Little Anie – 1ª Parte
Capítulo
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Pov Lua
Entramos no carro e seguimos para o shopping. Eu ainda
não perdi as minhas roupas, na verdade, só as peças íntimas mesmo.
– Você vai à tarde para o trabalho?
– Sim. Às duas. Eu avisei a Hanna.
– Quer que eu te leve?
– Se você quiser...
– Uhm... Já pensou no que quer comprar?
– Algumas camisolas confortáveis...
– E decentes. – Arthur riu e eu lhe dei um tapa na
coxa. – Oooow!
– Como se você reclamasse das que eu tenho.
– Jamais, loira. – Ele me olhou rapidamente.
– Sutiãs e alguns vestidos. – Continuei. –
Nem adianta eu comprar calça. Vou perder todas daqui há algumas semanas.
– Você fica linda de vestido e eu estou ansioso para
que chegue logo essas semanas.
– Eu acho que vai demorar crescer. – Olhei para a
minha barriga.
– Eu acho que tudo tem a hora certa. Então... não fica
pensando nisso, certo? Vai crescer e vamos aproveitar. Meu Deus, você é
maravilhosa. E fica ainda mais linda grávida, Lua.
– Você é bobo.
– Eu sei. – Ele concordou.
– Você ouviu o que a Eliza disse?
– Muito bem. E espero que você tenha ouvido também.
– Hahaha... – Gargalhei.
Continua...
***
Eu
digo, "ninguém precisa saber o que fazemos"
Suas
mãos estão em meu cabelo
Suas
roupas estão em meu quarto
E
sua voz é um som familiar
Nada
dura para sempre
Mas
isso está ficando bom, agora
[...]
Você
me vê novamente em suas memórias
Enroscada
em você a noite toda
Ardendo
em chamas
Um
dia, quando você me deixar
Aposto
que estas lembranças
Seguirão
você em toda parte
–
Wildest Dreams | Taylor Swift
Pov
Arthur
Londres | Sexta-feira, 14 de julho de 2017 – Três horas da
tarde.
Lua passou os dias bem desde a última consulta com a
obstetra, que foi no início da semana. Na segunda-feira ela tem uma consulta
com a nutricionista e torço para que os enjoos a deixem em paz. Não discutimos
sobre absolutamente nada esta semana, e é de se surpreender, pois Lua anda extremamente
estressada.
Estou indo buscar Anie na escola, hoje ela sai mais
cedo. Está fazendo as provas finais antes das férias de verão. Eu e Lua estamos
cogitando a hipótese de contar a ela sobre o bebê nos próximos dias. Ainda não
sabemos se antes ou durante as férias.
Anie está muito animada com essa temporada que passará
em casa, na verdade, ela está crente de que fará uma viagem. E não serei eu a
discordar dos planos dela. Não faço ideia de como eu e Lua resolveremos esta
questão. Mas talvez até levaremos ela a Brighton, não que seja a viagem dos
sonhos dela. Já até consigo ouvir o discurso dela para nos fazer mudar de
ideia.
Anie está crescendo tão rápido e ficando tão
inteligente – e cada vez mais parecida com a mãe no quesito: questionamento,
teimosia e ordem. Sim, ela pensa que tem autoridade sobre nós dois. Às vezes me
pergunto se ela só tem cinco anos mesmo.
Não faço a mínima ideia de como Anie receberá a
novidade. Lua já me disse que não está criando nenhuma expectativa. Nós dois
sabemos o quanto a nossa filha é ciumenta e já fazem bons meses, desde que Ethan
voltou com Mel para casa, que Anie não nos pede um irmãozinho. Ela gostou,
mesmo com ciúmes, de termos um bebê em casa. Mas como conhecemos a filha que
temos, sabíamos que esse desejo não se estenderia por muito tempo.
Cheguei à escola e Anie já me esperava próximo à
entrada principal.
– Oi, meu amor. Vamos? – Perguntei após abaixar o
vidro do carro.
– Papai, podemos levar a Katherine também? O papai
dela ainda não veio buscá-la.
– Mas ele vem, querida. Não tenho autorização para
levar a Kathe. – Expliquei.
– Tio Arthur, eu não quero ficar sozinha aqui. –
Katherine fez bico.
– É sim, papai. Por favor! Liga para ele então ou para
a mamãe dela. Não é Kathe?
– É, tio Arthur. Tenho certeza de que eles vão deixar.
– A garotinha falou toda convicta.
– Podemos esperar um dos dois vir te buscar, que tal?
– Não.
– Liga logo, papai. Assim a gente pode brincar mais um
pouco lá em casa, não é Kathe?
– É! – As duas sorriram.
– Eu já entendi tudo. – Enfatizei e saí do carro. –
Hoje é sexta-feira...
– Por isso mesmo. Sabe o que podemos fazer?
– Hum... – Continuei encarando as duas.
– Brincar de noite do pijama. Assim podemos passar o
final de semana juntas.
– Aí a sua mãe vai perguntar se eu enlouqueci. Porque
não há outra explicação. – Respondi.
– Papai.
– Tio Arthur.
– Nem vem. Vamos esperar o John ou a Grace vir
buscá-la. – Apontei para a pequena de chiquinhas na minha frente.
– Então vamos ficar aqui até amanhã pelo visto. – Anie
resmungou.
– Pelo visto mesmo. – Concordei. – E como foi a prova
hoje? – Mudei de assunto.
– Foram duas.
– E como foram?
– Legal.
– Eu esperava outra resposta. – Ressaltei mesmo
sabendo que nenhuma das duas me falaria que teve que responder uma equação de
matemática.
– Foram duas folhas, papai. E tivemos que pintar os
objetos de acordo com os números.
– E você acha que acertou todas as alternativas?
– Eu acertei. Eu já sei contar. Eu conheço os números.
A Kathe também acertou.
– Isso é maravilhoso. Então quer dizer que eu estou
diante de duas garotas inteligentíssimas?
– Sim. Eu e a Kathe. – Anie sorriu convencida. – Agora
já pode ligar para o tio John? Quero ir para casa.
– Eu já estou com fome, tio Arthur.
– Podemos comprar um lanche. – Sugeri.
– Quero ir para caaaasaaaaa... – Anie me abraçou pela
cintura.
– Sua mãe vai pirar filha. Não quero e nem posso
estressa-la.
