Litte Anie - Cap. 89 | 3ª Parte

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Little Anie – 3ª Parte

casamento(s.m.)
é a união entre duas almas. é a
necessidade de encostar a sua existência
em outra e entrelaçar seus dias em
outros dias. mas permita que haja também
espaço, que exista sempre por onde
dançar o amor e por onde passarem as
dúvidas sem muito atrito.
– @akapoeta | João Doederlein

Pov Arthur

Londres | Terça-feira, 14 de fevereiro de 2017 – Valentine’s Day

Hoje é dia dos namorados, o décimo segundo que eu comemoro com a Lua. Pensei bastante no que comprar para presenteá-la – depois de muito tempo, nossas opções se esgotam. Porém, não gosto de deixar essas datas comemorativas passarem em branco.

Na segunda-feira, depois que saí com a Anie da aula de balé, fomos a uma loja de artigos de decoração. Depois de muito pesquisar o que comprar, eu trouxe uma rosa, na cúpula de vidro, na cor amarela. Lua ama rosas amarelas. Depois passei em uma doceria e comprei uma caixa de bombons de chocolate, que ela também ama.

Lua está dormindo, ainda é cedo. A observei por longos minutos até começar a beijar suas bochechas, para fazer com que ela acordasse.

Uuuuhm... – Lua se encolheu na cama. Está frio, embora o inverno esteja caminhando para o fim.
– Feliz dia dos namorados, meu amor. – Lhe dei um beijo mais demorado. – Você não vai abrir os olhos? – Indaguei soltando um risinho e rocei os lábios da bochecha até a boca dela.
– Feliz dia dos namorados, minha vida. – Lua sorriu e depois abriu os olhos. – Só você para me acordar tão cedo, mesmo que seja terça-feira. – Não deixou passar. Rimos.
– É por uma boa causa. – Pontuei. – Tenho um presente. – Contei animado.
– Aí, amor... Arthur, eu não comprei presente. – Me disse e eu lhe dei um beijo. Lua não é muito ligada nessas datas. Na verdade, nunca foi.
– Não tem problema nenhum, baby. – Assegurei e me virei para pegar a sacola do presente que estava na mesinha de cabeceira. – É só uma lembrança, você tá certa quando diz que já estamos sem opções. Eu nem sei mais o que te dar de presente. – Falei divertido e Lua sorriu.
– O mesmo acontece comigo. Eu sei o que você gosta, mas eu sempre te dou as mesmas coisas. – Fez um bico ao pegar o presente. – Obrigada. Eu sei que vou amar. Você sempre me surpreende, mesmo quando diz que o presente é simples. Você é modesto, na verdade. – Concluiu e me abraçou. – Eu te amo de mais, meu anjo.
– Eu também te amo, Luh. Te amo tanto, minha vida. – A abracei mais forte. – Agora olha, vê se gosta.
– Deixa eu abrir... – Lua se sentou na cama e cruzou as pernas, em seguida, abriu a sacola e começou a rasgar o papel de presente. – Você sabe o quanto eu gosto de rosas. – Sorriu ao me olhar. – É incrível! – Disse tirando a rosa da caixa. – Eu vou deixa-la aqui na mesinha. – Apontou para a mesinha de cabeceira. – E ainda tem mais o quê? – Me encarou com um sorriso discreto.
– O que você acha? – Questionei e Lua tirou a caixa de bombom de dentro da sacola.
– Chocolates! – Sorriu. – Muitos chocolates! – Disse animada e se jogou no meu colo. – Obrigada, baby!

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– De nada, meu anjo. – Sorri lhe dando vários beijos pelo rosto.
– O que você vai fazer hoje? – Perguntou após me dar um beijo nos lábios.
– Nada até agora. – Respondi me ajeitando na cama.
– Então eu posso te fazer um convite? – Indagou voltando a me abraçar pelo pescoço.
– Claro. – Retribui o abraço e depositei um beijo em seus cabelos. – Digamos que, hoje eu estou a sua disposição. – Contei acariciando a sua cintura.
– Isso é muito bom. – Lua se afastou e sentou-se frente para mim. – Você aceita jantar comigo? Eu não pensei em nada. Para ser sincera, nem lembrava que hoje é dia dos namorados. Eu sei que você gosta de comemorar essas datas e que eu sou meio desligada... então, eu gostaria que saíssemos hoje para comemorar. O que você acha?
– Eu adoraria. – Respondi. – Mas você não vai chegar cansada? Sabe que eu entendo, querida. – Assegurei acariciando suas mãos.
– Sem pensar nisso, Arthur. Sabe, às vezes eu me sinto meio mal por ser assim, desligada. – Fez uma careta. – Aí eu tento fazer algo legal em cima da hora. – Sorriu sem graça.
– Deixa de ser boba, Luh... sabe que eu te conheço. E somos diferentes mesmo.
– Desculpa... – Lua fez um bico. Me aproximei dela e a abracei.
– Eu te amo, minha loira. Muito, muito, muito. Tá tudo tranquilo e já que você faz questão, eu vou amar sair para jantar com você. – Confessei feliz.
– Você é um marido incrível e eu te amo de mais. – Ela segurou o meu rosto com as duas mãos e me deu um beijo. – Você me faz muito feliz. Eu amo acordar assim, cheia de amor... – Contou me dando mais um beijo
– Você que é incrível. É a minha vida. – Falei ao abraça-la de novo.
– Agora eu vou ter que ir tomar banho e me arrumar rápido. Senão, vou me atrasar demais. – Se levantou da cama. – Eu amei os presentes, tá? – Disse antes de seguir para o banheiro. Eu sorri e lhe joguei um beijo em seguida.

Anie está de férias, na verdade, é só uma semana de recesso. Essa semana de folga tem em todos os semestres. Ou seja, não preciso me levantar tão cedo. As aulas de balé dela são segundas e sextas-feiras. Tiramos a de quarta-feira para não sobrecarrega-la de atividades. Na escola ela já faz bastante coisa.

