Litte Anie - Cap. 89 | 5ª Parte - Final

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Little Anie – 5ª Parte

Pov Lua

Londres | Terça-feira, 7 de março de 2017 – Manhã.

Mais uma viagem a trabalho. Os meninos tem shows marcados em Dublin, na Irlanda, amanhã e em Atlanta, na Geórgia, na sexta-feira. Eles viajarão a tarde. O voo de Londres para Dublin não é tão longo, menos de duas horas de voo. Diferente de Dublin para a Atlanta, que são mais de oito horas. Se fosse aqui de Londres, seria ainda mais longo.

Arthur ainda está dormindo. Ele arrumou a mala ontem à noite. Já fiz mil dramas, embora saiba que é o trabalho dele, eu sempre sinto uma saudade absurda. Não queria que passássemos tantos dias longe. Arthur já passou bem mais que uma semana fora fazendo shows e em viagens para divulgação das turnês. Não é nenhuma novidade, mas eu sinto falta dele e isso nunca vai mudar.

Eu preciso levantar, pois tenho trabalho daqui a pouco. Vou sentir falta quando chegar e não o ver mais aqui. Especialmente, me dando um beijo e perguntando como foi o meu dia. Mesmo já sabendo todas as minhas possíveis respostas, ele nunca deixa de me perguntar. Por quatro dias não vou ter mais com quem brigar sobre a toalha molhada na cama.

Ele dorme sereno, estou com dó de acordá-lo. Mas não vou sair sem me despedir.

Amor... – Chamei baixo, tocando seu rosto com o dorso da mão. – Eu não queria te acordar, mas não vou sair sem te dar um beijo. – Acrescentei e ele sorriu, ainda de olhos fechados.
– Você vai sentir saudades, eu sei. – Disse convencido e abriu os olhos.
– É claro. Quem vai implicar comigo? Anie ainda é aprendiz. – Contei e Arthur riu mais alto ao me puxar pela cintura.
– Eu sei que você ama as minhas implicâncias. – Me deu um beijo na bochecha antes de beijar os meus lábios. – Eu também vou sentir saudades da tua chatice. Meu Deus! – Exclamou enquanto eu lhe beijava o pescoço. Acabei dando uma mordida ali. – Ooow!
– Você vai se lembrar de mim quando vê isso aqui. – Apontei onde eu tinha mordido.
– Quando eu revidar, você vai reclamar. – Me avisou e eu ri ao me afastar.
– Sabe... – Espalmei uma das mãos sobre o peito dele. – agora é de verdade, Arthur. – Pontuei.
– Antes era de mentira? – Me provocou e riu.
– Para amor. Depois você reclama que eu não sou carinhosa e blá, blá, blá... – Revirei os olhos.
– E quando foi que eu reclamei disso, loira? – Questionei. – É você quem fica falando. – Retrucou e tentou me beijar.
– O voo é só às cinco mesmo?
– Sim, baby. – Respondeu e me puxou para cima dele de novo.
– Aí chega quase sete, não é?
– É, acho que sim. Isso caso o voo não atrase. – Explicou e tirou alguns fios de cabelos que caiam sobre o meu rosto.
– Se der tempo, passa lá no escritório para me dar um beijo. – Pedi mais baixo e distribuí beijos em seu pescoço.
– Não sei se vou conseguir, Luh. – Falou depois de alguns segundo e eu mordi seu lábio inferior antes de me afastar.
– Nem uma passadinha rápida?
– Eu vou buscar Anie na escola, vou chegar umas quatro horas por aí assim. – Justificou. – Tenho que tá no aeroporto antes das cinco, você sabe.
– É, eu sei. Tudo bem. – Falei compreensiva.
– Sem fazer essa carinha, loira.
– É sério. Eu entendo, Arthur. – Afirmei e ele sorriu de lado.
– Me dá um beijo. Vamos aproveitar esse tempinho que ainda temos antes de você sair correndo para ir tomar banho e sair para o trabalho. – Sorriu ao narrar os meus próximos passos. Mesmo que eu acorde cedo, eu sempre acabo correndo para ir tomar banho para não me atrasar para o trabalho.
– Vamos... – Me deitei sobre ele e começamos a nos beijar.

As mãos de Arthur passaram pela minha cintura e desceram até a barra da minha camisola, ele a levantou, mas não com a intenção de tirá-la, apertou o meu bumbum e puxou a lateral da minha calcinha e soltou. Sorriu entre o beijo quando eu gemi.

– Vou sentir falta disso também. Para ser sincero, sempre acabo sentindo falta de tudo. – Contou após o beijo.
– Eu também. Desde a sua atenção em saber como foi o meu dia até a ousadia que só você tem quando estamos assim. – Contei.
– Meu Deus! vou passar quatro dias sem te irritar com isso. – Arthur deu um tapa em meu bumbum. Ele SEMPRE faz isso, sobretudo, quando quer me irritar. Revirei os olhos e lhe dei um tapa no peitoral antes de me levantar.
– Não vou conseguir me preparar o suficiente para quando você voltar. – Confessei e Arthur riu alto.
– Boba! Relaxa, baby.
– Aah, vamos mudar de assunto. – Falei. – Sabe, temos que decidir sobre a festa da Anie.
– Você me diz isso faltando cinco dias?
– Exatamente. – Confirmei e depois dei de ombros. – Quem manda ela ser sua filha?
– Até parece que o indeciso sou eu. – Retrucou e eu o olhei.
– Isso não importa. – Pontuei. – Posso te mandar mensagens?
– Claro, Lua. Que pergunta!
– Ela quer da Chapeuzinho Vermelho. Você consegue imaginar a nossa filha com essa fantasia? Vai ser a coisinha mais fofa. Ainda bem que é minha filha, posso apertar o quanto quiser. – Contei entusiasmada. Arthur sorria.
– Então precisamos decidir onde será. Você quer que seja aqui? – Começou a acariciar minha coxa.
– Não. Acho que não. Provavelmente ela vai querer convidar alguns coleguinhas. Não acho legal, como eu posso dizer, outras pessoas que não convivemos, entrando e passeando pela nossa casa. Você me entende? – Perguntei com uma sobrancelha erguida e Arthur assentiu. – São muitas pessoas sabendo onde moramos. Não gosto. Por você e pela nossa filha. Acho que saber endereço já é demais. – Expliquei.
– Tudo bem, querida. Eu entendo. – Assegurou compreensivo.
– Quero pula-pula e piscina de bolinhas. Crianças se divertem com isso. É claro que não pode faltar o escorregador. Anie vai amar! – Contei com expectativas elevadíssimas.
– Então tem que ser um espaço legal e grande. – Me lembrou e eu assenti. – Pode ser em uma daquelas fazendas urbanas, o que você acha? Seria diferente. E também tem bastante espaço. O cenário combina. – Sugeriu. – Um de nós poderia se informar e vê se eles alugam para festas assim. Sei que alugam para eventos e excursões escolares. – Disse.
– É verdade. Eu posso me informar e qualquer coisa eu te aviso, certo?
– Certo, baby. – Me deu um selinho.
– Ainda vou falar com ela sobre os convidados, fora os nossos amigos, é óvbio. Ela deve chamar a Meg lá do balé. Lembra daquela garotinha?
– Sim. A única criança que Anie se deu. – Ri. – Essa garota realmente é sua filha.
– Aai, amor... – Sorri. – Pelo menos os pais dela são legais e a mãe dela não deu em cima de você. – Pontuei e ele riu alto.
– Para, Lua. Só aquela louca ruiva que ficou de graça. – Lembrou.
– Vai saber... – Comentei.
– É claro que você sabe.
– Tá, não quero falar sobre isso. – Deixei claro.
– Foi você quem começou. – Justificou e se espreguiçou. Não sei se Arthur tem consciência do quanto é sexy e gostoso. Não deveria se espreguiçar só de cueca quando eu tenho que tomar banho e ir trabalhar. – O que foi? Apreciando a vista?
– Sim. E lamentando que vou passar dias sem apreciar. – Suspirei.
– Posso te mandar fotos. – Provocou.
– Eu que não duvido. Você é sem-vergonha. – Falei.
– Aaah, Lua, você gosta. Nem vem dizer o contrário. Se eu mandar, você vai ficar com tesão. Isso não é legal, eu não vou estar aqui.
– Idiota! Até parece... – Fiz uma careta.
– Hahaha... quer mentir para mim? Eu te conheço, Luh.
– Vou comprar um vibrador. Problema resolvido! – Exclamei só para provocá-lo. Arthur riu alto.
– Essa eu queria ver. Sério mesmo! Você fica vermelha só de falar. Apesar de claro, de não ser a mesma coisa e eu ser bem melhor. É óbvio. – Disse convicto.
– Aai que convencido! Meu Deus! – Passei as mãos pelo rosto.
– Você vai comprar mesmo um vibrador? – Passou a língua nos lábios. – Eu ia gostar de ver, Lua. Evidente que, pessoalmente. – Sorriu de um jeito malicioso. Eu não podia ficar excitada agora.
– Não. Eu não vou comprar nada, Arthur. – Respondi e ele quase pulou em cima de mim.
– Eu te amo, loira. – Disse contra o meu pescoço. – Eu te amo, eu te amo, eu te amo. – Beijou os meus lábios. – Você pode pensar melhor no assunto. É excitante. – Completou antes de me dar um selinho.
– Tá. – Pontuei. – Deixa eu levantar ou vou me atrasar. – Ressaltei mudando de assunto.
– Vai lá. – Apertou levemente a minha cintura e me deu um beijo molhado no ombro.

*

– Eu criei esperanças de que você me chamaria para tomarmos banho juntos.

Arthur comentou depois que saí do banheiro. Dei uma risadinha e segui para o closet. Escolhi um vestido azul e vesti. Voltei para o quarto e Arthur ainda estava deitado.

