Litte Anie - Cap. 89 | 4ª Parte

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Little Anie – 4ª Parte

inefável (adj.)
é encontrar alguém disposto a se entregar no
meio desse mundo de pessoas desinteressadas e
com medo de se apaixonar. [...]
é como se chamam dias bons demais para serem
descritos.

é aquilo que narra por suspiros e sorrisos.
– @akapoeta | João Doederlein

Pov Lua


Eu coloquei ontem à noite o despertador para tocar hoje às seis e meia da manhã. Tomei todo o cuidado para que ele não tocasse alto, pois eu não queria que Arthur acordasse no mesmo horário. Pensei em fazer um café da manhã – simples – e trazer na cama para ele. Hoje é sexta-feira, eu ainda trabalho e Anie tem aula, tanto na escola quanto no balé. Sei que ele gostaria que passássemos o dia juntos, mas não será possível.

Me levantei da cama com cuidado. Arthur estava com os braços ao redor do meu pescoço – ele encontrou essa posição e pôs uma das pernas entre as minhas, depois que se mexeu quase que a noite inteira.

Peguei meu celular e abri a porta devagar e logo depois, a fechei da mesma maneira. Eu não podia fazer barulho. Embora Arthur não tenha o sono tão leve, quando ele sente que não estou na cama, ele me procura. Então, era melhor que eu corresse com os preparos da minha surpresa.

Desci os degraus e cheguei até a cozinha. Estava tudo escuro e silencioso. Carla também ainda não acordou.

Coloquei o café na cafeteira e liguei. Torci para que não saísse ralo. Eu não gosto de café e tão pouco, gosto de fazê-lo. Arthur sempre reclamou das vezes que eu fiz. Mas como sei que ele gosta, vou tentar novamente. E é por esse motivo que só ele ou a Carla que fazem café aqui em casa, além de ser só eles quem bebem.

Peguei uma bandeja e coloquei sobre o balcão, depois separei um pires com a xícara para pôr o café, uma taça – só para parecer mais sofisticado – para pôr o meu suco de maracujá, porque eu também vou tomar o café com ele – a intenção sempre foi essa. Separei algumas torradas e coloquei morangos fatiados e uvas roxas. Coloquei na bandeja dois potes de geleias, um de framboesa e um de uva. Depois pequei um vasinho com uma rosa, e coloquei para enfeitar a bandeja – deixei algumas pétalas soltas no fundo da bandeja e por fim, depois de colocar o café na xícara, eu coloquei um cartão de “Feliz aniversário, meu amor.”

A bandeja ficou linda, e eu fiquei orgulhosa da minha singela surpresa de aniversário para a pessoa que me faz a mulher mais feliz do mundo. Estou torcendo para que o café esteja pelo menos, bebível. Espero que o Arthur seja sincero, antes de ser educado.

Subi a escada com cuidado para não tropeçar e derrubar tudo. Abri a porta do quarto com o mesmo cuidado e coloquei a bandeja sobre a mesinha de cabeceira. Arthur segue dormindo, agora, abraçado com o meu travesseiro.

Sorri de lado antes de me sentar na cama e levar uma das mãos até seus cabelos.

– Acorda, meu amor. – Sussurrei. – Eu tenho uma surpresa para você. – Contei ainda baixo. – Acorda. – Passei o dorso da mão pelas suas bochechas. – Arthur... – Ele abriu os olhos. – Feliz aniversário, neném... – Falei com uma voz dengosa e ele sorriu ao me puxar pela cintura. – Eu te amo demais.
– Obrigado, meu anjo. Eu também te amo demais. – Nos beijamos.
– Eu tenho uma surpresa. – Repeti por ter certeza de que ele não tinha escutado.
– Uma surpresa? Assim, cedo? – Indagou com um sorriso contido.
– Sim. – Mordi meu lábio inferior. – Eu gostaria de passar o dia com você, mas tenho uma reunião daqui a uma hora e meia, mais ou menos. – Falei checando as horas. – É simples e eu espero que você goste. – Acrescentei.
– Eu tenho certeza de que vou amar. – Afirmou segurando o meu rosto com as duas mãos e me dando um selinho. Apontei para a mesa de cabeceira que fica do meu lado da cama e Arthur alargou o sorriso. – Oow! Café da manhã na cama? – Me encarou, completamente, apaixonado. – Obrigado, meu amor. Que surpresa linda, Luh. Obrigado mesmo. – Se sentou na cama.
– Você merece. E acho que vai ficar mais surpreso quando ver o que eu tentei fazer. – Me inclinei para pegar a bandeja com o café da manhã.


– Aah não, café, Lua? Isso é sério? – Ele riu e voltou a me dar um selinho. – Eu te amo, baby.
– Eu espero que não esteja tão ruim quanto das outras vezes que eu já fiz. – Fiz uma careta e Arthur sorriu.
– Que nada, só de você já ter feito sem eu insistir já é bom demais! Eu ainda não acredito e ainda têm rosa... torradas, geleia e cartão?!
– De feliz aniversário com amor. – Encolhi os ombros.
– Você que é o meu amor. – Arthur tomou um gole do café. – Se tornou uma das minhas surpresas preferidas e encantadoras, querida.
– O que você me diz?
– Do café?
– Sim. Estou na expectativa. Prefiro que você seja sincero e não tão educado. – Confessei. Era capaz do café está horrível e mesmo assim ele assegurar que estava tão bom como nunca esteve antes.
– Sincero? Se tivesse horrível, eu nem saberia disfarçar. – Me provocou. – Está ótimo querida. Pode acreditar que está melhor do que os anteriores. Fique tranquila. – Assegurou.
– Eu vou acreditar então. – Lhe dei um selinho.
– Pode acreditar. Estou sendo sincero. – Afirmou. – Eu te amo muito. Obrigado, tá?
– Eu te amo e você é incrível. – Elogiei.
– Então vamos saborear este café. Porque eu estou faminto e daqui a pouco você vai ter que ir para o trabalho. – Me lembrou. Concordei e começamos a tomar nosso café da manhã.
– Depois eu vou chamar a nossa filha. Dou banho nela antes de ir para o trabalho.
– Não se preocupa, Luh. Você pode se atrasar para a reunião de hoje.
– É verdade. Mas ela pode tomar banho comigo sem problemas.
– Certo. – Arthur concordou e voltamos a tomar nosso café. – Ei, a gente pode sair hoje para comemorarmos? Eu, você e a nossa filha. – Convidou.
– É claro, amor. – Concordei só para que ele não desconfiasse da surpresa que eu planejei para hoje a noite. – Mas você ainda pode ir ao shopping com a pequena, só para ela não ficar chateada.
– Eu vou.

Depois de alguns minutos nós terminamos de tomar nosso café da manhã, Arthur disse que levaria a bandeja com as coisas de volta para a cozinha. Aceitei e fui chamar a nossa filha para que ela tomasse banho e não se atrasasse para a aula.

– Hoje que é aniversálio do meu papai, não é mesmo, mãe? – Perguntou enquanto eu colocava o shampoo em suas mãos.
– Sim. – Respondi. Estamos tomando banho juntas no banheiro do quarto dela. – Esfrega bem a cabeça. Não é desse jeito que eu te ensino, filha.
– Meu papai já acordou?
–  Já.
– Hoje de noite que tem a festa, não é?
– É. Mas é surpresa. Não se esqueça disso. – A lembrei.
– Eu não vou esquecer, mamãe. – Assegurou. – Eu plometi.
– Tudo bem. Eu acredito em você, filha.                
– Mas eu posso dar palabéns agora?
– Pode, claro que pode, meu amor. – Sorri. – Vamos só terminar de tomar banho e você vestir o uniforme, ok?
– Ok.

Terminamos de tomar banho, ajudei Anie a vestir o uniforme da escola, penteei os seus cabelos e amarrei em um rabo de cavalo e ela correu para o quarto para desejar Feliz aniversário para o pai.

– Paaapaaaii! Feliz aniversário! – Ouvi os gritinhos. Provavelmente, Arthur a estava enchendo de beijos no pescoço.
– Obrigado, minha vida! – Cheguei ao quarto e ele estava com ela no colo.
– Faz cosquinha, papai. – Anie tentava se desvencilhar dos beijos. Arthur está com a barba por fazer.

