Little Anie
Parte Cinco
A gente percebe o amor durante a rotina.
É na mensagem de bom dia, é no ouvir,
é no cuidado, na preocupação, é quando
a gente vê que apesar da dor ser nossa,
o outro está ali sentindo e compartilhando
dela também. Tá no “tomou o remédio?”,
no “comeu direito?”, no “dormiu bem?”.
– @psitarjapreta
Pov Arthur
Londres |
Quinta-feira, 10 de agosto de 2017.
Eu estou em casa com a Anie e o Bart. Depois que voltamos do parque, fui
com ela ao supermercado comprar a ração para o cachorro.
Bart está com um ano e sete meses, pesa trinta quilos e de pé, é mais alto do
que a minha filha. Ele já é considerado um cachorro adulto, já passou dos doze
meses, embora, ainda pareça um filhote. É muito inteligente, companheiro,
brincalhão, parece que a energia dele não tem fim, é muito tolerante, pois não
está escrito o tanto que a Anie não desgruda dele e, além de tudo, é
extremamente obediente. Confesso que quando trouxemos ele para casa, eu tive
muito receio de que tivéssemos problemas em relação a bagunça que ele faria e,
até que, ele destruísse algo de Lua. Mas ele tem sido tão bonzinho, que nunca
rasgou ou comeu ou destruiu algo que é dela.
O grande
sonho dele é subir na nossa cama, disso eu tenho certeza. É até engraçado a
carinha que ele faz quando está no quarto conosco, porém, eu sei que Lua jamais
vai deixar que eu permita isso. Ela sempre chama a minha atenção quando ele
entra no quarto, não só a minha, como também a da nossa filha. Eu respeito essa
decisão dela. Não foi fácil fazê-la ceder a ideia de presentearmos a Anie com
um cachorro – filhote, Golden de três meses, com muita energia –, aos quatro
anos de idade. Em algum momento, um ou outro terá que ceder alguma coisa. E
ambos já cedemos muitas coisas juntos.
– Papai!
– Oi,
filha. – Pausei o filme e olhei para a Anie.
– Já tá na
hora da minha mamãe chegar?
– Não. Ela
disse que me ligaria. Ainda não são nem cinco horas, Anie. – Falei depois de
olhar para o relógio.
– Será que
ela vai gostar do sorvete? – Anie me fez comprar um sorvete de creme para a
Lua. Agora está ansiosa para que a mãe chegue logo do trabalho, para que ela
possa entregar o sorvete a ela.
– Vai sim,
filha. Sua mãe ama sorvete de creme. – Afirmei. – E você sabia que a sua avó
pode vir esse final de semana? – Perguntei.
– Igual da
outra vez?
– Sim.
Igual da outra vez.
– Eu vou
adolar!
– Hahaha...
eu sei que sim, bebê.
– Você
sabia Bart? Nossa vovó vem! – Contou ao cachorro que latiu em resposta. Sim,
Anie considera Bart como um irmão e Lua quer me bater toda vez que eu digo a
ela que eu sou o pai e ela, a mãe. Ri e Anie voltou a brincar com as suas
bonecas. Bart está ao lado dela, deitado e observando tudo.
Voltei a
olhar para a televisão e dei continuidade no filme que estava assistindo antes
de Anie me chamar.
São quase
seis e meia da noite e Lua nada de me ligar. Estou um pouco preocupado, pois
ela sai às seis do trabalho, às vezes, até antes.
Como ela
disse que me ligaria para ir buscá-la, estou aqui aguardando.
A noite | Dezenove horas e cinco minutos.
– Boa
noite, meus amores. – Lua disse assim que fechou a porta de casa.
– Boa
noite. Você disse que me ligaria. Eu já estava preocupado. – Falei e ela se
aproximou do sofá.
– Boa
noite, mamãe. Mãe! Eu tenho uma surpresa muuuuuito, muuuito legal! – A pequena
falou toda empolgada e se levantou do chão, onde estava sentada brincando de
boneca.
– Oi, meu
amor. Aah, a mamãe já está ansiosa para saber o que é. – Lua segurou o rosto da
nossa filha e lhe deu um beijinho na ponta no nariz. – Eu te amo. Amo muito. –
Anie sorriu e abraçou a mãe. Bart latiu, ele tem ciúmes, tanto da Lua quanto da
Anie.
– Eu também
amo muito você, minha mamãe.
Lua se
abaixou um pouco e Anie lhe deu um beijo na bochecha. Fiquei apenas observando
a cena, fico muito emocionado e me sinto privilegiado por ter a família que
tenho, mesmo sabendo que estamos longe de sermos perfeitos.
– Foi ao
parque?
– Sim,
mamãe. Meu papai me levou e foi muito legal. Eu adorei! Sabia que eu tomei
sorvete?
– Então foi
uma tarde muito divertida?
– Foi. Eu e
o Bart brincamos muito com um monte de coleguinhas. A senhora sabia que o Bart
tem coleguinhas cachorrinhos?
– Ai, meu
Deus! Isso parece ser a coisa mais incrível. Coleguinhas cachorrinhos? –
Perguntou divertida e eu acabei sorrindo.
– Sim. O
meu papai viu. Ele correu muito com eles.
– O seu
pai? – Lua me olhou.
– Não,
mamãe. O Bart.
– Aaah,
agora eu entendi. – Lua acariciou a cabeça do cachorro e depois uma das
orelhas.
Anie se
afastou da mãe e voltou a brincar, Bart a seguiu e Lua veio até mim.
– Eu só sou
cachorro na cama com você. – Sussurrei quando ela aproximou os lábios dos meus.
Lua sorriu antes de me beijar.
– ... no
sofá, na piscina, no banheiro, na banheira, na bancada da pia, no box, debaixo
do chuveiro... – Enumerou. – Quer que eu continue? – Indagou quando me encarou.
– Não. Eu
sei todos os lugares. – Afirmei e ela me deu um selinho. – Você não disse por
que não me ligou. – Insisti.
– Adam me
trouxe. Ele e Rose. Eles vieram visitar um amigo aqui perto. Aí ofereceram a
carona e eu aceitei. Por isso eu não te liguei. – Explicou e encostou a cabeça
no meu ombro.
– Você
parece cansada. – Notei.
– Sim,
estou. Tivemos uma reunião tão chata depois do almoço.
– Isso te
desanimou?
– Me deixou
cansada. E um pouco estressada.
– Você não
pode se estressar assim. – A lembrei.
– Eu sei.
Tenho tentado me controlar, mas às vezes é muito difícil. – Admitiu.
– O bebê
voltou a mexer? – Perguntei bastante empolgado, porém, bem baixinho. Lua sorriu
quando voltou a me encarar.
– Não. Eu
não senti de novo. – Fez beicinho e eu lhe beijei.
– Tudo bem.
Eu tenho certeza de que ele só mexerá outra vez quando eu estiver por perto. –
Soei convencido e Lua riu baixinho.
– Então ele
já deve amar muito você. – Disse ainda baixo. Rocei meus lábios em seu pescoço,
mas não respondi. – Eu vou tomar um banho. – Me disse.
– Quer
companhia? – Me ofereci, embora já tivesse tomado banho. E se ela aceitar,
logicamente, não será apenas um banho. – A minha mãe ligou. – Mudei de assunto
e Lua se afastou um pouco.
– Você
contou a ela?
– Não. Eu
disse que você queria falar com ela. Que você quem quer contar. – Expliquei. –
Ela ficou muito curiosa. – Avisei e omiti a parte do pedido que minha mãe havia
feito. Sei que Lua ficará muito chateada com a resposta que dei.
– Vou ligar
para ela então. – Disse animada.
– Ela me
disse que está de plantão, que terá um intervalo lá pelas oito. Acredito que
você pode ligar nesse horário. – Falei e Lua assentiu.
– Por que
ela ligou assim?
