Little Anie - Cap. 91 | 6ª Parte

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Little Anie

Parte Seis

Case* com alguém que queira estar com você,

que te elogie, que encha a sua bola, te

veja no meio da multidão e que agradeça

por ter você. Você não merece nada menos

do que ser celebrada. Você não merece nada

menos do que ser amada, em voz alta

e atitude mais alta ainda. Você merece

alguém que escolha você todos os dias e

te trate com prioridade, respeito e amor.

@coisaboaparaler


Pov Arthur 


Lua caminhou para o closet e depois foi até o banheiro. Por alguns segundos cheguei a pensar que passaríamos das provocações, mas ainda está de tarde e Anie apareceu no quarto.


Eu comecei a fazer cócegas nela, amo a sua risada. Ouviria o dia inteiro. Ela ainda nem sabe que talvez viajemos hoje, Lua não quis contar para não gerar expectativas. Mas acho que essa viagem vai sair sim.


Ainda me sinto mal pela conversa que tive ontem com a minha mãe. Se eu pudesse voltar atrás, eu voltaria. Não por mim, mas pela minha mãe e pela Lua. Não queria ter magoado a minha mãe e não quero que Lua fique chateada com a atitude infantil que tive. Sei que ela ficará e tudo o que eu menos quero, é que um clima tenso paire entre nós dois. Estamos bem, e ela está mais feliz do que há alguns dias, algumas semanas. Vou odiar ter culpa por deixá-la triste quando souber dessa conversa. Nem sei como contar, não quero contar e sei que a minha mãe fingirá que nunca me fez tal pedido. Eu não quero conhecer nenhum namorado dela.


Nunca quis.


Soltei um longo suspiro e Anie me encarou.


– Papai, o senhor cansou de cóceguinhas? – Ela apontou os dedinhos para mim.

Cóceguinhas? – A imitei e comecei a rir. – Cansei um pouco. – Falei e Anie virou-se na cama.

– Cadê a minha mamãe? – Olhou pelo quarto.

– Está no banheiro. Acho que ela foi tomar banho. Você devia aproveitar e ir tomar banho com ela. – Avisei.

– Não. Eu vou apoveitar e ir blincar com o Bart. – Soltou um risinho sapeca e desceu da cama.

– Você sabe que não vai escapar desse banho. Quando a sua mãe aparecer na sala, é a primeira coisa que ela vai mandar você fazer. – Falei divertido. Porque conheço muito bem a Lua.

– Mesmo assim ainda vai demolar! – Correu até a porta.

– Nada de descer a escada correndo. – Pedi.

– Tá, papai. Eu já sei!

– É só para você não esquecer. – Falei mais alto, pois ela já tinha saído do quarto.


Eu permaneci deitado na cama, coloquei um dos braços sobre os olhos e continuei ouvindo a água do chuveiro cair no banheiro. Pensei em ir até lá e me convidar para tomar um banho com Lua, mas não seria apenas um banho. Então, é melhor eu me aquietar. Anie está acordada e minha mãe está para chegar. Aliás, não sei se ela vai ligar para a Lua ou para mim.


Minutos depois...


A água do chuveiro parou de cair e poucos minutos depois, eu ouvi a porta do banheiro ser aberta. Continuei na mesma posição e senti Lua se aproximar de mim. Apoiou as mãos geladas nas minhas pernas, uma em cada coxa.


– Está dormindo? – Perguntou.

– Não. – Respondi e ela riu.

– Pensei que Anie ainda estivesse aqui com você. – Disse e se sentou ao meu lado na cama.

– Foi brincar. Segundo ela, você ia "demolar" e ela ia "apoveitar". – Respondi exatamente como Anie falou e Lua riu outra vez.

– Essa garota é demais! – Falou ainda rindo. Tirei os braços de cima dos meus olhos. – Você está bem? Está com dor de cabeça? – Me perguntou preocupada.

– Não, baby. Estou bem. Não se preocupe.

– Você não é assim. Nem aproveitou que Anie te deixou sozinho aqui... Você podia ter ido se juntar a mim no banho.

– Se eu tivesse ido, literalmente, eu teria me juntado a você. – Pisquei um olho. – Você sabe que isso facilmente teria acontecido.

– E não teria sido ruim. – Fez um bico.

– Não. Mas teria sido rápido e eu não quero rápido, Luh. Estamos nos segurando tanto. Não vai ser uma rapidinha, pode ter certeza. – Garanti. Lua não disse nada. Ficamos em silêncio por alguns segundos. Me sentei na cama e a encarei. – O que foi?

– Nada...

– O meu nada, é realmente nada mesmo. O seu nada, é sempre alguma coisa, loira. – Comentei. – Vai, fala. Estou aqui. – A encorajei e segurei uma de suas mãos. – Não acredita em mim é?

– Eu sei que você está aqui.

– Não estou falando disso, Lua. – Falei e Lua me encarou de cenho franzido. – Estou falando sobre o sexo. – Expliquei.

– Aaah... não, não é disso. Eu também não quero nada rapidinho. – Contou e eu a puxei para mais perto e lhe beijei e cheirei o pescoço.

– Cheirosa. Cheirosa. Cheirosa.

– Assim não... – Lua tombou a cabeça para trás. – Assim você me deixa molinha...

– Molinha, é? – Cheirei o seu pescoço mais uma vez, depois desci meus lábios até o seu peito, acima da toalha. – Posso tirar?

– Você está pedindo permissão?

– Claro. Quero ver a minha mulher. – Ergui o olhar e Lua tocou os meus lábios com o dedo indicador.

– Você também pode tocar e beijar. – Respondeu e eu sorri.

– Uhm... que delícia. – Sorri e abri a toalha.


Lua é sexy. E não é porque quer ser. Na maioria das vezes, ela nem tenta e ainda sim, consegue. Me deixa maluco sem nenhuma intenção. É perceptível quando ela quer e quando não quer me provocar.


– Você é linda, Luh. Inteira linda. – Falei contornando um dos seus seios com o dedo indicador e desci até a sua cintura.

– Obrigada. – Ela sussurrou.

– Estou com muitas saudades. – Confessei subindo uma das mãos até a sua nuca.

– Amor, eu também estou com saudades. E você fazendo assim, não ajuda em nada. – Fechou os olhos e eu encostei meus lábios nos dela e depois desci beijos cálidos por seu pescoço, peito, seios e parei para olhá-la novamente.

– Eu acho que vou beijar o nosso bebê. – Sorri e Lua me acompanhou. Posso jurar que vi seus olhos brilharem.

– Eu estou sem calcinha. – Falou tão baixo, como se estivesse constrangida.

– Hahaha... vou beijar a sua barriga, sua safada. – Lhe dei um selinho. – Ontem eu nem ouvi os batimentos. – Desci meus beijos até chegar a sua barriga, onde depositei vários beijos.

– Eu senti falta. – Acariciou os meus cabelos.

– Acabei esquecendo. Ficamos com a Anie... – Intercalei os beijos com "O papai ama você, meu amor.", "Mexe para o papai.", "Você também ama o papai?"

– Sim. – Lua concordou. Ergui a cabeça, sem deixar de acariciar sua barriga com uma das mãos.

– Eu estou muito ansioso para ver sua barriga crescendo. Eu não sei como explicar, mas tenho certeza de que você ficará ainda mais linda do que na primeira vez. – Falei.


De fato, não sei explicar. Sempre achei Lua linda sem que ela precise fazer esforço algum. Ela sabe disso. Mas a gravidez a deixa ainda mais linda. Linda e sexy. Apesar de eu saber que a gravidez é o momento mais sensível de uma mulher, Lua consegue ficar com um brilho indescritível quando está grávida – se ela estiver tranquila, fica radiante.


– Você vivia me dizendo isso na gravidez da Anie. – Me lembrou. – Você me acha mais sexy assim é?

– Não mais do que você já é nos outros dias. Não é isso. Você fica sexy, pode ser por conta dos seios e do bumbum que ficam maiores – apertei levemente sua cintura –, mas você está grávida, então, pode acreditar, não é sexual, Lua. É quase como se você atingisse um estado de plenitude, entende? Quando você está assim mais tranquila, fica ainda mais radiante. Sinto vontade de te elogiar o tempo inteiro. – Confessei e Lua encostou a testa na minha.

– Não fala assim que eu vou chorar. Estou muito sensível. – Contou já com os olhos cheios de lágrimas, embora eu já saiba dessa sensibilidade dela, ainda mais agora.

– Ei, você vai chorar por que estou te elogiando? Eu sempre faço isso, Luh. – Beijei a ponta do seu nariz. – Não é pra você chorar. Vem aqui... – Segurei em suas mãos e a puxei para o meu colo. – Você é linda, neném. Sabe que eu sou louco de amor por você, minha vida.

– Eu sei... – Lua começou a chorar e eu tive que me segurar para não rir.

– Não chora, Luh. Meu amor... – Depositei um beijo em sua bochecha. – Eu te amo. Não chora, meu amor. Era pra você ficar feliz.

– Mas eu... eu fiquei feliz. – Disse em meio ao choro. – É que eu não consigo me controlar. Droga!

Droga! – Repeti e não consegui segurar a risada. – Você fica tão fofa, Luh. Meu Deus, é muito engraçado, querida. Não chora mais, linda. – Pedi e tentei limpar as suas lágrimas.

– Não ri.

– É quase impossível, Lua. Desculpa, querida. – Ri roçando o nariz no dela.

– Eu tô emocionada e excitada. – Foi quase um sussurro e eu não esperava ouvir isso.

– Lua!

– É sério. – Afirmou. – Muito. – Ela segurou em minha mão que estava em sua nuca e a puxou para baixo, para um dos seus seios.

– Não faz isso. Olha a minha situação – olhei para baixo e Lua me acompanhou – Se eu começar, não vou parar. Estou tentando me controlar. – Avisei. – Você me conhece. – Dei uma mordidinha em seu queixo. Lua soltou um gemido quando comecei a massagear um dos seus seios.

– Você está certo... – Concordou e eu sorri sem mostrar os dentes.

– Eu sei. – Mordi o lóbulo de sua orelha e ela encolheu os ombros.

– Mas você não colabora.

– Eu estava sendo carinhoso, sem segundas intenções. Você que começou a me provocar.

– Você tirou a minha toalha.

– Hahaha... eu disse que queria falar com o bebê. Nem vem...

– Mentiroso. Primeiro você disse que queria me olhar. – Pontuou e colocou o polegar sobre os meus lábios.

