Little Anie - Cap. 92 | 2ª Parte

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Little Anie

Parte Dois

Amar é reconhecer no outro

um pedaço de si.

É encontrar familiaridade no olhar,

na risada, nas pequenas manias que

só nós conhecemos.

É perceber o encolher de ombros diante

do incompreensível, identificar o cheiro 

que invade e acalma, sentir o toque que

arrepia e conforta. Amar é conhecer os

detalhes mais íntimos, as histórias que emocionam,

a cumplicidade no dia a dia. [...]

Os dias são mais leves, as noites mais

tranquilas [...] Porque o amor é esperança.

É milagre. Uma entrega sem garantia de

felicidade, mas uma entrega feliz.

Enquanto dura.

                                         – Edgard Abbehusen


Pov Lua


Londres | Domingo, 20 de agosto de 2017 – Manhã


Ontem contamos a Anie que estou grávida, que teremos um bebezinho em casa, que ela será irmã mais velha e que nada disso irá diminuir o amor que eu e Arthur sentimos por ela.


A reação dela me surpreendeu de uma maneira muito positiva. Eu não esperava que Anie fosse reagir daquele jeito: calmo e curioso. Eu pensei que ela teria um ataque de ciúmes e que fosse fazer uma grande birra. Mas é como Arthur sempre fala “Anie sempre dá um jeito de nos surpreender, seja positiva ou negativa.” Ontem não foi diferente.


É lógico que ela ficou enciumada, e isso é totalmente aceito e entendido por nós dois.


Terminamos o sábado bem e com uma Anie totalmente animada com a novidade. Eu não criei expectativa em cima dessa animação, pois conhecendo a filha que tenho, em algum momento ela voltará a nos questionar o porquê de um outro bebê e não só ela para sempre. Mas por enquanto, estou aproveitando os momentos leves e divertidos.


Dormimos todos cedo. Eu estava exausta. Parece até que eu tinha feito muitas coisas durante o dia. Acordei cedo. Arthur ainda dorme. Ele ficou muito aliviado e empolgado com a reação da nossa filha. Ele já criou muitas expectativas e nem precisa me dizer com palavras. Posso até apostar que ele já está sonhando com a Anie e o bebê brincando juntos.


Eu acordei bem disposta e quero muito acordá-lo. Ontem Arthur quis fazer amor, mas eu não estava me sentindo muito bem. Eu estava cansada e sem ânimo nenhum para sexo. Hoje acordei diferente, mas estou preferindo deixar que ele acorde por ele mesmo.


Senti o bebê mexer e levei a mão até a barriga. Quero muito que continue dando tudo certo com essa gravidez. Eu já passei por muitos sustos. Agora eu só quero aproveitar. Fechei os meus olhos e fiquei acariciando a minha barriga. Minutos depois senti a mão de Arthur sobre a minha. Abri meus olhos e o encarei.


– Está mexendo? – Ele me perguntou e eu assenti. Tirei a minha mão e coloquei sobre a dele. – Ainda não consigo sentir, Luh. – Ele fez um bico e eu levei uma das mãos até uma de suas bochechas e fiz carinho.

– Talvez você consiga sentir no próximo mês, eu acredito nisso, amor. – Falei baixo e Arthur se levantou um pouco e me deu um beijo.

– Bom dia, meu amor. – Disse e voltou para a posição anterior.

– Bom dia!

– O que faremos hoje? – Me perguntou colocando as mãos atrás da cabeça.

– Amor. – Fui bem direta e Arthur me olhou desconfiado.

– Você está falando sério?

– Por que eu brincaria? – Questionei e Arthur deitou de lado.

– Ontem você me dispensou de todas as formas possíveis. – Respondeu. – Mandou eu parar, me chamou de chato e insistente. – Acrescentou.

– Eu disse a você que não estava bem. Você quem não acreditou. – O lembrei.

– Eu não ia fazer nada. Eu estava só sendo carinhoso e te beijando. Só isso.

– Você ficou magoado?

– Só não gosto quando você fica me lembrando de coisas que eu sei que não tenho que fazer. Você sabe, Lua. – Falou sério, embora o tom de voz continuasse baixo.

– Desculpa, Arthur. Não falei para te deixar assim. Eu realmente não estava bem. – Coloquei a mão sobre o seu peito.

– Eu entendi isso ontem, Lua. Não precisa se desculpar! – Suspirou.

– Não faz assim, neném… – Deitei em cima dele.

– Não estou fazendo nada, Lua. – Afirmou.

– Então vamos fazer amor? – Beijei seu pescoço. – Ou eu vou precisar implorar?

– Hoje sou eu que não estou disposto. – Me disse e eu tentei achar algum resquício de brincadeira, mas ele falou sério.

– É sério isso? – Insisti.

– Tão sério quanto você falou ontem, querida. – Tirou alguns fios que caiam em meu rosto. Saí de cima dele e deitei de volta no colchão.

– Você está fazendo isso de propósito? – Perguntei sem olhá-lo.

– Não, Lua.

– Quer saber? Você realmente é chato! – Exclamei me segurando para não soar mais grossa.

– Você vai ficar revoltada?

– Revoltada? Eu estou excitada! Quero transar com o meu marido e ele não quer, simplesmente, não quer. Eu estou grávida! – Não medi as palavras e nem o tom da minha voz.

– Você precisa descansar, Luh. Isso sim!

– Se eu quisesse descansar, estaria dormindo.

– Lua, transamos mais nos últimos dias do que nos últimos meses. Temos que ir com calma, você sabe disso. Não preciso ficar te lembrando dessas coisas.

– Você está de sacanagem, Arthur. Só pode! Já pode rir se estiver achando isso engraçado. – O encarei.

– Não estou fazendo e nem falando graça nenhuma. – Pontuou me olhando.

– Cansei dessa conversinha. É muito cedo pra ouvir esse papo de marido preocupado. – Revirei os olhos e me levantei da cama.

– Papo de marido preocupado? – Arthur riu e isso me fez ficar com mais raiva ainda. – Lua, você me conhece. Sabe que não é nada de papo. Eu vou relevar por conta dos teus hormônios. – Disse se espreguiçando.

– Faz o que você quiser. – Dei de ombros. – Não vou ficar me humilhando pra você.

– E eu nem quero uma coisa dessa, Lua.


Eu decidi ignorá-lo e caminhei até o banheiro. Estou me sentindo a ponto de explodir. Odeio quando Arthur faz isso comigo.


Londres | Quarta-feira, 23 de agosto de 2017


Cheguei do trabalho e não vi o carro do Arthur na garagem. Não faço ideia de onde ele tenha ido, na verdade, não tenho certeza. Porque ideia eu tenho, deve ter ido encontrar com os amigos.


Entrei em casa e Anie estava correndo na frente e Bart atrás. Não notaram a minha presença até ouvirem a minha voz.


– Boa noite, meu amor.

– Mããããããeee! – Anie veio correndo em minha direção. – A senhola já chegou. Vem, Bart. Vamos receber a mamãe!  – Me abraço.

– Cuidado, filha. – Me apoiei no sofá.

– Desculpa, mamãe. – Se afastou um pouco, mas ainda ficou segurando a minha cintura. – É que eu estava com saudades. Muitas saudades, mamãe.

– Eu também sinto saudades de você, meu bebê. – Falei. Bart parou bem ao nosso lado e começou a latir.

– O Bart também sente saudades da senhola. Ele tá falando. A senhola aquedita?

– É claro que eu acredito. – Acariciei suas orelhas. O cachorro ficou de pé e ergueu as patas da frente para se apoiar em mim.

– Ele tá feliz agora. – Anie sorriu.

– É, eu estou vendo. Eu também estou feliz, Bart. – Falei e ele latiu outra vez.

– Mamãe…

– Sim, filha. – A olhei. Anie andou até o sofá.

– Meu papai saiu e não quis me levar. – Suspirou chateada.

– Anie, seu pai com certeza não foi passear. Ele deve ter ido à produtora, filha. Você sabe que ele não pode te levar. Lá não é lugar para criança.

– Mas às vezes ele me leva, mamãe. Outa vez eu já fui. Um monte de outas vezes…

– Quando dá, ele te leva. Hoje ele não pôde levar. Você não deveria se chatear por isso.

– Às vezes o meu papai é chato. – A pequena deitou-se no sofá.

– Se o seu pai ouvir isso, ele vai ficar triste. – Falei e peguei a minha bolsa que eu havia deixado em cima do sofá. – Vou subir e tomar um banho. – Acrescentei, mas Anie não se importou. Bart se deitou no chão perto do sofá onde Anie está deitada olhando para o teto.


Subi a escada e fui para o quarto. Deixei a bolsa sobre a bancada que há no closet e tirei minha roupa. Talvez Arthur chegue depois do jantar. Ele sempre chega tarde quando está na produtora. Sei que os ensaios já retornaram, ele me contou semana passada. 


Estamos nos falando, não como estávamos há alguns dias, mas pelo menos estamos nos tratando com respeito. Fiquei chateada com ele. Ainda estou muito chateada. Odeio quando ele se diverte diante da minha falta de paciência. Ou nega algo que sabe que eu quero muito, seja o que for.


Entrei no banheiro, tomei banho, lavei meus cabelos, depois me enxuguei e me enrolei na toalha. Passei um creme no rosto e peguei meu hidratante para passar na barriga. Estou quase enjoando do cheiro de amêndoas. Mas o hidratante é tão bom, que eu não quero ter que trocá-lo.


Voltei para o quarto, fui até o closet e peguei uma calcinha para vestir. Tirei a toalha, vesti a calcinha e peguei o hidratante para passar no meu corpo, principalmente na barriga.


Eu estava passando o hidratante na minha barriga quando a porta do quarto foi aberta.


– Que linda! – Arthur entrou no quarto e fechou a porta. Ficou me encarando enquanto se aproximava. Cheirou o meu pescoço e me deu um beijo na bochecha. – Posso passar? – Se referiu a passar hidratante na minha barriga e eu concordei.

– Sim. – Respondi. Ele colocou a palma da mão na minha frente e eu coloquei o hidratante nela. Ainda estou chateada com ele. Mas sei que Arthur ama conversar com o bebê em minha barriga, gosta de fazer carinho, gosta de dar atenção e eu amo esses momentos, não posso negar.

– Isso é muito sexy, você concorda? – Perguntou enquanto passava o hidratante pela extensão da minha barriga e em baixo dos meus seios. Conhecendo-o como eu conheço, ele não vai demorar a envolver os meus seios com as mãos, como quem não está fazendo nada de mais.

