Little Anie
Parte Dois
E assim como o nascer do sol,
amar você é inevitável.
É onde começam os meus dias.
É a minha primeira fonte de calor.
É natural amar você, é como respirar
ou ver as plantas crescerem depois da chuva.
É por isso que eu me declaro todo dia quando
O sol nasce, nem sempre com palavras.
Nunca ouvi alguém perguntar
"Será que o sol vai nascer amanhã?"
Mas caso você se pergunte, a resposta é sim,
eu vou continuar amando você amanhã.
– @akapoeta | João Doederlein
Pov Lua
Londres | Quinta-feira, 14 de setembro de 2017.
Chegamos em casa uns quinze minutos depois. Ela desceu do carro empolgada com a sacola de roupinhas em mãos.
– Mamãe?
– Sim. – A olhei. Ainda estou dentro do carro.
– Eu posso mostar as roupinhas pra Carla, pra Carol e pro Bart?
– Claro que pode, filha. – Sorri e ela correu para apertar a campainha. Carla não demorou a abrir a porta.
– Vamos lá, Lua Blanco. – Ele me disse. Peguei a minha bolsa e a minha pasta. Arthur abriu a porta do carro para mim.
– Você está tão cavalheiro hoje. – Falei e ele sorriu.
– Não só hoje, Lua. – Me puxou com cuidado pela mão. – Ou meus cuidados não estão sendo notados?
– Eu quis dizer que, mais hoje do que nos outros dias. – Expliquei.
– Ontem eu também te carreguei no colo. – Ressaltou e acabamos rindo.
– Bobo! – Disse e ele beijou os meus cabelos.
– Olá, meu garoto! Você sentiu a nossa falta? – Ele se abaixou para falar com Bart. Fiz carinho nas orelhas do cachorro e entrei em casa. – Eu também senti a sua falta. Vamos lá, você já viu a roupa do seu irmãozinho ou irmãzinha? – Perguntou ao cachorro que latiu, Arthur começou a rir. Às vezes acho que nem ele acredita que fale assim com o nosso cachorro. – Garoto, você é Inteligente. – Ele se levantou e me seguiu até a cozinha, com Bart ao lado. – Acho que ele gostou.
– Com certeza foi o que ele respondeu quando você perguntou. – Sorri.
– Você não acredita?
– Você acha que é pai dele, Arthur. – Ri.
– Posso latir se você pedir. – Debochou.
– Maaamãããee!
– Oi, filha.
– Elas gostaram! Todos gostaram. Até o Bart! – Exclamou animada. Sorri para as meninas. Carla me entregou a roupinha de menina.
– São tão fofos. Não vejo a hora de ver o bebê vestido com uma delas. – Comentou.
– Eu também! – Arthur exclamou o que não é uma novidade para quem o conhece.
– Como se já não soubéssemos. – Carol comentou divertida e ele me abraçou de lado e acariciou novamente a minha barriga.
– Já está maior. – Arthur disse animado, deixando o vestido mais justo, para que elas notassem. Senti vontade de chorar.
– Sim, estamos vendo. Você já sentiu o bebê mexer? – Carla perguntou para ele que negou com um gesto de cabeça antes de falar:
– Não. E também estou ansioso por esse momento, não é, loira?
– Como se a vida dele dependesse disso. Até já começou a se questionar como pai. – Contei. Arthur ficou com vergonha e escondeu o rosto contra o meu pescoço.
– Você não precisava expor essa parte. – Disse baixo. Fiz carinho em seus cabelos.
– Você acha que o bebê já consegue distinguir quem é bom ou ruim ou que o pai e a mãe serão bons ou não para ele?
– Eu acho. – Confessou e as meninas riram.
– Só porque hoje você parece mais sensível que a Lua, eu vou deixar você escolher a sobremesa. – Carla disse e Arthur a olhou.
– É muito sério?
– Demais!
– Banoffee. – Respondeu. Parece a Anie quando eu deixo ela comer doces. – Aah, mas minha loira não pode tomar café. – Me olhou. – Vou trocar pra pudim.
– Você lembrou? – Na gravidez tem uma quantidade segura de café que se pode tomar, mas eu não quero arriscar. Foi assim na de Anie. E eu já não gosto muito de café mesmo.
– É óbvio!
– Então, pode deixar.
*
Subimos a escada. Carol foi banhar Anie e eu fui para o quarto com Arthur.
– Vou guardar as roupinhas. – Falei indo para o closet. Arthur sentou-se na cama e tirou os sapatos.
– Traz uma toalha pra mim, Luh, por favor. – Me pediu.
– Vai tomar banho comigo? – Perguntei ao voltar para o quarto. Entreguei a toalha para ele.
– Se você quiser. – Respondeu tirando a camisa. Me sentei na cama ao lado dele.
– Quero te pedir desculpas por hoje, Arthur. – Falei sincera. Ele me encarou.
– Por hoje? E o que aconteceu hoje? – Franziu o cenho ao me olhar.
– Era pra ter sido um programa divertido, como você havia imaginado.
– Tem certeza de que quer falar sobre isso?
– Só me desculpar mesmo. – Respondi. – Eu sei que você criou expectativas. Você estava muito ansioso para esse momento. Eu só queria que tivesse sido especial pra você.
– E foi. Ter você e Anie tornou esse momento muito especial. Escolher as roupinhas juntos fez o momento ser único. Eu só queria que tivesse sido pra você também. Me faria mais feliz. – Confessou e eu o abracei.
– Mas foi. Eu estou falando de você – saí do abraço – Você merecia mais…
– Está tudo bem, Luh. Eu só queria que você tivesse gostado tanto quanto eu ou que tivesse sido sincera e aceitado ir outro dia, quando estivesse melhor. – Falou com calma.
– Não seria justo com você. – Coloquei uma das mãos sobre a dele.
– Assim como parece que não foi com você.
– Só estou preocupada.
– Eu também, Lua. Desde junho.
– Desculpa, Arthur. Desculpa mesmo!
– Não por isso, Lua. – Ele suspirou. – Vamos tomar um banho, que tal?
– Eu te amo tanto, Arthur. Eu quero que você acredite.
– Eu sei que você me ama, querida. E hoje eu não duvidei em nenhum momento. Ainda mais depois de escutar o que você me disse há alguns segundos. – Ele me abraçou de lado. – Sei que fez e faz, do seu jeito, muitas coisas por mim. Eu também te amo. Você é a minha vida. E eu é que quero que você acredite.
– Eu acredito. – O puxei para mais perto e Arthur me abraçou mais apertado.
– Quem era que estava muito sensível mesmo?
– Você. – Respondi já chorando. Arthur beijou várias vezes o meu pescoço.
– E agora?
– Eu. – Confessei entre lágrimas. Arthur está fazendo carinho nas minhas costas. – São os meus… hor… hormônios. Eu não… eu não consigo me controlar.
– Vamos tomar um banho. Quem sabe assim você relaxa.
– Depois a gente pode fazer amor? – Perguntei baixo e Arthur se afastou.
– Na verdade – começou –, podemos fazer amor agora – colocou uma mexa do meu cabelo para trás da orelha –, antes do banho, durante o banho e depois do banho, o que você acha? – Concordei com um gesto de cabeça, porque ainda estou chorando. Arthur sorriu de lado. – Mas não com você chorando, Luh, por favor. – Me deu um beijo.
– É que… eu tô emotiva. – Contei.
– Eu sei.
Ele me acomodou em seu colo. Ficamos em silêncio por um tempo.
– Está mais calma? – Arthur me perguntou e eu apenas assenti. Ele voltou a fazer carinho nos meus cabelos.
– Sua respiração tá ritmada, mas você está tão quente. – Comentei baixo, ele riu.
– Daqui a pouco ela vai ficar acelerada e eu vou até suar. – Sussurrou e eu o encarei.
– Eu amo ser sua mulher. – Confessei.
– Uuuhm… cem por cento dos teus dias? – Perguntou e eu neguei.
– Não. Às vezes noventa, noventa e cinco e outras, setenta cinco, quando você me irrita demais.
– Pelo menos você é sincera. – Me deu um beijo.
– Você seria? Apesar de eu ter um pouco de receio de fazer essa pergunta.
– Claro que sim. Eu não teria porque mentir que todos os dias são cem por cento, você sabe que não são. Mas minha outras vezes foram uns… deixa eu ver… acho que todas foram uns oitenta por cento. – Contou. – É que eu te amo muito. Eu não sei e nem quero viver longe de você. – Acrescentou e segurou meu rosto entre as mãos.
– Eu também… – Rocei os lábios nos dele.
– Sabia que essa gravidez te deixou ainda mais linda do que você já é?
– Sensível e emotiva também… acho que esse bebê vai ser parecido com você e eu vou amar.
– Será que vai ser uma menininha muito sensível, Luh ou um menininho?
– Eu tenho quase certeza de que a personalidade vai ser toda tua. – Falei e ele riu.
– Tira o vestido. Deixa eu falar com ele… – Me olhou – enquanto não fazemos coisas que é melhor ele está dormindo, quando começarmos. – Piscou um olho.
– Não é como se eu me separasse dele ou dela nesse momento, Arthur. – Comentei tirando o vestido.
– Eu sei. É por isso que falo com o bebê antes. – Deu de ombros. Tirei o meu sutiã também. Arthur ficou me encarando.
– O que foi? Você disse que queria falar com o bebê. – Coloquei as mãos sobre os meus seios.
– Engraçadinha… – Ele disse e tirou as minhas mãos dos meus seios. – Você me provoca e agora fica constrangida?
