sem entender
muito bem. – Ainda bem que vocês são adultos, não é mesmo? E você é advogada. –
Riu.
– Não tão sério assim. – Lua esclareceu.
– O que você está pensando? – Indaguei sem conseguir
segurar o riso.
– Sei lá... Vai que uma ex tenha aparecido novamente...
algo de grande responsabilidade. – Deu de ombros. Joguei uma almofada nele.
– Idiota!
– Ora, mas foi você quem perguntou o que eu estava
pensando.
– Credo. Sinto vontade de vomitar só de ouvir esse
assunto. – Lua levantou-se do sofá.
– Ei, vem aqui, loira. Eu estava só brincando.
– Eu já volto. Vou só buscar um negócio aqui no quarto.
– Lua subiu a escada.
– É alguma data especial? Sei lá, aniversário de
amizade?
– Talvez se torne. – Dei de ombros.
– Eu deveria ter lembrado?
– Acho que agora você terá que lembrar... – Olhamos para
a escada enquanto Lua descia com a caixinha nas mãos. Ela não escondia a
empolgação.
– Não parece ser uma responsabilidade ruim pelo riso que
você está tentando segurar. – Harry notou. Lua afirmou e sentou-se ao meu lado.
– É pra você. – Entregou a caixa a ele.
– Eu precisava lembrar de alguma data especial?
– Não antes de hoje. – Lua sorriu.
– Você parece empolgada. – Sorriu de volta.
– Você não imagina o quanto. – Abracei Lua de lado. – Há
dias que ela já queria ter contado. – Contei.
– Vamos ver então... – Ele abriu a caixinha com cuidado
e depois nos encarou. – O quê... quê? Isso é sério?
Link: Surpresa para o Harry | Clique aqui e veja.
– O que você acha?
– Você disse que não era tão sério! – Encarou Lua que
está completamente emocionada.
– Se você demorar mais um pouquinho, ela chora. – Puxei
Lua para um abraço e ela começou a chorar. – Lua tem chorado nessa gestação, tudo o que não
chorou a vida toda.
– Um bebê? Vocês fizeram um bebê?
– Por favor, só não nos pergunte como. – Pedi.
– Eu não sou tão inocente assim… – Harry retrucou me
fazendo rir. Lua ainda está abraçada a mim e continua chorando. Depositei um
beijo demorado em seus cabelos e Harry se levantou do sofá e se aproximou dela.
– Um bebê, Luh. É uma notícia maravilhosa. Você está
feliz? – Perguntou enquanto segurava suas mãos.
– Eu estou tão nervosa. – Confessou baixinho.
– Ei – ele apoiou os joelhos no chão –, eu estou aqui,
Luh. Você sabe que pode contar comigo. Para tudo, para tudo, meu amor.
– Eu sei…
– Ultimamente ela está mais chorona e dengosa… – A
apertei em um abraço e depositei um beijo em sua bochecha.
– Mais do que o normal? – Harry indagou divertido e Lua
o empurrou de leve tentando esconder o rosto em meu pescoço. – Mimada!
– Muito, muito, muito mais do que o normal. – Enfatizei
e Harry riu.
– Ei, eu pensei que não estavam tentando…
– E não estávamos. Só aconteceu. – Respondi.
– Não só “acontece”, vocês não se previnem? Nem é uma crítica.
Só curiosidade mesmo. – Justificou e eu soltei um riso.
– Nem sempre quando se é casado e há confiança no
parceiro ou parceira. – Expliquei por saber que não é o certo mater relações
sexuais sem prevenção ou algum método contraceptivo.
– E está tudo bem? – Encarou Lua visivelmente
preocupado.
– Agora está. – Ela respondeu e fungou o nariz. – As
coisas estão voltando ao normal.