– Você pediu para passar hidratante na minha barriga. Não é para ser sexy. É para ser carinhoso. É com o bebê que você tem que falar, não comigo. – Respondi de forma mais ríspida. Arthur está com o queixo em um dos meus ombros.

– Você ainda está muito chateada? – Quis saber, apesar de ser uma pergunta que nem precisa de uma resposta. Não respondi. – Esse hidratante é muito cheiroso. – Mudou de assunto.

– Na verdade, estou pensando em trocá-lo. Eu comecei  ficar enjoada com o cheiro dele, ainda que ele seja muito bom mesmo. – Respondi. Arthur sorriu de lado. Estamos de frente para o espelho.

– Você pode pedir algumas sugestões para a Eliza, ela deve saber de outros hidratantes tão bons quanto esse e cheirosos também. – Ele me disse. Concordei com um gesto de cabeça. – Passou bem o dia?

– Sim.

– O bebê mexeu?

– Sim, bastante. – Fechei brevemente os meus olhos enquanto sentia Arthur passar a ponta dos dedos pela minha barriga: subindo e descendo.

– Quero muito sentir. – Ele soltou um risinho. – Você já sabe, eu já te falei isso. – Acrescentou e eu assenti. – Mais tarde eu posso ouvir os batimentos dele ou dela? – Perguntou.

– Pode. – Respondi. Arthur subiu as duas mãos para os meus seios. – É na minha barriga, Arthur… – O lembrei.

– Deixa eu passar nos teus seios. Você passa hidratante nos seios, Luh. – Disse com a voz baixa e roçou os lábios no meu ombro.

– Eu posso passar sozinha… – Retruquei tentando controlar a minha respiração. Coloquei as minhas mãos sobre as dele, para que ele parasse de massagear os meus seios.

– Não quer que eu continue?

– Não.

– Tudo bem. Vou respeitar a sua decisão. – Ele parou os movimentos e abriu as mãos, descendo para a minha barriga. – É muito excitante. Você não pode negar. – Acrescentou.

– Se você não quer transar comigo, não vejo motivos para me deixar excitada. – Retruquei. Arthur riu.

– Então você não está só chateada. Está magoada. – Observou.

– Ofendida.

– Isso é muito grave. – Sussurrou em meu ouvido. – Parece que agora sou eu quem terei que me humilhar. – Disse e sei que se refere à pergunta que fiz no domingo.

– Agora sou eu quem digo: E eu nem quero uma coisa dessa, Arthur. – Falei e ele me virou de frente para ele.

– Você é muito teimosa, Lua. O que você tem de linda e gostosa, tem de teimosa. Então, você deve imaginar que seja muito.

– Não adianta me provocar, seus elogios não me farão mudar de ideia. Não vou transar com você.

– Eu sei. Embora queira muito. – Me provocou de volta. O empurrei de leve. – Qual é, Lua Blanco?

– Você tá muito engraçado. E eu não estou a fim de rir. Só deixei você chegar mais perto, porque sei que você gosta desses momentos com o bebê.

– Foi só pelo bebê? – Questionou.

– Sim. – O celular dele tocou. – Pronto, agora você tem coisa mais importante para fazer. – Tentei sair da frente dele, mas ele segurou em meus ombros.

– O que eu tenho de importante está na minha frente, Lua. E não são coisas. – Me disse bem sério, mas no fundo, deve estar segurando um riso. Porque eu devo ter feito alguma reação que eu preferia ter segurado.

– Posso pegar uma camiseta sua? – Pedi. – Me sinto mais confortável. – Expliquei.

– Você sabe a resposta, querida. – Piscou um olho. – Fique à vontade. – Disse antes de atender a ligação.


Entrei no closet e abri uma das gavetas do Arthur e peguei uma camiseta preta. Voltei para o quarto e ele ainda está falando ao telefone. Entrei no banheiro e peguei minha escova de pentear os cabelos e voltei para o quarto.


Ligação ON


– Estou em casa. – Ele está sentado na poltrona e acompanha cada movimento meu. – Por que você quer saber?

– Não, não… – Ele riu.

– Não estou brincando, dude. – Disse. Provavelmente é o Harry.

– Tá, podemos deixar para a próxima vez.

– Devia ter falado antes – riu –, agora já estou em casa.

– Exatamente. E quando você casar, vai entender tudo. – Riu mais ainda e eu joguei a minha toalha nele.

– Lua não concorda. – Revirou os olhos.

– Tá certo, dude. Ok. Da próxima. Tchau!


Ligação OF


Arthur encerrou a ligação, levantou-se da poltrona e colocou o celular sobre a mesinha ao lado da cama.


– Era o Harry. – Disse.

– Imaginei. – Respondi.

– Não quer saber o que ele queria? – Perguntou erguendo uma das sobrancelhas.

– Certamente era alguma coisa que não te ajudaria em nada a se desculpar comigo. – Dei de ombros e ele riu.

– Você disse que não quer isso. – Me lembrou. – Vou tomar um banho.

– Vai jantar com a gente?

– Claro, Luh. – Respondeu óbvio.

– Então vou esperar você lá embaixo…

– Se quiser me esperar aqui ou no banheiro, não vou achar ruim. Podemos até conversar enquanto eu tomo banho. – Falou cínico. Revirei os olhos.

– Arthur, não começa. Você sabe que só está piorando as coisas. – Abri a porta do quarto.

– Vou me enxugar com essa toalha. – Levantou a minha toalha. Ele sabe que isso me irrita. Fechei a porta do quarto e ouvi a risada dele.


*


– O Bart já comeu a comidinha dele, mamãe. Aquela de ossinho colorido. A senhola sabe qual é? – Anie apoiou as duas mãozinhas no sofá e me olhou.

– Sei, filha. Que bom que ele já jantou. Daqui a pouco somos nós quem vamos jantar. Só vamos esperar o seu pai descer.

– Vai demolar muito?

– Espero que não, amor.

– Mãe, quando é que a gente vai compar a minha mochila e o meu caderno da escola?

– Pode ser essa semana, filha. Na sexta-feira ou no sábado.

– Posso escolher o que eu quiser?

– Pode, amor. Você já sabe de qual desenho vai querer?

– Sim! – Exclamou empolgada. – Das plincesas. De todas as plincesas, mamãe.

– Das princesas? De novo, filha? Ano passado foi das princesas.

– Mas de outas, pode ser de outas plincesas. – Tentou me convencer.

– Tudo bem, Anie. Pode escolher o que quiser, filha. É você quem vai usar. Só não quero ouvir você reclamando depois.

– Não vou reclamar. – Garantiu.

– Ok, vou acreditar. – Lhe dei um beijinho na testa. – Acho que sexta-feira a gente consegue comprar.

– Tá. Eu vou espelar, mamãe. O Bart pode ir?

– Não, filha. Ele não pode. Mas podemos sair com ele quando chegarmos. Podemos ir ao parque. – Sugeri.

– Legal. É uma boa ideia, mamãe. Eu gostei!

– Então está combinado. – Sorri.

– O que mais que eu vou escolher pra escola?

– Lápis, lancheira, tintas coloridas, cola…

– Canetinhas cololidas?

– Canetinhas também, filha.

– Vou escolher válias, tá?

– Tá bom. – Ri.

– A senhola é uma mamãe incrível. – Me disse e eu quase chorei.

– Oh, filha, não fala assim, senão a mamãe vai chorar. Estou tão chorona, meu amor. – Falei. Anie subiu no sofá e deitou em meu colo.

– Eu amo muito a senhola…

– Eu também te amo muito, meu bebê. Você é uma bebê muito linda. – Passei os dedos pelos seus cabelos e pelo rosto.

– A senhola ainda me ama muito mesmo agola com o bebê na sua barriga?

– Eu sempre vou te amar, filha. Mesmo com o bebê na minha barriga e também depois que ele nascer. Nunca duvide disso, meu amor. – Pedi e dei um beijo demorado em sua testa.

– E o meu papai?

– O que tem eu? – Arthur desceu a escada.

– O senhor ainda me ama, mesmo com o bebê na barriga da minha mamãe?

– Eu te amo muito, filha. Sempre vou te amar. E quando o bebê nascer, eu vou continuar te amando muito. – Afirmou sentando ao meu lado no sofá, e se inclinou para depositar um beijo na bochecha da nossa filha. – Ainda está chateada comigo?

– Só um pouquinho. Eu quelia ter ido…

– O papai explicou, filha. – Arthur suspirou. – Lá não é lugar para brincadeiras, Anie. Sei que é divertido, que você gosta de fazer bagunça e que eu deixo, o John deixa, o Harry e os outros caras também deixam você mexer em todos os instrumentos. E que você ama fazer barulho lá… Mas hoje o ensaio foi mais sério, filha. Tive uma reunião antes, eu não podia levar você. Têm dias que dá e outros não. Você precisa entender. – Explicou tudo calmamente.

– Mas é que só às vezes que eu não intendo, papai…

– Dessa vez você entendeu?

– Não. Porque eu quelia ir. – Pontuou.

– Anie…

– Arthur, ela vai entender. – Respirei fundo. – Por que vocês dois discutem tanto e por coisas bobas? – Questionei sem paciência.

– Ela é sua filha. – Arthur retrucou.

– O meu papai que é chato. – Anie também retrucou.

– Filha!

– Anie, respeite o seu pai. – Pedi. – E eu estou falando sério. Se eu ouvir mais uma discussão dos dois, vou colocar os dois de castigo. – Terminei de falar e tanto Arthur quanto Anie riram de mim. – Eu não falei nada engraçado!

– Eu já estou de castigo, se é que você esqueceu. – Arthur debochou.

– E pelo visto, continuará! – Exclamei.

– O que o senhor fez pra minha mamãe? – Anie perguntou curiosa.

– Foi exatamente o que eu não fiz. – Arthur respondeu e deitou a cabeça em meu ombro. Segurei o riso e ele me encarou.

– Agora sou eu que não falei nada engraçado.

– Chato! – Sussurrei para que só ele ouvisse.

– E você pode me chamar assim?

– Posso.

– Depois fica chateada quando eu falo que Anie puxou pra você nesse sentido.

– O que foi então? – Anie insistiu.

– É, Arthur, o que foi?

– É que a sua mãe – enfatizou – é muito mandona. Você sabe, você conhece… – Ele pincelou o nariz da nossa filha com o dedo indicador. – Aí ela me pede as coisas e quer que eu faça na hora, ela parece você… Eu não faço e ela fica chateada, igual a você. Mas a diferença é que você é inocente e a sua mãe não é. – Arthur me olhou.