– É diferente.
– Realmente, e eu jamais confundiria esses momentos. O bebê é inocente demais. Não tem culpa dos pais serem safados.
– Não mesmo. Principalmente o pai dele.
– Tá bom. – Disse irônico e abaixou o rosto para beijar a minha barriga. – Você sabe que semana que vem, com certeza, estará bem maior, não sabe?
– Sei. – Admiti e toquei minha barriga. – Semana que vem eu farei os exames.
– Não vejo a hora de poder sentir ele mexer. – Disse fitando a minha barriga.
– Não parece que estou com cinco meses. Minha barriga parece sei lá, de três meses… da primeira vez, com essas semanas já estava bem maior do que está agora.
– Mas, Luh, não é como se fosse igual a gestação da Anie. Se você continuar comparando, vai continuar se sentindo mal e preocupada.
– Talvez eu relaxe mais depois dos exames.
– Vai estar tudo bem e nosso bebê vai está grande e saudável, eu tenho certeza, não é meu amor. – Ele voltou a beijar a minha barriga. – Eu sei que você já conhece a minha voz… – disse todo confiante, mas, logo em seguida, me olhou. – com quantas semanas os bebês começam a ouvir?
– Depois das dezoito semanas. Eu já estou com quase vinte e uma semanas.
– Então o nosso bebê já ouve. Eu tenho certeza de que ele já sabe quem é você.
– Tem?
– Absoluta certeza. Ele sabe que você é a melhor mamãe que ele poderia ter. – Beijou novamente a minha barriga. – Luh?
– Sim.
– Às vezes eu fico pensando, será que ele pode ficar chateado por eu me referir a ele de “meu bebê ou nosso bebê”, e se for menina? Porque eu falo bebê, porque é bebê. É carinhoso, você não acha?
– Eu tenho certeza de que o bebê entende, querido. – Sorri.
Às vezes Arthur tem uns pensamentos que me fazem questionar se são reais ou se ele está zoando com a minha cara. Sempre acho que ele vai rir ao final da pergunta.
– Eu espero que sim. Ei – cutucou a minha barriga –, se você for uma menininha, não fique chateada. O papai te ama, só está sendo carinhoso com você quando fala “o bebê”. – Ele está muito concentrado explicando para a minha barriga. – O papai não quer te magoar, meu amor. – Estou emocionada, mas quero rir, porque é como se o bebê estivesse nos braços dele. – Você está ouvindo? Você acredita em mim? – Perguntou e beijou novamente a minha barriga. – Você poderia mexer para o papai, assim eu saberia que você não está chateada comigo. E aí? – Sugeriu e encostou a cabeça em minha barriga, com o dedo indicador, de uma das mãos, ficou fazendo círculos ao redor do meu umbigo. Levei as mãos até seus cabelos e comecei a acariciá-los.
Paralisei.
Arthur também paralisou.
– Vo-você… – Ele levantou rapidamente a cabeça. – Lua, você sentiu isso? O bebê mexeu? – Ele parecia não acreditar. Seus olhos estão brilhando. – O bebê me respondeu? – Insistiu e eu assenti espalmando uma das mãos sobre a minha barriga.
Nem eu estou acreditando que o bebê respondeu um pedido dele.
– Ai, meu Deus! – Ele voltou a fitar a minha barriga. – Lua, será que é uma menina? Meu Deus! – Me encarou e eu comecei a rir. Estou nervosa. – O bebê mexeu mesmo ou foi você? – Ficou desconfiado e quase frustrado.
– Claro que não fui eu. Eu não faria isso. – Respondi sincera. Jamais faria isso com ele. O bebê realmente mexeu e ele pode sentir pela primeira vez. – O bebê mexeu mesmo, pode acreditar. Eu já consigo distinguir os movimentos. – Afirmei.
– Lua, meu amor, eu esperei tanto por isso. Meu Deus, tanto, tanto… – Depositou vários beijos na minha barriga. – Eu te amo, meu anjinho. Eu te amo demais. – Declarou e voltou a me olhar. – Será que vai mexer de novo? – Me perguntou. – Ele ou ela pode estar dormindo, pode ter sido só um reflexo.
– Eu tenho certeza de que a nossa bebê ou o nosso bebê respondeu o melhor papai que ela ou ele poderia ter. – Garanti. Arthur me olhava emocionado. Seus olhos estão cheios de lágrimas. – Esse momento é seu, meu amor. – Acariciei seu rosto.
– Deita. – Me pediu. – Com você deitada posso perceber, se ele ou ela mexer de novo. – Explicou. – Fica melhor. – Acrescentou. Me deitei na cama.
– Já vi que perdi meu sexo antes do banho. – Comentei divertida. Arthur deitou novamente a cabeça em minha barriga.
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– O meu bebê mexeu pra mim, só pra mim, Luh. Eu vou ficar aqui até sentir ela de novo.
– Ela?
– Acho que é uma menina. Porque ela desculpou o papai. Acho que estava magoada. Eu chamava de “meu bebê”.
– Ela ou ele, com certeza, vai passar boa parte da vida, se não a vida toda, sem saber o que é ser magoada ou magoado por você, meu amor. Isso não deveria ser uma preocupação pra você. – Afirmei.
– Eu não quero te magoar outra vez e, muito menos, magoar os nossos filhos. É por isso que dou o meu melhor para vocês.
– Já nos resolvemos, Arthur. Não pensa mais nisso, por favor. – Continuei acariciando os cabelos dele. –Você continua sendo o amor da minha vida.
– E vocês, da minha. – Me encarou e sorriu. Beijou novamente a minha barriga e foi subindo os beijos.
– Uhm… – Gemi sentindo seus beijos se aproximarem dos meus seios. – Já chegou a minha vez? –Murmurei e Arthur fingiu morder baixo de um dos meus seios. Me encolhi e ouvi um riso dele.
– Eu disse que não deixaria você passar vontade. – Sussurrou ao me encarar. – Achou o quê? Que eu tinha esquecido da minha mulher ou da minha promessa?
– Eu achei que não aconteceria agora… antes do banho. – Ainda era sussurro.
– Além de sensível, também está ciumenta. – Ele continua me encarando. Revirei os olhos.
Não estou com ciúmes.
Arthur deitou novamente a cabeça em minha barriga e ficou conversando com o bebê, que chutou mais algumas vezes. Sorri ao precisar o quanto ele está feliz com isso.
Depois de um tempo, ele se apoiou com um dos cotovelos no colchão e voltou a beijar o meu corpo, depois se voltou para os meus seios e, após beijá-los, os envolveu com os lábios, chupando-os. Soltei gemidos baixos enquanto puxava seus cabelos com uma das mãos e com a outra, apertava um de seus ombros. Ele puxou o cós da minha calcinha e empurrou para baixo. Eu flexionei os joelhos e apoiei os pés no colchão.
– Você acha que eu vou fazer o quê? – Arthur puxou um pouco as minhas pernas, deixando menos flexionadas.
– Eu não acho. Eu te conheço e eu sei exatamente o que você vai fazer. – Respondi fechando os olhos. Senti os lábios de Arthur me tocarem e apertei ainda mais os meus olhos.
Me contorço ao passo que solto gemidos baixos, sentindo Arthur fazer movimentos com a língua em minha intimidade. As preliminares são uma das melhores coisas que Arthur faz na hora do sexo. Amo quando ele começa por elas, porque sempre, só para, quando chego ao clímax e aí sim, vamos para o próximo round. Os próximos passos são tão bons quanto, mas se eu tiver que listar, começo por elas, porque posso senti-lo no meu corpo inteiro. Ele subiu os beijos depois que cheguei ao ápice.
– Minha garota. – Sussurrou contra os meus lábios. Apenas gemi.
Arthur se acomodou sobre mim, ele tem sido ainda mais cuidadoso depois que soube da gravidez. Hoje não me pergunta mais se estou confortável, ele já sabe as posições mais confortáveis para mim. Ainda leva muito a sério tudo o que Eliza nos disse e eu parei de discutir com ele sobre isso. Sei que sua preocupação é muito válida.
Seus movimentos começaram lentos, cuidadosos, depois foram ficando mais intensos. Nossas bocas se encontraram e começamos a nos beijar. Arthur puxava os meus lábios de maneira sensual, me fazendo gemer. Puxei seus cabelos e aprofundei ainda mais o beijo, isso só fez com que Arthur intensificasse ainda mais os movimentos de “entra e sai”.
Minutos depois…
– Não me diz que dormiu. – Arthur está de bruços na cama. Abri e fechei os meus olhos lentamente.
– Ainda não. – Respondi. Arthur sorriu e tocou os meus lábios com o polegar, contornando-os.
– Está bem?
– Muito bem. – Disse e Arthur se inclinou para me dar um selinho.
– Íamos só tomar um banho rápido. – Comentou divertido. Ri.
– Você vai precisar de uma boa desculpa. – Falei tentando soar séria.
– Realmente eu não posso falar o que nós dois acabamos de fazer aqui. – Ele mudou de posição e ficou sobre mim. Beijou o meu pescoço, desceu para o meu peito e subiu para os meus lábios. – Pronta? – Me perguntou.
– Não! – Comecei a rir. – Quero ficar deitada mais um pouco. – Fiz um bico e Arthur me pegou no colo.
– Eu disse “durante o banho” ou você esqueceu? – Indagou.
– Você não tá falando sério. – Duvidei.
– Vamos ver se não… – Caminhou comigo no colo até o banheiro.
Londres | Domingo, 24 de setembro de 2017.
