Milagres do Amor - Cap. 19

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Milagres do Amor
Cedo para parar e Tarde para desistir.

Pov Narrador

Lua chega à mansão dos Aguiar, após alguns minutos de caminhada. Nesse tempo ela fez de tudo para se manter firme e não pensar no que disse a Arthur.

Ela abre o portão enorme de madeira e vai direto para os fundos da casa, logo é recebida por um Luke vibrante e animado querendo brincar. Lua se abaixa e passa as mãos nos pelos macios de sua cabeça.

– Agora não, Luke.

Ela se dirige mais adiante, chegando à imensidão colorida e perfumada do jardim de Rita. Ignorando o banco de madeira, senta na grama recém aparada.

O choro que estava sufocando-a por toda noite, escapa violentamente, o lago de água salgada desaba por todo seu rosto.

Lua se sente mais sozinha e angustiada do que jamais esteve. Sofrendo antecipadamente pensando que arruinou tudo, Arthur com certeza iria se afastar dela.

O ciúme que sentiu quando Tânia e Victória se insinuaram descaradamente para ele, sem a menor vergonha, a pegou de surpresa. Ela não sabia se chorava ou partia pra cima das duas, como uma leoa protegendo seus filhotes. Porém no final ela conseguiu se segurar e cabeças não rolaram.

Ela não entende como uma pessoa pode se tornar tudo em sua vida, com apenas um olhar.

Conhece Arthur há apenas algumas semanas, no início achou que o que estava sentindo fosse apenas um carinho de irmão. Porém como um a irmã deseja tão ardentemente o outro? Apreciar como seus lábios se movimentam enquanto fala? O charme e a elegância do seu andar? Quase se beijarem?

Não, ela realmente estava errada, tudo que sentia e ainda sente é amor.

Lua nunca foi uma simples menina, amadureceu cedo de mais, viveu coisas que pais nunca desejariam para seus filhos. Sempre foi uma garota estudiosa e decidida, lia de tudo. Porém os livros que mais a encantava era os que justamente a intrigavam. Histórias de amor impossível, Romeu e Julieta era o que mais gostava, uma tragédia e linda estória de amor.

Nunca pensou que sentiria algo tão forte em sua vida, como estava sentindo.

Claro que ela acreditava no amor. Contudo nos dias atuais tudo se resume no interesse e na beleza, o amor vem sempre em último plano.

E agora ela sentia sim, o amor, forte, avassalador e poderoso, que esta fazendo-a perder a lucidez, achava que estava ficando louca. Querer matar cada mulher que olhasse para Arthur, com aquele olhar guloso e malicioso, querendo ser trancada em um quarto com ele, e fazer loucuras quentes e prazerosas. Estava nesse momento soluçando, pelo choro desesperado, agarrada a um cachorro que era sua única companhia. Definitivamente ela não estava em seu estado normal. Acha que o amor deveria estar fritando seus neurônios, devastando seu cérebro.

Após a conversa que teve com sua mãe Arthur andava apressadamente pelo curto caminho até sua casa, já estava decidido o que iria fazer e coragem era o que não faltava.

Arthur sempre teve muito amor e carinho por parte de sua família, iria seguir os passos do pai que cursou medicina, mas na última hora após salvar uma mulher de um assalto percebeu sua vocação. Desde então não parou mais.

Sempre ganhando medalhas e fama pelo excelente trabalho realizado. Além das melhores e mais bonitas mulheres em sua cama, dinheiro não lhe faltava, pelo contrário tinha até demais.

Tornou-se general, mas ele queria muito mais, estudou mais e se tornou o chefão do FBI, respeitado e invejado por todos.

Consegui tudo que desejava em sua vida profissional batalhou para chegar aonde chegou, é merecedor de tudo que tem hoje.

Porém, se ganha de um lado e perde do outro, sua vida profissional é extraordinária, perfeita e admirável, sua vida pessoal um fracasso.

Ligava de cinco e cinco meses para seus pais, os visitava uma vez ao ano, mandava dinheiro e orgulho a eles.

Com as mulheres não tinha o que reclamar, onde quer que fosse todas paravam e o observavam e logo vinham aos montes, como cadelas no cio. E é claro que ele aproveitava sempre se prevenindo, bobo ele não é. A maioria delas estava pronta para gerar um filho e pegar uma gorda pensão do primeiro trouxa milionário que aparecesse.