– Eu já devo estar arrumando quando você chegar? – Perguntei assim que Lua saiu do banheiro. Eu continuava deitado na cama.
– Vou chegar às seis, mais ou menos. Acho que é muito cedo, amor. – Respondeu indo para o closet. – Aaah... eu tenho um ponto importante que esqueci de te dizer.
– Então diga. – Pontuei divertido. Lua voltou para o quarto e jogou as roupas sobre a cama.
– Hoje está bem frio. Eu nem queria usar calça comprida, mas vou ser obrigada. – Contou.
– Esse é o ponto importante? – A observei vestir a calcinha.
– Não. Fecha aqui, por favor. – Pediu ao sentar na cama depois de colocar o sutiã. Fechei o fecho do sutiã e ela se levantou. – Quero te dizer que eu quem vou pagar o jantar. – Avisou. Porque eu nunca a deixo pagar as coisas quando saímos juntos. – Fui eu quem fiz o convite. – Ressaltou.
– Tudo certo, loira. – Aceitei.
– É bom que esteja mesmo. – Enfatizou e eu ri.

Lua terminou de se vestir enquanto falava – pela décima vez – sobre eu não deixar Anie comer doces antes do almoço.

– Você vai ficar deitado?
– Eu vou aproveitar. – Ri. – Por que?
– Vem tomar café comigo. – Convidou.
– Por que você faz esse tipo de coisa? – Me sentei na cama. Não tem como eu recusar um pedido desses.
– Porque eu quero tomar café com você. – Afirmou me dando um selinho.
– Nem sei dizer não mesmo. – Nós dois rimos. – Deixa só eu ir no banheiro. – Avisei e me levantei.
– Tá. Eu vou te esperar lá na mesa. Mas não demora.
– Tudo bem, querida.

*

Eu já tinha almoçado com a Anie. Agora ela está brincando com o Bart. Ontem ela me fez comprar mais um brinquedo para ele. Dessa vez, um que faz barulho quando ele morde. Não sei se foi uma boa ideia, já que, quando não é Bart quem morde, é a Anie quem o aperta e eu tive que escutar esse barulho a manhã inteira – até agora para ser sincero.

– Paapaai?
– Oi, filha. – Pausei o filme que estava assistindo e a olhei.
– Vamos passear com o Bart? Por aqui mesmo. Diz que siiiiim... – Ela juntou as mãozinhas e se pôs na minha frente, com o cachorro ao seu lado. Parece que até ele já aprendeu a pedir para ir passear.
– Só se for aqui por perto. Nada de parque. – Falei.
– Tá. Mas não tão rápido. – Impôs a condição dela.
– Sabia que sou eu quem devia falar assim? Tipo, o que eu quero e o que eu não quero? – Questionei. Anie é atrevida igual a mãe.
– Mas o senhor vai concodar, papai. Não é mesmo?
– Vamos lá... mas antes pega um casaco. Está frio. – Avisei. – E não esquece da guia do Bart. – Falei mais alto, porque ela já estava subindo correndo a escada. – Carol?
– Oi, Arthur.
– Ajuda a Anie a procurar um casaco antes que ela bagunce tudo e eu tenha que escutar a Lua me brigando quando ver a bagunça. – Contei.
– Tudo bem. Já vou. – Ela subiu a escada e eu fui para a cozinha.
– Vou dar uma volta com a Anie, aqui pelo quarteirão mesmo. Você não precisa fazer janta para mim e a Lua, ok? Vamos jantar fora. – Avisei a Carla.
– Comemorar o dia dos namorados?
– Sim. Ideia dela. – Sorri. – Nem tem como dizer não. – Acrescentei. – Bom, vou pegar um moletom antes que a Anie me apresse.

Subi os degraus e quando cheguei no corredor, Anie saiu do quarto dela.

– Olha, papai. Eu quis esse casaco de bolinhas... – Me mostrou o casaco. – e a minha bota de bilho! – Me mostrou a bota dourada de cano curto.
– Linda, meu amor. – Lhe joguei um beijo.
– Vou colocar a coleila do Bart.
– Tá, mas com cuidado para não machuca-lo.
– Tá. Eu sei, papai. – Afirmou.
– Ok. Eu só vou pegar um moletom. Não demoro. – Avisei.

Segui para o quarto e Anie foi para a sala. Escolhi um moletom e peguei meu celular. Depois saí do quarto e encontrei Anie em frente a porta.

– Depois a gente pode tomar sorvete?
– Óbvio que não, filha. – Respondi abrindo a porta.
– Por que não, papai? – Ela me encarou e depois saiu com Bart.
– Está frio. Você pode ficar doente da garganta e eu não estou a fim de escutar a sua mãe falando sobre isso. Então, nada de sorvete. – Expliquei.
– Mas...
– Não. Nada de “mais”. – Frisei. – Vem pela calçada. – Segurei em sua mão livre.
– O Bart depois que queler correr, papai.
– Ele só vai correr, se você correr também. – Comentei.
– Não é não. Sabia que cachorros gostam de correr?
– Sei. Mas isso não significa que temos que correr junto. Cachorros obedecem também. – Ressaltei e Anie riu sapeca. – Você rir, é?
– Tá, é que eu só menti um pouco. Eu que quelo correr, mas o Bart também gosta de correr um monte.
– Eu sei. Conheço muito bem vocês dois. – Garanti.

Eram quase cinco horas da tarde quando resolvemos voltar para casa – eu resolvi, porque se fosse pela Anie e o Bart, ficaríamos passeando até de noite.

– Agora a senhorita vai tomar um banho.
– Mas papai, tá frio demais.
– Com água morna, filha. Para de drama. – Falei lhe fazendo cócegas.
– Então me banha, papai.
– Tá, vamos lá... depois que quero tomar banho também.
– Eu já vou vestir o meu pijama.
– Então escolhe logo. – Respondi entrando no quarto junto com ela.
– O pijama do pinguim, papai. Eu não sei onde ele tá. – Anie abriu uma gaveta e logo fechou.
– Então deixa eu procurar. – Pedi. Pois não queria que ela bagunçasse as roupas que a Lua tinha arrumado há algumas semanas. – Esse?
– É, papai. Obligada.
– De nada, meu amor.

Dei banho em Anie, a ajudei a se vestir e depois fui para o quarto, para tomar o meu banho. Eu tinha pedido que Anie fosse para a sala.

Seis e dez da noite.