– Vem aqui. Deixa eu te dar os parabéns. Eu estou feliz,
de verdade. – Disse sincero. E já sabíamos disso. Os dois se abraçaram. – Vai
continuar tudo bem, Luh. Você vai ver só… Eu estou aqui, agora você pode contar
comigo. Antes também já poderia, se tivesse me contado. – A encarou. – Você
sabe disso. Na verdade, vocês dois sabem disso. – Ele me olhou e eu assenti. –
Eu não acredito que teremos um novo bebezinho. Anie já sabe?
– Sim. Já contamos a ela. – Lua respondeu.
– E aí?
– Está um pouco enciumada. Nada do que já não prevíamos.
– Respondi.
– O próximo bebê era para ser seu.
– Ei! Nada disso, Luh. Pode continuar em vocês, é bem
melhor. Me faz feliz também. – Ele riu.
– Ficaríamos felizes também. – Respondi.
– Eu sei. Mas podem acreditar, vocês estão mais
preparados do que eu e a Marie. Então, podem parar com essa conversa. – Cortou
o assunto e eu quis rir do desespero dele.
– Você não precisa se desesperar assim, se vocês se
protegem. – Lua comentou.
– Pelo visto não funcionou com vocês. Pensei que tomasse
remédio.
– É que não levamos muito a sério esse detalhe
importante.
– E ainda assim não estavam tentando?
– Pra você ver…
– Vocês já sabem o que é?
– Não. – Lua limpou as lágrimas.
– Não dá para ver ainda? Você já está com quantos meses?
– Dezoito semanas.
– Meses, Luh. Eu não entendo assim…
– Cinco meses, dude. – Respondi.
– Nossa! E vocês só me falaram agora?
– Aconteceram muitas coisas…
– É de risco? – Harry soltou um suspiro.
– Antes era, agora não é tanto.
– Mas eu tenho certeza de que ficará tudo bem.
– Você leu o cartãozinho? – Lua perguntou. – Que está
dentro da caixa.
– Não. Eu vi a foto e o teste. Meu Deus! Espera aí… –
Ele voltou a se sentar no sofá e pegou a caixa novamente. – “Oi, titio. Eu
estou chegando! Mamãe e papai estão falando sério.” – ele riu – “Você
aceita ser meu padrinho?” Isso é
sério? – Nos encarou. Eu e Lua assentimos. – É claro que eu aceito! É óbvio! Eu
ficaria tão chateado se fosse outra pessoa. – Confessou nos fazendo rir.
– Quem seria a outra pessoa?
– Eu não sei. Mas vocês poderiam querer outra pessoa. Eu
já sou padrinho da Anie.
– Você não era tão inseguro. – Zoei.
– Idiota!
– Me respeita que eu sou o pai dos seus afilhados. – O
lembrei e ele me mostrou a língua.
– Mais alguém já sabe?
– Poucas pessoas… por conta de tudo o que aconteceu, eu
preferi esperar para contar. Anie sabe, as meninas, a minha sogra, a minha
médica e o meu marido, logicamente. – Lua me olhou e eu lhe dei um selinho. – E
agora você. – Olhou para o nosso amigo.
– Logicamente. – Ele enfatizou. – Então quer dizer que
ainda é segredo?
– Nem é isso… só não sei como contar. Na verdade,
preferia não ter que ser obrigada a contar.
– E você não é obrigada. – Harry tentou tranquilizá-la.
– Eu já disse isso a ela, mas você conhece bem a sua
amiga.
– Você não precisa se preocupar com isso, Lua. Tem que
ser leve pra você e quando quiser me contar o que aconteceu, pode ter certeza
de que eu estarei disposto a te ouvir.
– Obrigada, neném! – Lua o abraçou.
– Não, Luh. Neném não, meu amor. – Falei e eles dois
começaram a rir, abraçados.
– O quê? Está com ciúmes? Pode ser meu amor também, você escolhe. – Harry disse entre risos.
– Não na minha frente.
– É melhor pela frente do que por trás, é menos
dolorido. Você não acha, Luh?
– Eu estou grávida! – Se fingiu de ofendida depois de
ter entendido a colocação do Harry.