– O que é inocente?

– Você não está se ajudando. Anie não vai parar de fazer perguntas. Ela parece você, curiosa e insistente! – Comentei e Arthur riu.

– Ser inocente é ser igual a você, bebê.

– Do meu tamanho?

– Sim, amor. Do seu tamanho. Criança. – Respondi.

– Então agola eu entendi… – A pequena disse. Lhe joguei um beijo no ar. – Agola eu vou pegar um suco pra mim, tá?

– Vai lá, filha. – Beijei seus cabelos e Anie levantou do meu colo.

– Mas eu já volto, tá? É bem rapidinho, mamãe. – Garantiu e saiu correndo para a cozinha. Arthur aproveitou para deitar em meu colo. Beijou o meu pescoço e acariciou a minha barriga.

– Posso beijar a sua barriga?

– Aqui? Agora? – Questionei. Arthur assentiu. – Estou só de calcinha… – Confessei e ele riu baixo ao levantar a camiseta que eu estou vestida.

– Inclusive, uma calcinha minúscula. – Notou e me encarou.

– Arthur!

– Mas eu irei me comportar… – Avisou antes de depositar vários beijos na minha barriga.

– Acho bom mesmo. – Acariciei seus cabelos. – No quarto você fala mais com o bebê, Arthur. Se Anie ver a gente assim, vai fazer tantas perguntas, você sabe… – Falei.

– Se você tivesse vestido um short, isso não iria acontecer.

– Você está falando sério? Você nunca reclamou das minhas calcinhas. – Comentei.

– E eu reclamaria por quê? Sempre sexys. Sempre minúsculas. – Me disse e fez movimentos circulares ao redor do meu umbigo. – Onde você acha que o bebê está? De qual lado… – Arthur é quase inacreditável. Em um minuto está me provocando e no outro está sendo fofo e carinhoso querendo saber de que lado o bebê está na minha barriga.

– Bem aqui, amor. – Peguei a mão dele e coloquei do lado direito do meu umbigo, um pouco mais abaixo.

– Quero muito sentir, Luh. Estou muito ansioso para isso. – Depositou outro beijo em minha barriga.

– Eu sei… – Continuei fazendo carinho em seus cabelos.

– Será que semana que vem eu já vou conseguir sentir?

– Ou mês que vem…

– Também… semana que vem já é quase mês que vem. – Me olhou e sorriu. – Bem aqui tem uma ondinha muito bonita. O nosso bebê, meu amor.

– Eu amo todo esse carinho, Arthur. Mas você fazendo assim, eu sinto cócegas. – Confessei entre risos.

– Quer que eu pare? – Me perguntou.

– Eu gosto, amor.

– Então eu vou continuar…


Ele voltou a beijar a minha barriga e a falar com uma voz muito suave e baixa, uma conversa só entre ele e o nosso ou a nossa bebê. Não me sinto enciumada por não estar participando. Me sinto feliz por ele estar tendo a oportunidade de vivenciar esses momentos. Sei que ele sonhou muito com isso.


– Minha mamãezinha… – Anie voltou para a sala. – O que você tá fazendo, papai?

– Conversando com o seu irmão ou irmãzinha. – Arthur respondeu.

– Com a minha mamãe sem roupa? – A pequena perguntou.

– Mas eu estou de roupa, filha. – Respondi.

– Sua mãe está de roupa, meu amor. – Arthur afirmou e se afastou. Eu ajeitei a camiseta, puxando para baixo e me cobrindo.

– Olha, estou de roupa. – Voltei a afirmar.

– Tá bom… – Nos deu um olhar desconfiado. – Olha aqui – nos mostrou a mamadeira –, na mamadeila. – Sorriu sapeca.

– Na mamadeira? Nossa… pensei que você já fosse uma mocinha. – Arthur disse divertido. A pequena ficou toda sem graça.

– Só agola. – Se defendeu.

– Vem aqui. – Chamei ela.

– Por que o meu papai tilou a sua roupa?

– Seu pai não tirou a minha roupa, filha. Já explicamos, eu estou de roupa. Ele só estava falando com o bebê, só isso.

– Mas a senhola tava sim.

– Não…

– Sua mãe está de camiseta e calcinha, Anie. Eu não fiz nada de errado. Eu só estava falando com o bebê na barriga dela, só isso.

– Por que sem a roupa da minha mamãe?

– Mas eu estou de roupa, filha.

– Agola que tá.

– Filha… – O interrompi.

– Arthur, olha o que você vai falar. – Chamei sua atenção. Às vezes ele me deixa nervosa com a possibilidade de algum comentário.

– Filha, algumas coisas eu posso fazer com a sua mãe. Não tem problema nenhum. Somos um casal, somos casados. Eu sou o marido da sua mamãe, ela é minha esposa. Eu só estava sendo carinhoso com o bebê. É importante, mesmo ele sendo beeeeem pequenininho. – Explicou com todo cuidado.

– Bebês sentem quando os papais fazem carinho, quando dão atenção, quando conversam e tudo isso mesmo ainda dentro da barriga. Quando era você, seu papai fazia exatamente assim. – Contei. Anie sorriu de lado.

– Tá bom, tá bom… – Disse colocando a mamadeira na boca. – Agola o meu papai só quer fazer carinho na sua barriga, mamãe. Ele só quer saber do bebê, só quer falar com o bebê…

– Isso não é verdade, filha. – Arthur se defendeu.

– Você está com ciúmes, meu amor? – Indaguei divertida e Anie fez um bico. – Para com isso, filha. Já falamos que você não precisa sentir ciúmes. Vamos continuar te amando igual antes. Você é a nossa filha, nosso amor, nossa vida, Anie.

– Mas agola vai ter outo bebê também…

– E isso é muito legal! Olha só, eu e sua mamãe seremos pais de dois filhos, teremos dois amores, duas vidas, meu anjo. Isso é incrível! – Arthur explicou quase explodindo de amor e felicidade. Anie não está na mesma vibe.

– Ainda pefelia que que fosse só eu a sua bebê.

– Ai meu Deus! – Arthur exclamou e sorriu. – Você ainda é a minha bebê, filha. Não seja uma bebê egoísta. Eu não quero isso.

– O que é egoísta? – Ela perguntou.

– É querer as coisas só pra você. – Ele explicou de maneira simples.

– Não é errado não. Você é o meu papai. Quelo que seja só o meu papai pra semple!

– Aaaaaii, meu Deus! – Puxou a filha pelo pé e depois colocou ela no colo. – Eu vou ser o seu papai pra sempre, filha. Ninguém está falando o contrário. – Encheu o rosto da pequena de beijos. – Eu te amo, meu amor. Você não acredita?

– Eu aquedito um pouco…

– Só um pouco? – Se fingiu de ofendido. – Creeedooo… – Fez cócegas na nossa filha. Anie soltou risadinhas e tentou desvencilhar-se das cócegas.

– Paaaaraaa… paaaaraaa, paaapaaaiii… – Pedia entre risos.

– Você não acredita mais no meu amor?

– Eu disse que aquedito, papai.

– Só um pouquinho… – Ele a lembrou.

– Mas o senhor vai ter outo bebê. – Ela também o lembrou.

– E isso não vai diminuir o amor que eu já sinto por você, filha. Vou te lembrar sempre que você fizer questão de esquecer. Você entendeu?

– Entendi. – Anie respondeu e saiu do colo do pai. – Vou buscar mais suco. – Nos mostrou a mamadeira.

– Vai andando, filha. Não precisa correr. – Pedi, mas ela preferiu correr.

– Sabe, Luh… vamos para o quarto? – Arthur me encarou. Franzi o cenho antes de responder.

– O quê? Não vou transar com você. – Deixei  claro. Arthur riu.

– Mas eu não estou falando sobre isso. Pelo visto, você está pensando bastante em sexo, hein? – Apertou minha coxa.

– Para de graça! Vamos jantar…

– Vamos lá. Antes que Anie volte e eu realmente esteja tirando a tua roupa. – Ironizou. Dei um tapa em seu braço. Arthur estendeu as mãos e me ajudou a levantar do sofá. – Você só me bate, Lua.

– Você faz questão de ser insuportável! Não era você que não estava pensando nisso?

– Estou zoando, você sabe. Não se faça de desentendida. – Me abraçou de lado.


Caminhamos até a cozinha.


Londres | Sexta-feira, 25 de agosto de 2017


– Bom dia, loira! – Arthur se espreguiçou ao meu lado.

– Bom dia! – Bocejei em seguida. Arthur me encarou.

– Dormiu bem?

– Sim. Mas ainda estou com tanto sono. – Confessei. Ele sorriu sem mostrar os dentes. – Queria poder ficar aqui na cama por mais algum tempo. – Acrescentei. Arthur acariciou a minha bochecha.

– Você ainda está muito chateada comigo? – Perguntou e eu neguei. – Um pouco chateada? – Continuou e eu neguei novamente. Ele sorriu. – Não está mais chateada? – Insistiu e eu acabei sorrindo. Não tem como permanecer chateada com ele. – Você está falando sério? – Ele está surpreso e muito contente.

– Não consigo ficar chateada com você por muito tempo. – Confessei e ele se aproximou ainda mais de mim. – Sinto a sua falta.

– Mas eu estava aqui, neném… – Disse carinhoso. E de fato esteve! Continuou se preocupando comigo da mesma forma como se eu não estivesse chateada com ele.

– É diferente, Arthur. – Pontuei.

– Você que fez questão de ficar sem falar direito comigo. – Me lembrou.

– Eu fiquei magoada. Você fez de propósito.

– Claro que não, Lua. Pode parar com esse pensamento. Não é e nem foi nada disso. Eu também posso ficar indisposto. – Disse e deitou-se de costas na cama.

– Você não estava indisposto, Arthur. Fez isso porque ficou chateado no domingo.

– Claro que não! – Insistiu. – Você acha que eu tenho quantos anos? Sabe que eu entendo esses teus momentos. Nem vem com essa conversa. – Me encarou. – Eu lembro de ter dito para tomarmos um pouco mais de cuidado. Não é porque eu não queria transar, era porque fiquei preocupado por estarmos fazendo isso com mais frequência naqueles últimos dias. E você me acusou de estar fingindo preocupação, Lua. Você sabe que não é fingimento. – Ele pareceu ofendido, embora tentasse conter o tom de voz.

– Eu fiquei irritada. Não imaginei que estar transando seria uma preocupação pra você. Não devia ser ao contrário? Como foi no início.