– Mas a minha mãe gosta da Kathe.
– Eu não disse ao contrário. Mas vocês duas juntas dão
um trabalhinho... – Apertei levemente seu nariz.
– Nem fazemos bagunça.
– Ah não?
– Não. Não muita, tio Arthur.
– Hahaha... Não muita.
Meu celular começou a tocar e quando eu o tirei do
bolso apareceu a foto da Lua.
Ligação
ON
– Oi, meu amor.
– Oi, Arthur. Onde você está?
– Vim buscar a nossa filha. Por que?
– Vocês ainda estão aí? Hoje ela sairia mais cedo.
– Sim. hoje teve avaliação. Mas...
– Maaaaaamãããããeee... – Anie gritou.
– Filha.
– Deixa eu falar com a minha mamãe.
– Escuta só o que ela vai te pedir, loira.
– Ai vocês dois só aprontam. Meu Deus!
– Eu não fiz nada. Inclusive, estou relutante.
– Sei. – Lua resmungou.
– Toma. – Entreguei o celular para a pequena.
– Mamãe.
– ...
– É que eu quero pedir uma coisa. Uma coisa muito
divertida.
– ...
– Hahahaha... mas é verdade mamãe. É que eu quero
pedir pra Kathe dormir lá em casa. Pra gente fazer a noite do pijama. Vai ser
muito legal, mamãe. A senhora deixa? O meu papai disse que não. Que a senhora
nem ia gostar, mas eu sei que a senhora vai deixar, não é?
– ...
– Mas a gente nem dá trabalho não, mamãe. É sim, por
favor.
– ...
– A gente se comporta sim. Eu sei que a senhora quer
deixar.
– ...
– É sim. – Anie deu uma risada.
– ...
– Tá. Vou passar para o meu papai então. Um beijo,
mamãe. Eu te amo. – A pequena me devolveu o celular.
– Então...
– Você por um acaso tem algo a ver com essa ideia?
Tipo, eu tenho quase absoluta certeza que sim. – Me culpou, é óbvio.
– Claro que não, loira. – Me defendi. – Já cheguei
aqui sendo cercado. Eu juro.
– Você sabe como eu estou chegando do trabalho,
Arthur. Não é por nada, mas eu não vou perder a minha paciência com essas duas.
– Nem eu te suporto, eu sei. – Comentei. Quero rir.
Gosto de brincar com o perigo, mesmo que me arrependa depois.
– Pois é. – Lua frisou. – Se você se responsabilizar,
eu não vejo problemas. Só não quero ser a mãe chata porque você deixou a
decisão para mim.
– Eu pensei em você na verdade. – Esclareci.
– Tudo bem. Então você resolve aí. Sei que deve ter
amado a ideia mesmo. – Lua me conhece.
– Talvez um pouco. – Não neguei e ela riu.
– Eu te conheço. Mas deixa eu te falar outra coisa...
– Sim.
– Pode vir me buscar?
– Claro, Luh. Mas você não foi de carro?
– Vim. Mas estou com muita tontura. Não quero dirigir
assim.
– Aah entendi. Tudo bem. Vou aí depois que falar com o
John ou com a mãe da nossa nova e insistente hospede.
– Acho bom. Ou vão pensar que sequestraram a filha
deles.
– Se bem que eu estou achando estranho ninguém ter
aparecido até agora.
– Deve ter acontecido algum imprevisto. Mas eu
aguardo, ok?
– Ok, loira. Um beijo.
– Um beijo.
Ligação
OF
– O que a minha mamãe falou?
– Vocês venceram pelo cansaço. Sabe o que isso
significa? – Perguntei.
– Não, tio Arthur.
– Não, papai.
– Que eu vou ligar para o seu pai. Entrem no carro. –
Pedi.
– Isso é muito legal! – Katherine exclamou.
– Vai ser muito divertido. O Bart vai adorar correr
com a gente!
– Por que eu concordei com isso mesmo? – Falei para mim
mesmo. Peguei o celular para ligar para o John assim que chequei o cinto de
segurança das duas. Mas ele não atendeu. – Seu pai não está atendendo, Kathe.
E eu não tenho o número da sua mãe.
– Minha mãe viajou.
– O quê? – Me abaixei para vê-la pela janela do carro.
– Seus pais viajaram?
– Não. Só a minha mãe e a minha irmã.
– E o seu pai?
– Eu não sei tio Arthur. ele me trouxe na escola. Mas
agora eu não sei. Eu também não sei o número da minha mamãe.
– Eu não vou poder sair daqui com você sem a
autorização dos seus pais, Kathe. – Expliquei.
Mandei uma mensagem para John. E outra para Lua
pedindo o número da Grace e rezei para que ela tivesse o contato.
– Tenho quase certeza de que a sua mãe vai querer
matar o John.
– É que o meu pai me esqueceu.
– Parece que sim, não é?
Lua visualizou a mensagem e me enviou o contato sem
perder a oportunidade de expor a sua curiosidade. Falei que depois contaria a
ela. Liguei para Grace e expliquei a situação. Ela deixou que Kathe ficasse em
casa essa noite e disse que ela mesmo falaria com o John. Lembrei que ela teria
que ligar para a direção e autorizar que a filha fosse embora da escola comigo.
Muitos
minutos depois e mais cinco mensagens da minha esposa...
Lua sempre está coberta de razão. Pensei sobre isso o
caminho todo até o escritório em que ela trabalha. As duas crianças conversam
aleatoriamente no banco de trás do carro.
Mandei uma mensagem para Lua assim que estacionei na
frente do escritório.
– É aqui que a minha mamãe trabalha, Kathe.
– Uau! É um prédio bem grande.
– É mesmo. A gente pode ir lá, papai?
– Não. A sua mãe já está descendo. – Respondi.
– Podemos encontrar ela lá.
– Não. Olha ela vindo ali... – Apontei para a frente
do prédio e destravei a porta do carro.
– Oi, meu anjo. – Lua jogou um beijo para Anie assim
que entrou no carro. – Oi, Katherine. Vocês parecem animadas. – Notou.
– Até demais. – Falei.
– Oi, mamãe. – Anie retribuiu o beijo.
– Oi, tia Luh.
– Por que você queria falar com a Grace? – Ela colocou
o cinto de segurança.
– Por que você não fala assim comigo?
