Little Anie - Cap. 92 | 3ª Parte

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Little Anie

Parte Três

Faça vínculos com gente simples.

Que trata todo mundo com humildade

e gentileza. [...] Gente que tem leveza,

que tem alegria. Que deixa algo de bom por

onde passa. Cerque-se de amigos* que têm

o coração bom. Que vibram por você sem

esperar nada em troca.

                              – @sobrecurar

 

Pov Arthur

 

Londres | Sábado, 26 de agosto de 2017 – Manhã


– Aaaii... eu não quero mais sair daqui.   Lua se virou e colocou os braços em volta do meu pescoço. Apertei a sua cintura com uma das mãos. Estamos deitados na cama.

 

Depois da nossa conversa sobre a escolha do nome do nosso filho ou filha, nós fizemos amor. Lento e muito, muito, muito gostoso. Eu estava com muitas saudades. Agora fazem alguns minutos que Lua está falando que precisa ir ao banheiro, mas que não quer sair da cama. Sei que é manha dela, conheço quando ela faz isso.

 

– Quer que eu te leve no colo, é isso? – Perguntei com os lábios próximos a testa dela e depois depositei um beijo.

– Uuhm… nem tem como negar…

– Você é muito mimada, Luh. – Ri.

– É você quem coloca mal-costume em mim. – Fez um bico e me encarou. – E eu gosto. – Admitiu.

– Hahaha… eu sei. – Dei um selinho nela. – Vamos lá… – Me afastei dela e sentei na cama. Lua permaneceu deitada. – Não vem?

– Eu só vou me levantar porque o bebê chutou a minha bexiga. – Fez uma careta.

– O bebê já chuta tão forte assim? – Perguntei divertido.

– Sim! E só pelo chute, eu sei que ele ou ela será implicante igual a você. – Comentou e eu ri me deitando de volta na cama.

– Aaah… agora eu sou implicante? –  Perguntei enquanto tentava beijar o pescoço dela.

  Você nunca deixou de ser… – Lua respondeu e tocou os meus lábios com a ponta dos dedos. – Amor…

– Sim.

– Vamos fazer amor de novo.

– Foi uma pergunta?

– Não. Um pedido. – Esclareceu e eu sorri.

– Vamos. – Aceitei.

– Foi tão gostoso. Eu quero de novo. – Sussurrou com os lábios quase colados nos meus.

– Os teus pedidos são ordens. – Sussurrei. Lua me beijou.

– Por que às vezes é assim?

– Assim como? O quê? – Franzi o cenho. Lua mexeu nos meus cabelos.

– Do jeito que foi… há alguns minutos…

– O sexo? – Perguntei e ela assentiu. – Só às vezes? – Questionei e me apoiei no colchão com os dois braços. – Então você quer dizer que das outras vezes não é tão bom assim? – Falei e Lua riu aproximando o rosto do meu.

– Não. Eu não falei isso. – Se defendeu. – É mais do que bom. É incrível. É gostoso. É excitante. Você sabe que é tudo isso. – Disse mais baixo.

– Não, senhora. Você acabou de dizer que só às vezes que é assim. – Lembrei. É óbvio que não estou chateado e sei exatamente do que Lua está falando. Comecei a beijar o vão entre os seios dela.

Aaainn… não, você não vai fazer isso. – Disse puxando os meus cabelos e levantando o meu rosto. – Vai me deixar excitada.

– Eu nem estou fazendo nada. Eu fiz uma pergunta. – Respondi e abaixei o rosto. Beijei um de seus seios antes de envolvê-lo com os lábios e sugar. Lua ergueu o corpo e soltou um gemido.

A-amor… – Puxou os meus cabelos. Subi os beijos até o seu pescoço.

– Sabe o que é, Luh? – Indaguei. – É que às vezes você está sensível e quando está assim, acontece desse jeito… – Expliquei calmamente. Na maioria das vezes ela é mais acelerada, gosta de movimentos rápidos e mais firmes.

– Você acha que é mais fácil? – Ela está de olhos fechados. Ri da pergunta.

– Não mesmo. – Assegurei. – É mais difícil. Porque não é sempre que você curte desse jeito. – Rimos. – Mesmo sabendo que eu prefiro quando é assim, uhm?! – Apertei um de seus seios ao final da pergunta.

Arthur! – Colocou a mão sobre a minha.

O quê?! Eu tenho que aproveitar, porque daqui a alguns meses não poderei fazer isso por um tempo, hein? Vou sentir tanta saudades. – Confessei e ela contornou os meus lábios com a ponta dos dedos.

– Não. Não fala assim. – Apertou a mão sobre a minha. – Então do meu jeito você não curte muito?

– O quê? Assim você até me ofende. – Falei. – Você ainda têm dúvidas?

– Você disse que prefere lento e quando eu estou sensível.

– Não. Eu não falei que prefiro quando você está sensível. Eu prefiro lento, você sabe. Amo sentir você, gosto de aproveitar cada segundo entrando e saindo de você sem pressa. Gosto de você mais relaxada, gosto de sentir isso, mas prefiro você mais segura do que sensível. Amo quando está por cima e sei que você ama ainda mais.

– Sim. – Confessou tentando esconder um sorriso.

Safada! – Rocei o nariz no pescoço dela.

– Não é ruim quando é do meu jeito…

– Não, amor. Eu não falei que é ruim. Você gosta de um jeito e eu gosto de outro. Fazemos os dois. – Rimos. Mordi o lóbulo de sua orelha e puxei seus cabelos para trás. Lua gemeu.

Aaah…

– Você gosta disso, uhm?! De puxão de cabelo, de palmadas no bumbum…

– … de movimentos mais rápidos, mais intensos e beijos mais quentes. Tudo o que você já faz.

– Ainda bem, hein? Já pensou eu estar deixando a desejar bem aqui… – Falei trilhando um caminho com a ponta do dedo indicador até a sua intimidade. Lua flexionou um dos joelhos e tentou parar os meus movimentos, segurando em meu braço. – Ou aqui… – Voltei a beijar os seus seios, os dois e subi os beijos pelo pescoço e parei em seus lábios.

Você não vai… fazer isso… – Murmurou de olhos fechados e eu fiz exatamente o que ela pensou: penetrei um dedo em sua intimidade e com o outro dedo fiz movimentos circulares em seu clitóris. Lua me puxou para um beijo e eu retribui com a mesma urgência com que ela iniciou. – Ar-thur…

– Estou aqui, meu amor. – Sussurrei. Ela gemeu outra vez. A beijei outra vez. – Eu te amo tanto. – Declarei e a beijei mais duas vezes.

– Eu também te amo. – Lua sorriu e acariciou o meu rosto. – Você é tão incrível.

– Uuhm… assim eu vou me achar. – Rocei os lábios nos dela.

– Não quero que você mude.

– Não mudar o quê? – Me deitei na cama. Lua ficou deitada de lado e colocou uma mão em meu peito.

– Você.

– Tudo? Mas você reclama que eu sou chato e implicante. – Virei o rosto para olhá-la. – Fora que eu sou bagunceiro e você odeia!

– Eu reclamo, mas eu sentiria muita falta de você sendo chato e implicante comigo. – Fez um bico. – E sobre a bagunça, você até que melhorou depois da temporada que morou sozinho. – Riu. Fiz careta. – Não concorda?

– Eu disse a você que aprendi muitas coisas. – Respondi. Lua apertou a minha bochecha.

– Ganhou muitos pontos. Eu nunca mais reclamei. – Observou. – Da bagunça. – Frisou e eu ri. – Mas eu falei do geral mesmo. E do sexo. – Disse mais baixo.

– Não vou mudar. Na verdade, só se for pra melhor. – Me gabei.

– E tem como?

– A gente pode ver aí… quem sabe… – Falei divertido.

– Mas hoje eu ainda quero do seu jeito.

– Hoje você tá muito dengosa.

– Sim… muito sensível. Ainda mais depois da conversa que tivemos.

– Uuhm… – Cheirei seu pescoço. – Foi uma conversa linda, meu anjo.

– É disso que eu falo também…

– Eu sei, Luh. Nós temos muitas conversas lindas e produtivas. Eu amo conversar com você, seja sobre qualquer assunto.

– Você é tão atencioso e preocupado. – Segurou o meu rosto com as duas mãos. – Você, seriamente, me fez pensar na possibilidade de termos outro bebê depois desse.

– Hahaha… pode parar com essa conversa. Eu já disse que sou muito bom em me iludir com esse assunto, Lua. Não faz isso, porque facilmente eu posso ficar te pedindo um outro filho, meu amor.

– E agora, facilmente, eu posso te dizer que sim.

– Não fala assim… – Pedi. – A gente conversa depois que o bebê nascer. – Fiz carinho em sua barriga. – Passou a vontade de ir ao banheiro? – Perguntei.

– Não. E você ainda ficou me provocando com esses dedos…

– Você estava tão molhadinha. – Murmurei.

– Eu sei. – Ela segurou o riso. – Você sabe que vai terminar o que começou. – Me avisou.

– Com muito prazer. – Afirmei e me sentei novamente na cama. – Vamos? – Ergui os braços em sua direção e Lua segurou em minhas mãos.

 

*

 

– Ei, sabe… quero te fazer um convite. – Lua disse assim que voltou do closet.

 

Depois que ela foi ao banheiro, mais cedo, nós voltamos para o quarto e terminamos o que eu havia começado. Agora já tomamos banho e eu estou esperando ela terminar de vestir uma roupa para irmos tomar café.

 

– Lá vem. – Ri.

– É sério! Você não acredita?

– Eu acredito no convite. Só me preocupa para o que seja…

– Engraçadinho! – Ela colocou o sutiã e se aproximou de mim para que eu o fechasse. – Obrigada. – Agradeceu assim que o fiz. – Mas é super sério. Eu falei pra Anie ontem que íamos ao parque depois que chegássemos do shopping… Eu, ela e o Bart.