– Pra
avisar que talvez ela consiga vir esse final de semana.
– Eu vou
adorar, caso ela venha. Podemos ir a Brighton juntos. Vai ser legal!
– Parece
que sim. – Concordei. – Espero que dê certo. – Acrescentei.
– Uhm, você
não me parece animado. – Notou.
– Impressão
sua, querida.
– Bom, eu
vou tomar o meu banho. – Lua se levantou.
– Quer que
eu vá com você? – Perguntei novamente. Lua sorriu e eu conheço muito bem o
sorriso que ela dá quando está prestes a me dispensar.
– Eu só
quero tomar um banho mesmo. – Pontuou e eu assenti.
– Tudo bem,
Luh. – Falei compreensivo.
– Desculpa.
– Sussurrou.
– Ei, nada
disso. – Dei uma piscadela. A entendo de verdade. Sei que ela está cansada.
Agora com a gravidez então, tudo fica mais cansativo, exaustivo. – Você sabe
que não precisa se desculpar por isso, Luh. – Dei um beijo em sua mão.
– Eu fiquei
te cobrando. – Ela lembrou.
– Ainda bem
que foi você. – Falei divertido. – Ainda temos tempo e você sabe muito bem
disso.
– Eu posso
acordar disposta. – Sussurrou.
– E eu sei
que vai. – Ri alto e Lua me jogou uma almofada.
Ela se
afastou e subiu a escada. Me ajeitei no sofá e voltei a assistir o jornal que
estava assistindo antes.
– A minha
mamãe foi tomar banho?
– Foi. Por
quê?
– Quero
mostrar a surpresa. – A pequena sorriu.
– Você está
muito ansiosa, hein? – Sorri. – Vai ser a sobremesa, filha.
– Só da
minha mamãe.
– Sim, só
da sua mãe, meu amor. – Concordei e lhe joguei um beijo.
Voltei a
assistir tevê e Anie voltou a brincar. Carla veio avisar que o jantar já está
pronto. Agradeci e respondi que esperaria Lua descer para jantarmos juntos.
Minutos depois...
– O jantar
já está pronto, querida. – Avisei ao avistar Lua descer a escada.
– Então
vamos jantar, porque eu estou com muita fome.
– Você
comeu algo a tarde? – Indaguei ao me levantar do sofá e desligar a tevê.
– Só uma
salada de frutas que eu pedi para a Hanna comprar. – Me respondeu. – Vem,
filha. Vamos jantar.
– Já estou
indo, mamãe. – Anie se levantou e correu em direção à cozinha.
– Pra que
correr? Meu Deus!
– Sem
estresse, loira. Sem estresse. – Pedi e lhe abracei de lado. – Você tá linda,
sabia? – Dei um cheiro em seus cabelos. – E cheirosa.
– Obrigada,
meu amor. – Lua agradeceu e sorriu.
Chegamos à
cozinha e eu puxei uma cadeira para Lua se sentar.
– Quero
batatinhaaaas! – Anie pediu toda animada. – Batatinhas e torta. É torta de quê?
– De
frango, filha. – Respondi. – E não têm batatinhas-fritas. – Pontuei. – Só purê.
– Tá bom
mesmo assim. – Tirei um pedaço da torta e coloquei em seu prato. – Obrigada,
papai.
– De nada,
filha. – Lhe joguei um beijo. – Tá bom desse tamanho? – Perguntei à Lua e ela
assentiu.
– Deixa que
eu coloco o suco pra você. – Lua disse assim que Anie pegou a jarra de suco.
– Tá bom,
mamãe. Mas eu posso colocar só eu.
– Eu sei
que pode, mas está muito pesada e você também pode derramar. – Explicou. –
Quando estiver mais leve você coloca.
– Então tá
bom.
Jantamos em
meio a conversas aleatórias por conta da curiosidade de nossa filha de apenas
cinco anos de idade. Muitos porquês, muitos porquês.
Anie não se
contenta com a resposta de um por que só, ela sempre traz um outro em
seguida. E geralmente temos que inventar uma outra reposta, diferente da que
seria caso ela tivesse mais idade.
– Agora eu
já posso dar a minha surpresa? – Anie esqueceu de entregar à Lua o sorvete na
hora do jantar.
– Pode sim.
Sabia que você me deixou muito curiosa? – Lua sorriu e Anie correu para a
cozinha. – O que é?
– Logo,
logo você vai saber. – Sorri. – É gostoso. – Acrescentei.
– Mas você
está aqui. – Lua me encarou e eu ri alto.
– Você
nunca foi muito boa de cantada mesmo. – Continuei rindo. Lua me deu um tapa.
– Eu sou
boa em outras coisas... – Disse convencida. A encarei e conti o sorriso. – Ei,
você não concorda? –Ela se jogou em meu colo.
–
Cuidado... – Pedi segurando sua bochecha com as duas mãos. – Você é mais que
boa. É extraordinária! – A beijei.
– Uhum...
um elogio assim... – Começou traçando uma linha invisível do meu queixo até a
minha barriga, onde ela espalmou uma das mãos. – Vindo de uma pessoa tão
experiente. – Completou e eu ri.
– Iiih, lá
vem. Ciúmes uma hora dessas, Lua Blanco? – Perguntei lhe encarando e Lua me
encarava divertida. – Hein?
– Só
Pontuei. Estou mentindo? – Indagou e eu voltei a rir. Anie voltou para sala com
o pote de sorvete em mãos.
– Aqui,
mamãe. – Chamou a atenção de Lua que saiu do meu colo e sentou-se no sofá.
– É de
comer?
– É de
tomar, mamãe. É sorvete! – Anie respondeu nos fazendo rir.
– Ai, meu
Deus. – Lua me olhou toda boba. E eu entendi o que ela quis dizer: Anie está
crescendo muito rápido. Voltou o olhar para a nossa filha. – Obrigada, meu
amor.
– É o seu
prefelido, mamãe. – Anie entregou o pote de sorvete à Lua. – Eu lembrei e eu
pedi para o meu papai comprar. – Explicou.
– Aai, eu
amei. Sabia que eu estava com vontade de tomar sorvete? – Perguntou e Anie
negou.
– Não. É
surpresa. – Soltou um risinho sapeca demais. – Eu também tomei sorvete.
– Obrigada,
filha. – Lua agradeceu e depositou um beijo carinhoso na bochecha de Anie. –
Obrigada, amor. – Me olhou e me deu um selinho.
– De nada,
loira.
Anie voltou
a brincar de pintar uns desenhos. Lua se concentrou em tomar todo o sorvete.
Ela ama sorvete de creme e eu acho super sem graça. Fiquei observando enquanto
ela saboreava o sorvete, como se fosse a sobremesa mais deliciosa do mundo. É
incrível como as mulheres passam por essas coisas na gravidez. Amam uma comida,
comem com vontade, como se as próximas horas dependessem da comida em questão
ou odeiam, não suportam nem sentir o cheiro.
Tudo nessa
gravidez está sendo diferente, inclusive, os desejos de Lua – que ela ainda não
teve –, os enjoos no início acabaram com ela. Lua já passou por muitos dias
ruins, mas nada se compra com tudo o que ela vem passando nessa gestação. Todo
o medo, ansiedade e preocupação têm feito ela se tornar ainda mais forte do que
imagina. Tenho muito orgulho da mulher que ela é.
Eu não sei
o que seria de mim sem ela, não sei mesmo. Lua faz eu me sentir o homem mais
sortudo da vida. Apesar de ser ela mesma a pessoa a tirar o chão dos meus pés
em inúmeras situações. Eu amo a família que estamos construindo. Ela é a única
capaz de me dar sustos impensáveis e, também, a única responsável por me
acalmar apenas com um sorriso sincero.