Arthur nunca se apaixonou, não tinha tempo pra isso. Seu trabalho era sua única paixão e companhia constante. Até uma jovem com seus enormes cabelos loiros e olhos de chocolate cruzar seu caminho.

Sua vida em um passe de mágica, virou de cabeça para baixo. Um sentimento até então desconhecido lhe encheu o coração. No principio não se importou, mas tudo ficou mais intenso e perturbador. Não era apenas desejo lhe correndo nas veias, era como uma droga que se injetava automaticamente em seu sistema, seu coração.

Mais tarde soube que era o mais puro e sincero amor, o cercando de todas as formas possíveis. Tentou fugir, mas foi puxado de volta por mãos de ferro e nada o faria ser como era antes.

Arthur chegou em casa e foi direto para o jardim, sabendo que Lua estaria lá.
Seguiu até o amplo espaço, e viu a mais bonita e delicada flor do jardim de sua mãe.
Lua estava de costas pra ele, com Luke enfiado em seu braço esquerdo.
Arthur puxou e soltou o ar intensamente, passou a mão em seus fios, os desalinhando ainda mais, e foi em sua direção.

Ela que até então conseguira se acalmar e parar de chorar, sentiu imediatamente o ambiente mudar. Era como se tudo a avisasse que em suas costas a observando, estava à pessoa que mais importava em sua vida. Seu perfume que antes a acalmava estava deixando-a desesperada, não sabia o que fazer.

Seu coração quase pulava por sua boca de tão acelerado que estava. Passou as costas da mão no rosto, tirando os vestígios do recente choro.

Luke sentindo a tensão no ar, tratou logo de sair dos braços de Lua e correu para dentro da casa.

– Traidor – pensou.

Lua que estava com a cabeça baixa, fechou os olhos e continuou assim.

Quando não escutou mais os passo de Arthur atrás de si, abriu-os novamente levantando um pouco a cabeça. Viu em sua frente seu tênis de marca, foi subindo cada vez mais, passou pela calça jeans e camisa e finalmente parou em seu rosto, da qual ela não se cansava de admirar e amar.

Aqueles já familiares olhos a encaravam com uma intensidade fora do comum, com um brilho extraordinário e determinado.

Arthur quando olhou para o rosto delicado de Lua, não gostou nada do que viu.
Estava inchado e vermelho, seus olhos antes brilhantes e amáveis, estavam sem vida e com muita tristeza.
Ele se chutou mentalmente por ser tão estúpido e fazê-la sofrer mais do que já sofreu em sua vida.
Ele se abaixou, ficando no mesmo nível que a cabeça de Lua. Passou a mão pelos seus cabelos bagunçados e começou:

– Lua… Eu não sei como te dizer isso, mas eu vou tentar. A verdade é que eu nunca me imaginei dizendo essas palavras, nunca pensei que eu precisaria dizer. – disse com o cenho franzido, umedeceu os lábios com a língua e continuou. – Eu fui um estúpido esse tempo todo, eu admito. Mas eu fui treinado para ser assim, frio calculista, eu não sabia como agir. Talvez eu tenha demorado de mais para cair na real, eu nunca, jamais, queria estar fazendo você sofrer, eu não merece nenhuma lágrima sua. Eu me odeio por ser o culpado disso. – ele falava tudo a encarando, sem nunca desviar o olhar.

– Você não tem obrigação nenhuma de vir falar comigo. Não se sinta culpado, aqui… Só existe uma culpada e sou eu. Eu sei que você não sente nada por mim. – as lágrimas voltaram a cair, manchando seu rosto. – Me desculpe por entrar e atrapalhar sua vida, eu vou arrumar um jeito de sair dela. – diz se levantando e indo em direção a casa.

Arthur fica imóvel com as palavras que acabou de ouvir, sai do choque e rapidamente alcança Lua, segurando seu pulso, ela gira surpresa e o encara. Não gostando nada do que vê em seu olhar… Raiva.

– Você está louca? – grita – Você não tem esse direito.

Lua se assusta por sua reação, mas não o deixou perceber. O sangue ferveu em suas veias e gritou de volta.