– Então quer dizer que ontem eu não estava convidado para esse passeio?

– Não. Anie estava chateada com você. – Me lembrou e eu fiz uma careta. – Aí como chegamos tarde do shopping…

– E ela estava muito empolgada com o material escolar, ela nem se lembrou. – Completei.

– Isso mesmo. E ainda bem! Porque ontem eu estava tão cansada.

– Aham… esse cansaço foi tão perceptível de madrugada. – Comentei.

– Paaaraa… foi você quem me começou.

– Hahaha! Que cínica! – Me levantei e Lua riu indo pegar um vestido para vestir.

– O que você acha desse vestido? – Me mostrou um vestido branco.

 

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– Bonito, amor. – Respondi.

– Não acreditei muito. – Fez uma careta e eu ri.

– Mas é bonito! – Afirmei. – Sabe que eu adoro branco. – Andei até a porta. – Vamos?

– Deixa eu vestir minha roupa. Quer que eu saia assim?

– Sem roupa só se for pra gente voltar pra cama. – Respondi. Lua vestiu o vestido.

– E o papo de que “Lua, a gente precisa tomar mais cuidado?” – Me lembrou e prendeu o cabelo em um rabo de cavalo.

– Papo, é? – Questionei. Lua assentiu.

– Muito chato, inclusive. – Se aproximou de mim. Abri a porta.

– Você disse que eu não preciso mudar. – Lembrei e ela riu. Saímos do quarto e eu fechei a porta. – Por que você faz isso comigo? – A abracei por trás e beijei o seu pescoço. Lua encolheu os ombros.

Aamoor…

– Eu não fiz nada. – Ressaltei e espalmei uma das mãos em sua barriga.

– Beijo no pescoço não, amor.

– Não pode?

– Não assim. Arthur, eu já disse que tá sendo difícil pra eu me controlar. Fico excitada mais rápido agora. – Parou e virou de frente para mim.

– Iiih… – eu quis rir. Rocei o nariz no seu – Ok. Não vou mais provocar você assim.

– Obrigada! – Agradeceu. Lhe dei um selinho.

– De nada. – Sorri. – Essa gravidez está te deixando muito safada.

– Sim. Ela e você. – Pontuou. Ri com mais vontade.

– Que nada. Não me culpe. É você quem tem vindo pra cima de mim. – Me defendi. Lua voltou a andar e parou em frente ao quarto da nossa filha. – Eu tenho te respeitado. Na verdade, sigo te respeitando. Tenho feito só o que você quer.

– E isso é muito ruim?

– Não. Eu não disse que isso é ruim. – Respondi e ela abriu a porta do quarto da nossa filha.

– Eu vou ver se Anie ainda está dormindo. – Ela olhou para dentro do quarto e depois fechou a porta. – E está. Isso é de se surpreender. – Comentou. – Já são quase nove horas.

– Ontem ela custou dormir. Vai ver deve ser por isso. – Contei. Lua concordou. – Vem cá, deixa eu te falar uma coisa. – A abracei de lado. – Para de achar que tudo o que você faz é ruim, é péssimo. Está me ouvindo? – Toquei o seu queixo com a ponta de um dos dedos e a fiz olhar para mim. – O que é isso? Está insegura?

– Sim, um pouco.

– Para com isso, Luh. Você sabe que eu não gosto.

– Não consigo evitar!

– Consegue sim, querida. Você poderia ficar insegura se eu te desse motivos. Eu não te dou e nunca te dei motivos, Lua. Por favor!

– Mas são os meus motivos, não os seus. – Explicou.

– E quais são os teus motivos?

– São meus. Não quero falar.

– Bobagens. – Retruquei. – Tenho certeza!

– Pra você pode ser, mas pra mim não é.

Iiiih… sem estresse, sem estresse, loira. Eu estou falando de boa com você.

– E eu também. – Falou. – Eu respondi normal. – Descemos os degraus.

– Tá. Então vamos voltar ao clima que estávamos ainda a pouco, por favor. Eu e você sem briga.

– Mas não estamos brigando.

– Estamos quase, quaaaseee, quaaaasee… – Comentei.

– Porque você é chato! – Exclamou e me abraçou de lado.

– Eu não seria chato se você não insistisse nessa insegurança. – Expliquei e chegamos à sala.

– Agora você vai falar nisso toda hora? – Me perguntou.

– Se você ficar se colocando pra baixo, sim.

– Eu tenho um psicólogo muito gostoso, é isso?

– Não. Só um marido mesmo e você tem que se contentar com isso. – Rimos. – O que você vai querer comer?

– O de sempre… – Caminhamos até a cozinha.

– Pão de queijo e suco de maracujá?

– Exatamente. Minha boca chega a salivar.

– Uuuhm…

– Não. Nem vem, Arthur! – Pediu negando com a cabeça.

– O quê? Eu nem falei nada. – Ri.

– Você pensou. Não sei o que é pior.

– Hahaha… não, os meus pensamentos não, baby. Bom dia, Carla, Carol!

– Bom dia, Arthur! – As duas falaram juntas.

– Bom dia, meninas!

– Bom dia, Luh!

– O que temos hoje para o café da manhã?

– Vão querer tomar aqui mesmo?

– Sim, sim. – Lua respondeu.

– Bolo de chocolate, panquecas, geleia, torradas e pão de queijo.

– Lua está sonhando com esse pão de queijo. – Falei.

– Fiz exatamente porque sabia que ela ia querer.

– Uhm, mimada! – Olhei para Lua e ela me mostrou a língua. – Fez o meu café?

– É claro. – Carla riu.

– Mimado! – Lua implicou.

– E você está com ciúmes, é? – Provoquei.

– Não por isso. E quando de fato eu estou com ciúmes, você nem fica fazendo graça. – Ressaltou. – E eu não estou falando das tuas implicâncias.

– Te acompanhar tem sido quase uma missão para mim. Acompanhar os teus hormônios, na verdade. – Comentei e me sentei em frente a bancada que divide a cozinha.

 

Coloquei o meu café na xícara e Lua sentou-se do meu lado. Ela colocou o suco no copo e separou alguns pães de queijo para comer. Eu preferi comer uma fatia de bolo e três torradas com geleia de uva.

 

*

 

– Papai, eu já acodei! – Anie disse descendo os degraus da escada.

 

Eu estou na sala sentado em um dos sofás e assistindo televisão. Lua está na cozinha conversando com as meninas. Bart está deitado no chão, em frente ao sofá, perto dos meus pés.

 

– Oi, sua dorminhoca. Eu achei que teria que ir lá no quarto te acordar. – Falei e abri os braços para abraçá-la.

– É que eu estava com soninho, papai.

– Porque dormiu tarde.

– Cadê a minha mamãe?

– Está lá na cozinha. – Respondi e Anie se acomodou em meu colo. – Bom dia, meu bebê.

– Bom dia, papai. – Encostou a cabeça em meu peito. – Eu ainda tô com sono.

– Pode dormir depois, amor… mas antes tem que tomar café, tá? Já está tarde, filha. – Falei enquanto fazia carinho em seus cabelos.

– O senhor já tomou?

– Já. Já acordei faz tempo. – Respondi.

– E a minha mamãe?

– A sua mamãe também, filha. Ela está lá na cozinha com as meninas.

– Então eu vou lá, tá?

– Tá. Vá tomar café. A Carla fez um bolo delicioso. – Contei.

– De chocolate?

– Sim. Que a gente ama!

– É verdade, papai. – Ela levantou do meu colo. – Vem, Bart! Vem comigo. – Chamou o cachorro que logo se levantou. – Papai!

– Sim, filha.

– O meu cachorro já tomou café?

– Já. Ele também acordou cedo. – Sorri.

– Vem, Baaart… – Anie correu para a cozinha e o cachorro foi atrás.

 

Eu permaneci na sala, sentado no sofá e assistindo tevê. Fiquei trocando de canal até encontrar um jogo de futebol americano.

 

*

 

– Paaapaaaaiiii!!! – Anie voltou correndo para a sala.

– Filha, anda, meu amor. Não precisa correr. Você pode acabar se machucando. Eu sempre te falo isso.

– Mas eu não vou me machucar. – A garotinha afirmou. – A minha mamãe falou que a gente vai sair hoje. – Disse e se jogou no sofá. – O senhor já sabia?

– Sim. A sua mãe me contou. – Tirei alguns fios de cabelos que estavam em seu rosto. – Já tomou café?

– Já. Papai, por que a minha mamãe falou primeiro para o senhor? – Anie apoiou o queixo nas mãozinhas.

– Porque eu acordei primeiro do que você.

– Não é por que o senhor é namolado dela?  – Perguntou e eu ri.

– Não, filha. Sua mãe sairia sozinha com você se quisesse, pode acreditar. – Respondi e Anie riu. – Você ri é, sua danadinha?! – Fiz cócegas nela.

– E por que eu não posso sair sozinha?

– Porque você ainda é criança, é o meu bebê. Não vou deixar você sair sozinha. – Expliquei.

– E por que a minha mamãe pode?

– Sua mãe não é mais criança, filha. E nem um bebê igual a você. – Apertei uma de suas bochechas.

– Mas às vezes o senhor chama a minha mamãe de bebê, papai. – Me olhou desconfiada.

– Sim, eu chamo. É um jeito carinhoso, filha.

– Por que ela é sua namolada?

– Também. E porque eu amo a sua mãe e gosto de ser carinhoso com ela. – Fiz carinho em suas bochechas. – Hoje você está tão curiosa… – Acrescentei.

– Eu sou culiosa mesmo! – A pequena afirmou entre risos.

– É, eu sei que é. – Eu também ri.

– Quando que eu vou sair sozinha então? – Anie não nega que é filha da Lua, sabe exatamente como testar a minha paciência.