– Não mesmo. Hoje você acordou muito saidinho. – Falei e virei de costas para ele. – Sobe o zíper, por favor. – Pedi e olhei por cima do ombro. Arthur se sentou na cama e subiu o zíper do meu vestido.
– Prontinho, loira. – Deu um leve aperto na minha cintura. – Você está maravilhosa! – Me elogiou.
– Obrigada, amor. – Sorri e Arthur me jogou um beijo.
– Vou sentir até falta de fechar o zíper das tuas roupas. – Contou entre risos.
– Eu também. Vou ter que me virar sozinha. – Lamentei. É claro que não é a coisa mais difícil do mundo.
– Boba. – Retrucou divertido. Fui colocar os meus brincos.
– Estive pensando, depois que acertamos o local da festa, eu vou ligar para os meus pais. – Falei. – E acho que eles devem vir no sábado e dormir aqui. – Acrescentei.
– Tudo bem, Lua. Eu não vejo problemas. – Disse tranquilo.
– Eu só queria te avisar mesmo, para você não ser pego de surpresa. – Esclareci.
– Tudo certo. – Afirmou. – Seria legal se a minha mãe pudesse vir de novo. Mas como ela já veio, creio que nem virá mais. – Comentou um pouco desanimado.
– Mesmo assim eu vou convidá-la. Quem sabe ela vem só porque foi eu quem convidei? – Indaguei e Arthur fez careta.
– Ai nossa! Mas é bem capaz mesmo. – Concordou. – Ainda mais que vocês são puxa-saco uma da outra. – Concluiu.
– Que audácia! – Exclamei. – Não tenho culpa se a minha sogra é gente boa comigo. – Dei de ombros.
– Isso porque ela não sabe o que você faz com o filho dela. – Provocou e se levantou da cama.
– E o que eu faço com o filho gostoso e safado dela? – Provoquei de volta e senti ele depositar um beijo no meu pescoço, depois de puxar levemente os meus cabelos para trás.
– Muitas coisas gostosas e safadas. – Sussurrou em meu ouvido e puxou os meus cabelos de maneira sexy.
– Não começa, Arthur Aguiar. – Avisei. Quando eu o chamo, também, pelo sobrenome, ele sabe que eu falo sério.
– É você quem começa a me provocar.
– Claro que não. Eu estou aqui falando o quanto eu sou bem-tratada pela minha sogra preferida. – Ressaltei.
– E por acaso você tem mais de uma sogra? – Ironizou.
– Não. E vale frisar, caso você tenha esquecido, que Laura é a minha primeira sogra. – Segurei em seu queixo. – Até aqui, óbvio.
Até aqui. – Repetiu. – Depois o engraçadinho sou eu. – Revirou os olhos.
– Não precisa se exaltar.
– Eu estou super calmo, querida. – Pontuou e eu ri. – Eu também tenho um sogro super gente boa e que me trata muito bem, obrigado.
– Isso sim a puxação de saco. – Ressaltei.
– Você fica é com ciúmes porque o seu papai sempre fica do meu lado. – Sorriu convencido ao meu provocar.
– Claro que não! – Eu não vou dar o meu braço a torcer ao admitir uma coisa dessas.
– Hahaha... pode negar à vontade. Eu conheço com quem convivo. – Deu de ombros. – Além do mais, John sabe a filha que tem. – Acrescentou.
– É você quem apronta comigo. Não vem se fazer de bom-moço, Arthur. – Deixei claro. – O meu pai que sempre quis ter um filho homem, por isso é apegado a você. – Contei.
– Queee, isso não tem nada a ver. Tem o Micael também. Você que quer arrumar uma justificativa só pra não admitir que o seu pai gosta de mim porque sou um genro legal e de boa. – Se qualificou.
– O Mika é, completamente, diferente do meu pai, Arthur. – Revirei os olhos. Ele é de boa, mas é tão de boa que não se parece nenhum um pouco com o meu pai. – Vocês que se parecem mais. É por isso que o meu pai te defende.
– Ele me defende porque confia em mim. – Pontuou.
– Então se muda pra Bibury, pronto! – Exclamei e fui pegar a minha bolsa. Arthur riu alto.
– Ciumeeeentaaa!!! Você sabe que nós dois te amamos, querida. É claro que são amores diferentes, mas mesmo assim, é amor. Muito amor, loira. – Declarou e me segurou pela cintura. – Sem ficar brava, por favor. Eu só estava te irritando. Vou sentir falta disso também. – Confessou.
– Eu só queria que você e a minha mãe fizessem as pazes e que as coisas voltassem a ser como antes. – Contei e soltei um longo suspiro.
– Eu adoraria voltar a falar com a sua mãe como era antes. Mas precisamos ter paciência e deixar as coisas fluírem naturalmente. Não adianta nada eu ou você querer forçar uma conversa. Sua mãe sabe como eu sou, Luh. Eu não preciso provar nada para ela, só para você e eu já fiz isso. – Arthur acariciou o meu rosto e me deu um selinho.
– Eu sei. – Apertei os lábios. Estamos bem. Tão bem como nunca estivemos antes. Faz tanto tempo que não discutimos, que nem consigo me lembrar quando foi a última vez. Não quero que seja hoje. – Tudo bem. – Acrescentei. – Quero que tenha uma boa viagem. Se cuida, tá? – O abracei. – E, principalmente...
– Já até imagino. – Arthur me interrompeu com ar brincalhão.
– É claro que imagina, mas não custa nada eu repetir todas as vezes. – Retruquei e ele continuou com o ar brincalhão. – Se comporta, Arthur. eu não quero ter surpresas. – Avisei.
– Iiih... antes era só o “se comporta, Arthur”. Agora ainda tem mais esse acréscimo?
– Pois é... são os anos.
– Sei. – Disse desconfiado e me beijou. – Bom trabalho. Se cuida também. Sabe que pode me ligar a hora que quiser. – Me beijou novamente.
– Eu sei. Eu vou mandar mensagem e se você puder falar, você me liga, tá?
– Tá, baby.

Nos beijamos outra vez antes de eu sair do quarto e ir para o trabalho.

Pov Arthur

À tarde – Escola da Anie

– Sabia que eu pensei que o senhor não vinha me buscar agola? – A pequena estava suada e com as bochechas, extremamente, coradas. Peguei a sua mochila e a lancheira.
– Por que, meu anjo? – Indaguei e fomos caminhando até o estacionamento.
– Porque o senhor ia viajar, papai.
– Mas eu ainda vou, filha. Só que ainda não é a hora. – Expliquei.
– Que holas que é então?
– Mais tarde, umas quatro e pouco. Agora que são três e meia. – Contei e desativei o alarme do carro.
– Posso ir aqui na frente? – Anie apontou para o banco da frente.
– Não. É melhor você ir na cadeirinha. – Sorri e ela fez careta.
– Quando eu clescer, eu vou queler ir na frente igual a minha mamãe.
– Tá, mas isso só quando você crescer. – Esclareci.
– Por que agola eu não posso?
– Porque você é criança. É mais seguro para as crianças irem nas cadeirinhas.
– Mas às vezes eu não vou.
– É. Isso acontece quando eu não sei dizer não. É por isso que a sua mãe briga comigo. – Falei depois de checar se os cintos estavam, realmente, presos.
– É porque a minha mamãe só é um pouco estlessada. – Observou e isso me fez rir.
– Deixa ela ouvir você falando isso. – Comentei e Anie sorriu tímida.
– Mas não é pla você contar, papai.
– Eu não vou contar.

Eu já tinha começado a dirigir. Anie estava com um livro de historinhas em mãos. Ela o folheava e falava o nome dos personagens.

– Sabe, papai...
– O quê?
– Que eu vou queler a minha festa de aniversálio da Chapeuzinho Vermelho? – Me contou empolgada.
– A sua mamãe me contou. Já até pensamos no local. Ela vai ver isso mais tarde.
– Posso escolher do jeito que eu quiser?
– Pode, acho que pode. Você tem que falar com a sua mãe, meu anjo. Eu vou viajar, mas ela vai me ligar sempre que for preciso e vai me avisando o que vocês decidirem. Espero que saia tudo do jeito que você está pensando, ok? – Sorri ao olhar para o banco de trás.
– Ok, papai. Quelo uma roupa da Chapeuzinho também.
– Você vai ser a chapeuzinho mais linda do mundo, meu amor.
– Obligada, papai. Eu quelo logo ver a minha roupa. Eu posso convidar a Meg e a Kathe?
– É claro, filha. São suas amiguinhas. São só elas que você vai querer convidar? – Perguntei e Anie negou. – Quem mais então?
– Só mais quatro, papai. – Anie me mostrou os quatro dedos. – Mas o senhor nem conhece. – Deixou claro.
Aah, eu não conheço. – Repeti suas palavras. – São mais quatro amiguinhas?
– Não. É a minha plofessora, o Will, o Louis e a Claire.
– Will e Louis? – Indaguei.
– É. São meus amigos da minha sala. Por que?
– Por que? Por nada, Anie. Eu só não sabia que você tinha amigos meninos na escola. Você nunca me falou sobre eles.
– Minha mamãe conhece eles, papai. Quando ela veio me deixar, aí eu mostlei eles pra ela. Sabia que ela já falou com a mãe deles?
– Aah, a sua mãe conhece? Nossa, que legal! – Comentei. – Não, eu nem fazia ideia. E por que você não me mostra eles? Eles estavam lá na escola?
– Agola não. – Anie negou freneticamente.

Eu devia acreditar? Por que Lua não me contou? Eu sempre falei da Clarie e da Meg para ela. A Katherine ela já conhece.

Anie resolveu ficar calada e voltou a folhear o livro de historinhas.

*

– Toma, leva a mochila, filha. – Entreguei a mochila a ela.
– Onde que tá o meu cachorro? Por que ele não tá me espelando aqui? – Anie entrou em casa.
– Ele deve tá comendo ou dormindo. – Expliquei e fechei a porta.
– Eu vou procular ele então. – Ela jogou a mochila sobre o sofá e saiu correndo para a cozinha.

Subi para o quarto e fui pegar a minha mala. Nem sei aonde eu tinha colocado o carregador do meu celular. Mexi nas gavetas da minha mesinha de cabeceira e nas da Lua também, encontrei só o dela. É claro que eu nem podia pensar em levar. Ela sempre chama a minha atenção por eu jogar as minhas coisas em qualquer lugar e depois esquecer onde deixei.

Desistir de procurar o carregador e coloquei a minha carteira no bolso. Eu vou chamar um táxi. Não vou pagar quatro dias de estacionamento no aeroporto.

– Filha! – Chamei a pequena.
– Eu já vou. Eu tô tomando suco, papai.
– Tudo bem. Vou até aí. – Deixei a mala na sala e fui até a cozinha.
– O senhor já vai?
– Já. Agora sim. – Respondi e lhe dei um beijo no topo da cabeça.
– Mas não era só quatro e pouco?
– Sim. já são quatro e pouco, meu amor.
– Assim, rápido?
– Pois é. – Lhe dei um beijo na cabeça. – Eu te amo, meu neném. Vou sentir muitas saudades. Se comporta, tá? Eu não quero que a sua me ligue e diga que você desobedeceu a ela ou as meninas, ok?
– Ok. Eu semple me comporto, papai.
– Tá. – Sorri. Por saber que nem sempre ela se comportava. – É só para você não esquecer. Combinado?
– Combinado. Mas o senhor vem pla minha festa?
– É claro que sim, meu amor. Papai chega no sábado, entendeu? Seu aniversário é no domingo. – Expliquei.
– Entendi. Então tá tudo bem. Eu ia ficar tliste se o senhor não viesse.
– Ooh, meu amor. Eu não vou perder a sua festa por nada. Pode acreditar.
– Eu aquedito, papai. – Ela sorriu de um jeito fofo. – O senhor vai sentir um montão de saudades da minha mamãe também? De mim e da minha mamãe!
– Sim. Vou sentir muitas saudades de vocês duas. – Assegurei e lhe dei um beijo na bochecha. – Vocês são os meus amores mais lindos da vida, meu anjo.
– É que a gente vai sentir um monte de saudade...
– Eu sei. – Sorri.
– Papai?
– Oi.
– Eu posso dormir no quarto com a minha mamãe?
– Pode. Quer dizer, pede para a sua mãe. – Falei. Lua vai deixar. Ela odeia dormir sozinha. Anie sempre dorme em nossa cama quando eu ou ela viajamos.
– Tá. Mas eu posso falar que o senhor deixou?
– Pode, bebê. Pode.
– É que aí a minha mamãe deixa mais. – Sorriu. Até parece que a Lua não me liga para contar as malandragens da nossa filha. Anie fará cinco anos, mas sabe, exatamente, como nos dobrar. Confesso que isso funciona mais comigo.
– Tá ok. – Dei uma piscadela e Anie me imitou. – Me dá mais um abraço. – Pedi.
– Eu amo você, papai!
– Eu também te amo, meu anjinho. – Lhe dei um beijo na testa. – A noite nos falamos, ok? Quando a sua mãe chegar do trabalho. – Avisei.
– Tá. Eu vou espelar a minha mamãe então.

Me despedi das meninas e Anie me seguiu até a porta, com Bart logo atrás.

– Tchau, Bart. Se comporte também. – Pedi e Anie riu. – Os dois, ouviram? A sua mãe ou uma das meninas vão me contar tudinho depois. – Comuniquei.
– Táááááá... eu sei disso papai, mas nós vamos ficar quietos, não é Bart? É que ele não sabe dizer que sim, papai. Mas ele concoda.
– Tudo bem. Vou acreditar em vocês. – Afirmei e lhe dei mais um beijo antes de sair de casa. Anie ficou acenando da janela.

Eu resolvi passar no escritório que Lua trabalha antes de seguir para o aeroporto. Ela pediu por isso mais cedo e pela hora, dará tempo.

Falei o endereço para o taxista e perguntei se ele poderia me esperar. Ele disse que sim. São quatro horas e quinze minutos. Falei com John e ele pediu para que eu chegasse, pelo menos, dez minutos antes.

O taxista parou em frente ao prédio e eu desci.

– Boa tarde, Hanna.
– Oh, quanto tempo, Aguiar! – A mulher sorriu. – Vou avisar a Lua.
– Não precisa. Ela pensa que estou a caminho do aeroporto. Quero fazer uma surpresa. – Contei e Hanna sorriu. – Ela está em alguma reunião?
– Não. Pode subir.
– Obrigado, Hanna. – Dei uma piscadela.
– Vai lá.