Vinte e duas semanas de gravidez e a dois de saber se é menina ou menino.
Anie voltou às aulas na semana passada. A escola estava em reforma e acabou atrasando. Ela está muito animada com a nova série, com a nova professora e sempre chega com novidades. Foi uma semana cheia de descobertas para ela.
Arthur também teve uma semana cheia. Ensaiaram a semana inteira, inclusive, ontem também. Ele chegou tarde na maioria dos dias e me pediu desculpas por isso, embora eu tenha lhe dito que entendia. Não o cobrei por isso, assim como eu tenho os meus horários, ele tem os dele e já casei sabendo disso.
Na terça-feira tenho o meu retorno com a Eliza, já peguei o resultado dos exames na sexta-feira passada, e vou fazer a ultrassom para sabermos o sexo do bebê. Estou muito ansiosa, não vou mentir. Arthur também está, porém, tem se contido e não tem feito perguntas a respeito.
Me espreguicei na cama. Arthur ainda dorme. Ontem ele deve ter chegado depois da meia noite, pois eu não o vi chegar. Eles têm shows mês que vem, por isso estão intensificando os ensaios.
Fechei meus olhos novamente e levei uma das mãos até a minha barriga. O bebê tem mexido bastante. De certa forma, isso me deixa menos preocupada. Se ele não estivesse bem, estaria quieto.
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Me perdi em pensamentos e senti Arthur colocar uma das mãos sobre a minha. Virei meu rosto e abri os meus olhos.
– Bom dia, querida.
– Bom dia. – Respondi. Arthur se virou e apoiou os braços no colchão, me deu um beijo nos lábios e um beijo na ponta do nariz, o que me fez sorrir.
– Que horas você chegou?
– Quase uma hora, Luh. Eu não quis te acordar. Você estava dormindo tão confortável. Te dei só um beijo na testa. – Sorriu. – Cheguei tão cansado. – Contou. Acariciei seu rosto.
– Eu imagino. Ocorreu tudo bem?
– Sim. Resolvemos ensaiar até tarde para descansarmos hoje. Eu não queria deixar você a semana inteira sem o seu marido. – Disse e eu sorri. – Senti saudades de você, das nossas conversas e dos nossos momentos depois que você chega do trabalho. – Confessou.
– Eu também… dos nossos banhos, dos teus carinhos e até das implicâncias, do meu motorista – rimos –, das nossas jantas em família, de você falando com o bebê, de você pedindo pra ouvir os batimentos, do teu colo, dos beijos de boa noite…
– Me desculpa, meu amor. Sei que você mereceu mais essa semana.
– Eu já disse que não precisa se desculpar. – Voltei a acariciar o rosto dele.
– Nem consegui buscar a Anie nenhum dia na escola. Vou ver se essa semana eu consigo, antes que os shows e as viagens comecem.
– Você conseguiu levá-la todos os dias. Ela entende, eu já conversei com ela. Fica tranquilo. – Pedi. Arthur fechou os olhos. – Terça-feira tenho a consulta.
– Não esqueci. Já avisei ao John que depois das três, vou encontrar com você. Não há acordo. – Me disse e eu sorri.
– Você é a melhor pessoa do mundo. – Declarei e Arthur me abraçou.
Ter Arthur comigo cem por cento nessa fase da minha vida, assim como foi na da Anie, me faz ter a certeza de que sou privilegiada. Não é sobre ter o mínimo, é sobre ter alguém que se doa por mim em qualquer situação.
– O que vocês fizeram ontem?
– De manhã passeamos com o Bart no parque e fomos ao shopping depois do almoço. Comprei alguns vestidos para mim. Eu estava precisando.
– Depois eu vou querer ver.
– Tomamos sorvete e Anie ainda comeu um hambúrguer.
– Podemos fazer alguma coisa hoje, em família e depois só nós dois. – Sugeriu.
– Anie quer ir ao Sea Life. Me pediu ontem.
– Podemos levá-la ao aquário.
– Sim. Tudo se torna mais incrível e divertido quando você está junto.
– Quer fazer amor comigo? – Perguntou baixo. Sorri ao aproximar os lábios dos dele. Arthur abriu os olhos.
– Que convite tentador. – Sussurrei.
– Essa semana eu mal te toquei. – Lembrou.
– Eu já estou com saudades. – Confessei me virando de lado.
– Hoje eu sou todo seu. Pode fazer o que quiser. – Me disse.
– Não me dê essa liberdade. – Avisei divertida e o beijei.
– Você dormiu sem roupa…
– Só agora que você notou?
– Não mesmo. – Afirmou. – Te cobri ontem quando cheguei.
– Eu queria ter te esperando acordada, mas acabei dormindo.
– Bem sexy. Eu só não te acordei, porque você pareceu estar em um sono muito bom. – Roçou os lábios nos meus.
– Se você tivesse me acordado, eu não teria achado ruim. – Contei.
– Em outra época, você sabe que eu acordaria mesmo. Com beijos começando por aqui… – Ele tocou um dos meus seios. – Mas agora você está grávida, eu vou deixar a minha garota descansar. Tenho medo dos teus hormônios. – Confessou divertido.
– Bobo. Se eu tivesse me acordado, você não teria dormido tão cedo. – Garanti e ele concordou.
– Eu tenho certeza e teria adorado.
– E você está esperando o quê?
– Você começar.
– Eu?
– Sim. Hoje eu sou todo teu. É você quem vai mandar.
– Gosto muito. – Desci uma das mãos pelo corpo dele, até adentrar a cueca que ele está vestido.
Arthur fechou os olhos e eu comecei a massageá-lo.
– Você é muito gostoso, sabia?
– Não para… Luh… – Me pediu de olhos fechados. Passei a beijar o pescoço dele e depois desci os beijos até envolvê-lo com os lábios.
*
– O senhor já esteve mais disposto. – Observei.
– Senhor não, Lua. Por favor. – Reclamou. Arthur odeia quando chamo ele de “senhor”. – Garoto. Você é a minha garota. – Tirou uma mecha de cabelo do meu rosto.
– Você não é nenhum garoto. É um homem casado. Ca-sa-do, Arthur Aguiar! – Dei um tapa em seu peito, ele riu e me puxou pela nuca para me dar um beijo.
– Como eu posso esquecer que sou um homem casado? – Puxou meus cabelos sensualmente e mordeu, levemente, o meu pescoço. – Mas você não acha ruim quando eu te chamo de garota, hein?
– Não… – Não consegui esconder o sorrisinho. – Mas eu prefiro te chamar de homem casado, é melhor você aceitar, engraçadinho.
– Hahahaha… eu não acho ruim ser casado com a minha garota. – Beijou os meus lábios.
– Se você achasse ruim, já seria tarde demais.
– Uhm… Você acaba comigo e ainda sim, quer que eu esteja disposto? Você está muito exigente.
– Quem está grávida sou eu. – Pontuei. – Eu tenho respaldo, caso fique indisposta.
– Você não fica indisposta quando o assunto é safadeza. – Ele retrucou divertido.
– Você acha ruim?
– De maneira nenhuma. Você só tem que tomar cuidado, sabe disso.
– Você toma por mim… – Respondi.
– Não acredito, Lua. Você não tem vergonha na cara. – Rimos.
– Vamos levantar. Daqui a pouco a Anie aparece aqui. – Falei e me sentei na cama.
– Faremos o que agora de manhã?
– Podemos ir ao Sea Life, esqueceu?
– Pensei que íamos só à tarde.
– Você acha que a sua filha vai querer esperar?
– Sendo também sua filha, acho que não.
– Hoje você tá muito engraçado. – Me levantei da cama.
– E você gostosa. – Disse. – Muito. – Enfatizou.
Caminhei para o banheiro e não demorou muito para que Arthur viesse atrás de mim. Mas, apenas tomamos banho.
Pov Arthur
Promete que não vai crescer distante
Promete que vai ser pra sempre assim
Promete esse sorriso radiante
Todas as vezes que você pensar em mim
[...]
Que eu prometo ser pra sempre o seu porto seguro
Prometo dar-te eternamente o meu amor
[...]
Eu prometo que vou te cuidar pra sempre
Eu te amo infinito.
Ana Vilela
Sea Life London Aquarium
– UAU! Essa tartaluga é muito gande, papai. – Anie está admirada. Não é a primeira vez que ela vem a um aquário, mas é a primeira vez que vê uma tartaruga tão grande como a que estamos observando há quase cinco minutos.
Lua estava certa, Anie não quis esperar para vir à tarde. Nós três tomamos café em uma cafeteria, que fica no caminho do Sea Life e depois viemos para o aquário. Anie está empolgada para ver os tubarões.
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– Agola a gente vai ver o quê? Qual animal?
– Os peixinhos, filha. – Lua respondeu. – Têm pinguins também.
– E as águas vivas. – Acrescentei.
– Que brilha?
– Acho que só algumas, filha. – Respondi.
– E o que mais? Tem sapo, papai?
– Tem. E cavalos-marinhos também.
– Eu quelo ver os sapos.
– Que nojo! – Lua resmungou. Ela não suporta sapo. Tem muito medo.
– Você não precisa ver, meu amor.
– E nem vou mesmo. Credo! – Deixou bem claro. Ri.
– Olha só quantos peixinhos coloridos, filha. Que incrível!
– O Nemo! – Anie exclamou. Ela conhece por conta do filme. Não vou acabar com a empolgação dela dizendo que é um peixe-palhaço.
– E Dory. – Lua apontou para o peixe azul e me encarou.
– Não vou ser eu a acabar com a animação da nossa filha. – Comentei ao ler o verdadeiro nome do peixe: Cirurgião-patela.
