Little Anie – 3ª Parte
casamento(s.m.)
é a união entre duas almas. é a
necessidade de encostar a sua existência
em outra e entrelaçar seus dias em
outros dias. mas permita que haja também
espaço, que exista sempre por
onde
dançar o amor e por onde passarem as
dúvidas sem muito atrito.
– @akapoeta | João Doederlein
Pov Arthur
Londres | Terça-feira, 14 de fevereiro de 2017 – Valentine’s Day
Hoje é dia dos namorados,
o décimo segundo que eu comemoro com a Lua. Pensei bastante no que comprar para
presenteá-la – depois de muito tempo, nossas opções se esgotam. Porém, não
gosto de deixar essas datas comemorativas passarem em branco.
Na segunda-feira, depois
que saí com a Anie da aula de balé, fomos a uma loja de artigos de decoração.
Depois de muito pesquisar o que comprar, eu trouxe uma rosa, na cúpula de
vidro, na cor amarela. Lua ama rosas amarelas. Depois passei em uma doceria e
comprei uma caixa de bombons de chocolate, que ela também ama.
Lua está dormindo, ainda
é cedo. A observei por longos minutos até começar a beijar suas bochechas, para
fazer com que ela acordasse.
– Uuuuhm... – Lua
se encolheu na cama. Está frio, embora o inverno esteja caminhando para o fim.
– Feliz dia dos
namorados, meu amor. – Lhe dei um beijo mais demorado. – Você não vai abrir os
olhos? – Indaguei soltando um risinho e rocei os lábios da bochecha até a boca
dela.
– Feliz dia dos
namorados, minha vida. – Lua sorriu e depois abriu os olhos. – Só você para me
acordar tão cedo, mesmo que seja terça-feira. – Não deixou passar. Rimos.
– É por uma boa causa. –
Pontuei. – Tenho um presente. – Contei animado.
– Aí, amor... Arthur, eu
não comprei presente. – Me disse e eu lhe dei um beijo. Lua não é muito ligada
nessas datas. Na verdade, nunca foi.
– Não tem problema
nenhum, baby. – Assegurei e me virei para pegar a sacola do presente que estava
na mesinha de cabeceira. – É só uma lembrança, você tá certa quando diz que já
estamos sem opções. Eu nem sei mais o que te dar de presente. – Falei divertido
e Lua sorriu.
– O mesmo acontece
comigo. Eu sei o que você gosta, mas eu sempre te dou as mesmas coisas. – Fez
um bico ao pegar o presente. – Obrigada. Eu sei que vou amar. Você sempre me
surpreende, mesmo quando diz que o presente é simples. Você é modesto, na
verdade. – Concluiu e me abraçou. – Eu te amo de mais, meu anjo.
– Eu também te amo, Luh.
Te amo tanto, minha vida. – A abracei mais forte. – Agora olha, vê se gosta.
– Deixa eu abrir... – Lua
se sentou na cama e cruzou as pernas, em seguida, abriu a sacola e começou a
rasgar o papel de presente. – Você sabe o quanto eu gosto de rosas. – Sorriu ao
me olhar. – É incrível! – Disse tirando a rosa da caixa. – Eu vou deixa-la aqui
na mesinha. – Apontou para a mesinha de cabeceira. – E ainda tem mais o quê? –
Me encarou com um sorriso discreto.
– O que você acha? –
Questionei e Lua tirou a caixa de bombom de dentro da sacola.
– Chocolates! – Sorriu. –
Muitos chocolates! – Disse animada e se jogou no meu colo. – Obrigada, baby!
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– De nada, meu anjo. –
Sorri lhe dando vários beijos pelo rosto.
– O que você vai fazer
hoje? – Perguntou após me dar um beijo nos
lábios.
– Nada até agora. –
Respondi me ajeitando na cama.
– Então eu posso te fazer
um convite? – Indagou voltando a me abraçar pelo pescoço.
– Claro. – Retribui o
abraço e depositei um beijo em seus cabelos. – Digamos que, hoje eu estou a sua
disposição. – Contei acariciando a sua cintura.
– Isso é muito bom. – Lua
se afastou e sentou-se frente para mim. – Você aceita jantar comigo? Eu não
pensei em nada. Para ser sincera, nem lembrava que hoje é dia dos namorados. Eu
sei que você gosta de comemorar essas datas e que eu sou meio desligada...
então, eu gostaria que saíssemos hoje para comemorar. O que você acha?
– Eu adoraria. – Respondi.
– Mas você não vai chegar cansada? Sabe que eu entendo, querida. – Assegurei
acariciando suas mãos.
– Sem pensar nisso,
Arthur. Sabe, às vezes eu me sinto meio mal por ser assim, desligada. – Fez uma
careta. – Aí eu tento fazer algo legal em cima da hora. – Sorriu sem graça.