– Oi, meus amores. – Lua tinha acabado de chegar e Bart correu até ela. – Ai, que felicidade, pequeno. – Falou com o cachorro.
– Oi, baby.
– Oi, mamãe. Olha, eu tô tomando chocolate quente na mamadeila! – Anie ergueu a mamadeira para mostrar à Lua
– Oown... isso não é coisa de bebê? – Provocou dando um beijo na bochecha da pequena.
– Mas eu ainda sou bebê... Às vezes só que eu sou bebê, mamãe. – Ela sorriu e Lua voltou a beijá-la.
– É o meu bebê sempre. – Lua contou acariciando-lhe as bochechas.
– E eu? – Questionei. Lua me olhou com um meio sorriso.
– Você não é bebê. – Se aproximou de mim e me deu um beijo.
– Mas não é isso que você me diz quando está dengosa. – Murmurei roçando os lábios nos dela.
– Hahahaha... safado! – Exclamou apertando as minhas bochechas com uma só mão. – Vou subir e tomar banho.
– Sabia que a gente foi passear com o Bart hoje de tarde, mamãe?
– Foi? Foram ao parque?
– Não. Foi só por aqui... meu papai tava com pleguiça.
– Ei, isso que eu ganho é? – Questionei passado.
– Hahaha... mas é verdade, papai.
– Espero que você não esteja mais com preguiça, querido. – Lua me olhou por cima do ombro.
– Fica tranquila, loira. – Assegurei.

Lua subiu para o quarto e eu permaneci na sala assistindo televisão com a Anie. Bart já tinha voltado e se deitado no chão, perto do sofá.

– Ei, vem jantar, meu amor. Já está tarde. – Lua veio chamar a nossa filha.
– A senhola dá na minha boca? – Anie perguntou dengosa e Lua sorriu.
– Você quer comidinha na boca? – Lhe deu um beijo na bochecha e Anie assentiu. – Tudo bem, a mamãe vai buscar a sua comida.
– Igual quando eu era bem bebê.
– Hahaha... tudo bem, filha. – Lua voltou a assegurar.

Oito horas da noite.

Anie já tinha dormido. Eu já comecei a vestir a minha roupa, escolhi uma calça jeans, uma camisa social branca e um blazer bege. Lua gosta quando eu visto roupa branca. Sorri com esse pensamento. Ela está no banheiro, deve estar arrumando o cabelo ou sei lá, fazendo a maquiagem, mesmo que ela não curta muito esse tipo de coisa.

– Posso entrar? – Bati na porta do banheiro. Ela está lá desde que voltei para o quarto, depois de fazer a Anie dormir.
– Pode. – Lua respondeu e eu abri a porta. Ela está só de lingerie, que por sinal, é daquelas com meia-calça e cinta liga.
Uau! – Exclamei. – O que é isso, baby? – Me aproximei por trás, e beijei seu ombro. Lua me olhava através do espelho.
– Era para ser surpresa, mas você é muito apressado.
– Você quer mesmo ir jantar? Por mim, ficaríamos aqui mesmo. – Contei.
– É a minha surpresa de dia dos namorados. – Fez um bico ao me recordar.
– Tudo bem... – Passei a mão pela lateral do seu bumbum. – É que faz um tempo... deixa eu ver... a última vez que você usou uma lingerie assim, foi em White Bay. E foi uma noite incrível. – Relembrei lhe dando um beijo no pescoço.
– Uhm... – Disse passando o batom. – Hoje só não tem a calcinha comestível.
– Hahaha... não tem problema. Aliás, eu já estou ansioso para beijar você inteira. – Confessei mordendo o lóbulo de sua orelha.
– Apressado. – Pontuou.
– Você não faz ideia, loira. – Respondi e soltei a liga pressa a meia-calça.
Aaaah... Arth... – Lua gemeu ao ficar na ponta dos pés.
– A noite parece que vai ser longa, baby. – Me afastei dela e peguei a minha escova de dentes.
– Espero que você não resolva me deixar excitada antes da hora.
– Haha... e tem hora certa? – Provoquei.
– A sós. Não se finja de desentendido. – Retrucou deixando o batom sobre a bancada da pia. – Você tá uma delícia. Já disse o quanto amo quando você veste branco? Fica sexy demais.
– Foi por isso que eu vesti. – Confessei e Lua sorriu.
– Então você quer me seduzir?
– Não que eu precise fazer muito esforço. – Me gabei.
– Ai, quanta modéstia! – Lua ironizou me dando um tapa na bunda.
Lua!
– Aah, só é bom quando é na minha, não é? – Ergueu uma sobrancelha.
– É diferente. Você adora desfilar com essa bunda na minha frente.
– Eu posso não mais fazer esse tipo de coisa, se te incomoda.
– Até parece. – Ri alto. – Se fosse só nós dois, você andava assim dentro de casa igual antes. – Lembrei.
– É a tal da liberdade e privacidade que se ganha ou se perde, dependendo do ponto de vista, quando se casa. – Justificou.
– Acho que se ganha, não que eu curta andar pelado e muito menos, me incomode que você ande.
– Vou terminar de me arrumar. Enquanto isso, penso se você vai tocar na minha lingerie de novo.
– Não só nela, baby, como em você também. – Ressaltei.
– Vamos ver.
– Lua, não me provoca. – Avisei enquanto a via saí do banheiro.

Terminei de escovar os meus dentes – eu devia ter feito isso antes de me vestir. Me passei perfume e saí do banheiro. Lua estava perto da cama e colocava um sobretudo vermelho.

A cada segundo, eu só confirmo que ela escolheu esse dia para me provocar de todas as maneiras que estão ao alcance dela.

– E então? – Ela abriu o sobretudo para me mostrar o vestido preto que estava por baixo. – Esse é o único que não aparecem as ligas. – Contou divertida.
– Meu Deus! Devia ser proibido você me fazer esse tipo de pergunta. Quer que eu diga o quê? Tudo o que eu penso está relacionado com: a minha mulher é muito gostosa. – Frisei.
– Eu gosto de saber disso, Aguiar.
– É claro que gosta. É por isso que você faz questão de me perguntar.
– Vou usar esse scarpin. Além de combinar com a minha roupa, é o que eu mais gosto. – Contou ao me mostrar os sapatos. Um preto, com a parte de baixo, completamente, vermelha. Depois a Lua pegou uma bolsinha preta, e colocou um relógio no pulso. – Estou pronta. Vamos?


– Vou só calçar os sapatos e pegar meu relógio. – Avisei e fui pegar uma sapatênis bege, com um detalhe azul na lateral. Depois peguei meu relógio de pulseira de couro – artificial – marrom. – Vamos, querida. – Falei assim que terminei de me arrumar.