– Não. Eu não me preocupava de não estarmos transando no início. Eu tinha vontade, é diferente. Mas eu entendi todo o processo. Fui paciente. – Se defendeu. – Então você ainda está chateada.

– Não. Não estou. – Garanti. – Já passou. Não quero mais ficar falando sobre isso. Só vamos discutir, como está acontecendo agora.

– Agora estamos conversando, Lua. – Pontuou. – E eu preferia estar te beijando. – Sorriu. Sorri também. Odeio quando ele me desarma assim.


Chato.

Chato.

Chato.


– Você não leva a sério.

– É você quem leva tudo muito a sério. Acabou de amanhecer, querida. – Se espreguiçou outra vez. – É uma conversa muito séria para se ter antes das oito, meu amor.

– O que você sugere então?

– E você quem vai me responder. – Disse e ficou de lado no colchão, com a mão na minha cintura.

– Não sei se o que tenho em mente, o meu marido preocupado vai aceitar fazer… – Contornei os lábios dele com a ponta do dedo indicador.

– Hahaha… – Riu me puxando para mais perto. – Você continua debochando.

– Vamos fazer oito anos de casados… – Comecei.

– Você está contando os meses? – Encostou o nariz no meu.

– Quase isso.

– O que vamos fazer no nosso aniversário de oito anos de casamento? – Perguntou.

– Com certeza não será outro filho. – Deixei claro e Arthur riu alto.

– Não mesmo. O bebê só estará com três meses.

– Engraçadinho. Você sabe que não é só por isso. – Lhe dei um selinho.

– Pode ser no aniversário de dez anos de casados. O que você acha?

– Que você é sempre muito exigente nos presentes de casamento. – Respondi.

– Só peço filhos e ainda te ajudo a fazer. – Falou me puxando para mais perto.

– Bem fácil, não é mesmo? – Perguntei.

– Não é tão difícil fazer. É gostoso. – Falou e acabamos rindo.

– Fazer não é mesmo. Mas sua ajuda termina aí…

– A é? – Puxou meus cabelos para trás. – Quer dizer que depois eu não ajudo?

– Aaaiin… – Fiz drama e ele me beijou.

– Responde!

– Você não faz mais do que sua obrigação. – Ri e ele tentou puxar meu lábio inferior, mas acabei me afastando. – Na verdade, muitas vezes até que faz. – Fiz um bico.

– Faço nada, Luh. – Suspirou. – É nosso filho…

– Ou filha.

– Ou filha. – Sorriu. – Você quase nunca me deixa completar.

– Eu te amo. – Acariciei seus cabelos.

– Eu também te amo. E amo muito!  – Me beijou outra vez. – Vamos fazer amor… – Pediu baixinho.

– Não está indisposto?

– Luh…

– O quê?

– Você não vai fazer isso comigo. – Me encarou.

– Não está mais aguentando?

– Estou quase explodindo! – Admitiu.

– Homens… – Sussurrei. Arthur revirou os olhos.

– Mulheres… – Me imitou e cheirou meu pescoço. – Já entendi que é um não. – Completou e se afastou. – Vou tomar um banho. – Avisou e logo se levantou.

– Ei!

– Não, nem vem. Você gosta de fazer isso comigo. – Disse sem me olhar e seguiu para o banheiro.


*


– Você vai se ocupar agora? – Perguntei ao me sentar na poltrona e calçar os meus sapatos.


Estou vestida com um vestido na cor “café com leite”, um sapato na cor bege, um relógio dourado, brincos dourados e bege e irei escolher uma bolsa na mesma paleta. O vestido não é longo, fica acima dos joelhos, é de manga comprida e tem um laço na cintura. Embora marque bastante a cintura, não marca ainda a barriga. Então não estou preocupada se alguém irá ou não perceber algo.

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– Vou, Luh. Por quê? – Arthur se aproximou e eu me levantei da poltrona. – Tenho ensaio daqui a pouco. Irei passar o dia na produtora. – Explicou. – Quer algo?

– No início da semana eu prometi à Anie que íamos comprar o material escolar dela…

– Hoje?

– Sim. Hoje ou amanhã. – Respondi e Arthur me abraçou.

– Você está tão linda! – Me elogiou e eu sorri contra o pescoço dele. – E cheirosa. – Disse após cheirar o meu pescoço. Aproveitei o momento, os elogios, o abraço e o carinho que ele está fazendo em minhas costas.

– Me desculpa. – Pedi fazendo carinho em sua nuca.

– Não estou chateado com nada. – Esclareceu. – Não precisa se desculpar por

nada. – Me deu um beijo no pescoço. Retribui também beijando o seu pescoço.

– Eu não queria que você tivesse levantado da cama daquele jeito.

– Nem eu. – Admitiu. – Eu preferia ter ficado deitado e com você em cima de mim. – Completou me fazendo rir.

– Amor! – Exclamei e ele riu outra vez contra o meu pescoço.

– Eu não menti. Você me conhece. – Se afastou. – Teria sido gostoso. Um bom dia maravilhoso. – Contou e eu concordei.

– Nós podemos fazer amor hoje à noite. – Falei passando a ponta dos dedos pelos botões da camisa dele. Arthur me encarou desconfiado, mas não conseguiu esconder o sorriso.

– Você está falando sério?

– É claro!

– Sabe que se prometer, vai ter que cumprir. Porque eu quero. Eu vou cobrar! – Me avisou. Ele ainda está me olhando desconfiado. – E aí?

– É sério, Arthur!

– Não é só por que você acha que eu estou chateado, não é?

– Não. Não é nada disso. – Deixei claro. – Eu quero você. Eu já estou com saudades. – Confessei.

– Uuuuuhm… – Me puxou para outro abraço. – Eu também estou! – Disse e depositou vários beijos pelo meu rosto até chegar aos meus lábios, onde ele iniciou um beijo lento e gostoso. Cessou com um selinho demorado. Eu quis mais.

– Me beija de novo… – Pedi quase gemendo. Arthur sorriu.

– Quantas vezes você quiser, meu amor. – Disse e voltou a me beijar do mesmo jeito de segundos atrás. Cessou o beijo com mais um selinho. – Você vai se atrasar. – Me lembrou. E eu concordei.

– Você tem razão. Mas eu não quero sair daqui. – Fiz um biquinho. Arthur acariciou as minhas bochechas com o polegar.

– À noite, baby. À noite. – Falou com um sorriso carinhoso nos lábios. Desceu uma das mãos para a minha barriga e acariciou. – Quero ouvir o coração do bebê quando você chegar do trabalho.

– Tudo bem. – Falei e coloquei a mão sobre a dele. Amo tanto esses momentos. – Tem que passar na farmácia para comprar o gel… – Me referi ao gel que usamos para passar na minha barriga.

– Verdade. O que tinha, usei da outra vez. Vou comprar. – Segurou o meu rosto com as duas mãos e me deu mais um beijo. – Você é a mamãe mais linda do mundo.

– Obrigada! – Sorri. – Você acha que conseguimos comprar o material escolar da Anie ainda hoje? – Mudei de assunto. Arthur se afastou um pouco.

– Conseguimos sim. Devo chegar do ensaio umas quatro e meia, cinco horas, por aí assim. – Falou. Assenti. – Anie pode ir à aula de balé das três, o que acha?

– Pode ser. Carol pode levá-la. Quando você sair do ensaio, ela já estará em casa.

– Sim. Pego ela aqui e vamos encontrar você no trabalho. Pode ser?

– Pode. – Concordei. – Você já vai?

– Só vou tomar café antes. Quer uma carona?

– Sim. Se não for te atrasar.

– Não vai. – Falou e me abraçou novamente. Anie apareceu no quarto.

– O que foi, minha mamãe? – Perguntou ainda sonolenta.

– Oi, meu amor. Bom dia! – Falei ao olhá-la.

– Bom dia, mamãe. Bom dia, papai. O que aconteceu?

– Bom dia, filha. – Arthur riu baixinho.

– Nada, meu amor. Eu só queria um abraço e seu papai me abraçou. Só isso, filha.

– Só? – Insistiu. Anie é bem desconfiada e agora está com muito ciúmes de mim.

– Sim, só. – Arthur respondeu. – Hoje a sua mãe está muito dengosa. – Arthur depositou um beijo em minha testa.

– A senhola também quer um abraço meu? – Ofereceu e eu me derreti de amor.

– Claro que eu quero, filha. – Me abaixei para abraçá-la. – Eu te amo, meu amor.

– A senhola já pode me carregar? – Perguntou em meu ouvido. Sorri com o pedido.

– Deixa eu carregar ela e colocar no seu colo, é melhor, amor. – Arthur disse. Assim eu não preciso fazer força ao me levantar com ela no colo. Assenti.


Ele carregou a nossa filha e colocou em meu colo. Faz um tempo que Anie quer que eu a carregue, no começo da gravidez eu preferi evitar, era arriscado. Agora as coisas estão sob controle. Anie envolveu os bracinhos ao redor do meu pescoço. Ela tem cheiro de neném. Amo o cheirinho suave dela.


– Que cheirinho de bebê, meu amor. – Falei e ela soltou risinhos. Risinhos idênticos ao do Arthur quando fica envergonhado. Ele pareceu perceber.

– É o meu cheirinho. – Ele acabou abraçando nós duas. – Amo muito vocês duas. – Declarou. Anie retribuiu com um beijo na bochecha de Arthur. Sorri.

– Vocês vão sair? – Ela nos perguntou.

– Sim. Vamos trabalhar, filha. Vou para o escritório e seu pai vai para a produtora.

– E eu? – Fez um bico super dramático.

– Você tem aula de balé à tarde. – Respondi. – Carol vai te levar.

– Que horas?

– Hoje é um pouco mais cedo, na turma das três. Depois você vai voltar pra casa, vai tomar um banho, se vestir e esperar o seu pai.

– O que vamos fazer? – Perguntou curiosa. Arthur tirou ela do meu colo e a colocou no chão.

– É surpresaaaaaaa!

– Eu já sei! – Exclamou super animada.

– O que é? – Arthur perguntou divertido enquanto saímos do quarto.

– Compar minhas coisas da escola. Não é, mamãe? A senhola que plometeu.

– Uhm, será que é? – Me fiz de desentendida e Anie saiu pulando na minha frente.

– Cuidado ao descer a escada! – Arthur pediu. – Meu Deus, ela não anda. – Comentou. – É tão mais fácil andar do que correr. – Negou com a cabeça.


Pov Arthur


À tarde.


– Já estou pronta, papai! – Anie entrou no quarto. Eu tinha acabado de chegar do trabalho. Só subi para me passar um pouco de perfume. Anie está toda animada.