– Deixa de ser boba,
Luh... sabe que eu te conheço. E somos diferentes mesmo.
– Desculpa... – Lua fez
um bico. Me aproximei dela e a abracei.
– Eu te amo, minha loira.
Muito, muito, muito. Tá tudo tranquilo e já que você faz questão, eu vou amar
sair para jantar com você. – Confessei feliz.
– Você é um marido
incrível e eu te amo de mais. – Ela segurou o meu rosto com as duas mãos e me
deu um beijo. – Você me faz muito feliz. Eu amo acordar assim, cheia de amor...
– Contou me dando mais um beijo
– Você que é incrível. É
a minha vida. – Falei ao abraça-la de novo.
– Agora eu vou ter que ir
tomar banho e me arrumar rápido. Senão, vou me atrasar demais. – Se levantou da
cama. – Eu amei os presentes, tá? – Disse antes de seguir para o banheiro. Eu
sorri e lhe joguei um beijo em seguida.
Anie está de férias, na
verdade, é só uma semana de recesso. Essa semana de folga tem em todos os
semestres. Ou seja, não preciso me levantar tão cedo. As aulas de balé dela são
segundas e sextas-feiras. Tiramos a de quarta-feira para não sobrecarrega-la de
atividades. Na escola ela já faz bastante coisa.
– Eu já devo estar
arrumando quando você chegar? – Perguntei assim que Lua saiu do banheiro. Eu
continuava deitado na cama.
– Vou chegar às seis,
mais ou menos. Acho que é muito cedo, amor. – Respondeu indo para o closet. –
Aaah... eu tenho um ponto importante que esqueci de te dizer.
– Então diga. – Pontuei
divertido. Lua voltou para o quarto e jogou as roupas sobre a cama.
– Hoje está bem frio. Eu
nem queria usar calça comprida, mas vou ser obrigada. – Contou.
– Esse é o ponto
importante? – A observei vestir a calcinha.
– Não. Fecha aqui, por
favor. – Pediu ao sentar na cama depois de colocar o sutiã. Fechei o fecho do
sutiã e ela se levantou. – Quero te dizer que eu quem vou pagar o jantar. –
Avisou. Porque eu nunca a deixo pagar as coisas quando saímos juntos. – Fui eu
quem fiz o convite. – Ressaltou.
– Tudo certo, loira. –
Aceitei.
– É bom que esteja mesmo.
– Enfatizou e eu ri.
Lua terminou de se vestir
enquanto falava – pela décima vez – sobre eu não deixar Anie comer doces antes
do almoço.
– Você vai ficar deitado?
– Eu vou aproveitar. –
Ri. – Por que?
– Vem tomar café comigo.
– Convidou.
– Por que você faz esse
tipo de coisa? – Me sentei na cama. Não tem como eu recusar um pedido desses.
– Porque eu quero tomar
café com você. – Afirmou me dando um selinho.
– Nem sei dizer não
mesmo. – Nós dois rimos. – Deixa só eu ir no banheiro. – Avisei e me levantei.
– Tá. Eu vou te esperar
lá na mesa. Mas não demora.
– Tudo bem, querida.
*
Eu já tinha almoçado com
a Anie. Agora ela está brincando com o Bart. Ontem ela me fez comprar mais um
brinquedo para ele. Dessa vez, um que faz barulho quando ele morde. Não sei se
foi uma boa ideia, já que, quando não é Bart quem morde, é a Anie quem o aperta
e eu tive que escutar esse barulho a manhã inteira – até agora para ser
sincero.
– Paapaai?
– Oi, filha. – Pausei o
filme que estava assistindo e a olhei.
– Vamos passear com o
Bart? Por aqui mesmo. Diz que siiiiim... – Ela juntou as mãozinhas e se pôs na
minha frente, com o cachorro ao seu lado. Parece que até ele já aprendeu a
pedir para ir passear.
– Só se for aqui por
perto. Nada de parque. – Falei.
– Tá. Mas não tão rápido.
– Impôs a condição dela.
– Sabia que sou eu quem
devia falar assim? Tipo, o que eu quero e o que eu não quero? – Questionei.
Anie é atrevida igual a mãe.
– Mas o senhor vai concodar,
papai. Não é mesmo?
– Vamos lá... mas antes
pega um casaco. Está frio. – Avisei. – E não esquece da guia do Bart. – Falei
mais alto, porque ela já estava subindo correndo a escada. – Carol?
– Oi, Arthur.
– Ajuda a Anie a procurar
um casaco antes que ela bagunce tudo e eu tenha que escutar a Lua me brigando
quando ver a bagunça. – Contei.