Lua saiu do quarto na minha frente. Fechei a porta da sacada antes de deixar o quarto.

No restaurante.

Como é dia dos namorados, praticamente, a maioria dos restaurantes estão lotados. Lua fez reserva. Ela me contou no caminho, quando perguntei qual restaurante ela tinha escolhido.

Então, temos uma reserva no estacionamento e no restaurante. Descemos do carro assim que eu o estacionei.

– Você gostou do que eu escolhi? – Lua perguntou assim que adentramos o local.
– É claro, meu anjo. – A olhei e sorri. Estamos de mãos dadas e a recepcionista caminha mais à frente para nos mostrar a nossa mesa. – Mas o que realmente me importa, é a sua companhia, amor. – Fiz carinho na mão que eu segurava. Lua sorriu de volta e me senti como se estivéssemos acabados de nos conhecer. Não sei, mas Lua tem uma tremenda capacidade de ainda ficar constrangida ou insegura, mesmo depois de tantos anos juntos.
– Tenham um ótimo jantar. – A mulher nos entregou o cardápio assim que sentamos a mesa.
– Obrigado.
– Obrigada. – Lua disse gentilmente e a mulher se retirou. – Você vai querer beber algo?
– Podemos beber algumas taças de vinho, querida. – Respondi. Embora ainda não esteja bebendo como antes, de vez enquanto, quando estamos só nós, eu bebo por saber que não terá nenhum problema.
– Você pode escolher. É bom nisso também. – Rimos.

Eu escolhi um vinho que já experimentamos algumas vezes e um garçom veio nos servir.

– Vamos pedir suflê de queijo antes do prato principal?
– Pode ser, meu amor. – Respondi folheando o cardápio. – O que você acha de pedirmos salmão com castanhas?
– É uma delícia. – Lua concordou.
– E creme brûlée de limão para a sobremesa? – Sugeri.
– Eu prefiro de maracujá. – Lua riu.
– Tudo bem. De maracujá pra você. – Concordei.

Fizemos nossos pedidos e aguardamos alguns minutos até a entrada chegar.

– Esse final de semana vocês vão fazer algum show?
–  Não, só no próximo. Dia vinte e cinco e dia vinte e seis. Depois só em março, já está terminando. – Expliquei. – Vai ser bom tirar umas férias. Apesar de saber que eu vou continuar escrevendo.
– É verdade. Você nunca para. – Lua tomou um gole de vinho.
– Tenho que aproveitar quando estou inspirado e, ultimamente, eu ando bastante inspirado. – Confessei dando uma piscadela. Os dias tem sido maravilhosos. Me sinto, incrivelmente, sortudo e grato por essa paz e felicidade que voltou a se instalar em nossas vidas.
– Isso que dizer que, mesmo sem querer, eu sou responsável por isso?
– Exatamente. – Afirmei. – Eu estou muito feliz. E espero que você esteja também.
– Eu estou. – Lua abriu um largo sorriso. – E toda vez que estou muito feliz, lembro das coisas que aconteceram, e sei lá... às vezes sinto medo de que algo aconteça de novo, sabe?
– Já foi tudo resolvido, Luh. Você não precisa ter mais medo. – Assegurei. – Foram momentos difíceis e conturbados. Mas agora estamos tão bem e merecemos estar bem. Merecemos toda essa felicidade que estamos sentindo agora. Eu não quero que sinta medo.
– Eu sei que merecemos. Lutamos por isso. Mas é só às vezes. – Suspirou. – É bom saber que você está muito feliz. –  Voltou a sorrir. – Me pergunto se você sente isso também. Mesmo que eu não diga nada. Não gosto de pensar que talvez você ache eu não te conheço ou que, sei lá... estou insegura.
– Você não precisa dizer quando eu te conheço tão bem e sei quando está insegura e nervosa, tipo agora. São coisas que às vezes, eu que não entendo. – Contei.
– Acontece quando eu penso que deveria me importar mais com as algumas coisas e fazer um esforço para ser mais carinhosa e romântica. – Sorriu de lado.
– Algumas coisas tipo, datas? – Questionei e Lua assentiu.
– É bobagem?
– Muita. Ainda mais se estiver fazendo com que você se sinta assim. – Respondi sincero. – Quando eu digo que te conheço, é porque eu realmente te conheço. Sei tudo o que você é e tudo o que você nunca se importou. Então, você não deveria se preocupar. Não espero que você me dê rosas ou sei lá, chocolates? – Rimos. – E tá tudo bem, Lua. Nós somos diferentes, acho que já te disse isso hoje. E isso é bom. Imagina se você fosse igual a mim? Não íamos nos suportar, querida. – Assegurei. – Tem que haver um equilíbrio em toda e qualquer relação.
– Eu sei que você me conhece, querido. Mas, assim... você não queria nenhum pouco que eu me ligasse mais nisso e lembrasse de datas que você se importa?
– Quer que eu seja sincero?
– Achei que você já estivesse sendo. – Disse divertida.
– E estou. – Pontuei.
– Então continue. – Pediu sincera.
– Você se lembra do nosso aniversário de casamento e do meu aniversário, então ok. Eu nunca pensei, então você não é assim tão desligada quanto imagina. Devia parar de pensar essas coisas sobre você.
– Se eu esquecesse essas datas, aí já seria demais. – Disse depois de alguns segundos. – O seu aniversário é dois dias antes do meu.
– Tá, eu penso que isso te ajuda a não esquecer.
– Também penso. – Confessou e eu lhe joguei um beijo.
– Fica tranquila. – Pedi.
– Casar com você foi uma das decisões mais certas que já tomei na minha. Sei que demorou mais do que você planejou, como tudo quando eu estou envolvida. Mas... gostaria que você soubesse, que eu nunca me arrependi.
– É ótimo saber que você não se arrepende. Porque eu não me arrependo também. Esperaria o tempo que fosse, eu já tinha a minha certeza. Você sempre soube disso.

Lua sempre teve medo de se envolver com alguém que a magoasse e machucasse. E sempre foi por isso que eu fiz e faço de tudo para ser o oposto dos seus medos. Não quero ser um cara como todos os outros magoam suas mulheres e está tudo bem.

Não foi só com ela e talvez o fato de não ter tido nenhum “espelho” de masculinidade e de pai, tenha me ajudado ao invés de me atrapalhar, a ser um homem bom, educado, carinhoso, compreensivo e amoroso. É estranho pontuar as minhas qualidades. Mas eu nunca quis ser um homem que um dia eu pudesse me envergonhar... ou como o pai, que eu nunca conheci.