– Eu não tenho o direito? Eu tenho sim, eu me sinto como pele morta. Tocam, furam, provocam, machucam e ninguém se importa. Indiferença. É difícil responder os estímulos se você não espera nada da vida. – Lua chorava, gritava e gesticulava.

Ela bem sabia que não era uma boa ideia enfrentar Arthur quando ele aparentava raiva, mas seu mau gênio falou mais alto que a cautela e o medo.

 – Eu estava decidida acabar com tudo naquela maldita noite, mas você estragou tudo, entrou na minha vida como um furacão, acabando com tudo em sua volta. Protegendo-me, me tratando como ninguém jamais me tratou, me fazendo sorrir, me fez acreditar que nem tudo estava perdido para mim afinal. Droga, você me fez querer viver. – Ela conclui respirando com dificuldades.

Do lado do jardim onde Arthur e Lua não podiam ver, estava Bernardo, Melanie, Chay, Rayana, Ricardo, Rita, Alana e Alexia, observando a cena, se perguntando se deveriam ou não interromper a briga.

Arthur observa Lua se acalmar e diz ainda alterado.

– Você acha que sua entrada na minha vida foi fácil? Merda nenhuma foi um tormento. Eu tentei ficar longe de você, mas uma força mais forte que eu, me puxava novamente para mais perto que antes. Eu tentei fugir, dessa droga de sentimento que eu carrego no peito, desde o dia em que eu coloquei meus olhos em você. Você conseguiu se infiltrar em mim, você tem um pedaço de mim, todos os pedaços. E sinceramente minha vida voltaria a ser uma droga sem você.

Lua não acreditou no que acabara de ouvir. E agora ela tem certeza que a qualquer momento seu coração irá pular pela boca afora e correr pelo jardim cantarolando Lady Gaga.

Eles se encaram, enquanto tentam manter a respiração calma e regular.

– Lua eu não sei como lidar com isso. Já que eu comecei vou até o fim. – ele passa a mão pelo cabelo e se aproxima, segurando suas mãos nas suas. – Como tudo que sinto, tudo que penso, planejo… posso dizer que eu a quero sempre do meu lado. Nenhuma mulher foi capaz de fazer o que só você consegue. Com essas certezas que posso também te dizer… Que eu te amo.

Lua fica em choque e incrédula pela revelação. Após alguns segundos as lágrimas que antes secaram voltam agora com muita potência, juntamente com os soluços que fazem seu papel.

Arthur tentar secá-las, com seus polegares, o que se torna impossível. Então ele a puxa para seus braços, percebendo que foi demais pra ela.

Após alguns minutos, Lua se acalma e se afasta de seus braços.

– Thur – ela funga e continua – Não há nada que eu possa dizer, nada que eu possa fazer, para te fazer enxergar ou entender o que você significa pra mim. Toda dor, lágrimas que eu chorei, tudo que eu despejei pra cima de você e ainda assim você nunca me abandonou ou me mandou embora, eu sei o quão longe você iria. Eu te amo com todas as minhas forças, cada poro do meu ser, cada batida do meu coração, com cada gota de sangue que corre por meu corpo.

Arthur sorri de orelha a orelha, mostrando a fileira de dentes brancos e  perfeitos a Lua. Ele se aproxima e sussurra e seu ouvido, causando tremores em todo corpo de Lua.

– É bom saber disso docinho. Muito bom.
– Thur… Eu… Não seu fazer isso, Você… Hãn… Pode não gostar. – diz corada.

Arthur sabe perfeitamente que Lua é assustadoramente pura, mesmo com as investidas que sofreu de seu pai. Tudo nela emanava ingenuidade e doçura, apesar dos seus vinte anos de idade.

– Eu sei docinho! Mas tudo que você fizer eu vou amar.

Arthur se abaixa mais e coloca as duas mãos em seu rosto, lhe acariciando, ela apenas fecha os olhos apreciando o contato.

– Siga seus instintos e tudo será perfeito.

Lua abre os olhos novamente e sabe que esta na hora do que esperou por um longo tempo e foi interrompida antes de conseguir.

Arthur se aproxima ainda mais, o coração dos dois pulsava de ansiedade. Lua morde o lábio inferior e Arthur registra esse fato, soltando um gemido baixo e rouco, fechando os olhos. Lua apenas ri e abre um largo sorriso, contente pela reação que causa nele.

– Não me provoca. – diz rouco, rindo.