– Quando? – Ri. – Amor, você já quer sair sozinha? É isso mesmo? Você ainda é um bebê.

– Um bebê gande. – Ressaltou.

– Sim.

– Mas a minha mamãe é maior que eu.

– Sua mãe é adulta, filha.

– O senhor também já é gande!

– Sim. Eu e sua mamãe somos adultos. E você é a nossa bebê.

– O senhor é o nosso bebê. Meu e da minha mamãe. – Agora foi a vez dela apertar as minhas bochechas.

– Uuhm… eu não sei se acredito. Sua mãe não me chama de bebê. – Comentei.

– Eu chamo! – Exclamou e levantou o dedinho.

– Só você. – Falei e Lua apareceu na sala.

– O que tanto vocês dois riem, hein? – Se aproximou de nós.

– Mamãe, por que a senhora não chama o meu papai de bebê? – Anie olhou para a mãe, que riu.

– O quê? – Lua me encarou.

– É isso, Lua Blanco. Por quê?

– Você não é nenhum bebê. Aliás, está longe disso. – Sentou-se no braço do sofá. – Qual o motivo dessa conversa?

– Sua bebê aí que quer sair sozinha. Se acha grande!

– Que ideia é essa, filha? Você ainda é criança. Não pode sair sozinha. – Lua explicou calmamente.

– Mas eu só perguntei porque não posso, mamãe.

– E o seu pai respondeu?

– Sim. Porque eu sou a bebê do meu papai. Mas ele também chama a senhola de bebê, não é?

– É. Às vezes ele chama… – Lua acariciou os meus cabelos. – Quando ele está carinhoso. – Lua me olhou.

– O meu papai sempre é carinhoso. – Anie me defendeu.

– Seu pai tem algum defeito pra você? – Lua questionou a nossa filha e eu segurei o riso.

– Tem! – Anie riu e escondeu o rosto.

– Sou chato, não é mesmo?

– É. Só um pouquinho, papai.

– Igual a você e a sua mãe. – Impliquei e Anie negou com o dedo indicador.

– Minha mamãe não é chata! – Ela defendeu Lua.

Aaaah! Bate aqui, garota! – Lua pediu e Anie bateu na mão dela.

– Minha mamãe é legal!

– Chata igual a você!

– Nããããoo é nãããoo!!!

– Nem adianta tentar hahahaha… – Lua riu.

– Mas, papai… não é pra você ficar chateado.

– Eu não estou chateado, filha. – Assegurei e  Anie subiu no sofá e veio para o meu colo.

– Eu te amo mesmo assim. – Declarou e me abraçou pelo pescoço.

– O papai também te ama. – Lhe dei um beijo carinhoso na bochecha.

– Eu também te amo, Arthur. Você sabe! Quer que eu te chame de bebê? – Lua brincou e deu vários beijos na minha bochecha antes de descer para o meu pescoço.

– Não. Não precisa. De bebê não. Eu prefiro que você me chame de outras formas.

De gostoso? – Sussurrou e eu ri ao assentir.

– De cheilinho, papai? – Anie perguntou inocente.

– De cheirinho só você, filha. A mamãe pode chamar por outro apelido.

– Pode ser de meu amor? – Lua perguntou descendo do braço do sofá e sentando em uma das minhas pernas.

– Pode. O que você acha, filha?

– Que pode também. Eu gostei que o meu papai é o seu amor.

– Mas ele é há muito tempo e ele sabe disso.

– É, papai?

– Sim, eu sei, filha.

– Porque ele é o seu namolado, mamãe.

– Também por isso, filha. Mas porque ele é o seu pai e o pai do seu irmão ou irmãzinha.

– Que é o bebê que tá na sua barriga?

– Exatamente!

– E papai do Bart.

– E pai do Bart. – Lua concordou.

– Porque tem que amar também o meu cachorrinho.

– Mas a gente ama ele, Anie. – Lua respondeu.

– Nós amamos o Bart, filha. Foi por isso que o escolhemos. Cuidamos bem dele, nos preocupamos com ele e ele gosta de nós.

– É verdade, papai. Agola só que ele não tá aqui porque ele tá dormindo. Depois a gente vai passear com ele. Não é para esquecer.

– Não vamos esquecer. – Garanti.

– Eu disse que já conversei com o seu pai. À tarde nós vamos. – Lua comentou.

 

Pov Lua

 

À tarde.

 

Almoçamos e eu vim me deitar um pouco. Arthur ficou na sala com Anie brincando de lego.

 

Agora eu não sei que horas são. Consegui dormir um pouco, estou me sentindo mais disposta do que estava mais cedo. Senti um enjoo depois do almoço, mas ainda bem que já passou.

 

Pelo visto, Arthur ainda não veio ao quarto. Mas eu não estou escutando nenhum barulho vindo da sala. Talvez os dois também tenham dormido.

 

Me espreguicei e passei uma das mãos sobre a barriga ao sentir o bebê chutar levemente.

 

Cinco meses e treze dias. 17 semanas e seis dias. Praticamente 18 semanas. Minha barriga ainda não está perceptível, talvez eu estivesse mais aliviada e menos preocupada se eu já pudesse vê-la com mais facilidade. Na gravidez da Anie, com esse mesmo tempo de gestação, a minha barriga estava bem maior, tanto que as outras pessoas conseguiam perceber sem que eu precisasse falar algo. Dessa vez está tudo tão diferente. Às vezes penso que pode ter algo de errado, mas os resultados dos exames estão ótimos, melhor impossível. O bebê está com as medidas dentro do que é esperado para as semanas, algumas possíveis alterações já foram descartadas. Eu não teria com o que me preocupar se o tamanho da minha barriga estivesse parecido com o da primeira gravidez. Embora eu saiba que nenhuma gravidez é parecida.

 

Soltei um longo suspiro. Ainda estou com a mão sobre a minha barriga. O bebê está mexendo sem parar, embora os movimentos ainda sejam bem sutis. Eu quero tanto que seja uma menina. Eu acredito que me sentirei mais segura se isso acontecer. Mas um menino deixaria Arthur feliz, muito feliz. Eu sei disso. Me deixaria feliz também. Um pouco insegura e enciumada, mas feliz.

 

Eu sei que o novo bebê será muito apegado ao Arthur, igual Anie é. Não acho isso ruim. Ele merece. É sempre tão dedicado. É sempre tão amoroso e preocupado. Muito preocupado e cuidadoso. Só quero que Arthur seja feliz, assim como ele me faz feliz. Deixei algumas lágrimas caírem. Não estou triste. Na verdade, ultimamente, tenho chorado por qualquer coisinha.

 

A porta foi aberta.

 

– Ei, você está acordada. Eu senti a sua falta, por isso vim aqui. – Ele soltou um risinho ao fechar a porta. Se aproximou da cama e sentou-se. – Aaah, não! – Torceu o lábio inferior. – Você está chorando, meu amor? O que aconteceu? – Passou o polegar pelo rastro que a minha lágrima deixou. Depois me deu um beijo na bochecha. – Está sentindo alguma dor? – Me perguntou em seguida, neguei. – Está preocupada?

– Um pouco. Na verdade, estou pensativa. É só isso. Não quero que se preocupe. Está tudo bem com o bebê. – Respondi. Arthur sorriu de lado e apertou uma das minhas mãos.

– Agora eu não estou perguntando sobre o bebê. Estou perguntando sobre você, sobre a minha esposa. É isso. – Esclareceu calmamente. – Com o bebê, eu sei que está tudo bem. – Com a mão livre ele fez um breve carinho em minha barriga, por cima do vestido. – É de você que eu quero saber. – Encostou a testa na minha. – Mais cedo você estava bem. – Observou. – Ou me enganou muito bem. – Me olhou desconfiado. – Mas você é péssima em mentir para mim. – Se afastou um pouco, mas não soltou a minha mão. – Quer conversar?

– Quero que você seja feliz. – Falei. Arthur sorriu e me deu um selinho antes de responder.

– Mas eu já sou feliz. – Afirmou. – Por que hoje você está insegura?

– Hoje eu estou chata. – Comentei e acariciei o seu rosto.

– Você é chata mesmo. – Riu. – Mas é a minha esposa. E hoje você não está chata. Algo está te preocupando e você não quer me contar?

– Não é nada de mais. Fico pensando bobagens. Não foi isso que você falou? – Perguntei e Arthur pendeu a cabeça para o lado.

– Luh, não foi bem assim. Você sabe! Ficou chateada com esse comentário, foi isso? – Perguntou em um tom de voz mais baixo. Sei que ele não quer brigar, assim como eu também não quero.

– Não estou chateada com nada. – Assegurei.

– O que está acontecendo então?

– Só fiquei pensando em algumas coisas, foi só isso mesmo…

– Se te fizeram chorar, não foram “só algumas coisas”. – Insistiu.

– Eu fico preocupada com muitas coisas. Não quero falar sobre isso.

– Tudo bem. Tudo bem. – Ele suspirou e se afastou um pouco. – Quer ficar sozinha? – Perguntou em seguida.

– Não. Você pode ficar aqui se quiser. – Respondi. – Anie dormiu?

– Sim. Eu estava assistindo filme com ela, mas ela dormiu na metade do filme. Levei ela para o quarto e vim aqui ver você. Pensei que também estivesse dormindo.

– Eu dormi…

– Então eu vou continuar aqui se estiver tudo bem pra você. – Ele sorriu. Arthur tem um sorriso lindo e encantador. Sinto vontade de sorrir toda vez que o vejo sorrir.

– Está. – Afirmei. – Ainda podemos sair hoje a tarde. – Comentei. Ele passou por cima de mim na cama e deitou-se ao meu lado.

– Claro que podemos. Vamos só esperar a pequena acordar.