– Olhar. – Concordei com ela. – Mas olha onde você colocou a minha mão. – Lua riu e me deu um beijo no pescoço. Nossas posições não estão colaborando nenhum pouco e menos ainda, o jeito que ela está em cima de mim: sem roupa. – Acho melhor eu ir tomar um banho. – Comentei apoiando as minhas mãos no colchão. Sei que não faremos nada agora e que Anie pode bater na porta do quarto a qualquer instante.

– Eu também acho. – Soltou um risinho.

– Você acha engraçado, é? – Fechei meus olhos e Lua acariciou os meus cabelos.

– Acho sexy.

– Hahaha... nem vem, depois você me manda parar. – A lembrei. Passei um dos braços por baixo de sua perna.

– Você vai tomar banho?

– Gelado, Lua. Bem gelado. – Respondi e ela soltou um risinho quando a deitei na cama. – Parece que não vai passar de hoje. – Comentei.


Depositei beijos em seu pescoço, depois desci para os seios e parei na barriga. Lua está de olhos fechados, com uma das mãos em meus cabelos, puxando-os. Trilhei de volta um caminho de beijos até os seus lábios. Nos beijamos. Eu não quis deixar o meu peso sobre ela, me apoiei com os cotovelos e os joelhos no colchão. Lua ditou o ritmo do beijo, desceu as mãos pelas minhas costas, depois subiu para a minha nuca. Ela sabe que a minha nuca é meu ponto fraco, seja com qualquer carícia, se for na nuca, ela vai me ter na mão. Lua encolheu uma das pernas, colocando em minha cintura, se eu não parar, tão pouco ela fará.


– Você escolheu um caminho perigoso. – Falei após cessar o beijo.

– Eu só aproveitei o momento.

– Você se aproveitou de mim, sua safada.

– Só um pouquinho. – Admitiu e me deu um beijo no pescoço.

– Está melhor agora? Mais calma?

– Sim.

– Então eu vou tomar um banho. – Avisei e tentei me levantar, mas Lua me prendeu entre as suas pernas. – É sério, loira. Você estava chorando, Luh – comecei a rir –, eu fiquei preocupado.

– Você riu e está rindo de novo. – Fez um bico.

– Amor, as tuas emoções estão oscilando demais. Você já riu e chorou ao mesmo tempo, eu tento levar a sério. Eu levo a sério na verdade, mas não consigo não rir, desculpa. – Fui sincero. Sei que ela não está conseguindo se controlar e que odeia chorar por qualquer coisa, como está acontecendo atualmente.

– Eu fico excitada e choro porque acho que você não quer transar comigo.

– Lua, por favor. – Neguei com a cabeça. – Eu tô duro aqui, eu sei que você está sentindo. Como pode pensar isso?

– Eu sei que é bobagem. Mas eu estou grávida...

– E no que isso pode fazer com que eu não sinta vontade de transar com você? Só paramos por questões de saúde, sua e do bebê. Agora que está tudo voltando ao normal, vamos voltar a ter nossos momentos íntimos. Só precisamos fazer isso com mais cuidado. Só isso, Luh. E eu não preciso explicar o porquê de não fazermos agora. Você sabe!

– Mas não falei de agora. Foi dos outros dias.

– Nos outros dias você não podia. Ainda era arriscado. Eu não sou nenhum escroto e insensível, você me conhece. Eu não ia sugerir que a gente transasse. Jamais colocaria a vida de vocês em risco por conta de algo que eu sei que posso me controlar.

– Então eu sou insensível? Porque isso me irritou de uma maneira que você viu, você sentiu. – Ela falou séria, mas eu acabei rindo.

– Não foi insensibilidade sua. Você está cheia de hormônios que não consegue controlar. Eu te entendo, baby. Agora eu realmente preciso tomar um banho ou vou acabar gozando na minha cueca. – Tentei me levantar mais uma vez. Lua ainda está com as pernas envolvidas na minha cintura. – Não vai me deixar sair?

– Deixa eu te ajudar? – Voltou a segurar a minha nuca com uma das mãos e a outra mão segurou em minha cintura.

– Não. – Respondi e também neguei com a cabeça. – Quero gozar dentro de você e não na sua mão. – Lhe dei um selinho rápido antes de segurar em suas pernas e abrir um pouco, para poder sair do meio delas.

– Arthur! – Lua disse chocada.

– E vai ser ainda hoje – me levantei –, mais tarde. – Completei enquanto me afastava. Lua ficou me encarando. – Não vai falar nada?

– Fiquei até sem palavras. – Admitiu e eu sorri maroto.

– Gostosa! – Falei e Lua se encolheu na cama enquanto eu entrava no banheiro.


Tive que sair da cama e praticamente correr até o banheiro, porque senão eu faria exatamente o contrário de tudo o que falei. Estou duro, muito duro. Sei me controlar, mas tenho o meu limite e já estava chegando nele.


Minutos depois...


Não sei se Lua ainda está no quarto ou se desceu para a sala. Está tudo muito silencioso. Terminei meu bom banho gelado, me enxuguei, enrolei a toalha na cintura, ajeitei minha barba e saí do banheiro. Lua ainda se encontra no quarto. Está deitada na cama e pela posição, acho que acabou dormindo. Fui até o closet, vesti uma roupa e voltei para o quarto.


Pov Lua


Senti Arthur depositar beijos em meu pescoço, beijinhos carinhosos. Me encolhi mais ainda e resmunguei. Ele sorriu, senti seus lábios na minha bochecha.


– Você dormiu? Achei que tivesse descido lá para a sala. – Ele falou mais baixo e se afastou. Abri meus olhos.

– Acabei cochilando. Você demorou muito no banheiro?

– Menos de trinta minutos. – Respondeu. – Quer que eu pegue uma roupa pra você?

– Não. Eu vou lá... – Falei e Arthur me ajudou a levantar e a sentar na cama. – Nossa, que sono.  – Bocejei e Arthur riu se levantando da cama e estendeu as mãos para me ajudar a levantar. – Obrigada. – Agradeci com um beijinho no ar.


Caminhei para o closet, peguei uma calcinha, uma calça de moletom e uma camiseta e vesti. Voltei para o banheiro e penteei os meus cabelos. Arthur está me esperando, sentado na cama.


– Vamos?

– Vamos. Você está com fome? – Indagou. – Aliás, a senhora comeu alguma coisa agora a tarde?

– Não. Para de me chamar de senhora, fico me sentindo uma velha, meu Deus, Arthur. – Pedi e saímos do quarto. Ele riu alto.

– Você é casada, logo, é uma senhora.

– Nem vem… – Retruquei e Arthur me abraçou por trás.

– Mas é sério, você sabe que precisa se alimentar.

– Eu sei, mas eu estava sem fome. –  Dei de ombros.

– Mas precisa. – Frisou.

– Vamos voltar pra parte que você me beija, me provoca, me diz coisas safadas… sem sermão. Você não é o meu pai.

– Eu sou o pai do seu filho…

– Ou filha.

– Sim, você não me deixou completar. – Me apertou num abraço enquanto descíamos a escada. – Então, a senhora vai ter que me aguentar pegando no teu pé até esse bebê nascer.

– E também depois, não é mesmo?

– Exatamente. Você me conhece, baby. – Me deu um beijo carinhoso na bochecha. – Você vai querer comer o quê?

– Se eu comer algo agora, não vou querer jantar. – Expliquei.

– Não tem nada a ver, Luh. Só um sanduiche com suco. A Carla fez uma sobremesa deliciosa no almoço, você vai gostar, tenho certeza. É doce, você ama doce. – Disse todo convicto. Assenti. Sei que ele tem se preocupado muito comigo e com o bebê.

– Tudo bem. Parece que você me convenceu. – Admiti, mesmo sem muita empolgação. De fato, não estou com fome. Arthur suspirou e me encarou. Paramos na sala de jantar.

– Sei que é chato quando alguém fica mandando na gente. Não quero que você fique chateada comigo. Eu me preocupo com vocês dois, é só isso. – Ele sorriu meio de lado. – Tudo bem não querer comer nada agora, se você acha que pode estragar o teu jantar. Não vamos brigar por isso, Luh. Tudo bem? Só quero que você entenda e que a gente não discuta. Eu sei que sou meio chato algumas vezes… mas é que…

– Eu entendi. Tudo bem. Não vamos discutir. Vamos lá, quero provar essa sobremesa deliciosa que a Carla fez. – O abracei de lado. Eu também não quero discutir por isso. Sei que a preocupação dele é genuína.

– Você vai concordar. – Seguimos para a cozinha.

– Eu sei que vou. – Pontuei. Carla cozinha extremamente bem. – Anie deve estar se escondendo de mim na brinquedoteca. – Mudei de assunto.

– Com certeza. – Arthur concordou e sentou-se em frente a bancada. – Lua quer provocar aquela sobremesa do almoço, Carla.

– Ainda tem? Arthur fez uma propaganda que você precisava ver. – Comentei e Carla riu.

– Tem sim. Vou colocar pra você. Vai querer também, Arthur?

– Não. Quero um pouco de café. – Pediu.

– Enquanto isso, eu vou ver aonde dona Anie está. Ela precisa tomar banho e está fugindo de mim.

– Ela está na brinquedoteca. Carol está com ela e Bart também. – Carla contou.

– Vou lá então. – Saí rumo à brinquedoteca.


*


Cheguei à brinquedoteca e abri a porta. Anie está sentada no chão brincando com algumas bonecas. Bart está deitado ao lado dela, parece entediado. Embora ele ame a Anie, isso é indiscutível, eu tenho quase certeza de que ele não gosta de nenhuma brincadeira que envolva bonecas ou que não faça ele sair correndo atrás de uma bola. Carol está organizando alguns brinquedos dentro das gavetas do armário. Anie têm muitos brinquedos e sempre estamos fazendo uma limpa e doando bastante coisa. E com um novo bebê a caminho, sei que essa bagunça não cessará tão cedo.


– Oi, Carol.

– Oi, Luh. – Ela sorriu para mim. – Já tentei convencer a Anie a ir tomar banho, mas hoje ela está teimosa. – Disse. Eu conheço muito bem a filha que tenho.

– Eu sei. Arthur me contou que ela fugiu do quarto quando ele mandou ela ir tomar banho. – Olhei para a garotinha que ainda está sentada no chão. Embora pareça alheia a conversa, sei que está prestando atenção em tudo, ainda mais que envolve ela.