Caminhei para o closet e fui vestir uma roupa. Tenho, exatamente, meia hora para me arrumar e sair de casa e não chegar atrasada no trabalho.

– Eu te amo.
– Eu te amo, papai lindo! – Anie exclamou e riu baixinho. – Agora eu não compei plesente, papai.
– Você é o meu presente. Eu vou te dizer isso sempre! – Ouvi Arthur falar carinhosamente.
– Para sempre?
– Sim. Você nem faz ideia, meu bebê. – Ele pontuou. Voltei para o quarto já vestida e com os meus sapatos em mãos.
– Fecha aqui atrás, Arthur. Por favor... – Pedi e me virei de costas para ele. Arthur desceu Anie do colo.
– Prontinho. – Disse após apertar levemente a minha cintura.
– Obrigada. – Me sentei na cama e calcei meus sapatos.
– Agora eu vou tomar um banho rápido. – Arthur foi até a sacada e abriu a porta de vidro.
– Vai me levar pra escola?
– É só isso que me faz acordar cedo. – Arthur deu uma piscadela. Ri.
– Mentiroso. – Murmurei e ele riu mais alto.
– Bom trabalho, minha linda. – Me deu um selinho.
– Obrigada. Tenha um dia lindo.
– Ele já começou maravilhoso. – Contou me dando outro beijo. – Eu te amo.
– Eu te amo.

Arthur foi para o banheiro e eu peguei a minha bolsa e a minha pasta com alguns documentos importantes.

– Vem, filha. Você tem que tomar café.
– Mamãe? – Anie me seguiu para fora do quarto.
– Oi, amor.
– Eu posso comer biscoito daquele que é recheado no lanche de hoje? – Perguntou num tom de voz ameno. Tom que ela usa quando quer que eu diga sim aos seus pedidos.
– Se você prometer que vai almoçar direitinho, a mamãe deixa. – Falei.
– Tá. Mas a senhola sabia que eu almoço direito lá na escola?
– Sim. E é para continuar. – Pontuei.
– Eu posso então?
– Pode. Vou pedir para a Carol pôr na sua lancheira. – Avisei.

Chegamos a cozinha e o café da Anie já estava posto sobre a bancada. Sentei ela no banco e ela começou a comer. Pedi que Carol colocasse na lancheira da Anie o biscoito recheado que ela havia me pedido ainda a pouco. Me despedi dela, lhe desejei boa aula e fui para o trabalho.

À tarde.

São três horas da tarde. Voltei do horário do almoço há uma hora. Já liguei para Carla para saber se está tudo ocorrendo como o planejado quanto aos salgados e o jantar. O bolo é o Harry quem vai pegar, já que talvez quando eu chegue, Arthur ainda esteja em casa.

Carla me garantiu que está tudo sob controle e que Arthur não está desconfiando de nada. Ele não costuma ficar indo à cozinha, então, está tudo tranquilo.

Os meninos da banda já confirmaram que vão, a minha irmã, a Mel e a minha sogra também. Fiquei de ligar para o meu pai, mas a minha mãe e o Arthur ainda não se falam direito. Não quero nenhum clima chato no dia dele. Ano passado já foi mais que suficiente e no aniversário do meu pai também.

Ela não o chateou, mas o fato dela fazer de tudo para ignorar a presença dele, já estava me deixando incomodada e irritada. Minha mãe nem ao menos aceita falar com ele para se resolverem logo.

Comecei a ler alguns documentos relacionados a uma audiência que terei com um cliente no mês que vem. Parei lá pelas quatro horas da tarde. Peguei meu celular e resolvi avisar o meu pai, não queria que ele soubesse da surpresa por outras pessoas. Se ele quiser vir, ainda dá tempo.

Ligação ON

– Oi, filha. – Podia apostar que ele estava com um largo sorriso.
– Oi, pai. Como o senhor está?
– Estou bem, querida. E você? Lembrei que hoje é aniversário do Arthur. – Contou contente.
– Estou bem também. Sim, é hoje e é por isso que estou ligando. Planejei uma surpresa bem simples. Ele me disse que não queria festa e pensa que vamos sair para comemorar. Chamei os meninos da banda, a Marie, a Sophia, a Mel e a Laura, inclusive, ela já deve estar no avião. Me ligou ontem confirmando que viria. Eu pensei em ligar mais cedo, mas estou no trabalho. Arthur ia ficar feliz se o senhor viesse. Marquei o jantar para às seis e meia, porque ele ainda vai ao shopping com a nossa filha depois do balé. Mas sei que nem vai demorar. – Expliquei.
– Eu sei que ainda dá tempo, meu amor. Eu também adoraria estar presente, mas creio que a sua mãe não vai achar uma boa ideia. Eu posso falar com ela, só não sei se agora é você quem vai achar que não é uma boa ideia.
– Eu não vejo problemas. Eu só não quero que o clima fique pesado igual das últimas vezes. Eu queria que eles conversassem, mas a mamãe não aceita. – Lamentei.
– Eu também queria que eles conversassem, mas a sua mãe é tão teimosa.
– Me liga, dependendo da sua resposta, tá?
– Tá. Obrigado pelo convite. Vou ligar para ele depois, para dar os parabéns.
– Haha... ele vai ficar feliz. – Afirmei sorrindo. – Um beijo, pai.
– Um beijo, meu amor. Dê um beijo na Anie por mim.
– Dou sim. Estamos com saudades. – Confessei.
– Eu também estou. Eu te amo, um beijo.
– Eu te amo pai. – Meu pai encerrou a ligação.

Ligação OF

Arrumei as minhas coisas e peguei a minha bolsa. Já tinha avisado o Ryan que hoje vou sair mais cedo.

Em casa.

Cheguei e vi o carro do Arthur na garagem. Certamente, ele e Anie ainda estão em casa. Abri a porta de casa e, praticamente, dei de cara com Arthur descendo a escada.

– Hey, aconteceu alguma coisa? Você chegou cedo. – Ele me segurou pela cintura e me deu um cheiro no pescoço.
– Uuhm... nada tão grave. – O abracei pelo pescoço. – Só uma dor de cabeça.
– Já tomou remédio? – Perguntou preocupado.
– Sim. – Menti. Eu não o olhava. Assim seria mais difícil. Arthur me conhece e sou péssima com mentiras.
– Então toma um banho e descansa, tá? – Pediu e me deu um beijo na testa. – Vou fazer de tudo para não demorar para voltar, ok? – Me deu um selinho.
– Ok. Mas vou ficar bem. Não se preocupe. – Pedi retribuindo o beijo.
– Eu te amo.
– Eu te amo. – O abracei mais forte.
– Maamããe! – Anie desceu correndo os degraus. Me afastei de Arthur.
– Ei, devagar. – Pedi pegando-a no colo. – Que linda está a minha bailarina. – Elogiei. Ela estava com a roupa vermelha de balé.
– Obligada, mamãe. – Ela me deu um beijo na bochecha.
– Aaah, sabe quem me ligou? O seu pai. – Arthur contou. – Só para me dar os parabéns. – Acrescentou sorrindo.
– Ele me ligou também e deixou um beijo pra você, bebê.
– O meu vovô?
– Sim. – Lhe dei um beijo na testa.
– Eu amo muito o meu vovô.
– Ele também te ama muito. – Afirmei e Anie sorriu quando a coloquei no chão. – Boa aula, filha.
– Obligada, mamãe. – Me jogou um beijo.
– Tchau, loira.
– Tchau, amor. – Acenei e os dois saíram de casa.

Um tempo depois.

Eu já tinha tomado banho e vestido um macaquinho de tecido bem leve, listrado, de decote, com alças e um laço na cintura. Calcei uma sandália rasteirinha na cor marrom.

Carla já tinha começado a arrumar a mesa do jantar. Estamos à espera do Harry com o bolo.  Estou bastante ansiosa e empolgada.

A campainha tocou e eu corri para abrir a porta. Podia ser o Harry ou a minha sogra.