– É, eu sempre soube. – Lua apertou, carinhosamente, as minhas mãos. – Ainda bem que você nunca desistiu.
– Até parece que tinha alguma possibilidade de isso acontecer, loira. – Sorri.
– De tudo, Arthur. – Ressaltou.
– Nunca teve, Lua. – Voltei a afirmar. – Não diz que me convidou para jantar só porque esqueceu que era dia dos namorados? Eu prefiro acreditar que estou errado quanto a esse pensamento.
– A princípio eu me senti mal por ter esquecido. Mas aí, depois eu quis que jantássemos juntos e que fosse legal. Que fosse uma noite diferente. – Contou. – E que você gostasse. Mesmo que eventualmente a gente saia para jantar. Não é uma coisa exclusiva, como você pode notar. Eu até pedi sobremesa de maracujá, como na maioria das vezes. – Soou divertida.
– Aí que você se engana. Porque embora a gente saia, eventualmente, para jantar, você nunca usa uma lingerie sexy assim, me prometendo mil coisas, mesmo que não diga nada, quando sairmos daqui e, muito menos, me convida para jantar. Eu convido você. Então, esse momento é especial sim.
– Você tem razão. – Concordou comigo antes de apertar o lábio inferior com os dentes.
– E quando eu não tenho? – Provoquei.
– Você dificilmente é modesto. Já estou acostumada. – Deu de ombros. – Eu realmente pensei em mil coisas.
– Eu sei. Pensei muito mais. – Confessei apertando levemente suas mãos.

Já tínhamos terminado o nosso prato principal, agora estamos na sobremesa.

– Está boa?
– Uma delícia, você quer provar? – Lua me ofereceu uma colher com creme brûlée de maracujá. Aceitei.
– Realmente está uma delícia, mas eu ainda prefiro o meu de limão. – Respondi.
– De maracujá é mais gostoso. – Justificou.
– Não entendo essa sua paixão por maracujá. Sei lá, acho que eu vou perguntar ao John se quando Emma estava grávida, ela comia muito maracujá. Porque não tem explicação.
– Deixa de bobagem! – Lua riu.
– Isso é sério. – Tentei soar sério, mas acabei rindo junto com ela.
– Então, Laura comia muito chocolate.
– Nem vem. Você ainda come mais chocolate que eu. – Me defendi.

Ficamos implicando um com o outro até terminamos a nossa sobremesa. Depois Lua pediu a conta, ela já tinha deixado bem claro que iria pagar e que não era para eu me meter.

Tudo bem. Aceitei.

– E então, o que você achou de hoje? – Lua perguntou assim que saímos do restaurante. A abracei de lado e lhe dei um beijo nos cabelos.
– Eu amei a noite e amo ainda mais a companhia. – Respondi lhe dando outro beijo. – Obrigado.
– Eu amei também e amo muito mais você. – Contou me dando um beijo no rosto.
– Vem, entra. – Abri a porta do carro para ela.
– Obrigada, meu anjo.

Entramos no carro e eu logo o liguei. Lua colocou o cinto e eu fiz o mesmo.

Chegamos em casa trinta minutos depois. Estacionei o carro na garagem e Lua saiu. Desliguei o carro e peguei a minha carteira, depois abri a porta e saí. Lua estava me esperando já com a porta aberta.

– Vou dar uma olhadinha na Anie antes. – Comentou quando se aproximou da escada.
– Eu vou beber um pouco de água. – Avisei e caminhei até a cozinha. Bart dorme perto da porta da dispensa. Ele acordou assim que ouviu nosso barulho. – Hey, garoto – acariciei sua cabeça – sou eu. Pode voltar a dormir. – Falei mais baixo. Ele me acompanhou até a geladeira e ficou me esperando terminar de beber a água. – Não quer dormir? Você quer água também? – Ofereci e ele voltou para a caminha dele. – Uhm, parece que não. – Ri e saí da cozinha. Subi os degraus e encontrei Lua fechando a porta do quarto da nossa filha.
– Tive que cobri-la. Sabe como ela joga o cobertor para bem longe. Quando eu falo que ela se muito com você enquanto dorme, você não acredita. – Lua contou e se apoiou na parede para tirar o sapato. – Segura pra mim. – Me entregou a bolsa.
– É a minha filha, teria que se parecer mesmo. – Dei de ombros divertido.
– Mas você não acredita. – Pontuou.

Eu acredito, mas a vontade de implicar com a minha mulher é maior. Então eu prefiro discordar dela algumas vezes. É divertido. Lua fica extremamente irritada.

– É só pra irritar você, meu amor. – Ri puxando-a para um abraço.

Caminhamos para o nosso quarto, abri a porta e entramos. Lua deixou o sapato perto da porta e eu joguei a bolsa sobre a poltrona. Tirei meu sapato e deixei ali perto também.

– Posso te ajudar com o sobretudo se você quiser. – Sorri ao encara-la.
– É só abrir o zíper. – Lua me encarou de volta e eu me aproximei.
– Tudo bem. É até mais rápido. – Mordi o lábio inferior e abrir o zíper do sobretudo. Em seguida, ajudei Lua a tirá-lo por completo.
– Eu vou sugerir uma coisa. – Disse distraidamente e passou as mãos pela gola da minha camisa antes de tirar o meu blazer.
– Uuhm! Lá vem você... – Ri já imaginando o que ela queria.
– Aaah, você acha ruim é? – Me empurrou contra a cama.
– Aai, que agressiva. – Me apoiei com os cotovelos na cama e a observei tirar o vestido e jogar em qualquer canto do quarto. – E linda. – Acrescentei passando a língua nos lábios. Lua se pôs entre as minhas pernas e começou a beijar o meu pescoço. Apertei sua cintura e a puxei para cima de mim.
– Posso tirar a sua camisa? – Sussurrou em meu ouvido.
– Achei que já estivesse fazendo isso. – Respondi sentindo seus dedos apressados abrirem os botões. Puxei seu lábio inferior antes de beijá-la.

Lua terminou de abrir os botões da minha camisa e depois, eu mesmo terminei de tira-la. Abri o botão da minha calça e Lua a puxou para baixo.