– Eu não fugi, mamãe. Eu vim blincar só um pouco. Depois eu vou tomar banho. – Se justificou.

– Não, não tem depois. Você vai deixar os seus brinquedos aqui, vai subir com a Carol e tomar um banho, depois vai vestir uma roupa limpa e descer para comermos alguma coisa. – Expliquei. Anie ainda não sabe que a avó está para chegar de viagem. Quando Laura está em casa, ela aproveita para ser ainda mais mimada.

– Por que sempre tenho que tomar banho a hora que a senhora quer? Nunca quando eu quelo? – Empurrou as bonecas para a frente.

– Porque você é criança e eu e o seu pai mandamos em você, simples assim. E não adianta fazer cara feia, você vai tomar banho a hora que eu mandar ou fazer o que eu mandar, seja qual for o momento. Você só têm seis anos, Anie.

– Eu já sou grande.

– Você vai ser grande quando tiver dezoito anos. Você vai se mandar quando tiver o seu emprego, pagar as suas contas e tiver a sua casa. Olha que legal? Foi assim que aconteceu comigo e é assim que acontece com a maioria das pessoas. – Eu não tenho muita paciência para as birras que Anie gosta de fazer. Arthur ainda consegue reverter a situação sem precisar ser ríspido. Eu não consigo. Anie me conhece e mesmo que tenha pouca idade, ela é muito inteligente e compreende as minhas colocações.

– Quantos anos ainda faltam?

– Muitos. Para o alívio do seu pai. Ele odiaria essa conversa. Vem, você está me enrolando. – Chamei e ela fez uma careta. – Isso é muito feio, filha.

– Não quelo tomar banho.

– Você foi para o balé, dançou, já correu, já pulou. Não acredito que não esteja suando.

– Já passou, mamãe.

– Por isso mesmo. Você precisa de um banho.

– Cadê o meu papai?

–  Está na cozinha. Mas a senhorita vai subir agora. Banho, lembra? Sem birra. – Pedi séria. – Se ela ficar de teimosia, pode me chamar, Carol. – Avisei.

– Não vai plecisar. – A pequena retrucou e subiu a escada, Carol subiu logo atrás dela.


Voltei para a cozinha.


*


– E então? – Arthur me olhou. – Já estou na minha segunda xícara de café. – Contou erguendo a xícara para mim.

– Não queria tomar banho. Disse que já é grande e questionou o porquê de sempre ter que tomar banho quando eu mando e não quando ela quer. – O encarei. – Vê se pode?

– Ainda bem que ela puxou isso para você. – Ele deu de ombros.

– Não, você sempre fala isso. Não é bem assim. – Me defendi.

– É exatamente assim, ora. Lua, você ama questionar as coisas. Anie é igualzinha a você.

– Aqui, Luh. Espero que goste. – Carla colocou um prato com a sobremesa na minha frente.

– Obrigada. Sei que vou amar. – Sorri. Ela voltou a se ocupar com o jantar e eu encarei Arthur. – Ela sempre me confronta.

– Você também sempre faz isso comigo.

– Eu sou adulta. Você é o meu marido. – Falei óbvia. – Anie só têm seis anos, Arthur. Você não devia passar a mão assim na cabeça dela.

– Eu? Eu nem estava lá. – Ele riu.

– Não estou falando só de hoje, de agora. – Expliquei.

– Ok. Eu já entendi que você não gostou. Mas você sabe como corrigi-la. Só não gosto quando vocês duas discutem porque nem uma e nem outra quer dar o braço a torcer. Você fala de mim, mas vez ou outra também se troca com Anie. Ela é só uma criança, a personalidade é idêntica a sua, embora isso não seja nenhuma justificativa para que ela nos falte com respeito. – Explicou de maneira coerente.

– Não gostei mesmo. Não gosto quando ela nos questiona assim. Ela sabe que temos regras e que somos pais dela e que ela precisa nos ouvir, nos respeitar. Ela não faltou com respeito agora, não foi isso. Ela só quis fazer birra, está numa fase tão teimosa. Têm dias que está um neném, parece com você. Outros dias…

- Parece com você. – Arthur completou e eu ri. Carla também riu. – Não é ruim, meu amor.

– Você não está levando a sério. – Reclamei e Arthur levantou-se do banco da bancada para me abraçar.

– Não é isso, Luh. Mas é que você está reclamando de uma mini você. – Ele me deu um beijo na bochecha.

– Você já parou para pensar que esse bebê pode vir com a mesma personalidade de vocês duas? – Carla me perguntou.

– Eu tenho quase certeza de que virá. – Arthur riu alto.

– Não acho que venha. Acho que dessa vez será parecido com o Arthur. – Respondi. – Embora ache que seja uma menina de novo.

– Você sente que é menina? – Carla ficou visivelmente animada.

– Não. Não estou criando nenhuma expectativa. Só acho, nada muito certo ainda. Não seria um palpite, só achismo mesmo.

– Ela fala isso porque está dando trabalho, mas eu sou de boa, então essa conta não bate. – Arthur voltou a se sentar no banco.

– Um menino também seria incrível. – Carla comentou.

– Sim. Tudo novo. Apesar de já termos tido uma breve experiência com o Ethan. – Lembrei e Carla assentiu.

– Mas dessa vez seria nosso, Luh.

– Anie ficaria com ciúmes por mais tempo também. – Comentei vagamente e eles dois riram.

– Acho que ela ficará com mais ciúmes se for menina. – Carla opinou. – Já estão pensando em contar?

– Sim, sim. Por esses dias.  – Falei. - Daqui a pouco não vai dar para esconder. Não que Anie vá perceber antes das outras pessoas. – Completei. Anie ainda é criança, embora seja muito esperta, ela não vai saber diferenciar se eu engordei ou se estou grávida.

– É melhor já ir preparando. Porque eu acredito que, conhecendo aquela garotinha, ela não vai amar logo de cara. Não vai mesmo.

– Nossa, ela vai ficar com muito ciúme, muito mesmo. Já até comentei isso com a Luh e pedi que ela não foque só nisso. Vai acontecer e todos nós sabemos. – Arthur falou enquanto eu provava a sobremesa. – E então? – Quis saber.

– Estou com expectativas também. – Carla sorriu esperando a minha resposta.

– Aah, está uma delícia. Você já sabia a minha resposta. – Falei divertida.

– Não, nada disso. Agora que você está grávida, nem tudo parece tão saboroso assim.

– Você tem razão. Mas a fase dos enjoos já passou. Agora eu só estou aproveitando. Acho que vou engordar até o que eu não posso. – Brinquei.

– Você está grávida e dizem que grávida pode tudo. – Ela deu de ombros.

– Realmente. Mas não quero abusar. Se esse bebê for grande, jamais vou me arriscar em um parto normal. – Empurrei o prato vazio da sobremesa. – Quero mais um pedaço. – Pedi e tanto Carla quanto Arthur riram.

– Vou já colocar pra você, só um momento. – Ela está terminando de cortar alguns temperos e eu assenti. – Você quer um parto normal?

– Agora eu penso, mas ainda não falei com a Eliza sobre isso, acho que é um pouco cedo. Vou pedir algumas orientações. Antes tudo estava tão difícil, eu… eu nem cheguei a pensar no parto. Literalmente foi um dia de cada vez. Agora que está mais tranquilo é que estou me permitindo. – Contei e a mulher assentiu. – Da Anie eu teria tentado se tivesse dado tempo. – Acrescentei. – Na verdade, talvez eu nem dê conta. – Suspirei. – Pode não dar certo de novo.

– Ei, não fala assim. Você é forte, eu já te disse isso. Sei que se realmente quiser e se puder tentar, sem risco nenhum para você e para o bebê, você vai tentar e vai conseguir. Não vou permitir que você seja pessimista. Não na minha frente. – Arthur falou e levantou-se outra vez para abraçar. Retribui o abraço e ele me deu um beijo nos cabelos.

– Arthur está certo, Luh. Você é muito forte. Eu também tenho certeza que se tentar, irá conseguir. O medo não pode dominar você.

– Só não quero criar expectativas. Ainda sinto medo. – Confessei.

– Eu sei, meu amor. E quero que você também saiba, que eu vou te apoiar seja qual for a decisão, parto normal ou cesária, eu estarei com você. Pra mim não importa o jeito que venha ao mundo, Luh. Mas sei que para as mães tudo tem um outro significado. Quero que seja tranquilo e perfeito pra você. Que dessa vez você não sofra como da primeira vez. – Ele me deu um beijo carinhoso na testa.

– Quero ao menos tentar…

– Você vai poder tentar. Vou te apoiar e se não conseguir, está tudo bem. Você tentou e isso importa muito. Você e o bebê estando bem, fora de perigo, eu não posso pedir mais nada, meu amor. – Disse e eu comecei a chorar. – Ai, meu Deus… – Ele me abraçou mais forte e ficou me confortando. Não é um motivo para chorar, é só uma conversa, mas meus hormônios estão me fazendo passar por cada uma.

– Eu só… só estou chorando por tudo hoje… – Contei e Carla sorriu.

– Tudo bem, Luh. São os hormônios. – Ela sorriu compreensiva e colocou o prato com a sobremesa na minha frente. – Pode comer de novo.

– Sim. – Sorri e Arthur me acompanhou. Se afastou e eu voltei a comer. Parei de chorar. – Minha sogra chega hoje. – Mudei de assunto.

– Ela confirmou?

– Sim. Já, já está chegando. Anie ainda não sabe. Pra ela é surpresa. – Avisei.

– Pode deixar! – Carla concordou sorridente. – Ela vai ficar super feliz. – Acrescentou e eu concordei com a cabeça.

– Não sei quem fica mais feliz, a minha mulher ou a minha filha. – Arthur comentou. – Fico levemente enciumado.

– Eu sei que você tem ciúme da sua mãe.

– Hahaha… não é dela que estou falando. – Disse e eu dei de ombros.

– Carla, você sabia que Arthur ganhou um padrasto?

– O quê? Não. Me conta essa história! – Carla respondeu empolgada e eu mais ainda por poder contar. Na verdade, nem sei se minha sogra vai se importar, mas creio que não.

– É um coroa muito, muito gato… – Comecei e Arthur me interrompeu.

– Lá vem. – Dei de ombros.

– Ele também é médico. Tem o cabelo grisalho, ele é realmente bonito. Minha sogra tem muito bom gosto.