– Tudo bem. Já vou. – Ela
subiu a escada e eu fui para a cozinha.
– Vou dar uma volta com a
Anie, aqui pelo quarteirão mesmo. Você não precisa fazer janta para mim e a
Lua, ok? Vamos jantar fora. – Avisei a Carla.
– Comemorar o dia dos
namorados?
– Sim. Ideia dela. –
Sorri. – Nem tem como dizer não. – Acrescentei. – Bom, vou pegar um moletom
antes que a Anie me apresse.
Subi os degraus e quando
cheguei no corredor, Anie saiu do quarto dela.
– Olha, papai. Eu quis
esse casaco de bolinhas... – Me mostrou o casaco. – e a minha bota de bilho! –
Me mostrou a bota dourada de cano curto.
– Linda, meu amor. – Lhe
joguei um beijo.
– Vou colocar a coleila
do Bart.
– Tá, mas com cuidado
para não machuca-lo.
– Tá. Eu sei, papai. –
Afirmou.
– Ok. Eu só vou pegar um
moletom. Não demoro. – Avisei.
Segui para o quarto e
Anie foi para a sala. Escolhi um moletom e peguei meu celular. Depois saí do
quarto e encontrei Anie em frente a porta.
– Depois a gente pode
tomar sorvete?
– Óbvio que não, filha. –
Respondi abrindo a porta.
– Por que não, papai? –
Ela me encarou e depois saiu com Bart.
– Está frio. Você pode
ficar doente da garganta e eu não estou a fim de escutar a sua mãe falando
sobre isso. Então, nada de sorvete. – Expliquei.
– Mas...
– Não. Nada de “mais”. –
Frisei. – Vem pela calçada. – Segurei em sua mão livre.
– O Bart depois que
queler correr, papai.
– Ele só vai correr, se
você correr também. – Comentei.
– Não é não. Sabia que
cachorros gostam de correr?
– Sei. Mas isso não
significa que temos que correr junto. Cachorros obedecem também. – Ressaltei e
Anie riu sapeca. – Você rir, é?
– Tá, é que eu só menti
um pouco. Eu que quelo correr, mas o Bart também gosta de correr um monte.
– Eu sei. Conheço muito
bem vocês dois. – Garanti.
Eram quase cinco horas da
tarde quando resolvemos voltar para casa – eu resolvi, porque se fosse pela
Anie e o Bart, ficaríamos passeando até de noite.
– Agora a senhorita vai
tomar um banho.
– Mas papai, tá frio
demais.
– Com água morna, filha.
Para de drama. – Falei lhe fazendo cócegas.
– Então me banha, papai.
– Tá, vamos lá... depois
que quero tomar banho também.
– Eu já vou vestir o meu
pijama.
– Então escolhe logo. –
Respondi entrando no quarto junto com ela.
– O pijama do pinguim,
papai. Eu não sei onde ele tá. – Anie abriu uma gaveta e logo fechou.
– Então deixa eu
procurar. – Pedi. Pois não queria que ela bagunçasse as roupas que a Lua tinha
arrumado há algumas semanas. – Esse?
– É, papai. Obligada.
– De nada, meu amor.
Dei banho em Anie, a
ajudei a se vestir e depois fui para o quarto, para tomar o meu banho. Eu tinha
pedido que Anie fosse para a sala.
Seis e dez da noite.
– Oi, meus amores. – Lua
tinha acabado de chegar e Bart correu até ela. – Ai, que felicidade, pequeno. –
Falou com o cachorro.
– Oi, baby.
– Oi, mamãe. Olha, eu tô
tomando chocolate quente na mamadeila! – Anie ergueu a mamadeira para mostrar à
Lua
– Oown... isso não é
coisa de bebê? – Provocou dando um beijo na bochecha da pequena.
– Mas eu ainda sou
bebê... Às vezes só que eu sou bebê, mamãe. – Ela sorriu e Lua voltou a
beijá-la.
– É o meu bebê sempre. –
Lua contou acariciando-lhe as bochechas.
– E eu? – Questionei. Lua
me olhou com um meio sorriso.
– Você não é bebê. – Se
aproximou de mim e me deu um beijo.
– Mas não é isso que você
me diz quando está dengosa. – Murmurei roçando os lábios nos dela.
– Hahahaha... safado! –
Exclamou apertando as minhas bochechas com uma só mão. – Vou subir e tomar
banho.
– Sabia que a gente foi
passear com o Bart hoje de tarde, mamãe?
– Foi? Foram ao parque?
– Não. Foi só por aqui...
meu papai tava com pleguiça.
– Ei, isso que eu ganho
é? – Questionei passado.
– Hahaha... mas é
verdade, papai.
– Espero que você não
esteja mais com preguiça, querido. – Lua me olhou por cima do ombro.