*

A porta do escritório estava fechada. Dei duas leves batidas na porta e aguardei que Lua autorizasse a minha entrada.

– Pode entrar. – Mandou e eu abri a porta devagar. Coloquei, parcialmente, a minha cabeça para dentro.
– Posso mesmo? – Indaguei e ela sorriu sem acreditar.
– Nossa! Achei que você já estivesse no aeroporto. – Olhou para o relógio no pulso.
– Era para eu estar. Mas preferir vir te dar mais um beijo. Eu não consigo te dizer não. Isso é real, baby. – Falei e entrei na sala.
– Eu já tinha me acostumado com a ideia de que não te veria mais hoje. – Contou e eu sorri ao lhe dar um beijo nos lábios.
– Passei bem rápido, só para te dar um beijo. Anie já está em casa. Aliás, dona Lua Blanco...
– Iiih... – Lua se afastou desconfiada. – O que foi já?
– Nós conversamos muito durante o caminho até em casa.
– Sim, e daí?
– E daí que Anie me falou quem ela ia convidar.
– Uhm... isso é bom. Pelo menos ela já decidiu.
– Pois é, um tal de Will e Louis. Ela disse que a senhorita conhece até as mães desses garotos. Por que até há alguns minutos, eu não sabia que eles existiam? – Questionei.
– Você tá falando sério, Arthur? – Lua queria ri.
– Óbvio! Eu brincaria por quê?
– Pode parar! Eu não acredito que você tá com ciúmes de dois garotinhos de quatro anos, Arthur. Isso não pode ser sério. – Ela não se segurou e riu.
– Você não me disse nada. E eu sempre conto pra você sobre a Meg, a Claire e a Katherine.
– Ai amor, eu devo ter esquecido. Foi isso. – Se justificou. – Eu só falei algumas poucas vezes com as mães desses meninos. É você quem leva a nossa filha à escola, Arthur.
– Mas ela nunca me disse nada.
– E eu tenho culpa?
– Eu sempre soube que Anie não falaria de garotos comigo. – Revirei os olhos.
– Arthur, a nossa filha ainda vai fazer cinco anos. Você está exagerando. – Me disse. – Você acha o que, que ela tá namorando?
– Não. Eu não quero esses garotos dando presentes para a minha filha.
– Ai, Arthur... – Lua passou as mãos pelo rosto. – eu não ouvi isso. Você sabe que essas atitudes autoritárias não ajudam em nada. Pode parar! São crianças, só crianças. Não vem me dizer que você não tinha amigas quando estava no primário.
– Eu não me lembro, Lua.
– Mas para de implicância. Se você implicar com esses garotos no aniversário da nossa filha, eu vou ficar muito irritada. Pode anotar isso. – Me avisou e eu a encarei com um sorriso contido. É capaz de eu fazer isso mesmo.
– Eu não vou prometer nada. Quero ver quem são esses meninos no domingo. – Dei de ombros e Lua me deu um tapa.
– Arthur, para! – Me pediu novamente. Ri.
– Ai, como eu odeio quando você rir só para me irritar. Oh coisa chata! – Reclamou.
– Eu só vim te dar um beijo, bebê. E dizer, de novo, que eu te amo.
– Eu te amo. Para de ser chato, Arthur!
– Hahaha... não. – Rocei meus lábios no pescoço dela. – Eu te ligo quando chegar em Dublin, certo?
– Vou aguardar. – Me disse e me deu um beijo demorado.

Pov Lua

Arthur só podia estar tirando uma com a minha cara. Eu ainda não conseguia acreditar que ele falava sério quanto aos amigos da nossa filha. Como eu vou lidar com esse Arthur, pai super protetor, quando a nossa filhar entrar na adolescência? Vamos ter que conversar ainda mais. Essa é a única certeza que eu tenho.

Fazia alguns minutos que Arthur havia saído da sala. A essa hora ele já está chegando ao aeroporto. Voltei a analisar os documentos que eu estava lendo antes dele aparecer aqui.

*

– Oi, meu amor. – Cheguei em casa e encontrei Anie já de pijama. São sete horas da noite.
– A senhora demorou hoje, mamãe. – Observou e se aproximou para me dar um abraço.
– Foi, mas sabe, é para amanhã eu poder chegar um pouquinho mais tarde e dar tempo de te levar na escola.
– É sélio?
– Muito sério. – Afirmei e Anie comemorou me enchendo de beijos no rosto. Bart se aproximou todo animado e balançando o rabinho. – Olá, garoto. – Sorri fazendo carinho nele. – Nossa, você tá animado, hein?! Sem me morder, Bart. – Pedi e ele ficou pulando nas minhas pernas.
– É que ele gosta da senhora. Por isso que ele fica feliz.
– Eu também gosto dele, amor. – Me apoiei no sofá e tirei meus sapatos. – Vou tomar um banho e já, já eu desço para jantarmos, tá?
– Tá. Vou espelar a senhora aqui. Posso assistir tevê?
– Pode. Mas só até eu voltar.
– Tá. Entendi. – Assegurou e eu subi a escada.

O quarto estava escuro. Acendi a luz e coloquei a minha bolsa no lugar de sempre. A cama estava arrumada, exceto, a gaveta da mesa de cabeceira que fica do lado que Arthur dorme. Não sei se foi ele quem deixou assim ou se foi Anie quem entrou no quarto e mexeu.

Tirei a minha roupa e entrei no banheiro, fechei a porta e caminhei até o box, liguei o chuveiro e deixei que a água escorresse pelo meu corpo.

*

– Filha?
– Oi, mamãe. Já é pra desligar a tevê?
– Sim. – Respondi. – E quero te fazer uma pergunta... Você entrou lá no quarto e mexeu em alguma gaveta?
– Eu não, mamãe. Por que?
– Por nada, querida. – Falei. Acredito em Anie. Ela não tem motivos para mentir. E nem sabe, sempre ri quanto tenta esconder alguma travessura.
– Agola eu já desliguei. – Ela desceu do sofá e correu rumo à cozinha.

Não sei o que Carla fez para o jantar. Fui atrás da Anie para a cozinha.

– Vamos jantar aqui mesmo, Carla. Só estamos nós duas. – Falei e me sentei em frente a bancada. Anie já tinha subido no banco e se sentado.
– O que é a comida? Tem batatinhas? – Anie sorriu sapeca.
– Tem, mas nada de fritas.
– Aaah, eu prefilo batata-flita. Eu gosto mais de quando é assim. – A pequena contou e se debruçou sobre a bancada. – Acho então que eu nem vou queler.
– Aah vai sim. Vai comer tudinho. – Deixei bem claro.
– Vai mesmo. Ouvi quando Arthur falou algo como obedecer. Não foi, Anie? – Carla questionou e Anie assistiu minimamente.
– Mas então não fala pra ele, tá? Meu papai não vai gostar.
– Se você fizer birra, eu vou contar. – Avisei e fitou o prato de comida em sua frente.
– Eu vou comer tudo, mamãe.
– Muito bem. – Falei e comecei a comer também.

Depois do jantar...

– Que holas que a senhora vai ligar para o meu papai lindo? Eu já tô com saudades dele. – Anie encostou a cabeça em meu peito.
– Papai lindo é? – Cutuquei suas costelas e Anie riu tentando desviar.
– É. Meu papai é lindo, não é, mamãe?
– É. – Concordei e lhe dei um beijo nos cabelos. – Ele disse que ligaria quando chegasse lá. Então vamos aguardar, ok?
– Vai demolar?
– Na verdade... – Parei por alguns segundos. – Já era para ele ter ligado, meu anjo. – Arthur deve ter chegado antes das sete em Dublin.
– E por que ele não ligou?
– Não faço ideia. Mas vamos esperar mais um pouquinho. – Sugeri.
– Agola eu já tô com sono, mamãe... Selá que o meu papai não vai ligar? – Anie bocejou e esfregou os olhinhos.
– Ele vai, filha. Deve ter acontecido alguma coisa. – Acariciei seus cabelos e lhe dei um beijo na testa. – Mas já está tarde. Está na hora de você dormir.
– Mas eu quelia falar com o meu papai antes. Então se eu dormir a senhora me acorda quando ele ligar?
– Tá. – Respondi. Embora não fosse acorda-la. – Vamos subir para o quarto?
– Eu posso dormir junto com a senhora? O meu papai deixou.
– Mas o seu papai nem está aqui. – Falei e Anie me abraçou pelo pescoço.
– É sim, maaaamãããeee...
– Vem, vamos dormir.
– A senhora vai deixar?
– Vou, filha. Vou, meu bebê. – Me levantei do sofá com ela no colo.
– Obligada, mamãe. – Me abraçou mais forte e me deu um beijo na bochecha.
– De nada, meu neném. Você sabe que eu ia deixar, sua danadinha. – A apertei em meu colo. Anie soltou risinhos. – Vamos escovar os dentes primeiro.
– Por que tem que escovar os dentes todo dia e toda hola? Eu já escovei hoje de manhã. – Coloquei Anie sentada sobre a bancada da pia. – A minha escova tá aqui porque eu escovei o meu dente aqui hoje.
– Porque escovar os dentes é questão de higiene, filha. Se você não escovar, eles vão cair. Você quer ficar sem dentes?
– Eu não. Eu gosto de ter dentes, mamãe. – Ela colocou as mãozinhas sobre a boca.
– Então vamos escovar os dentes. – Entreguei a escova com o creme dental para ela.

Escovamos os nossos dentes, coloquei Anie para fazer xixi e depois fomos para a cama.

Arthur ainda não tinha nem dado notícia. Eu não estava preocupada, só tinha começado a ficar irritada.

Anie se jogou em cima de mim e me abraçou pelo pescoço.

– Vai querer dormir assim é? – A abracei de volta.
– É, mamãe. Ablaçada, tá?
– Tá, meu amor.
– Boa noite, mamãe.
– Boa noite. – Lhe dei um beijo nos cabelos.

Não demorou muito para que ela adormecesse. Encostei minha cabeça na dela e fiquei fazendo carinho em seu rosto e em seu braço.

Eu já estava cochilando quando o meu celular começou a tocar. Estiquei o meu braço e o peguei. A foto do Arthur apareceu na tela. Já são quase dez horas da noite.

Ligação ON

– Oi. – Atendi a ligação.
– Você deve estar tão brava... – Ele começou. Arthur me conhece muito bem. – Desculpa, Luh. Eu sei que prometi ligar assim que chegasse aqui.
– Pois é. – Respondi séria. – Anie ficou esperando você ligar. – Contei. – Mas ela já adormeceu.
– Eu sei, eu disse a ela que ligaria. Eu perdi o carregador do celular. Procurei aí pelo quarto antes de vir, mas achei só o seu. É claro que eu não trouxe, você me mataria.
– Certamente. Se fossem só dois dias, ok. Mas quatro dias já é demais. – Falei e ele riu. – Então foi você quem mexeu nas gavetas?
– Sim. Por que?
– Porque deixou aberta, Arthur. Qual a dificuldade de fechar as gavetas? – Indaguei e ele riu só para me provocar.
– Nenhuma, meu amor. Eu só esqueci mesmo. Foi mal, querida.
– E então, você só chegou agora? – Perguntei. Mesmo sabendo que a resposta seria não.
– Não, loira. O celular que estava descarregado mesmo. Eu pedi o carregador do Harry, foi isso que aconteceu. – Me explicou. – E antes que você pergunte, sim, tem telefone aqui no hotel.
– Uhm... me poupou de perguntar então. – Respondi.
– Vocês estão bem?
– Estamos, Arthur. Anie só queria ter falado com você. Ficou me pedindo para te ligar. – Disse.
– Eu imagino, Luh. Eu prometi que ligaria. Mas eu ligo amanhã cedo antes dela ir para a escola. Dá um beijo nela por mim, por favor.
– Eu dou.
– Não fica chateada, Lua. Eu não quero que a gente fique nesse clima estranho.
– Eu só fiquei irritada mesmo, mas depois passa, você sabe. – Expliquei.
– Mas eu não quero que você fique irritada, loira. Sei que você odeia quando eu prometo uma coisa e não faço...
– É que eu fico preocupada e depois eu fico muito irritada.
– Eu sei, meu amor. Eu conheço muito bem essas suas duas etapas. – Me disse divertido.
– E mesmo assim você insiste em me fazer passar por elas.
– Claro que não, loira. – Ele riu. – Relaxa, por favor. Eu te amo.
– Eu também te amo. Que droga! Por que você gosta de fazer isso comigo? – Questionei.
– Eu juro que hoje não foi intencional. O celular, realmente, ficou sem bateria.
– Tudo bem... – Desisti de prolongar esse assunto. – Já que foi você quem ligou tarde, agora eu tenho que dormir. Preciso acordar cedo de manhã.
– Tá, tudo bem. Boa noite, Luh... Eu te amo. Um beijo na boca.
– Boa noite. Um beijo.