– Eu mereço. – Reclamou outra vez e levantou-se do banco. – Eu não sabia que você gostava de coroa grisalho. – Debochou.

– Eu não vou é me fingir de sonsa, Arthur. Ele é bonito sim. Você que está com ciúmes da sua mãe e não quer admitir.

– Ciúmes nada, Lua. Me poupe! – Ele lavou a xícara do café, enxugou e guardou. A cara não nega que está com ciúmes e odiando esse assunto.

– Lua. – Pontuei e ri. – Ai, Arthur, vocês homens são difíceis de entender.

– Aah, só nós, homens? Eu não ouvi isso, Lua. – Riu debochado e saiu da cozinha.

– Ele está com muito ciúmes. Não gosta nem de tocar no assunto e nem que toquem no assunto. – Contei e Carla riu.

– Geralmente é assim mesmo. Filhos e irmãos são bem ciumentos.

– Arthur tem trinta anos, Carla. Meu Deus, tenho dó da minha filha. Vai querer que ela namore só depois da faculdade, como se ele tivesse feito o mesmo.

– Anie será sempre a garotinha dele. E se esse segundo bebê for uma menininha novamente, talvez ele nem pegue tanto no pé dela. É sempre assim.

– Meu pai não foi e nem é um homem ciumento. – Falei. – Nem com o Arthur. Ele era preocupado, ainda é. Mas é normal.

– Eles tem uma relação bonita. Isso é muito bom e, também, raro. – Ela observou.

– Sim. – Suspirei. – Gostaria que a minha mãe voltasse a falar com ele igual era antes. Mas sei que está muito difícil e muito longe disso acontecer. Com a gravidez então, até já previ o surto que ela dará.

– Não pensa nisso, Luh. Você não precisa se preocupar assim, não é bom. Você e o Arthur são casados, não fizeram nada de errado. Não tem porque ela surtar por uma coisa que é bem óbvia de se acontecer com casais que mantêm relações, mesmo que essa gravidez não tenha sido planejada.

– Você tem razão. Arthur também já me pediu para não pensar nisso. – Suspirei outra vez. – Sei que será uma perda de tempo ficar pensando nisso. Enfim…

– Sim, será. E é melhor para você, para bebê e para o casamento de vocês, que você mantenha a sua energia e seus pensamentos voltados para coisas boas e que te trazem alegrias. Assim a gestação será mais tranquila. – Sorriu com carinho e eu senti vontade de chorar novamente.

– Obrigada. – Minha voz saiu embargada. – Eu estou muito emotiva. –  Comentei como se não estivesse sendo notório. Carla assentiu e continuou sorrindo. – Obrigada pela sobremesa, estava uma delícia. Laura irá adorar também.

– Vou deixar reservado para ela.


Saí da cozinha e caminhei até a sala. Arthur está sentado no sofá olhando para a tevê ligada.


– Natação?

– Você já pensou que pode ser uma boa colocar a Anie na aula de natação? – Me indagou sem desviar os olhos da televisão.

– Não. – Fui sincera. – Porém, você pode conversar com ela. – Sugeri. – Acho que ela vai adorar a ideia. Ama água, ama aquela piscina. Eu ficaria mais aliviada se ela soubesse nadar.

– Fiquei pensando nisso. Mas podemos conversar melhor sobre esse assunto depois.

– Sim. – Concordei.

– Vem, senta aqui. Não fazem nem vinte minutos e você já veio porque sentiu minha falta que eu sei. – Ele riu e eu não neguei. Acabei rindo também.

– Você saiu de lá todo enciumado.

– Que ciúme o quê?! – Negou e segurou em uma das minhas mãos, sentei em seu colo.

– Por que você fica chateado quando eu falo no teu padrasto?

– Lua, para com esse papo.

– Eu não estou zoando. É sério, Arthur. – Insisti.

–  Não fico chateado. Não estou chateado. Só não gosto do assunto. É sério mesmo. Não quero que a gente discuta por isso.

– Mas não falo porque quero discutir.

– Eu sei, mas não fica insistindo. Não quero falar sobre esse assunto. – Explicou calmo.

– Ok. – Suspirei. E ele aproximou o rosto do meu pescoço e cheirou. – Você fez a barba? Ei, agora que eu percebi. – Sorri e me afastei um pouco para olhá-lo melhor.

– Quase uma hora depois, eu hein! Assim que você repara em mim? – Questionou fingindo tristeza. – Se você cortar um dedo do seu cabelo, eu vou perceber que você mexeu nele. – Contou e eu rocei o nariz na bochecha dele.

– Desculpa, amor. – Pedi e ele segurou o riso que eu percebi. – Sabe, posso te fazer um convite?

– Óbvio, Luh. – Pontuou e me olhou.

– Você topa fazer comigo uma atividade física?

– Na cama? – Perguntou divertido e me apertou em seus braços enquanto ria contra o meu pescoço.

– Eu estou falando sério, amor. – Fiz um bico, embora ele não estivesse vendo.

– Eu também! Hahha

– Lembra que a Eliza sugeriu que eu fizesse alguma atividade física? Algo leve…

– Sim. No que você pensou?

– Em sexo. – Sussurrei e ele riu.

– Isso é porque você falou sério.

– Hahaha… não, mas agora é sério mesmo. Eu pensei em começar com uma caminhada, aqui pelo condomínio mesmo. Aí depois eu posso aumentar o percurso, tem ioga também, mas eu não me vejo nesse estado de calmaria. Eu acho que ficaria mais irritada, sei lá… o que você acha?

– Sendo bem sincero, loira, nem eu te vejo fazendo ioga. – Ele riu. – Uma caminhada é legal. Pode pensar em fazer hidroginástica, acredito que possa até ajudar na preparação para o parto, sei lá, nunca pesquisei. Mas exercícios ajudam, não é?

– Sim. Eu nem tinha pensado em hidroginástica, mas é uma boa, amor. Eu vou ver aonde posso fazer.

– Mas podemos caminhar sim, loira. É só você querer. Sou uma boa companhia. – Me deu um beijo na bochecha.

– Uma companhia excelente. – Ressaltei. – Obrigada. – Agradeci enquanto me encolhia no colo dele.

– Não precisa agradecer. Não por isso. Já te disse que estamos juntos nessa.

– Quero fazer amor com você… – Falei mais uma vez.

– Vamos fazer. – Afirmou e eu contornei os seus lábios com a ponta dos dedos. – Amo quando você é carinhosa comigo. – Confessei e Lua sorriu.

– Você fica dengoso. – Notou e acabamos rindo.

– Eu só fico um pouquinho assim… – Medi com os dedos, igual Anie faz.

– Sabe, eu acho que esse bebê vai ser muito parecido com você. Anie não é tão dengosa, ela é mimada, porque você faz questão de mimar…

– Hahaha… Mimada igual a você.

– E a culpa continua sendo sua. – Apertei suas bochechas e Arthur fez um bico.

– Vocês gostam. Não adianta negar!

– É muito bom. – Admiti. Arthur sorriu e depositou vários beijos no meu pescoço. Pegou os meus cabelos em uma das mãos e os puxou para trás. – Aaaiin… – Gemi.


A campainha tocou.


Pov Arthur 


– Salva pela tua sogra. – Falei e Lua me encarou.

– E eu nem queria ser salva. – Contou.

– Quem é? – Anie desceu a escada.

– Vamos descobrir agora. – Lua respondeu e piscou um olho para mim. Anie ainda não sabe que a avó veio passar o final de semana com a gente. Me levantei do sofá e Anie seguiu a mãe até a porta.

– Sabia que eu tô culiosa, mamãe?

– Sim, a mamãe sabe. A mamãe conhece você, sua danadinha. – Anie soltou uma risadinha. Lua abriu a porta e minha mãe está lá. – A senhora nem avisou que já tinha chegado. – As duas se abraçaram. – Boa noite. Espero que a senhora tenha feito uma boa viagem.

–  Boa noite, minha querida. A viagem foi tranquila, cansativa, mas tranquila. – Minha mãe respondeu.

– Entre. – Lua deu passagem para a minha mãe adentrar a casa. – Eu fiquei esperando a senhora ligar. – Contou.

– Eu quis fazer uma surpresa. Você está tão linda, Lua. – Minha mãe a elogiou.

– Obrigada. – Lua a abraçou de volta. – A senhora também. – Retribuiu o elogio. E de fato, a minha mãe é muito linda.

– Oi, meu amorzinho. – Minha mãe se abaixou e abraçou a neta. – A vovó trouxe um presente pra você. – Pegou Anie no colo.

– Pla mim?

– Sim, bebê. Espero que você goste.

– Eu acho que eu vou amar. – Anie respondeu. Lua colocou a mala para dentro e fechou a porta.

– E a vovó tem certeza de que você ficará muito estilosa.

– Eu já estou muito culiosaaa…

– Hahaha… – Minha mãe colocou Anie no chão. Me aproximei delas e abracei minha mãe.

– Espero que a viagem tenha sido boa.

– Foi sim, meu filho. – Me deu um beijo na bochecha e se afastou. As mulheres têm uma capacidade incrível de fingir que está tudo bem.

– Aonde que está meu presente?

– Calma, filha. – Lua pediu e Anie correu até o sofá e se sentou.

– Está na mala, querida.

– É que eu quelo logo ver. – Anie balançou as pernas no sofá. Eu e Lua sentamos no outro sofá, enquanto a minha mãe sentou-se ao lado da neta.

– Então vamos ver logo! – Minha mãe abriu a mala. Bart se aproximou delas. – Olá, Bart. Você parece maior a cada semana. – Ela acariciou-lhe as orelhas e a cabeça. – Você é tão fofo.


Link: Bart | Clique aqui e veja.


– O meu cachorro é muito legal. Vem aqui, Bart. – Anie chamou o cachorro que logo correu e se apoiou no sofá com as duas patas. A garotinha ficou fazendo carinho nele.

– Aqui está o seu presente. – Minha mãe entregou uma caixa a Anie. Não dá para sabermos o que tem dentro.

– UAU! – Os olhinhos dela brilharam. – Obligada, vovó. – Anie a abraçou.

– De nada, meu amor. – Minha mãe lhe deu um beijo na cabeça.

– A senhola me ajuda a abrir a caixa.

– Claro, meu anjo.


Minha mãe ajudou Anie a abrir a caixa.


– Nossa! Uma bota da Minnie e da Margalida. – Anie bateu palmas. – Olha, mamãe. Olha, papai. É linda! Eu adolei! Obligada, vovó.