– Fica tranquila, loira.
– Assegurei.
Lua subiu para o quarto e
eu permaneci na sala assistindo televisão com a Anie. Bart já tinha voltado e
se deitado no chão, perto do sofá.
– Ei, vem jantar, meu amor.
Já está tarde. – Lua veio chamar a nossa filha.
– A senhola dá na minha
boca? – Anie perguntou dengosa e Lua sorriu.
– Você quer comidinha na
boca? – Lhe deu um beijo na bochecha e Anie assentiu. – Tudo bem, a mamãe vai
buscar a sua comida.
– Igual quando eu era bem
bebê.
– Hahaha... tudo bem,
filha. – Lua voltou a assegurar.
Oito horas da noite.
Anie já tinha dormido. Eu
já comecei a vestir a minha roupa, escolhi uma calça jeans, uma camisa social
branca e um blazer bege. Lua gosta quando eu visto roupa branca. Sorri com esse
pensamento. Ela está no banheiro, deve estar arrumando o cabelo ou sei lá, fazendo
a maquiagem, mesmo que ela não curta muito esse tipo de coisa.
– Posso entrar? – Bati na
porta do banheiro. Ela está lá desde que voltei para o quarto, depois de fazer
a Anie dormir.
– Pode. – Lua respondeu e
eu abri a porta. Ela está só de lingerie, que por sinal, é daquelas com
meia-calça e cinta liga.
– Uau! – Exclamei.
– O que é isso, baby? – Me aproximei por trás, e beijei seu ombro. Lua me olhava
através do espelho.
– Era para ser surpresa,
mas você é muito apressado.
– Você quer mesmo ir
jantar? Por mim, ficaríamos aqui mesmo. – Contei.
– É a minha surpresa de
dia dos namorados. – Fez um bico ao me recordar.
– Tudo bem... – Passei a
mão pela lateral do seu bumbum. – É que faz um tempo... deixa eu ver... a
última vez que você usou uma lingerie assim, foi em White Bay. E foi uma
noite incrível. – Relembrei lhe dando um beijo no pescoço.
– Uhm... – Disse passando
o batom. – Hoje só não tem a calcinha comestível.
– Hahaha... não tem
problema. Aliás, eu já estou ansioso para beijar você inteira. – Confessei
mordendo o lóbulo de sua orelha.
– Apressado. – Pontuou.
– Você não faz ideia,
loira. – Respondi e soltei a liga pressa a meia-calça.
– Aaaah... Arth...
– Lua gemeu ao ficar na ponta dos pés.
– A noite parece que vai
ser longa, baby. – Me afastei dela e peguei a minha escova de dentes.
– Espero que você não
resolva me deixar excitada antes da hora.
– Haha... e tem hora
certa? – Provoquei.
– A sós. Não se finja de
desentendido. – Retrucou deixando o batom sobre a bancada da pia. – Você tá uma
delícia. Já disse o quanto amo quando você veste branco? Fica sexy demais.
– Foi por isso que eu
vesti. – Confessei e Lua sorriu.
– Então
você quer me seduzir?
– Não que eu precise
fazer muito esforço. – Me gabei.
– Ai, quanta modéstia! –
Lua ironizou me dando um tapa na bunda.
– Lua!
– Aah, só é bom quando é
na minha, não é? – Ergueu uma sobrancelha.
– É diferente. Você adora
desfilar com essa bunda na minha frente.
– Eu posso não mais fazer
esse tipo de coisa, se te incomoda.
– Até parece. – Ri alto.
– Se fosse só nós dois, você andava assim dentro de casa igual antes. –
Lembrei.
– É a tal da liberdade e
privacidade que se ganha ou se perde, dependendo do ponto de vista, quando se
casa. – Justificou.
– Acho que se ganha, não
que eu curta andar pelado e muito menos, me incomode que você ande.
– Vou terminar de me
arrumar. Enquanto isso, penso se você vai tocar na minha lingerie de novo.
– Não só nela, baby, como
em você também. – Ressaltei.
– Vamos ver.
– Lua, não me provoca. –
Avisei enquanto a via saí do banheiro.
Terminei de escovar os meus
dentes – eu devia ter feito isso antes de me vestir. Me passei perfume e saí do
banheiro. Lua estava perto da cama e colocava um sobretudo vermelho.
A cada segundo, eu só
confirmo que ela escolheu esse dia para me provocar de todas as maneiras que
estão ao alcance dela.
– E então? – Ela abriu o
sobretudo para me mostrar o vestido preto que estava por baixo. – Esse é o
único que não aparecem as ligas. – Contou divertida.