Ah! – Exclamei abrindo os braços para abraça-la. – Que bom que você chegou. Eu já estava preocupada.
– O voo atrasou um pouco. Mas já cheguei e está tudo bem. Arthur não está?
– Não. E nem desconfia de nada. – Olhei para o relógio. – À essa hora ele deve estar saindo da aula de balé com a Anie. Vão ao shopping, mas creio que nem irão demorar. Eles ainda estavam aqui quando cheguei do trabalho. Tive que inventar uma dor de cabeça. Ele ficou todo preocupado e disse que não iria demorar. – Contei dando passagem para que Laura entrasse em casa. – Entre. Vamos deixar a mala no quarto.
– Eu preciso de um banho. – Me disse enquanto eu fechava a porta.
– Vamos lá – subimos a escada –, as coisas aqui estão praticamente prontas. Só falta o Harry chegar com o bolo.
– Seus pais não vêm? – Laura indagou. Não é do feitio do Arthur contar as coisas para a mãe.
– Não sei. Liguei mais cedo, mas o meu pai não me deu resposta. Ia ver com a mamãe. Ficou de ligar depois. Ele já ligou para o Arthur, soube quando cheguei. – Expliquei. – Depois do que aconteceu, minha mãe e o Arthur nem estão se falando direito. – Contei sincera.
– Eu imagino, querida. Não a julgo por isso. Qualquer mãe que ama o filho, não aceitaria uma situação daquelas. Embora tenha sido tudo armação, as coisas pelas quais você passou, foram horríveis. Ela ainda deve estar magoada e decepcionada. Sei que o meu filho é um bom homem – Laura sorriu –, mas confesso que fiquei preocupada com o que aconteceu, cheguei a duvidar. Arthur sabe disso. Ele ficou muito chateado porque eu não estava acreditando também. Espero que eles se resolvam. Sei o quanto ele gosta e respeita a sua mãe. – Concluiu.
– É o que eu mais quero. Só que enquanto não acontece, vamos ter que aprender a lidar com esse clima chato. – Bufei. – Bom, vou deixa-la tomar banho. Qualquer coisa é só chamar. Estarei lá embaixo.
– Tudo bem, querida. Obrigada.

*

Não faz nem cinco minutos que Harry chegou com a Marie e o bolo, que por sinal, está lindo.

John, Grace e as filhas, também, já chegaram. Katherine está brincando com o Bart, os dois estão se dando bem e quando a Anie chegar, a bagunça estará instalada. Paul e Nick acabaram de chegar e trouxeram bebidas. Não sei se hoje o Arthur vai mudar de ideia e beber com os amigos.

Estou ansiosa para que ele chegue e veja a surpresa, porém, ainda faltam a minha irmã, a nossa sobrinha, o nosso afilhado, a Mel, o Chay e o Mika. Sophia nunca foi tão pontual e agora com uma filha, é ainda menos pontual.


– Será que o Arthur vai demorar muito? – Já ia dar sete horas da noite. Estávamos todos na sala, em silêncio, e na expectativa para que Arthur chegasse logo. Nem apaguei as luzes, isso faria com que ele desconfiasse logo quando estacionasse o carro.
– Espero que não. Me disse que não ia demorar no shopping com a nossa filha. – Contei inquieta. Queria que ele chegasse logo!

Todos já tinham chegado e estava sendo difícil fazer com que Ethan e Lívia ficassem quietos, ainda mais com Bart e Kathe correndo pela casa. Os dois pequenos ficavam eufóricos e soltavam gritinhos com vontade de fazer o mesmo. Mas nem sabiam andar ainda. Por fim, Mel e Soph deixam eles no chão para que pudessem engatinhar atrás do Bart e da Kathe. Óbvio que tínhamos que ficar de olho naqueles dois. Eles se apoiavam e tudo e ficavam em pé com facilidade; só não davam ainda passinhos sozinhos.

– Acho que eles chegaram! – Marie exclamou baixo. – Ouvi barulho de carro. – Me aproximei da janela e abri só uma fresta da cortina e eram eles mesmos.
– São eles! – Afirmei. Corri de volta para o meu lugar e ficamos em silêncio à espero do Arthur abrir a porta e entrar em casa. Em menos de dois minutos ouvimos os barulhos das chaves.
SUUUUUURPREEESAAAA! – Gritamos todos juntos.

Harry soltou até confetes, eu disse que era ele quem ia varrer a sujeira. Arthur ficou nos encarando, completamente, surpreso e sem entender nada. Começamos a cantar os parabéns com ele ainda tentando processar o que estava acontecendo. Pelo menos ele sorriu emocionado, isso quer dizer que ele gostou.

– Cara, eu não acredito! Obrigado, galera. – Agradeceu sincero. – De verdade. Nossa, nem imaginei. Você sabia de tudo isso? – Encarou a nossa filha e Anie assentiu com um sorriso travesso nos lábios. – Que malandrinha, foi por isso que pediu para ir ao shopping. – Observou e deu um beijo na testa dela. – Eu te amo.
– Eu te amo, papai. – Ela o abraçou.
– Eu não acredito que a minha mãe veio! Isso é mesmo surpreendente. – Andou até Laura e a abraçou apertado.
– Feliz aniversário, filho. Eu te amo. – Declarou emocionada ainda no abraço. – Quando Lua me convidou, eu não podia dizer não.
– Como você conseguiu esse feito? – Arthur me encarou divertido antes de dar um beijo carinhoso na bochecha da mãe e se afastar para vir me abraçar.
– Uhm... engraçadinho. – Respondi rindo.
– Sempre soube que você consegue tudo o que quer. – Sussurrou no meu ouvido quando me abraçou. – Eu te amo muito. Obrigado, loira. – Agradeceu e me de um beijo nos lábios.
– Eu te amo. Gostou da surpresa?
– Amei demais. – Afirmou segurando o meu rosto com as duas mãos.
– Hey, dude! Quero te dar os parabéns! – Harry chegou fazendo com que Arthur me soltasse.
– Obrigado, cara. – Arthur o abraçou.

Depois de cumprimentar e agradecer a presença de todos – e os presentes, leiam, bebidas. Por que homens só se presenteiam com bebidas? Enfim... gostaria de entender. Arthur carregou Lívia e Ethan no colo. Os dois estavam “falando” demais, e só eles entendiam o que estavam dizendo, enquanto Arthur concordava com tudo e agradecia pelos parabéns que ele dizia estar recebendo.

Ele ama demais essas crianças, se os pais deixassem, ele ficava com eles todos os finais de semana. Anie se juntou a Katherine e ao Bart como previ mais cedo e os três foram aprontar na brinquedoteca.

– Que bolo lindo, querida. E nada discreto. – Arthur disse ao olhar o bolo.
– É que eu esqueci da vela. – Brinquei. O bolo é no formato de três e zero; trinta anos. Com recheio de chocolate e cobertura de chocolates variados e uva.
– Hahaha... nem precisa, o bolo entrega a minha idade. – Falou no mesmo tom brincalhão e me deu um beijo na bochecha. – Obrigado. Eu não esperava ser surpreendido dessa maneira, e menos ainda, encontrar a minha mãe aqui. – Confessou. Encostei minha cabeça em seu peito. – Está tudo lindo, querida. A mesa, o bolo, os salgados. Já provei alguns. – Contou. – Aah, você melhorou da dor de cabeça? – Perguntou ao me olhar. Ri.


– Amor, eu menti. Me desculpa. – Contei ainda rindo.
– Lua, achei que era verdade. – Passou as mãos pelos cabelos.
– Desculpa, querido. – Eu ainda ria e o abracei.
– Por isso que você não me olhou. – Lembrou.
– Sim. Se eu olhasse, não ia conseguir falar tão sério. – Justifiquei.
– Eu até apresei a Anie para virmos logo embora, mas você sabe como ela é quando vê aquele escorregador. Ficamos quase uma hora lá.  – Disse e logo após, me deu um beijo nos cabelos.
– Ei, posso te pedir uma coisa? – Levantei o olhar para encara-lo.
– Uhm, claro, meu amor. – Arthur sorriu.
– Dança comigo?
– Ai, por que eu disse sim? – Riu contra os meus cabelos.

As pessoas já estavam comendo, o jantar não é nada tradicional que nos obrigue a sentar todos juntos a mesa. Anie está brincando com a Kathe e o cachorro.

– Porque você não sabe me dizer não. – Mordi os lábios.
– Ai, sua convencida. Eu te amo demais, Meu Deus! – Exclamou me dando um beijo nos lábios.
– Você tá com cheiro de bebê. – Falei assim que o cheirei no pescoço.
– Aah... – Ele olhou para trás. – Deve ser da Lívia e do Ethan. – Respondeu. – Eles também me abraçaram, você viu? – Disse contente.
– Não entendo porque crianças gostam tanto de você.
– É porque eu sou gente boa, loira. Para de fingir que você não sabe. – Nós rimos.
– Você fica todo bobo. – Observei.
– Eu também gosto muito delas. – Deu de ombros. – Vem, eu disse que você poderia pedir o que quisesse, então vamos dançar. – Cedeu.
– Eu sabia! – Comemorei sorrindo abertamente.