– É linda mesmo. – Lua concordou ao pegar a bota. Depois me entregou.

– Agola é um moletom também da Minnie e da Margalida, pra combinar com a bota, não é, vovó?


Link: Presente da Anie | Clique aqui e veja.


– Exatamente. Você também gostou?

– Amei! Os dois, os dois plesentes, vovó. Muito obligada. – Anie abraçou novamente a avó.

– De nada, meu anjo. Não precisa agradecer. Fico feliz que você tenha amado. – Ganhou vários beijos carinhosos da avó.

– Eu vou mostrar pra Carla e pra Carol. Vem, Bart, vamos lá… – E correu rumo à cozinha.

– E só sabe chegar em algum lugar correndo. Meu Deus! – Lua comentou e minha mãe riu.

– É uma fase, logo passa. – Explicou e olhou para Lua. – E como você está? E o bebê? Quero muito saber das novidades.

– Estamos muito bem. – Lua respondeu super empolgada. – Tivemos ótimas notícias, não é, Arthur?

– Sim. – Acredito que eu não tenha conseguido passar a mesma empolgação que ela. Estou apreensivo, como se em algum momento, minha mãe vá fazer algum comentário que eu não quero que faça.

– Isso é muito bom, Lua. É maravilhoso! Fiquei muito feliz e aliviada com a sua ligação. Muito curiosa também para saber de tudo.

– E eu para contar tudo. Até comentei com o Arthur. Eu também sei que é cansativo para a senhora vir… eu não quero, sei lá, de alguma forma, acabar atrapalhando alguma coisa. Seja no seu trabalho ou na sua vida pessoal mesmo. – Lua está se sentindo péssima por algo que não tem nada a ver com ela.

– De onde você tirou isso, Luh? Não está atrapalhando nada. Eu disse a você que a  ajudaria no que eu pudesse. Jamais vou achar ruim estar te apoiando nesse momento. Não quero que pense isso, por favor. – Minha mãe pediu.

– Sei lá, eu acabei achando que pudesse estar atrapalhando. Arthur está todo estranho depois da ligação de vocês. Me disse que não é nada. Não acreditei muito. – Lua me olhou.

– Eu disse a ela que está procurando coisas que não existem. – Respondi e minha mãe assentiu.

– Não aconteceu nada, Luh. Está tudo bem entre a gente, minha querida. – Minha mãe sorriu e eu me senti péssimo. Óbvio que ela sabe que Lua ficará muito chateada e até decepcionada comigo se souber da nossa conversa.

– Tudo bem então. – Lua não acreditou. Eu a conheço. Mas também não quer prolongar o assunto, não com a minha mãe dizendo que está tudo bem. Comigo eu sei que ela ainda não desistiu. – A senhora quer tomar um banho? É melhor. Estamos lhe esperando para jantar.

– Sim. Eu prefiro tomar um banho antes. – Minha mãe se levantou do sofá e pegou a mala.

– Vou com a senhora até o quarto.


As duas seguiram conversando enquanto subiam a escada. Anie e Bart ainda não voltaram da cozinha.


Minutos depois…


Anie veio correndo na minha direção, com os presentes que ganhou da minha mãe nas mãos.


– Cuidado, você pode se machucar, filha. – Falei quando ela se jogou em meu colo. – Gostou do presente da vovó?

– Eu amei muito, papai. É lindo! Eu posso usar amanhã?

– Se sairmos, você pode. – Respondi. – Papai te ama muito, meu amorzinho. – Puxei ela para o meu colo e lhe enchi de beijinhos.

– Papai…

– Oi, filha.

– O senhor tá calente?

– Ai, meu Deus! – Não pude evitar a risada. Mas acabei admitindo. – Sim, papai tá carente do carinho do meu amor. – Respondi e Anie riu sapeca.

– Do meu amor?

– É.

– Eu amo você, papai. – Declarou e me deu um beijo na ponta do nariz. – Um monte de amor. – Acrescentou mais baixo. Sorri.

– Eu também te amo muito, filha. – A abracei. – Muito.

– Muito.

– Muito. – Lua voltou para a sala. – E então?

– Ela foi tomar um banho. – Sentou-se ao meu lado. – O que estão fazendo?

– O meu papai está calente, mamãe.

– Carente, é? – Lua acariciou os meus cabelos.

– De amor de mim.

– Do seu amor?

– É. – Anie afirmou.

– E do meu? – Provocou. Ela fala de mim, mas ela também adora implicar com a nossa filha.

– É que eu sou a filha do meu papai. Só eu. – Anie respondeu e eu ri. – Não é, papai?

– É, meu amor. Amor do papai. – Lhe dei beijinhos na bochecha.

– Eu sou a namorada do seu pai.

– Mas eu sou a filha. – Anie me abraçou pelo pescoço.

– Quem é que não implica com ela mesmo? – Perguntei e nem precisei olhar para constatar que Lua havia revirado os olhos.

– Então quem é que você ama mais, eu ou a minha mamãe que é a sua namorada?

– Pois é, Arthur. Quem é que você ama mais? Quero saber. – Lua pontou. Ela sabe que não vou falar que amo mais uma do que a outra. São sentimentos completamente diferentes, e que ela entende, mas a Anie não.

– Paaraa… – Pedi. Ela tentou segurar o riso e roçou o nariz no meu pescoço.

– Responde, papai. – Anie não desistiu.

– Amo as duas. São amores diferentes, filha. Sua mãe sabe, ela só está querendo implicar com você. – Respondi.

– Mas eu não intendooo… – A pequena me encarou confusa. – Então você ama mais a minha mamãe porque ela é a sua namorada e ela chegou primeiro que eu. – Disse e eu fiquei um pouco chocado com a percepção dela.

– Não é por isso, filha. – Lua tirou alguns fios de cabelo que estavam sobre o rosto da Anie. – É lógico que ele ama mais você, bebê. Assim como eu também te amo. – Explicou.

– Sua mamãe não é mais só a minha namorada, filha. – Comecei. Temos essa conversa com frequência. Anie ainda não entende que a minha relação com a Lua, além de pais dela, é uma relação de duas pessoas casadas. Ela ainda não entende o que é um casamento. – Somos casados. Ser casado é mais, muito mais do que ser só namorado ou namorada, bebê. Nós moramos juntos, dormimos no mesmo quarto, dividimos as contas, nossas preocupações, conversamos. Temos você, somos os seus pais…

– E o Bart. – Anie pontuou.

– E o Bart. – Acrescentei. – Amo muito a sua mamãe. Ela sabe disso. – A olhei e Lua me deu um selinho. – Ela me deu você que, obviamente, é a minha vidinha. Que eu amo e amo e amo muito. – Lhe dei um beijinho de esquimó. – Amo a sua mãe porque ela é a minha esposa, minha amiga e é a sua mamãe. E amo você porque você é a nossa filha, a minha filha e será assim se vierem outros filhos. – Expliquei. Anie me encarou desconfiada.

– Não tem outos filhos. Só eu, papai. – Afirmou.

– Até agora. – Respondi.

– Pla semple. – Afirmou ela.

– Ai meu Deus! – Lua riu um pouco preocupada.

– O senhor quer um outo bebê? Igual eu?

– Eu amo bebês. – Respondi. – Adoraria ter dois bebês.

– Não, só eu, papai. – Ela escondeu o rosto em meu peito. – Não quelo outo bebê. Só eu!

– Ei, você não precisa ficar chateada. Estamos só conversando. – Expliquei.

– Mesmo assim… – Ela colocou as mãozinhas no rosto.

– Hahaha… amo você, neném. – Lhe dei um beijo demorado na cabeça. Anie me abraçou mais forte. Com uma das mãos, fiquei fazendo carinho nas suas costas, a outra mão, levei até a barriga de Lua, ela colocou uma das mãos sobre a minha. – E amo o meu outro neném também ou minha outra neném. – Sussurrei. Lua sorriu e encostou a cabeça em meu ombro. Com a mão livre ela fez carinho na cabeça da nossa filha. Senti Lua apertar a mão sobre a minha. Virei o rosto para olhá-la, Lua continuou sorrindo. – É o que eu estou pensando? – Continuei sussurrando.

– Se você estiver pensando que o bebê mexeu. – Lua sussurrou de volta e eu sorri.

– Acho que ele ou ela gostou de saber que o papai já ama muito. –  Contei e Lua concordou sorrindo. Voltei a acariciar de leve a sua barriga.


Eu gostaria de ter sentido o movimento do bebê, mas sei que ainda é muito cedo.


– Sabe o que eu pensei? – Depois de um tempo, Anie falou e nos encarou.

– O que você pensou? – Indaguei.

– Que pode ser só eu de neném pra sempre, papai.

– Você não quer um irmão ou uma irmãzinha?

– Não. Não quelo mais. Antes eu quelia, agora não. Só eu e tá bom, tá?

– Se você diz… – Respondi e lhe dei um beijo carinhoso na testa. Eu não quis insistir ou Anie ficará irritada. Não quero que criemos problemas perto de contar a ela que ela ganhará um irmão ou irmã. Já sentimos que com certeza terá muito ciúmes.

– Você não precisa ficar pensando nisso, filha. Seu pai só fez um comentário. – Lua também tentou mudar de assunto.

– Tá bom então. Vou brincar com o meu cachorrinho. – Anie desceu do meu colo e correu até onde Bart está.

– Não fica irritando ela. Já percebi que vai ser difícil ela aceitar essa novidade.

– Não fiquei, Luh. Só comentei mesmo. Quis introduzir o assunto, mas logo parei. Você viu. – Me defendi.

– Vamos ter que conversar sobre como contaremos a ela.

– Não precisa ficar tão preocupada quanto a isso, loira. Quando você disser que é a hora, vamos achar uma maneira de contar.

– Você sempre tem razão. – Fez um bico e eu ri.

– Quando você também tem, eu não gosto de estar errado. – Respondi.

– Bobo. – Me deu um selinho. – Eu vou ver se a Carla já terminou o jantar. – Se levantou do sofá.


Minutos depois…


A minha mãe desceu a escada e eu segui com ela até a sala de jantar. Lua estava na cozinha com Carla e a nossa filha.


Depois de um tempo, jantamos juntos em meio a conversas aleatórias e histórias divertidas. Anie fez questão de contar à avó como foram as suas últimas semanas.


Anie está de férias escolares, as aulas voltam em setembro, estamos em agosto. Já faz mais de mês que ela está em casa, apenas frequentando as aulas de balé, indo ao parque, brincando com Bart.