Ligação OF

Desliguei o celular e o coloquei sobre a mesa de cabeceira. Anie dormia agarrada a mim. Nem consegui trocar de posição, apenas puxei o cobertor para cobrir nós duas.

Londres | Quarta-feira, 8 de março de 2017 – Manhã.

Por incrível que pareça, Anie ainda está na mesma posição da noite anterior. Isso é raro de acontecer porque ela se mexe demais à noite, igual ao Arthur. Peguei o celular para ver as horas: seis e cinquenta da manhã.

Eu tinha que começar a chamar a Anie desde agora ou nós duas íamos nos atrasar, eu para o trabalho e ela para a aula.

– Filha... tá na hora de acordar, meu amor. – Comecei a chama-la baixo. – Hoje não tem o seu papai. – Continuei e Anie sorriu. – Aah, você tá acordada é? – A abracei mais forte.
– O meu papai ligou, mamãe? – Foi a primeira coisa que ela perguntou. – Bom dia, minha mamãe. – Anie me deu um beijo na bochecha.
– Bom dia, meu amor. – Lhe dei um cheiro no pescoço. – Ligou. Mas foi muito tarde.
– A senhora nem me chamou. – Reclamou roçando o rosto no meu peito.
– Você já estava dormindo, amor. Eu não ia te chamar.
– A senhora prometeu. – Lembrou.
– Não prometi, filha. Eu disse que te chamaria, só pra você dormir. – Expliquei e Anie fez um bico.
– Mas ele te deixou um beijo. – Lhe dei um beijo carinhoso na testa. – E disse que ligará hoje cedo para falar com você. – Contei e Anie sorriu.
– De verdade? Que holas, mamãe?
– Antes de você ir para a escola. Então vamos logo tomar um banhinho?
– Vamos! Eu quelo muito falar com o meu papai. – Anie se levantou toda animada da cama.
– Então vamos. – Também me levantei da cama.

*

Eu já tinha ajudado Anie a vesti o uniforme. Estamos no início da primavera, o clima ainda está frio. Não só a Anie como os outros alunos, também, tem que usar o uniforme de inverno até no começo de junho, que é quando chega o verão e eles usam o outro uniforme.

Ela fica tão linda de calça comprida, blusa estilo moletom com a camisa branca do uniforme por baixo e tênis. Eu sempre sinto vontade de apertá-la até ela reclamar.

– Vem aqui, deixa eu prender o seu cabelo.
– Eu pefilo que a senhora faça uma tlança bem bonita, tá mamãe?
– Tá. Vira aqui então. – Pedi e Anie virou de costas.
– O meu papai já vai ligar? Eu já estou quase indo pra escola.
– Acho que sim. – Respondi. Comecei a fazer uma trança nos cabelos dela. Alguns minutos depois, o meu celular começou a tocar.
– Deve ser o meu papai! – Anie exclamou animada. Peguei o celular e era ele mesmo.
– Uhm... será?
– É sim! – Afirmou dando pulinhos. Atendi a ligação e entreguei o celular para ela.

Ligação ON

– Meu papai!
...
– Hahaha... Eu também te amo, papai. – Declarou e sorriu toda contente. – Por que o senhor demolou um monte pra ligar ontem? Eu até dormir.
...
– Eu sei. A minha mamãe me disse. – A pequena me olhou. – Eu já tô arrumada já. Eu já tô quase indo pra escola com a minha mamãe. – Contou.
...
– A minha mamãe fez uma tlança no meu cabelo. Agola ela tá arrumando o cabelo dela.
...
– É. Agola eu não sei, acho que é a Carol que vai me buscar, não é, mamãe? – Me perguntou e eu assenti. – É. A minha mamãe disse que sim.
...
– Eu já tô com um monte de saudade, papai. Ainda vai demolar muito?
...
– Tá. Então eu aquedito. Eu te amo.
...
– Eu que amo mais, papai. – Anie sorriu.
...
– Tá. Eu vou entegar pra minha mamãe então. Um beijo, papai. Até depois, não é?
...
– Tá. – Anie caminhou até mim. – Toma, mamãe. Meu papai quer falar com você. – Me entregou o celular.
– Oi. – Falei.
– Bom dia. Está mais calma? – Perguntou de um jeito descontraído.
– Como sempre. – Retruquei. – Bom dia.
– Eu não quero atrasar vocês. Só liguei para desejar bom dia e bom trabalho.
– Obrigada. – Agradeci e coloquei sobre a pia a escova de pentear os cabelos.
– Mais tarde a gente conversa então. – Comentou.
– Se você não esquecer. – Alfinetei e ele riu.
– Então você continua irritada. Sábado a gente se acerta. – Me provocou.
– Vai sonhando, Arthur... vai sonhando. – Ri.
– Agora pode até ser sonho, mas quando nos encontrarmos, você sabe que será realidade. Você mesmo vai fazer questão de realizar. – Soou convencido.
– Você é terrível, Arthur. – Contei e ele riu.
– Eu te amo, loira. Você sabe disso.
– Bom show para vocês. – Mudei de assunto.
– Obrigado, minha linda. Mais tarde eu ligo, tá?
– Tá.
– Eu te amo.
– Eu te amo. – Falei e o ouvi soltar um risinho.
– Um beijo.
– Um beijo. – Encerrei a ligação.

Ligação OF

– Pega a sua mochila, filha.
– Eu já vou. Me espela, tá?
– Tá. Vou pegar a minha bolsa. – Avisei e Anie saiu do quarto.

Pov Arthur

Atlanta, Geórgia | Sexta-feira, 10 de março de 2017.

Hoje faremos nosso último show antes de entramos de férias. Agora só voltaremos agosto. Estamos muito animados. A energia dos fãs é inexplicável. Todos os ingressos para esse show em Atlanta foram vendidos.

Acho que consegui fazer as pazes com a Lua, pelo menos ela não me trata mais com ironias. Isso é um alívio. Ela me informou sobre como está a preparação para a festa de aniversário da nossa filha. Me mandou fotos de como ficará a decoração, me mandou foto do local que ela conseguiu alugar – a fazenda urbana que eu havia sugerido. Me contou sobre as pessoas que ela havia convidado e disse que todos haviam confirmado, inclusive, a minha mãe e os pais dela, que chegarão amanhã em casa. Eu estou surpreso que a minha mãe venha de novo, mais feliz. Anie está feliz com isso.

– Ei, vamos sair hoje depois do show... o que acham? – Harry sugeriu. – Uma saída de leve. – Deixou claro.
– Aham... – Nick ironizou. – Mas se quiserem, posso começar a procurar os locais. Eu sou muito bom nisso. – Contou.
– Lembrem-se que o nosso voo está marcado para às sete horas da manhã. – John chamou a nossa atenção, como de praxe.
– Relaxa, John. – Harry pontuou. – E aí? – Ele nos olhou.
– Eu fiz as pazes com a Lua ontem. – Ri. Não quero que ela se estresse comigo de novo.
– Iiih... vocês estão muito fracos, isso sim. – Harry deu um gole na água que estava tomando.
– Deixa a Marie saber que você está se divertindo nas noites atlânticas. – Mika pontuou e nós acabamos rindo.
– Nada de mais, só vamos conhecer alguns lugares. Eu disse que a saideira é de leve. – Ressaltou. – Agora vocês têm medo das vossas mulheres?
Vossa? Te saí, Harry. – Chay riu.
– Se não quiserem ir, não vão. Pode procurar os locais, Nick. Porque eu vou.
– Eu vou, seu idiota. – Mika disse.
– Uhm... pelo menos, não é mesmo?
– Você sabe que a gente vai. – Chay comentou.
– Eu não sei de nada. Vocês aprontam, aí agora tem medo remembers.
– Me respeita, Judd. Você mais do que ninguém sabe que o meu caso não é esse. – Retruquei.
– Você nem bebe mais. O que custa nos acompanhar, Aguiar? Pelo menos um para nos trazer em segurança para o hotel.
– E eu lá tenho cara de babá de marmanjo.
– Tá velho mesmo. Mais rabugento que o John.
Harry.
– Foi um elogio, velho John. – Harry deu dois tapinhas nas costas do homem.
– Vocês reclamam de mim, mas só eu mesmo para aguentar vocês.
– Você, a Mel, a Soph, a Marie e a Lua. Ér... vocês não têm outra opção. – Concluiu e riu.
– Deixa elas ouvirem isso. – Nick riu.
– Bom, o perigo maior é a Lua. Ela que é atrevida.
– Então fala isso pra ela. – Disse e ele negou.
– Se ela já quer te matar e vocês são casados, imagina o que ela não vai fazer comigo. Eu hein! Aaah, domingo tem a festa da minha afilhada linda! Isso é muito legal. Vou ter que comprar o presente dela ainda. – Lembrou.
– Certamente, vai te matar sem pensar. Vocês não são casados. – Nick provocou.
– É por isso que eu fico quieto. – Harry deu de ombros.

Sete horas da noite

Ligação ON

– Oi, baby. – Falei assim que Lua atendeu a ligação; depois da quinta tentativa.
– Oi. Só um momento, tá? Acabei de sair do banho. – Contou. – Vou deixar no viva-voz. Sem gracinhas. – Avisou.
– E você tá onde?
– Em casa, Arthur. Onde mais eu estaria? – Indagou.
– E por que eu não posso falar gracinhas?
– Porque a Anie pode aparecer aqui. – Disse óbvia.
– Achei que ela já estivesse dormindo.
– E está. São onze horas aqui, amor.
– Ela não está dormindo com você?
– Hoje não.
– Uhm... então amanhã eu vou te fazer uma surpresa. – Prometi.
– Hahaha... até imagino. – Ela riu. – Não tá na hora do show? – Mudou de assunto.
– Só daqui à meia hora. – Respondi. – E como no trabalho?
– Normal. Como na maioria das vezes. – A voz dela estava distante. – Você tá escutando? – Perguntou com mais ênfase.
– Estou, Luh.
– Sabe, hoje Anie decidiu como queria o bolo. Eu vou te mandar a foto. Já encomendei pra empresa do buffet, tá? Eles trabalham com isso também. É mais prático.
– Tá. Amanhã acertamos tudo isso. – Eu estou me referindo ao preço de tudo que estamos gastando. Lua não vai me deixar pagar tudo e tão pouco, eu vou deixar que ela pague também. Então, só nos resta dividir os valores. Como sempre fazemos.
– Tudo bem, amor. Eu quero muito que você chegue logo! – Confessou.
– Eu também, querida. Estou com tantas saudades, Luh. Acho que você nem consegue medir. – Contei e ela riu.
– Eu te amo.
– Eu também te amo, Luh. – Afirmei. – Aah, deixa eu te falar... – Comecei. – Hoje eu vou sair com os caras depois do show.
– Por isso que ligou agora. Você costuma ligar depois do show. – Observou.
– Eu posso te ligar depois do show se você preferir. Liguei agora porque depois do show aí já será de madrugada. – Expliquei.
– Não. Eu sei, Arthur. – Podia apostar que ela tinha revirado os olhos, só pelo tom de voz.
– É só uma saideira. Sem bebidas, Lua. Você sabe que eu não estou bebendo.
– Você não precisa me explicar. Não é como se você precisasse de autorização.
– Eu sei, Lua. Eu sei... mas é pra te avisar, antes que você saiba por outras fontes. Certo?
– Certo. Tudo bem. – Disse sem muita emoção.
– Tudo bem mesmo?
– É claro.
– Ainda continua querendo que eu chegue logo?
– É óbvio. Deixa de ser idiota. Eu só não quero que você beba desenfreadamente. – Disse.
– Eu não vou beber nenhum pingo, querida. Pode ficar tranquila. – Assegurei.
– Tudo bem.
– Um beijo, tá?
– Um beijo.