– A gente pode comprar um Nemo e uma Dory, papai? – Anie se virou para mim. Me pediu porque sabe que a resposta da Lua é não.
– Não. – Lua respondeu por mim. – Definitivamente, não. Nenhum de nós sabe cuidar de peixe. E não inventa de dar soluções, Arthur. – Me avisou. Tive que me controlar para não rir e tirar a autoridade dela.
– Mas é fácil, mamãe. É só compar um aquálio e compar comidinhas. O meu papai compa, não é, papai? – Anie me olhou com esperança.
– Não é só comprar um aquário, filha. – Lua pontuou.
– Não é tão fácil quanto parece, Anie. Sua mãe está certa. Nenhum de nós três sabe cuidar de peixe.
– A gente pode apender. – A garotinha insistiu, pois é filha da Lua e não desiste fácil. Tem muitos argumentos.
– Eu tenho certeza que o seu pai vai concordar, e ele se esforçaria muito para aprender, mas não, não vamos comprar um aquário, a senhorita não terá peixes. E eu não quero ser chata, só estou sendo realista.
– Outo dia então?
– Anie, vamos apenas olhar os animais marinhos. Você queria um cachorro, seu pai me convenceu, hoje você tem um cachorro e vocês já aprontam demais. Mas os peixes não, não mesmo. Eu te conheço, esses peixes não durariam nem uma semana. – Lua foi bem sincera. E de fato aconteceria. Anie ia querer dar comida toda hora ou mexer com eles.
– Luh…
– Estou errada? – Me encarou.
– Não, amor. Mas não precisa falar assim.
– Tá bom então. – Ficou chateada. – Como se eu estivesse exagerando.
– Eu não falei isso.
– Tá. Eu já entendi, mamãe. Não pecisa bigar com o meu papai.
– Eu não estou brigando com o seu pai.
– Não estamos brigando, filha. Sua mãe está só explicando. – Afirmei.
Anie não retrucou e muito menos Lua. Andamos mais uns cinco minutos até chegar na área dos pinguins.
Esse não é o tipo de programa que Lua ama fazer em família. Muitas vezes ela se esforça para que Anie tenha uma infância cheia de boas memórias. Eu reconheço isso nela. Sei também que Lua não é a única mãe a fazer sacrifícios pelos filhos e não estou falando só de idas ao aquário ou ao circo, outro programa que ela não gosta de fazer, mas que aceita ir todas às vezes que a nossa filha pede. Existem mães com dificuldades maiores dentro das suas realidades, diferente de muitos pais, que também sei, que muitas vezes não abdicam de suas coisas ou vontades a favor da felicidade ou bem-estar dos filhos. Isso não quer dizer que eu seja melhor por fazer diferente, eu só reconheço que essas questões existem. E que ainda sim, Lua acaba se culpando muito mais do que eu, dentro de uma realidade que os dois se esforçam por igual para fazer dar certo.
Depois que vimos os pinguins, Lua disse que estava enjoada e cansada – mas sei que ela havia ficado chateada com ela mesma. Perguntei se ela queria voltar para casa, mas ela disse que não. Que ia nos esperar na área externa, que não precisávamos ter pressa. Que era pra Anie aproveitar. Concordei e ela caminhou rumo à saída.
Estamos na parte dos tubarões.
– A minha mamãe ficou chateada, não fói? – Anie me olhou e eu neguei.
– Não, meu amor. A mamãe só ficou indisposta por conta da gravidez.
– Eu não queria que ela tivesse ficado chateada por conta dos peixinhos… eu já tinha entendido. – Anie explicou e eu a peguei no colo.
– Eu sei, filha. Não fique pensando nisso. Está tudo bem. De verdade. – Assegurei. Porque sei que irá passar para a Lua. Que ela ficou assim por conta dos hormônios da gravidez. E que provavelmente depois vai se desculpar e chorar, como tem feito nos últimos meses.
– Quelo pedir desculpas pra minha mamãe.
– Meu anjo, você não precisa se desculpar. A sua mamãe não está chateada com você, meu amor. – Lhe dei um beijo na bochecha. – Mas se isso é importante pra você, tudo bem. – Acariciei sua bochecha.
– A gente pode compar um pesente pra minha mamãe?
– É claro que podemos. O que você quer comprar? – Caminhei com Anie em meu colo até a parte onde ficam as lojinhas de lembrancinhas.
– Não pode ser um peixinho.
– E nem sapo. – Acrescentei e Anie riu. – Tá, vamos comprar outro bichinho para a sua mamãe. O que você sugere? Uma tartaruga?
– Não. Um pinguim fofinho. – Anie apontou para o bichinho de pelúcia.
– Tá aí, um pinguim fofinho. – Concordei e peguei o bichinho. – Ela vai gostar. – Completei.
– Papai!
– Sim.
– Vem com um pinguim bebê, olha… – Anie me mostrou e eu sorri.
– Eu tenho certeza de que ela irá amar. – Garanti. – E você, o que vai querer?
– Um Nemo, papai. Mas é de pelúcia.
– Tudo bem…
– E um golfinho fofinho.
– Só esses dois. – Avisei.
– Tá bom então… – A pequena concordou sem dificuldade.
Caminhamos até o caixa e eu pedi que embalasse para presente o pinguim de pelúcia.
Saímos da loja e caminhamos para a área externa do aquário. Lua está em uma área coberta, sentada em um banco, em formato de peixe, e isso me fez querer rir. Anie correu até ela toda animada.
– Mamãããee…
– Oi, filha. Viram todos os animais?
– Sim! E foi muito legal. Olha o que o meu papai compou pra mim. – Anie mostrou os bichinhos de pelúcia para a mãe. – Um Nemo e um golfinho. O que a senhora achou?
– São bonitos. Você gostou?
– Eu amei! Eee… eu tenho um pesente pra senhola. Olha só… – Entregou para a mãe. – Quelia pedir desculpas, mamãe. Eu não quelia que a senhola ficasse chateada.
– Ooh, meu amor. A mamãe não está chateada, filha. – Lua puxou a pequena para o colo. – Eu não estou chateada com você. Você não precisa me pedir desculpas por nada. A mamãe é que tem que se desculpar. Eu não queria ter falado com você daquele jeito, meu amor. – Lua disse sincera e beijou a bochecha da nossa filha.
– Eu entendi, mamãe.
– Eu sei que você entendeu, filha. – Lua afirmou e Anie se afastou.
– Olha o seu pesente.
– Vamos lá… pode ser a Dory? – Brincou. Anie negou. Ri.
– Nada de peixinhos, mamãe.
– Oh! Um pinguim?
– É. É bem fofinho, mamãe. – Anie estava animada e Lua riu.
– Que fofinho mesmo. – Concordou. – Obrigada, meu amor.
– Foi o meu papai que compou. Mas foi eu que escolhi. – Anie explicou como se a mãe não soubesse.
– Claro. – Lua olhou para mim.
– E tem uma surpesa. Um pinguim bebê. – Anie tirou o outro pinguim e Lua riu.
– Uma mamãe pinguim? Que legal! Obrigada, meu amor. – Lua abraçou Anie novamente. Sim. Ela está emocionada com uma mamãe pinguim de pelúcia. Me aproximei das duas e as abracei.
– Sem chorar, Luh, por favor. – Pedi baixo. Porque se ela começar, vai demorar a parar e Anie ainda não a viu nesses momentos. Ela colocou a nossa filha no chão e Anie correu em direção ao nosso carro.
– Desculpa…
– Sem desculpas, meu amor. Você não fez nada de mal. – A abracei de lado e lhe beijei os cabelos. – Respira. Fica calma.
– Vocês dois são as melhores pessoas da minha vida.
– Você também é a nossa melhor pessoa, meu amor.
– Eu não queria ter estragado o passeio de vocês.
– Você não estragou, Luh. Não pensa isso, querida, por favor. – A abracei. – E nem chora. Se estivéssemos só eu e você, ok. Mas Anie não vai entender nada se te ver assim. Vai pensar que eu briguei com a mamãe linda dela. Sabe que ela te defende. – Rimos. – Vamos almoçar em casa ou em outro lugar? – Mudei de assunto.
– Em outro lugar. Eu disse pra Carla que não almoçaríamos em casa. – Disse.
– Ok. Então você escolhe um lugar legal, que tal?
– Pode ser.
Anie está nos esperando ao lado do nosso carro, com seus bichinhos de pelúcia. Desliguei o alarme e destravei as portas do carro. Anie abriu, jogou os bichinhos dentro do carro e fechou a porta. Lua parou do lado do motorista sem entender.
– Onde você vai? – Perguntei ao abrir a porta para Lua entrar.
– Entar do outo lado. – Nos disse e deu a volta por trás do carro.
– É muito tua filha Lua, meu Deus! – Fechei a porta do passageiro e fui abrir a porta do motorista para entrar no carro. – Colocou o cinto? – Olhei para trás. Trocamos a cadeirinha dela há alguns meses. Agora ela consegue colocar o cinto sozinha.
– Tô colocando, papai. O senhor tá com pessa?
– Não. A gente pode ficar aqui a manhã toda, se você quiser. – Respondi calmamente e liguei o som do carro. Anie me encarou, do mesmo jeito que Lua me encara irônica, sem precisar nem responder com palavras. – O que foi?
– Posso escolher a música? – Me ignorou.
– Pode.
– Então tá!
Liguei o carro e saí do estacionamento. Anie ainda não escolheu a música, enquanto isso, estou escutando o que eu quero.