– Você parece apressada. E eu ainda nem tive o prazer de tocá-la como eu imaginei. –  Comentei baixo.
– É você quem está apressado. – Me corrigiu de maneira autoritária e mordiscou o meu lábio antes de descer os beijos pelo meu pescoço, peito, barriga até chegar . Fechei os meus olhos e levei as minhas duas mãos até seus cabelos e os segurei quando Lua abaixou a minha cueca.
– Parece que não... – Retruquei ainda de olhos fechado.
– Você não pensou que eu ia deixar você tirar a minha roupa antes, não é mesmo? – Provocou começando a massagear o meu membro.
– Eu pensei. – Confessei e abri os meus olhos. Lua me encarava.
– Eu disse que era você quem estava apressado. – Voltou a me lembrar. – E enganado, querido. – Completou tocando meu membro com a ponta da língua antes de envolvê-lo com a boca.

É o paraíso. Principalmente, porque ela sabe como fazer.

Soltei o gemido e senti que apertei os seus cabelos mais fortes. Lua não reclamou, pelo contrário, intensificou os movimentos me obrigando a gemer mais alto. Ela não só chupava, como massageava. O orgasmo estava tão perto, que preferi soltar os seus cabelos e levar as mãos para cima da minha cabeça. Lua continuou com os movimentos até eu sentir o líquido escorrer, ela dificilmente engolia.

Eu estava de olhos fechados tentando acalmar a minha respiração quando senti os seus beijos subirem da minha barriga até os meus lábios. Retribuí o beijo e a puxei para cima de mim antes de vira-la de costas na cama.

– Uma delícia. – Sussurrei.
– Realmente. – Lua passou a língua nos lábios.
– Agora é você quem vai gemer. – Avisei passando o polegar sobre seus lábios. Lua o beijou e depois sorriu.

Ela está tão sexy com essa lingerie, que eu aposto, que ela não faz a mínima ideia disso. Eu poderia ficar enaltecendo-a a noite inteira, se eu conseguisse falar ao invés de gemer.

Puxei a liga que está presa a meia-calça e a soltei de leve. Lua entreabriu os lábios, mas não emitiu nenhum som.

– Sou tão apaixonado por você, meu anjo. – Confessei pela milésima vez, embora já tenha falando mais vezes que isso. – Quase consigo sentir que posso perder o controle num piscar de olhos. – Acrescentei. – Eu vou querer que você fique com essas meias. Você está tão sexy. – Observei mordendo os lábios. Apesar de saber por onde começar, eu queria ficar mirando-a por mais alguns minutos.
– O que você está pensando? – Lua indagou. Eu a fitava demais.
– Que você é linda, gostosa, sexy e que eu vou tirar o seu sutiã, mesmo que eu tenha pensado em tirar as ligas primeiro. – Contei. Ela fechou os olhos quando beijei o seu queixo ao mesmo tempo que passei a mão por trás de suas costas para abrir o fecho do sutiã. Desci os beijos pelo seu pescoço até chegar em um dos seios. O envolvi com os lábios, enquanto que o outro, eu massageava com uma das mãos. Lua arqueou as costas e levou as mãos para a minha nuca, puxou os meus cabelos e soltou gemidos baixos. Fechei meus olhos ainda acariciando-a daquela maneira. Mesmo quando não temos tanto tempo, eu gosto de fazê-la. É uma das minhas preliminares preferidas. Passei a envolver o outro seio com os lábios e Lua envolveu a minha cintura com as duas pernas. Desci uma das mãos até sua coxa e apertei antes de me afastar e soltar as ligas que estavam presas a meia-calça. Coloquei as minhas mãos nas laterais da calcinha e a puxei para baixo. Lua encolheu as pernas e eu terminei de tirar a peça íntima. – Agora, baby... – Sussurrei. – Você não vai ouvir a minha voz, mas vai sentir os meus lábios... – Provoquei. – Bem, aqui... – Toquei em sua intimidade com os dedos indicador e médio. Lua voltou a arquear as costas e levou uma das mãos até os meus dedos. – Ou você também quer fazer isso? Só que com os dedos. – Falei ainda num tom baixo.
Arth...ur... – Gemeu. – Você tá me matando. – Me avisou com a voz arrastada de tesão.

Comecei a massageá-la com a ponta dos dedos. Lua acompanhou os meus movimentos com a mão sobre a minha. Nos encarávamos e Lua apertava os lábios com mais força a cada movimento dos meus dedos. A penetrei um dedo e depois abaixei o rosto e a toquei com a língua. Lua voltou a puxar os meus cabelos e a empurrar a minha cabeça ao mesmo tempo. Ela tentou flexionar os joelhos e eu apertei sua coxa intensificando ainda mais os movimentos dos meus dedos e da minha língua em sua intimidade. Não demorou muito até que Lua chegasse ao ápice. Subi os beijos até chegar aos seus lábios.

– Eu te amo, loira. – Sussurrei contra os seus lábios.
– Eu te amo. – Lua me puxou pela nuca e me beijou.

Lua flexionou os joelhos e levantou um pouco mais os quadris. Passei uma das mãos por trás de sua cintura e a segurei me posicionando em sua entrada para depois penetrá-la.

Gememos juntos e voltamos a nos beijar. Os movimentos iam ficando mais rápido à medida que aprofundávamos o beijo. Eu não queria que terminássemos tão cedo.

Nossas respirações estão descompensadas. Encostamos nossas testas enquanto eu ainda fazia movimentos de “entrar e sair”. Lua me apertava. Eu amo o prazer que esse movimento me causa.

Depositei um beijo em seus lábios alguns segundos depois. Lua passava as mãos pelas minhas costas.


– A gente pode repetir? – A ouvir sussurrar em meu ouvido.
– Sempre que você quiser, meu amor. – Respondi e levantei o rosto para encara-la.
– Eu quero. – Assegurou e acariciou o meu rosto. – Mesmo que amanhã eu tenha que acordar cedo.
– Hahaha... isso é verdade. – Lhe dei um beijo na bochecha e Lua fechou os olhos.
– Por que não é sempre assim? – Indagou mais baixo.
– É que às vezes você é apressada e mandona. – Contei divertido.

Embora sempre fosse maravilhoso, Lua tem razão, nem sempre é assim, como hoje.