A conheço
inteira e ela sabe que não é bom nem começar a mentir para mim, não vou
acreditar. Gosto da nossa sinceridade e cumplicidade. E é isso que está me
matando agora, omitir o restante da conversa com a minha mãe. Lua ficará tão
chateada comigo, tenho certeza.
– O que
foi? – Me encarou e eu sorri com carinho.
– Parece
que é a sobremesa mais gostosa que você já comeu na vida. – Comentei e Lua
assentiu.
– E é. –
Afirmou. – Como adivinharam que eu queria sorvete?
– Dessa vez
foi a sua filha. – Respondi passando o polegar no canto de seus lábios e limpei
o sorvete que estava ali.
– Eu amo
muito vocês dois.
– Nós
também te amamos. – Respondi e Lua se inclinou para me dar um beijo.
– Vamos
ligar para a sua mãe? – Perguntou antes de deixar um beijo em meus lábios.
– Ela deve
estar esperando a sua ligação. – Comentei tirando alguns fios de cabelo do seu
rosto.
– O sorvete
estava uma delícia.
Sorri. Lua
levantou-se e foi até o telefone fixo, o pegou e voltou para o sofá.
– Será que
ela já decidiu se vem amanhã?
– Não sei,
amor. Ela disse que daria a resposta agora à noite.
– Então
vamos descobrir agora. – Lua sorriu animada.
Ligação ON
– Oi,
Laura. Boa noite.
...
– Não. Está
tudo bem com a gente. Fomos à consulta hoje.
...
– Sim.
...
– Estou
mais aliviada, tranquila. Estamos, na verdade. – Lua me olhou.
...
– Não. Eu
não sei o que Arthur falou, mas não era para deixá-la preocupada. – Lua soltou
um riso.
...
– Eu queria
eu mesma falar com a senhora.
...
– Sim, sim.
...
– Sim, fomos hoje de manhã. Foi surpreendente. Está tudo tão bem, quase
nem acreditei. Fiquei tão emocionada. – Contou contente. Lua está bem mais
leve, é quase palpável.
...
– A senhora já sabe se conseguirá vir esse final de semana? – Perguntou
e fiquei ligeiramente nervoso.
...
– Aaah, é claro. – Lua sorriu. – Eu vou amar. Anie também vai ficar
animada, mas vou deixar a senhora fazer uma surpresa.
...
– Tá ok, vamos aguardar. Sabe o horário? Arthur sugeriu que fôssemos a
Brighton, o que a senhora acha? É que a Anie está de férias e estamos sem tempo
para fazer outras viagens, vamos aproveitar os finais semana. – Explicou. Eu
estou muito atento a cada expressão e resposta de Lua. Mas parece que a minha
mãe não tocou e nem tocará no assunto com ela.
...
– Ok. Eu vou esperar a senhora chegar para contar tudo pessoalmente e
mostrar os exames que foram pedidos.
...
– Um beijo. Bom trabalho. – Desejou.
“Manda um beijo para ela.” Falei só para que Lua não
achasse nada estranho.
– Arthur está mandando um beijo.
...
– Tchau.
Ligação OF
– Ela mandou outro para você. – Disse e eu assenti. – Ela quer que eu
conte tudo pessoalmente. Eu estou muito feliz. – Admitiu.
– Eu estou vendo e, também, fico feliz. – Falei e abri os braços para
abraçá-la.
– Sabe de uma coisa que percebi?
– O quê?
– Na verdade, eu não quero discutir com você...
– Mas...
– Mas é perceptível quando você e sua mãe estão estranhos. Você nem ao
menos atrapalhou a ligação, e você sempre atrapalha e a sua mãe não perguntou
por você.
– Falei com ela mais cedo, Luh. Eu te disse. – Tentei parecer normal e
Lua continuou me encarando. – Além do mais, você estava ansiosa para contar a
ela, eu não quis atrapalhar dessa vez.
– Não me parece que é só isso, Arthur. – Insistiu.
– Mas é, Luh. Não tem nada de mais. – Afirmei. – E para de me olhar
assim. – Pedi. Lua semicerrou os olhos.
– Assim como?
– Como quem espera que eu confesse algo, eu hein.
– Eu só espero que você não esteja mentindo.
– Esquece isso. Eu já te disse, falei com ela mais cedo. Foi só isso
mesmo. – Falei e Lua ajeitou-se em meu colo de modo que ficasse sentada. A
abracei pela cintura e ela jogou os braços ao redor do meu pescoço.
– Tudo bem. Talvez seja só coisa da minha cabeça mesmo. – Disse e me senti
culpado por fazê-la sentir-se assim.
Não é só coisa da cabeça dela.
– Você disse que estava cansada.
– Sim. – Contornou a minha barba com um dos dedos. – Mas Anie não vai
querer dormir agora. Ainda é cedo. – Falou e eu concordei com um gesto de
cabeça.
– Mas você pode ir que eu fico aqui com ela. – Segurei em seu queixo e
lhe dei um selinho. – Hoje o dia foi corrido. Você precisa descansar, dormir
bem para acordar disposta.
– Ainda bem que amanhã é sexta-feira. Estou ansiosa por amanhã. Talvez
seja pelo fato da sua mãe vir e de que talvez a gente possa fazer a viagem. Ei!
– Disse empolgada. – Você acha que é uma boa ideia irmos amanhã? Mais a
noite...
– Não sei. Temos que ver o horário que a minha mãe chegará.
– Acredito que seja a tarde, amor. Ela disse que o plantão acaba de
manhã e que ela vem assim que saí do trabalho. – Respondeu.
– Se você chegar do trabalho bem, não vejo problema em irmos a noite. É
até mais tranquilo. – Falei e Lua assentiu.
– Você tem razão. Tenho chegado tão indisposta. – Encostou a cabeça em meu
peito. – Espero que melhore, não me lembro de na gravidez da Anie me sentir tão
cansada assim.
– Vai passar, Luh. Vai passar... – Acariciei seus cabelos. – Foram
semanas complicadas e agora que você está mais relaxada. Voltou a se alimentar
melhor, a dormir melhor e até a sorrir. – Falei e sorri. Lua me acompanhou.
– Estou me sentindo bem melhor mesmo. – Afirmou. – Assim, tirando esse cansaço,
mas me sinto bem melhor se formos comparar aos outros meses. – Explicou. –
Quero fazer amor com você. – Sussurrou depois de dar uma olhada na direção
onde nossa filha está brincando. Anie está bem alheia a nossa conversa. Ri e
Lua encostou a testa na minha. – É sério.
– Eu sei que você está falando sério. – Segurei seu rosto com uma das
mãos. – Mas foi a senhora quem decidiu assim... – Lembrei.
– Eu sei... – ela fez um bico. – e já me arrependi.
– Não. – Sorri sem mostrar os dentes. – Não diz isso. Quero que você
esteja se sentindo bem. Você sabe eu me preocupo contigo e com o bebê.
– Pode ser a bebê.
– E a nossa bebê. – Acabamos rindo. Lua escondeu o rosto no meu
pescoço. – Eu falo o bebê – enfatizei – porque ainda não sabemos o sexo.
É só por isso mesmo.
– Eu sei, amor. – Deu uma mordidinha no meu pescoço, encolhi meus
ombros.
– Você está me provocando. – Pontuei.
– Você ficou arrepiado. – Notou com a cara cínica.
– O pescoço e a nuca são os meus pontos fracos, você sabe.
– Eu fico tentando focar em outros assuntos, mas é difícil. Você é um
marido muito gostoso... e carinhoso. Fico querendo você o tempo inteiro. –
Confessou.
– Uuhm... E eu fico querendo estar dentro de você muitas vezes durante o
dia. – Contei baixinho. Lua sorriu maliciosa. – Não é o dia inteiro, porque
nenhum dos dois aguentaria. – Completei. – E o nosso bebê ou a nossa
bebê – enfatizei outra vez – precisa descansar. – Completei.