– Pensando bem, nem era pra você ter deixado ela dormir agora. Senão, hoje a noite vai dar o mesmo trabalho de ontem para dormir.

Iiiih… verdade. Eu não pensei nisso. Mas hoje a noite é sua. – Ele apontou para mim enquanto ria.

– Engraçadinho! – Joguei um travesseiro em cima dele.

– São os últimos dias de férias dela, amor. Vamos deixar ela aproveitar um pouco. – Me disse.

– E ela nem fez muitas coisas legais nessas férias. Fomos péssimos nesse quesito.

– Você tem razão. – Arthur me encarou. – Mas, Luh, tivemos temos de qualidade com ela, querida. Mesmo não tendo viajado para nenhum lugar. Pelo menos ela se divertiu. E eu amo todas as conversas que nós três temos juntos.

– As conversas mais aleatórias possíveis. – Sorri. – Eu amo também. Embora a curiosidade dela me deixe um pouco preocupada a cada pergunta.

– Ela é sua filha, não poderia ser diferente. – Ele observou.

– Anie pergunta demais! – Ri e Arthur me acompanhou.

– Uma neném muito curiosa. – Comentou e colocou uma das mãos sobre a minha barriga. – Vamos ouvir os batimentos do bebê? – Me pediu. – Ouvi ontem.

– Ainda nem fez vinte e quatro horas, Arthur. – Respondi mexendo em seus cabelos.

– Isso é um não?

– Claro que não. Quando que você acha que eu vou dizer não para um pedido desse?

– Quando você não estiver em um dia legal, igual hoje. – Ele respondeu.

– Mas não tem nada a ver com você. Para com isso, eu já falei.

– Então… – Voltou a acariciar a minha barriga. – Posso?

– Pode. – Respondi e Arthur levantou-se da cama rapidamente.

– Fazer isso me deixa tão animado. – Confessou como se eu não soubesse.

– Eu sei. – Sorri.

– O que você acha da gente comprar uma roupa para o bebê antes da próxima consulta? Já escolhemos o nome. Podemos escolher as roupinhas. Uma de menina e outra de menino.

– Parece ser uma boa ideia. – Me ajeitei na cama.

– Mas só se você quiser, Luh. – Deixou claro. Sei que é o tipo de programa que o deixará radiante. Ele já está animado só com essa possibilidade.

– Eu não estou me opondo. Podemos comprar. Eu quero escolher a de menina, se você não tiver preferência.

– Tudo bem. Você pode escolher de qual quiser. Na verdade, pode escolher dos dois. Eu ajudo a opinar. Já me darei muito por satisfeito. – Sentou-se na cama ao meu lado. Suspendi o meu vestido.

– Não acho justo, Arthur. Pode escolher do menino. A gente ainda pode opinar um do outro. – Rimos. Ele assentiu.

– Tudo bem. Você tem razão…

– Eu sei que eu tenho. – Soei convencida. Arthur espalhou o gel pela minha barriga.

– Você já tem uma data para os novos exames?

– Lá pelo dia quinze, vinte de setembro. Eliza marcou o retorno só para a última semana de setembro.

– Mas você já ligou para saber se tem data disponível?

– Amor, ainda estamos em agosto.

– Mesmo assim, Luh.

– Relaxa. – Pedi. – Tenho um teste de tolerância oral à glicose para fazer. É tão chato. Quero que você vá comigo.

– É claro que eu vou. É só você me dizer o dia. – Garantiu e começou a passar o aparelho pela minha barriga. – Onde você acha que o bebê está?

– Bem aqui desse lado. – Apontei para o lado direito da minha barriga. – Ele fica mais desse lado. – Completei.

– Eu fico tão aliviado quando ouço os batimentos dele… – Confessou. – Ainda bem que contamos para a minha mãe e ela mostrou para nós esse aparelho. Eu não sei como seriam os meus dias sem ele. – Riu.

– Eu também nem faço ideia. – Concordei.

– Você está ouvindo?

– Sim. – Sorri. – É tão acelerado. – Completei.

– Você sente os movimentos bem de leve, não é?

– Sim. Mas agora estou sentindo com mais frequência. – Contei. Arthur deixou o aparelho de lado e começou a beijar a minha barriga enquanto conversa com o bebê. Fiquei fazendo carinho em seus cabelos e com um sorriso bobo no rosto. Depois ele subiu os beijos e parou em meus lábios.

– Você é a mamãe mais linda do mundo. – Me elogiou.

– E você é o marido mais gentil do mundo. – Sorrimos. – Você me elogia até nos meus piores dias.

– É que você não fica menos linda só porque está tendo um dia ruim. – Se deitou ao meu lado na cama. – Pode ficar estressada e exausta. Eu também fico estressado e exausto. – Me olhou.

– Obrigada! – Agradeci. Arthur beijou o dorso da minha mão. – Sabe, eu estive pensando novamente…

– Sobre o quê? – Ele se ajeitou na cama e ficou de lado, bem atento ao que eu estou falando.

– Sobre os exercícios que eu preciso fazer, já que eu pretendo ter um parto normal. Eu também preciso me ajudar.

– Ainda tem tempo, meu amor.

– Eu sei… mas eu ainda não me decidi.

– A gente começa com a caminhada. Já é um início. Estou aqui só esperando você me chamar, já te falei.

– Obrigada, amor. Depois eu pensei em procurar uma profissional mesmo. É melhor do que eu fazer qualquer exercício… nunca fui muito disso.

– Não mesmo! – Riu ao concordar comigo.

– Paaaraaa… – Eu também deitei de lado na cama. – Pensei seriamente em hidroginástica. Mas sei que não é algo que vai ajudar tanto.

– Quais exercícios ajudam mais?

– Eu não sei.

– E se a gente pesquisar? – Perguntou já pegando o celular que estava sobre a mesinha de cabeceira. – Vamos lá… – Começou a digitar.

– Qual a primeira sugestão?

– Dança!

– Aaah, não! – Fiz um bico e Arthur riu.

– Você é uma ótima dançarina, loira.

– Não. Passa para outra opção, por favor.

– Calma, deixa eu ler primeiro… Escuta só, exercícios para dilatar e estimular o parto normal. Tem que ser com prescrição médica, amor. Você tem razão. – Observou. – Os exercícios ajudam a diminuir a ansiedade e a liberar hormônios importantes para o aumento e fortalecimento pélvico.

– Fala sobre a outra opção. – Pedi.

– Seja paciente. Vamos ler de todos. Dança é um exercício prazeroso e divertido para se fazer durante a gravidez…

– Não com você como parceiro. Você é um péssimo dançarino, Arthur. – Falei e ele riu.

– Mas é você quem vai fazer, não eu.

– Você disse que me ajudaria.

– E vou ajudar. – Garantiu. – Você só tem que escolher um ritmo, um estilo que goste. Que não tenha muito impacto e que seja adequado para o seu estado atual. Manter a hidratação bebendo muita água e claro, obedecer seu corpo, não ultrapassar seus limites e não fazer nenhum exercício arriscado ou desconfortável. – Finalizou.

– Tá. Mas vamos descartar dança?

– É você quem sabe. Vou só te dar as opções. Vamos para a próxima… Olha, natação, amor. Acho que hidroginástica também pode se encaixar aqui.

– Tá, ler aí pra gente saber quais os benefícios.

– Especificamente para as mamães que desejam ter parto normal. Aumenta e fortalece a pélvis. E o aumento de peso durante a gravidez não vai atrapalhar na hora de fazer os movimentos, já que a água vai amortece-los. Ajuda na pressão sanguínea e a dormir melhor, já que o corpo fica mais relaxado. E o mais importante, reduz o mal-estar. Você vem sofrendo muito com isso. – Me olhou e eu concordei. – Agora é a caminhada. Olha só, nossa primeira opção. – Sorri e eu me aproximei mais dele para ler.

– É um exercício simples e seguro – li –, tudo o que eu preciso. – Comentei e acabamos rindo. – Também ajuda na circulação sanguínea, a fortalecer a pélvis e a preparar o corpo para o parto.

– E olha só, é importante escolher um ritmo confortável e superfícies planas, dona Lua Blanco. Você só vai sair para caminhar acompanhada. – Me avisou tentando soar sério, mas não me passou muita credibilidade quando começamos a ler a próxima opção.

Sexo! – Falamos juntos.

– Essa opção eu sei que será a mais praticada por nós. – Comentei enquanto me aconchegava ainda mais no colo dele.

– E nenhum dos dois achará ruim. – Arthur pontuou.

– Essa você não vai se negar a fazer junto comigo. – Semicerrei os olhos.

– Até porque você vai precisar de mim para contribuir na afinação do colo do útero. – Comentou tentando segurar o riso.

– Existe o tabu de que no período gestacional não se pode manter relações sexuais para não machucar o bebê. – Ressaltei esse trecho e Arthur me encarou. – O que foi? Você acreditava nisso, Arthur.

– Claro que não, Lua. – Ele revirou os olhos. – Eu não faltei a tantas aulas de biologia assim, por favor. – Se defendeu. – Os motivos foram outros, e a senhora sabe disso!

– Para de me chamar de senhora, que chato! – Peguei o celular da mão dele. – Vamos terminar de ler aqui… O sexo na gravidez ajuda a dilatar o colo do útero…

– Tá vendo como eu estava certo? Não podíamos fazer sexo no início, você já estava com o colo do útero baixo.

– Vamos seguir…

– Não! Você tem que admitir que eu estava certo.

– Você estava certo. Não é difícil pra eu admitir isso. – O olhei. Arthur me deu um selinho. – O orgasmo ajuda na contração uterina e favorece a dilatação. Essa opção muito me interessa. – Ressaltei. Arthur riu e me abraçou mais forte encostando o queixo no meu ombro.

– Me interessa também… A ocitocina, liberada pós-orgasmo, relaxa o corpo. – Ele completou.