Ligação OF

Eu já tinha falado com Anie mais cedo. Liguei para o celular da Carol depois que ela chegou da aula de balé. São cinco horas de atraso em relação ao horário de Londres. Fica complicado falar à noite com ela.

– Vamos, galera? Eu estou tão animado! Estão ouvindo toda essa empolgação dos fãs? Hoje vai ser demais! – Harry está, extremante, feliz.
– Vamos. Eu concordo com você! – O abracei de lado.

Saímos do camarim e subimos uma pequena escada que dá acesso ao palco.

– Bom show, rapazes. – John nos desejou.
– Obrigado. – Agradecemos em coro.

Duas horas depois...

– Foi incrível! – Harry se jogou em um dos sofás disponíveis no camarim. – Essa energia é tão boa. Eu vou sentir saudades!
– Nós vamos sentir saudades. – O corrigi e me sentei ao lado dele. – Me dá uma garrafinha dessas de água, Chay. – Pedi e ele me jogou a garrafa. – Obrigado.
– E então, vamos mesmo sair? Porque eu já achei um lugar bem divertido para irmos. – Nick nos encarou com expectativas.
– Não é nenhuma casa de stripper, certo?
– Fica tranquilo, caro John. Você me conhece. – O homem abanou o ar.
– É, exatamente, por isso que eu perguntei. – John retrucou.
– Nossa, John. Você me ofendeu.
– Eu pensei que você nem ia... – Harry comentou vagamente ao olhar para o nosso produtor. – Ficou nos repreendendo.
– Eu vou, vai que vocês resolvam aprontar e eu vou ter que sair procurando por vocês altas horas da noite. – Ironizou.
– Até parece. – Mika comentou e nós rimos.
– Hahaha... como se eu não os conhecesse. – O homem retrucou de forma divertida. Tá que vez ou outra a gente extrapola um pouco na bebida, mas não é nada tão grave como ele insinua. Eu por exemplo, depois do que aconteceu há um ano e pouco, não voltei mais a beber como antes. E está tudo bem.
– Tá, então vamos todos e eu vou fingir que acredito que você não queria ir desde o princípio. – Harry se levantou do sofá. – Vou até o banheiro. Não saiam sem mim. – Nos pediu.
– E você ainda nem começou a beber. – Nick zoou. – Caras, e cada o Paul? Ele tá tão calado.
– Deve tá apaixonado ou te traindo com algum fã. – Chay provocou.
– Me respeita, Chay. – Nick revirou os olhos.
– Acredito mais na última opção. – Falei distraidamente.
– Eu também e nem queria dizer nada. – John comentou baixo.
– Hahaha... como se se ele gostasse de garotos, seus idiotas! – Justificou nos fazendo ri. – E vamos logo ou vocês estão enrolando?
– Claro que não. – Me levantei do sofá. Peguei o celular e olhei as horas: dez horas da noite.
– Vendo se a loira ligou? – Harry me provocou. Nem percebi que ele já tinha saído do banheiro.
– Não. Já falei com ela mais cedo. – Respondi e guardei o celular.
– Vamos, caras! – Nick nos chamou outra vez.
– Você parece apressado, dude. – Micael observou.
– Claro, a noite é uma criança. Já ouviram essa expressão? Vamos ter que voltar mais cedo. – Nos lembrou.
– Tá, vamos lá, garoto! Você é animado. Meus outros parças estão ficando velhos. – Harry o abraçou de lado e os dois saíram do camarim.
– Velha é essa sua mania de zombar a nossa idade, sendo que você tem a mesma. – Mika revirou os olhos.
– Ó, eu disse... estão velhos e rabugentos. – Harry continuou.

Entramos na van e Harry sentou-se ao meu lado.

– Vai beber hoje?
– Não, Judd. Eu prometi pra Luh. – Expliquei. – E você sabe que eu não estou bebendo assim.
– Hahaha... Já fez um ano, Aguiar.
– Eu sei. – Concordei.
– Kate não viria para Atlanta. – Comentou divertido.
– Cala a boca, Harry. – Revirei os olhos.
– Ou pode ser outra?
– Que outra? Tá doido? – Questionei e ele riu.
– Eu também não vou beber muito. Amanhã é aniversário da mãe da Marie. – Contou. – Vou ter que ir lá.
– Ai, Harry. – Ri. – Será que dessa vez você casa? Já está indo até para aniversário da sogra.
– Nem diz isso, Arthur. Eu hein... Se é uma coisa que não está nos meus planos, é casamento.
– Aaham... quero te lembrar disso daqui a alguns anos. – Falei divertido.
– Sai fora com esse papo, Arthur! – Exclamou e acabou rindo.

Sidebar – Atlanta.

– Eita! Três andares? – Harry observou quando chegamos em frente ao bar.
– Tem bilhar e jogos de Street Fighters. – Nick contou.
– Vamos ter que apostar partidas de bilhar. Não vamos sair daqui sem fazer isso! – Harry disse animado.
– Vou jogar Street Fighters com o Aguiar.
– Pra quê? Quer perder na casa dos americanos? – Ri e Chay revirou os olhos. Harry não curte muito esse jogo.
– Vamos ver quem vai perder mesmo. – Instigou.
– Aqui não é libra, é dólar. Não se esqueçam. – John pontuou.
– Ainda bem, porque se fosse libra, sairia mais caro. – Mika pontuou. – Vou pedir uma cerveja.
– Pede um uísque pra mim. – Harry pediu.
– Cadê as mesas de bilhar?
– É lá em cima, cara. – Nick respondeu.
– Tem certezas que são só as mesas? – Harry perguntou divertido.
– Deixa de frescura, Harry. Até parece que você tá falando sério.
– Avisa pra eles deixarem as bebidas lá em cima. – Chay pediu. – É mais fácil

Subimos a escada e chegamos ao segundo andar. Tinha fliperama, dardos, bilhar e uma pequena pista de boliche.

– Tem dardos, dude! Você não comentou sobre isso, Nick! Cara, eu vou ter que jogar.
– É por hora?
– Deve ser poder dardos, Mika. – Falei e me sentei em uma das cadeiras. Não demorou muito para que as bebidas chegassem. Aqui em cima não está tão cheio quanto lá embaixo.
– Vamos jogar uma partida de boliche, Aguiar? – John me convidou.
– Vamos lá. – Me levantei da cadeira. – Dez jogadas?
– Pode ser.

Fomos pegar as bolas, a pista estava vazia. Harry foi atrás dos dardos e Nick ficou no bilhar com o Chay e o Mika. Não sou tão bom em strikes com sou bom em jogos eletrônicos, mas eu gosto da disputa.

John acabou levando a melhor e eu só consegui fazer quatro strikes. Harry ainda estava fixado nos dardos e eu fui jogar bilhar com os outros caras.

– Arthur?
– Oi, Judd? – Me virei para olhá-lo.
– Vamos jogar fliperama. – Me convidou.
– Calma, eu estou ganhando aqui. – Respondi.
– Vocês estão apostando? Apostado é mais instigante.
– Claro que é apostado, Judd. – Mika respondeu.
– Quanto?
– Cinquenta dólares. – Falei.
– Oow! Tudo isso?
– Não acredito que vocês vão deixar o Arthur ganhar cento e cinquenta dólares. – John se aproximou.
– Nick já ganhou cem. Eu nem acreditei. – Chay comentou.
– Também tô tentando entender até agora. – Micael completou.
– Vamos lá, só faltam mais duas. – Falei divertido.
– Cento e cinquenta é o que vamos apostar no fliperama.
– Então eu vou sair daqui com trezentos dólares. – Pontuei.
– Vaaai sonhando! – Harry exclamou.

Saímos do bar depois da meia noite. Ganhei os trezentos dólares e Harry ficou revoltado. Ele perdeu por muito, muito pouco.

Londres | Sábado, 11 de março de 2017 – Sete horas da noite.

Saímos de Atlanta às sete horas da manhã – em Londres já eram onze horas da manhã. Foram oito horas de voo e ainda bem que não teve nenhum atraso. Cheguei em Londres às sete da noite. Esses horários me deixam confuso. Parece que eu passei o dia em um avião e foram só oito horas.

Provavelmente os meus sogros já tinham chegado em casa. A minha mãe avisou a Lua que chegaria mais à noite, ela tem plantão, então vai sair mais tarde. Sigo surpreso por ela ter confirmado que vem.

O táxi parou na frente de casa e eu desci para pegar a mala e paguei o taxista. O carro do meu sogro já está na garagem e as luzes de fora da casa já estão acessas.

Entrei em casa e Anie correu em minha direção.

– Paaapaaaaiiii!!! – Exclamou enquanto corria. Fechei a porta e me abaixei para abraça-la.
– Meu amooooor! – Falei quando a abracei. – Que saudades, meu bebê.
Eu também já tava com um monte de saudade, papai. Ainda bem que o senhor já chegou! – Comemorou me enchendo de beijos na bochecha.
– Aaai que abraço gostoso. – Me levantei com Anie ainda no colo e retribuí os beijos em sua bochecha. Bart veio correndo e começou a latir e a pular em minhas pernas. – Calma, garoto. Eu vou falar com você também.
– Sabia que ele tava com saudade também? Da gente passear!
– Eu estou vendo. – Sorri e Anie descansou a cabeça em meu ombro.
– Agola o senhor não vai mais viajar, não é?
– Não. Agora não. – Assegurei e ela me deu outro beijo. A coloquei no chão e peguei Bart no colo. Ele está grandão e eu fico preocupado quando ele e Anie correm pela casa. Por ele ser mais forte, pode derrubar ela mesmo sem intenção. – Ooow... eu também senti saudades de você, querido. – Bart me deu umas lambidas no rosto. – Tá, na boca não. – Ri e o coloquei no chão.
– A vovó Emma e o vovô John já chegalam, papai!
– Eu vi o carro lá na garagem, meu anjo. – Acariciei seus cabelos.
– Tão lá na cozinha, junto com a minha mamãe. Sabia que ela tá com saudade também?
– É? – Indaguei, mesmo sabendo que sim.
– Filha, o que... – Lua apareceu na entrada da sala de jantar. – aaah, foi você quem chegou. – Sorriu ao me ver.
– Aaah, você ficou feliz, foi? – Caminhei em sua direção.
– É claro. – Ela me abraçou apertado.
– Nossa, quanta saudade, loira. – Lhe dei um beijo no pescoço. Lua se afastou e me deu um beijo. Não foi qualquer beijo e eu a puxei para mais perto. – Uhm... que beijo! – Comentei depois de um tempo. Lua me deu vários selinhos.
– Você demorou muito.
– Eu achei que fosse chegar à tarde, meu bem. – Contei e lhe dei um beijo na bochecha. – Você tá bem?
– Bem melhor agora, Arthur. – Ela sorriu. – Muito melhor agora. – Voltou a afirmar. – Meus pais já chegaram.
– Anie já me falou. Mas eu vi o carro na garagem quando cheguei. – Contei. – Vou tomar um banho antes de falar com eles.
– Tudo bem. Estávamos lá fora, eles ainda estão lá, na verdade.
– Ok. – Lhe dei mais um beijo.
– Vem, filha. Vamos voltar lá para fora. Chama o Bart. – Lua pediu e Anie andou até ela.
– Eu quelo ficar com o meu papai agola que ele chegou.
– Mas eu vou tomar banho, amor. – Expliquei. – Depois eu vou lá fora ficar com você, tudo bem?
– Tá bom então. – A pequena concordou e eu sorri.
– Vem, Bart. Vamos correr lá fora. – Anie o chamou.
– Cuidado. – Lua pediu e seguiu a nossa filha.

Subi para o quarto com a mala. Eu precisava desfazê-la e colocar a roupa para lavar. Eu não tinha trazido nenhuma roupa limpa. Então, eu teria que levar tudo para a lavanderia.