– Você não devia me provocar assim...
– Foi você quem começou. – Me defendi e Lua pegou a minha mão, que ainda
estava em seu rosto, e levou até a sua barriga, por cima da blusa. – O que foi?
Mexeu de novo? – Perguntei com expectativas.
– Não. É que eu gosto quando você faz carinho na minha barriga. – Disse
e eu sorri. – Eu quero que o bebê mexa quando estivermos assim. – Lua acariciou
a minha mão que está em sua barriga.
– Eu também. Eu vou ficar muito feliz... e emocionado.
– Eu sei, amor. – Levou a mão até a minha bochecha. – Obrigada por
assim, Arthur. Por me entender, me respeitar, me dar tanto amor e carinho...
até quando eu não mereço. Quando eu trato você mal.
– Ei, para! Eu gostei mais de quando você disse que fica me querendo o
tempo inteiro. Não gosto quando você fala assim de você, Luh, eu já te disse
isso, você sabe.
– É que...
– Não tem "é que", amor. Somos casados. Você não acha que é o
mínimo?
– Eu sei que é, Arthur. Mas você me entende? Porque têm dias que são tão
complicados. Eu sei que são, eu me conheço. É disso que estou falando.
– Sim. Têm dias que não fáceis mesmo. Eu sei cada um deles, mas também
não dá pra gente resumir a nossa relação somente a esses dias. Não vou mudar
com você porque existem dias difíceis, Lua. Não vou deixar de te amar nos dias
que você não está legal e que às vezes me trata mal. Nem todos os dias eu
também estou bem. – Falei, embora ela já saiba de tudo isso. Lua continuou
fazendo carinho em minha bochecha.
– Às vezes
eu sinto um pouco de medo. No início, eu senti muito medo das coisas piorarem
entre nós. Não como pais, mas como casal mesmo, por conta de tudo que vinha
acontecendo.
– É só
continuarmos nos respeitando, Lua. A base de qualquer relação é o respeito. Sem
ele as coisas não funcionam. Como vamos nos entender?
– Você tem
razão, de novo. Quase sempre você tem razão. – Sorrimos. – Eu não falei isso
sem ter consciência, sabe? Sei que são coisas básicas em um relacionamento, mas
muitas pessoas nem o básico tem no relacionamento. Então, eu me sinto sortuda,
porque eu me conheço, Arthur. Eu sei que sou uma pessoa difícil de lidar em
alguns momentos e você é sempre muito paciente comigo. Eu gosto... eu gosto de
destacar, entende?
– Entendo.
– Sorri com carinho e lhe dei um selinho. – Gosto de ouvir você falando assim,
loira. Que bom que faço coisas que te deixam bem. Amo muito, muito, muito você.
– A abracei e Lua me abraçou de volta. – Você está tão, tão, tão cheirosa. –
Lhe dei um cheiro demorado.
– Obrigada.
É pra você. – Ela deu risinhos e eu a abracei mais forte.
– Eu sei
que tudo é só meu. – Dei uma mordidinha em seu pescoço.
– Aaaii...
vou ficar excitada.
– Safada! –
Dei um tapa na bunda dela.
– Você está
com sono?
– Eu não,
mas parece que você está. – Falei e Lua se ajeitou em meu colo.
– Sim. Será
que Anie topa ir dormir agora?
– Acho
difícil, ainda deve ser nove e pouco. – Olhamos para onde Anie está entretida
brincando. – Mas você pode ir, loira. Fico aqui esperando ela.
– Quero
dormir com você.
– Uuhm... –
Voltei a abraçá-la. Lua colocou as pernas em cima do sofá.
– Hoje os
meus pés incharam um pouquinho...
– Sim,
estou vendo. Quer que eu faça uma massagem depois?
– Pode
ser... – Respondeu e encostou a cabeça em meu ombro. – Depois da consulta,
fiquei pensando em como vamos contar à Anie.
– Tem que
ser logo. Temos que contar para ela antes de contarmos para as outras pessoas.
– Sim, sim.
Só ainda não sei como. Não quero que ela sinta ciúmes.
– Isso será
inevitável, Lua. Então nem fique mal por isso, amor. Ela é ciumenta, nós
conhecemos a filha que temos. Vamos ter que conversar muito com ela. Tudo será
resolvido, eu sei que ela vai entender, não vai ser fácil, mas as coisas vão se
ajeitar.
– Você
pensa muito nisso?
– No que
exatamente? Em como ela vai receber a notícia ou em outra coisa? – Franzi o
cenho.
– Nela com
essa notícia e na gente em ralação a ela e ao bebê...
– Em como
vamos dar conta? – Indaguei e Lua assentiu. – Sendo bem sincero, eu não estou
preocupado com a reação dela, porque já estou esperando que não será uma reação
positiva. Ela vai ficar com muito ciúmes e vai nos fazer muitas, muitas
perguntas mesmo. E quanto a chegada do bebê, acredito que as coisas vão se
adaptar de acordo com o passar dos dias. Eu não quero me prender as coisas que
não temos controle neste momento. Vamos deixar chegar e aí pensaremos na
situação.
– De
amar...
– O quê? Os
dois?
– Sim.
– Aaah,
Lua, eu penso que vamos aprender. Porque eu já amo o bebê e obviamente amo
muito a Anie, eu não estou preocupado com os meus sentimentos. Você está? –
Fiquei um pouco preocupado, porque não pensei que teríamos essa conversa. Não
relacionada aos nossos filhos.
– Eu
penso... tenho medo, na verdade.
– Ei, Luh,
para com isso. Eu não sabia que você estava com os sentimentos confusos em
relação a isso, querida.
– Eu não
queria ter que falar com você sobre esse assunto.
– Mas a
gente pode conversar, não vou te julgar. Posso te ouvir, sabe disso, Lua. Por
que você está insegura?
– Eu também
já amo o bebê. Não quero que você pense que não...
– Eu sei
que ama, meu amor. Qual é o seu medo?
– De quando
nascer...
– Ainda
temos alguns meses, Luh. Tenho certeza de que quando chegar, você vai saber
como lidar. Talvez esse seu medo seja porque é tudo muito novo e aconteceu sem
a gente esperar, sem a gente planejar. É novo pra mim também, mas você sempre
soube que eu queria mais filhos. Fiquei assustado, não vou negar, mas agora
estou amando, estou mais aliviado que tem dado tudo certo. Quero aproveitar,
quero que você também aproveite sem se preocupar com o que vai acontecer,
quando chegar a hora, saberemos o que fazer. – Acariciei seu rosto. – Amor não
vai faltar, Luh. O seu medo é esse?
– De não
saber medir... de me sentir culpada em algum momento, sabe? Medo de me tornar
uma péssima mãe por isso.
– Nada
disso. Não pensa assim, por favor. Você é uma mãe excelente. Não tem a mínima
possibilidade de você se tornar péssima nesse papel, pelo amor de Deus. Muda
esse pensamento. Eu não quero que você fique se sentindo mal por isso, Luh. Não
mesmo! – Pedi.
– Serão
duas crianças. Idades completamente diferentes, necessidades diferentes,
atenção diferentes.
– Vamos dar
conta. Eu tenho absoluta certeza. Ei, eu estou com você. Qual é, Lua? – Sorri e
a apertei em meus braços. – Me dá um abraço. – Lua me abraçou de volta bem
apertado. – O amor vai multiplicar. Não tem como ser dividido. A atenção que
terá que ser dividida, mas o amor não, querida. Obviamente que o bebê precisará
de mais cuidado e atenção nos primeiros meses, mas isso não quer dizer que você
vai amar menos a nossa filha. Eu vou estar aqui, vamos cuidar dos dois. Embora
o bebê precise mais de você do que de mim, a Anie, com toda a certeza, vai
querer atenção e eu vou estar aqui, Luh. Sempre estarei aqui para vocês três.