– Já posso tirar as meias?
– Só quando acabarmos, baby. – Pontuei colocando o indicador sobre os seus lábios.
– Então vamos recomeçar.
– Hoje você está surpreendente, incansável e insaciável. – Listei. Lua voltou a me beijar.
– Posso ser autoritária também, se você quiser. – Disse de maneira provocativa.
– Tudo bem. Pode ser o que você quiser, eu deixo. – Murmurei. Lua sorriu.

Lua me empurrou de costas na cama e ficou sobre mim. Dei um tapa em seu bumbum antes de ela começar a me beijar.

Pov Lua

Londres | Quinta-feira, 2 de março de 2017 – Noite.

Acabei de chegar do trabalho e encontrei Arthur sentado no sofá assistindo a um jogo de baseball na tevê. Anie, provavelmente, deve estar na brinquedoteca, já que não está aqui na sala com ele.

– Boa noite, meu príncipe que vai ficar velhinho amanhã. – O abracei pelo pescoço e lhe dei um demorado. Arthur riu baixo e segurou em um dos meus braços. – Uhm... que cheiroso o meu neném.
– Hahaha... boa noite... – Ele riu dando um beijo no meu braço. – O que deu em você? Eu sempre fico espantado com muito carinho. – Lhe dei um tapa no peito e me afastei.
– Aai, essa é a Lua que eu conheço. – Me provocou, mas não soltou uma das minhas mãos. – Vem aqui... para de graça. – Disse entre risos enquanto eu me esforçava para permanecer séria. Rodeei o sofá e sentei em seu colo. – Agora sim. – Pontuou me dando um beijo na boca.
– Por que você é chato? Eu cheguei toda carinhosa. – Questionei e ele riu.
– É só pra implicar, minha loira. – Justificou cheirando o meu pescoço. – Daqui a dois dias é você quem fica velha, sua atrevida. – Me lembrou e deu uma palmada na minha coxa.
– Aaaau! Pelo menos eu vou continuar linda e gostosa. – Deu de ombros.
– Aah, e eu não estou gostoso? Diz aonde é para melhorar que eu vou melhorar. Não quero desapontar a minha mulher.
– Eu vou dizer então... – Mordi os lábios para provoca-lo.
– Você é muito atrevida. – Ganhei outra palmada, agora no bumbum, por baixo do meu vestido.
– Ei, pode tirar essa mão daqui. – Falei empurrando sua mão. Arthur riu contra o meu peito. – Já pensou se aparece alguém? – Olhei rapidamente para a porta.
– Não fiz nada de mais, eu hein!
Eu hein! – O imitei. – Te conheço muito bem, Arthur Aguiar! – Apontei o dedo em sua direção.
– Abaixa esse dedo ou vou morder. – Ameaçou tentando pegar a minha mão.
– Se você me morder, eu vou revidar. – Ameacei.
– Hahaha como se precisasse de incentivo. – Provocou roçando o nariz no meu pescoço.
– Mudando de assunto, cadê a nossa filha? – Perguntei ou Arthur continuaria me provocando e eu não ia resistir.
– Tá lá na brinquedoteca com o Bart. Depois que fui busca-la na escola, ainda tive que montar um quebra-cabeça com ela. – Contou.
– Mas ela já tomou banho?
– Já, Luh... já... Até lanchou também.
– Ótimo! – Dei duas batidinhas de leve em seu peito. – Agora eu vou tomar um banho e já desço para jantarmos, ok?
– Ok, baby. Quer ajuda no banho? – Segurou minha mão e depositou um beijo.
– Não, baby. Você tá cheio de graça. – Dei uma piscadela.
– Hahaha...
– Você ri é? – Ergui uma sobrancelha.
– É o jeito. Você já me dispensou duas vezes essa semana.
– Aai, Arthur. Que mentira! – Exclamei. Mas era verdade.
– É mentira, Lua?
– Só estou cansada. Só isso. – Justifiquei.
– Uhm... – Ele retrucou.
– Vou subir.
– Vai lá.

Peguei de volta a minha bolsa e a minha pasta e subi a escada. Eu planejei uma surpresa singela amanhã para o Arthur. Chamei os nossos amigos, e liguei para a Laura. Ela ficou de me ligar agora a noite para dar a resposta. Arthur nem sonha com isso, mas sei que ele vai gostar.

Cheguei ao quarto e guardei as minhas coisas, depois fui para o banheiro, tirei a minha roupa e entrei debaixo do chuveiro.

Saí do banho e o meu celular estava vibrando sobre a cama. O peguei e vi que era a minha sogra quem estava ligando.

Corri até o closet e peguei um baby-doll, me vesti rápido e voltei para o quarto. Peguei meu celular e retornei a ligação.

Ligação ON

– Oi, querida. Boa noite.
– Boa noite. Eu estava no banho, por isso não atendi. – Me justifiquei. Andei até a porta e a tranquei na chave.
– Tudo bem, Luh. Como você está?
– Estou ótima, Laura. E você?
– Estou bem. Já comprei as passagens para amanhã. Retorno apenas no domingo.
– Ooh! Isso vai ser maravilhoso, Laura. Tenho certeza que Arthur irá ficar surpreso e feliz. – Comemorei.
– Eu também estou com saudades do meu filho. Não o vejo a muitos meses, ele sabe disso. – Não deixava de ser um puxão de orelha. Provavelmente, a última vez que eles se viram pessoalmente foi no ano novo de dois mil e dezesseis.
– Ele disse que não queria festa, mas eu não ia deixar de comemorar. Além do mais, só chamei os meninos da banda, o Nick, o Paul, o John e Grace e só... – Expliquei. – Mas a que horas a senhora chega?
– Só consegui passagem para às três e meia da tarde. Mas é até bom, tenho algumas consultas pela parte da manhã. Você disse que é um jantar.
– Sim. Nada sofisticado também. Marquei para as seis e meia, porque ele vai levar e trazer a Anie do balé, então dá tempo.  Vou até chegar mais cedo do trabalha amanhã. – Contei.
– Entendi. E a minha neta, como está?
– Está bem. Crescida e falante. Meu Deus, o tempo está passando tão rápido. Você sabe que ela ganhou um cachorro, não sabe? – Ri.
– Sim, Arthur me contou. – Laura também riu.
– Inclusive, foi ideia dele. Demorei a concordar. – Falei.
– Eu imagino, querida. – Disse divertida. Logo a maçaneta da porta foi girada.
– Aai, acho que é o Arthur, vou desligar, para ele não desconfiar.
– Tudo bem, um beijo.
– Um beijo. – Nos despedimos e eu encerrei a ligação.