– Meu Deus! Devia ser
proibido você me fazer esse tipo de pergunta. Quer que eu diga o quê? Tudo o
que eu penso está relacionado com: a minha mulher é muito gostosa. –
Frisei.
– Eu gosto de saber
disso, Aguiar.
– É claro que gosta. É
por isso que você faz questão de me perguntar.
– Vou usar esse scarpin.
Além de combinar com a minha roupa, é o que eu mais gosto. – Contou ao me
mostrar os sapatos. Um preto, com a parte de baixo, completamente, vermelha.
Depois a Lua pegou uma bolsinha preta, e colocou um relógio no pulso. – Estou
pronta. Vamos?
– Vou só calçar os sapatos
e pegar meu relógio. – Avisei e fui pegar uma sapatênis bege, com um detalhe
azul na lateral. Depois peguei meu relógio de pulseira de couro – artificial –
marrom. – Vamos, querida. – Falei assim que terminei de me arrumar.
Lua saiu do quarto na minha
frente. Fechei a porta da sacada antes de deixar o quarto.
No restaurante.
Como é dia dos namorados,
praticamente, a maioria dos restaurantes estão lotados. Lua fez reserva. Ela me
contou no caminho, quando perguntei qual restaurante ela tinha escolhido.
Então, temos uma reserva
no estacionamento e no restaurante. Descemos do carro assim que eu o estacionei.
– Você gostou do que eu
escolhi? – Lua perguntou assim que adentramos o local.
– É claro, meu anjo. – A
olhei e sorri. Estamos de mãos dadas e a recepcionista caminha mais à frente
para nos mostrar a nossa mesa. – Mas o que realmente me importa, é a sua
companhia, amor. – Fiz carinho na mão que eu segurava. Lua sorriu de volta e me
senti como se estivéssemos acabados de nos conhecer. Não sei, mas Lua tem uma
tremenda capacidade de ainda ficar constrangida ou insegura, mesmo depois de
tantos anos juntos.
– Tenham um ótimo jantar.
– A mulher nos entregou o cardápio assim que sentamos a mesa.
– Obrigado.
– Obrigada. – Lua disse
gentilmente e a mulher se retirou. – Você vai querer beber algo?
– Podemos beber algumas
taças de vinho, querida. – Respondi. Embora ainda não esteja bebendo como
antes, de vez enquanto, quando estamos só nós, eu bebo por saber que não terá
nenhum problema.
– Você pode escolher. É
bom nisso também. – Rimos.
Eu escolhi um vinho que
já experimentamos algumas vezes e um garçom veio nos servir.
– Vamos pedir suflê de
queijo antes do prato principal?
– Pode ser, meu amor. –
Respondi folheando o cardápio. – O que você acha de pedirmos salmão com
castanhas?
– É uma delícia. – Lua
concordou.
– E creme brûlée
de limão para a sobremesa? – Sugeri.
– Eu prefiro de maracujá.
– Lua riu.
– Tudo bem. De maracujá
pra você. – Concordei.
Fizemos nossos pedidos e
aguardamos alguns minutos até a entrada chegar.
– Esse final de semana
vocês vão fazer algum show?
– Não, só no próximo. Dia vinte e cinco e dia
vinte e seis. Depois só em março, já está terminando. – Expliquei. – Vai ser
bom tirar umas férias. Apesar de saber que eu vou continuar escrevendo.
– É verdade. Você nunca
para. – Lua tomou um gole de vinho.
– Tenho que aproveitar
quando estou inspirado e, ultimamente, eu ando bastante inspirado. – Confessei
dando uma piscadela. Os dias tem sido maravilhosos. Me sinto, incrivelmente,
sortudo e grato por essa paz e felicidade que voltou a se instalar em nossas
vidas.
– Isso que dizer que,
mesmo sem querer, eu sou responsável por isso?
– Exatamente. – Afirmei.
– Eu estou muito feliz. E espero que você esteja também.
– Eu estou. – Lua abriu um
largo sorriso. – E toda vez que estou muito feliz, lembro das coisas que aconteceram,
e sei lá... às vezes sinto medo de que algo aconteça de novo, sabe?
– Já foi tudo resolvido,
Luh. Você não precisa ter mais medo. – Assegurei. – Foram momentos difíceis e
conturbados. Mas agora estamos tão bem e merecemos estar bem. Merecemos toda essa
felicidade que estamos sentindo agora. Eu não quero que sinta medo.
– Eu sei que merecemos.
Lutamos por isso. Mas é só às vezes. – Suspirou. – É bom saber que você está
muito feliz. – Voltou a sorrir. – Me
pergunto se você sente isso também. Mesmo que eu não diga nada. Não gosto de
pensar que talvez você ache eu não te conheço ou que, sei lá... estou insegura.