A música não está tão alta e aproveitamos que o ritmo é calmo para dançarmos abraçados. Estou feliz que tudo tenha dado certo e Arthur está muito feliz em ter ganhado uma surpresa no dia do aniversário. Ele diz que não liga para essas coisas, mas no fundo quem é que não gosta de ser surpreendido?

– Sabe, Luh...
– Hum... – Murmurei.
– Você está se saindo muito bem nas surpresas. – Elogiou. Sorri sem que ele me visse.
– Isso é sério?
– Muito. – Assegurou.
– Fico feliz, amor.
– Eu sempre falo que você sabe como me surpreender.
– Mas é diferente, amor. – Pontuei tentando conter o riso. Sabia muito bem que ele falava das surpresas que deram certo e, também, das que não deram.
– Eu falo no geral. Não importa a notícia, mas certamente eu vou ficar surpreso. – Riu.
– É que eu sou assim mesmo.
– Ainda bem que é assim mesmo. – Apertou os braços em volta da minha cintura.

Dançamos quase umas três músicas até Anie pintar ali na sala de jantar – ninguém nos atrapalhou antes porque estão todos na sala de estar.

– Deixa eu dançar aí também? – Apontou para o nosso meio. Sorri e Arthur se afastou para carrega-la no colo.
– Meu amorzinho. – Disse beijando-a na bochecha.
– Seu amorzinho é muito ciumento, isso sim. – Observei os abraçando.
– É igual ao meu outro amor. – Arthur retrucou de maneira divertida e eu mostrei língua. – Você nunca vai admitir, mas você é desse jeito mesmo. – Afirmou me dando um cheiro. Anie abraçava nós dois pelo pescoço. Lhe demos um beijo nas bochechas ao mesmo tempo.
– Eu só sou um pouco ciumenta assim... – Mediu com o dedo indicador e o polegar.
– Aai, mas que mentira. – Arthur implicou lhe fazendo cócegas no pescoço com a barba. A pequena o emburrou com uma das mãos.
– Paaaraaa, papai.
– É um montão assim. – Me soltou e abriu os braços para exemplificar o quão ciumenta a nossa filha é.
– Não é não. – Anie voltou a assegurar.
– É sim. Eu não me engano, eu te conheço. – Arthur foi para a sala de estar com a nossa filha ainda no colo. – Vem, loira. – Me chamou e com um gesto de mão, respondi que já estava indo. Peguei um prato para pôr alguns salgados para mim.
– Olha só esse jogo. – Sim, Harry, Chay, Mika, Nick e Paul estão jogando vídeo game. – Você precisa jogar uma partida com a gente, Aguiar!
– Então também quelo jogar!
– Aaah! Eu duvido! – Nick provocou Anie.
– Haha... você nunca viu a minha filha jogando, Nick. – Arthur avisou. – Ela, simplesmente, é melhor que o Harry. E olha que ele é muito bom.
– Obrigado pela parte que me toca. Mas se for de dupla, Anie vai ser a minha dupla.
– Eu sou dupla do meu papai. – Ela segurou na mão de Arthur.
– Nããããooo, assim nem vale! Tem que ser um bom e um muito bom. Não dois muito bons. – Harry tentava explicar.
– Minha filha não é boa, ela é ótima. Logo, aprendeu comigo que sou duas vezes melhor. – Arthur se gabou e pegou um controle do vídeo game e entregou para a nossa filha. – É para ganhar, amor.
– Eu sei, papai. – Pontuou segura e sentou-se no sofá.
– Modesto, Arthur é sempre modesto. – Harry revirou os olhos. Arthur pegou o controle da mão do nosso amigo e sentou-se ao lado da nossa filha.
– Vamos nessa.
– Quelo o vermelho. – Anie pediu.
– Essa eu quero ver. – Nick riu.
– Anie não gosta de jogar com gente falando perto dela. – Micael avisou divertido. E isso é verdade. Me sentei em uma poltrona para observa-los.

Não sei dizer ao certo qual foi o momento em Anie descobriu que videogame é muito bom e passou a insistir para que Arthur ensinasse tudo a ela. Agora, passou a ser um dos passatempos preferido deles dois.

– Isso é verdade. O meu bebê precisa de concentração. – Arthur ressaltou.
– Não quelo que me perturbem. – A garotinha pontuou toda séria.
– Vocês ouviram? – Arthur indagou divertido e todos assentiram.
– Vamos começar, bebê.
– Eu já tô pepalada.
– Tudo bem, eu também. – Arthur respirou fundo.

Os dois começaram a partida. Eles sempre jogam corridas de carro. E Arthur perde mais do que a nossa filha e isso não é porque ele a deixa ganhar, que fique bem claro.

– Vai, eu estou do lado da minha afilhada linda. Sei que essa ela vai ganhar.
– Haha... – Arthur riu alto.
– Eu que vou ganhar porque eu sei o montão de tuques! – Anie exclamou.
– Eu te ensinei todos. – Arthur ressaltou sem tirar os olhos do jogo. Não sei como eles sabem onde ficam os botões certos.
– COMO VOCÊ FEZ ESSA CURVA, ANIE?! – Paul gritou. – Se me contassem, eu não creditaria. – Falou mais baixo.
– Só não chama palavrão, cara. Hoje têm muitas crianças. – Arthur o lembrou.
– Você precisa me ensinar isso! – Exclamou. – Vou ganhar do Nick todas as rodadas.
– Sonhou. – Nick retrucou.
– Não ensinamos nossos tuques. Meu papai disse que é segledo! – Anie respondeu do mesmo jeito que Arthur fez há alguns minutos, sem tirar os olhos da tevê.
– Ela tá mais rápida que você, Aguiar.
– Eu disse que ela vai ganhar. Essa pequena é muito boa! – Harry estava orgulhoso, não tanto quanto o Arthur, que embora não falasse nada, estava sorrindo.
– Luh...
– Oi, Soph. – Parei de olhar para os rapazes e a minha filha e encarei a minha irmã.
– Olha a Lívia, preciso ir ao banheiro e Mika está aí! – Apontou para a tevê. Ri. – Não sei como Anie consegue gostar desses jogos.
– Nem eu sei, Sophia. Tudo bem, pode ir ao banheiro tranquila. – Assegurei e me levantei para ir olhar Lívia que estava engatinhando quase perto da escada.
– A gente pisca e ela some. – Soph comentou e saiu para ir ao banheiro.

Fiquei atenta para que Lívia nem pensassem em se apoiar nos degraus, se ela fizesse isso uma vez, não ia mais querer sair da escada.

– Vem aqui. – A peguei no colo. – Tem lugares mais divertidos. – Contei, mas ela começou a resmungar. Ethan tinha adormecido e Mel foi ficar com ele em um dos quartos de hóspedes que está desocupado. – Sem resmungar. Vem, você vai gostar de ver as janelas. – Ri do meu próprio comentário. Mas não tenho mais costas para ficar me abaixando toda hora. Minha coluna não é de uma adolescente de quinze anos. E Lívia odiou as janelas. – Tudo bem se você quer ir para o chão. – A coloquei no chão.
– RÁÁÁÁÁ! EU SABIA! – Harry gritou. Me assustei e Lívia se assustou junto. A menina começou a chorar e eu quis matar o Harry.
– Grita mais alto da próxima vez. – Resmunguei balançando a bebê no meu colo. Micael se aproximou para pegá-la.
– Vem com o papai, meu amor. – A pegou e a menina ainda chorava alto.
– Não estressa a minha mulher, Harry ou eu quem vou te matar. – Parece que Arthur podia ler os meus pensamentos.
– Cara, eu só quis comemorar. – Se defendeu tentando conter o riso.
– É que eu ganhei. – Anie comemorou e deixou o controle de lado. – Agola eu vou bincar. – Contou contente.
– Não acredito! Por causa de dois segundos. – Arthur riu.
– Agora eu que vou ganhar. – Chay se sentou ao lado dele.
– Só se você jogar com o Paul. Ele é péssimo. – Arthur disse divertido.
– Me respeita, Aguiar.