Sempre, meu amor. – Afirmei e Lua me abraçou mais forte. – Não quero ver você
aflita por isso. –Lhe dei um beijo demorado na bochecha.
– Fico me
questionando se é normal ter esses pensamentos, essas inseguranças.
– Óbvio que
é, Luh. Como vamos amar um segundo filho mais do que já amamos o primeiro? São
experiências novas e diferentes. Mas são nossos filhos. Eu acredito que não tem
como amar mais um do que o outro. Além do mais, você é a mãe. Vocês, mães,
sempre irão se cobrar mais. Não devia ser assim, mas é.
– Você é o
melhor marido do mundo. – Encheu meu rosto de beijos e depois beijou a minha
boca.
– Eu tento,
meu anjo. Eu tento. – Retribui o carinho.
– Não
tenta. Você é. – Afirmou ao me encarar. – Eu te amo tanto.
– Te fazer
feliz, me faz feliz. Na verdade, fazer vocês três felizes. Vocês são a minha
vida, meu amor.
– Aaah...
você é um neném. – Lua segurou o meu rosto com as duas mãos.
– Hahaha
você está sendo muito carinhosa comigo. – Ri porque acho muito engraçado quando
ela é carinhosa. Amo, mas é engraçado.
– Você
sempre ri. – Fez um bico.
– Eu acho
engraçado, Luh. A voz que você faz, meu amor... – Voltei a rir e Lua me deu um
tapa.
– Eu sei
ser romântica...
– Você é
uma gostosa! – Lhe dei um beijo demorado nos lábios.
– E
carinhosa.
– Sim, às
vezes é. – Voltamos a rir. – Você fica muito fofa, Lua. É por isso que eu rio,
meu amor. Me desculpa. – Pedi e Lua voltou a cheirar o meu pescoço e depois me
deu um beijo na testa.
Link foto LuAr - clique aqui e veja
– Você é
muito cheiroso. Já te disse isso hoje?
– Se disse,
não tem problema nenhum repetir, repetir e repetir... – Encostei a cabeça no
encosto do sofá.
– Você está
relaxado?
– Estou
tranquilo, Luh. Por quê? – Indaguei de olhos fechados.
– Estou
sentindo você mais leve, relaxado. – Beijou meu pescoço e meu queixo. Sorri.
– Estou
recebendo carinho da minha esposa, é óbvio que estaria relaxado. – Respondi.
– Você
merece, neném...
– Neném...
– Repeti e Lua roçou o nariz na minha bochecha.
– Não vou
mais chamar você assim. Você vai sentir falta.
– Hahaha...
você não seria tão má. Além do mais, você não vai aguentar. – Pontuei.
–
Mããããããeee...
– Oi, meu
anjinho. – Lua virou o rosto para olhar a nossa filha. Levantei minha cabeça e
olhei para a pequena a nossa frente.
– Não está
com sono não? – Perguntei a ela.
– Ainda
não, papai. Eu estou de félias. – Sorriu sapeca. Eu e Lua rimos juntos.
– Mas a sua
mamãe não está de férias, ela precisa dormir.
– É, mamãe?
– Sim, a
mamãe está com sono, meu amor. – Lua respondeu e Anie se aproximou de nós.
– Então eu
posso pedir só uma coisinha? É bem pequenininha assim... – Mediu com os
dedinhos.
– Pode. –
Respondi e Lua concordou. – Só se for beeeeem pequenininha assim. – Acrescentei
e Anie sorriu.
– Eu
conheço esse seu sorrisinho, hein?! – Lua comentou.
– Mas é de
verdade, tá?
– Tá bom.
Fale, estamos escutando...
– Eu quelia
dormir com vocês, deixa papai. Por favor...
– Peça à
sua mãe, filha.
– Ei, por
que pra mim?
– É você
quem vai decidir, meu amor. – Dei uma piscadela e Lua voltou a olhar para a
nossa filha.
– Então,
mamãe?
– O que
você acha?
– Que a
senhola vai deixar, porque é só hoje, mamãe. – Anie apoiou as mãozinhas em meus
joelhos.
– Só hoje,
tá?
– Tá.
Obligada, minha mamãe! – Ela começou a pular e depois subiu no sofá para me
abraçar.
– Ei, fui
eu quem deixei!
– Deixa se
ser ciumenta. – Impliquei. E Lua cruzou os braços.
– Vocês não
me amam. – Disse. Sei que está fazendo drama.
– Sem
drama, bebê. – Pedi.
– Eu amo
sim, mamãe. Eu amo um montão. Ops... é errado, não é?
– Tudo bem,
tá? – Lua abriu os braços. – A mamãe também te ama muito, muito, muito. – Falou
e Anie depositou um beijo carinhoso na bochecha da mãe.
– E o meu
papai?
– O seu pai
é um chato. Eu não sei se amo mais ele...
– Não foi
isso que você me disse ainda a pouco. – Respondi e Lua me deu um tapa.
–
Engraçadinho. Não diga bobagens. – Me olhou séria.
– É você
quem está sendo boba. Ciumenta e boba. – Falei. Anie está com a cabeça sobre o
peito de Lua. – Quer dormir, bebê?
– Papai?
– Oi,
filha. – Respondi acariciando seus cabelos.
– Por que
você também chamou a minha mamãe de bebê? Só eu que sou bebê, porque eu sou
pequena... sou criança. – Disse e Lua segurou a risada.
– Você é a
sua mãe todinha. Ciumenta, ciumenta, ciumenta. – Apertei uma de suas bochechas.
– Chamo a sua mãe de bebê só quando ela está dengosa, só assim, meu amor.
Hahaha... eu não acredito que você está com ciúmes, filha.
– Eu não
estou com ciúmes não... – Negou, igual a mãe faz.
– Uhm, tudo
bem. Eu amo vocês duas e vocês duas são meus bebês. Pronto. Tudo bem?
– Sim. Mas
só porque é a minha mamãe. – Anie olhou para a Lua. – Mais ninguém. Nenhuma
outra mulher, não é, mamãe?
– Nenhuma,
meu amor. É isso mesmo. – Lua gostou.
– Outra
mulher? Hahaha só vocês duas já me dão muito trabalho, inclusive. – Beijei sua
testa. – Nunca existirá outra mulher além da sua mãe, meu anjo. Ela sabe disso,
ela sabe muito bem disso. – Olhei para a Lua, que sorriu para mim. – Vamos
dormir?
– Vamos. Me
leva no colinho?
– Hahaha...
eu disse que você é igualzinha a sua mãe. Ciumenta e dengosa.
– A minha
mamãe. – Anie segurou o rosto da Lua com as duas mãozinhas. – Tá, mamãe?
– A mamãe
não pode carregar você agora, meu amor. – Lua acariciou os cabelos da nossa
filha.
– Por que?
Você está dodói?
– Não, não
é nada grave. Não fique preocupada, filha. A mamãe só está com dor nas costas,
por isso não pode carregar peso.
– Mas eu
sou neném, mamãe. Eu não peso... sou bebê... – Anie soltou um risinho.
– Eu levo
você, vem, vamos subir. Agora sou eu quem estou com sono. – Falei. Anie
concordou, levantou-se e ficou de pé no sofá. Lua levantou-se do meu colo.
– Já,
papai. – Ergueu os braços para eu carregá-la.
– Vem,
vamos. – Peguei Anie em meu colo.
– Amanhã
você terá que guardar essa bagunça, ouviu? – Lua avisou.
– Só
amanhã, outro dia, tá?
– Amanhã. –
Pontuou.
– Concorde,
diga que vai guardar amanhã. – Pedi.
– Tá,
mamãe. Amanhã eu guardo. – Anie encostou a cabeça em meu ombro.
– Vou pegar
o seu pijama. – Lua subiu a escada na nossa frente.