– Agola eu quelo  ir à praia. – Disse.

– Nós vamos, filha. Ainda temos tempo até as aulas voltarem. – Lua respondeu enquanto comia a sobremesa.

– Quando então, mamãe?

– Vamos ver um dia, filha. Um final de semana, que tal? – Anie ainda não sabe que vamos fazer uma viagem a Brighton.

– Quando é um final de semana?

– Quando a mamãe não tem trabalho, amor.

– Igual hoje?

– Não. Hoje ainda é sexta-feira. A mamãe foi trabalhar.

– É verdade. Então é amanhã?

– Sim. Sábado ou domingo. – Lua respondeu pacientemente.

– A gente vai, papai?

– Vai depender da sua mãe e de você.

– A senhola vai, vovó? – Olhou para a avó.

– Se eu estiver aqui, eu vou, meu anjo. Você quer que a vovó vá?

– Sim. Eu vou gostar muito, vovó. – Anie respondeu e minha mãe sorriu com carinho.

– Eu vou adorar, meu anjo. – Minha mãe acariciou uma das bochechas da neta.


Nós terminamos de jantar e fomos para a sala.


– Vem, Bart. Vamos brincar aqui… – Anie colocou alguns brinquedos espalhados pelo chão e se deitou, Bart fez o mesmo.

– Agora ele vai ficar ao lado dela até a hora de dormir. – Comentei e Lua assentiu.

– Eles se dão tão bem. – Minha mãe comentou.

– Principalmente quando resolvem aprontar. – Lua disse e acabamos rindo.

– Vamos falar sobre a consulta. – Minha mãe mudou de assunto e Lua concordou.

– Vamos. Foi tudo tão diferente dessa vez. Um diferente bom. – Lua começou. Ela está bem feliz, bem empolgada. – Minha pressão, meu peso, o bebê, tudo está bem. Eu fiquei tão surpresa. Embora esteja me alimentando bem melhor do que antes. Eu aprendi a não criar muitas expectativas. Fiquei com medo de me frustrar. Chegamos até a discutir antes da consulta, eu sei que têm dias que estou muito grossa, não que eu quisesse ser. Reconheço que Arthur é muito paciente comigo todos os dias, ainda mais agora. Fiquei tão nervosa, tão nervosa… que o bebê até mexeu ontem. Foi tão emocionante, não foi, amor? – Lua me olhou. Ela já está emocionada.

– Foi. – Concordei e acariciei uma de suas mãos.

– Mais cedo mexeu novamente. A gente estava conversando. Os movimentos são bem sutis, Arthur ainda não conseguiu sentir. Está ansioso para isso…

– Quero muito sentir. Fico perguntando pra ela toda hora se mexeu ou não. Mesmo que eu não sinta, eu quero saber. – A olhei. Lua sorriu.

– As medidas do bebê estão dentro das medidas esperadas para o número de semanas que eu estou. O peso também. Ficou tão mais tranquila. Eu estava passando muito mal no início. Terei que refazer alguns exames no final do mês.

– De ferro, urina, hepatite…

– Sim, e também de anticorpos e outros. – Expliquei.

– Tudo isso é muito bom, querida. Eu também fico muito aliviada em saber que as coisas vêm dando certo. Você estava muito aflita, agora é hora de relaxar mais. De ficar tranquila e aproveitar. Eu acredito que daqui para frente, tudo só tende a melhorar ainda mais. Você já está indo para a dezessete semanas, na próxima consulta já estará passando da metade da gravidez…

– Está passando tão rápido agora. – Lua pontou.

– Com vinte e poucas semanas passará mais rápido ainda. Você tem que aproveitar.

– Queremos contar à Anie. Só não sabemos como fazer isso. Hoje ela teve uma conversa com o Arthur e deixou bem claro que quer que seja só ela. – Contou e negou com a cabeça. – Fico preocupada com a reação dela. Não quero que ela fique chateada, que se afaste e que as coisas piorem quando o bebê nascer. Sei que parece que é bobagem, mas não é. Porque vai ser uma nova realidade e todos nós vamos ter que nos adaptar. Anie ainda é uma criança, embora muito esperta para a idade, mas ainda é pequena. Tudo bem ela ficar assim, eu vou entender, mesmo não querendo que ela tenha essa reação.

– E está tudo bem, Lua. Não é só você que tem esse tipo de pensamento. Quando o bebê nascer, as coisas irão se adaptar com o passar dos dias. Anie irá se acostumar. É lógico que terá o dia que ela sentirá ciúmes, um dia ou uma semana e até mais. Vocês já estão cientes disso. Mas ela irá se acostumar, pode acreditar. Eu não tive experiência de ter dois filhos, dois bebês em casa, porém, seus pais tiveram… Você consegue se lembrar de como era a sua relação com a Sophia quando criança?

– Nossa, eu implicava demais com ela. – Confessou e acabamos rindo. – É sério. A gente não brigava tanto, mas eu irritava muito ela e meu pai me defendia sempre.

– Hoje ela fala porque eu defendo a nossa filha, sendo que o John fazia a mesma coisa com ela. – Me intrometi na conversa.

– É diferente.

– Hahaha, diferente aonde, amor?

– Você mima a Anie, Arthur. Meu papai não me mimava, ele me defendia.

– É minha filha, Luh. Obviamente que vou mimar. – Dei de ombros.


Continuamos a conversa sobre a Anie e o novo bebê. Rimos bastante. Lua está muito tranquila e isso me deixa muito aliviado. O clima parece não estar pesado, embora eu sinta a minha mãe distante e querendo ignorar a conversa que tivemos mais cedo. Lua pareceu esquecer o assunto ou, simplesmente, está ignorando. Não quero ter que tocar nele com ela. É melhor que ela esqueça e que não se preocupe com isso.


Anie segue brincando com Bart. Combinamos de ir a Brighton amanhã, pela manhã. É melhor. Porque agora já está tarde, minha mãe acabou de chegar de viagem, querendo ou não, foi uma viagem cansativa. Lua teve trabalho, chegou razoavelmente cedo, mas ainda sim, precisa descansar. Não está mais sozinha, temos que pensar no bebê e mesmo que as coisas andem bem, ainda precisamos tomar cuidado. 


Hora de dormir…


– Vamos dormir, filha. – Chamei a atenção da Anie.

– Já?

– Sim, já está tarde, amor. São quase dez horas. Amanhã vamos acordar cedo, lembra que vamos à praia?

– Eu lembro, papai. Eu vou gostar muito! – Anie se levantou do chão.

– Recolha os brinquedos, filha. – Lua pediu. – Coloque água para o Bart antes da gente ir dormir.

– Tá, mamãe. – A pequena levantou-se do chão, começou a recolher os brinquedos e depois andou em direção à cozinha.

– Bom, eu já estou indo também. – Minha mãe levantou-se do sofá. – Boa noite para vocês. – Abraçou Lua e depois me abraçou.

– Boa noite.

– Boa noite, mãe.

– Boa noite, vovó. – Anie veio correndo da cozinha.

– Boa noite, meu anjo. Durma bem. Até de manhã. – Anie ganhou vários beijos da avó.


Nos despedimos, minha mãe subiu para o quarto, eu e Lua ficamos na sala esperando Anie terminar de colocar Bart na caminha dele, para subirmos e irmos dormir. Anie ir dormir, no caso. Porque eu e Lua temos outros planos.


*


– Já? – Me levantei do sofá e Anie caminhou até mim. Lua foi até a cozinha.

– Sim, papai. Bart já está dormindo. Ele estava com soninho.

– Sim. Não é porque ele é cachorro, que não sente sono, filha. Ele tem que descansar também, igual a gente.

– Amanhã ele vai com a gente?

– Vou pedir a sua mãe, ok? De manhã a gente decide. – Expliquei.

– Eu acho que a minha mamãe vai deixar. – Começamos a subir a escada.

– Eu também acho. – Concordei. Chegamos ao quarto dela, abri a porta e Anie entrou. – Cadê a minha mamãe?

– Já deve estar vindo. – Respondi. – Cadê o seu pijama?

– Aqui. – Ela me entregou o pijama.

– Então colabora, filha. Tira essa roupa que você tá.

– O senhor me ajuda?

– Filha, você sabe tirar a sua roupa.

– Já vestiu o pijama? – Lua entrou no quarto.

– Meu papai não quer me ajudar.

– Eu não falei isso. Eu disse que você sabe tirar a roupa.

– Mas eu quelia ajuda.

– Vamos, eu ajudo você. – Lua se sentou ao meu lado e ajudou Anie a tirar a roupa e depois eu lhe entreguei o pijama dela.


Já conversamos algumas vezes com Anie sobre ela está crescendo, que não pode tomar banho junto comigo, sobre as trocas de roupas e é por conta dessas conversas que ela pensa que a Lua também não pode tomar banho comigo, não pode trocar ou ficar sem roupa na minha frente.


Anie ainda é pequena, mas tanto eu quanto Lua achamos importante termos essa conversa, ainda mais agora que ela já está indo para a escola.


Sou pai e jamais farei mal a minha filha, mas existem outras pessoas e ela está convivendo com muitas pessoas fora de casa. Querendo ou não, temos receio de que aconteça algo. Ela ainda é pequena, é ingênua. Então precisa aprender que algumas situações não podem ser normalizadas.


– Por que então o meu papai não me ajuda?

– Mas eu ia te ajudar, filha. Eu só falei que você sabe tirar a sua roupa sozinha. Aí a sua mãe chegou e veio te ajudar. – Expliquei com calma.

– Simplesmente. – Lua acrescentou. – Você não gostou que eu vim te ajudar?

– Gostei, mamãe. – Anie apoiou as mãozinhas nos ombros da mãe enquanto Lua ajudava ela a vestir a calça do pijama.

– Prontinho, meu anjo. Vamos escovar os dentes?

– Vamos. – Anie caminhou para o banheiro. Lua levantou-se e foi atrás dela. Permaneci sentado na cama.


*


– Agola eu vou dormir. – Anie caminhou até mim e me abraçou. – Boa noite, papai.

– Boa noite, meu anjo. – Lhe dei um beijo no topo da cabeça.

– Fica aqui até eu dormir?

– Fico, filha. – Me levantei da cama e Anie deitou.

– E eu não?

– A senhola também, mamãe. – Rolou de um lado para o outro na cama.

– Vem, deixa eu cobrir você.

– Durmam aqui. Os dois. – Nos mostrou dois dedos.

