"É estranho. Mas é do nosso jeito" - 60º e último Capítulo!

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P.O.V.'s Lua Blanco

   As pessoas foram chegando. Ambiente de festa total. Nem parecia que daqui a alguns dias nós íamos embora e que íamos deixar grandes amigos aqui. 
   Daniel chegou mandando estilo, mas assim que viu Arthur caiu numa melancolia total. Ele estava triste com a partida de Arthur, assim como eu estava por deixar Ana aqui. 
   Mais gente foi chegando. Anita acompanhada de Jhulie, que trouxe Bruno e Matheus. Depois veio Bruno com Tatiana, de seguida Diego, Maria, Eduarda e vi também Frederica e Caio entrarem. Eles vinham com rostos sérios, bem marcados. Frederica vestia, por estranho que pareça, algo comportado e sem salto alto. Caio, por sua vez, vinha sem casaco, o que eu estranhei. 

- Ele tinha mesmo de vir? – Arthur me segredou
- Relaxa. É despedida. A partir de hoje nunca mais vamos ver o Caio. Mas ele é meu amigo e tem tanto direito de vir como Frederica tem.
- Tudo bem. – apesar de não ter aceitado a ideia, Arthur deu de ombros e bebeu um pouco de cerveja. 

   Fomos fazendo os pedidos e conversando de tudo um pouco. Relembramos Samuel que foi para Londres estudar e o meu namoro de mentira com ele. Arthur cruzou os braços ao ouvir todos os meus pontos positivos sobre ele. Apesar de tudo, Arthur morria de ciúmes. 

- Não esquecendo os ataques de raiva da Lua por causa de Arthur. Sim, porque eu – Bela se levantou – Bela Freitas, era quem partilhava o quarto com essa louca daqui. Tinha de suportar os gritos dela de raiva. Eu era quem limpava a sujeira que ela fazia partindo as coisas. Eu é que dava cobertura pra ela enquanto ela decidia ir curtir o seu namorado e até fui eu quem…
- Chega! – pedi – Não vamos entrar em mais pormenores. Todos nós sabemos que você foi a minha grande amiga, ok? – mandei um beijo pra ela no ar.
- Sendo assim eu também tenho confissões a fazer. – disse Frederica se levantando – Como todos sabem, Arthur foi meu namorado durante muito tempo e…
- Com licença, os pratos chegaram. – disse o garçon muito bem educado.
- Graças a deus. Caso contrário eu ai matar ela. “ai, como vocês sabem eu era namorada do Arthur”… NÃO VAGABUNDA, ELE SÓ TE USAVA PARA TRANSAR! – gritei completamente irritada com meia dúzia de palavras da Frederica.
- Calma… - Arthur segurou a minha mão – Como você diz, a partir de hoje não vamos ver mais a Frederica.
- Você está adorando isso, não é mesmo?
- É. Um pouco. Adoro te ver com ciúmes. – Arthur confessou entre risos.

   Jantamos. Fizemos brindes e, sinceramente, perdi a quantidade de brindes que fizemos em minha memória, em memória do Arthur e de mais meia centena que estava dentro daquele restaurante. 

- Vamos para a sobremesa?
- Opa, minha parte preferida. – Daniel disse animado
- Lua, antes disso, podemos conversar?
- Agora?
- O que você quer com ela? – Arthur se meteu
- É apenas uma conversa de amigos. Será que pode ser? – Caio encarou Arthur com um rosto quase de raiva. 
- Bom, tem de ser rápido porque vamos pedir a sobremesa.
- Não tem como ser depois? – Arthur se meteu novamente
- Fazemos assim. Pede a tua sobremesa agora e a gente conversa enquanto a sobremesa chega.
- Tudo bem. Tapioca de chocolate. Se não tiver, salada de fruta mesmo. Bem fresca. – antes de ir com Caio para a rua, pedi a Arthur que se acalma-se, num sussurro, e dei um selinho sobre seus lábios.

   Na rua estava um pouco de frio. Me encostei na parede, onde não passava tanta corrente de ar, e Caio ficou à minha frente com um ou dois passos de distância. Ele estava sério, esfregava as mãos a toda a hora ou então passava uma delas pelo seu cabelo.

- Está tudo bem?
- O que eu tenho para te dizer agora é bem sério. Eu nem sei como é que te vou dizer isso. Mas talvez porque realmente eu gosto de você. E não, eu não gosto de você como simples amiga. Eu sempre gostei de você como mais que isso. Mas entendi que você está em outra e que o nosso namoro de crianças não foi nada para você.
- Não é bem assim. Você sabe que eu gostava muito de você. Mas sim, a verdade é que passou. O Arthur é tudo para mim.
- Eu fiz tanto para que você não pensasse assim. Metade das vossas discussões foram criadas por mim. Eu fui, inclusive, que denunciei ao Carlos que o Arthur estava trabalhando esses dias. Contei ainda que ele tinha desistido de estudar e que talvez fosse trabalhar para um bar noturno. Fui eu que disse a ele em que museu vocês estavam, no dia em que Arthur foi conhecer o pintor famoso Lourenço. Fui eu. Me desculpa…

   Engoli cada palavra como uma facada atrás da outra. Não podia ser ele. Não podia.