– Uhm… que delícia. Me sinto muito relaxada mesmo.

– E manhosa. – Pontuou. Rimos. – O que falta fazermos, é o banho morno no pós, pra você, no caso. Mas podemos aderir. Eu amo a banheira e você também.

– Eu vou cobrar. – Afirmei.

– Pode cobrar, meu amor. Olha aqui, alongamentos, agachamentos e inclinação pélvica são outras opções que ajudam na dilatação. Realmente você vai ter que ter o auxílio de um profissional para esses outros exercícios. Liberada você já foi, Eliza disse sobre isso na última consulta.

– Sim. Vou ver isso essa semana, prometo. Fiz alguns agachamentos na gestação da Anie.

– Bem alguns, dona Lua Blanco. – Me olhou. – Você não tem vergonha na cara?

– Eu era tão nova…

– Você continua nova, meu amor. – Me deu um beijo na bochecha.

– Mas no da Anie teria dado certo.

– Teria, Luh. Claro que teria. – Ele garantiu. – Mas não quero que você fique pensando nisso, senão, vai ficar nervosa. Aconteceu do jeito que tinha que acontecer. Ficou tudo bem depois, não foi isso?

– Foi. – Suspirei. – Você tem razão. – Concordei com ele. – Não tem como comparar. Das duas vezes eu quis ter parto normal. Fico nervosa com a possibilidade de não conseguir de novo.

– Ei, não fique. – Me pediu. – Dessa vez vai dar certo, Luh. Vai acontecer do jeito que você quer. Eu tenho certeza!

– É muito importante ter você comigo, você sabe. Obrigada!

– De nada.

 

Arthur depositou um beijo na minha testa e voltamos a ler mais algumas coisas sobre dilatação para o parto normal.

 

Londres | Domingo, 27 de agosto de 2017.

 

Não fomos ao parque ontem a tarde, como havíamos combinado. Anie dormiu praticamente a tarde toda, acordou perto das seis horas. Já estava um clima bem frio, não quisemos sair de casa com ela. Conversamos e optamos por deixar para sair hoje e aqui estamos: no parque.

 

Anie e Bart estão se divertindo muito juntos com outras crianças e mais dois cachorros  Goldens iguais a ele. Bart parece um meninão. Só tem tamanho, mas ainda é um bebê. Tem só um ano e alguns meses.

 

Eu e Arthur estamos sentados em um banco, de frente para o lago que há no parque. O clima está agradável, o sol está tão brilhante, que não há nenhuma nuvem no céu. E por incrível que pareça, não está calor. Está ventando.

 

– Você quer uma água? – Arthur me perguntou.

– Não. Obrigada!

– Nem um sorvete?

– Pode ser um sorvete. – Escolhi e ele se levantou do banco.


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– Vou comprar pra gente.

– Pode ser de outro sabor sem ser de creme, tá? – Avisei. Arthur assentiu e foi em direção ao carrinho de sorvete.

 

*

 

– De pistache com chocolate. – Me entregou o sorvete.

– E o teu? – Perguntei.

– De limão com framboesa.

– Nossa! Eu posso provar um pouco?

– Claro. – Sentou-se ao meu lado. – Não sou muito fã de framboesa, mas também já enjoei de sorvete de morango.

– Igual eu com creme. Amo sorvete de creme, mas hoje eu quis mudar. – Contei. – Espero que o bebê goste.

– Ele vai amar. Pistache é uma delícia e chocolate não tem erro.

– Verdade. – Concordei com ele. Tomamos nossos sorvetes em silêncio. – Posso te fazer um pedido? – Perguntei.

– Um, dois, cinco, dez, cem, todos. – Ele respondeu e acabamos rindo.

– Você me acostuma tão mal. – Falei. Ele se aproximou mais de mim e tocou a minha bochecha com o polegar.

– Eu não gosto de te dizer não. Eu não quero te dizer não. – Me disse e eu o abracei.

– Não é nada demais…

– Então parece que você já tem um sim.

– Não sei… – Encolhi meus ombros quando ele roçou o nariz no meu pescoço.

– Uhm… não se faça. – Riu.

– Você vai estar ocupado amanhã?

– Só depois das oito. Quer que eu te leve ao trabalho?

– Sim.

– Você já tinha meu sim, amor. – Me deu um beijo na bochecha. – Não curte mais dirigir?

– Só se não for atrapalhar, Arthur.

– Não vai atrapalhar. Só fiz uma pergunta mesmo.

– Fico um pouco ansiosa. É que no início senti muita tontura. – Expliquei.

– Entendi. Tá tudo bem. Não é nenhum esforço pra eu fazer isso, tá?

– Tá. Obrigada!  – Agradeci e ganhei um selinho.

– Você tá corada. Tá um charme. – Elogiou enquanto ajeitava alguns fios de cabelos meus. –  Suas bochechas e o seu nariz. – Pincelou o meu nariz com a ponta do dedo indicador.

– E o clima está bem fresquinho.

– Final de verão. Mas ainda acho que tá quente. – Observou e olhou para o céu. – Nosso bebê vai nascer no inverno. – Me olhou.

– Temos que comprar bastante roupinhas quentinhas. – Falei. Arthur assentiu. – Luvinhas e meiazinhas.

– Touquinhas. – Riu ao acrescentar. – Eu já consigo visualizar um bebê bem fofo vestido assim. Meu Deus! – Soltou um suspiro. – Me sinto feliz, Luh.

– Eu também!

– Vocês me fazem feliz. Muito feliz. – Olhou para nossa filha e Bart que seguem brincando com as outras crianças e os outros cachorros.

– E você nos faz feliz. – Passei as mãos em seus cabelos. Arthur me olhou. – Já, já, Anie aparece aqui… – Olhei para ela.

– Ainda mais com os ciúmes que ela anda tendo de você.

– Hahahaha… – Apenas ri.

– Eu disse! – Apontou na direção da nossa filha. Anie vinha correndo com Bart atrás dela.


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Cuidado! – Pedi. – Andando, meu amor.

– É mais legal correr! – Se jogou em meu colo. – Quelo água! – Tirou alguns fios de cabelos do rosto. – Papai, quelo um sorvete também.

– Toma a água primeiro. – Arthur entregou pra ela uma garrafinha com água. Nem percebi que ele havia comprado água quando foi comprar os sorvetes.

– Obligada! – Anie pegou a garrafinha. – Vou dividir com o Bart.

– Tudo bem. – Arthur concordou.

– Ele pode tomar sorvete?

– Não, amor. Claro que não!

– Mamãe?

– Não, filha. Não pode.

– Então pode o quê?

– Água, a ração dele e aqueles sachês que o seu pai compra.

– Ainda tem lá em casa. Mas só lá em casa.

– Ele come quando chegarmos em casa, amor. – Falei. Anie concordou com um gesto de cabeça.

– Toma, Bart. Agola é a sua vez. – Ela deu água na boca do cachorro.


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– Aí depois a gente pode comprar o sorvete, não é, papai?

– Sim, amor.

– De molango!

– De morango. Como você quiser, bebê.

– A senhola também vai querer?

– Não. A mamãe já tomou.

– E não me chamou?

– Foi seu pai quem comprou.

– Por que não chamou também, papai?

– Você estava brincando com os seus novos coleguinhas. – Ele respondeu.

– Mesmo assim!

Mesmo assim! – Arthur imitou a pequena.

– Mamãe, eu te amo…

– Eu também te amo, meu amor. – Depositei um beijo carinhoso em sua testa.

– A gente já pode ir compar o sorvete? A senhola vai lá comigo?

– Vou.

– E o meu papai também!

– Uhm… eu achei que não fosse ser convidado para esse passeio. – Comentou encostando a testa na cabeça da nossa filha.

– E o Bart! – Anie completou.

– Vamos lá, vamos todos. – Levantou-se e eu me levantei em seguida.

– Pode compar do que eu quiser?

– Pode, filha. Do sabor que você quiser, mas também tem que ser um sabor que você já tenha experimentado e gostado. – Arthur explicou com toda calma do mundo.

– De molango então. – Ela ergueu o dedo indicador. – E um outo sabor que eu ainda vou escolher. – Disse e me encarou. – Sabia que a senhola tá muito bonita, minha mamãe?


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– Oh, meu amor… – fiquei emocionada. Arthur percebeu e me abraçou de lado. Não o olhei, mas sei que deve estar sorrindo. – Obrigada, filha. Você é uma princesa linda.

– A senhola é mais. O senhor concorda, papai? – Arthur assentiu e ela saiu correndo em direção ao carrinho de sorvete.

– Tá toda emotiva… – Me abraçou de lado. – Ai, ai, Luh… – Me deu um beijo nos cabelos. – O que eu faço com você, hein? Não sei lidar quando você está assim, meu amor.

– Eu estou bem, Arthur. Só estou sensível.

– Uuuhm… – Sorriu. – Quer mais um sorvete?

– De morango. – Sorri.

– Eu quelo de molango, papai.

  Só de morango, filha?

– E de uva!

– Uva?

– É!

– Ok. Ok. Um sorvete de morango com uva e outro de morango, por favor. – Pediu ao sorveteiro.

 

À noite.

 

– Você vai ligar para o Harry? – Perguntei assim que entrei no quarto. Arthur está vestindo uma camisa.

– Sim. Espero que ele  atenda. Ele pode já ter planos para hoje à noite.

– Eu pensei nisso. E tudo bem se ele tiver. – Me sentei na cama e Arthur riu ao me encarar.

– Não tente fingir que ficará tudo bem. Sei que está ansiosa para contar a ele. – Se aproximou de mim.

– Eu estou ansiosa, mas não quero que você diga a ele que temos algo pra contar. Senão, ele vai desmarcar qualquer compromisso que tenha. Não quero que Marie fique chateada com ele. Porque eu ficaria chateada se você fizesse isso comigo. – Confessei. Arthur sentou-se do meu lado.