– O quê? – Lua franziu o cenho e me encarou sem
entender nada.
– Tipo “Oi, meu amor. Oi, querido.”?
– Ai, Arthur. Eu já falei com você mais cedo.
– Não assim...
– É sério?
– Por que você acha que eu estou brincando?
– Porque é você, Arthur. – Disse óbvia.
– Hum... – Me inclinei para lhe dar um beijo na
bochecha. – Mas eu falo sério. Você não melhorou nenhum pouco?
– Não. Só quero chegar em casa e deitar. – Lua deitou
um pouco o banco do carro.
– Você almoçou?
– Bem pouco.
– Quer alguma coisa especial para o jantar?
– Não quero nem jantar, Arthur.
– Mas tem que se alimentar, Luh. Já falamos muitas
vezes sobre isso.
– Eu sei. Não quero voltar a falar de novo.
– Então é só você se alimentar. – Dei uma piscadela.
– Responde a minha a pergunta.
– John sumiu e esqueceu a Kathe na escola. Basicamente
foi isso.
– Mas você avisou alguém? – Me indagou
preocupada.
– Claro, Luh. Como você acha que eu saí da
escola com ela? Grace ficou de avisar o John.
– Papai.
– Oi, filha. – Respondi.
– A gente pode comprar cookies de gotas de
chocolate?
– Sua mãe é quem vai responder.
– Por que você sempre faz isso, Arthur?
– Ora, porque você já sabe a minha resposta.
– E você a minha, seu engraçadinho.
– A senhora deixa então, mamãe?
– Só se vocês duas jantarem sem discussões.
– Tá ok, mamãe.
– Tá bom, tia Luh.
– Então parece que as irão comer cookies. – Lua
deu uma piscadela para as pequenas.
– Obrigada, mamãe.
– De nada, meu anjo.
– Você não vai querer nada de doces?
– Nem posso comer doces, Arthur. – Lua pegou o
celular.
– Não em grande quantidade. – Lhe lembrei. –
Sabe, estive pensando... podíamos ir a Brighton esse fim de semana. Vamos
amanhã cedo e voltamos no domingo a tarde. O que você acha? Estamos no verão,
vamos aproveitar bastante e você vai gostar, tenho certeza.
– Me soou tão persuasivo. Você sabe que tem
poder para isso, não é mesmo?
– Com você às vezes até funciona. – Respondi. –
E aí? – Insisti.
– Posso considerar.
– Aah, Luh... é simples. É sim ou não.
– Vou considerar. Já falei. – Disse sem me
olhar. – Meu pai falou com você hoje?
– Não. Aliás, não vi nenhuma ligação dele. –
Estacionei em frente a doceria. – Vocês querem vir?
– Siiiiiiiiiiiiim! – As duas responderam
juntas.
Pov Lua
– Só não
demora, Arthur. – Talvez eu só estivesse um pouco manhosa. Só um pouco talvez.
– Nem vai dar tempo de sentir saudades, loira. –
Garantiu e pegou a carteira. Tirou as duas crianças do carro e os três entraram
na loja.
Fiquei sozinha no carro e retornei a ligação do
meu pai. Não sei o que ele quer, mas vou ter que me controlar bastante para não
contar a novidade.
Ligação
ON
– Oi, pai. Eu só vi a sua ligação agora. Estava
no trabalho... – Me justifiquei. –
Aconteceu alguma coisa?
– Oi, meu amor. Não, filha. Está tudo bem. Eu
só liguei porque fazem alguns dias que não tenho notícias suas.
– Eu estou bem. Na verdade, estamos todos bem.
É que está uma correria, coisas do trabalho mesmo. – Não é mentira, mas também
não é toda a verdade.
– Eu pensei nisso, mas queria realmente saber
por você mesmo se estava tudo bem. Que bom que está! E Anie, ainda está na
escola?
– Não. – Ri. – Ela saiu mais cedo. Semana de
prova antes das férias de verão. Inclusive, estou aqui na frente de uma
doceria. Arthur não teve o que inventar e se responsabilizou por ficar com a
Katherine, filha do John, esse fim de semana. O senhor deve imaginar a bagunça
que virará a minha casa. – Contei enquanto olhava através do vidro da janela do
carro se eles já estavam vindo. Meu pai riu alto.
– É a cara do Arthur fazer esse tipo de coisa.
– Pois é, como se ele e Anie já não me dessem
trabalho suficiente.
– É só um fim de semana, querida. Vai passar
tão rápido que você sentirá saudades das pequenas.
– Eu não tenho tanta certeza. Arthur quer ir a
Brighton. Disse que será mais divertido. Ele está bem convicto disso.
– Parece ser uma boa ideia. Você precisa parar
de pensar que vai dar algo errado, assim aproveitará mais. Que tal?
– Eu ainda não sei. Disse para ele que ia
considerar... e o senhor devia me ajudar, pai. – Ressaltei.
– Mas eu estou te ajudando.
– Não ficando do lado dele sempre.
– Filha, não é bem assim. Você está fazendo
drama. – Meu pai riu de mim.
– Vamos ser realistas, pai. O seu lado é cem
por cento do lado do Arthur.
– Hahahaha... Ai, Lua. Você está visivelmente
enciumada, filha.
– Nenhum pouco. – Pontuei. – Mas enfim, fiquei
de pensar, então ainda vou pensar. Mudando de assunto, e como a mamãe está?
– Está bem. Quer falar com ela?
– Não. Não precisa. Também pensei que poderíamos
ir fazer uma visita. Mas como as coisas entre ela e o Arthur ainda estão
estremecidas, eu prefiro que evitemos mais atritos.
– Mas você sabe que sempre serão bem-vindos
aqui, filha.
– Eu sei. Mas não quero que briguemos mais. As
coisas entre eu e ele ora parecem resolvidas e ora não.
– Pensei que estivessem bem.
– E estamos. Mas têm momentos que parece que
não resolvemos nada. – Desabafei. – Não são mais como as discussões de
antigamente. Parece que nos tornamos outra pessoa depois da separação.
– Vocês não são mais os mesmos, querida. E isso
não pode ser tão ruim. Você quer me contar mais alguma coisa?
– Não. – Respondi automaticamente. Como ele
sabe que eu quero sim? Perguntei para mim mesmo.
– Vou acreditar. – Disse, embora seu tom
transparecesse outra coisa.