À noite.
– Quer que eu te ajude?
Já jantamos há algumas horas. Assisti um filme com Anie, ela adormeceu na metade do filme, levei ela para o quarto e agora subi com Lua para o nosso quarto, para nos deitar.
– Faz massagem nos meus pés? – Lua caminhou até a cama com um vidro de creme em mãos.
– Uuuhm… que dengosa. – Me sentei na cama e Lua me entregou o vidro. – Deita. – Pedi. – Depois podemos escutar os batimentos do bebê, tudo bem?
– Claro. – Concordou se deitando. Ela está com uma camisola curta, rendada na cintura, mas já passou creme na barriga, eu vi.
– Está cansada?
– Um pouco. Na verdade, sinto que minhas pernas estão pesadas. – Respondeu e eu comecei a massagear um de seus pés.
– Já, já melhora. – Continuei a massagem, agora nos dedos dela. Os pés dela estão um pouco inchados, acredito que pelo tempo que ela ficou em pé hoje.
– Você tem mãos maravilhosas. – Elogiou com um sorrisinho. Sorri de volta e depositei um beijo no pé que eu estava massageando.
– É o que você sempre diz. – Comentei. – Eu podia investir nessa área, o que você acha?
– Que não. Que isso nem devia passar pela tua cabeça. – Disse bem séria.
– Ora por que não? Se eu sou ótimo com as mãos, com os dedos, como você bem fala. – Me fiz de desentendido.
– Mas outras pessoas não precisam saber disso. Só eu. – Pontuou com o tom mais autoritário dela. – Outras mulheres não vão saber disso.
– Não?
– Não. Não enquanto você for casado comigo.
– Eu tenho uma esposa muito ciumenta.
– Eu só não sou idiota, Arthur. – Deixou claro. Ri.
– Eu aqui fazendo massagem pra você relaxar e você já está estressada. – Não tem como ficar sério.
– Você me estressa. Fica me provocando.
– Eu só fiz uma pergunta.
– E eu te dei uma resposta. Espero que tenha entendido.
– Foi clara como água. – Enfatizei. E comecei a massagear o outro pé. – Desfaz essa cara. Você fica mais linda quando sorri. E sexy quando está sentindo prazer.
– Você tá me provocando… – Lua pegou um travesseiro para jogar em mim.
– Hahaha… eu estou te fazendo relaxar.
– Aaaii… Arthur… – Reclamou porque apertei mais forte o pé dela.
– Doeu?
– Você tá me provocando! – Exclamou.
– Perdi a mão um pouco. – Falei rindo. – Desculpa, baby. Vou compensar com beijos. – Depositei um beijo no pé dela e fui subindo pela perna dela.
– Tua mãe me ligou. – Contou e eu parei os beijos na coxa dela e levantei a cabeça.
– Aah não, Lua. Você não vai querer falar da minha mãe no exato momento em que eu estou em cima de você, beijando você e querendo fazer tudo, menos conversar sobre a minha mãe. – Sim. Fiquei frustrado. – A minha mãe, Lua.
– Mas não vamos fazer nada. – Ela pontuou.
– Tá. – Soltei o ar. – E o que ela queria? – Me deitei ao lado dela na cama, Lua virou de lado.
– Ligou pra perguntar se ela pode vir na sexta.
– E por que ela não ligou pra mim? Eu sou filho dela ou ela esqueceu?
– Bom, aí eu já não sei. Eu acho que é porque sou uma nora muito gente boa. Não fico pegando no pé dela. – Deu de ombros e eu fiquei desconfiado.
– Por um acaso ela quer vir acompanhada? Foi por isso que não me ligou? – Indaguei. Lua riu. – Lua Blanco, eu fiz uma pergunta séria.
– E se for isso?
– Você não faria uma coisa dessas comigo, Lua. Não mesmo!
– Você fala que a casa também é minha.
– E é. É nossa. A questão não é essa. – Deixei bem claro. – Para de graça, você sabe que isso vai me deixar chateado. – Lembrei.
– Você é um filho muito ciumento.
– Pode parar! Não tem nada a ver. Não é nada de ciúme.
– E é o quê?
– Nem conhecemos esse cara. Não quero ele na minha casa. Se você quiser conhecer ele, conheça em um outro lugar.
– Infelizmente eu não posso viajar a Manchester para conhecer o meu sogrinho.
– Que sogrinho o quê?! Ele não é meu pai, Deus me livre. Você não tem sogro coisa nenhuma. Pode tirar essa ideia da cabeça.
– Não é uma ideia, Aguiar. Já é realidade. Ele é namorado da tua mãe. E se eles se casarem? – Perguntou mais séria e segurou em meu queixo, para que eu a olhasse.
– Minha mãe não vai casar com esse cara, Lua.
– Você não sabe. Eles já se desencontraram uma vez, não vão deixar passar dessa vez. – Lembrou. Revirei os olhos. – Já pensou se ele fosse teu pai?
– Não. Nunca pensei. Você quer me chatear com esse assunto? – Perguntei.
– Você vai ficar chateado de verdade?
– Você vai conseguir se continuar com isso. – Respondi com sinceridade.
– Tá bom. Desculpa. Não quero te chatear. Só estávamos conversando. Você precisa abrir a mente para esse assunto. Não casei com um homem machista.
– Tem certos assuntos que temos que saber a hora de parar e você sabe quais são.
– Eu já pedi desculpas.
– Você me irritou.
– Igual você faz comigo. – Fez um bico e tocou os meus lábios com os dedos. – Sabia que você fica muito gostoso, muito sexy quando está irritado? – Perguntou e eu revirei os olhos. – Eu transaria com você assim…
– Mas eu não.
– Uhm… tá com raiva de verdade? Às vezes é gostoso um sexo mais selvagem. Você sabe como é…
– Lua, por favor… – Ela está me provocando. Não vou rir, porque não quero dar confiança pra ela. – Eu não transaria com você assim.
– Por que? Vai perder o controle? Hahaha… ai, Arthur… eu sei muito bem lidar com isso.
– Você tá grávida, sua safada. Não vai ter nada de sexo selvagem. Pode parar de sonhar. O nosso bebê não vai sentir isso.
– Primeiro que quem iria sentir alguma coisa, seria eu. – Pontuou debochada.
– Paaara. Tá só provocando. – Falei. Ela riu.
– E depois que o bebê nascer?
– Você não tá com sono não? Vamos dormir. É bem melhor. – Tentei me virar na cama, mas Lua me puxou.
– Responde!
– Não na primeira vez. – Respondi. Lua mordeu os lábios. – E, talvez, nem na segunda.
– Por que?
– Você sabe o porquê. Não vou te machucar, safada.
– Você tá irritado e ainda sim, preocupado. É isso mesmo?
– Pra você ver…
– Vem aqui, seu chato. – Me puxou para o colo dela. – Eu te pedi desculpas, de coração mesmo, pelo assunto do teu pai. – Disse baixo. – Mas o assunto da tua mãe, é sério sobre você abrir mais a mente pra isso.
– Não quero falar sobre esse assunto.
– Tudo bem. Enfim… a gente pode contar pra ela o sexo do bebê, na sexta-feira, quando ela chegar. O que você acha?
– Se ela vier sozinha, a gente conta.
– É óbvio que ela vem sozinha, Arthur. A casa é tua e você já disse pra ela que não aceita o Robert aqui.
– A casa é nossa, Lua. – Corrigi e me afastei um pouco para olhar em seus olhos.
– Não é o que parece. Não posso opinar sobre quem ela pode trazer ou não.
– Isso é sério, Lua?
– É. Você sabe que é.
– Não vamos brigar por conta desse assunto, Lua. Não mesmo! – Avisei. Lua deu de ombros. – Você se irritou por conta uma bobagem.
– Aah, só eu? Só pode ser piada, Arthur. – Disse em tom irônico.
– Mas foi você mesmo quem começou. – Ri. – Não aguenta, não começa. Eu já te disse isso.
– Vamos dormir. – Ela mudou de assunto.
– Chateada? Você quer dormir chateada, Lua? Nós estávamos bem. Não precisamos terminar o domingo assim.
– O que você quer?
– Posso te dar duas opções bem fáceis, ou dormimos chateados um com o outro e ficamos sem nos falar ou fazemos as pazes agora. Você escolhe. Quer fazer as pazes? Porque eu quero. – Perguntei. Lua assentiu. – Vem aqui então… – Abri os braços e chamei ela. Lua me abraçou. – Nervosa…. Você fica nervosa com algo que você mesma começou.
– Você disse que queria fazer as pazes.
– Estamos fazendo. – Pontuei. – Eu não quis ser grosso com você. Me desculpa, ok?
– E eu não quis ser intrometida. – Falou. Sorri e depois lhe dei um beijo na testa.
– Se tem uma pessoa que pode se intrometer na minha vida, essa pessoa, certamente, é você, querida. – Assegurei. – Você é minha esposa, Luh. Pra mim, você tem livre-arbítrio em muita coisa na minha vida. E, a casa é nossa. Nossa. – Repeti. – Nunca mais diga que a casa é minha, porque é nossa. É sua e dos nossos filhos. Você pode receber quem você quiser.
– Você também tem que se sentir confortável na tua casa.
– Mas eu me sinto. – Acariciei seu rosto. – Se você estiver na nossa casa, se nossa família estiver junto, eu vou estar confortável, Luh, independente de quem mais estiver aqui. – Assegurei. Lua me beijou. – Eu te amo.
– Eu não devia ter tocado nesse assunto.
– Eu deixo você jogar umas verdades na minha cara… – Rimos. Lua acariciou o meu rosto.