Ela está linda com um look que diz muito sobre a personalidade dela: uma calça jeans de lavagem clara, personalizada, uma bata branca com babados e o tênis da Minnie e da Margarida que ela ganhou da minha mãe. Está de coque no cabelo, um de cada lado. Quero rir, não porque está engraçado, mas porque ela está muito fofa.


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– Você está tão fofa, meu amor. Está linda, linda, linda. – Falei dando um beijo em sua testa. – Sua mãe vai amar esse look. – É muito a cara da Lua. Anie às vezes parece que tem uns quinze anos ao invés de cinco anos.

– É, eu sei. – Sorriu contente. – A gente vai agola?

– Sim. Já, já… e como foi a aula?

– Foi legal. Sabia que a gente já tá quase, quase sabendo todos os passos da nova dança? – Disse empolgada e deu pulinhos.

– Toda a coreografia? – Questionei surpreso e Anie concordou. – Que legal, filha! – Estou muito orgulhoso dela e da sua turminha. – Papai está muito orgulhoso de você, meu amor.

– Obligada, papai. – Sorriu e eu a abracei.

– Sua mãe também vai ficar muito feliz e orgulhosa. – Falei e a coloquei no chão.

– Deixa que eu conto, tá?

– Claro. Vamos lá… – Chamei ela. – Sua mãe já deve estar esperando a gente. Deixei meu celular no carro.


Descemos a escada, saímos de casa e entramos no carro.


*


– Uuuhm… Vocês demoraram! – Lua disse assim que entrou no carro. – Oi, meu bebê. – Jogou um beijo no ar e Anie estendeu a mão para que a mãe segurasse.

– Mamãe!

– Sim…

– Tenho uma novidade pra contar. – Anunciou e Lua sorriu.

– O que vocês aprontaram, hein? – Perguntou desconfiada.

– Não aprontamos nada. – Nos defendi. – Por que você sempre pensa isso de nós? – Questionei. Lua riu.

– Porque eu conheço vocês. – Disse simplesmente.

– Pois fique logo sabendo que você está nos julgando equivocadamente.

– Aham… – Duvidou.

– Não acredita é? Pois vai ver! Conta a ela, filha. – Falei e Lua riu.

– Já estou curiosa.

– É que é uma novidade!

– Sim, pois me conte. – Lua pediu tentando segurar o riso.

– Eu já contei plo meu papai lá em casa. Ele gostou muito, não é, papai?

– Sim, meu anjo. Eu amei. Sua mamãe vai amar também. – Pisquei um olho. Lua ainda sorria.

– Eu contei plo meu papai que eu já sei quase toda a minha dança, mamãe. Da outa apesentação que vai ter. Lemba?

– A coreografia, filha? – Lua indagou animada e Anie assentiu. – Ai, meu amor, que legal! A mamãe está muito feliz por você, minha filha. Feliz e orgulhosa!

– O meu papai também! – A pequena ressaltou.

– É claro que sim. – Lua me olhou. – Você gostou da aula de hoje?

– Sim, gostei. Foi legal, mamãe.

– Que bom, filha. – Lua jogou um beijo no ar para a pequena.

– Mamãe…

– Sim.

– Eu posso escolher do que eu quiser?

– Pode, filha. A mamãe já disse isso a você.

– Você já decidiu do que quer comprar o seu material? De qual personagem?

– Sim, papai. Das princesas! – Contou super animada.

– De novo?

– É. Só que agola de outas plincesas. De outas plincesas difelentes. A minha mamãe disse que pode.

– Mas pode, filha. Eu só perguntei porque ano passado foi das princesas de novo. Pensei que esse ano você fosse escolher outros personagens. – Expliquei pacientemente.

– Não. É que eu gosto mais das plincesas. – Ela insistiu. Lua riu.

– Tudo bem. É você quem vai usar mesmo. Mas fique sabendo, que se enjoar do material, vai ter que usar até o final do ano. – Deixei claro e ela concordou.

– A minha mamãe também já disse isso.

– Muito bem então. A sua mamãe é ótima! – A olhei. Lua concordou com um sorriso contido.

– Modéstia parte, eu sou mesmo.

– Eu sei. Por isso falei!


Chegamos ao shopping, entrei no estacionamento e deixei o carro em uma vaga.


– Você tá bem, neném?

– Sim. Por quê? – Lua me respondeu.

– Tá quieta. – Me inclinei para dar um beijo no pescoço dela.

– Só quero ir pra casa. – Disse mais baixo encolhendo os ombros.

– Acho que não vamos demorar muito.

– Espero que não. – Falou e lhe dei um selinho.

– O que foi? – Anie pendeu a cabeça para o lado ao fazer a pergunta.

– A mamãe que quer um carinho. – Beijei a bochecha de Lua.

– A senhola quer abacinho? – A pequena ofereceu e eu senti muita vontade de apertar as bochechas dela.

– Eu quero. Eu acho que eu prefiro os seus abracinhos. – Lua respondeu e eu a abracei.

– Não prefere não. – Falei e elas riram.

– Pefeli sim, né, minha mamãe? – Perguntou e Lua assentiu.

– Vocês duas são chatas. Meu Deus! – Falei e as duas continuaram rindo. – Mas eu amo tanto vocês que nem sei… – Declarei e Anie se inclinou para abraçar nós dois. – Te amo, meu bebê.

– Muito, muito?

– Muito, muito, filha.

– Ah, não. E eu? – Lua questionou.

– Você também, sua ciumenta. Muito, muito. – Dei um selinho.

– Três muitos. – Lua sussurrou e eu ri.

– Vem, vamos logo…


Saímos do carro, fechei as portas e ativei o alarme.


– Andando, filha. – Lua pediu. A garotinha ia saltitante na nossa frente. – Por que ela só gosta de correr?

– Sabe que eu me pergunto a mesma coisa?

– Eu nem sei em qual loja ir…

– Não pode ser a mesma do ano passado? – Perguntei.

– Pode. Lá tem coisas legais e uma infinidade de materiais das princesas. – Lua lembrou. – Embora eu ache que tudo se pareça.

– Hahaha… Anie vai dar um jeito de nos mostrar que estamos errados.

– Ela vai mesmo. – Lua concordou e passou um dos braços por trás da minha costa e me abraçou pela cintura.

– Nosso bebê mexeu hoje? – Perguntei baixo.

– Sim.

– Muito ou pouco?

– Muito.

– E agora?

– Acho que agora ele ou ela está dormindo. – Respondeu e me encarou. Lhe dei um beijo na testa.

– Quando chegarmos em casa, podemos tomar banho juntos? – Perguntei sem malícia.

– Só banho?

– Sim. Sem segundas intenções, pode acreditar. Gosto quando a gente tem momentos assim…

– Só nossos?

– Sim, mais íntimos. E não estou falando de sexo, estou falando desses outros momentos. Você entendeu?

– Sim, entendi. Você é muito romântico. – Ela disse. Não consegui identificar no tom de voz se foi um elogio ou apenas um comentário de algo em mim que talvez a incomode em alguns momentos. Ou pode ser um incômodo, também, em vários momentos. Ficamos em silêncio. Não consegui responder. Lua me encarou depois de alguns minutos.

– Sim… às vezes eu sou. – Admiti. – Mas só se você quiser… tipo, o banho, entendeu? Pode ser outro dia também.

– Eu quero. – Lua apertou mais forte a minha cintura. – Eu não acho ruim que você seja romântico. – Esclareceu.

– Sei que às vezes você não gosta muito… que gosta de privacidade, essas coisas. – Comecei. Lua me encarou com o cenho franzido. – Sei também que os dias não têm sido fáceis… – Não completei, Anie nos interrompeu.

– Papai!

– Sim. – Olhamos para a pequena.

– Depois que comprar tudo, eu posso tomar um sorvetinho?

– Olha quem pode responder. – Apontei para a Lua. – Sua mamãe. Porque depois você adoece e ela vai colocar a culpa em mim.

– Então a minha mamãe não vai deixar…

– Não. E que bom que a senhorita já sabe a resposta. – Lua sorriu sem mostrar os dentes.

– Me carrega? – Pediu erguendo os bracinhos.

– Ciúmes. Isso se chama ciúmes, dona Anie. – Me afastei de Lua e peguei ela no colo. – Você está com ciúmes da sua mãe? – Perguntei, mas Anie não disse nada. – Não, filha. Ciúmes da sua mãe não. – Falei e Lua riu.

– Não é não! – A pequena negou.

– Tá, sei… – Falei desconfiado e Anie me abraçou mais forte.


Caminhamos até uma loja no segundo andar do shopping, onde Lua comprou o material da Anie ano passado.


– Escuta só, Anie. – Lua chamou a atenção da nossa filha. – Vamos comprar apenas as coisas do seu material escolar. Nada mais, está me ouvindo?

– Mas pode ser o que eu quiser? A senhola disse que podia, mamãe.

– Pode, contando que esteja dentro do que foi pedido. Tenho a lista aqui da escola. Caderno, mochila, lancheira e lápis você poderá escolher o que quiser. As outras coisas sou eu e seu pai quem vamos escolher. Vamos ver aqui na lista. Está ouvindo?

– Eu tô, mamãe. Tudo bem. Já pode começar a escolher? – Nos perguntou animada.

– Pode. – Lua autorizou.

– Vou pegar uma cesta para colocarmos as coisas dentro. – Avisei e Lua concordou.

– Tem que comprar um avental. Com certeza ela vai querer das princesas. Espero que tenha. – Lua falou ao olhar a lista.

– Vamos perguntar para a atendente. – Falei quando uma moça se aproximou de nós dois.

– Bom dia! – Nós disse.

– Bom dia! – Respondemos juntos.

– Posso ajudá-los?

– Claro. Viemos comprar o material escolar da nossa filha. Tem alguns materiais aqui na lista que não precisam ser personalizados, gostaríamos de ver logo. Colas coloridas, pincéis, tintas… tem cola com glitter e sem glitter… massinha de modelar. – Lua explicou.

– Certo. Posso ver a lista? Para ver a quantidade.

– Sim.


Lua entregou a lista para a atendente e seguimos ela pelos corredores enquanto ela ia pegando as coisas e Lua colocando na cesta que eu estou carregando. Anie está eufórica vendo as mochilas, mas ainda não escolheu nenhuma e espero que ela não implique para comprar mais de uma. Não quero Lua se estressando por isso.


– Olha, mamãe. Os lápis das plincesas. Todos os lápis das plincesas. Pode compar? – Nos mostrou uma caixa de lápis de escrever e uma caixa de lápis de cor, ambas das princesas.