– Eu jamais desmarcaria um encontro com você, meu amor.

– Eu sei… – Falei e Arthur me deu um selinho ao segurar o meu queixo.

– O que você quer fazer agora?

– Quero me deitar um pouco. E você?

– Onde Anie está?

– Na sala com o Bart. Ela já tomou banho. Agora ela está lá assistindo um filme deitada no sofá. – Expliquei.

– Então eu vou lá pra sala com ela. – Ele se levantou da cama.

– Me avisa quando o Harry responder.

– Aviso, baby. Qualquer coisa, me chama. – Depositou um beijo na minha testa, me deitei e ele saiu do quarto. Eu puxei o cobertor, me cobri e tentei dormir.

 

Pov Arthur

 

Cheguei até à sala e vi Anie deitada no sofá com Bart deitado no chão, perto dela. É incrível como eles não se desgrudam.

 

– Ei, gatinha. O que você está assistindo?

– Filme da Aurora. Vem, papai, vem assistir comigo e com o Bart. – Me chamou e eu me aproximei do sofá.

– Já jantou?

– Ainda não, papai. E o senhor? – Perguntou e eu me sentei no sofá.

– Também não. – Respondi. – Bela adormecida. – Vem… – Chamei ela para deitar em meu colo.

– Cadê a minha mamãe?

– Está descansando lá no quarto.

– Por causa do bebê?

– Também, meu amor. – Beijei seus cabelos.

– E o senhor gosta desse filme?

– Eu gosto de outros…

– Qual então?

– Uhm… deixa eu ver…

– De princesas, papai!

– Das princesas, então eu prefiro da Bela e a Fera.

– Igual eu! – Me olhou e sorriu.

– Sim, meu amor.

– É o mais bonito mesmo. E também o da Cindelela e da Branca de Neve. Eu acho divertido os anões, papai. – Riu e eu a acompanhei.

– Eles são engraçados. E os ratinhos e passarinhos da Cinderela também. Você acha?

– Eu acho. – Concordou e voltou a olhar para a tevê.

 

Aproveitei para mandar uma mensagem para o Harry, antes que eu esquecesse e a Lua ficasse chateada. Ela está muito ansiosa para contar a ele sobre a gravidez. Com certeza ele ficará muito animado com a notícia.

 

Uma hora depois…

 

– Sabia que eu quelo jantar agola? – Anie me olhou.

– Vamos lá então.

– E a minha mamãe?

– Depois eu janto com ela, tá?

 

É melhor deixar Lua descansar e acordar por ela mesmo ou ela acordará irritada..

 

– Tá bom. Então o Bart pode jantar comigo?

– Sim, a ração dele.

 

Nos levantamos do sofá e fomos até a cozinha.

 

– Caaarlaa!

– Oi, meu amor. – Carla terminou de guardar algumas louças e olhou para Anie.

– Eu já quelo jantar. – Ajudei ela a sentar no banco que fica em frente ao balcão.

– O que você quer jantar?

– O que é a comida? – Perguntou e eu fui até a geladeira beber um pouco de água.

– Bolinho de frango com queijo…

– Uuuuuhmm… que delícia! Eu quelo!

– Arroz, purê e saladinha. – Carla completou.

– Quelo só o bolinho, tá?

– Não, eei! – Chamei a atenção dela. – Jantar completo com arroz, purê e salada. – Avisei.

– Tá, tá bom então. – Ela não discutiu porque sabe que eu não mudaria de ideia.

– Já vai jantar também, Arthur?

– Não, Carla. Vou esperar a Luh. Ela foi tirar um cochilo e ainda não acordou. – Falei. – Vai ficar zangada se eu jantar e não esperar ela. Agora ela fica zangada por qualquer coisinha.

– Entendi. – Carla riu. – Já vou colocar a sua janta, tá?

– Tá bom, Carla. Eu espelo. Tem suco também?

– Tem, bebê. Vou colocar pra você.

– Obligada!

 

Peguei o celular para ver se Harry já tinha respondido a minha mensagem.

 

Mensagem ON

 

“Oi, dude. Posso ir a partir das 21h. Estou na casa da Marie.”

 

 

“OK. Estamos te esperando.”

 

 

“Aconteceu alguma coisa?”

 

 

“Eu acho que a minha mulher está com saudades do amigo dela. Acho que isso me preocupa.”

 

 

“Idiota. Você sabe que eu te amo. Mas realmente, entre você e Lua, você perde de longe.”

 

 

“Não sei se quero mais você aqui em casa.”

 

 

“Ainda bem que é a sua mulher quem quer kkkk”

 

Mensagem OF

 

Ele zombou e eu revirei os olhos. Não respondi mais, porque ele aproveitaria todas as oportunidades para continuar zoando com a minha cara.

 

– Seu jantar e o suco. – Ouvi Carla falar e me sentei ao lado de Anie.

– Obligada! – A pequena agradeceu e começou a comer.

 

*

 

Dorminhoca. – Sussurrei no ouvido de Lua.

 

Ela se mexeu, mas não abriu os olhos. Já são quase nove horas da noite, daqui a pouco Harry aparece. Lua está dormindo desde às sete e pouco.

 

– Não vai acordar, é? E se eu começar a te fazer cócegas? – Perguntei e ela curvou os lábios em um sorriso.

– Eu prefiro que você me beije. – Respondeu completamente sonolenta.

Dengosa… – Sussurrei em seu ouvido e enchi o pescoço dela de beijos. Lua encolheu os ombros e começou a rir. – Harry respondeu. – Contei.

– O que ele disse?

– Que vem depois das nove.

– E que horas já são?

– Quase nove, amor. – Me sentei na cama.

– Como vamos contar a ele? – Lua se virou e deitou de costas na cama.

– Eu pensei que você já tivesse uma ideia em mente.

– Não. Eu não comprei nada especial. – Disse.

– Tem o teste e os sapatinhos. Podemos colocar dentro de uma caixinha menor. Eu não quero que a surpresa seja igual a que você fez para mim.

– Uuuhm… ciumento! – Disse segurando o riso e eu a abracei. Mas não neguei.

– Nem melhor que a minha. – Acrescentei.

– Não tem como ser melhor ou igual a sua. Você é o pai, Arthur. Não acredito que está com ciúmes. – Notou.

– Talvez eu esteja. – Respondi.

– Amooor…

– Você me conhece, Luh.

– Harry é nosso melhor amigo.

– Eu sei. Eu não disse que não é. É só que era algo só nosso, só a gente sabia. Agora estamos dividindo com mais pessoas…

– Ainda é só nosso, Arthur. É nosso filho. Nós quem fizemos, meu amor.

– Você me entendeu.

– É claro que entendi. – Lua sorriu compreensiva. Estou me sentindo um idiota. Mas estou mesmo com ciúmes de dividir a notícia de que teremos mais um bebê na família. – Estou me sentindo um idiota. – Confessei em voz alta.

– Não acho que seja. Você não precisa se sentir assim…

– Nós ainda podemos pensar em algo para fazer uma surpresa pra ele, assim como você quer. – A olhei.

– O que podemos fazer? – Lua me perguntou.

– Agora não dá tempo de comprar algo. – Olhei a hora no celular. – Mas devemos ter alguma caixa aqui em casa.

– Temos o teste guardado. E podemos escrever um cartão, o que você acha?

– É uma boa ideia. E também podemos colocar uma foto do ultrassom. – Lembrei.

– Verdade! Amei a ideia! – Lua comemorou a ideia. – Vou pegar a foto do ultrassom. – Levantou-se animada da cama. – Você quer escrever o cartão? – Me perguntou antes de entrar no closet.

– Eu posso te ajudar a escrever, amor. – Respondi pegando um pedaço de papel na mesinha de cabeceira. Lua sorriu e seguiu até o closet. Ela está muito animada, embora esteja tentando se conter. – Você tem caneta aqui?

– Na minha bolsa. – Ela voltou para o quarto e pegou a bolsa. – Acho que o Harry nem vai acreditar. – Comentou. Ri.

– Ele vai achar que estamos brincando. – Peguei a caneta que Lua estendeu em minha direção. – Vamos começar como?

“Oi, titio. Eu estou chegando!” – Lua disse e eu sorri. – Você sabe que eu não abro mão que ele seja o padrinho do nosso bebê, sabe?

– Óbvio que sei, Luh. Podemos fazer esse convite no cartão. – Falei e Lua concordou ao encarar os dois testes de gravidez.

“Mamãe e papai estão falando sério.” – Falei e Lua me encarou.

– Faz um coraçãozinho. – Pediu.

– Talvez não saia tão bonito, Luh. –Avisei logo.

– Não seja modesto.

“Você aceita ser meu padrinho?” – Acrescentei e Lua sorriu. – Você achou uma caixinha?

– Aqui, tem essa… – Me mostrou a caixa. – Essa dá para o que queremos. Cabe o teste dentro. – Colocou o teste de gravidez dentro da caixa e me mostrou.

– Está bom? – Mostrei o cartão para ela.

– Sim. Aaai, ficou lindo, amor. – Ela pegou o cartão da minha mão e leu. – Agora vamos colocar a foto do ultrassom. – Peguei a caixa e Lua colocou a foto dentro.

– Agora é o cartão. – Colocou por último e fechamos a caixinha.

– Harry vai ficar muito surpreso.

– E feliz, Luh. – Pontuei e ela assentiu.

– Muito. – Acrescentou e depois me olhou. – Tudo bem pra você?

– O quê?

– Contarmos hoje.

– Sim, Luh. – Deixei a caixinha em cima da mesa de cabeceira e segurei as suas mãos. – Não é que eu não tenha gostado da ideia. Só fiquei com ciúmes de ter que dividir uma novidade que, até então, era só nossa. Foi só isso, amor. Você me conhece. Sabe que eu sou assim… – Falei mais baixo ao encolher os ombros.