Ele desliza sua mão para seus ombros, abre os olhos, esperando o consentimento por parte de Lua.

Ela por sua vez estava se sentindo cada vez mais quente. Respirando o mesmo ar, inebriando-se com sua voz, bebendo o seu maravilhoso hálito, recolhendo dentro de sua alma seu olhar apaixonado e carinhoso, sentindo e pressão daquelas mãos grandes e quentes em seus ombros e rosto.

Contando a pulsação de seu coração que por ela palpitava freneticamente, fechou os olhos e sentiu a boca macia de Arthur se encontrar pela primeira vez na sua.

Primeiramente sem língua, só sentindo o sabor um do outro. Em um beijo doce e calmo.

Mas logo a língua de Arthur pede passagem entre os dentes de Lua, que concede sem hesitar.

Lua fica na ponta dos pés e envolve com seus braços pequenos o pescoço de Arthur. Ele prende uma mão em sua nuca, e a outra que antes estavam em seu rosto, desce pela cintura de Lua, trazendo-a para mais perto de si, colando seu corpo ao dela.

O Beijo ficou calmo, mas ao mesmo tempo apressado, os pulmões reclamavam por ar. Porém, nenhum deles pareceu se importar. A língua de ambos duelavam entre si, conhecendo cada canto do outro, nessa briga ninguém ganhava ou perdia e sim saiam vitoriosos no final das contas.

As mãos de Lua antes no pescoço de Arthur migraram para seus cabelos, o que faz com que Arthur quase soltasse um gemido. Quando a falta de ar ficou insuportável eles se separaram com pequenos selinhos entre risos.

A sua família olhava admirada a cena, menos Alana que saiu apresada puxando Alexia, logo no começo do beijo.

Lua e Arthur se abraçam após a magia do primeiro beijo.

– Foi bom pra você? – Lua pergunta sem sair dos braços de Arthur.

– Absolutamente perfeito.

Arthur falou a verdade apesar da pouca experiência de Lua. Foi o beijo mais doce, inocente e gostoso que ele já deu e recebeu, apesar de ter beijado milhares de mulheres. Porém nenhuma chegou aos pés de Lua.

– E você?
– Pra mim também.
– Mas eu duvido que você gostou tanto assim, afinal você já teve várias mulheres, mil vezes mais experientes que eu. – Arthur quebra o abraço e a encara.
– Docinho nenhuma chegou ao seus pés, eu nunca senti nada parecido como sinto por você. – Lua abre um sorriso imenso e dá um selinho demorado em Arthur, que retribui de bom grado.
– Desde nossa gritaria, minha família está escondida atrás da moita.
– OMG! – Lua cora e esconde sua cabeça no peito de Arthur que apenas ri.
– A… Lua antes que eles venham até aqui. Eu quero te pedir uma coisa – Lua se desgruda dele e espera ele falar.
– Como você achou que demorei de mais para me declarar, eu vou pular para parte do namoro de uma vez.

Lua arregala os olhos.

– Quer namorar comigo Lua Blanco? – pergunta dando seu sorriso torto… fazendo com que Lua perca o fôlego.
– Sim, sim- responde feliz, pulando em seu pescoço e dando vários beijos em seus lábios entre sorrisos.

Minutos depois Arthur faz com que todos saiam de trás da moita. Eles pedem desculpas, mas vão logo abraçá-los e parabenizá-los, extremamente contestes.

Um beijo é um segredo que se diz na boca e não no ouvido.

Continua...

Se leu, comente! Não custa nada.

O beijo!!! \o/ Eeeeeh o que acharam? Eu amei esse capítulo. Quando li, nossa, achei a coisa mais linda.

Até o próximo capitulo. Com 10 comentários, posto o próximo.

17 comentários:

  1. Ameii.. Quero mais please

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  2. ai que lindos querendo mais :)

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Ahh q lindos.. Posta mais agr só falta a primeira vez..

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  5. 😍😍😍
    Tá muito lindo esse capítulo .
    Parabéns !

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  6. Posta mais por favor a web está ótima

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  7. Posta maissss
    Amo a web bjosss Júlia

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  8. Ai que fofo gente quero mais por favorrrrrrrrrrr

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  9. Posta por favor tbm estou esperando pela primeira vez.. Amoo a web

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