– Você não precisa dizer
quando eu te conheço tão bem e sei quando está insegura e nervosa, tipo agora.
São coisas que às vezes, eu que não entendo. – Contei.
– Acontece quando eu
penso que deveria me importar mais com as algumas coisas e fazer um esforço
para ser mais carinhosa e romântica. – Sorriu de lado.
– Algumas coisas tipo,
datas? – Questionei e Lua assentiu.
– É bobagem?
– Muita. Ainda mais se
estiver fazendo com que você se sinta assim. – Respondi sincero. – Quando eu
digo que te conheço, é porque eu realmente te conheço. Sei tudo o que você é e
tudo o que você nunca se importou. Então, você não deveria se preocupar. Não
espero que você me dê rosas ou sei lá, chocolates? – Rimos. – E tá tudo bem,
Lua. Nós somos diferentes, acho que já te disse isso hoje. E isso é bom.
Imagina se você fosse igual a mim? Não íamos nos suportar, querida. – Assegurei.
– Tem que haver um equilíbrio em toda e qualquer relação.
– Eu sei que você me
conhece, querido. Mas, assim... você não queria nenhum pouco que eu me ligasse
mais nisso e lembrasse de datas que você se importa?
– Quer que eu seja
sincero?
– Achei que você já
estivesse sendo. – Disse divertida.
– E estou. – Pontuei.
– Então continue. – Pediu
sincera.
– Você se lembra do nosso
aniversário de casamento e do meu aniversário, então ok. Eu nunca pensei, então
você não é assim tão desligada quanto imagina. Devia parar de pensar essas
coisas sobre você.
– Se eu esquecesse essas
datas, aí já seria demais. – Disse depois de alguns segundos. – O seu
aniversário é dois dias antes do meu.
– Tá, eu penso que isso
te ajuda a não esquecer.
– Também penso. –
Confessou e eu lhe joguei um beijo.
– Fica tranquila. – Pedi.
– Casar com você foi uma
das decisões mais certas que já tomei na minha. Sei que demorou mais do que
você planejou, como tudo quando eu estou envolvida. Mas... gostaria que você
soubesse, que eu nunca me arrependi.
– É ótimo saber que você
não se arrepende. Porque eu não me arrependo também. Esperaria o tempo que
fosse, eu já tinha a minha certeza. Você sempre soube disso.
Lua sempre teve medo de
se envolver com alguém que a magoasse e machucasse. E sempre foi por isso que
eu fiz e faço de tudo para ser o oposto dos seus medos. Não quero ser um cara
como todos os outros magoam suas mulheres e está tudo bem.
Não foi só com ela e talvez
o fato de não ter tido nenhum “espelho” de masculinidade e de pai, tenha me
ajudado ao invés de me atrapalhar, a ser um homem bom, educado, carinhoso,
compreensivo e amoroso. É estranho pontuar as minhas qualidades. Mas eu nunca
quis ser um homem que um dia eu pudesse me envergonhar... ou como o pai, que eu
nunca conheci.
– É, eu sempre soube. –
Lua apertou, carinhosamente, as minhas mãos. – Ainda bem que você nunca
desistiu.
– Até parece que tinha
alguma possibilidade de isso acontecer, loira. – Sorri.
– De tudo, Arthur. –
Ressaltou.
– Nunca teve, Lua. –
Voltei a afirmar. – Não diz que me convidou para jantar só porque esqueceu que
era dia dos namorados? Eu prefiro acreditar que estou errado quanto a esse
pensamento.
– A princípio eu me senti
mal por ter esquecido. Mas aí, depois eu quis que jantássemos juntos e que
fosse legal. Que fosse uma noite diferente. – Contou. – E que você gostasse.
Mesmo que eventualmente a gente saia para jantar. Não é uma coisa exclusiva,
como você pode notar. Eu até pedi sobremesa de maracujá, como na maioria das
vezes. – Soou divertida.
– Aí que você se engana.
Porque embora a gente saia, eventualmente, para jantar, você nunca usa uma
lingerie sexy assim, me prometendo mil coisas, mesmo que não diga nada, quando
sairmos daqui e, muito menos, me convida para jantar. Eu convido você. Então,
esse momento é especial sim.
– Você tem razão. –
Concordou comigo antes de apertar o lábio inferior com os dentes.
– E quando eu não tenho?
– Provoquei.
– Você dificilmente é
modesto. Já estou acostumada. – Deu de ombros. – Eu realmente pensei em mil
coisas.
– Eu sei. Pensei muito
mais. – Confessei apertando levemente suas mãos.
Já tínhamos terminado o nosso
prato principal, agora estamos na sobremesa.
– Está boa?
– Uma delícia, você quer
provar? – Lua me ofereceu uma colher com creme brûlée de maracujá.
Aceitei.