– É sério, pai. – Afirmei, embora fosse cada
vez mais difícil mentir para o meu pai.
– Tudo bem, querida. – Ele soltou um riso
baixo. – Se você acha que já falamos tudo, eu vou desligar.
– Ok, pai. Eu ligo mais tarde. Pode ser?
– A hora que quiser, filha. Você já sabe disso.
Diga ao Arthur que deixei um abraço. E dê um beijo em Anie por mim. Amo vocês.
– Amamos você também papai.
– Um beijo, meu amor. Decida aproveitar a
viagem. – Me lembrou.
– Eu já disse que vou pensar, pai. – Ri. – Um
beijo.
Ligação
OF
– Você disse que nem daria tempo de sentir
saudade. – Reclamei fazendo bico.
–
Hahaha... Essas semanas notei que você também fica engraçada quando faz
drama. – Me disse e colocou o cinto de segurança nas meninas.
– Não estou fazendo drama. Por que todos estão
me dizendo isso? – Questionei enquanto Arthur sentava no banco do motorista do
meu lado.
– Todos – ele frisou – então mais
pessoas também notaram. Você vai me dizer quem?
– O meu pai! – Respondi e Arthur riu alto.
– Está vendo como eu não estou errado?
– Tááá... como se vocês fossem os dois únicos
certos da face da terra. – Revirei os olhos.
– Ciumentaaaa! E nem tente dizer ao contrário.
– Eu não vou dizer é nada. – Pontuei. Olhei
para o banco de trás. – E aí, compraram os cookies?
– SIIM! – As duas responderam juntas.
– Meu papai comprou muitos.
– Muitos? – Enfatizei e olhei para o
Arthur que se fazia de desentendido ao meu lado.
– De vários sabores. – Katherine completou.
– Bom saber. – Voltei para a minha posição
anterior. – Falei com o meu pai.
– Imaginei... – disse por conta do que falei há
alguns minutos – e aí, está tudo bem?
– Está. Ele ligou porque fazia alguns dias que
não nos falávamos. Ele ficou preocupado.
– Você contou para ele?
– Não.
Na verdade, é difícil esconder...
– Se você quiser contar, sabe que por mim não
há problemas.
– Ainda não quero contar para mais ninguém.
– Tudo bem. – Arthur sorriu sem mostrar os
dentes.
– Você comprou alguma coisa para mim? – Olhei
para as sacolas que ele tinha trazido.
– Pois eu bem que adivinhei que você me faria
essa pergunta. – Ele me olhou brevemente e depois voltou a atenção para o
trânsito a nossa frente.
– E o que você comprou? – Indaguei curiosa.
– Está aí na sacola.
– Tudo para mim? – Abri um sorriso ao ver cinco
potes de doces. Não consegui identifica-los logo de cara.
– Não. – Arthur riu e eu torci o lábio
inferior. – Quando eu falo que é mimada, você não acredita. – Comentou. – São
dois para você.
– E três para você? – Meu tom de voz saiu um
pouco revoltado.
– Ei, lembra que você disse que não queria
nada? – Recordou.
– Mas você sabia que eu queria. – Me defendi.
– Os três não são para mim. Pode ficar
tranquila.
– E são para quem?
– Você já viu os teus? São novidades. Acho que
você vai gostar.
– De geleia de morango... é uma torta?
– Sim, esse de geleia de morango. E esse outro
é um bolo com recheio e cobertura de maracujá. – Arthur acrescentou.
– Obrigada! – Sim. Eu fiquei bem contente. –
Sabia que a minha vontade é te beijar?
– Eu ia amar. Você pode fazer isso quando chegarmos
em casa. – Ele deu uma piscadela.
– Você já leva para o outro lado...
– Hahaha... o que mais eu posso pensar, loira?
– Eu não imaginava que o trânsito estaria tão
caótico. – Mudei de assunto.
– É sexta-feira, Lua.
– Mas ainda nem são seis horas. – Falei depois
de olhar para o relógio.
– Pensou sobre Brighton?
– Ainda não.
– O que é tão difícil?
– Não falei que é difícil.
– Lua, é só um fim de semana.
– Arthur, você sabe as minhas condições.
– Tááá... um pacote de hormônios e chatice.
– Nem você suporta, Arthur. Por que quer
viajar?
– Como não? Sempre estou com você.
– Você é gentil porque é o meu marido.
– E você tá dizendo que eu finjo que sou
gentil?
– Não. Só que às vezes parece que é uma
obrigação.
– Eu não enxergo dessa forma, loira. Sou gentil
porque eu te amo. Isso não é o suficiente? Por que estamos tendo essa
discussão?
– Você quem começou. – Dei de ombros.
– Realmente é complicado entender vocês.
– Ai, Arthur, não começa! – Pedi.
– Só porque você está grávida. –
Sussurrou a última palavra.
– Salva por isso?
– Sim... até os próximos cinco meses.
– Você acredita que já vou entrar para o quarto
mês?
– É mais difícil acreditar na gravidez em si. –
Confessou e eu olhei para o banco de trás. – Elas nem estão dando atenção para
a nossa conversa.
Chegamos em casa e nunca o trajeto pareceu tão
longe e cansativo. Anie já tinha começado a reclamar. E Katherine só não tinha feito
o mesmo porque não éramos os pais dela.
– Pronto. Para que tanta agonia?
– É que eu quero fazer xixi. – Arthur saiu do
carro e foi tirar o cinto de segurança das meninas.
– Mas não precisa ser tão chata assim. – Arthur
ajudou Anie descer do carro.
– Eu não sou chata. – A pequena retrucou.
– Sem correr! – Pedi, mas foi em vão. Porque as
duas entraram em casa correndo.
– Você não me disse para quem são os outros
doces.
– O de chocolate é meu e eu trouxe os outros
para a Carla e a Carol. – Arthur riu com a minha reação. – Achou que eu fosse
comer escondido é?
– Não é o tipo de coisa que eu penso que você
faria.
– Pensou certo então. – Ligou o alarme do
carro.
– Sabe, é por isso que as pessoas gostam tanto
de você.
– Por que eu compro doces?
– Não. – Ele abriu a porta para mim. – Porque
você pensa em todo mundo. – Completei, mas Arthur não disse nada. – O que foi?