– Sobre o teu pai, Arthur.
– Shiii…
Não tocamos mais no assunto. Fiquei fazendo carinho nos cabelos dela até perceber que Lua havia dormido. Puxei o lençol para cobri-la e depois depositei um beijo em sua testa.
Pov Lua
Londres | Terça-feira, 26 de setembro de 2017.
Vinte e duas semanas e dois dias. Chegou o dia de descobrirmos o sexo do nosso bebê. Nem sei descrever o que estou sentindo.
O frio na barriga é evidente, mas há um sentimento maior que esse. Não encontro palavras para nomeá-lo.
Sei que, independente do sexo, esse bebê já é muito amado. Só desejamos que esteja tudo bem com ele ou com ela.
– Bom dia, meu anjo.
– Bom dia, querido. – Lhe dei um beijo carinhoso nos lábios. – Ansioso?
– Você sabe que sim. – Sorriu. – E você?
– Eu também estou. – Confessei. – À noite já vamos estar chamando ele ou ela pelo nome.
– Vai ser emocionante, meu amor. Não vejo a hora.
– Sabe, estive pensando…
– Em que, baby? – Arthur se virou para me olhar melhor.
– Quero que seja um momento só nosso, Arthur.
– E será, Luh. – Respondeu com um sorriso carinhoso no rosto.
– Que esteja só eu e você quando descobrimos.
– E a Eliza. – Riu sem entender onde eu quero chegar.
– Pensei em pedir pra ela colocar o resultado em um envelope ou que seja de um outro jeito. Quero descobrir aqui, com você.
– Qual seria esse outro jeito?
– Um bolo. Podemos pedir pra ela encomendar um bolo, a gente deixa pago e recebemos aqui em casa, o que você acha? – Expliquei a minha ideia e Arthur sorriu emocionado.
– Que lindo, Luh… Já estou emocionado só de ouvir você falando. – Confessou e eu acariciei o seu rosto. Com certeza, de nós dois, ele é quem ficará mais emocionado.
– Podemos fazer?
– Podemos fazer do jeito que você quiser, meu amor. Só eu e você, Luh. – Ele me beijou.
– Eu não sei se será a nossa última vez fazendo isso…
– E o nosso terceiro bebê? – Brincou e me puxou para um abraço. – Já sou o homem mais feliz do mundo, pode ter certeza.
– Quero que seja especial.
– Eu tenho certeza que será, meu amor. – Arthur garantiu.
– Vamos decidir mais uma coisa agora?
– O quê? – Franziu o cenho.
– Independente do sexo. Quero decidir isso com você, aqui e agora, enquanto a gente não sabe o sexo do bebê.
– Pode dizer.
– Depois que o bebê nascer, e que a gente voltar com a nossa intimidade de casal, vamos precisar nos proteger.
– Sim, claro. Isso está te preocupando?
– Não quero voltar a tomar pílulas, Arthur. Sei que existem outros métodos, mas não quero ter que me proteger dessa forma.
– Entendo. E tudo bem, não precisa ser só você. Já falamos sobre isso, lembra? A gente se protege com a camisinha, e eu farei questão de não esquecer dessa vez, mesmo que você diga que não tem problema. – Lembrou. Ri. – Lembra também que falamos da vasectomia, posso fazer. Se isso te der mais segurança, não tem problema nenhum pra mim.
– Esse é o ponto. Se eventualmente quisermos outro bebê?
– Luh… – Arthur riu. – Eu acho que você não vai querer um terceiro bebê tão cedo, querida. Mas se eventualmente quiser, pode ser uma reversível. A gente só precisa conversar sobre. Da primeira vez, você disse que não concordava, nem tocamos mais no assunto…
– Você poderia querer ter mais filhos.
– Com quem se não for com você? Só terei mais filhos se você quiser. Essa é a conversa que precisamos ter.
– Não sei se quero. O que eu quero falar com você, é que se eu não conseguir ter um parto normal novamente, eu terei que fazer uma cesária. Se isso acontecer, quero aproveitar e fazer uma laqueadura. Você sabe que não é reversível, logo…
– O que você decidir, Luh.
– E se for uma menina?
– Vai continuar sendo o que for decidido aqui e agora. Se for menina, vou amar do mesmo jeito. Nada vai mudar. Já amo esse bebê, você sabe disso. Será nossa filha. Não tem porque existir outro sentimento, Luh. Relaxa por favor. Isso não deveria preocupar você. – Arthur se sentou na cama, fiz o mesmo. – Eu te amo. Vou amar nossas filhas ou nossos filhos incondicionalmente. Dois seres humanos, metade minha e sua, teria como ser mais perfeito, querida? – Me perguntou.
Eu já estou chorando. No fundo, quero que seja um menino, porque tenho medo de não conseguir ter um parto normal e acabar com a possibilidade de, quem sabe, uma próxima gravidez daqui a alguns anos. Sei que ainda é um sonho dele, embora nunca mais tenha falado nisso. E sei também que todas as suas declarações sobre o bebê são carregadas de emoção e sinceridade. Arthur não fará distinção e será, ele já é, um pai incrível. Anie e esse bebê tem muita sorte de tê-lo.
– Não chora, Luh. Não quero que pense que vou amar menos se não for um menino, por favor. Olha o que você passou, querida? Se for uma menininha, se for preciso fazer cesariana, você fará a laqueadura e estará tudo bem. Se for menina, e se você conseguir o teu tão sonhado parto normal, eu faço a vasectomia do mesmo jeito. Sendo reversível ou não. Você querendo tentar outra vez ou não. É uma decisão do casal, eu sei disso. Mas ainda sim, eu acredito que a tua decisão seja mais importante. É você quem vai passar por tudo, mesmo que eu esteja ao teu lado.
– Eu só quero… que… ocorra tudo bem. – Confessei ainda chorando.
– Vai ocorrer, Luh. Fica calma. Estou com você pra tudo. Estamos conversados então? Independente se for menina ou menino, se for cesariana você faz a laqueadura e se não for, eu faço a vasectomia e estamos bem com isso, certo?
– Certo. – Concordei olhando-o. Arthur me beijou.
– Eu te amo.
– Eu te amo tanto. – Declarei e o beijei.
Pov Arthur
À tarde.
Estou nervoso, nem tenho como negar. Já saí da produtora, já mandei mensagem pra Lua. Estou indo buscá-la no trabalho.
Quero muito saber se realmente está tudo bem a Lua e com o bebê, com centímetros ele ou ela cresceu, quantas gramas ganhou. Estou ansioso para chamar o bebê pelo nome, não vejo a hora disso acontecer.
Eu e Lua tivemos hoje pela manhã uma conversa carregada de emoções. Sei que ela está nervosa com o resultado. Entre o desejo que ela não esconde, de querer mais uma menina, ela quer que seja um menino, porque acha que esse é o resultado que me fará mais feliz. O que não é verdade.
O que foi decidido mais cedo, tenho certeza que foi o melhor para ela. Pois as duas opções para mim seriam aceitas do mesmo jeito.
Estacionei o carro em frente ao prédio do escritório e mandei uma mensagem para ela:
Mensagem ON
“Já estou aqui na frente, Luh.”
...
“Estou descendo.”
Mensagem OF
Dez minutos depois Lua saiu do prédio e caminhou até o carro.
– Desculpa, Arthur. Eu tinha que entregar um documento para o Adam, mas ele estava com um cliente. – Explicou.
– Sem problemas... Vamos lá?
– Vamos. Estou nervosa, amor! – Contou e pegou em minha mão.
– Relaxa, Luh. Vai estar tudo bem com o nosso bebê. – Garanti.
*
Chegamos ao hospital e Lua foi até a recepção confirmar os dados dela para a consulta.
– Tudo certo?
– Tudo. – Lua sentou-se ao meu lado. – Espero que esteja tudo ok com os exames.
– Estará, meu amor. – Segurei em uma das mãos dela e beijei o dorso.
– Como foi hoje?
– Foi tranquilo, amor. Amanhã eu vou chegar tarde, Luh.
– Quão tarde?
– Muito tarde. Ainda mais que saí cedo hoje. Mas eu pedi pra sair mais cedo no sábado. A minha mãe vem mesmo na sexta?
– Vem. Vamos contar a ela?
– Se você quiser, contaremos.
– Eu quero. Tenho certeza de que ela vai ficar muito feliz.
– Absoluta, Luh.
– Eu quero contar aos meus pais também...
– Quando você quiser, sabe disso. – A olhei.
– Não quero criar nenhuma expectativa.
– Teu pai vai ficar feliz, Luh. Isso é certeza.
– Não podemos dizer o mesmo sobre a reação da minha mãe.
– Ela pode te surpreender. Talvez, neste caso, não criar expectativas seja bom.
– Eu também penso assim. – Concordou comigo.
– Ai, Arthur, nem acredito que vamos descobrir hoje. Me lembro de quando foi da Anie. – Me olhou.
– Ficamos mais nervosos do que estamos agora. Bom, eu pelo menos fiquei.
– Somos muito medrosos. – Lua comentou, mas eu neguei.
– Não mesmo. Você é a mulher mais corajosa que eu conheço. O que você tem feito nesses últimos meses pelo bebê, o quanto tem sido forte. Eu tenho muito orgulho de você ser a minha mulher. – Declarei. Lua fez um beicinho. A beijei.
Ficamos aguardando por longos minutos até chegar a vez dela. Caminhamos até a sala da Eliza e entramos no consultório.
– Boa tarde, queridos! – A médica nos parece bastante empolgada.