Fui até o
quarto com Anie no colo, a coloquei na cama e Anie ficou pulando no colchão.
Fui até o banheiro fazer xixi e depois escovei os dentes. Quando voltei para o
quarto, Lua já estava ajudando a nossa filha a trocar de roupa.
Pov Lua
Voltei para
o quarto e Anie estava pulando em cima do colchão.
– Ei, para
de pular, filha. Você pode se machucar.
– Mamãe –
Anie se aproximou da bairada da cama. –, por que eu não posso dormir aqui toda
vez?
– Porque
você tem o seu quarto, meu amor. Levanta os braços. – Pedi. Estou ajudando-a a
vestir a blusa do pijama.
– Mas eu
durmo só eu.
– Sim,
quando você crescer mais, vai entender que é melhor ter um quarto só pra você.
– Só quando
eu crescer então... assim, mais – mediu meu tamanho – igual do seu tamanho e do
tamanho do meu papai.
– Hoje você
vai dormir com a gente, outro dia a gente conversa tá? Está bem assim?
– Tá. Eu
gosto de dormir no seu cheilinho. – Confessou e eu sorri puxando-a para o meu
colo.
– Eu te
amo, filha. – Lhe enchi de beijos. Arthur me abraçou por trás.
– O que
vocês duas estão rindo, hein, hein? – Arthur perguntou e fez cócegas em Anie.
– É que eu
falei englaçado, não foi, mamãe? – Anie ria sem parar enquanto tentava se
esquivar das cosquinhas que Arthur fazia nela.
– Foi. –
Cheirei seu pescoço. – Disse que gosta de dormir no meu cheirinho.
–
Cheilinho. Só meu, não é, mamãe? – Perguntou e antes que eu respondesse, Arthur
falou:
– Ei, eu
também gosto de dormir no cheirinho da sua mãe. – Arthur me deu um beijo na
bochecha e depois desceu o beijo para o meu pescoço.
– Mas ela é
a minha mamãe.
– Mas é a
minha namorada.
– Iiih,
podem parar os dois. Eu já sei aonde essa implicância de vocês dois vai parar.
– Pedi e Arthur riu baixinho contra o meu pescoço.
– Vamos
dormir. – Disse ele e apertou levemente a minha cintura. – Qual lado você vai
querer dormir, neném?
– Com a
minha mamãe. – Anie respondeu e se jogou na cama.
– Mas a sua
mamãe não ocupa a cama toda.
– Ablaçada
com a minha mamãe.
– Eu também
quero dormir abraçado com você. Como vamos fazer? – Me indagou baixinho.
– Você não
vai implicar com a nossa filha, Arthur, por favor. – Me virei para olhá-lo.
– Mas eu
estou falando sério.
– Eu também
estou. – Afirmei e Arthur me puxou para um abraço.
– Tudo bem.
Eu não vou te irritar. – Me deu um beijo. – Eu já entendi que você não quer
dormir comigo.
– Para! –
Ri. – Agora é você quem está sendo dramático. – Completei e o abracei.
– Boa
noite, baby.
– Mas você
ainda vai dormir comigo.
– Eu sei. –
Ele riu e beijou meus cabelos. – Mas parece que Anie não vai me deixar chegar
muito perto. – Esclareceu. Ri. Arthur se afastou e rodeou a cama. – Você vai
dormir aí?
– Aonde que
a minha mamãe vai dormir?
– Desse
lado aí... – Arthur apontou para o lado direto da cama.
– Então eu
vou dormir aqui. – Anie abriu os braços e as pernas sobre a cama.
– Ei, você
precisa lembrar que a sua mãe ainda vai deitar aqui. Tem que deixar espaço pra
ela.
– Eu vou
deixar, papai. Tô esperando ela vir. Vem logo, maamããããeee! – Anie gritou.
Estou no banheiro escovando os dentes.
– Não
precisa gritar, filha. – Ouvi Arthur chamar a atenção dela.
Terminei de
escovar os meus dentes enquanto ouvia os risos de Arthur e Anie no quarto. Ele
deve tá fazendo cócegas nela. Esses dois são impossíveis. Espero que ela não
demore a dormir hoje. Fiz xixi e saí do banheiro.
– Vem,
mamãe.
– Já vou,
amor. Vou só trocar de roupa. Vou pegar uma camiseta sua, tá?
– Tá, amor.
Fui até o
closet pegar uma camiseta do Arthur e voltei para o quarto. Tirei meu short e a
minha blusa de moletom, estou sem sutiã.
– Não olha,
papai! – Anie tampou os olhos de Arthur. Comecei a rir por conta da inocência
dela. – Vira pra lá. – Empurrou o rosto do pai para o outro lado.
– Ei, por
que já?
– Porque
minha mamãe é menina. – Respondeu e Arthur riu alto.
– Mas ela é
a minha mulher, ora, posso olhar!
– Não, não
é, mamãe?
– Não,
filha. Arthur, pode parar. – Pedi, antes que ele falasse alguma bobagem.
– Você é
menino. Minha mamãe está sem roupa.
– Tá, tá
bom. – Ele ainda ria. Vesti a camiseta e desliguei a luz que fica sobre a
mesinha de cabeceira. Anie soltou um gritinho e abraçou Arthur. – Para de
gritar, filha.
– Tá
escuro!
– Sem
gritar, Anie. É pra dormir. Eu tenho que acordar cedo amanhã. – Falei. – Você
vai querer dormir no meio?
– Ablaçada,
mamãe.
– Então,
vem. – A chamei me ajeitando na cama.
– Dá um
beijo de boa noite no seu pai.
– Eu já dei
um monte de beijinhos no meu papai.
– Ai, meu
Deus! – Arthur a apertou mais forte. – Eu te amo, neném do papai. Dorme bem,
meu anjo.
– Boa
noite, papai. – Anie se acomodou em meu colo. – Boa noite, mamãe linda.
– Boa
noite, filha.
– Amanhã
você tem balé, filha. – Arthur lembrou.
– É! –
Descansou a cabeça em meu peito e jogou uma das pernas sobre mim.
Fiquei
alguns minutos fazendo carinho em seus cabelos. Anie está quieta. Arthur está
acordado, mas também está em silêncio. Ficamos assim algum tempo.
– Será que
ela dormiu? – Ele se mexeu e ficou de lado na cama.
– Acredito
que sim. – Continuei fazendo carinho nos cabelos dela.
– Dormiu. –
Disse depois de olhá-la. – Acho fofa a inocência dela. – Comentou baixo. – Não
consigo não rir quando ela pede pra eu virar o rosto ou fechar os olhos quando
você está trocando de roupa.
– Sempre
penso que você vai dizer alguma bobagem. – Confessei.
– Claro que
não, Luh. – Riu baixinho. – Deixa ela pensar que você é tão ou mais inocente
que ela. – Me olhou cínico.
– Safado.
– Nós dois.
Vai dormir assim? Nessa posição, que eu quis dizer.
– Tá
confortável. – Respondi.
– Então
isso quer dizer que não vou dormir no seu cheilinho?
– Hahaha...
– Ri baixinho e Arthur cheirou o meu pescoço. – Boa noite, meu amor.
– Boa
noite, amor. Me chama cedo amanhã?
– Chamo,
baby. – Me deu um selinho. – Deixa eu puxar o lençol pra cobrir direito vocês.
– Falou.
Arthur
cobriu eu e a Anie. Me deu mais um beijo carinhoso na bochecha e também se
cobriu.
Londres | Sexta-feira, 11 de agosto de 2017 –
A tarde.
Saí do
trabalho às quatro e meia da tarde. Arthur deve ter ido levar Anie ao balé. A
aula começa às quatro da tarde e termina às cinco. Cheguei em casa cinco para
as cinco, eles não estão em casa; o carro dele ainda não está na garagem.
Entrei em casa e subi para o quarto.