– Espero que isso seja bom. – Arthur
gentilmente me deu um beijo nos cabelos.
– Parece que você ficou pensativo... triste...
– Não é nada disso. Você quer tomar banho
comigo?
– Que convite tentador. – O abracei e passei
uma das mãos pelas suas costas, por baixo da camisa. – Será que eu vou aceitar?
– Uuuhm... – Arthur me puxou para mais perto. –
Deixa eu ver aqui... – Sorriu antes de roçar os lábios nos meus. Mordi
levemente seu lábio inferior e Arthur intensificou o beijo. – Acho que a
resposta é sim.
– Eu também acho. – Sussurrei e Arthur sorriu.
– Eu te amo tanto.
– Por que você ficou assim de repente?
– Eu sou assim, neném. – Ele me deu um selinho.
– Vou levar os doces para as meninas. Ou você
mesmo quer ir entregar?
– Pode levar. Vou te esperar no quarto.
– Certo. Não vou demorar. – Respondi.
Arthur subiu para o quarto e eu caminhei até a cozinha.
Anie e Katherine estavam tagarelando sem parar.
– Olá, meninas. Eu ia contar da nossa nova
hóspede, mas pelo visto, vocês já viram.
– Não só vimos, como ouvimos. E falam, hein?
– Falei disso com o Arthur. – Ri.
– Mas é porque a gente tem um monte de
novidades, não é Kathe?
– Cheias de novidades. – Pontuei. – Tudo bem. –
Concordei. – E olhem aqui o que Arthur comprou. A torta de morango e o bolo de
maracujá são meus, o de chocolate é dele e esses dois ele comprou para vocês.
Espero que gostem. Ele disse que são sabores novos.
– Obrigada, Luh. Deve ser uma delícia.
– Obrigada. – Carol agradeceu pegando o pote de
bolo de framboesa. – Eu nunca provei desse.
– Vou tomar um banho e depois vou provar o meu
de maracujá. Minha boca está salivando.
– E a gente vai comer os nossos cookies.
– Só depois do banho. Carol, Anie tem umas
calcinhas novas, você pega uma dessas, tá?
– Tá bom, Lua.
– O pijama você deixa que elas escolhem.
– Vamos para o banho? – Carol convidou.
– Depois de um desenho? – Anie mostrou o dedo
indicador.
– Não. Agora dona Anie e Katherine. – Mandei. E
as duas subiram a escada correndo. – Parece que não sabem andar, só correr.
– Vai ser o fim de semana todo nessa correria.
– E eu não sei?! – Concordei e subi a escada
atrás dela e Carol ao meu lado.
Quando cheguei ao quarto, Arthur estava só de
calça comprida sentado na cama e mexia no celular.
– Pensei que só fosse levar os doces na
cozinha. – Comentou.
– E eu pensei que você já tivesse tomado banho.
– Hahaha pensou em fugir foi?
– Eu não. – Respondi e tirei meus sapatos. –
Você pegou a minha bolsa?
– Ficou no carro, Luh. Minha mãe ligou.
– E aí?
– Quer conversar pessoalmente. Perguntei se
estava tudo bem e ela disse que sim.
– Mas será mesmo? Pra ela falar que quer
conversar pessoalmente. Fiquei preocupada agora. O que você disse?
– Que eu não sabia se daria para ir esses dias.
Que ia falar com você antes.
– Amor, você sabe que eu não vou te impedir.
– Não quero deixar você aqui.
– Eu não vou estar sozinha, Arthur. Você sabe
disso.
– Mas não é a mesma coisa. – Pontuou. – Ainda mais agora com você grávida.
– Arthur, eu estou bem. Só os enjoos e a
tontura que volta e meia atacam, mas fora isso, está tudo bem. – Me aproximei
dele e sentei do seu lado. – Sei lá, sua mãe não é de ligar assim e nem de
fazer esse tipo de pedido. Deve ser algo urgente e sério.
– Fiquei pensativo também. Mas não é algo que
eu quero que você se preocupe. Vou ligar para ela amanhã novamente e se ela não
me contar, o jeito vai ser eu ir até lá mesmo.
– Anie poderá ir com você. Ela já vai estar de
férias.
– E se você precisar de mim? Sempre acontece
alguma coisa quando estou longe. – Arthur disse preocupado.
– Não vai acontecer nada. Prometo me comportar
e tomar todos os cuidados. – Garanti e Arthur me encarou.
– Pensei que já fizesse isso antes.
– Ainda mais agora. – Deixei claro. – Você
confia em mim?
– É claro que eu confio, Lua. A questão não é
essa.
– Você precisa relaxar. Ficar menos preocupado.
Não é exatamente isso que você me pede?
– E você fica? – Ele ergueu uma sobrancelha
enquanto me encarava.
– É diferente...
– Diferente por quê? Se você não estivesse
grávida, seria mais fácil ir com a Anie e você ficar aqui. Embora eu sempre
prefira que você vá comigo também.
– Eu sei, amor.
– Sempre acontece alguma coisa, especialmente
quando você está assim. Vou me sentir culpado se acontecer algo e eu não
estiver por perto. Se você precisar de mim e eu não estiver aqui igual das
outras vezes.
– Você já foi mais otimista. Quando foi que
ficou assim? Agora sempre espera o pior de tudo. – Lhe dei um leve
empurrãozinho.
– Estou com medo, Lua. Com medo e preocupado. É
por isso... – Confessou, embora eu já soubesse.
– Às vezes me sinto culpada. Não gosto de ver
você assim. Queria que estivéssemos bem de verdade e não com a sensação de
estar pisando em ovos na maior parte do tempo. Você era a pessoa mais otimista
e corajosa que eu já conheci na vida.
– Eu te amo, Lua e tenho muito, muito medo de
te perder. Eu não disse aquelas coisas porque queria que você se culpasse. Não
quero que você se culpe e eu também não quero pisar em ovos com você. Sei que a
sensação é horrível e que estamos fazendo isso desde que voltamos e ainda mais,
desde quando você me contou sobre a gravidez.
– Sei que não posso te cobrar nada. E é por
isso que às vezes eu prefiro ficar quieta e calada. Porque sei que se eu falar,
vamos brigar e não tem necessidade disso acontecer.