– Realmente está uma
delícia, mas eu ainda prefiro o meu de limão. – Respondi.
– De maracujá é mais
gostoso. – Justificou.
– Não entendo essa sua paixão
por maracujá. Sei lá, acho que eu vou perguntar ao John se quando Emma estava
grávida, ela comia muito maracujá. Porque não tem explicação.
– Deixa de bobagem! – Lua
riu.
– Isso é sério. – Tentei
soar sério, mas acabei rindo junto com ela.
– Então, Laura comia
muito chocolate.
– Nem vem. Você ainda
come mais chocolate que eu. – Me defendi.
Ficamos implicando um com
o outro até terminamos a nossa sobremesa. Depois Lua pediu a conta, ela já
tinha deixado bem claro que iria pagar e que não era para eu me meter.
Tudo bem. Aceitei.
– E então, o que você
achou de hoje? – Lua perguntou assim que saímos do restaurante. A abracei de
lado e lhe dei um beijo nos cabelos.
– Eu amei a noite e amo
ainda mais a companhia. – Respondi lhe dando outro beijo. – Obrigado.
– Eu amei também e amo muito
mais você. – Contou me dando um beijo no rosto.
– Vem, entra. – Abri a porta
do carro para ela.
– Obrigada, meu anjo.
Entramos no carro e eu
logo o liguei. Lua colocou o cinto e eu fiz o mesmo.
Chegamos em casa trinta
minutos depois. Estacionei o carro na garagem e Lua saiu. Desliguei o carro e
peguei a minha carteira, depois abri a porta e saí. Lua estava me esperando já
com a porta aberta.
– Vou dar uma olhadinha
na Anie antes. – Comentou quando se aproximou da escada.
– Eu vou beber um pouco
de água. – Avisei e caminhei até a cozinha. Bart dorme perto da porta da
dispensa. Ele acordou assim que ouviu nosso barulho. – Hey, garoto – acariciei
sua cabeça – sou eu. Pode voltar a dormir. – Falei mais baixo. Ele me
acompanhou até a geladeira e ficou me esperando terminar de beber a água. – Não
quer dormir? Você quer água também? – Ofereci e ele voltou para a caminha dele.
– Uhm, parece que não. – Ri e saí da cozinha. Subi os degraus e encontrei
Lua fechando a porta do quarto da nossa filha.
– Tive que cobri-la. Sabe
como ela joga o cobertor para bem longe. Quando eu falo que ela se muito com
você enquanto dorme, você não acredita. – Lua contou e se apoiou na parede para
tirar o sapato. – Segura pra mim. – Me entregou a bolsa.
– É a minha filha, teria
que se parecer mesmo. – Dei de ombros divertido.
– Mas você não acredita. –
Pontuou.
Eu acredito, mas a
vontade de implicar com a minha mulher é maior. Então eu prefiro discordar dela
algumas vezes. É divertido. Lua fica extremamente irritada.
– É só pra irritar você,
meu amor. – Ri puxando-a para um abraço.
Caminhamos para o nosso
quarto, abri a porta e entramos. Lua deixou o sapato perto da porta e eu joguei
a bolsa sobre a poltrona. Tirei meu sapato e deixei ali perto também.
– Posso te ajudar com o
sobretudo se você quiser. – Sorri ao encara-la.
– É só abrir o zíper. – Lua
me encarou de volta e eu me aproximei.
– Tudo bem. É até mais rápido.
– Mordi o lábio inferior e abrir o zíper do sobretudo. Em seguida, ajudei Lua a
tirá-lo por completo.
– Eu vou sugerir uma coisa.
– Disse distraidamente e passou as mãos pela gola da minha camisa antes de tirar
o meu blazer.
– Uuhm! Lá vem você... –
Ri já imaginando o que ela queria.
– Aaah, você acha ruim é?
– Me empurrou contra a cama.
– Aai, que agressiva. –
Me apoiei com os cotovelos na cama e a observei tirar o vestido e jogar em
qualquer canto do quarto. – E linda. – Acrescentei passando a língua nos
lábios. Lua se pôs entre as minhas pernas e começou a beijar o meu pescoço. Apertei
sua cintura e a puxei para cima de mim.
– Posso tirar a sua camisa?
– Sussurrou em meu ouvido.
– Achei que já estivesse
fazendo isso. – Respondi sentindo seus dedos apressados abrirem os botões. Puxei
seu lábio inferior antes de beijá-la.
Lua terminou de abrir os botões
da minha camisa e depois, eu mesmo terminei de tira-la. Abri o botão da minha
calça e Lua a puxou para baixo.
– Você parece apressada. E
eu ainda nem tive o prazer de tocá-la como eu imaginei. – Comentei baixo.
– É você quem está apressado.