– Você não disse isso na frente da minha mulher, grávida
ainda por cima?!
– Até parece… vocês fazem coisas piores quando estão
sozinhos. O bebê nem está escutando isso. – Ele se defendeu.
– Você é depravado!
– Não finge que isso te ofendeu. – Harry revirou os
olhos. – Você não é nada inocente, Luh. Pode está dengosa, porque o Arthur põe
mal-costume…
– Hahahaha… essa é boa!
– Quando a Marie estiver grávida, você vai tratá-la da
mesma forma.
– Vamos parar com esse papo. Eu já disse que está ótimo
parar em vocês.
– Vocês transam. – Pontuei.
– Arthur! – Lua chamou a minha atenção.
– Bem protegidos, graças a Deus! – Ele lembrou.
– Tá bom. – Dei de ombros. – Não é tão assustador quanto
parece.
– Quando se quer, pode até não ser. Mas seria para mim. –
Deu de ombro. – Estão tão feliz por você, Luh. Por vocês, na verdade. – Lua sorriu
com carinho.
– Aaah, sim. Eu pensei que na sua cabeça a minha mulher
teria feito esse bebê sozinha. – Retruquei.
– Eu sei que você é ciumento. – Se aproximou de mim para
me abraçar.
– Com a minha mulher e os meus filhos. Com você, não
mesmo. – Garanti.
– Só porque a Lua está aqui. Nos ensaios é outra
história.
– Até parece. – Revirei os olhos e Lua riu junto com o Harry.
– Você sempre gostou de fazer essas gracinhas. Não sei como Marie ainda não percebeu
essa sua quedinha por mim.
– Ela só não é tão ciumenta quanto a Lua.
– E você acha que eu ligo para isso? Não mesmo. Não vou
perder meu tempo ligando para essa tua implicância.
– Você não quer acreditar, essa que é a realidade. – Ele
continuou e eu puxei Lua para abraçá-la.
– Você aceita um wisky?
– Eu pensei que você nem ia me oferecer nada para
comemorar. – Foi irônico.
– Eu só estava esperando a hora certa. – Me levantei do
sofá.
– Qualquer dia desses podíamos sair para comemorar, o
que acham?
– Você sabe que Lua não pode beber, não é mesmo?
– Óbvio. Eu não sou tão ignorante assim nesse assunto. –
Me respondeu.
– Conta mais então. Parece que você andou pesquisando
sobre esse assunto. – Lua comentou.
– Qualquer pessoa sabe que grávida não pode ingerir álcool,
Luh.
– Você não se referiu apenas sobre o álcool. Deu a
entender que sabe mais sobre o assunto “gravidez”.
– Para de graça! – Ele ficou envergonhado e eu entreguei
o copo com wisky para ele. Brindamos.
– Mas podemos sair qualquer dia desses. Você poderá
chamar a Marie também. – Lua concordou com o convite.
– Ela vai ficar animada com a notícia, quando puder
contar, é óbvio. – Ele sorriu.
– Logo, logo. – Lua pontuou.
– Eu faria uma festa se vocês deixassem. – Disse empolgado.
– Sabemos, mas não há necessidade. – Pisquei um olho e ele
riu.
– Cara, já pensou se for um menino?
– Só há duas possibilidades: um menino ou uma menina. –
Lua respondeu tentando conter o riso.
– Arthur não avisou que você também estava debochada.
– Só um pouco.
– Já entendi que você prefere uma menina.
– E Arthur sabe, antes que você me julgue.
– Eu jamais faria isso. Mas por quê?
– Me sentirei mais segura. – Respondeu sincera.
– E não seria outra versão do Arthur.
– Também. – Lua concordou e me olhou.
– Que cínica. – Pontuei. – Você me disse que não teria
nenhum problema se fosse parecido comigo, que até gostaria.
– Ela só quis ser educada.
– Estou começando a achar que foi isso mesmo.