Eles continuaram com a implicância enquanto Laura, Grace e John conversavam mais afastados do barulho todo. Marie e Julia tinham se conhecido no natal e se deram super bem, agora estão num papo super animado. Elas só não têm a mesma idade, porque Júlia está no colegial e Marie já tem mestrado. Mas ambas são novas e gostam dos mesmos assuntos.

– Não fica irritada. – Arthur me pediu depois de um tempo, o mesmo tempo que o Mika demorou para fazer com que a filha parasse de chorar.
– Vocês são idiotas.
– Nem foi eu que gritei, Lua. – Ele riu. Eu tinha muita raiva de estar irritada e Arthur rir de mim.
– Não ri. Não é engraçado. Ela se assustou de verdade e eu também.
– Ok. Mas eu não fiz nada. – Se defendeu. – Vem, vamos voltar a dançar. Já me diverti com os caras. Aliás, não vou mais ensinar truques para a Anie. Ela não esquece nenhuma dica. Ela é a única que consegue ganhar de mim. – Contou me dando um beijo em cada bochecha. – Paara, desfaz esse bico e – ele descruzou os meus braços. – me abraça. – Pediu. – Assim fica melhor. – Pontuou quando o abracei. – Não quer dançar? Fala comigo, meu bebê. – Pressionou os lábios contra os meus.
– Você é chato. – Resmunguei.
– Não sou não. Essa é você. – Disse roçando os lábios nos meus.
– Não faz assim, Arthur. Eu vou te morder. Vai doer. – Avise. Mas a verdade é que eu queria provoca-lo.
– Vai doer? – Indagou e eu assenti. – Então morde. Deixa eu ver se vai doer mesmo. – Provocou.
– Nããoo... você vai querer revidar. – Ri e encolhi os meus ombros. Arthur riu junto.
– Só se estivéssemos sozinhos. – Confessou me dando um beijo no pescoço. – Sabe, Luh. Eu estou muito feliz. De verdade!
– Que bom, meu amor. Isso me deixa ainda mais feliz. – Contei lhe dando um selinho. – Sabe o que eu quero?
– Pode me contar.
– Quando as pessoas forem embora...
– Uhm... – Arthur voltou a beijar o meu pescoço. – Posso adivinhar?
– Você já sabe o que é, então não vai adivinhar.
– Tá, então me diz, que eu quero ouvir dessa boca maravilhosa. – Arthur mordeu e puxou levemente meu lábio inferior.
– Fazer amor.
– É claro! – Exclamou. – Nem precisa me pedir. A verdade, eu é quem ia pedir. – Riu contra a minha bochecha. – Eu te amo demais, neném. Ah, minha mãe ficou no quarto que era da Mel?
– Por que?
– Só pra saber, Lua. – Se fez de desentendido.
– Arthur, eu não acredito! – Comecei a rir. O outro quarto de hóspedes é ao lado do nosso. – Eu não acredito. – Repeti ainda rindo.
– O que foi? Só fiz uma pergunta. – Ele também riu.
– Quem vê pensa que a gente faz uma farra com gritos e gemidos. – Ainda ria, embora tivesse falado mais baixo.
– Você adora gemer alto que eu escuto. – Me abraçou mais forte.
– Aai, me respeita, Aguiar! – Nem podia bater nele porque Arthur segurou as minhas duas mãos.
– Para, sem agressão. – Disse divertido.
– Você tem medo é?
– Você gosta de me bater. Que coisa!
– Você também gosta de bater, a minha bunda que o diga. Você não pode vê-la.
– Tenho culpa se ela é gostosa igual a dona? Não. E – frisou. – não bato, dou uns tapas só porque não resisto. Afinal, é o mais perto que eu chego. – Deu de ombros.
– Hahaha... engraçadinho. – Não resistir e dei uma mordida no pescoço dele.
– Lua, sua danada! – Arthur fechou os olhos e passou uma das mãos no pescoço, onde eu tinha mordido. – Mais tarde não quero ouvir reclamações. – Me avisou.
– Até parece. O aniversário é seu e sou eu quem vou dar o presente.
– Hahaha, abusada! – Ele me deu um forte tapa no bumbum. Mordi meus lábios e fiquei na ponta dos pés.
– Você me paga. – Ameacei e me afastei dele.
– Lua, volta aqui. – Ele riu e eu segui para onde minha sogra ainda estava conversando com Grace e John, enquanto ele voltou para sala para jogar videogame com os amigos.

*

As pessoas já tinham ido embora. Carla já tinha organizado tudo com a ajuda da Carol. Ela não gosta de procrastinar seus afazeres.

Eu já tinha colocado Anie para dormir. Não foi nada difícil, ela estava cansada e nem fez birra. Agradeci, porque eu também estou muito cansada.

– Eu tenho trinta anos, Luh. Meu Deus! trinta anos! – Arthur parecia descrente. Ri junto com Laura.
– Isso me faz acreditar que estou ficando cada vez mais velha. – Minha sogra comentou.
– Mãe! – Arthur exclamou incrédulo. – Não é assim também.
– Não mesmo. – Concordei. – Depois de amanhã eu também faço trinta.  Arthur vai querer me chamar de velha. – Cruzei os braços.
– A velhinha mais estressada que eu conheço. – Ele riu.
– Aai, Arthur. – Revirei os olhos. – Eu vou dormir. – A verdade realmente é essa. Achei que a festa fosse terminar mais cedo, mas já é quase uma e meia da madrugada.
– Boa noite, mãe.
– Boa noite, meu amor. – Laura lhe abraçou e lhe deu um beijo carinhoso.
– Bom descanso, Laura.
– Obrigada. – Ela me abraçou. – Pra você também, querida. – Desejou.
– Obrigada. – Agradeci e entrei no quarto, Arthur me seguiu. Laura entrou no quarto de hóspedes.
– Vida. – Arthur me chamou depois de fechar a porta.
– Oi. – Tirei o meu sapato e desfiz o laço do meu macaquinho. – É pedir muito que você tire? – Me sentei na cama e estiquei as pernas para que Arthur puxasse a minha roupa. – Os meus pés estão doendo e eu quero dormir. – Contei me deitando de costas na cama. Arthur tirou a minha roupa e colocou ao meu lado.
– É sobre isso que quero falar. – Ele riu. – Quero dormir também. – Confessou e tirou os sapatos.
– É por isso que eu te amo. – Contei baixo e ele riu.
– Vem, vamos tomar banho. Quem sabe eu mude de ideia e te prenso contra o box, numa posição bem sexy. – Provocou me puxando pelos braços. Ri alto. – Lua! – Ele exclamou e acabou rindo junto comigo. – Depois diz que não faz escândalo. – Acrescentou tirando meu sutiã. E depois tirou a sua própria roupa.
– Sabe... – Espalmei as mãos em seu peitoral. – eu que vou te prensar contra o box.
– Gosto da tua ousadia. Pode vim, não vejo problemas. – Assegurou me puxando para mais perto.
– Tá bom. – Mordi meu lábio inferior e sorri.

Entramos no banheiro. Eu estava cansada, mas fazer amor com o meu marido me faz mudar de ideia rapinho.

– Você fechou a porta? – Indaguei entre risos.
– É a primeira coisa que eu faço quando entro no quarto com você. – Ele riu baixo quando o prensei contra o box do banheiro. – Ai, Lua! – Ele ainda ria. – Você quer me machucar?
– Na verdade, eu vou te deixar algumas marcas de arranhões, mas isso não quer dizer que eu vou fazer isso pensando em te machucar. – Contei mordendo o lóbulo da sua orelha. – E algumas mordidinhas também. – Acrescentei.
– Adoro as mordidas e os arranhões. – Confessou depositando beijos cálidos em meu pescoço enquanto tentava segurar uma das minhas mãos que estava em sua nuca.