- Você… você deve estar sonhando. – encarei a realidade com lágrimas nos olhos e quis acreditar que aquilo não era verdade 
- Não. Fui eu. Eu… eu fui um monstro, eu sei. Mas eu fiz isso por amor. Amor. – Caio deu um passo até mim, segurou o rosto bem forte com as duas mãos e encostou os seus lábios nos meus.

   A minha reação foi empurrar Caio assim que senti o gosto dos seus lábios nos meus e sair dali correndo, enquanto chorava todas aquelas verdades que ele me dizia. Entrei no restaurante aos trampos. Tinha os olhos cobertos de lágrimas e com certeza que as pessoas repararam nisso. Fui até à nossa mesa, tentando parecer calma, e trouxe Arthur comigo. Bela e Daniel, que eram os mais próximos de nós na mesa, perguntaram o que se passava mas eu não conseguia explicar. Não naquele momento.
   Arthur trouxe consigo a minha bolsa e procuramos um táxi pela rua. Para piorar a situação, começou a chover. Caio já não estava no lado de fora do restaurante. Com certeza o cobarde tinha ido embora, porque caso Arthur saiba disso, é capaz de o matar.

- O que aconteceu? Me diz. Foi o Caio? O que aquele filho da mãe te fez?
- Em casa. – já dentro do táxi, levei as mãos ao pescoço de Arthur e deitei sobre o seu peito, até chegar a casa.
- Com isso nem te fiz a surpresa.
- Que surpresa? – perguntei
- Eu disse que não íamos para casa depois do jantar. Eu pensei que poderíamos ir à praia onde tudo começou.
- Onde finalmente descobrimos que éramos idiotas e nos beijamos?
- Isso. – ele sorriu e fez carinho sobre os meus cabelos. Chorei ainda mais. Aquela podia ter sido uma noite diferente e provavelmente ia acabar da pior forma.

   Como ainda nem era meia-noite, havia luz em casa. Minha mãe estava acordada e estranhou nós termos chegado tão cedo. 

- Aconteceu alguma coisa?
- Não mãe… - esforcei o sorriso – Está tudo bem. Estamos cansados e vamos dormir. 
- Tudo bem… 
- Boa noite. – deu Arthur
- Boa noite. – subimos as escadas de mãos dadas – Cada um no seu quarto.
- Eu sei mãe. – me aborreci.

   Contra as ordens da minha mãe, entramos no quarto e eu contei o que aconteceu a Arthur. Como é claro, ele ficou chateado e até me obrigou a ir dormir para o meu quarto.

(…)

   O dia tinha finalmente chegado. Mágoas deixadas para trás, amigos também. Mas eles iriam estar para sempre no meu coração. Minha mãe estava de rastos e meu coração estava bem pequeno e tão apertado por a deixar. Mas ela prometeu que me ia visitar ao menos uma vez por mês, durante um final de semana. Mesmo assim, não deixei de chorar até chegar ao aeroporto e ainda dentro do avião.
   A chegada a Roma foi tal e qual ao que eu imaginei. Meu pai me recebeu com um abraço enorme e a mulherzinha dele também. Os filhos dela devem ter uns quatro ou cinco anos e são a cara dela. Ao menos isso.
   No jantar em “família”, meu pai expressou os seus sentimentos.

- Estou muito feliz por te ter aqui. Você e Arthur. Assim poderei controlar vocês de perto, visto que o vosso apartamento é aqui do lado.
- Como é que você quer que eu cresça sendo que vamos ser vizinhos?
- Do que depender de mim, sempre será assim. Você sempre será a minha bebé.
- Por favor pai! – coloquei a mão sobre a testa ao me ver bem embaraçada em frente a Arthur que ria discretamente.  
- É bom te ter de volta a casa. Agora vamos ser todos uma família! – meu pai apertou a minha mão junto com a da sua mulher e soltei um sorriso bem falso.

   O apartamento tinha uma série de andares e eu ficava no décimo segundo. O apartamento era acolhedor, bem decorado e tinha dois quartos para dormir. Dessa vez, eu não tinha a minha mãe para me obrigar a dormir separada de Arthur. 