– Pode, filha. – Lua respondeu e Anie colocou as duas caixas dentro da cesta.

– Falta cola branca, borracha, tesoura, apontador… – Falei. – Vê se tem das princesas, pra combinar.

– Tá, papai. Eu vou ver… – Ela saiu correndo pelo corredor da loja.

– A tesoura tem que ser de ponta redonda, amor. – Lua me lembrou.

– Verdade! Vou lá atrás dela. – Disse e fui atrás da nossa filha.

– Qual desses daqui, papai? – Me mostrou um apontador amarelo, um rosa, um branco e um lilás das princesas.

– Eu prefiro o lilás. E você?

– Eu também. – Sorriu toda sapeca. – Combina mais, não é mesmo?

– Sim, combina. Vamos ver a tesoura? Tem que ser com a pontinha redonda. Vamos ver se tem aqui. – Avisei.

– Por que?

– Porque você é criança. Pode se machucar se for de outro modelo. – Expliquei.

– Entendi! Quelo essa borracha. Duas, olha. Pode ser, papai?

– Pode, filha. – Sorri e Anie colocou as borrachas dentro da cesta. – Olha essa tesoura. Pode ser dessa, você gostou? Tem a amarela também. – Mostrei pra ela uma tesoura rosa das princesas.

– Pode ser essa papai, rosa. E essa cola! – Me mostrou uma cola rosa das princesas.

– Tá ok. Só vamos ver com a sua mãe se é só uma ou mais cola, dessa aí.

– Vamos… cadê a minha mamãe?

– Está vendo o restante do material.

– Agola tem que ver a minha mochila e os meus cadernos.

– E a sua lancheira, pra levar o lanche.

– Verdade, papai.

– Já pegaram o que faltava? – Lua perguntou colocando algumas colas coloridas dentro da cesta. – Acho que vamos precisar de outra cesta para colocar os cadernos.

– Vou buscar. – Disse a moça que está nos atendendo.

– Estão pedindo só uma cola branca?

– Sim, amor.

– Então está tudo certo. – Falei e caminhamos atrás de Anie até o corredor que estão os cadernos.

– Quelo esse de todas as plincesas e da Bela da fera. – Nos mostrou os dois cadernos. – Pode, minha mamãe?

– Pode, meu amor. Falta escolher mais um caderno e um álbum para desenhos, filha. – Lua lembrou e Anie correu até a prateleira que estão os álbuns.

– Pode ser esse da Bela da fera também?

– Pode, amor. – Lua disse e Anie me entregou o álbum. – Falta mais um caderno, filha.

– Esse que tem a Moana, a Rapunzel, a Cindelela, a Aliel e a Melinda. Tá, mamãe?

– Tá bom.

– Agora a mochila.

– Eu já sei qual que eu vou escolher, mamãe.

– E qual vai ser?

– Essa que é bonita e de todas as plincesas que eu gosto, mamãe. E cololida. A senhola também achou ela bonita, mamãe?

– É bonita mesmo, filha. – Lua concordou ao pegar a mochila. Anie não alcançava a prateleira. – Olha aqui. – Entregou a mochila para a pequena.

– O senhor também gostou, papai?

– Sim, eu também achei bonita, amor.

– Tem kit de lancheira? – Lua perguntou para a atendente.

– Não. Dessa mochila não. Mas temos de outros kits.

– Mas eu quelo dessa, mamãe.

– Então a lancheira terá que ser diferente.

– Não tem poblema, mamãe.

– Então ok se não tem problema. – Rimos.

– Olha, temos essas lancheiras e esses kits de garrafinha e marmita que são das princesas.

– Quelo dessa, mamãe. – Anie apontou para o kit de garrafa e marmita das princesas: azul e rosa.

– E a lancheira?

– Essa daqui da Rapunzel, Cindelela e Bela da fera. – Encolheu muito contente. A atendente entregou a lancheira a ela.

– Essa mesma?

– Sim, mamãe.

– Então está tudo ok. – Lua falou e seguimos para o caixa. – Não esqueceu de nada, amor.

– Acho que não, Luh. – Respondi e ela assentiu.

– Podemos repassar a lista assim que for passando no caixa. – A atendente sugeriu.

– Uhm, é melhor mesmo. Vai que a gente tenha esquecido algo.

– Verdade! – A mulher concordou.


Passamos a compra, conferimos a lista e não faltou nenhum material. Lua pagou todo o material.

 Link: Material escolar da Anie | Clique aqui e veja.

Já tínhamos conversado em casa sobre isso, ela ficou com o material e eu com o uniforme completo. O uniforme é entregue pela escola, já fizemos o pedido. Tanto do uniforme diário quanto do de educação física.


– Sabe o que podíamos fazer? Comprar logo o tênis e o sapato dela, o que você acha? – Lua perguntou assim que saímos da loja. Tênis para as aulas de educação física e sapato estilo boneca e envernizado para o dia a dia.

– Que é uma boa ideia. As aulas já voltam na outra semana depois dessa que vem.

– Sim. E já estamos aqui, é melhor aproveitar.

– Vamos lá.

– Só os sapatos. As meias serão entregues juntas com o uniforme.


Pov Lua


Em casa | Dezenove horas e vinte e cinco minutos.


– Mamãe?

– Oi, amor… – Chegamos em casa, desci do carro e Arthur abriu o porta-malas.

– Luh, deixa que eu pego as sacolas. – Me avisou e eu assenti.

– Eu posso mostrar meus mateliais para as meninas?

– Pode, filha. Vamos deixar lá na sala, aí você chama elas, tá? Depois a gente organiza tudo. – Expliquei enquanto abria a porta de casa.

– E pro Bart também! Olha aqui, Baaaarttt, vem ver meu matelial da escola! – Correu até a sala com a mochila e a lancheira nas mãos. O cachorro acompanhou ela.

– Quer ajuda?

– Não. Está tudo certo, amor. – Arthur sorriu e entrou em casa com as sacolas. Fechei a porta. – Oi, garotão. – Falou com o cachorro e deixou as sacolas sobre o sofá. – Estava com saudades é? – Sentou-se no sofá e fez carinho nas orelhas do Bart.

– Acho que ele tava, papai.

– É, eu também acho. – Arthur concordou. – Vai lá chamar as meninas. – Arthur pediu. Me sentei no sofá ao lado dele.

– Eu já volto tá, papai?

– Tá. – Arthur concordou e Anie saiu correndo em direção à cozinha. – E você?

– O que tem eu?

– Já vai subir?

– Só esperar as meninas. – Respondi.

– Ok, vou subindo. – Me avisou e se levantou do sofá. – Você fica, garotão. – Disse para o cachorro.


Arthur subiu a escada e eu fiquei esperando as meninas na sala. Não demorou muito para as três aparecerem na sala. Anie seguia super animada e falante.


– Eu vou deixar ela aqui com vocês e vou subir para tomar um banho. Estou muito cansada. Depois você dá um banho nela, Carol?

– Sim, Luh. Pode deixar!

– Ei, mocinha. – Chamei a atenção da pequena. – Não é para levar essas coisas lá para cima, entendeu? Depois a gente vai guardar tudo e deixar lá na brinquedoteca, ok? Obedeça a Carol. Qualquer coisa, estarei lá no quarto.

– Tá, mamãe. Tá bom! – Ela concordou e pulou no sofá.


*


Subi os degraus e abri a porta do quarto. Arthur está sentado na cama mexendo no celular.


– Pensei que já estivesse no banho. – Comentei me aproximando dele.

– Estou respondendo algumas mensagens. Já vou. Pode ir na frente se quiser, eu espero, Luh. – Respondeu sem me olhar. Sentei ao seu lado.

– Pensei que a gente tivesse combinado de fazer isso juntos. Você não quer mais? – Perguntei sem entender.

– Quero. Se você quiser, a gente toma banho juntos. – Bloqueou a tela do celular e me olhou.

– O que você quis dizer lá no shopping com aquela conversa de que “sabe que eu gosto de privacidade e que também sabe que os dias não têm sido fáceis…” Não entendi, Arthur e logo Anie apareceu e você não terminou de falar. – Questionei.

– Não era nada de mais.

– Se não fosse, você não teria ficado estranho.

– Estranho é? – Ele riu.

– Para de tentar me enrolar. Sabe que eu te conheço. Não estou errada!

– Vamos tomar banho. – Ele se levantou da cama.

– Isso é sério? Arthur, somos adultos. Já tínhamos feito as pazes. Essa semana estávamos sem nos falar, voltamos a ficar bem hoje e agora já estamos assim… – Suspirei.

– Está tudo bem, Luh. De verdade! Não vamos deixar que um comentário meu acabe com isso, por favor.

– Eu não estou deixando nada. É você quem está.

– O que ia falar era que sei que as coisas não estão fáceis pra você, quis me referir sobre a gravidez. Comentei sobre a gente ficar só, mas sei que agora não é tão fácil assim. Não vamos estar exatamente sozinhos e às vezes você fica indisposta.

– Não foi sobre isso, Arthur…

– E foi sobre o quê?

– Você ficou pisando em ovos quando falei que você é muito romântico. Não falei isso porque acho ruim. Falei porque é a verdade. Não foi uma reclamação. Eu apenas comentei. Você é mesmo! Por que ficou assim?

– Eu não entendi, Lua. Foi só isso…

– O quê?

– Porque você falou daquele jeito.

– Foi só um comentário. – Eu também me levantei da cama. – Não quero que fique mal com isso. Eu não falei com essa intenção, Arthur. Acredita em mim!

– Lua, eu acredito. – Afirmou. – Eu já disse que está tudo bem, querida. Não quero que fique preocupada com isso.

– Então não fica assim. Não quero que você fique distante. Não quero você longe de mim. – Me aproximei dele e Arthur colocou os braços em volta da minha cintura.

– Tudo bem. – Encostou a testa na minha. – Não estou distante, uhm?! – Me puxou para mais perto. – Está tudo bem, de verdade. Não quero você preocupada com isso.

– Não é só você que pode se preocupar.

– Eu sei que você é teimosa o suficiente para me contrariar. – Falou e me deu um selinho.

– Você me conhece. – Puxei ele para um beijo. – Eu te amo.

– Eu te amo mais. – Nos beijamos.

– Não fica assim… – Pedi após o beijo. Arthur depositou um beijo na minha testa.

– Não estou assim. – Disse.

– Ainda quer tomar banho comigo? – Beijei seu pescoço.

– Quero. Muito. – Enfatizou.

– Depois a gente faz amor… – Sussurrei e Arthur riu baixo, acariciando os meus cabelos.