– Você já foi menos dramático, meu amor. – Lua me olhou
e descansou a cabeça em meu ombro.
– Meu Deus! Faltam apenas quato meses para o bebê
nascer. Vocês vão preferi saber o sexo só na hora do nascimento?
– Não, Judd.
– Talvez na próxima consulta. – Lua respondeu. – Se a
Eliza conseguir ver. Eu não estou tão ansiosa para descobrir, mas o seu amigo,
eu já não posso dizer o mesmo. – Me olhou.
– Mas eu já deixei bem claro que pode ser no tempo que
você quiser. – Esclareci.
– Eu não sei se aguentaria esperar tanto. – Harry
comentou.
– Eu só não quis criar muitas expectativas. Mas agora
que está tudo bem, podemos saber e também nos permitir curtir mais. – Ela
explicou.
Continuamos a conversa. Anie segue com toda a sua atenção
voltada para a televisão.
Continua...
SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.
N/A:
Boa noite! Espero que vocês
estejam todas bem. Depois de 84 anos, uma atualização para vocês. E que
não tenham desistido de mim e nem de L.A.
Eu avisei a vocês que passaria um tempo sem atualizar,
certo? Eu só não contava que fosse demorar tanto tempo assim, uns dois meses praticamente.
Desculpa! Mas como vocês sabem, tenho outras responsabilidades profissionais
agora. Então, tenho que me dedicar a elas. Nem intervalo tentei, e muito,
atualizar vocês o mais rápido possivel, mas como puderam ver, eu não consegui. Passei
algumas semanas aí sem conseguir escrever nada, absolutamente nada! Eu terminei
o capítulo na quarta-feira, mas não pude atualizar por conta dos meus compromissos
com o meu trabalho. Ontem foi feriado, eu fui à missa, porém estou com virose. Passei
bem ruim essa madrugada, mas fiz de tudo para conseguir postar hoje esse
capítulo. Ainda bem que deu certo!
Eu torço para que toda a espera tenha valido a pena. Que
a leitura tenha sido boa, que tenham gostado dos links, que me contem o que acharam
da reação do Harry. Sei que estavam
ansiosas por ela hahaha Ele é um amor de amigo <3
Abriram os links? Viram a surpresa do Harry? <3 tão fofa!
Comentem, tá?
Um beijo e até breve!
Um bom final de semana a todos!
Você não imagina a felicidade que eu fiquei quando abrir o site e vir a atualização, a reação do harry não podia ser a melhor, e eu já estou ansiosa tbm para saber se vai vim uma menina ou menino, eu acho que é menino kk
ResponderExcluirMelhoras mulher
Nossa estava ansiosa pela próxima atualização amei a reação do Harry
ResponderExcluirAnsiosa para descobrir o sexo do bebê
ResponderExcluirEsse capítulo ficou muito emocionante adorei a reação do harry.
ResponderExcluirAnsiosa pelo próximo capítulo ansiosa para ver ela com barriga crescida para saber o sexo do bebe.
ResponderExcluirAutora não demore com o procimo capítulo por favor
ResponderExcluirNossa quase dois meses sem uma actualização Tavares a ficar preocupada.
ResponderExcluirAmo quando tem atualização, estarei sempre aqui aguardando um novo cap ❤️
ResponderExcluirNossa ansiosa para descobrir o sexo do baby
ResponderExcluirAutora não demore com a atualização por favor
ResponderExcluirAnsiosa pelo proximo capitulo
ResponderExcluirNossa estou muito ansiosa para descobrir o sexo do baby
ResponderExcluirEstou viciada nessa fic
ResponderExcluirÉ uma felicidade abrir o site e ver a continuação dessa história.
ResponderExcluirFico cada vez mais ansiosa pelos capítulos,mesmo depois de tantos anos.
Amei a surpresa que fizeram para o Harry.
Ansiosa para descobrir o sexo desse baby.
Capítulo perfeito
ResponderExcluir