– Você quer me prender? – Questionei.
– Nessa posição não me parece que sou eu quem estou prendendo alguém. – Respondeu roçando os lábios nos meus.
– Está abafado... – Comentei depositando beijos em seu peitoral e pescoço à medida que passava uma das mãos pelas suas costas.
– Estou me sentindo numa sauna, entende? – Arthur sussurrou. – Mas o melhor de tudo é que não estou só sentado. – Sorriu contra os meus lábios e puxou uma das minhas pernas para cima.
– Ei, era eu, lembra? – Questionei e senti Arthur me penetrar com cuidado.
– Ainda é você, baby. Sempre é você quem manda. – Me lembrou e o prensei ainda mais contra o box do banheiro. – Vai devagar, loira. – Me pediu. – Quero você inteira depois que acabarmos aqui.
– Assim? – Diminuir o ritmo.
– Uhm... não tão devagar.
– Então te decide.
– A é? Quero assim. – Pontuou me segurando pela cintura antes de ligar o chuveiro. Senti a água escorrer por nossos corpos ao passo que intensificávamos o beijo e as pegadas.


O meu corpo estava tão quente, eu só queria que Arthur não me soltasse. As investidas estão incríveis e profundas. No ritmo acelerado que eu tanto amo.

Se chegamos a pensar, mesmo que por alguns segundos, que isso aqui seria rápido, estávamos completamente equivocados. Talvez nem terminasse no banho e sim, na cama.

Pov Arthur

Londres | Sábado, 4 de março de 2017 – Manhã.

– Bom dia, baby. – Lua dormia de bruços, nua e com uma das pernas escolhidas. Ontem terminamos na cama o que começamos no banho. – Abra os olhos, neném... – Sorri quando Lua arqueou os lábios em um sorriso. – Uhm... me deixa adivinhar, você está muito cansada? – Toquei os seus lábios com o dedo indicador. – Você está tão linda com esses cabelos bagunçados e essas bochechas e lábios vermelhos. Posso morder? – Perguntei. Lua negou e eu ri. – Uhm... vamos, abra os olhos, meu amor. – Insisti.
– Aai, amor... diz que são, sei lá... depois das oito pelo menos. – Murmurou, completamente, sonolenta.
– Hahaha... são quase dez, baby. Nem eu consegui acordar tão cedo hoje. – Confessei lhe dando um beijo na bochecha.
– Ontem foi demais, Arthur...
– Você quis dizer, de madrugada? – Indaguei e Lua assentiu. – Quer repetir?
– Não agora. Eu ainda preciso me recuperar. – Contou passando uma das mãos no meu rosto. Beijei a palma da sua mão e puxei o lençol.
– Vem, vamos tomar um banho bem quente. – Convidei. – E aproveitar as suas últimas horas com vinte e nove anos. O que você quer ganhar de presente?
– Eu vou ser ousada. – Frisou com os olhos fixos nos meus.
– Vá em frente. – Encorajei curioso.
– Um dia inteirinho com você. Eu pediria mais se depois de amanhã eu não tivesse que ir trabalhar. – Fez um bico.
– Sou todo seu e isso não é só amanhã. – Ressaltei. – Quanto ao mais, podemos resolver isso em um outro momento. Essa semana tem show, e no outro domingo é o dia da nossa princesinha, então...
– Eu sei, você não vai ter tempo para mim. – Fez drama e eu ri.
– Pode parar. – Pedi. – Sei que tá fazendo graça. – Observei e Lua riu alto.
– Vamos tomar banho. Aliás, é só o banho mesmo. – Me avisou.
– Relaxa ou você acha que eu estou com disposição depois do que aconteceu há algumas horas? – A lembrei. – Se você pedisse pra fazer amor agora, eu ia dizer não. – Admiti.
– Ai, depois que você fez trinta anos ficou fora de forma. Acho que eu quero alguém mais viril e incansável.
– HAHAHA – ri alto – Você nem consegue se mexer, Lua. Tá me enrolando com esse papo para não levantar da cama. – Notei e ela riu cinicamente. – Pensa que me engana? – Dei um tapa em sua coxa. – Eu já vou, você não vai mesmo me acompanhar?
– Já estou indo...
– Se você voltar a dormir, eu vou te jogar debaixo do chuveiro.
– Uhm... e você com certeza não vai sair vivo desse quarto. – Me ameaçou.

*

– A senhora acha que é uma boa ideia?

Estou há alguns minutos conversando com a minha mãe sobre um possível café da manhã para comemorarmos o aniversário da Lua que é amanhã.

– Ela não quer festa. Na verdade, nenhum de nós dois queríamos. – Contei. – Mas ela pensou naquele jantar e eu amei. Sei que ela vai ficar feliz em ver que as pessoas que ela ama estão todas aqui para comemorar.
– E isso inclui os pais dela. Sei que você e a sua sogra ainda não se falam depois do que aconteceu. – Minha mãe me lembrou.
– Ér... mas isso não tem nada a ver agora. É claro que vou convidá-los, mãe. – Suspirei. – Eu não posso fazer muita coisa se Emma, mesmo depois de tudo, ainda não acredita em mim. – Dei de ombros. Francamente, agora eu não quero pensar na minha sogra e, muito menos, no que ela segue achando sobre mim.
– A ideia é linda, meu filho. Eu também tenho certeza de que a Lua vai amar a surpresa.
– Certamente, ainda mais sendo café da manhã e que, claro, ela vai pensar que vai dormir até mais tarde porque é aniversário dela. – Falei divertido. – Vou ligar para o John e mandar mensagens para o restante dos convidados. Vou até chamar os colegas dela do trabalho, exceto, o chefe. Eu não vou muito com a cara dele e vice-versa. – Expliquei.
– Você deveria parar com esse ciúme idiota. Isso é coisa de adolescente, e você já tem trinta anos.
– É só uma desculpa para a senhora me lembrar da minha idade. – Revirei os olhos. – E, não é nada de ciúme idiota. Esse cara vive cercando a minha mulher. Eu não gosto. Me diz, que marido iria gostar disso? Acho que nenhum. Então, não o convidar, é a maneira que eu encontrei de cuidar do que é meu. E Lua é minha. Não quero soar possessivo. – Me defendi. – É só um cuidado básico. Até porque, a senhora deve imaginar que Lua super ignora os meus comentários sobre isso.
– Ela está certa.
– Mãe!
– Mulheres, geralmente, são mais maduras. E desculpa, sei que você me deu uma nora muito sensata.
– A senhora não me chamou de exagerado ou sei lá... desajuizado? – Questionei. Sim, entre eu e a Lua, com toda a segurança eu afirmo, minha mãe defende a minha mulher e não eu.
– Claro que não, meu filho. – Ela abanou o ar, mas não acreditei em nada.
– Sei. – Resmunguei. Não que eu achasse isso ruim. Gosto de ver que as duas tem uma relação maravilhosa.
– Espero não estar atrapalhando nada. – Lua apareceu na sala e sorriu educadamente.
– De jeito nenhum. Só estávamos falando do quanto você é sensata e eu sou inconsequente, segundo a minha mãe. Senta aqui, meu anjo. – Dei duas batinhas no espaço ao meu lado no sofá. Lua riu.
– Ai que exagerado. Eu não quis admitir que você é exagerado, meu filho.
– Eu não acreditei mesmo, quando a senhora negou. – Dei de ombros.
– Tá, e você ficou chateado? – Lua me questionou.
– Óbvio que não. Eu já sabia disso. – Contei lhe dando um beijo na bochecha. – Anie dormiu?
– Sim. Não que ela quisesse, já até se desacostumou a dormir à tarde.
– Aaah, deve ficar a coisinha mais linda de uniforme.
– Sim. A senhora precisa ver o uniforme de inverno, não é querida? – Sorri todo bobo.
– É. É muito fofo. Calça, camisa e blazer.
– Tenho vontade de apertar quando a vejo de uniforme. Mas ela gosta mais da saia e das meias. – Contei. E Lua riu quando revirei os olhos.
– Espero que você não seja aquele tipo de pai ciumento e intrometido. – Minha mãe me contou e bufou. – Tentei cria-lo sem esse controle todo.
– Até parece... mesmo depois de anos, não é possível que a senhora não veja que essas duas só fazem o que querem. – Contei e elas riram.
– Minha neta só tem quatro anos, Arthur. Você tá exagerando.
– Ele diz que ela faz o que quer, por que adivinha quem deixa? – Lua instigou. – Pois é, o seu filho mesmo.
– Aaah, amor. – Tentei pôr a mão na boca dela. – Vocês juntas não dá certo. Ninguém me defende. – Reclamei.
– Aai, meu Deus. – Lua acariciou o meu rosto. – O seu filho é muito dengoso, Laura.