– Não. Nem cabe nós três nessa cama. – Fingi que ia lhe fazer cócegas.

– Paaaaraaa, papaaaaii… – Gritou entre risos.

– Arthur, para! – Lua me deu um tapa nas costas.

– Aaai, loira. – Reclamei. – Anie que tá de graça. Eu nem fiz nada.

– Você ia fazer cócegas nela, não adianta negar. – Notou e sentou-se na cama. Me deitei na cama ao lado de Anie. Ela colocou os braços em volta do meu pescoço.

– É pra dormir, filha.

– Então canta blilha, blilha estelinha, papai. – Pediu.

Brilha, brilha, estrelinha. Baila, linda bailarina. Brilha, brilha, estrelinha, quero ver você brilhar lá no alto, lá no céu… – Cantarolei. – Brilha, brilha, estrelinha. Baila, linda bailarina… – Eu fazia carinho em seus cabelos.

– Dormiu? – Perguntei.

– Acho que tá quase… – Lua me respondeu.

Brilha, brilha, estrelinha, quero ver você brilhar lá no alto, lá no céu…

– Ela não é boba. Olha só… – Apontou para os braços da pequena que estão em volta do meu pescoço.

– Sim. – Concordei e segurei o riso.

– Ela não está nem aí pra mim.

– Não fala isso. Não é verdade, Luh.

– Ela prefere dormir com você.

– Ela gosta que eu cante pra ela dormir, amor. É só isso… – Continuei acariciando os cabelos da pequena, que está ressonando baixinho.

– Tá, eu sei que não canto bem. Não tem como a gente competir.

– Boba. Não é nada disso. Pode parar. – Pedi.

– Ela dormiu. – Lua observou.


Eu tentei sair da cama sem que Anie acordasse. Tirei seus braços, que estavam em volta do meu pescoço, com cuidado e depois levantei da cama. Depositei um beijo carinhoso em seus cabelos.


– Bons sonhos, meu amor.

– Boa noite, filha. Eu te amo. – Lua lhe deu um beijo na bochecha.

– Eu te amo. – Lhe dei outro beijo nos cabelos.


Saímos do quarto e eu fechei a porta com cuidado.


– Pensando em dormir? – Perguntei. Lua riu e me encarou.

– Não tão cedo. – Respondeu e eu a abracei por trás.

– Contei os segundos. – Confessei.

– Pode acreditar, não mais do que eu. – Disse e eu lhe dei um beijo demorado no pescoço. – Você me espera trocar de roupa? – Perguntou quando chegamos ao quarto.

– Precisa mesmo? Eu vou tirar de qualquer jeito.

– Sim. Pensei em uma camisola bem sexy. – Sussurrou ao virar de frente para mim. Encostei as minhas costas na porta, já fechada.

– Como você quiser.

– Eu te amo, Arthur. Amo muito!

– Eu também te amo muito. Muito mesmo.

– Então você me espera?

– Espero, baby. Pode ir lá. – Lhe dei um tapa no bumbum. Lua sorriu. – Já me deixou curioso para ver qual vai ser a camisola escolhida.

– Comprei exclusivamente pra hoje.

– Aah, você não fez isso… – Mordi meu lábio inferior e Lua assentiu. – Quer me fazer perder o controle?

– Não. Eu sei que você vai se controlar mais do que eu. – Contou e foi para o closet.


Eu tirei a minha camisa e coloquei em cima da poltrona. Fiquei só de short e esperei Lua voltar para o quarto.


Temos que nos controlar hoje, ainda temos que nos controlar. Lua é mais insistente, eu sei que ela vai tentar me fazer mudar de ideia. Vai pedir para acelerar os movimentos,  vai pedir para repetir e repetir e repetir. Mas ainda temos que nos conter, fazer tudo com cuidado, pelo menos até a próxima consulta. Não quero que ela passe mal e menos ainda que tenha algum sangramento.


– E então? – Ela voltou para o quarto. Eu estava de frente para a janela e virei para ela.

– Wow! – Exclamei. – Meu Deus! Você está assim… gostosa. Um espetáculo! – Elogiei.


A camisola é branca, aberta nas laterais e eu tenho quase certeza de que ela está sem calcinha por baixo. Ela está sexy, a camisola é da cor que eu gosto, a cor que fica linda nela. É de alcinha, tem renda na parte de cima e renda nas fendas das laterais.


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Lua está muito linda, sexy, gostosa. Como eu queria que a gente pudesse se perder a noite inteira sem se preocupar em se conter. Meu Deus! Eu só quero fazer um sexo bem feito com a mulher, como nos velhos tempos.


– Parece que agora ficou ainda melhor.

– A camisola, o clima, tudo. Tudo ficou bem melhor. – Me aproximei dela. – Que delícia. É claro que você deve ter noção disso. – Sussurrei em seu ouvido. Senti Lua se arrepiar ao encolher os ombros.

– Estou me sentindo tão bem. Tão gostosa.

– É porque você está! – Afirmei apertando sua cintura.


Lua colou os lábios nos meus. Iniciamos um beijo lento e depois mais rápido, mais selvagem. Segurei em sua nuca e desci os beijos para o seu pescoço e depois para o peito, na parte descoberta pela camisola. Lua roçou a perna na minha e depois colocou as pernas em volta da minha cintura. Segurei sua cintura mais firme, sem parar de beijá-la.


Caminhei até a cama com Lua em meu colo. Me apoiei com uma das mãos no colchão antes de deitá-la nele. Sei que não posso colocar meu peso todo em cima dela.


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Lua soltou um gemido baixo e se movimentou para cima, roçando a intimidade na minha. Arfei sem cessar o beijo. Ela desceu as mãos, apressadas, pelas minhas costas. Arranhou bem perto da minha cintura e depois refez todo o caminho até a minha nuca. Gemi. É o meu ponto fraco e ela sabe disso.


– Só… só quero pedir… uma coisa… – Sussurrou entre o beijo.

– O que você quiser, meu amor. – Respondi. Parei de beijá-la e a encarei. Lua acariciou o meu rosto.

– Você me conhece… – Começou.

– E muito bem. – Afirmei.

– Sabe que eu sou mais teimosa do que você.

– Hahaha… eu já entendi.

– É só pra você ignorar a parte que eu pedir pra gente fazer o que não podemos. Não do jeito que eu quero e que sei que você quer também. – Disse e eu assenti lhe beijando logo em seguida. – Não quero que depois de hoje a gente fique pensando no que fizemos de errado. Entende?

– Sim, claro. Fica tranquila. – Pedi. – Eu já havia pensado nisso. Só relaxa.


A gente se conhece, sabe exatamente o que um ou outro pode pensar. Eu também não quero que nos culpemos. Tomarei todo cuidado possível. Sei que ainda é uma fase que requer um pouco mais de atenção, não que em uma gravidez não seja assim, mas essa em especial, mais ainda.


– Não falei assim porque não confio em você. É em mim, entende?

– Sim, amor. Está tudo bem. Relaxa, sem preocupações agora, ok? Só relaxa. – Rocei os lábios nos dela.

– Mas eu estou relaxada.

– Não, Luh. Você não está. Você está tensa, baby. Estou sentindo. – Observei e ela me puxou para um beijo.


Voltamos a nos beijar, desci uma das mãos pela lateral do seu corpo e subi a camisola sem cessar o beijo. Nos sentamos na cama e Lua levantou os braços para que eu a livrasse da peça de roupa.


Lua é linda e eu tenho certeza de que nunca me cansarei de dizer isso. Senti suas unhas arranharem minhas costas, puxei leve e sensualmente seus cabelos entre minhas mãos e aprofundei o beijo. Ela espalmou as mãos nos meus ombros e me empurrou um pouco, tempo suficiente para voltar a deitar-se na cama e eu voltar a beijá-la.


– Você parece nervosa. – Notei e sussurrei. Ela negou. Mas sei que não estou enganado. – Conheço você e sei quando está assim… e não precisa. Você já conhece todos os meus próximos passos. – Avisei. Ela mordeu o lábio inferior. – E eu sei que está com saudades. – Pontuei.

– E estou.

– Por que está assim? Tenho planos incríveis e deliciosos pra você. – Passei os lábios pelo seu pescoço até chegar aos seios. Lua gemeu. – Não me diz que está insegura? Não gosto de ver você assim, amor.

– Um pouco.

– Amor, eu não acredito. – Parei de beijá-la e a encarei. Lua está deitada na cama e eu estou entre as suas pernas, com os joelhos apoiados no colchão. – Você sabe que não existem motivos, Luh. Por favor…

– Com muitas coisas, Arthur… Você, você não entenderia… – Tentou explicar e eu sei que não entenderei mesmo. Estou quase certo de que ela está preocupada com o corpo, como das outras vezes que isso já aconteceu. E não entendo mesmo. Lua está em uma fase muito bonita, difícil, mas bonita mesmo assim. Jamais a olharia apenas para procurar algum defeito ou insegurança sua. Ela sabe que é algo que eu nunca fiz e agora que não farei.

– Insegurança não, Luh. Por favor, meu amor. Você me conhece, eu te conheço. O que você acha que faremos de diferente de algo que já fizemos? Ei… – Segurei seu rosto entre as mãos.  – Como você pode não acreditar em mim que está linda, sexy e gostosa? – Questionei. – É sobre isso? – Insisti. Lua assentiu. – Não na minha frente, Lua.


Eu passei o dedo indicador sobre os lábios e fui descendo os beijos pelo seu pescoço, seios, barriga, passei meus dedos pelo seu queixo e parei em seu pescoço. Ela tombou a cabeça para trás e soltou um gemido entre dentes. Beijei abaixo do seu umbigo, ela levou as mãos aos seios e os apertou. Gemi pelo tesão e pela visão sexy que estou tendo nesse exato momento.


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Fiz movimentos circulares com a língua quando cheguei em sua intimidade. Ela se contorceu e soltou um, dois, três gemidos e puxou com força o lençol da cama. Ergueu os quadris para cima e eu a puxei ainda mais para mim, intensifiquei os movimentos enquanto ouvia seus gemidos e sentia seu gosto.


Esperei muitas semanas por esse momento. Nós dois sabemos disso. E vou aproveitar cada segundo, e quero que Lua aproveite também. Ainda a sinto muito tensa e com muito tesão. As puxadas nos meus cabelos não deixam eu me enganar e muito menos os movimentos contraídos que ela está fazendo desde o momento que eu comecei a tocá-la.