Tomei um banho, mas não demorei muito. Procurei uma calça de moletom e uma camiseta preta e vesti. Deixei o meu celular carregando e saí do quarto.

Passei pela cozinha e Carla estava fazendo o jantar. Que pelo cheiro, deveria ser torta de frango.

– Olá, Carla.
– Oi, Arthur. A viagem foi tranquila?
– Foi. Só foi longa. – Expliquei. – Mas agora estamos de férias, então eu vou descansar. Bom, pelo menos é o que eu espero. – Comentei e ela riu. – Anie não deu trabalho?
– Não, mas quando, eu sempre a lembrava de que podíamos contar para você que ela não estava nos obedecendo.
– Imagino. Essa garota é demais. – Pontuei. – Bom, vou lá falar com os pais da Luh.
– Tudo bem...

Saí da cozinha e fui para a varanda. Nosso quintal não é tão grande por conta da piscina, mas a varanda é ampla e tem poltronas, mesa e rede para ficarmos à vontade.

– Olá, boa noite, gente. – Falei e John se levantou para me dar um abraço.
– Como você está, querido? – Me perguntou depois do abraço.
– Estou bem, John. Um pouco cansado da viagem. – Contei. – Boa noite, Emma.
– Boa noite, Arthur. – Falou educadamente.
– E você?
– Bem também... e feliz por estar aqui com vocês e a minha neta. – Sorriu ao olhar para a pequena.
– Senta aqui, amor. – Lua me chamou para sentar ao seu lado.
– Eu deixei o celular carregando, vou lá ver se a minha mãe ligou. – Respondi. É uma mentira péssima, não a do celular estar carregando, mas a da minha mãe ter ligado. Ela não disse que ligaria. Lua me encarou sem entender. Porém, não fez nenhum questionamento.
– Ela já deve estar chagando. – John comentou.
– Sim. Daqui a uma hora mais ou menos. Ela vem depois do plantão. – Expliquei.
– Papai, olha aqui. – Anie me chamou e me mostrou uma flor. – É pla você. – Me entregou a flor.
– Obrigado, pequena. – Lhe dei um beijo na testa.
– O senhor disse que ia ficar comigo.
– Eu vou ficar com você, meu amor. – Assegurei. – Só vou dar uma olhada no celular, certo? Quer vir?
– Quelo! – Anie estendeu os bracinhos para que eu a carregasse.
– Tá, vem... – A peguei no colo e entramos em casa.

Subi com Anie para o quarto e a deixei na cama enquanto fui checar o celular. Óbvio que não tinha nenhuma ligação da minha mãe, mas aproveitei para ver as horas.

Oito e quinze da noite.

– Por que você mentiu? – Lua entrou no quarto já me questionando.
– Eu não menti. – Falei. Embora estivesse mentindo de novo.
– Ah não? Você está mentindo de novo, Arthur. – Me acusou. – Desde quando Laura ia te ligar? Fui eu quem falei com ela. – Esclareceu. – Até perguntei se ela queria que eu fosse busca-la no aeroporto. – Lua olhou para a cama e viu que Anie estava lá. Mesmo que não estivesse dando a mínima para a nossa conversa.
– Eu vim ver o meu celular. – Mostrei o celular para ela. Lua bufou.
– Odeio quando mente pra mim. – Pontuou e saiu do quarto. Nem tive tempo de pedir para que ela ficasse.
– Por que a minha mamãe ficou zangada? – E eu que pensei que a menina nem estava nos dando atenção.
– É a sua mãe, Anie. Você a conhece. – Falei e me sentei na cama. – Ela gosta das coisas do jeito dela. É só isso. – Acrescentei. – O que você está fazendo?
– Eu ganhei esse blinquedo do meu vovô. Mas é difícil de montar. Fico estlessada. – Anie me entregou o cubo mágico.
– Esse brinquedo é exatamente para você ter paciência, estratégia e concentração. – Comecei a tentar montar o quebra-cabeça. – E você ganhou hoje e já está estressada? – Ri.
– É. É que eu não conseguir achar o lado que combina. Tem que montar as plincesas.
– Eu sei. Olha aqui... – Mostrei a Ariel quase completa.
– Assim que tem que ficar mesmo. – Anie sorriu.
– Você pode fazer o resto. – Afirmei.
– Eu vou bagunçar tudo de novo.
– Claro que não. Toma, eu te ajudo. – Devolvi o cubo mágico a ela.

Anie pegou o cubo e eu comecei a explicar como ela deveria fazer.

– Assim palece até que é fácil, papai. – Anie me olhou depois que conseguiu montar duas princesas.
– Você só precisa ter calma. – Ressaltei. – Não é tão complicado quanto parece.

Não sei mais quanto tempo ficamos ali. Anie conseguiu montar o seu cubo mágico das princesas e ficou muito feliz. Não vou dá nem meia hora para que ela bagunce tudo de novo e venha me pedir ajuda.

– Minha vovó Laura chegou! – Ela levantou o dedo indicador assim que ouvimos a voz da minha mãe.
– Parece que sim. – Sorri. – Vamos lá.
– Vamos! – Exclamou e desceu apressada da cama.
– Sem correr na escada, filha. – Pedi.

Quando cheguei à sala, Anie já estava no colo da minha mãe.

– Nossa, você cresce a cada dia. Fez uma semana que eu te vi...
– A viagem foi tranquila? – Me aproximei da minha mãe e lhe dei um abraço. Anie ainda estava em seu colo.
– Foi. – Sorriu ao me olhar.
– Olha o que eu ganhei da minha vovó! – Anie me mostrou um estetoscópio infantil e uma maleta de primeiros socorros.
– A senhora não está querendo influenciar a minha filha, não é? – Questionei divertido.
– Mas quando, Arthur! – Minha mãe exclamou segura.
– Eu ganhei tlês plesentes! – Minha mãe colocou a pequena no chão.
– Da próxima vez eu vou trazer uma balança e um martelo para a minha neta. – John soou divertido. Rimos.
– Nada disso. – Lua pontuou. – Depois Arthur vai falar que foi eu.
– Ah, você sabe que eu nunca direi nada parecido, baby. Anie vai ser bailarina. – Brinquei.
– Eu vou ser pintora de desenhos. – Ela me corrigiu.
– Ela troca de profissão a cada semana. – Comentei e lhe joguei um beijo. Anie correu para a brinquedoteca.
– Ela já disse até que quer ser princesa. – Lua deu de ombros. – Trabalhar de princesa. – Esclareceu.
– Ainda nem é o aniversário dela e ela já ganhou os presentes. – Observei.
– E nem são os presentes oficiais. – Meu sogro ressaltou.
– Aah, ainda tem isso. – Falei e ele assentiu.
– Vamos subir, Laura. Você deve estar querendo tomar banho para poder jantar. – Lua ajudou a minha mãe com a mala. Ela estava irritada com a minha atitude de mais cedo.
– Vocês já jantaram?
– Vamos esperar a senhora. – Respondi.

Lua levou a minha mãe até o quarto de hóspedes que ela ficará. Permaneci na sala com o meu sogro, Emma deve estar na cozinha com a Carla. Anie tinha ido para a brinquedoteca.

– O senhor quer assistir alguma coisa? – Perguntei pegando o controle da televisão.
– É uma boa ideia. – John se sentou no sofá.
– Filme, jogo, noticiário... – Listei.
– Um jogo. Vamos ver qual está passando. – Decidiu. – Ou Lua é como a Emma? Sem jogos antes de qualquer refeição? – Indagou e eu ri. Lua pode ser parecida com a mãe em algumas coisas, mas essa, certamente, não é uma delas. Ela implica com os jogos que eu assisto só quando ela quer atenção. Mas aí ela implica com qualquer coisa que eu possa estar fazendo no momento.
– Não. Quanto a isso, Lua é tranquila. Só implica quando quer alguma coisa e eu fico demorando para atendê-la. Ela não liga muito quanto a eu ficar em frente a tevê. – Contei. Coloquei em um jogo de futebol e ficamos assistindo até a minha mãe descer para o jantar. Lua foi buscar a nossa filha na brinquedoteca para jantarmos todos juntos.

Na mesma noite, mais tarde.

– Por que você ficou estranha? – Perguntei assim que Lua entrou no quarto. Anie insistiu para que ela a colocasse para dormir.
– Porque você mentiu, Arthur. – Lua foi direto para o banheiro.
– Eu não menti.
– Eu não sou idiota, Arthur. Você disse que não tinha nenhum problema quanto aos meus pais ficarem aqui. – Me lembrou.
– E continua não tendo. – Afirmei.
– Você ficou todo estranho. – Ela voltou para o quarto e tirou a roupa que vestia.
– Lua, a janela está aberta. – Avisei.
– Quem vai olhar para cá a essa hora? – Indagou e foi fechar a janela. Passei as mãos pelo rosto.
– Poxa, loira, eu cheguei hoje. Não queria discuti com você. Nossa, fazia tanto tempo que nem brigávamos. Perdi até as contas. Estávamos em um momento tão leve.
– Você que começou. – Revirou os olhos e se deitou na cama; só de calcinha. Preciso ressaltar porque quando ela se irrita comigo, é assim que ela me castiga.
– Não comecei nada, Lua. – Não tem nada a ver com os pais dela. Eles sempre serão bem-vindos na nossa casa. Mas é muito desgastante esse clima que ainda paira entre eu e a minha sogra. Não é algo que eu queria dizer a Lua.
– Ai quer saber? Eu fiquei feliz que você chegou em casa, mas agora eu estou irritada. – Confessou.
– Porque você quer. Já falei que não tem nenhum problema. Você que tá enxergando coisas...
– Você acha mesmo que eu sou boba. – Retrucou. – Sei que a presença da minha mãe te incomoda e que você não quer que briguemos por isso.
– Iiiih... esse assunto de novo não. – Reclamei. – A gente já tá brigando e você nem tá percebendo. – Resmunguei.
– É porque você não fala! É por isso que brigamos.
– Eu já te disse para deixarmos as coisas fluírem naturalmente. Não precisamos forçar nada. Isso não vai dá certo, loira. Tira por nós dois, quando precisamos conversar, eu insisto e você odeia. Quando é você, tudo bem. Eu tenho que concordar em conversar. Você é apressada, quer que resolvemos essa situação que vem se estendendo, mas não cabe a você. Não quero soar grosso, só estou te explicando. Sei que você se incomoda. Eu adoraria que estivesse sendo tudo diferente, para melhor, é claro. Mas a sua mãe tem que querer também. Não quero brigar com você porque a sua mãe ainda não votou a falar comigo. – Expliquei de maneira calma.
– Talvez eu seja como a minha mãe.
– Não, Luh. Em nenhum momento eu quis dizer isso. – Me defendi. – Você tem algumas coisas parecidas com o jeito dela, mas nem de longe você é tão semelhante a ela. Pelo amor de Deus, a sua mãe implica porque o seu pai assiste televisão antes das refeições. – Contei e Lua riu. – É sério!
– Ele quem te disse isso?
– Sim, hoje mais cedo quando você subiu com a minha mãe. – Expliquei. – Meu Deus, você é tranquila demais em relação aos programas que eu gosto de fazer nas horas vagas. – Acrescentei.
– Espero que você tenha dito isso ao meu pai.
– Uuuhm... é claro que eu disse. – Me virei na cama e puxei Lua para mais perto. – Passamos quase cinco dias longe, eu pensei em te fazer uma surpresa, esqueci do fuso-horário, cheguei à noite e ainda tivemos esse pequeno desentendimento. Isso nunca esteve nos meus planos, loira. – Declarei.
– Você sabe que não precisa mentir se algo estiver te incomodando. – Me lembrou de maneira enfática.
– Tá, eu sei. Mas era eu quem não queria te incomodar, te preocupar com isso. – Justifiquei e lhe dei um beijo no pescoço.
– Você precisa fazer a barba. – Lua notou e eu sorri.
– Aah, eu preciso? – Passei a mão pela barba.
– Sim. Não toda. – Lua acariciou o meu rosto. – Só um pouco. Deixa eu ajeitar para você? – Pediu de maneira mansa. Neguei com um manear de cabeça. – É sim, Arthur. Eu tomo cuidado. Não vou te machucar, se é isso que te preocupa.
– Você nunca fez uma barba antes, querida.
– Mas eu posso fazer se você deixar. – Ela encolheu os ombros.
– Não. Você vai me zoar. – Ri. – Vai deixar cheia de falhas. – Tentei me afastar e Lua não deixou.
– Claro que não! – Me puxou para mais perto. – Deixa eu fazer, amooor!
– Não, Luh. – Ri e tentei segurar as mãos dela. – Para com isso, Lua. – Pedi. Nós dois ríamos.
– Você me ensina, Arthur. Não deve ser tão difícil. – Comentou me dando um selinho. – É sim. Você não confia em mim?
– Não para fazer a minha barba. – Ressaltei. – Se você paga para te depilarem, por que eu deixaria você tirar a minha barba?
– Eei, mas isso é totalmente diferente, Arthur!
– Nada de diferente, loira. Se eu pedisse, você deixaria?
– Não. É claro que não, Arthur! – Deixou bem frisado. – Por que você pediria isso? – Franziu o cenho.
– Exatamente, eu não pediria, Lua. – Respondi.
– Você não vai mesmo deixar?
– Não. – Ri e tirei suas mãos do meu rosto. – Eu sei que você não vai desistir. – Acrescentei e Lua assentiu. Ela roçou os lábios nos meus e depois me empurrou de costas na cama.
– Eu senti muitas saudades. – Mudou de assunto. – Muitas saudades, amor. – Contou.
– Você é maravilhosa. – Sussurrei olhando dos seus olhos para os seus seios.
– Posso fazer muitas coisas se você estiver disposto. – Provocou distribuindo beijos pelo meu pescoço. – Mas você disse que estava cansado. – Me lembrou e eu soltei um riso.
– Aai, Lua. Você é muito cínica.
– Dá conta, Arthur?
– Quando foi que eu não dei? – Questionei.
– Uhm... ousado! – Exclamou e desceu os beijos pelo meu peitoral, barriga e chegou até o cós da minha cueca. – Sabe, Arthur...
– Lua, se você estiver só me provocando, você vai se arrepender. – Avisei. Ela riu apertando o meu pênis por cima da cueca.
– O que você vai fazer? – Ela me deu aquele sorriso de puro desejo.
– Experimenta. – Instiguei.
– Eu sei que você não vai fazer nada. – Abaixou a minha cueca. – Você parece apressado. – Me encarou depois de começar a massagear o meu pau.
– Olha o que você tá fazendo... – Segurei seus cabelos com as mãos.
– Calma. – Me encarou.
– Eu estou super calmo, Blanco. – Assegurei.