– Eu conheço... – Ela sorriu de lado. – Mas não precisa ficar com ciúmes. Ainda é só nosso, amor. Nosso bebê. – Sussurrou ao encostar a testa na minha.

– Sei que você pode achar que é uma bobagem.

– Não. Eu não acho. Eu não resumo o seu sentimento a uma bobagem, Arthur. Jamais farei isso. Acredita em mim! – Pediu. – Só não precisa ficar mal ou desanimado porque vamos contar para mais pessoas. Eu não quero ver você assim.

– Mas vai passar, pode acreditar. – Assegurei. Eu mesmo quero acreditar nisso.

– Eu acredito. – Sorriu outra vez. – O que vamos fazer agora? – Mudou de assunto ao se afastar.

– Daqui a pouco o Harry chega. Vamos ver o que a Anie está fazendo. – Respondi e nos levantamos da cama.

 

Um tempo depois.

 

Ouvimos a campainha tocar e Anie logo se animou. Ela sabe que Harry virá nos visitar. Lua está na cozinha conversando com as meninas. Me levantei do sofá e Anie me seguiu, junto com o Bart. 


– Será que é o meu titio? – Anie está saltitando ao meu lado. – Eu vou adolar se for ele.

– Será? Será? – Fiz suspense.

– O senhor sabe, papai! – Semicerrou os olhos desconfiada.

– Eu não sei, filha. Eu estava sentado com você no sofá, como vou saber? – Ri.

– Então abe logo! – Riu ao chegarmos em frente a porta. Abri a porta e, de fato, é o Harry.

– TITIOOOO!

– Meu amor! – Ele pegou a pequena no colo. – Como você está, hein? – Lhe deu dois beijinhos na bochecha.

– Eu estou bem. E o senhor?

– Ai, meu Deus! – Harry sorriu. – Eu estou bem, pequena. Muito bem. Sabia que estou melhor agora?

– Por que me viu?

– Exatamente. Porque eu estou aqui agora com você.

– E o meu papai?

– Não. O seu pai não. – Ele fez careta ao me olhar.

– Por que? – Anie questionou sem enrender.

– Eu não gosto do seu pai. Ele é um chato. – Ele tentava ao máximo soar sério.

– A tá e você vai falar logo isso para a minha filha?

– Ela vai concordar comigo, não vai, bebê?

– Não, titio. Só eu e a minha mamãe que podemos chamar o meu papai de chato. Outa pessoa não pode!

– Ei, mas eu posso.

– Não. Não pode não.

– Eu avisei. – Falei e caminhei até a cozinha para avisar Lua de que Harry havia chegado.

 

*

 

– Você me chamou, e eu vim. – Harry disse assim que Lua chegou à sala. Ela riu.

– Não foi bem assim.

– Ora se não foi. – Ele a puxou para um abraço. – Pergunta para o teu marido se não foi. – Ele me olhou. Lua o abraçou forte. – Ele disse que você estava com saudades. Agora você vai negar?

– Não. Eu estava com saudades. Você sumiu. – Lua reclamou.

– Muito trabalho, loira.

– Mesmo assim... antes você tinha tempo para mim.

– Mas é que antes eu só tinha você. – Os dois riram. – Agora eu tenho a Marie, e hoje eu  entendo o Arthur.

– A é? – Perguntei segurando o riso.

– É. – Afirmou.

– Você não vai retrucar, Lua? Se fosse eu falando assim...

– É diferente. – Pontuou. – Você é meu marido.

– Aai, tá bom. O Harry pode tudo, é isso? – Me sentei no sofá. Anie já tinha aproveitado para trocar de canal e colocar em um filme infantil.

– E você não muda, é isso? Segue com ciúmes. – Harry implicou.

– Tá bom. Parem os dois! Porque daqui a pouco vocês ficam sem se falar de verdade e é um saco. – Lua bufou e se afastou de Harry. – Você já jantou?

– Já sim, Luh. – Ele sorriu de lado. – Eu estava com Marie, saímos para jantar. – Explicou. – Aos  finais de semana tentamos fazer algo diferente.

– Realmente, quem te viu, quem te vê. – Lua comentou e sentou-se ao meu lado.

– Arthur disse que você queria falar comigo.

– Sim. Eu pedi que ele te avisasse.

– Aconteceu algo?

– Sim.

– Grave? – Ele ergueu uma das sobrancelhas e ajetitou-se no sofá.

– Não exatamente. Não é grave. Fizemos algo que gerou uma grande responsabilidade.

– Isso parece ser muito sério. – Comentou sem entender muito bem. – Ainda bem que vocês são adultos, não é mesmo? E você é advogada. – Riu.

– Não tão sério assim. – Lua esclareceu.

– O que você está pensando? – Indaguei sem conseguir segurar o riso.

– Sei lá... Vai que uma ex tenha aparecido novamente... algo de grande responsabilidade. – Deu de ombros. Joguei uma almofada nele.

– Idiota!

– Ora, mas foi você quem perguntou o que eu estava pensando.

– Credo. Sinto vontade de vomitar só de ouvir esse assunto. – Lua levantou-se do sofá.

– Ei, vem aqui, loira. Eu estava só brincando.

– Eu já volto. Vou só buscar um negócio aqui no quarto. – Lua subiu a escada.

– É alguma data especial? Sei lá, aniversário de amizade?

– Talvez se torne. – Dei de ombros.

– Eu deveria ter lembrado?

– Acho que agora você terá que lembrar... – Olhamos para a escada enquanto Lua descia com a caixinha nas mãos. Ela não escondia a empolgação.

– Não parece ser uma responsabilidade ruim pelo riso que você está tentando segurar. – Harry notou. Lua afirmou e sentou-se ao meu lado.

– É pra você. – Entregou a caixa a ele.

– Eu precisava lembrar de alguma data especial?

– Não antes de hoje. – Lua sorriu.

– Você parece empolgada. – Sorriu de volta.

– Você não imagina o quanto. – Abracei Lua de lado. – Há dias que ela já queria ter contado. – Contei.

– Vamos ver então... – Ele abriu a caixinha com cuidado e depois nos encarou. – O quê... quê? Isso é sério?


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– O que você acha?

– Você disse que não era tão sério! – Encarou Lua que está completamente emocionada.

– Se você demorar mais um pouquinho, ela chora. – Puxei Lua para um abraço e ela começou a chorar. –  Lua tem chorado nessa gestação, tudo o que não chorou a vida toda.

– Um bebê? Vocês fizeram um bebê?

– Por favor, só não nos pergunte como. – Pedi.

– Eu não sou tão inocente assim… – Harry retrucou me fazendo rir. Lua ainda está abraçada a mim e continua chorando. Depositei um beijo demorado em seus cabelos e Harry se levantou do sofá e se aproximou dela.

– Um bebê, Luh. É uma notícia maravilhosa. Você está feliz? – Perguntou enquanto segurava suas mãos.

– Eu estou tão nervosa. – Confessou baixinho.

– Ei – ele apoiou os joelhos no chão –, eu estou aqui, Luh. Você sabe que pode contar comigo. Para tudo, para tudo, meu amor.

– Eu sei…

– Ultimamente ela está mais chorona e dengosa… – A apertei em um abraço e depositei um beijo em sua bochecha.

– Mais do que o normal? – Harry indagou divertido e Lua o empurrou de leve tentando esconder o rosto em meu pescoço. – Mimada!

– Muito, muito, muito mais do que o normal. – Enfatizei e Harry riu.

– Ei, eu pensei que não estavam tentando…

– E não estávamos. Só aconteceu. – Respondi.

– Não só “acontece”, vocês não se previnem? Nem é uma crítica. Só curiosidade mesmo. – Justificou e eu soltei um riso.

– Nem sempre quando se é casado e há confiança no parceiro ou parceira. – Expliquei por saber que não é o certo mater relações sexuais sem prevenção ou algum método contraceptivo.

– E está tudo bem? – Encarou Lua visivelmente preocupado.

– Agora está. – Ela respondeu e fungou o nariz. – As coisas estão voltando ao normal.

– Vem aqui. Deixa eu te dar os parabéns. Eu estou feliz, de verdade. – Disse sincero. E já sabíamos disso. Os dois se abraçaram. – Vai continuar tudo bem, Luh. Você vai ver só… Eu estou aqui, agora você pode contar comigo. Antes também já poderia, se tivesse me contado. – A encarou. – Você sabe disso. Na verdade, vocês dois sabem disso. – Ele me olhou e eu assenti. – Eu não acredito que teremos um novo bebezinho. Anie já sabe?

– Sim. Já contamos a ela. – Lua respondeu.

– E aí?

– Está um pouco enciumada. Nada do que já não prevíamos. – Respondi.

– O próximo bebê era para ser seu.

– Ei! Nada disso, Luh. Pode continuar em vocês, é bem melhor. Me faz feliz também. – Ele riu.

– Ficaríamos felizes também. – Respondi.

– Eu sei. Mas podem acreditar, vocês estão mais preparados do que eu e a Marie. Então, podem parar com essa conversa. – Cortou o assunto e eu quis rir do desespero dele.

– Você não precisa se desesperar assim, se vocês se protegem. – Lua comentou.

– Pelo visto não funcionou com vocês. Pensei que tomasse remédio.

– É que não levamos muito a sério esse detalhe importante.

– E ainda assim não estavam tentando?

– Pra você ver…

– Vocês já sabem o que é?

– Não. – Lua limpou as lágrimas.

– Não dá para ver ainda? Você já está com quantos meses?

– Dezoito semanas.

– Meses, Luh. Eu não entendo assim…

– Cinco meses, dude. – Respondi.

– Nossa! E vocês só me falaram agora?