Minha sogra
me mandou uma mensagem, disse que chegará antes das sete da noite. Estou
ansiosa para contar a ela tudo sobre a última consulta. Ainda não contei nada
ao Arthur. Ontem senti ele um pouco estranho em relação à mãe. Ele me garantiu
que não tem nada, que é coisa da minha cabeça e eu não quis insistir no
assunto, pois não queria discutir com ele.
Sinto falta
de poder conversar com a minha como antes. Tenho quase certeza de que ela não
receberá bem a notícia dessa nova gravidez. Quero estar totalmente errada, mas
não criarei expectativas: eu conheço a mãe que eu tenho.
Então, vi
na Laura a mulher com quem eu sei que poderei contar. Minha sogra sempre me
tratou bem, como uma filha, assim como o meu pai trata o Arthur. Sei que o
Arthur está cem por cento comigo, mas é diferente de quanto temos uma presença
feminina/materna/amiga com quem podemos dividir nossas dúvidas sabendo que essa
pessoa vai, literalmente, nos entender, pois já passou por isso.
Não faço
ideia de quando contarei aos meus pais, talvez até conte antes para a minha
irmã. Soltei um longo suspiro e passei a mão em minha barriga, ainda não
consigo ver tanta diferença. Quero que o bebê mexa novamente, mas ele está tão
preguiçoso. Sorri. Arthur está tão ansioso para senti-lo. Ontem ele não escutou
os batimentos cardíacos, acho que nem lembrou, ficamos com Anie depois que eu
cheguei do trabalho. Sei que ela sente falta dos nossos momentos juntos, ainda
mais agora que está de férias.
Comecei a
desabotoar a minha camisa quando a porta foi aberta.
Look de trabalho Lua - clique aqui e veja
– Ei! –
Arthur sorriu e se aproximou de mim. – Chegou cedo. – Disse antes de me dar um
beijo. Retribui e prolonguei por mais alguns minutos. – Estava com saudade? –
Perguntou após o beijo e encostou a testa na minha.
– Muita. –
Confessei. – Vocês chegaram cedo.
– Veio de
táxi?
– Sim.
– A aula
começou mais cedo. A professora mandou mensagem lá no grupo dos pais, você não
viu?
– Não abri
as mensagens.
– Começou
três e pouquinho. – Sentou-se ao meu lado. – Está tendo uma reunião para os
professores. Por isso adiantaram a aula hoje. – Explicou.
– Aaah,
entendi. Sua mãe me mandou mensagem. – Contei.
– E aí?
– Ela chega
antes das sete. Você acha que é uma boa ideia pegarmos a estrada agora a noite?
– Só se
você estiver se sentindo bem, Luh.
– Eu estou
bem.
– Então
podemos ir...
– Anie vai
adorar a novidade. Eu também, na verdade. Vou gostar de ter a sua mãe com a
gente.
– Ela, com
certeza, também vai gostar. – Afirmou, mas sem muita empolgação.
– Não acho
que seja só "coisa da minha cabeça". – Comentei vagamente e
Arthur me encarou.
– Sobre?
– Você e a
sua mãe.
– De novo
essa história? – Questionou sem muita paciência. – Esquece. Já falei que não
aconteceu nada. Não adianta você ficar procurando por algo que não vai achar. –
Completou. Estou tão sensível, que sinto vontade de chorar. Arthur parece
perceber. – Desculpa, eu não quis ser grosso. Só não aconteceu nada. Tá bom?
Não precisa se preocupar. Vem aqui. – Se aproximou e me puxou para um abraço. –
Vai ficar triste por isso? – Perguntou baixo quando funguei, tentando segurar
as minhas lágrimas.
– É por
causa de mim? É por isso que você não quer falar? – Perguntei triste. Se for,
aí que vou chorar mesmo.
– Por sua
causa? De onde você tirou isso? Claro que não, Lua. Para com isso. Ei, a minha
mãe te ama, está adorado que você esteja feliz e querendo compartilhar tudo
dessa gravidez com ela. Por que você acha que íamos brigar? – Depositou vários
beijos nos meus cabelos.
– Eu sinto
você estranho. Eu te conheço. Se for por minha causa, pode falar... eu paro de
mandar mensagens pra ela vir. Eu sei que é complicado, que ela trabalha muito,
que é cansativo. Eu vou entender. – Mesmo entendendo, comecei a chorar. Minhas
emoções estão muito afloradas ultimamente, não consigo controlar muitas coisas.
Arthur me abraçou mais forte.
– Para com
isso. Não tem nada a ver com você, por favor, meu amor. Não fala assim, Lua. –
Pediu me dando vários beijinhos e fazendo carinho nos meus cabelos. – Você acha
que a minha mãe falaria mal de você pra mim? Está mais fácil ela falar de mim
pra você.
– Ela faz
isso... – Respondi e acabei rindo. Arthur fez o mesmo.
– Eu sei
que faz. – Assegurou e me deu um beijo carinhoso na testa. – Não chora, Lua.
Não por isso, meu amor. Você implicou com esse assunto, não sei de onde tirou.
Relaxa, não quero que fique nervosa por conta de besteira.
– Eu gosto
de ter a sua mãe aqui com a gente, eu sinto falta da minha mãe... – Voltei a
chorar ainda mais. Arthur me abraçou mais forte.
– Shiii...
se acalma. Eu sei que sente, meu anjo. Eu gostaria muito que ela não estivesse
te tratando mal assim por causa de mim. Quero muito que a relação de vocês
volte a ser como antes. Se eu pudesse fazer algo, pode ter certeza de que eu já
teria feito. Nunca que quero ver você sofrendo assim.
– Eu sei
que ela não vai aceitar muito bem a notícia dessa gravidez.
– Não pensa
assim, Luh. Você pode estar enganada. – Falou.
– Eu
conheço a minha mãe, Arthur. Ela jamais terá uma reação igual a da sua mãe.
– O seu pai
vai amar. – Ele mudou de assunto e eu concordei.
– Sim.
– E eu sei
que é uma sensação muito boa nós sabermos que outras pessoas amam ou sentem
carinho pelos nossos filhos, mas antes disso Luh, é mais importante que nós,
pais, amemos os nossos filhos. E nós já amamos esse bebê, amamos a Anie e eles
não precisam que outras pessoas os amem mais do que nós dois. Nenhuma outra
pessoa no mundo, além de nós dois, vai amar os nossos filhos mais do que nós,
Luh. É uma certeza, nem a minha mãe, nem os teus pais. Não quero dizer que não
amem, só estou dizendo que não amam mais do que eu e você. – Disse paciente e
tirou alguns fios de cabelo do meu rosto. – Você me entendeu? – Assenti e
Arthur me deu um selinho demorado. – Não gosto e nem quero te ver triste.
– Você tem
razão. – O abracei.
– Soaria
muito prepotente da minha parte se eu falar que "eu sei"?
– Sim. –
Respondi e Arthur riu.
– Então eu
não vou falar. Você já reconheceu. – Disse e eu o abracei mais forte. – Relaxa,
meu amor. Você está tão sensível.
– Eu só vou
relaxar quando você estiver dentro de mim.
– Lua, sua
safada! – Exclamou. – Você estava chorando. – Ele cheirou o meu pescoço. –
Nossa, você é tão cheirosa, meu Deus.
– Eu não
consigo controlar os meus sentimentos. – Confessei e Arthur me encarou.
– Estou até
com medo de "entrar em você" e você começar a chorar.
– Tem
grandes chances de acontecer, acho que vou me emocionar.
– Para,
você tá debochando. – Arthur começou a rir e me puxou para o colo dele.
– Eu não.
– Safada.
Cínica. Isso que você é. – Falou segurando minha nuca. – Você sabe que tá muito
sexy? Meu Deus!
– Não. Você
mal me olhou hoje de manhã. Só me deu um beijinho. Nem me elogiou. – Fiz meu
primeiro drama do dia.