Ligação OF

– Lua, abre a porta! – Arthur deu duas batidas.
– Já vou, espera aí. – Pedi e deixei o celular sobre a mesa de cabeceira antes de ir até a porta e abrir.
– Por que você fechou? – Franziu o cenho.
– Foi sem querer. Nem percebi. – Falei sem encara-lo.
– E desde quando você fecha a porta sem querer?
– Iiih, vai começar? – Ergui as sobrancelhas.
– Não. Deixa pra lá, vamos jantar. Vim aqui te chamar.
– Tá, só vou deixar a toalha no banheiro.

Corri até o banheiro e deixei a toalha.

– Aah, você nem sabe... – Arthur começou a falar enquanto caminhávamos para a sala de jantar. – Fui chamar a Anie agora, e ela pediu para ir ao shopping amanhã depois da aula de balé. E eu estava pensando de comemorarmos o meu aniversário em um outro lugar.
– Mas vocês podem ir ao shopping e depois vamos aonde você quiser, querido.  – Falei.

Anie sabe da surpresa e por isso pediu para ir ao shopping. É claro que ela vai aproveitar para brincar, mas é só para dar tempo de arrumarmos tudo por aqui. Já encomendei o bolo e a Carla ficou encarregada de fazer os salgadinhos e o jantar.

– Você acha que é muito cafona se eu sair de uma caixa de presentes? – Brinquei.
– Hahaha... definitivamente, você não precisa se dar ao trabalho. – Arthur me abraçou de lado rindo.
– Pensei que podia ser uma ideia legal. – Fiz o meu famoso biquinho.
– Eu prefiro você de lingerie. Pode até fazer uma dancinha.
– A tá, eu tenho vergonha de dançar assim. – Contei, embora ele já soubesse.
– Isso é bobagem. Você é tão linda. Eu ficaria encantado e, certamente, muito excitado.
– Vou pensar no teu caso.
– Ei, é meu presente de aniversário. Você não pode me negar.
– Eu sou o seu presente.
– Exatamente. – Pontuou. – Posso sonhar?
– Não. Eu vou passar vergonha, amor.
– Paaraa, loira. Você dança super bem. Não vem me enrolar. – Apertou minha cintura de leve. Anie já estava sentada à mesa.
– Oi, meu amor.
– Oi, mamãe. – Ela me deu um abraço forte. – Você tá bem? Como foi a escola hoje?
– Eu tô mamãe. Sabia que o meu papai vai me levar no shopping amanhã?
– Sim, ele já me contou. – Dei uma piscadela sem que Arthur visse. Anie tentou fazer o mesmo e acabamos rindo.
– Na escola foi muito legal. Fiz um monte de atividades.
– Trouxe alguma para casa?
– Não. Eu fiz tudo lá na escola.
– Aaah, muito bem. Vamos jantar então?
– Vamos, mamãe. Eu tô com fome.

Arthur me entregou o meu prato – que, gentilmente, ele já tinha servido. Depois fez o mesmo com a nossa filha.

Eu só consigo pensar no quão especial será amanhã. Estou ansiosa. Pensei em fazer até um café e levar na cama, antes de eu sair para o trabalho. Não sou boa na cozinha, mas sei que Arthur vai gostar. A intenção para ele é a que mais vale.

Continua...

SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.

N/A: Olá, boa noite. Vocês estão bem? Espero que sim! <3

Ps¹: Sábado foi dia do escritor, mas não consegui postar esse capítulo, então fiz de tudo para postar agora. Ufa, consegui! Espero que tenham gostado. Obrigada, obrigada mesmo por lerem e gostarem da minha história e por sempre elogiarem a minha escrita. Sou grata por ter a companhia de vocês nessa caminha que vem sendo Little Anie. <3

Obrigada pelos comentários do capítulo anterior.

Ps²: Já arrumei os links com as imagens! 📌

Gostaram do capítulo? Me contem tudo, ok? :-D Nosso casal está tão só love, só love, que será que pode acontecer alguma coisa para acabar com a paz deles?? ME DIGAM! Porque eu desejo que não, hein?! 😉 O que vocês esperam dos aniversários que estão se aproximando? Estou empolgada!

Ps³: Gostaram dos looks? Viram o gif? E os presentes de dia dos namorados? (mil coraçõezinhos <3...)

Um beijo e até a próxima atualização.
Fiquem bem.

6 comentários:

  1. Que capítulo mais que especial Milly! Amo demais a sintonia desse casal,muito especial mesmo a conexão que eles tem!! Estou morrendo de ansiedade para ler como vai ser a comemoração dos aniversários deles e, também para ler o que a Lua vai aprontar no aniversário do Arthur!!!
    Um beijo e até a próxima atualização!!!
    Não creio que estamos na reta final!

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  2. eu amo quando tem esses momentos dos dois, coisa mais linda!
    E espero que nada de ruim aconteça nessa festa surpresa :(
    E estou ansiosa para a festa!!!

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  3. Que capítulo maravilhosos, esses momento deles juntos essas declarações adoro, e espero q essa supresa pra ele no aniversário seja bem legal e q ele goste e saia tudo perfeito.pq ele merece

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  4. Aí como eu amo esse casal!! Eles são a coisa mais linda desse mundo!! Como é bom acompanhar as diferenças entre eles, Arthur sempre tão romântico, e a gente vê que é tudo sincero pq é oq ele sente sem esperar nada em troca, e ama a Lua do jeitinho que ela é...e ela aí mesmo tempo sempre tenta retribuir mesmo com suas inseguranças e não sendo do seu feitio só pra agradar ele, são perfeitos!!Que capítulo mais gostoso e apaixonante de se ler ❤️

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  5. Que capítulo lindo!! Esses dois são perfeitos!! Amo ler as conversas deles, o jeito como se entendem ❤️ Ansiosa pela surpresa, Arthur com certeza vai amar, Lu também sabe agradar do jeitinho dela!! Já tô triste em saber que estamos no fim, amo tanto essa web ❤️

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  6. Esse casal é simplesmente tudo, eles são tão diferentes e se completam tão bem, morro de amores. Anie é simplesmente uma fofura, e sim igualzinha a Lua kkkk Essa surpresa vai ser maravilhosa, certeza que Arthur vai amar!!!

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