- A nossa casa.
- Estarei sonhando? – eu ri ao deixar as malas de lado e ao fechar a porta do nosso apartamento.
- Parece mentira.
- Passamos por tanto, mas acredito que agora tudo ficará bem.
- Agora temos vida de casados.
- Mas sem aliança – fiz bico
- Não é você que odeia essas coisas?
- Pior que é mesmo – eu ri e o abracei
- Tenho de enviar um e-mail à minha mãe dizendo que já cheguei
- Mas isso pode ficar para depois… ou não? – sorri de um jeito doce e aos poucos me apoderei dos seus lábios enquanto tirava os botões da sua camisa.

   A história até pode ter chegado ao fim, mas mesmo neste mundo à parte, o nosso casal preferido viveu muitas mais aventuras. 
   Arthur começou a trabalhar e a estudar à noite. Era duro, mas como faltavam poucos meses para terminar os estudos, ele deu conta do recado. Concluiu a escola, estagiou numa empresa importante e ao final de semana se dedicava às artes onde pretendia levar caminho.
   Lua aprendeu a governar uma casa. Tratava de comida, roupas e até do pó acumulado nas prateleiras de livros apenas usados para decoração. Mas também, quando via que Arthur estava estendido sobre o sofá sem nada a fazer, fazia de propósito e não fazia jantar e se fosse preciso fazer greve de sexo. É. Greve de sexo. Isso resultava sempre.
   Como casal, viveram a história da vida deles, com muita saudade. Saudade de casa, dos amigos, das discussões com os amigos e até do maldito colégio. “maldito colégio”, visto que foi lá onde se conheceram.

- Aqui não tem piscina… - lamentou Arthur
- É… mas eu me contento com a nossa banheira de massagens
- Mas tem lado lá fora
- Mas lá fora tem gente e confusão e aqui eu estou bem. – disse eu bem dengosa. Tínhamos acabado de fazer amor e eu vestia a blusa dele, ambos deitamos sobre o sofá da sala. 
- Se arruma, vamos sair.
- Onde? – resmunguei – Ah não, me deixa aqui quieta pow. Eu faço pipoca e assistimos um filme. Eu juro que não peço comédia romântica.
- Não. Vamos sair. – ele levantou e me puxou junto.

   E lá estávamos nós. Tarde de domingo de Setembro de 2014. Na praça, em frente ao nosso apartamento, em frente à lagoa. 

- Lembra da piscina do colégio?
- Lembro. Saudades. Nem demos um mergulho de despedida.
- Podemos matar agora.
- Você não está à espera que eu pule, não é?
- É. – ele riu muito, me pegando ao colo e pulando para o lado.

   Louco. Louco, apaixonado, amor da minha vida.
   Nós, molhados dentro daquela lagoa gelada e com uma multidão de pessoas a assistir aos nossos beijos molhados. 
   Casal estranho? Talvez! Mas esse é o nosso jeito de viver, e assim será.

E chegou o último capítulo. O que acharam?
1- não terá 2ª temporada porque eu vou começar a escola e quero focar muito
2- eles não tiveram filhos porque têm 18 anos
3- não, eu não vou deixar o blog. vou postar alguma coisa aos finais de semana ou dias em que terei menos coisas a estudar. 

Qualquer coisa, só falar aqui. 

Twitter: @Psiuteamoaguiar 

12 comentários:

  1. Nossa, que final mais lindo !.!.
    Ameeii *-*
    Parabéns, web muito bem escrita Cris !.

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  2. Pena que foi o ultimo... Mas enquanto durou foi perfeita ameiiii!!!

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  3. Desculpa mais vou falar o que eu achei nada pessoal mais como leitora que acompanhei desde o começo da web não é que não gostei do final só espera mais, achei vago faltou algo. a web foi intensa sempre passando a emoção que o cap queria ai você finaliza ela assim, corrida pulando as etapas parecendo que queria se livrar dela o mais rápido possível, não é do seu fetil fazer isso ao contrario acho suas web's muito bem escritas, desculpa minha sinceridade mais eu espera um final digno da web! é minha opinião não desmerecendo você nem seu trabalho!

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  4. Amei a web mais não curti o último cap :( cade mãe dela nem um final pra ela e os amigos do Brasil, a família do Arthur nem um pedido de casamento nada ficou muito vago :( faltou muita coisa pra concluir mas mesmo assim foi bom bom o final beijs Cris Anna :)

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  5. Amei essa web e achei muito original esse final :) parabéns pela web!

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  6. Ameei, essa web, vai deixar uma saudade imensa!! Aiin foi tudo tao lindo, ameei real!!
    Rafa

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  7. Poxa queria 2 temporada,mas ficou boa a web só nao gostei do ultimo capitulo.

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  8. Ameiiiiiiiiiiii a web :) mais tenho que concordar o final deixou a desejar beijossss é uma pena não ter 2 temporada :( Ana

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