– Eu estava
caindo de sono, Lua. Meu Deus! Nem se eu estivesse ficado dentro de você a
madrugada inteira, eu estaria tão cansado assim. – Me provocou.
– Você tá
me deixando excitada.
– Hahaha
você tá só me provocando. Daqui a pouco me dispensa, que eu te conheço.
– Você quer
sentir? – Provoquei segurando em uma de suas mãos. Arthur apertou meus cabelos
com a outra mão. – Aaaii... – Gemi.
– Posso
terminar de desabotoar a sua camisa? – Pediu permissão e eu assenti. Arthur
começou a desabotoar, vagarosamente, de um por um os botões da minha camisa.
Senti meus pelos se eriçarem quando as pontas dos seus dedos tocaram a minha
pele. – Está sem sutiã?
– Não. –
Respondi quase que automaticamente. – Não consigo mais usar roupas sem sutiã,
meus seios estão muito grandes.
– Eu
prefiro sem sutiã. – Disse roçando o polegar em um dos meus seios por cima do
sutiã. – Em casa, é lógico. Aposto que recebeu muitos elogios. – Beijou o meu
pescoço e desceu a mão para a barra da minha saia.
– Que nada.
– Neguei.
– Nem
adianta negar que eu sei.
– Você vai
ficar com ciúmes?
– Muito.
– Então eu
não vou falar.
– E nem
precisa. Olha essa saia...
– Você
achou curta?
– Não é
isso, querida. Está perfeita. Sexy. Linda.
– Eu fiquei
muito feliz que ela serviu. Sei que daqui a algumas semanas não servirá mais.
– E você
continuará perfeita, sexy e linda em outras roupas que eu sei. – Falou e eu
sorri. Gosto de ouvi-lo me elogiar assim. O abracei. – Toma banho comigo? –
Convidou depositando beijos em meu peito e depois subiu para o meu pescoço,
tombei a cabeça para trás.
– Você está
me deixando molhada. – Sussurrei e Arthur me encarou.
– E ainda
nem chegamos ao banheiro. – Se fez de desentendido.
– Hahaha...
com você todo cuidadoso? Sei que não será no banheiro.
– Você tá
me provocando, Lua. Se a minha mãe não chegar já, já, você não vai sair daqui
tão cedo. Primeiro aqui, na cama e depois no banheiro, na bancada, no box, na
parede... – Avisou.
– Até
parece que com a Anie acordada a gente vai conseguir seguir esse roteiro. –
Respondi.
Foi eu
acabar de falar para a criança entrar no quarto.
– Que boca.
Meu Deus!
– Para de
chamar Deus para os teus assuntos sobre safadeza, Arthur.
–
Engraçadinha. – Me mostrou língua.
– Aah, que
neném mais linda, meu amor. Hoje a minha bailarina está de rosa? – Sentei
direito na cama e abri os braços para abraçá-la.
Look Bailarina - clique aqui e veja
– Sim.
Gostou, mamãe?
– Está
linda, meu amor. – Anie me abraçou e eu a puxei para o meu colo. – Gostou da
aula hoje?
– Sim,
muito. O meu papai ficou lá comigo, igual os outos dias.
– Que papai
legal, não é mesmo?
– É. Outas
vezes não. – Sim, Anie é minha filha mesmo.
– Aaah, é
assim é? – Arthur se fez de ofendido. – Faço tudo por vocês, olha só o que eu
ganho. Você já viu as unhas dela? – Apontou para as mãos da nossa filha.
– Estão
pintadas. Quem pintou? – Perguntei enquanto sorria. – Que cor é essa? Preta?
– Roxo. Foi
o meu papai.
– Está
vendo? E ainda diz que só às vezes que eu sou legal.
– Aah,
drama não, amor. – Falei querendo beijá-lo. Arthur é incrível. Amoroso e
incrível.
– Mas eu te
amo, papai.
– Sei
não...
– É
verdade! – Anie pulou para o colo do pai. – Não acredita?
– Só se
você me der dois beijos. – Disse e Anie o encheu de beijos.
– E agola?
– Eu te
amo, filha. – Declarou sorrindo.
– Meu papai
plometeu que vai compar de outas coles. Muitas coles. – Anie disse empolgada.
Arthur
deitou na cama com Anie e começou a fazer cócegas nela. Me levantei da cama e
fui terminar de tirar a minha roupa. Talvez quem sabe, mais tarde a gente
continue com as nossas provocações e finalize na cama, porque eu já estou quase
gritando por ele.
Continua...
SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.
N/A: Olá, boa noite. Espero que tenham tido um ótimo início de semana.
Aqui está mais uma
atualização (que era pra ter sido postada antes de ontem, porém, não consegui).
Espero que tenham gostado de leitura. Abriram os links? Comentem tá? Sobre
tudo!
Essa atualização veio bem
rápida, não é mesmo? Estão felizes? Vou tentar postar a cada final de semana,
vamos ver como vai funcionar. Semana que vem pretendo postar a parte 2 desse
capítulo, que é a viagem deles a Brighton e sobre contarem para a Anie do bebê <3 já estou com os lencinhos aqui. Era pra ter saído nesse capítulo, mas ia
ficar enorme. Vocês sabem o quanto eu detalho as "cenas" kkkkkk
Um beijo e
até a próxima atualização.
Que seja o mais breve possível.
Primeira a comentar 💕
ResponderExcluirNem acreditei quando vi a atualização
ResponderExcluirAnsiosa para ver eles contando pra anie
ResponderExcluirEspero que consiga postar todo final de semana ei iria amar
ResponderExcluirAnsiosa pelo proximo capitulo
ResponderExcluirSou totalmente viciada nesse fics
ResponderExcluirAnsiosa para ver Lua com barriga enorme
ResponderExcluirParabéns pela história
ResponderExcluirEstou preparando o lencinho pela próxima atualização
ResponderExcluirFeliz pela atualização
ResponderExcluirO Arthur um fofo pintando as unhas de Anie, adorei a atualização 🫶🏽
ResponderExcluirAnsiosa para ver o bebê mexer para Arthur
ResponderExcluirQuando eu vir nem acreditei que tinha outra atualização, simplesmente amei demais.
ResponderExcluirArthur esta estranho pq está com ciúmes da mãe com o namorado, quero ver como vai ser essa viagem deles, e como ele vai conta para pequena anie
Fico muito feliz em saber que você amou. Que bom que a espera tem valido a pena. Eu também estou muito feliz de estar conseguindo atualizar com mais frequência, ainda mais depois de quase 1 ano da fanfic parada. Sou muito grata por cada leitora que ainda segue aqui e que compreende o motivo da minha ausência. Vocês merecem capítulos maravilhosos! <3
ExcluirBjs!
Ansiosa pela próxima atualização
ResponderExcluirNossa eu tou muito ansiosa pelo próximo capítulo
ResponderExcluir💕💕💕
ResponderExcluirAutora cade você
ResponderExcluirEsperando o próximo capitulo… ansiosa
ResponderExcluirSó estou imaginando Lua de barriga nossa
ResponderExcluirSe fosse ela nem contava para mãe dela
ResponderExcluirVdd, a mãe dela tá nem aí pra ela
ExcluirEla ia saber pela outra pessoa
ExcluirDeixava ela saber pela outra pessoa
ExcluirAnsiosa pela viagem deles,só quero ver se a mãe do Arthur vai contar sobre a conversa deles pra Lua (já vejo desentendimento por aí kkkkkkkkkkk)
ResponderExcluirAnsiosa pela reação da Anie.
Contar ela não vai. Conhece a nora que tem hahaha Não vai querer prejudicar o filho dela, nem que ele fica num clima estranho com a Luh. Mas ela vai descobrir, só aguarde a parte 7⁰ do capítulo haha
ExcluirBjs