Ficamos conversando por horas. Depois pedi licença e falei que ia ao escritório fazer uma ligação para o empresário da banda, o que não é, totalmente, mentira já que eu mandarei uma mensagem convidando-o com a família para o café da manhã. A ligação seria mesmo para o John, meu sogro.

Conversamos durante alguns minutos e ele confirmou presença, mesmo que Emma não queira vir. Harry foi o primeiro a confirmar, por mensagem, que virá. Eu só estou aguardando agora a confirmação do Adam e da esposa.

Liguei para uma confeitaria e encomendei um bolo de frutas e óbvio, com calda de maracujá. Morangos e maracujá não podem faltar. Eu ainda avisaria a Carla para preparar algumas coisas para o café. Sei que isso não será nenhum problema para ela.

– Aaah, o meu bebê acordou? – Indaguei roçando o nariz na bochecha da Anie. Ela está deitada no colo da mãe e tomando chocolate quente na mamadeira. Há algumas semanas Lua começou uma nova missão, fazer com que Anie deixe a mamadeira de lado.
– Quer, papai? – Me ofereceu.
– Não, bebê. O papai já é grande para beber as coisas na mamadeira. – Expliquei.
– Mas eu ainda sou neném... neném do meu papai e da minha mamãe. – Anie levantou o rosto e olhou para Lua, que lhe jogou um beijo estalado.
– É o nosso neném, mas já está crescendo, hein? – Cutuquei sua barriga. Anie se encolheu e começou a rir.
– Igual que a minha mamãe falou, não é?
– É, é exatamente o que a sua mamãe falou. – Afirmei e me sentei ao lado da minha loira, que está calada. – O que foi, baby? – Perguntei baixo.
– Nada, Arthur.
– Algo te zangou? – Insisti.
– Não, amor. Está tudo ótimo. – Me assegurou.
– Então sorri. – Pedi. Lua se virou e forçou um sorriso. – Boba! – Apertei sua bochecha. – Eu te amo, minha vida.
– Eu também te amo.
– Amanhã eu vou te acordar com muitos beijos. – Contei.
– Espero que só depois das dez.
– Vou começar cedo. – Avisei.
– Nem inventa, Arthur. – Lua franziu o cenho. – Tenho desejos de aniversário?
– Não vou te dar essa opção. – Ri alto. – Vou começar aqui – depositei um beijo em sua testa –, depois aqui – beijei seus olhos – e aqui – beijei seu nariz –, aqui – beijei suas bochechas –, aqui – beijei sua boca –, aqui – beijei seu queixo –, aqui – beijei seu pescoço –, aqui... – desci os beijos pelo seu peito.
– Só não desço mais porque tem um bebê aqui conosco. – Olhei para a nossa filha que estava bem alheia a nossa conversa.
– Se for assim mesmo, então eu nem vou reclamar. Vou até dormir sem roupa. – Murmurou.
– Uhm, então você nem vai chegar a dormir. – Contei passando a língua nos meus lábios e Lua apertou os dela. – Você me deixa louco, e ainda nem fez nada. – Ressaltei e ela riu.

Londres | Domingo, 5 de março de 2017 – De manhã.

Lua dormiu sem roupa como havia me avisado na noite anterior, e nós só dormimos mesmo. Embora eu tenha insistido um pouco com umas mãozinhas bobas aqui e ali, Lua me dispensou. Acabei aceitando que ela só queria me provocar. Mesmo que ela tenha me dito que ainda não tinha se recuperado da madrugada passada.

Eram sete e meia e marquei o café para às nove. Seria pedir demais que ela estivesse disposta às oito da manhã. Eu não sou tão mal assim. Já me levantei, tomei banho, vesti uma roupa e até já recebi e paguei o bolo que o motoboy veio deixar há alguns minutos. O bolo está perfeito e Lua, com certeza, vai amar. Carla está terminando de fazer waffles, Carol está cortando as frutas em cubinhos. Os sucos já estão prontos e os pães e os fricassês já foram feitos.

Decidi ir chamar a Anie antes de acordar a Lua.

– Ei, você lembra da surpresa da mamãe que eu te contei ontem?
– Que é segledo?
– Sim, meu bebê. – Respondi e fiz carinho em seu rosto. – Você precisa tomar banho e se vestir para prepararmos a surpresa. – Expliquei.
– Que já tá na hola, papai?
– Já, mas sua mãe ainda está dormindo, meu anjo. A gente precisa se arrumar primeiro que ela.
– O senhor me ajuda a tomar banho?
– É claro. Vamos lá... – Me levantei e Anie tirou a coberta. – Filha, vamos separar a sua roupa primeiro?
– Vamos. Posso escolher short?
– Pode, meu amor.
– Tá bom.

Anie andou até o guarda-roupa e começou a escolher o que queria vestir.

Depois de banha-la e arruma-la, pedi que ela nos esperasse na sala. A pequena concordou e desceu a escada. Minha mãe também está ajudando as meninas na arrumação da mesa do café. Voltei para o quarto e fechei a porta. Lua está, literalmente, jogada na cama. Eu fiquei com dó de acorda-la. Me sentei na cama e demorei alguns minutos para começar, tentar, a acorda-la.


– Eu disse que ia começar com os beijos. – Sussurrei quando cheguei com os beijos em sua bochecha. Lua resmungou e eu puxei o lençol para baixo, para livra-la dele o quanto antes. – E você disse que ia dormir nua, sua indecente. – Brinquei mordendo de leve um dos bicos dos seus seios. Lua gemeu e puxou os meus cabelos.
– Só começa o que você tiver condições de terminar. – Me avisou.
– Lua, não brinca comigo. – Pontuei e ela riu. – Feliz aniversário, minha vida. – Desejei. – Eu te amo, te amo, te amo mais do que tudo na vida.
– Obrigada, meu amor. Sabe – passou as mãos nos meus cabelos –, amo quando me provoca assim, mas agora, eu prefiro a sua boca na minha.
– Seus desejos, são ordens, baby. – Respondi. Sim, eu dou confiança e depois me ferro.
– Uhm... eu gosto dessa parte, baby. – Sorriu e me puxou para um beijo, nada civilizado. Segurei o seu rosto com as duas mãos e puxei seu lábio inferior antes de cessar o beijo.


– Eu tenho uma surpresa. E é só por causa dela que, a senhorita vai se safar dessa. – Contei. Lua riu ao me encarar.
– Que surpresa?
– Você precisa tomar um banho e vesti uma roupa.
– Arthur...
– É muito sério, loira. – Afirmei.
– A gente vai sair? Tipo, que roupa eu tenho que vestir?
– Uma roupa decente. Deixa pra vestir aqueles shortinhos minúsculos só quando estiver comigo. Sei apreciar mais. – Acariciei sua coxa.
– Ciumento! – Lua me deu um tapa no braço. – Me respeita. Eu sou uma mulher decente.
– Haha... então, não me faça esse tipo de pergunta. – Enfatizei. – Vista o que quiser. Não vamos sair de casa, meu bem. – Esclareci.
– Então eu vou ficar assim. – Deu de ombros.
– Mas vamos sair do quarto, sua safada. – Dei uma palmada na lateral do seu bumbum. Lua sentou-se na cama.
– O que você aprontou?
– Algo especial. Espero que goste e que fique feliz. – Emma e John já tinham chegado.
– Tem como eu não te amar mais, tipo, a cada segundo? – Questionou e eu não disse nada. – Me dá mais um beijo e eu vou tomar banho.
– Só assim?
– É. Eu fiquei excitada com aquele beijo aqui. – Segurou os seios com as mãos. Mordi os meus lábios com um pouco mais de força e me aproximei dela.
– Eu te prometo que mais eu vou terminar o que comecei, tudo bem? – Indaguei e Lua assentiu. A beijei.

*

– Aai, meu Deus! – Lua exclamou e pôs as mãos sobre as minhas, que tapavam os seus olhos. – Eu estou nervosa, Arthur. – Confessou. – Mas se for algo de morder, eu vou te matar. – Me ameaçou. Não sei de onde ela tirou essa ideia.
– Algo de morder tipo o quê? – Eu quis saber. Não consegui conter o meu riso.

Tínhamos acabado de sair do quarto. Os convidados já tinham chegado e estavam no jardim, onde será a surpresa.