– O que você quiser, meu amor. – Disse desfazendo o laço do meu vestido. – Você trancou a porta?

– Sim. – Respondi enquanto desabotoava a camisa dele. – Sabia que você ficou muito gostoso com essa roupa?


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– Acho que eu fico mais gostoso sem roupa.

– Eu tenho certeza. – Afirmei. – Mas você entendeu o que eu disse… – Rimos. Arthur foi levantando o meu vestido até tirá-lo por completo. Fiz o mesmo com a camisa que ele vestia.

– Sabe o que notei… sua barriga está bem mais perceptível essa semana, mais do que na semana passada. Talvez semana que vem, nem dê mais para esconder. Não que você esteja escondendo. – Me olhou. – Acho que as pessoas começarão a perceber… – Acariciou a minha barriga e eu concordei.

– É, eu sei. Eu já tinha pensado nisso. – Suspirei.

– E está tudo bem, Luh. Quem precisa saber, já sabe. Eu que sou o pai do bebê, a nossa filha e as meninas que convivem com a gente. Não devemos explicações a ninguém. Não fizemos nada de errado, hein?! – Segurou o meu rosto com as duas mãos e me deu um beijo na ponta do nariz.

– Ainda me sinto tão insegura para contar às outras pessoas. – Suspirei outra vez.

– E não precisa contar se não quiser. Eu super concordaria se você quisesse postar uma foto com a barriga grande e linda, qualquer dia desses, assim, do nada. – Sorriu. Seu tom de voz denunciou a ideia de menino travesso.

– Quer um caos é?

– Que nada. Será caos se a gente deixar que seja. – Me deu um selinho. – E aí?

– Não. Gostei da ideia da foto, mas não sem antes contar para as pessoas que eu acho que preciso contar. Não que eu precise, mas que eu quero, na verdade. – Expliquei. – E eu quero contar para o Harry. – Acrescentei.

– Ele ficará tão animado. Na verdade, acho que ele vai pensar que estamos zoando. – Arthur comentou.

– Amor, você acha que um dia o Harry será pai?

– Eu acho que se um dia for, este dia ainda está muito, muito longe de chegar, Luh. – Arthur foi sincero.

– Ele será um ótimo pai. – Falei.

– Sim, eu concordo. Ele será um pai muito incrível.

– Nós podemos contar a ele sobre o bebê esse final de semana.

– Quando você quiser, Luh. – Me disse e eu o abracei apertado.

– Obrigada. Eu te amo tanto.

– Você é a minha vida, Lua. – Declarou. – E não fique chateada com isso. – Pediu.

– Hoje não. – Respondi e acabamos rindo.


Voltamos a nos beijar, desabotoei a calça comprida dele e a empurrei para baixo. Arthur abriu o fecho do meu sutiã e o tirou. Passou a ponta dos dedos pelas minhas costas nuas e desceu até o cós da minha calcinha.


Horas depois…


– Nossa, pensei que Anie não fosse dormir. – Arthur chegou ao quarto e sentou na cama. – E eu pensei que você já estivesse dormindo. – Riu. Ele demorou mais de uma hora para colocar nossa filha para dormir.

– O que ela aprontou hoje? – Perguntei entrelaçando os dedos nos dele.

– Ela não parava de falar sobre a escola, as aulas e o material novo. – Arthur beijou o dorso da minha mão. – Eu tive que contar duas histórias para ela, e ainda cantei uma música.

Brilha, brilha, estrelinha… – Falei e ele assentiu sorrindo.

– Ela ama essa.

– Demais.

– Já volto pra gente dormir, tá? – Arthur avisou e tentou se levantar da cama.

– Eu lembro da gente ter combinado de fazer outra coisa.

Amor. – Ele sussurrou com um sorriso cínico. – Eu pensei que você tivesse mudado de ideia. – Acariciou a minha bochecha.

– Não. Eu disse que estou com saudades.

– Eu também, meu anjo. – Ele me deu um selinho e caminhou até o banheiro.


*


– Sabe… – Arthur saiu do banheiro e foi fechar as cortinas. – Eu comprei o gel, Luh. – Me disse.

– Antes podemos ouvir os batimentos do bebê. – Sugeri. – Você queria.

– Sim. – Respondeu empolgado e foi buscar o aparelho no closet.

– Você deixou onde o gel?

– Na gaveta, aí do meu lado da cama. – Respondeu e eu abri a gaveta para pegar o gel. – É de outra marca, Luh. Do que a gente estava usando não tinha mais. Ele voltou para o quarto com o aparelho em mãos.

– Esses dias eu fiquei pensando… mês que vem a gente já vai poder saber o sexo do bebê, caso queira – Levantei a minha camisola e Arthur abriu vidrinho de gel – E ainda nem falamos sobre o nome. Você quer decidir antes de sabermos ou só depois?

– Pode ser antes, Luh. Você já pensou em algum nome? – Me perguntou.

– Não. E você, já tem algum nome em mente? – Perguntei.

– Não, Luh.

– Não? – Não escondi a surpresa em minha voz. Desde que casamos ele tem um nome de menino em mente. – Amor, você já tinha escolhido um nome de menino. Não quer mais? – Fiquei curiosa.

– Não… – Me olhou ao responder. – Você pode escolher, Luh. Eu já escolhi o da Anie.

– Eu quero que você escolha. Independente do sexo, Arthur. Eu não vou ficar chateada. Você sabe… mas é claro que eu vou opinar se gosto ou não, certo?

– Certo. – Ele riu. – Tem certeza mesmo?

– É claro. Você gosta e têm ótimos argumentos. Quero ouvi-los.

– Você não está zoando não? – Me perguntou desconfiado.

– Não, Arthur. Por que você não quer mais Noah? Tem um significado tão bonito. Achei que já estivesse decidido, caso fosse um menino. – Comentei e Arthur ficou em silêncio por alguns segundos.

– E estava.

– E por que não está mais? Eu concordei com você que poderia ser.

– Estava até você engravidar daquela vez… – Começou. – Você quer mesmo falar sobre isso?

– Do bebê que perdemos?

– Sim.

– Tudo bem. Podemos falar…

– Eu acredito que era um menino, Luh. Tenho isso muito forte comigo. Não sei explicar…

– Você nunca comentou comigo.

– Nem saberia como. Você ficou tão fragilizada com tudo, depois vieram os resultados dos exames e tudo só complicou. Não tinha mais porque eu falar sobre isso, você só ficaria mais mal do que já estava.

– Mas, Arthur… nós perdemos o bebê. Foi tudo muito rápido, não ficamos sabendo nem do sexo.  Quando eu soube da grávidez, eu já tinha perdido o bebê. Não tem porque você não querer que esse bebê se chame Noah, se ele for um menininho. – Acariciei seu rosto. – É importante pra você, sei que é. Tem significado… é como se fosse a realização de um sonho. Ainda consigo escutar a nossa conversa de anos atrás, meu amor. “Noah, significa conforto e, até, aquele que vive muito.” – Falei e vi quando seus olhos encheram de lágrimas. – Eu não quero que você pense que eu não escutava seu pedido, Arthur.

– Eu sei que sempre escutou, Luh. Eu sei! – Afirmou. – A questão não é essa, tá? Fico feliz, muito feliz com essas suas palavras. Mas eu gostaria de escolher outro nome, se você deixar…

– É claro que eu vou deixar, meu amor. – Sorri. – Eu quero muito que você escolha o nome do nosso segundo bebê. Você é mais criativo…

– Você também é! – Ele roçou o nariz no meu. – Luh, como eu disse, eu tenho muito forte comigo que o bebê que perdemos seria um menino. Eu não consigo explicar… eu só sinto que era, sabe? – Disse e eu assenti. – E na minha cabeça, Noah seria o nome do nosso primeiro filho menino. Independente se ele viesse na segunda, na terceira ou na quarta gravidez. Eu sei que não teríamos mais de quatro filhos. – Ele disse divertido e tirou alguns fios de cabelo que caiam em meu rosto.

– Sim. Com certeza não seria um time de futebol. – Comentei e ele assentiu.

– Eu sei. – Voltou a afirmar. – É de qualquer forma, ainda será o nome dele, não é mesmo? É nosso filho, mesmo que não tenha ficado com a gente. Ele teria sido muito amado, assim como Anie é e como o nosso novo bebê é. Eu tenho muita certeza disso. Eu teria ficado nervoso e depois teria ficado muito, muito, muito feliz com a notícia.

Arthur… – Comecei a chorar. Ele me abraçou.

– Eu te amo, Luh. Você é a mulher mais forte e incrível que eu conheço. Eu caso com você três, dez, cem, mil, um milhão de vezes ou até mais, se você quiser.

– Eu quero mais. – Respondi em meio ao choro. Arthur me deu vários beijinhos.

– Eu caso, tá?

– Um milhão e um… – Sussurrei.

– Um milhão e dois. – Arthur sussurrou de volta.

– Foi tão linda a forma que você falou… eu também ainda lembro… – Ainda estou chorando e Arthur ainda está me abraçando.

– Eu sei que lembra, querida. Foi por conta de tudo o que aconteceu que ficamos ainda mais unidos e ainda mais fortes. Ele viverá em nossos corações para sempre, de qualquer forma, ainda é aquele que vive muito, Luh.

– Sim… você tem razão. Eu só não tenho certeza de que era um menino…

– Nem eu, meu amor. Nem eu…. Eu só, sinto, Luh… – Me deu um beijo demorado na testa. – É só por isso, meu amor. Quero que seja uma lembrança menos dolorosa. Eu não sei se um dia poderá ser… – Me deu um selinho e tentou limpar as minhas lágrimas. – Você pode escolher o nome do nosso bebezinho, hein? Está tudo bem. Eu tenho certeza de que vou adorar. E juro que não vou me opor. – Garantiu divertido e me encarou. Neguei.

– Não. Eu quero que você escolha. Você é mais criativo e eu tenho certeza de que as opções serão perfeitas. – Respondi.

– Quer decidir agora?

– Sim. Um nome de menino e um de menina. – Pedi.

– Uhm… então vamos lá… talvez eu tenha pensado em alguns nomes…

– Eu sei que pensou. – Pontuei tentando me livrar das lágrimas. Quero que seja um momento lindo e feliz. Sei que será.

–... talvez em mais nomes do que você esteja esperando. Pode não ser uma escolha fácil. – Me avisou. Me senti empolgada.

– Quero ouvir!

– Primeiro de menina ou de menino?