Lua ama me deixar louco. Eu tenho que ter muito autocontrole diante dessas provocações dela. Ela passou, lentamente, a língua por toda a extensão do meu membro. Fechei os meus olhos com força, e devo ter segurado os seus cabelos da mesma maneira.

Londres | Domingo, 12 de março de 2017 – Happy Birthday, Little Anie.

A festa da Anie está marcada para às nove e meia da manhã. Agora são sete e dez. Ontem eu fui dormir com Lua lá pela uma da madrugada. Eu estava com muita saudade dessa mulher. Ela me deixa doido, mas eu adoro.

Lua dormia com os braços em volta da minha cintura e uma das pernas entre as minhas. Eu queria deixa-la dormir por mais tempo. Mas temos que acordar cedo, para não deixar tudo para cima da hora e acabar nos atrasando para a festa da nossa filha.

– Loira, já amanheceu, amor. – Comecei a chama-la. Ela resmungou e acomodou o rosto no meu pescoço. – São sete e pouco, Luh. Precisa acordar a Anie. – Lembrei.
– Você vai deixar eu fazer a sua barba? – Murmurou.
– Não acredito que você não esqueceu essa história. – Lhe dei um beijo na testa.
– É sim, amor.
– Nem inventa, Lua. – Ri com os lábios pressionados em seus cabelos. – Eu vou ajeitar a minha barba. Como eu sempre faço.
– Você não confia em mim então. – Fez drama.
– Você sabe que não é nada disso.
– É o que então?
– Aaarg! – Resmunguei e Lua se sentou na cama.
– Você sabe que eu aprendo rápido. Eu sou uma ótima aluna, Arthur.
– Nossa, você é muito safada, isso sim. – Nós dois rimos. – Vamos tomar banho. – Convidei.
– Só se você me disser, sim.
– Lua, para. – Pedi e empurrei o cobertor para o lado.
– Então eu não vou. – Cruzou os braços e fez um bico, irresistível.
– Aaah, esse bico não. – Falei e me aproximei para lhe dar um selinho. – Amo você, neném. Não faz assim... – Pedi.
– Quando você me pede as coisas, eu faço.
– Nossa, desculpa, mas você sabe que isso não é verdade. – Falei com cuidado.
– Tá, então vai logo tomar banho. – Retrucou e virou de costas para mim.
– Lua – suspirei –, ok. Talvez eu me arrependa – comecei –. Mas tudo bem, vem... eu deixo você ter essa experiência. Porém – frisei – se você fizer merda na minha barba, você vai me dizer sim para tudo durante um mês. Um mês, Lua. Você está me ouvindo? – Indaguei e Lua virou o rosto para me olhar.
– Não. Sim pra tudo não dá. – Retrucou.
– Tá vendo? Você não aceita nada do que eu proponho e eu tenho que aceitar o que você quer. – Observei.
– Mas e se você pedir... sei lá... você sabe o que eu estou querendo dizer...
– Não, eu não sei o que você quer dizer. – Pontuei confuso.
– Eu não vou fazer sexo anal, Arthur.
– Nossa, você foi muito longe agora. – Ri. – Eu nunca pediria isso, sua boba. – Não consegui parar de rir da cara que Lua fez.
– Você pode me pedir tudo, menos isso. Você sabe. – Me lembrou.
– Então não é tudo. – Falei divertido. – Vem, mata logo essa sua vontade. Eu hein... que coisa estranha. – Me levantei da cama.
– É com a máquina? – Me levantei da cama também.
– Não, Lua. Com o barbeador mesmo. É menos perigoso.
– Eu não vou machucar você. – Voltou a afirmar.
– Eu sei, só é prevenção mesmo. – Esclareci e entramos no banheiro.
– Idiota. – Me deu um tapa nas costas.
– Olha, eu posso mudar de ideia. – Avisei.
– E se eu acertar?
– O quê?
– Fazer a sua barba direitinho, o que eu ganho? – Indagou e sentou-se no balcão da pia.
– Nada, Lua. Você já vai ter matado a sua curiosidade. O que mais você quer?
– Assim não vale. – Reclamou.
– Hahaha... você já quer muita coisa. – Abri a gaveta para pegar o barbeador.
– Aai, eu estou ansiosa. – Lua bateu palmas.
– Não podemos demorar, linda. Daqui a pouco Anie bate na porta. – Entreguei o barbeador nas mãos dela. – Cuidado, Lua. É sério.
– Eu sei. Relaxa, baby! – Lua se ajeitou sobre a bancada da pia e abriu as pernas para que eu chegasse mais perto dela. – Fica quieto, Aguiar. – Me pediu.
– Vai com cuidado. Não aperta muito, Lua. Pode me cortar. – Falei nervoso. Eu sabia que ela não ia me machucar de propósito, mas nem isso me impedia de ficar preocupado.
– Eu sei! – Exclamou. – Eu também não quero tirar toda. Sabia que com a barba feita você fica mais gostoso? – Me perguntou.
– Então não aperta muito. – Pedi de novo. – Achei que eu já fosse muito gostoso, independente da barba.
– Hahaha... convencido. É indiscutível que você é gostoso com ou sem ela.
– Uhm, que bom, Blanco. Muito bom. – Apertei suas coxas.
– Não me provoca também!

*

– Feliz aniversário, amor da minha vida. – Peguei Anie no colo. Ela tinha acabado de sair do banho. – Eu te amo, meu anjo. Eu te amo tanto, filha. – Lhe dei vários beijos.
– Obligada, papai. Eu também te amo. – Anie depositou um beijo em cada bochecha minha. – Cadê a minha mamãe?
– Ela foi buscar a sua roupa. – Respondi.
– De chapeuzinho da minha festa de aniversálio?
– Sim. Já, já ela vem aqui.
– Agola que já tá quase na hola da minha festa?
– Sim.
– Por isso que o senhor já tá arrumado? – Anie apontou para a minha jaqueta.
– Sim. Gostou?
– Sim, papai. O senhor tá lindo. – Me elogiou.
– Obrigado, filha. Mas linda é você. – Falei e Anie sorriu de um jeito fofo.
– Quem é a aniversariante mais linda do mundo? – Lua chegou no quarto com a roupa da Anie na cruzeta. É uma fantasia da Chapeuzinho Vermelho e estou ansioso para vê-la vestida.
– Sou eu! – Anie exclamou e correu para o colo da mãe.
– Feliz aniversário, meu neném mais lindo! – Lua encheu a garotinha de beijos no rosto. – A mamãe te ama muito, meu amor. Você está feliz?
– Eu também amo um monte você, minha mamãe linda.
– Aaawn... – Lua deu um beijo mais demorado na nossa filha.
– Eu tô feliz. Um monte de feliz, mamãe. – Confessou e abraçou mais forte a mãe.
– Vamos vestir sua roupa? Ela é tão linda.
– Quelo ver logo! – Anie disse animada.

Lua abriu a capa e tirou a roupa da cruzeta: um vestido, um avental e um capuz.

– Amor, pega ali aquele sapato vermelho. – Lua apontou para o chão, perto da mesinha de cabeceira.
– UAU! A minha roupa é muito linda. – Anie estava muito feliz. Seus olhos brilhavam. Lua ajudou a nossa filha a vestir a roupa. Anie calçou sozinha o sapato.
– Agora vem aqui, vou pentear os seus cabelos. – A pequena se aproximou da mãe e entregou a escova de pentear os cabelos.
– Que holas que a gente vai pla festa?
– Depois que eu terminar de te arrumar, e claro, vestir a minha roupa. – Lua respondeu com um sorriso.
– Roupa igual a minha?
– Não. – Ri junto com a Lua. – Outra roupa. Hoje a Chapeuzinho é só você. É o seu dia, meu amor.
– Que roupa então?
– Uhm... um vestidinho verde. Não tem muito o que detalhar, filha. – Explicou.
– Tá, entendi. Agola eu já posso ir mostrar a minha roupa para os meus avós?
– Pode, filha. Desça a escada com cuidado. – Lua pediu.
– Você está tão linda, meu anjo. – Lhe dei um beijo na cabeça, por cima do capuz.

Anie saiu do quarto e eu e Lua saímos logo atrás.

– Vai demorar muito, loira? – Perguntei.
– Meia hora, amor. Sem estresse, baby. – Lua me jogou um beijo no ar. Olhei para o meu relógio.
– Tá, temos um tempinho ainda. – Avisei.
– Você gostou da barba? – Sorriu e eu fechei a porta do quarto.
– Você mandou bem para uma primeira vez. – Comentei e me olhei no espelho outra vez.
– E você estava duvidando. – Me lembrou. – Esqueceu que sou surpreendente? – Questionou de maneira convencida. Pegou o vestido que estava sobre a cama e começou a vestir.
– Nossa, não é assim também. Só fiquei preocupado. – Justifiquei. – Mas você está de parabéns.
– O que eu vou ganhar com isso então?
– Pelo que eu lembre, não prometi nada.
– Então, tipo, eu posso fazer outras vezes?
– Hahaha... vamos conversar, Luh. Vamos conversar... – Andei até a cama. – Uau! A minha visão do paraíso. E nunca é um exagero. – Elogiei e Lua sorriu.
– Obrigada, amor. – Lua calçou os sapatos. – Eu queria ir com outro, mas o salto é mais fino, não vai dá certo, o chão lá é de terra e grama. – Contou e eu assenti.
– Está linda do mesmo jeito. – Afirmei.


Pov Lua

Fazenda Urbana | Local da festa – Meia hora depois.