– Quero o tempo inteiro que vocês dois estejam
bem. Sei que não faço muitas perguntas, a não ser nas consultas, ou até mesmo, não
ajo como foi na vez da gravidez da Anie, mas pode ter certeza de que não tenho
nenhum sentimento negativo ligado ao bebê e muito menos a você. E nenhum
arrependimento. Já falamos sobre isso, de que fizemos algo que os dois queriam.
Não me arrependo de nada do que aconteceu naquele dia, Lua. Foi nosso aniversário
de casamento. Foi um dia muito especial para mim e sei que foi para você
também. – Arthur segurou uma das minhas mãos e depositou um beijo no dorso
dela.
– Você casaria comigo se soubesse que
passaríamos por tudo isso?
– Sem pensar duas vezes, loira. – Ele me olhou
extremamente emocionado. – E você? – Sussurrou.
– Eu também casaria. – Sussurrei de volta. – Eu
amo você. Amo até quando você faz questão de que eu cogite pensar ao contrário.
– Completei e nós dois sorrimos. Arthur sabe que por muitas vezes é
extremamente irritante e insuportável.
– Então estamos conversados. Amo você. Amo a
nossa filha. Amo esse novo bebê que estou muito ansioso para saber o sexo. Amo
a nossa família. – Me disse sem desviar o olhar do meu.
– Eu sei que você quer um menininho, Arthur. –
Falei e ele riu.
– Isso não importa mais, Luh. Eu já falei. Só
estou muito ansioso para saber o que é e não porque eu quero mais um do que o
outro.
– Tá, eu vou acreditar.
– É sério. – Arthur me abraçou de lado. – Eu
não quero te ver triste por isso. Não quero te ver triste por nada, na verdade.
Vou tentar ficar menos preocupado, pode ser?
– Já é um começo.
– Pois é, nós dois podemos tentar fazer alguma
coisa, que tal? Você parar de se culpar e eu parar mais com esse excesso de
preocupação, o que você acha?
– Parece um acordo saudável. – Sorri.
– Então me dar um beijo. – Pediu e eu voltei a
sorri.
– Você já pediu muitos beijos hoje.
– Não foram só beijos – encostou os lábios nos
meus – me lembro de ter te convidado para tomar banho comigo.
– Me lembro de ter aceitado. – Falei antes de
beijá-lo.
– E por que ainda estamos aqui?
– Porque, especialmente, hoje você quis muito
conversar.
– Uuuhm... é importante. – Arthur começou a
depositar beijos no meu pescoço e a descer a manga da minha blusa. – Estou
torcendo para que você não me peça para parar.
– Por que eu faria uma coisa dessa?
– Haha... – Ele terminou de tirar a minha blusa
e me encarou. – Conheço a mulher que tenho.
Arthur abriu o fecho do meu sutiã. É a primeira
vez, desde a consulta no começo da semana, que trocamos carícias que certamente
nos levarão para a cama ou algum lugar do quarto ou do banheiro. Não estou
achando ruim, mas estou com receio de que Arthur decida parar a qualquer
momento. Sei que ele fica muito preocupado com a possibilidade de que aconteça
algo comigo ou com o bebê. Mesmo eu sempre afirmando que está tudo bem.
Nos levantamos da cama e eu entendi que, com
certeza, vamos parar sem roupa de baixo do chuveiro. Enquanto Arthur tirava a roupa,
eu abri o botão da minha calça comprida e a tirei.
– Estamos parecendo dois adolescentes. –
Comentou divertido. – Você parece nervosa. – Notou.
– Estou pensando que você vai pedir para
paramos a qualquer momento e eu vou ficar muito frustrada e chateada.
– Eu não quero parar nada. – Confessou e me
puxou para mais perto. – Se estiver tudo bem.
– Está. – Respondi rapidamente.
Entramos no banheiro e eu sorri me recordando
das muitas vezes que usamos a bancada da pia, a banheira, o box... sei que
dessa vez será com todo o cuidado que Arthur puder tomar. Ele vai me lembrar
disso o tempo todo.
– Vou confessar que estou com muita saudade e
muito ansioso.
– Foi você quem quis esperar tanto assim... –
Lembrei.
– Engraçadinha. – Ele riu contra o meu pescoço.
– Vou ser bem cuidadoso. – Contou.
– Eu já desconfiava disso.
Senti minhas costas esbarrarem na bancada da
pia. Arthur apoiou suas mãos na bancada e voltou a me beijar. Arranhei suas
costas e depois levei uma das mãos até sua nuca e massageei enquanto
intensificávamos o beijo. Soltei um gemido baixo quando Arthur pressionou o
corpo contra o meu e apertou um dos meus seios. Meus pelos se eriçavam quando
suas mãos ora me apertavam, ora me acariciavam.
– Tudo bem? – Ouvi sua voz sussurrar no meu
ouvido. Meus olhos estavam fechados e meus lábios entreabertos. Arthur
intercalava os beijos entre o meu pescoço, lábios e seios.
– Eu não poderia... me sentir... melhor... –
Respondi baixo abrindo os meus olhos. Senti seus lábios percorrerem do meu
pescoço até os meus seios e abaixei o meu rosto para olhá-lo.
– Acho que pode sim.
Sua voz está rouca e ele desceu os beijos pela
minha barriga até chegar lá. Fechei os meus olhos com força e puxei seus
cabelos. Arthur começou a fazer movimentos circulares com a ponta da língua e
eu quase gritei. Me controlei ao máximo para que ninguém ouvisse o que nós dois
estamos fazendo. Embora seja normal entre qualquer casal. Eu não conseguia
abrir os meus olhos. Era como se eu estivesse tão fraca ao ponto de não
conseguir fazer essa coisa tão simples. Minhas mãos não paravam. Ora
massageavam a nuca dele, ora puxavam seus cabelos. Meu corpo está dando sinais
de que o clímax está próximo. Minhas pernas estão começando a ficar trêmulas e
meu corpo ainda mais quente. Sinto a respiração ofegante do Arthur e isso só
faz com que eu fique ainda mais excitada.
Espero que Arthur queira repetir, mesmo que
ainda estejamos só no começo. Como ele conseguiu se controlar tanto? Eu já
estava prestes a subir pelas paredes. Não quero ficar mais tanto tempo sem
sexo. Já basta a abstinência que passamos quando nos separamos. Por que eu
estou me recordando disso? Balancei a cabeça e respirei fundo. Minha boca não
me obedeceu e eu soltei um algum murmúrio que não me recordo se foi alto ou
baixo.