– Pode ser de menina! – Exclamei animada. Arthur acompanhou a minha animação. Talvez eu nem consiga disfarçar que quero outra menina.

– Pensei em nomes pequenos, Luh… Todas as minhas opções são nomes pequenos, amor. Pra combinar com os nossos… – Sorriu um pouco envergonhado e eu achei a coisa mais linda e fofa. Arthur é muito carinhoso, amoroso, cuidadoso.

– Eu nem consigo pensar em quais são as opções. – Confessei. Sei que ele me surpreenderá da maneira mais linda e positiva. Vou levar a sério o aviso dele de que talvez teremos trabalho para decidir os nomes.

– Olívia, Lily, Evie e Aurora. Confesso que dessas opções, eu adoraria que fosse Evie ou Aurora. Porque tem significados que fazem mais sentido pra mim, pra gente… e são lindos. Os quatro são lindos, mas eu prefiro esses dois, se for para escolher. – Ele encolheu os ombros e eu quis beijá-lo e beijei.

– Aposto que você sabe o significado de todos os quatro. – Semicerrei os olhos.

– E sei!

– Quero ouvir. – Pedi.

Olívia é um nome associado à paz, sabedoria e esperança. E, Luh, na Bíblia se refere ao Monte das Oliveiras, onde Jesus chorou. Significa o próprio Espírito Santo, tem um significado muito forte, amor. E lindo, lógico. – Explicou pacientemente. Fico encantada com esse jeito dele de ser. Eu teria mais filhos com ele só para termos esse momento de escolhas dos nomes.

– É lindo, amor! Você ficaria chateado se eu preferisse esse?

– Não, Luh. Claro que não! É um nome lindo.

– E Lily?

Lily remete a uma flor, Lírio, pura, bela, inocente. Uma renovação. É lindo também.

– Realmente será difícil escolher e ainda faltam mais dois nomes, fora os de meninos. – Fiz um bico e Arthur concordou.

Evie significa renascimento, vem de Eva, a primeira mulher, embora seja nossa segunda filha, se for uma menina, é óbvio. Mas é vida, é aquela que dá a vida. É essa gravidez renasceu nosso sonho, Luh, de termos mais um filho. Embora não tenha sido nada fácil no início…

– Eu vou chorar de novo. – Avisei já com a voz embargada. Não sei qual nome escolher.

– Calma… – Pediu beijando os meus lábios. – Agora vem a Aurora… – O interrompi.

– Nascer do sol. – Falei e ele assentiu.

– Uhm… parece que temos uma preferida? – Encostou o nariz no meu. – Princípio da vida, infância. – Completou. – Nosso bebê. – Finalizou. – E aí?

– Você prefere Evie e Aurora?

– Sim, mas eu posso, perfeitamente, reconsiderar, caso você prefira outro.

– Eu gosto de Olívia e de Evie. – Sorri. Para mim são nomes que têm significados mais fortes e que fazem mais sentido para esse nosso momento. Os outros dois nomes são lindos, eu também escolheria sem nenhum problema. Aurora é um nome encantador.

– Então temos Evie como o nome escolhido para menina? – Ele sorriu abertamente. – Ou ainda poderá ser discutido?

– Não. Já temos um nome de menina escolhido. Um nome perfeito, embora não seja nossa primeira filha, se for menina – lembrei –, com certeza é renascimento, você tem toda razão. Não teria outro nome que combinasse mais. – Ressaltei. – Evie. – Sussurrei. Arthur sorriu ao fazer carinho em minha barriga, depois abaixou o rosto e levou os lábios até a minha barriga.

Evie, se você for uma menininha. E o papai mal pode esperar para te chamar pelo nome, meu amor. – Disse baixinho e eu voltei a chorar. Arthur beijou várias vezes a minha barriga e depois subiu um caminho de beijos até os meus lábios. – Eu te amo.

– Eu te amo.

– Agora… – Deu um beijo no meu pescoço. – Vamos escolher um nome de menino. – Sorriu.

– Eu tenho certeza de que será lindo e difícil de ser escolhido.

Henry significa líder, tem uma aura de liderança e também de poder “governante da casa”.

– Uhm… então eu terei um governante em casa, é isso?  – Perguntei.

– Sim, porque até agora quem manda é você. Acho que precisa nascer um menino para que a gente consiga governar essa casa. – Falou divertido e eu lhe dei um beijo.

– Qual é a outra opção?

Anthony, que significa inestimável e valioso. Dos que eu tenho como opção, eu gosto mais de Liam e de Ravi. – Confessou.

– E qual é o significado de Liam? – Perguntei.

Liam, protetor e corajoso. E eu acredito que já seja muito corajoso e forte. Vocês dois! – Disse e beijou as minhas mãos.

– É um nome lindo. E com “L” – enfatize – de Lua. – Observei.

– Só porque já temos Anie, com “A” de Arthur.

– Exatamente! – Concordei. – E Ravi?

Ravi significa domingo, brilho, luz… raio de sol e como eu já tenho uma Lua, eu também quero ter um sol, um Ravi. – Falou de forma carinhosa e emocionada. Não tenho dúvidas de qual nome de menino será o escolhido.

Amor… – Voltei a chorar. Não porque esteja triste, mas porque estou muito emocionada com essa nossa conversa.

– Você não gostou? – Perguntou baixo, contra os meus lábios. – Não chora, meu amor. – Me pediu.

– Eu achei lindo… – Funguei. – Muito lindo.

– Ainda tem mais um, Oliver, que significa paz, prosperidade, sabedoria e esperança. E uma esperança para nós, Luh.

– Sim. Agora eu não sei qual nome escolher. – Eu ainda estou chorando. – Quais você mais gostou?

Liam e Ravi. – Me respondeu.

– Eu gosto de Oliver e de Ravi, amor. Vou chorar de novo… – E voltei a chorar.

– Então já temos um nome de menino? – Arthur está muito emocionado e animado. Assenti. – Ravi. – Sorriu. – Nosso sol…

– Eu jamais tiraria isso de você, meu amor, se for um menino. – Falei emocionada. – Eu te amo. E quase você me faz mudar de ideia.

– Sobre?

– Sobre mais um bebê. – Confessei e Arthur riu alto.

– Não me dê esperanças. Você sabe que eu sou muito bom em me iludir, ainda mais quando o assunto é esse.

– Hahaha… pode parar… – Pedi quando Arthur começou a beijar o meu pescoço.

– Vou falar com o meu bebê, agora já com nome. – Desceu os lábios, do meu pescoço até a minha barriga. – Ravi, se você for um menininho, meu amor – beijou a minha barriga – e o papai também mal pode esperar para te chamar pelo nome. – Disse. Eu sei que hoje Arthur não faz mais distinção, ele ficará feliz, muito, muito, muito feliz, seja uma menina ou um menino. Ele está muito grato, é perceptível. – O que acha?

– Que se chamará Evie. – Respondi. – E isso me faz pensar que a gente possa ter um outro bebê, para chamar de Ravi. – Acrescentei. Arthur me encarou. – Ou Ravi e daí certamente teremos que ter outro bebê, porque agora eu quero uma Evie.

– Lua! – Ele exclamou. – Não brinca com isso, meu amor. – Pediu e eu ri. Talvez paremos no segundo filho mesmo, independente do que esteja vindo. – Você disse que par era um número perfeito.

– Foi você quem disse. – O lembrei. – E nós não somos perfeitos. – Acariciei os seus cabelos. – Foi uma conversa linda. Eu fiquei com vontade de ter mais bebês, porque os nomes que você escolheu são lindos demais.

– Se eu não te conhecesse, eu até acreditaria. – Disse baixo, fechando os olhos e aproveitando o carinho. Depois os abriu e me encarou. – Se for uma menina, não terá problema algum. Sei que você ficará muito feliz, querida. E não precisa pensar que terá que engravidar de novo só porque não virá um menino. Não é sobre isso, Lua. Eu já te falei. – Me lembrou outra vez. – Eu te amo.

– Eu também te amo. – Puxei ele para um beijo demorado.


Continua…


SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.


N/A: Olá, tudo bem? Espero que sim!


Eu consegui fazer essa atualização ainda esse mês. Estou escrevendo esse capítulo há dias, e para ser bem sincera, eu finalizei ele agora à noite. Espero que tenham gostado e que tenha sido uma leitura muito boa e emocionante (esse final aí… fiquei super emocionada, confesso). <3


Gostaram das opções de nomes escolhidos? Evie e Ravi <3


Lembrando que houve uma votação no grupo do WhatsApp e dos nomes votados, só a Manuella acertou o nome de menina escolhida (Evie) e só Thaian e Keila acertaram o nome de menino escolhido (Ravi). Eu já havia escolhido esses dois nomes antes de divulgar/fazer a votação no grupo haha


Agora a expectativa é para a descoberta do sexo (talvez, só talvez, seja no próximo capítulo! shiiiiiuuu!)


Não esqueçam de comentar, tá? Qual a parte que mais gostaram? Me contem tudooooo!


Abriram os links? O que acharam? Amo essa parte também. Penso que ajuda na nossa imaginação hahaha


O que acharam do material escolar (fofo e lindo) da Anie? Haha princesas… <3 sim, de novo, outra vez, sempre haha


Ps: Quanto ao próximo capítulo, não tem data ainda.


Um beijo.

Tenham uma ótima e abençoada semana!

E até breve! 


 

18 comentários:

  1. Primeira!!
    Nossa fiquei muito emocionada com esse final a escolha de nome que nome lindos.
    Não é atoa que é meu fic favorito obrigada autora de verdade.

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  2. Ansiosa pelo proximo capitulo para saber o sexo do bebê

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  3. Se fosse ela contava só por Harry e ninguém mais ansiosa para o bebê mexer para o Arthur.

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  4. Nossa toda vez que vejo uma nova atualização me alegro.

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  5. Autora não desiste de nós por favor por é o melhor fic que leio amo.

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  6. Que emocionante vey esse momento de escolha de nomes, acho que é o momento mas lindo de casal quando se espera um bebezinho

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  7. Me emocionei na escolha do nome que momento lindo amo essa fic

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  8. Ansiosa pelo proximo capitulo

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  9. Autora não demore com a atualização por favor

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  10. Eu adoro ler capítulos grandes

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  11. Nossa atualizo de hora em hora para ver se não há atualização nova

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  12. Esperando a nova atualização

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  13. Quem estiver no grupo e der alguma atualização avisa aqui poxa

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  14. Não demore com a actualização por favor

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  15. Esperando a próxima atualização

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  16. Ansiosa para descobrir o sexo do bebê

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  17. Necessito de uma atualização urgente

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