– Aconteceram muitas coisas…

– É de risco? – Harry soltou um suspiro.

– Antes era, agora não é tanto.

– Mas eu tenho certeza de que ficará tudo bem.

– Você leu o cartãozinho? – Lua perguntou. – Que está dentro da caixa.

– Não. Eu vi a foto e o teste. Meu Deus! Espera aí… – Ele voltou a se sentar no sofá e pegou a caixa novamente. – “Oi, titio. Eu estou chegando! Mamãe e papai estão falando sério.” – ele riu – “Você aceita ser meu padrinho?”  Isso é sério? – Nos encarou. Eu e Lua assentimos. – É claro que eu aceito! É óbvio! Eu ficaria tão chateado se fosse outra pessoa. – Confessou nos fazendo rir.

– Quem seria a outra pessoa?

– Eu não sei. Mas vocês poderiam querer outra pessoa. Eu já sou padrinho da Anie.

– Você não era tão inseguro. – Zoei.

– Idiota!

– Me respeita que eu sou o pai dos seus afilhados. – O lembrei e ele me mostrou a língua.

– Mais alguém já sabe?

– Poucas pessoas… por conta de tudo o que aconteceu, eu preferi esperar para contar. Anie sabe, as meninas, a minha sogra, a minha médica e o meu marido, logicamente. – Lua me olhou e eu lhe dei um selinho. – E agora você. – Olhou para o nosso amigo.

– Logicamente. – Ele enfatizou. – Então quer dizer que ainda é segredo?

– Nem é isso… só não sei como contar. Na verdade, preferia não ter que ser obrigada a contar.

– E você não é obrigada. – Harry tentou tranquilizá-la.

– Eu já disse isso a ela, mas você conhece bem a sua amiga.

– Você não precisa se preocupar com isso, Lua. Tem que ser leve pra você e quando quiser me contar o que aconteceu, pode ter certeza de que eu estarei disposto a te ouvir.

– Obrigada, neném! – Lua o abraçou.

– Não, Luh. Neném não, meu amor. – Falei e eles dois começaram a rir, abraçados.

– O quê? Está com ciúmes? Pode ser meu amor também, você escolhe. – Harry disse entre risos.

– Não na minha frente.

– É melhor pela frente do que por trás, é menos dolorido. Você não acha, Luh?

– Eu estou grávida! – Se fingiu de ofendida depois de ter entendido a colocação do Harry.

– Você não disse isso na frente da minha mulher, grávida ainda por cima?!

– Até parece… vocês fazem coisas piores quando estão sozinhos. O bebê nem está escutando isso. – Ele se defendeu.

– Você é depravado!

– Não finge que isso te ofendeu. – Harry revirou os olhos. – Você não é nada inocente, Luh. Pode está dengosa, porque o Arthur põe mal-costume…

– Hahahaha… essa é boa!

– Quando a Marie estiver grávida, você vai tratá-la da mesma forma.

– Vamos parar com esse papo. Eu já disse que está ótimo parar em vocês.

– Vocês transam. – Pontuei.

– Arthur! – Lua chamou a minha atenção.

– Bem protegidos, graças a Deus! – Ele lembrou.

– Tá bom. – Dei de ombros. – Não é tão assustador quanto parece.

– Quando se quer, pode até não ser. Mas seria para mim. – Deu de ombro. – Estão tão feliz por você, Luh. Por vocês, na verdade. – Lua sorriu com carinho.

– Aaah, sim. Eu pensei que na sua cabeça a minha mulher teria feito esse bebê sozinha. – Retruquei.

– Eu sei que você é ciumento. – Se aproximou de mim para me abraçar.

– Com a minha mulher e os meus filhos. Com você, não mesmo. – Garanti.

– Só porque a Lua está aqui. Nos ensaios é outra história.

– Até parece. – Revirei os olhos e Lua riu junto com o Harry. – Você sempre gostou de fazer essas gracinhas. Não sei como Marie ainda não percebeu essa sua quedinha por mim.

– Ela só não é tão ciumenta quanto a Lua.

– E você acha que eu ligo para isso? Não mesmo. Não vou perder meu tempo ligando para essa tua implicância.

– Você não quer acreditar, essa que é a realidade. – Ele continuou e eu puxei Lua para abraçá-la.

– Você aceita um wisky?

– Eu pensei que você nem ia me oferecer nada para comemorar. – Foi irônico.

– Eu só estava esperando a hora certa. – Me levantei do sofá.

– Qualquer dia desses podíamos sair para comemorar, o que acham?

– Você sabe que Lua não pode beber, não é mesmo?

– Óbvio. Eu não sou tão ignorante assim nesse assunto. – Me respondeu.

– Conta mais então. Parece que você andou pesquisando sobre esse assunto. – Lua comentou.

– Qualquer pessoa sabe que grávida não pode ingerir álcool, Luh.

– Você não se referiu apenas sobre o álcool. Deu a entender que sabe mais sobre o assunto “gravidez”.

– Para de graça! – Ele ficou envergonhado e eu entreguei o copo com wisky para ele. Brindamos.

– Mas podemos sair qualquer dia desses. Você poderá chamar a Marie também. – Lua concordou com o convite.

– Ela vai ficar animada com a notícia, quando puder contar, é óbvio. – Ele sorriu.

– Logo, logo. – Lua pontuou.

– Eu faria uma festa se vocês deixassem. – Disse empolgado.

– Sabemos, mas não há necessidade. – Pisquei um olho e ele riu.

– Cara, já pensou se for um menino?

– Só há duas possibilidades: um menino ou uma menina. – Lua respondeu tentando conter o riso.

– Arthur não avisou que você também estava debochada.

– Só um pouco.

– Já entendi que você prefere uma menina.

– E Arthur sabe, antes que você me julgue.

– Eu jamais faria isso. Mas por quê?

– Me sentirei mais segura. – Respondeu sincera.

– E não seria outra versão do Arthur.

– Também. – Lua concordou e me olhou.

– Que cínica. – Pontuei. – Você me disse que não teria nenhum problema se fosse parecido comigo, que até gostaria.

– Ela só quis ser educada.

– Estou começando a achar que foi isso mesmo.

– Você já foi menos dramático, meu amor. – Lua me olhou e descansou a cabeça em meu ombro.

– Meu Deus! Faltam apenas quato meses para o bebê nascer. Vocês vão preferi saber o sexo só na hora do nascimento?

– Não, Judd.

– Talvez na próxima consulta. – Lua respondeu. – Se a Eliza conseguir ver. Eu não estou tão ansiosa para descobrir, mas o seu amigo, eu já não posso dizer o mesmo. – Me olhou.

– Mas eu já deixei bem claro que pode ser no tempo que você quiser. – Esclareci.

– Eu não sei se aguentaria esperar tanto. – Harry comentou.

– Eu só não quis criar muitas expectativas. Mas agora que está tudo bem, podemos saber e também nos permitir curtir mais. – Ela explicou.

 

Continuamos a conversa. Anie segue com toda a sua atenção voltada para a televisão.

 

Continua...

 

SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.

 

N/A: Boa noite! Espero que vocês estejam todas bem. Depois de 84 anos, uma atualização para vocês. E que não tenham desistido de mim e nem de L.A.

 

Eu avisei a vocês que passaria um tempo sem atualizar, certo? Eu só não contava que fosse demorar tanto tempo assim, uns dois meses praticamente. Desculpa! Mas como vocês sabem, tenho outras responsabilidades profissionais agora. Então, tenho que me dedicar a elas. Nem intervalo tentei, e muito, atualizar vocês o mais rápido possivel, mas como puderam ver, eu não consegui. Passei algumas semanas aí sem conseguir escrever nada, absolutamente nada! Eu terminei o capítulo na quarta-feira, mas não pude atualizar por conta dos meus compromissos com o meu trabalho. Ontem foi feriado, eu fui à missa, porém estou com virose. Passei bem ruim essa madrugada, mas fiz de tudo para conseguir postar hoje esse capítulo. Ainda bem que deu certo!

 

Eu torço para que toda a espera tenha valido a pena. Que a leitura tenha sido boa, que tenham gostado dos links, que me contem o que acharam da reação do Harry.  Sei que estavam ansiosas por ela hahaha Ele é um amor de amigo <3

 

Abriram os links? Viram a surpresa do Harry? <3 tão fofa!

 

Comentem, tá?

 

Um beijo e até breve!

Um bom final de semana a  todos!

15 comentários:

  1. Você não imagina a felicidade que eu fiquei quando abrir o site e vir a atualização, a reação do harry não podia ser a melhor, e eu já estou ansiosa tbm para saber se vai vim uma menina ou menino, eu acho que é menino kk
    Melhoras mulher

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  2. Nossa estava ansiosa pela próxima atualização amei a reação do Harry

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  3. Ansiosa para descobrir o sexo do bebê

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  4. Esse capítulo ficou muito emocionante adorei a reação do harry.

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  5. Ansiosa pelo próximo capítulo ansiosa para ver ela com barriga crescida para saber o sexo do bebe.

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  6. Autora não demore com o procimo capítulo por favor

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  7. Nossa quase dois meses sem uma actualização Tavares a ficar preocupada.

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  8. Amo quando tem atualização, estarei sempre aqui aguardando um novo cap ❤️

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  9. Nossa ansiosa para descobrir o sexo do baby

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  10. Autora não demore com a atualização por favor

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  11. Ansiosa pelo proximo capitulo

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  12. Nossa estou muito ansiosa para descobrir o sexo do baby

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  13. Estou viciada nessa fic

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  14. É uma felicidade abrir o site e ver a continuação dessa história.
    Fico cada vez mais ansiosa pelos capítulos,mesmo depois de tantos anos.
    Amei a surpresa que fizeram para o Harry.
    Ansiosa para descobrir o sexo desse baby.

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