Arthur trilhou o caminho de volta até os meus
lábios e eu o apertei contra mim. Ele soltou um riso contra o meu pescoço e eu
me arrepiei.
– Eu pensei que o apressado fosse eu. – Sussurrou.
– Você tá fazendo de propósito?
– Claro que não. – Ele riu outra vez, mas agora
me encarava. – Tudo bem?
– Eu já disse que sim. – Espalmei minhas mãos em
seus ombros. – Você tá nervoso? – Agora foi a minha vez de ri. Arthur negou com
um balançar de cabeça.
– Ansioso. Já queria ter feito isso bem antes.
– Nem vou te lembrar o porque de estarmos aqui
só agora. – Comentei.
– Por sua causa. – Pontuou. – Não se faça de
desentendida. – Puxou os meus cabelos sensualmente. Soltei um gemido e Arthur
subiu beijos do meu pescoço até meu ouvido. – Agora que você vai gemer com
vontade. – Sussurrou. É o que eu mais quero. Pensei mentalmente.
Mal senti Arthur me suspender e me sentar sobre
a bancada da pia. Talvez tenha sido bem no momento em do meu pensamento
indecente. Hora propícia levando em conta o que faremos a seguir.
– Eu não vou ficar chateado se por ventura você
me pedir para parar a qualquer momento. – Me avisou.
– Nem de longe essa palavra passa pela minha
cabeça. – Confessei e Arthur me olhou.
– Eu sei. Nunca passa. – Me lembrou.
Nos unimos e eu não consegui pensar em mais
nada que não fosse: por favor, não para. Nossos lábios se encontraram e
era como se não fizéssemos isso há mais tempo do que a realidade. Fechei os meus
olhos sentindo os movimentos lentos e certeiros que Arthur fazia questão de deixar
bem marcados. Como se fosse eu quem tivesse de lembrar o porque da demora.
E como eu já imaginava, ele seguia cuidadoso, mas
sabendo exatamente como me deixar ainda mais excitada e me satisfazer na mesma
proporção.
Envolvi sua cintura com as minhas pernas enquanto
nossos corpos leve e lentamente se tocavam e se afastavam. Senti falta dos
nossos momentos íntimos, mesmo tendo Arthur todos os dias ao meu lado. Na minha
cabeça a frase: vai mais rápido, Arthur. Não se afastava dos meus
pensamentos. Embora eu saiba que ele não acelerará os movimentos, um pouquinho
mais rápido não fará a nenhum de nós dois.
– Só um pouquinho mais rápido. – Meus
pensamentos saíram em forma de palavras pela minha boca. Não consegui evitar.
– Eu já esperava por esse... pedido. – Arthur encostou
a testa na minha. – Você não é do tipo... que curte essa calmaria... mas vai ter...
vai ter que aguentar pelos próximos... meses... – Não me controlei e arranhei
com força as suas costas. Ele não precisava me lembrar disso. – Eu gosto de um sexo
selvagem.
– Você me faz ficar irritada na mesma intensidade
com que me deixa à beira...
– À beira? Só isso? – Sim. Ele deu duas
estocadas, fortes, diga-se de passagem. Eu não estava esperando, já que ele
seguia com todo autocontrole. – Pensei
que transbordasse, atingisse, tocasse... – As palavras sussurradas faziam meus
pelos eriçarem.
– Ar-thur... – Não consegui dizer mais
nada. Apenas fechei os meus olhos e senti as mãos de Arthur segurar as minhas
costas.
– Acho que alguém deve rever os seus conceitos...
O que você... me diz? – Sua voz está carregada de provocações e esse é um jogo
que, no meu estado atual, eu perco facilzinho. Senti os seus lábios tocarem
novamente um dos meus seios. Eu não tinha nem forças para abrir os meus olhos. –
Lua, você ainda consegue falar? – Levantou o olhar e me encarou.
Safado. Safado. Safado.
Eu não conseguia falar, mas sabia muito bem
arranhar e ele sentia isso a cada provocação.
– Gosto da minha pele, querida. – Disse e se
afastou. – Uma das minhas visões preferidas.
– Pensei que fosse a única. – Retruquei.
– Não seja presunçosa. – Ele colocou alguns de
fios dos meus cabelos atrás da minha orelha. – Eu te amo.
– Eu também. Mais ainda quando você para de me provocar.
– Coisa mais linda. – Ele voltou a se aproximar.
– Eu estava morrendo de saudades. – Contou.
– Eu também. – Afirmei. – Muita. Muita. Muita. –
Acrescentei. – Podemos repetir?
– Agora sempre que você quiser. – Ele respondeu
e se afastou um pouco.
– Então, por que você está se afastando.
– Hahaha... você está insaciável, é isso?
– Com
certeza. Olha a abstinência que você nos forçou a ter.
– De sexo.
– Você é mal.
– Não
foi o que você gemeu. Ou não se lembra?
– Modesto. – Revirei os olhos.
– Sempre que você se esquece. – Completou e me
segurou pela cintura. – Vamos terminar nosso banho.
– No banho? – Indaguei e Arthur riu.
– Debaixo do chuveiro. – Pontuou.
– Confesso que não esperava assim tão rápido. Mas
não acho nenhum pouco ruim. – Arthur me pôs no chão.
– Eu imagino que não. – Ele me abraçou por trás
e não chegamos até o chuveiro. Ficamos no caminho mesmo.
*
– Me parece que alguém quer dormir... – Arthur
comentou vendo que Katherine cochilava no sofá ao lado. Anie seguia ligada no
duzentos e vinte. Não a vi bocejar nenhum instante.
– Minha pergunta é quando a sua filha vai querer
fazer o mesmo também. – Estiquei minhas pernas. – Porque eu estou quase
dormindo e ela segue ligada aí. Não sei onde encontra tanta disposição.
– Que reclamona. Achei que seu humor fosse
melhorar... Essas marcas nas minhas costas têm que valerem a pena. – Brincou.
– Foram poucas perto das vontades que você me
fez passar...
– Vingativa. – Ele sussurrou e voltou o olhar
para a nossa filha. – Vamos dormir, querida? Parece que a sua amiguinha está
exausta.
– Ééé... palece mesmo. Então vamos. Amanhã a
gente brinca mais, não é?