Anie está eufórica. O local está cheio de balões nas cores, verde e vermelho. Tem escorregador, piscina de bolinhas, pula-pula e pescaria com bonecos de pelúcia; personagens da história da Chapeuzinho Vermelho. Tudo, exatamente, como eu e Arthur pedimos.

Os convidados já chegaram. São apenas os nossos amigos mais próximos e alguns poucos amiguinhos da Anie, da escola. A mesa do bolo está linda. Bem decorada e colorida.


– É a minha festa! – Anie exclamou.
– Está como você sonhou? – Arthur se abaixou para ficar da altura da nossa filha.
– Na verdade, tá muito mais linda. – A pequena admitiu e sorriu. – Obligada. – Olhou do pai para mim. Sorrimos emocionados. – Posso ir blincar com o Bart e com os meus amigos também? – Sim, trouxemos o Bart. Ou Anie não viria. Ela insistiu demais. Nossa preocupação é ele fugir. Mas Arthur já deixou avisado na entrada para ficarem de olho, caso ele se aproxime do portão.
– Vamos cumprimentar os convidados primeiro, filha. Depois você pode ir brincar. – Falei e Anie concordou.

Fomos cumprimentar os convidados e Anie ficou contente com os presentes que ia ganhando. Não deixou de agradecer. Seus olhinhos brilhavam com tudo que ela observava. Mais cedo, antes de sairmos de casa, minha sogra deu um kit lindo da Moana de instrumentos musicais para a neta. Foi divertido ver a reação do Arthur. Ele quase nem acreditou no que estava vendo. No kit veio um microfone, uma flauta, um violão e um tambor. O barulho, certamente, está mais do que confirmado. Eu odeio barulho de chocalho, ainda bem que esse brinquedo não veio.

– Deixa o papai tirar uma foto sua, bebê. – Arthur pediu. Anie sorriu sem mostrar os dentes e senti vontade apertar aquelas bochechas. Essa carinha dela não engana ninguém.
– Quelo ver a foto. – Falou e Arthur mostrou a foto a ela.
– Gostou?
– Eu tô linda.

"Feliz aniversário, meu pequeno anjo. Eu te amo tanto, filha."


– Você é linda, meu anjo. – Corrigi e Anie sorriu de um jeito carinhoso. – Agora a mamãe pode tirar uma foto sua?
– Pode. Claro que pode, mamãe. – Disse e tirei uma foto dela. É incrível, mas quando ela não quer olhar para a câmera, ela não olha. Nem adianta insistir. Anie é a melhor coisa que aconteceu nas nossas vidas. Nem consigo imaginar como seria sem ela.
– Agola eu já posso ir blincar?
– Pode, vai lá.
– Vem, vamos Bart. – Anie correu e chamou o cachorro.
– Olha como ela é linda. – Mostrei a foto ao Arthur.

"Minha chapeuzinho vermelho favorita. Feliz aniversário, meu amor. Eu te amo mais do que qualquer coisa."


– É nossa filha. Por que seria diferente? – Indagou e eu sorri da forma convencida como ele falou.
– Achei que diria que é porque é sua filha.
– Não, a mãe dela também é linda. Maravilhosa. – Pontuou e me deu um beijo na bochecha. – Vamos lá falar com o Judd. – Me convidou.
– Vamos. Viu como o Ethan está tão fofo de calça jeans? – Indaguei e Arthur assentiu rindo.
– Lua?
– Oi.
– São aqueles garotos? – Franzi o cenho. – O Will e o Louis. – Esclareceu.
– São. E para de implicância. Se você for implicar com esses garotinhos, eu vou ficar muito irritada. – Ameacei séria e Arthur riu divertido. – É sério. Eles só têm quatro anos, Arthur. Pelo amor de Deus.
– Quee... não vou fazer nada. Só vou ficar olhando. Eu hein... – Se fez de desentendido.
– A tá. Eu te conheço.
– Eles estão com a minha filha. A minha garotinha, Lua.
– Arthur – ri, não consegui me controlar –, você não pode estar falando sério.
– É claro que estou. – Afirmou todo sério.
– São crianças, amor.
– Eu sei. É errado querer cuidar da minha própria filha? – Me olhou.
– Não. Não é. Tudo bem, Arthur. Passa a manhã sentado aí reparando eles. – Dei de ombros.
– Engraçadinha. – Ele me abraçou pelos ombros. – Quando ela tiver quinze anos...
– Ainda faltam dez anos. Então, relaxa, baby. Não precisa ficar de cabelo branco agora.
– Será que ela vai nos dar trabalho?
– Arthur, hoje é a festa de cinco, cinco anos da nossa filha. Você acha que eu estou pensando em quando ela tiver quinze anos e começar a namorar?
– Ela não vai namorar com quinze anos. – Arthur me corrigiu.
– Tá bom. Com dezesseis?
– Não. Com vinte, quando ela já tiver cursando faculdade e estagiando. – Explicou e eu segurei o riso.
– Ok. E se ela não quiser ir à faculdade?
– Eu não pensei nisso, loira. – Arthur parou. – Enfim, vai ser depois dos vinte, independente de faculdade ou não.
– Hahaha... ai, amor. – Lhe dei um selinho. – Amo você.
– Eu também te amo, baby.

Depois de mais ou menos uma hora, cantamos os parabéns. Anie e os amigos já tinham brincado tanto, que estavam suados. Aquelas bochechas dela estavam tão vermelhas, que eu não pude resistir e as apertei.

– Cinco anos. – Harry pontuou. – Será que estamos ficando velhos mesmo? – Acrescentou e acabamos rindo.
– E daqui a dois meses, são esses dois que farão um ano. – Arthur lembrou.
– Esses que cresceram rápido. Olha só, estão quase andando. – Harry observou. – Em maio quero ver os pais correndo atrás deles. – Riu.
– Vou te colocar para correr atrás deles. – Mika se levantou e colocou Lívia no chão. A menina não queria mais ficar só no colo e soltava gritinhos de irritação.
– Tá mais fácil ele sair correndo com eles. – Mel comentou entre risos.
– Tá aí um fato. – Concordei.

Meus pais estavam em outra mesa com a minha sogra, John e Grace.

– Vamos lá, vamos aproveitar a piscina de bolinhas também. – Arthur falou com Ethan. – Sim. Eu também concordo que não é justo vocês não se divertirem nessa festa. – Ele pegou o menino no colo e saiu em direção ao brinquedo com Ethan batendo palminhas e uma Lívia gritando eufórica atrás, no colo do pai.
– Cara, por que Arthur é assim? Agora eu vou querer ir lá na piscina com eles. – Se levantou com cara de quem iria aprontar.
– Se você implicar com a minha filha, eu vou te bater, Harry. E eu estou falando sério. – Sophia avisou.
– Que nada. Eu hein... deixa de ser chata. São crianças e crianças choram. – Comentou e correu para a piscina de bolinhas. As outras crianças também estavam lá. Bart estava deitado perto de mim. Tadinho, já tinha cansado de tanto correr e ser apertado.
– Esse Harry é demais! – Minha irmã exclamou. Chay tinha ido ao banho e na volta, ficou onde as crianças estavam brincando. –  Ethan gosta muito do Arthur.
– É reciproco. Se Mel e Chay deixassem, ficaríamos com ele todo final de semana. Arthur jamais reclamaria. Ele ama quando ele fica lá em casa. – Contei os olhando brincar.
– Já fez um ano, Luh... por que sei lá... não tentam? – Sophia não sabe do meu problema para engravidar.
– Não estamos preparados e também não é algo que pensamos mais. – Respondi. Não queria entrar em detalhes. O dia é de festa, de felicidade. Não quero de maneira nenhuma, ficar triste com nada.
– Entendo. – Minha irmã sorriu compreensiva. E agradeci por ela não insistir no assunto.

Continua...

SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.

N/A: Olá, boa noite. Vocês estão bem? Espero que sim! <3

OBRIGADA pelos comentários do capítulo anterior. Sou muito grata por tê-los como leitores. <3

Geeeenteee!!! Que capítulo enooooormeeee – 35 páginas do word –! Vocês gostaram? Ai, eu sou mega suspeita pra falar hahaha Mas sei que amam quando o capítulo é grandão e cheio de acontecimentos.

Nossa, esse casal gosta de nos dar susto, não é mesmo? Ainda mais quando resolvem iniciar uma discussão. Já ficamos até apreensivas. Mas ufa! Dessa vez tudo se resolveu e terminou bem quente. Eles estão bem safadinhos nesse capítulo, concordam?

E o que dizer da festa de aniversário da Anie? Ai, que amor! (mil coraçõezinhos) <3 A chapeuzinho vermelho mais fofa, concordam? Ela é tão especial. De longe dá para sentirmos o quanto ela é amada.

Ps¹: Viram as fotos? Gostaram dos looks, dos “posts no insta”, da decoração da festa?

OBS: Elas foram assim no post porque, novamente, tive problemas para carregar o flickr, aplicativo que eu uso para hospedar as fotos e usar os links aqui, ok? Mas assim que eu consegui acessa-lo, eu as envio para lá e coloco os links aqui. Acho, visivelmente, mais bonito dessa forma.

Bom, eu só peço que comentem bastante, tá? Eu estou muito ansiosa para ler os comentários e as contribuições de todos vocês.

Ps²: No próximo capítulo terá uma linda surpresa. Será que alguém aqui vai adivinhar o que é? Já estão ansiosos? Eu disse que as surpresas chegariam. Pensem bastante, quero saber a opinião de vocês quanto a isso. Podem comentar suas apostas aqui embaixo. Haha

Um beijo e até a próxima atualização.

6 comentários:

  1. Aí gente 🥺 parabén Milly pelo Capitulo maravilhoso ❤️ nossa Anie tá crescendo !!! Tô muito feliz e EMOCIONADA com esse capítulo !!! ❤️ Parabéns ❤️

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  2. Meu Deus, como eu amo essa historia serio, quando Arthur e Lua começam uma discussão bate ate o desespero!! Anie é tão fofa, da vontade de apertar o tempo todo, a festa esta muito linda!!! é triste a situação da mãe da Lua com o Arthur, mas ele tem razão, ela precisa querer conversar também , não da pra adiantar. Esse capiyulo esta maravilhosos e enormee, não vou negar, amo isso kkkkk.
    Já estou asiosa para essa surpresa, não consigo imaginar o que possa ser, mas queria muito que fosse mais baby deles, não da pra negar kkkkkkk

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  3. Ahhhh Milly, que capítulo mais que especial e gigante, do jeito que a gnt gosta! Essa Anie é muito fofa! Amei a festa que o Arthur e a Lua fizeram para ela,ficou muito linda e combinou super com ela!!!
    Não tenho nem ideia do que pode ser essa surpresa que você está preparando!!!! Podia dar um spoiler né! Kkkkkkk
    Ansiosa demais para os próximos, principalmente por conta dessa surpresa no próximo capítulo!
    Beijos e até a próxima atualização! ❤️🥰

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  4. Aíiii senhor que capítulo maravilhosamente incrível e enorme!!! Milly espero que a tendinite não venha após escrever tanto, mas fiquei imensamente feliz, lendo cada parágrafo do capítulo e me sentindo bem idosa com os 5 anos da Anie. Como ela cresceu rápido e continua cativando todas nós.
    Nunca irua querer jogar contra o Arthur, ele ganha tudo e o que foi aquela mini discussão? Espero que tudo se resolva logo com a mãe da Lua.
    Sobre a surpresa no fim, eu queria que fosse sobre a pergunta da Sophia no final e tivéssemos mais um bebê pra chamar de nosso 😍😍 mas como sei que os tombos são inversamente proporcionais aos mimos, deixarei para o próximo capítulo que já espero ansiosa ass: lorena

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  5. O capitulo esta maravilhoso,cada de Mille voce nos surpreende mas como cada capitulo q voce posta, amo a cumplicidade o amor o carinho dessa familia ,a festa da Annie esta otima a arrumação os looks e tudo mas adorei. Eu acho q a supresa é uma conversa entre a Emma e o Arthur e eles se acertarem pra tudo ficar bem sem esse clima estranho entre eles.

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  6. Seus capítulos são sempre incríveis, amo ler essa história ❤️

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