– Boa tarde! – Respondemos juntos e Lua a abraçou.
– Estão bem?
– Nervosos. – Lua respondeu e soltou um risinho.
– Aah, querida. Fique tranquila. Como foi o último mês? Na verdade, quase dois meses, não é mesmo?
– Sim. Parece que os dias se arrastaram. – Lua me olhou. – Arthur pensava que o dia dos exames nunca iam chegar.
– Eu não lembrava de que estava tão longe.
Comentei.
– Agora chegou. Você fez todos os exames?
– Sim. Fiz semana passada. – Lua entregou os exames para Eliza. Ela foi abrindo de um por um e lendo com bastante atenção. Parece que tudo está conforme o esperado.
– Vamos lá… – Depois de ler os exames, Eliza os colocou sobre a mesa e pegou uma caneta. – Os resultados estão dentro do esperado, Lua. O teste de glicose está ok, de hepatite está ok, de anticorpos está ok, de urina está ok, de HIV negativo, pedi porque é um dos exames obrigatórios… – Explicou e assentimos. – As plaquetas e o ferro estão na média, irei passar algumas vitaminas e vou pedir que você refaça os exames para a próxima consulta, pode ser? Nada que você precise se preocupar tanto. É só uma prevenção, tá? Vamos cuidar no início para não sermos pegos de surpresa perto ou na hora do parto. Agora – Ela entregou os exames para a Lua. – você pode guardá-los. Vamos verificar a sua pressão e o peso. Você estava com sessenta e dois quilos na última consulta.
– Sim. – Lua concordou e caminhou até a balança.
– Vamos ver… sessenta e cinco. Apenas três quilos. – Eliza sorriu. – Você tem se alimentado bem?
– Sim. Melhor do que eu pensei que conseguiria.
– Muito bem então! Agora vamos ver a pressão. – Lua sentou-se novamente na cadeira e Eliza colocou o aparelho no pulso dela. Depois de alguns segundos o aparelho apitou. – Normal. Doze por nove. Isso é muito bom, Lua. É bem raro eu acompanhar uma grávida que a pressão esteja estável assim o tempo todo. Tem sentido alguma coisa? Tontura, dor de cabeça?
– Não. Estou me sentindo bem ultimamente. Na verdade, só estou bastante chorona. – Contou e eu acabei rindo. – Arthur, por favor. – Chamou a minha atenção. – Eu choro por qualquer coisa agora. Não me lembro de ter ficado tão emotiva assim na primeira gravidez.
– São os famosos hormônios. – Eliza também sorriu. – São sentimentos que não conseguimos controlar. Você pode sentir com mais intensidade, mais frequência ou não. Mas irá sentir, é inevitável. No puerpério pode até piorar. – Avisou. Lua me olhou.
– Quando ela está muito emotiva, muito chorona, diz que o bebê vai se parecer comigo. – Falei.
– Você é chorão? – Eliza perguntou. – Venham, vamos fazer o ultrassom.
– Sou emotivo. – Respondi.
– Bom, não é nada comprovado, mas pode ser que Lua esteja certa. Já pode ser uma característica do bebê. – Eliza ligou o aparelho. – Pode tirar a calcinha e deitar na maca, por favor. Vinte e duas semanas e dois dias. Vamos ver como esse bebê está! – Ela está empolgada e isso me deixa tranquilo. – O papai já sentiu o bebê mexer? – Me olhou.
– Sim! – Disse animado. – Vai fazer umas duas semanas, não é, Luh? – Falei e Lua assentiu.
– Oh! Que maravilha!
– Foi incrível! Confesso que me humilhei bastante pedindo para que ele ou ela mexesse.
– No fim de tudo, ele chegou a conclusão de que é uma menina.
– Por que? – Eliza perguntou curiosa. Lua levantou o vestido assim que deitou-se na maca.
– Conta, amor.
– Porque quando eu falo com o bebê, eu chamo de “meu bebê ou nosso bebê”, parece mais geral… depois pensei que se for uma menina, pode ficar chateada por eu não chamar de “minha bebê ou nossa bebê”, no feminino.
– Oownn… é uma preocupação fofa.
– Meus filhos tem um pai extremamente fofo e apaixonado.
– Eu sei disso, querida. – Eliza concordou e eu fiquei com vergonha. Lua percebeu e apertou a minha mão. – Depois dessa conversa, a sua bebê, segundo você, mexeu, foi isso?
– Foi. Falei pra Luh que pode ser uma menina. – Acabamos rindo.
– Pode ser. – Eliza deu de ombros. – Querem descobrir hoje?
– Sim. Mas não aqui… – Lua começou. – Quero te pedir um favor.
– Pode falar. – Eliza voltou sua atenção para Lua.
– Nós conversamos e eu tive a ideia de encomendar um bolo, vamos deixar pago e você faz a encomenda e pede para fazerem o recheio do bolo de acordo com a cor que simbolizará o sexo.
– Muito especial. É claro que posso fazer isso, querida. Não se preocupem.
Eliza preparou o aparelho, pediu que Lua apoiasse as pernas na maca e começou a introduzir o aparelho. Confesso, é estranho de se presenciar.
– Relaxa, Lua. – Pediu. E eu preferi olhar pra tela do ultrassom do que para o rosto da minha mulher.
– Olha só… temos uma ótima notícia bem aqui, seu útero está exatamente no lugar que deveria estar. Você realmente fez o repouso e tomou os cuidados que foram pedidos. Isso é maravilhoso, Lua.
– Eu fiz tudo o que você pediu. É claro que Arthur não me deixou esquecer de nada, nem por um segundo se quer… – Lua me olhou. Abaixei o rosto e lhe dei um beijo na bochecha.
– Agora você pode aproveitar mais, ficar mais tranquila. O feto está ótimo, vou chamar de feto para não deixar escapar o sexo. – Nos avisou. Assentimos. – Está com as medidas que dentro da média, ok? Uuuhm… vinte e sete centímetros, certo? Está ótimo! Agora vamos ver a grama… quase seiscentas gramas, quinhentas gramas e oitenta e cinco. Está saudável. Olhem só as orelhas, as mãozinhas mexendo sem parar. Nessa fase ele já está com os sentidos mais apurados, tem mais força nas mãos e nas pernas. Embora as pálpebras ainda estejam fechadas, o feto já consegue distinguir quando está claro e quando está escuro. – Nos explicou cuidadosamente. – Os cílios e as sobrancelhas já estão formados. O cérebro também, porém irá continuar sendo desenvolvido. Aqui ele já começa a consumir mais energia, você pode sentir mais fome que o normal. Eu vou te passar umas vitaminas e uma lista com alimentos que contenham cálcio, certo? Mas aconselho a passar com a nutricionista novamente, tá? Para rever isso.
– Certo. – Lua concordou. – Você já consegue ver se é menina ou menino? – Perguntou curiosa. Eliza assentiu.
– Sim. Já vi. – Sorriu para nós. Como assim? Nem notei nada. Pensei mentalmente.
– Ai, meu Deus. – Lua me olhou. – Fiquei mais ansiosa.
– Tenho certeza que ficarão muito felizes. Sei que já estão, na verdade. – Ela voltou a atenção para o monitor e fez algumas marcação e colocou algumas medidas. – Preferência?
– Lua quer uma menina. – Respondi. – Eu não tenho preferência dessa vez. Só quero que esteja bem e muito saudável. – Falei sincero.
– Pois o feto está muito bem e muito saudável. Parabéns, papais. – Nos disse. Lua está apertando tanto a minha mão, que tenho certeza que nem tem noção da força que está fazendo. – Daqui a pouco vocês saberão se serão papais de duas menininhas ou de um casal. – Sorriu com carinho.
Lua está com os olhos cheios de lágrimas. Para vê-la ainda mais feliz, depois de tudo que tem passado nessa gravidez, eu desejo que o sonho dela se realize, que seja uma menina, como ela tem pensado.
– Vamos escutar o coração? – Eliza nos perguntou.
– Sim. – Respondi. Lua apenas assentiu.
Ela ligou o som e ouvimos os batimentos preencher a sala. É incrível como esse som acelerado nos tranquiliza. Como pode um coraçãozinho tão pequeno bater tão forte assim? Lua começou a chorar. Fiz carinho em seu rosto enquanto ela ainda aperta uma de minhas mãos.
– Está tudo bem com o bebê, meu amor. Eu disse a você. – Sussurrei em seu ouvido e lhe dei um beijo na bochecha. – Nosso bebê está ótimo. Você é uma mamãe muito forte.
*
De volta a sala, depois do ultrassom e com Lua mais calma, Eliza pegou o nosso endereço e disse que faria a encomenda do bolo assim que saíssemos do consultório.
– Já escolheram o nome?
– Sim. Evie se for menina e Ravi se for menino. – Lua respondeu.
– Nomes lindos. Lindos e com significados fortes.
– Sim. – Lua concordou. – Arthur quem escolheu. Na verdade, ele fez uma lista com os nomes e os significados. – Contou. – Ele é a melhor pessoa quando o assunto é escolher nomes para bebês.
– É algo que a pessoa vai carregar para a vida toda. Não pode ser escolhido de qualquer jeito. – Falei. Eliza concordou com um gesto de cabeça.
– Penso o mesmo. E a cor do recheio do bolo?
– Pode ser amarelinho bem claro, se for menina e azul, se for menino. – Lua respondeu. – Tudo bem, amor? – Perguntou e eu concordei.
– Certo. Anotado. Até mês que vem, querida. Dia vinte de outubro, ok?
– Ok.