– É isso aí. Terão o final de semana inteiro. –
Arthur lembrou e só de pensar, eu já me sentia cansada. – Vamos, loira?
– Vamos. Vem, Kathe. Vamos dormir.
– Eu vou dormir aonde, tia Lua?
– No quarto com a Anie, querida.
– Minha cama tem duas camas, Kathe. Cabe nós
duas. – Anie explicou do jeitinho dela. Sorri.
– Vamos subir. Vou pegar uma escova para você escovar
os dentes.
– A minha ficou em casa.
– Tudo bem, querida. Tem uma nova aqui. Eu só
preciso achar. – Falei indo para o quarto.
– Papai! – Ouvi Anie chama-lo.
– Oi, filha.
– Viu o nosso pijama?
– Sim. Doces. É bem a cara de vocês duas mesmo.
– A senhora viu também, mamãe?
– Vi. Agora vocês vão querer vestir roupas
combinando é?
– É. Acho que sim. – Katherine disse divertida e
isso nos fez rir também.
– Vem. Olha aqui a escova. Arthur vai ajudar
vocês com o creme dental.
– Tá. – As duas correram para o banheiro.
– Parece que não sabem andar. – Balancei a cabeça.
– Vou arrumar a cama.
Fui até o guarda-roupa pegar um lençol para
Katherine. Mais cedo Carol já tinha trocado a colcha e a fronha.
– Estranhei que John não ligou.
– O seu pai?
– O pai da Kathe, Arthur.
– Aaah... eles confiam na gente, Luh. – Arthur
deu uma piscadela.
– Eu teria ligado.
– Você liga até quando ela sai com a Soph,
querida. – Ele riu.
– Só não mais que você. – Retruquei e Arthur me
mostrou a língua. – Que malcriado.
– Deixa que puxo.
– Eu consigo, Arthur.
– Você já fez muito esforço hoje. – Lembrou e
eu lhe dei um tapinha no ombro.
– Já escovaram os dentes?
– Já.
– Deixa eu ver se escovaram direitinho. – Pedi
e as duas me mostraram os dentinhos. – Muito bem. – Pontuei. – Agora vamos dormir.
– A senhora vai dormir com a gente, tia Lua?
– Não, meu anjo. Mas vamos ficar aqui até vocês
dormirem, ok?
– Querem que a gente leia uma historinha?
– SIIM! – As duas exclamaram.
– Então escolham o livro.
Ficamos esperando elas decidirem qual história
queriam escutar antes de dormir.
Continua...
SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.
N/A: Olá! Boa madrugada e Feliz 2022! Que seja um ano extraordinário e que cada uma de
vocês que ainda seguem aqui firmes e fortes – esperando o final dessa história –
consiga realizar os seus sonhos e alcançar os seus objetivos. Que vocês e suas
famílias tenham saúde e continuem se cuidando.
Eu não
queria e nem podia deixar vocês sem essa atualização. Eu gostaria de ter
escrito um capítulo beeeem maior. Mas resolvi adiantar logo e com o desejo de bem
em breve trazer a continuação para vocês. Não queria ter demorado tanto tempo
assim. Mas vocês já sabem os meus motivos e sou MUITO GRATA pela compreensão
que vocês têm comigo. De verdade. De todo o meu coração.
E de
coração eu também espero que tenham gostado do capítulo. Aguardo ansiosa cada comentário
de vocês.
No mais,
espero que todas estejam bem. Sei que ficaram surpresas com esse capítulo
hahaha uma surpresa boa, não é mesmo? Assim espero.
Feliz Ano Novo.
Saúde. Saúde. Saúde
Um beijo e até breve.
Que saudades eu tavaaaaaa����, amei a capítulo Tava tão ansiosa a espera valeu a pena
ResponderExcluirTava com muita muita sdd��������
ResponderExcluirQue saudades eu tavaaaaaa
ResponderExcluirQue capítulo lindo essa história que boa demais sempre estava com saudades de um capítulo feliz ano novo Milly
ResponderExcluirQuanto e o proximo capitulo?
ResponderExcluirSou apaixonada nessa história, fico super feliz quando tem capítulo novo
ResponderExcluirEstava com saudades dessa família ansiosa para os próximos capítulos, e quando é que eles vao falar pra família do novo baby.
ResponderExcluirQuando è o próximo capítulo ansiosa
ResponderExcluirNossa que vontade de uma atualização nova.
ResponderExcluirData de uma nova atualização
ResponderExcluirNão demore com a atualização
ResponderExcluirQuero o primeiro capítulo do ano poooor favoooor
ResponderExcluirQuando vai ser a próxima atualização
ResponderExcluirVai ter mas não é atualização??? Saudades
ResponderExcluirEra bom um atualização esse final se semana
ResponderExcluirPoxa gente nenhuma novidade em relação ao a atualização??
ResponderExcluirPoxa ��
Poxa não tem mas atualização
ResponderExcluirAtualização autora tenha pena da gente
ResponderExcluirQue saudade
ResponderExcluirUma atualização urgente
ResponderExcluirNao demora na atualização
ResponderExcluirPoxa que saudades dessa web
ResponderExcluirNão vai ter mas?
ResponderExcluirNão vai ter mais atualização?🥺
ResponderExcluirBoa noite! Terá sim, gente! É que no momento estou completamente sem tempo para escrever e postar os capítulos. Eu já falei os motivos várias vezes: meus estudos e meu trabalho. Estou fazendo meu último estágio e depois tenho terminar meu TCC. Eu até comecei a escrever o próximo cap. mas é de pouquinho em porquinho
ExcluirNão consigo escrever assim direto igual ao início da fic, pois tenho outras responsabilidades. Mas irei finalizar a fic, podem acreditar.
ExcluirAnsiosa
ExcluirAnsiosa para uma atualização
ResponderExcluirPor favor não finaliza o fanfic agora não posta muitos cap
ResponderExcluirEu quero uma atualização logo
ResponderExcluirPor favor posta logo outro capítulo
ResponderExcluirAutora volta aqui
ResponderExcluirAtualização por favor autora estou com saudades
ResponderExcluirAtualização esse final de semana por favor
ResponderExcluirAutora não faz isso com a gente
ResponderExcluirPoxa q saudades dessa web
ResponderExcluirPoxaaa
ResponderExcluir