– Ah, sei lá... uma cobra!
–  Lua, cobra pica e por que eu te daria uma cobra? – Ri ainda mais.
– Eu estou nervosa! – Ela deu pulinhos.
– Não é cobra, querida. Não tem nada a ver com animais. Pode ficar tranquila, certo?
– Estamos indo para o jardim? – Me perguntou.
– Você tem um tino bem apurado. – Notei.
– Eu conheço a nossa casa, Arthur. Aliás, cadê a Anie, a sua mãe e as meninas? – Indagou e chegamos ao jardim.
SUUURPREEESAAA! FELIZ ANIVERSÁRIO! – Os convidados gritaram quando tirei as mãos dos olhos dela.
– UAU! – Lua abriu um largo sorriso e depois se virou para me olhar. Não conseguiu dizer nada. Apenas sorriu mais ainda e eu retribuí o sorriso.

Já ouviram a expressão: falar com os olhos? Então, os da Lua estão dizendo tantas coisas.

– Palabéns, mamãe. Feliz aniversálio! – Anie está radiante. Lua a pegou no colo e a encheu de beijos. – Eu te amo, mamãe.
– Muito obrigada, minha vida, meu amor. Eu te amo tanto. Estou tão feliz, pequena.
– A senhola gostou muito da surplesa que o meu papai pepalou? Veio todo mundo, até a vovó Emma e o vovó John. – Contou animada.
– Eu amei, filha. Amei demais. – Lua confessou.

Depois de colocar a nossa filha no chão, Lua foi cumprimentar o restante dos convidados. Seus colegas de trabalho vieram e ela ficou, extremamente, animada ao vê-los.

– Feliz aniversário, meu amor. Cara, não acredito que te conheço a metade da sua idade.
– Obrigada, Harry. – Lua riu ao abraça-lo. – Que maneira gentil de me chamar de velha. – Completou em tom brincalhão.
– Não, Luh. Isso é incrível, você não acha? – Questionou ainda abraçado a ela.
– Feliz aniversário, Luh.
– Obrigada, Marie. – Lua a abraçou.
– Arthur, diz que é incrível! Lua pensa que eu estou zoando! – Me pediu ajuda.
– Não sou a pessoa mais indicada. Estou chamando-a de velha desde ontem. – Contei e acabamos rindo.
– Querida, feliz aniversário. Estou tão feliz em ver esse sorriso lindo no seu rosto. – John a abraçou. – Eu te amo tanto, Lua.
– Obrigada por ter vindo, pai. Eu realmente estou muito feliz. Nem consigo medir. Eu também te amo. Amo demais. – Declarou abraçando o pai mais uma vez.
– Eu jamais deixaria de vir, meu amor. – John confessou.
– Obrigada por ter vindo, mãe. – Emma se aproximou da filha e a abraçou.
– Você é a minha filha. Por que eu deixaria de vir? – Questionou lhe dando um beijo na bochecha. – Feliz aniversário. Eu só quero que você seja feliz, muito feliz, Lua.
– Eu sei, obrigada. Eu sou feliz, pode acreditar. – Lua afirmou.
– Estou vendo. – Emma se afastou e Sophia veio desejar feliz aniversário para a irmã. Lívia veio junto. Está a coisa mais fofa – e sapeca, até mais que o Ethan – do mundo.


Depois que terminou de cumprimentar todos os convidados, Lua se aproximou de mim.

– Eu quero agradecer...
– Não precisa, Lua. – Sorri. Estávamos em frente a mesa do bolo.
– Esse bolo está lindo. Na verdade, a mesa inteira está linda e muito deliciosa. Obrigada, mesmo que você diga que não precisa, eu quero agradecer. Eu não esperava ver todas essas pessoas hoje. Em especial, a minha mãe. – Disse mais baixo.


– Eu estou feliz em saber que você também está. – Contei e a abracei. – Eu te amo. Sempre vou fazer de tudo para te ver feliz, como eu estou vendo hoje.
– Você já me faz feliz todos os dias. – Me disse e me deu um selinho. – Obrigada. Agora, não só por hoje, mas por todos os dias. – Me abraçou mais forte, apenas retribui. – Agora eu tenho trinta anos também. – Me olhou e sorriu.
– Sim. Os anos só te fazem bem, baby. – Garanti. – E, mais lá para a frente, a gente faz alguma coisa que você queira bastante, certo? Só nós dois.
– O que eu quiser?
– Sim. É o seu presente de aniversário.
– Eu já sei o que eu quero então.
– Aah já? Então me conta.
– Só mais tarde. – Deu de ombros.
– Lua.
– Não vou contar nadinha agora. – Afirmou.
– Uhm... tudo bem. – Aceitei. Sei que não adianta insistir mesmo. Quando ela decide uma coisa, vai até o fim. – Vamos cantar os parabéns. – Mudei de assunto.
– Vamos, quero comer o bolo. – Sorriu de um jeito travesso.

Chamei os convidados para contarmos os parabéns e Lua poder cortar o bolo, ela está desejando demais provar esse bolo. Eu sabia que ela ia gostar.

Continua...

SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.

N/A: Olá, boa noite! Espero que estejam todos bem!

Primeiramente, obrigada pelos comentários no capítulo anterior (sejam os aqui do blog, sejam os do grupo no whats. Muitos comentam lá)

Segundo, o que vocês acharam do capítulo? (Porque eu sou, extremamente, suspeita para falar.) Fiquei muito empolgada e feliz com ele. Ai, amo demais essa família e esse casal. Então, me contem tudo. Quero saber a opinião de vocês. Ok?

Terceiro, abriram os links? As surpresas foram lindas, não é mesmo? Eles sempre se superam. A Lívia, tá uma fofa. Parece até uma boneca. Que vibe leve que eles estão agora. Nem parece a confusão de um ano atrás. Ainda bem!

Viram os gifs? Que calientes! Mas é só para ajudar na imaginação. Espero que gostem haha (vocês também podem me dizer, caso não gostem. Certo?)

Ai gente, esse capítulo se tornou um dos meus queridinhos. Eu amo quando têm esses momentos. São muito especiais.

Ps¹: O aniversário da Anie está se aproximando. Será que terá festa?

Ps²: O que mais vocês esperam do próximo capítulo? Me digam aí! Gostaria de saber.

Espero voltar em breve com mais atualizações.
Um beijo.

7 comentários:

  1. Olha, Lua está ficando muito boa em fazer surpresas, e Arthur sempre foi né, vamos combinar kkk, eu to amando, a conexão desses dois é sem explicação!! Pena que a mãe dela ainda não esta disposta a esclarecer as coisas com o Arthur.
    Lívia é tão fofa que da vontade de apertar. Anie está crescendo tão rapido, cada dia mais esperta. esse capítulo ta tão maravilhoso que não da vontade de para de ler nuncaaa, to muito apegada!!!

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  2. Ahhhhh que capítulo mais lindo Milly,deixou meu coração super quentinho em ver o amor deles e as surpresas que eles prepararam!!! Esse casal é só amor e estou amando tudo isso e, junta com a Anie então, é só explosão de amor e fofura!!
    Ansiosa para ver o que eles vão aprontar no aniversário da princesinha deles,eu acho que vai ter festa para comemorar! Kkkkkkk
    Muito feliz mesmo com tudo que está acontecendo! E,não acredito que estamos encaminhando para o fim,o coração fica partido só de pensar! Mas tenho certeza que tem muitas surpresas vindo aí antes do fim!!!
    Arrasou como sempre na sua atualização Milly! Na espera pelos próximos posts com muita ansiedade!
    Beijos e até a próxima atualização! ❤️😘

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  3. Parabéns Milly pelo Capitulo maravilhoso como sempre ! ❤️ Sério sou completamente apaixonada por essa família ❤️ aí gente esses babys são tão fofos 🥺❤️

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  4. Mas que capitulo maravilhoso como sempre vc arrasa , adoro essa harmonia essa cumplicidade entre o casal amo essa familia.

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  5. Capítulo maravilhoso, amei as supresas.
    Ansiosa pra ver o que eles vão fazer no aniversário da Anie.
    ficou perfeito esse momento deles em família

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  6. Nossa que capítulo maravilhoso, amei muito é muito bom ver eles assim,não vejo a hora do próximo capítulo ❤❤.continuo aguardando ansiosamente o capítulo que a lu a falou que ela podia fazer o que quiser com o bumbum dela"tapas" né kkkk podia ter um hot assim da próxima vez.

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