– Quero novos exames de sangue e de ferro, tá? E também vamos começar a conversar sobre o parto. Vamos começar a planejar, certo? – Perguntou e Lua assentiu. – Você está liberada para fazer exercícios, ok? É importante fazer com a supervisão de um profissional. Isso vai ajudar na dilatação, nas contratações de treinamento também. Você vai começar a senti-las, se é que ainda não sentiu.
– Ainda não estou sentindo…
– Elas começam a partir da vigésima segunda semana, então fica atenta, que você vai perceber que a sua barriga vai ficar mais durinha em alguns momentos do dia.
– Tá bom. Muito obrigada, Eliza. – Lua agradeceu e pegou os novos papéis dos exames para a próxima consulta. – Obrigada mesmo!
– Obrigado, Eliza. – Eu também agradeci.
– De nada, queridos. Parabéns novamente! Quero ficar sabendo da reação quando souberem do resultado. – Nos cobrou. Prometemos contar a ela e saímos do consultório.
Revelação: Evie ou Ravi?
São quase sete horas da noite. Eliza ligou para Lua e disse que a entrega do bolo seria umas sete e meia mais ou menos. Afinal, é um bolo personalizado. Não podíamos esperar que ficasse pronto em uma hora.
Lua está bastante ansiosa. Eu acredito que estou até mais tranquilo que ela e isso me surpreende.
– Luh? – Estamos no quarto. Anie está brincando na sala.
– Sim.
– Você tem só um desejo ou um palpite?
– Você sabe que eu quero muito que seja uma menina, não sabe? – Lua sentou-se na cama ao meu lado.
– Sei.
– No entanto, no fundo, eu acho que é um menino. – Sorriu. – Não sei te dizer se é um palpite ou se é a minha consciência que não quer ficar pesada, por eu ter uma preferência.
– Você não precisa ficar com a consciência pesada por conta disso, meu amor.
– E você?
– Eu não tenho preferência mesmo, Luh. Estou sendo muito sincero com você. Acho que é muito injusto da minha parte ter preferência agora, depois de ver o quê você passou e o bebê também… tudo o que enfrentaram no início, os riscos, os sangramentos. E – enfatizei – não pensa que vou te julgar por ter uma, você, só você pode preferir uma menina, você é a mãe. É você quem tem sido forte esse tempo todo. Eu ficarei muito feliz vendo você feliz.
– Eu sei. – Lua me abraçou apertado.
*
Faz uns quinze minutos que estamos encarando a caixa branca em cima da cama. O bolo chegou. Ainda bem que Anie não estava na sala, ela foi brincar com o Bart na brinquedoteca e não viu a encomenda chegar. Depois compartilharemos com ela o resultado, acredito que ela vá ficar tentando controlar os sentimentos, bom, pelo menos é o que eu espero.
Agora eu quero que esse momento seja só meu e da Lua. Ela parece tão, tão, tão nervosa. Tenho medo de que passe mal.
– Vamos lá? Ainda nem abrimos a caixa e olha que o resultado está no recheio. – Brinquei.
– Essas flores são lindas.
– Sim. Delicadas… Acho que é a nossa menina. – Comentei e lhe dei um selinho. Lua sorriu.
– Você quem vai cortar o bolo.
– Por que eu? – Ri.
– Estou nervosa!
– Vamos lá, vamos fazer isso juntos!
Abri a caixa e tirei o bolo de dentro. É um bolo branco, com detalhes dourado e os nomes “boy or girl?” escritos também de dourado.
– Que lindo! – Lua está extremamente emocionada. Quero pegar ela no colo e ficar assim por um bom tempo.
– Está pronta?
– Ai, Arthur… eu sei que já amamos muito esse bebê, mas estou tão nervosa. Tem noção de que já vamos chamar ele ou ela pelo nome daqui há alguns minutos?
– Não. – Sorri. – Sonhei muito com esse momento. Agora que chegou, parece inacreditável que já vamos saber o sexo do nosso bebê.
– Eu te amo. Eu amo o marido que você é e o pai que você é. Se for uma menina, eu vou ficar muito feliz.
– Eu sei que vai, meu amor.
– Se for um menino, eu vou ficar em pânico. Mas também vou ficar feliz, vou amar.
– Em pânico, meu amor? Não é pra você ficar em pânico.
– Eu vou criar um mini você, Arthur! – Exclamou quase sem acreditar. Comecei a rir.
– Um mini eu? Você não pode ter tanta certeza assim.
– Eu tenho. – Assegurou.
– Vamos fazer isso juntos, meu amor. Não vai ser tão difícil.
– Como se cria uma versão sua?
– Vamos descobrir juntos. Mas eu tenho quase certeza de que você se for menino, você não vai querer um mini Aguiar emotivo e chato.
– Eu quero. – Afirmou. Sorri.
– Tá bom. Então deixa eu confessar uma coisa, se for uma menininha, eu vou ter três Luas, o quão sortudo eu serei por isso? – Rocei os lábios nos dela.
– Você não conseguirá medir.
– Eu sei que não. – Concordei. – Vamos descobrir agora? – Peguei a faca e Lua concordou. – Vou cortar.
– Tudo bem… vou fechar os meus olhos.
– Ei, nada disso! – Rimos. – Vamos saber os dois juntos.
Posicionei a faca no centro do bolo e apertamos juntos. Porém, nenhum dos dois mexeu a mão depois desse movimento.
– Não vai puxar?
– Puxa você. – Pediu e eu o fiz, mas não vimos nada. – Fiquei nervosa à toa. – Confessou.
– Eu disse a você. – Falei e cortei do outro lado para tirar a fatia. – Agora sim, e não fecha os olhos, Luh. – Pedi.
Lua me olhou rapidamente e depois voltou o olhar para o bolo. Tirei a fatia do bolo e juro, eu não estou acreditando no que os meus olhos estão vendo. Lua me encarou de volta. Nos encaramos. Nem consigo formular uma palavra.
Link: Momento da descoberta do sexo do bebê | Clique aqui e veja.
Ravi.
– Eu te disse! – Ouvi Lua falar. Ela não parece tão surpresa como eu sei que estou. – Arthur! – Ela me puxou para um abraço. Não consigo dizer nada. Mas retribui o abraço. Lua começou a chorar. Não sei se de pânico, como ela disse ou de felicidade.
– Parece… que você… vai criar uma mini versão… minha… – Comentei. Não consigo explicar o misto de emoção que estou sentindo.
– Eu não… poderia es-tar… mais feliz, meu amor. – Disse em meio ao choro. Chorei junto com ela.
– Ai, Lua… você é a minha caixinha de… surpresa… é a minha vida.
Continuamos chorando juntos e abraçados.
Continua…
SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.
N/A: Olá! Espero que estejam todos bem.
Aqui está o capítulo que eu prometi no post anterior – por problemas pessoais eu não consegui atualizar no final de semana.
Eu espero que vocês tenham gostado da leitura e que eu tenha conseguido transmitir as emoções, que eu tanto quis, por meio dos personagens. Modéstia parte, me emocionei na hora da escrita. Eu sei que foi um momento que vocês, leitores, esperaram bastante, assim como os personagens. <3
Abriram os links? As imagens ajudam vocês a imaginarem mais ou não preciso colocar das próximas vezes?
Quem aí acertou o sexo do bebê? Gostaram? Será que Anie vai gostar da notícia de que terá um menininho como irmão ? Sei que torciam pelo Arthur hahaha Eu não seria tão mau, mas juro, quase foi uma menininha <3
No mais, foi um capítulo carregado de emoções, eu sei. Espero que tenha alcançado as expectativas de vocês.
Beijos e até a próxima atualização.
(Com reações dos familiares e amigos)
Sem palavras! Acho que o site não tem caracteres suficientes, para o texto que este capítulo merece. Mille, parece redundância de tantas vezes que repetimos como sua escrita é maravilhosa, apaixonante, identificável, mais que isso, ela é viva. Essa família que o Arthur e a Lua constrõem, através das suas palavras, parecem existir na vida de cada uma de nós leitoras. Todos os momentos entre eles 3, que acompanhamos até aqui, com a nossa protagonista, pequena Anie, tornam-se 4. A revelação do sol, menino Ravi. Tão guerreiro quanto o seu nome, venceu à noite e a tempestade, que foi o início da gravidez. Não sei se você tem dimensão, da importância da sua escrita nesse tema, que teve tanto zelo, cuidado e representatividade. Muitas mães passam por isso. Ao Arthur, ele é o homem, o marido e o pai que idealizamos, só poderia ser escrito por uma mulher mesmo kkkk. Pra finalizar, acho que fui a pessoa que mais perturbei por spoiler do sexo, tive sorte de não ser expulsa do grupo kkkk. Acho que ficou meio na cara minha torcida pelo Ravi ( Evie, caso fosse, você seria muito bem-vinda) chorei litros com a revelação (não é exagero) Que eles possam continuar nos alegrando, emocionando e contando para o resto do povo. Muito obrigada! Ass: Lorena 😍
ResponderExcluirChorei com o final
ResponderExcluirNossa fiquei muito emocionada com esse capitulo eles merecem toda a alegria do mundo Arthur realizou o sonho de ser pai de menino amei muito
ResponderExcluirSem palavras
ResponderExcluirQuê capítulo mais lindo do mundo cara até eu me emocionei com essa revelação, tbm acho que esse momento é tão lindo quando é compartilhado só entre o casal, só quero ver como vai ser a reação da anie e da harry
Capítulo lindo e emocionante, como sempre. Obrigada por mais esse texto incrível.
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