– Arth… Arthur… – Gemeu de olhos fechados quando parei com os movimentos. – Por favor… – Implorou. Sei que ela quer que eu continue. E vou continuar, mas não mais com a língua. Trilhei um caminho de beijos da sua intimidade até os seus lábios. – Amor… por… favor… – Sussurrou outra vez.


Puxei seu lábio inferior e a beijei. Lua retribuiu o beijo apressada. Voltei a chupar um dos seus seios e a massagear o outro. Ela levou uma das mãos até o meu membro, já duro, e começou a massageá-lo, fazendo movimentos de ‘sobe e desce’. Se ajeitou na cama, embaixo de mim, e abriu um pouco mais as pernas, me guiando com cuidado para dentro dela. Eu ainda a beijava, mas estava muito atento a cada movimentação que ela estava fazendo. Sorri entre o beijo e ela retribuiu o sorriso. Está corada e eu quero sorri por isso. Ela fica ainda mais sexy com as bochechas mais rosadas e a ponta do nariz também. 


Deixei um gemido escapar quando me senti já dentro dela e ela me apertou por alguns segundos. Não me mexi e esperei que ela relaxasse. Sei que se fizer algum movimento agora, posso machucá-la. Estamos um pouco impacientes, posso sentir.


– Relaxa, baby. – Depositei um beijo em sua testa e depois desci para os seus lábios.

– Estou… relaxada.

– Não mesmo. Esqueceu que posso sentir?

– Amor…

– Você está me apertando muito, Lua. Não vou me mover agora. – Avisei depositando vários beijos em seu pescoço e seios. Ela gemia todas as vezes que meus lábios tocavam sua pele.


Um tempo depois, comecei a me mover, depois de senti-la mais relaxada. Me movi devagar, com cuidado. As mãos dela passaram por toda a extensão das minhas costas e pararam na minha nuca, onde ela apertou e gemeu em meu ouvido. Puxei o lóbulo da sua orelha antes de soltar um:


– Eu te amo muito.


Declarei enquanto ‘entrava e saia’ de dentro dela, com movimentos firmes e cuidadosos. Ela beijou o meu pescoço, sem conseguir conter os gemidos. Não cessei os movimentos, os mantive no mesmo ritmo. Lua apertou os braços em volta do meu corpo e as pernas na minha cintura. Continuei com os movimentos de ‘vai e vem’.


Quanto ao tempo, não faço a menor ideia. Não estamos com pressa e estamos aproveitando cada segundo. Ela puxou os meus cabelos e ergueu a minha cabeça para olhá-la.


– Eu também te amo. – Disse e a beijei.


Fazer amor com ela só melhora com o tempo.


Chegamos ao ápice e não conseguimos controlar os nossos gemidos, mas em algum momento desses segundos, unimos nossos lábios em um beijo mais selvagem. Senti as unhas dela cravarem em minha cintura.


– Pode acreditar, eu não tenho a menor intenção de fugir daqui. – Fiz um movimento de ‘entrar e sair’ novamente e Lua riu contra o meu pescoço. Ela sabe que eu estou me referindo a forma que ela está me apertando, me arranhando, como se eu fosse fugir.

– Desculpa…

– Boba. – Beijei seus lábios outra vez e me deitei ao seu lado. Lua ficou de lado, de frente para mim, tirei alguns fios de cabelo que estavam em seu rosto.

– Quero de novo. – Pediu e eu fechei os olhos rindo. Ela veio pra cima de mim e me deu vários beijos no rosto e no pescoço. – Você não acredita?

– É claro que acredito. Eu também quero. – Abri meus olhos. – Mas vou te deixar descansar um pouquinho.

– Mas eu não quero descansar.

– Não é querer, é precisar. – Avisei. – Não quero que o nosso bebê pense que não respeitamos o sono dele ou dela. – Acrescentei e Lua riu voltando para a sua posição anterior, deitada de costas na cama.

– Bobo. – Ela colocou a mão sobre o peito e eu me mexi, indo pra cima dela, apoiando meus braços em cada lado do seu corpo.

– Tudo bem?

– Tudo maravilhoso, amor. – Assegurou e acariciou o meu rosto. – Quero de novo. – Repetiu e eu a beijei. Depois voltei para a minha posição. Ficamos um tempo em silêncio. – Tudo bem se você achar que hoje a gente deve parar por aqui. – Disse eu fiquei de lado para olhá-la, mas Lua está encarando o teto.

– Não acho que devemos parar por aqui. – Respondi e Lua me olhou.

– Eu disse que você podia me parar um pouco. Sei que ainda temos que ter cuidado.

– Eu sei, Luh. Só vamos continuar se você estiver se sentindo bem. E você disse que está. – Sorri. Não quero que ela pense que eu já estou satisfeito ou que só fizemos porque ela quis. – Ei… está tudo ok, querida. – Afirmei. Lua assentiu, mesmo que não fosse uma pergunta. – Só estou tomando cuidado para que a gente não tenha uma surpresa que não queremos. É só isso, tá?

– Está bem. – Afirmou. Mas senti, pelo tom de voz, que ficou desanimada e que deve estar pensando coisas que nem de longe serão verdades um dia.

– Não senti que está tudo bem. – Observei e fiz carinho em uma das suas bochechas com o polegar.

– Eu tenho que parar um pouco com isso…

– Eu também acho. – Sorri com carinho. – E não estou te julgando.

– Eu sei. Estou falando da insegurança que aparece às vezes. Não consigo controlar e quando noto, já falei alguma coisa ou tive alguma reação que eu não gostaria. Tipo agora, entende?

– Entendo.

– Que são coisas minhas. Que não tem nada a ver com você. Muito pelo contrário, você me ajuda. Sei que me dá muitas coisas, até além sabe?

– Tem certeza que esse é um papo para um pós-sexo? – Ri e Lua me acompanhou. – Você é linda, encantadora, sexy e muito gostosa. Falo de você, mulher acima de tudo. Meus elogios aqui são pra você enquanto mulher e não uma gentileza porque você está grávida. Jamais por isso. Se você ainda não entendeu, eu quero que entenda. – Deixei bem claro e de forma calma. – Quando eu quero elogiar você como mãe, eu digo que você está linda, plena e radiante. Que você é uma excelente mãe, que você também nasceu pra isso. Porque você está grávida e ainda sim continua linda, continua muito sexy e eu jamais quero que você pense ao contrário. Eu respeito a sua gravidez, seus momentos de sensibilidade. Mas você, mulher e mãe pra mim é completamente diferente. Eu não quero que o meu filho ou filha pense que eu sou insensível ou um tarado falando safadezas pra você o tempo inteiro. Bebês já ouvem, mesmo na barriga, você sabe muito bem disso. Quero elogiar você de maneira respeitosa porque você está grávida e deixar as safadezas para quando eu pensar ou estiver dentro de você. – Sussurrei essa última parte e Lua deitou sobre mim.

– Você é um pouco safado. – Me disse e eu percebi pelo tom de voz que ela está emocionada e não quero que ela chore nessa conversa.

– Eu sou mesmo.

– Mas eu sou mais do que você.

– Realmente você é mesmo. – Só concordei.

– Eu já descansei. – Contou no meu ouvido.

– Eu também. – Respondi.


Ela puxou o lençol para baixo e levantou um pouco os quadris. Toquei sua intimidade com as pontas dos dedos, levei uma das mãos até o meu membro e depois a penetrei de maneira lenta. Ela gemeu contra os meus lábios e começou a se movimentar ‘para cima e para baixo’. Eu preferi deixá-la ditar o ritmo. Passei as mãos pelas suas costas enquanto a beijava.


Link: Posição três | Clique  e veja


Continua…


SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.


N/A: Olá, tudo bem com vocês? Espero que sim. <3


Eu trouxe mais uma atualização para vocês e espero que tenham gostado e que COMENTEM!


Abriram os links? O que acharam desse hot?


Ps¹: No próximo capítulo tem: Lua descobrindo que Arthur não deixou a mãe trazer o namorado para apresentar a eles. (Poxa, aí ele vacilou. Bad, bad… </3)


Ps²: Anie sabendo que ganhará um irmãozinho ou uma irmãzinha. (Ansiosas para a reação?)


Ps³: Será que o nome do/da bebê será escolhido antes da próxima consulta com a obstetra? (Teve enquete no grupo do WhatsApp e posso dizer, teve gente que acertou haha <3)


Eu estou feliz que tenho conseguido conciliar essas atualizações dentro da minha rotina que anda bastante corrida. Espero, de coração, que esses capítulos estejam à altura do que estavam/estão esperando. Que esteja sendo uma leitura muito boa.


OBS: Quem aqui ainda não está no grupo do WhatsApp ou saiu e quer voltar? Vou deixar depois um post exclusivamente para vocês colocarem os contatos, o post será apagado, ok? Para não ficar disponível o contato de vocês.


Tenham uma excelente e abençoada semana.

Um beijo e até breve! 

12 comentários:

  1. Anie nem um pouco ciumenta 🫶🏽

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  2. Anie vai ficar com muito ciúme

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  3. Nossa quando a Lua saber que o Arthur não deixou o padrasto ir

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    1. Ele conhece a mulher que tem e nos conhecemos ela também. Vem um climinha aí e não vai ser só amorzinho.

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  4. Ansiosa pela reação da Anie

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  5. Eu estava com saudade de um hot deles

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  6. Estava com saudades dessas cenas, pela a conversa de Arthur e anie ela não vai aceitar tão fácil, muito ciumenta viu
    E pelo próximo capítulo Arthur vacilou feio viu, só não quero briga entre o casal, mas tô ansiosa pela reação da anie ao descobri o irmão, uma dúvida no próximo ela já vai saber o sex do bebê por isso vão escolher o nome ?

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    1. Olá, boa noite! Primeiramente, fico muito feliz e grata pelo seu comentário. Que bom que a espera tem valido a pena e que a leitura esteja sendo muito boa de se fazer. Segundo, respondendo a sua pergunta, NÃO será nesse próximo capítulo que eles (e nós ficaremos) ficarão sabendo do sexo do bebê, ok? Eles apenas irão conversar e decidir os nomes: um de menina e outro de menino, antes de saberem o sexo.

      Bjs e até o próximo capítulo!

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  7. Curiosa para saber o sexo do bebé

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  8. Nossa a Anie vão ficar com muito ciúme

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  9. Ansiosa pela próxima atualização

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  10. Não demore com a atualização por favor

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