– Me corrigiu de maneira autoritária e mordiscou o meu lábio antes de descer os
beijos pelo meu pescoço, peito, barriga até chegar lá. Fechei os meus
olhos e levei as minhas duas mãos até seus cabelos e os segurei quando Lua
abaixou a minha cueca.
– Parece que não... – Retruquei
ainda de olhos fechado.
– Você não pensou que eu
ia deixar você tirar a minha roupa antes, não é mesmo? – Provocou começando a massagear
o meu membro.
– Eu pensei. – Confessei
e abri os meus olhos. Lua me encarava.
– Eu disse que era você
quem estava apressado. – Voltou a me lembrar. – E enganado, querido. – Completou
tocando meu membro com a ponta da língua antes de envolvê-lo com a boca.
É o paraíso. Principalmente,
porque ela sabe como fazer.
Soltei o gemido e senti
que apertei os seus cabelos mais fortes. Lua não reclamou, pelo contrário,
intensificou os movimentos me obrigando a gemer mais alto. Ela não só chupava,
como massageava. O orgasmo estava tão perto, que preferi soltar os seus cabelos
e levar as mãos para cima da minha cabeça. Lua continuou com os movimentos até eu
sentir o líquido escorrer, ela dificilmente engolia.
Eu estava de olhos fechados
tentando acalmar a minha respiração quando senti os seus beijos subirem da
minha barriga até os meus lábios. Retribuí o beijo e a puxei para cima de mim
antes de vira-la de costas na cama.
– Uma delícia. –
Sussurrei.
– Realmente. – Lua passou
a língua nos lábios.
– Agora é você quem vai
gemer. – Avisei passando o polegar sobre seus lábios. Lua o beijou e depois
sorriu.
Ela está tão sexy com
essa lingerie, que eu aposto, que ela não faz a mínima ideia disso. Eu poderia
ficar enaltecendo-a a noite inteira, se eu conseguisse falar ao invés de gemer.
Puxei a liga que está presa
a meia-calça e a soltei de leve. Lua entreabriu os lábios, mas não emitiu
nenhum som.
– Sou tão apaixonado por
você, meu anjo. – Confessei pela milésima vez, embora já tenha falando mais vezes
que isso. – Quase consigo sentir que posso perder o controle num piscar de olhos.
– Acrescentei. – Eu vou querer que você fique com essas meias. Você está tão
sexy. – Observei mordendo os lábios. Apesar de saber por onde começar, eu
queria ficar mirando-a por mais alguns minutos.
– O que você está pensando?
– Lua indagou. Eu a fitava demais.
– Que você é linda, gostosa,
sexy e que eu vou tirar o seu sutiã, mesmo que eu tenha pensado em tirar as ligas
primeiro. – Contei. Ela fechou os olhos quando beijei o seu queixo ao mesmo
tempo que passei a mão por trás de suas costas para abrir o fecho do sutiã. Desci
os beijos pelo seu pescoço até chegar em um dos seios. O envolvi com os lábios,
enquanto que o outro, eu massageava com uma das mãos. Lua arqueou as costas e
levou as mãos para a minha nuca, puxou os meus cabelos e soltou gemidos baixos.
Fechei meus olhos ainda acariciando-a daquela maneira. Mesmo quando não temos
tanto tempo, eu gosto de fazê-la. É uma das minhas preliminares preferidas. Passei
a envolver o outro seio com os lábios e Lua envolveu a minha cintura com as duas
pernas. Desci uma das mãos até sua coxa e apertei antes de me afastar e soltar
as ligas que estavam presas a meia-calça. Coloquei as minhas mãos nas laterais
da calcinha e a puxei para baixo. Lua encolheu as pernas e eu terminei de tirar
a peça íntima. – Agora, baby... – Sussurrei. – Você não vai ouvir a minha voz,
mas vai sentir os meus lábios... – Provoquei. – Bem, aqui... – Toquei em sua
intimidade com os dedos indicador e médio. Lua voltou a arquear as costas e
levou uma das mãos até os meus dedos. – Ou você também quer fazer isso? Só que
com os dedos. – Falei ainda num tom baixo.
– Arth...ur... – Gemeu.
– Você tá me matando. – Me avisou com a voz arrastada de tesão.
Comecei a massageá-la com
a ponta dos dedos. Lua acompanhou os meus movimentos com a mão sobre a minha. Nos
encarávamos e Lua apertava os lábios com mais força a cada movimento dos meus
dedos. A penetrei um dedo e depois abaixei o rosto e a toquei com a língua. Lua
voltou a puxar os meus cabelos e a empurrar a minha cabeça ao mesmo tempo. Ela tentou
flexionar os joelhos e eu apertei sua coxa intensificando ainda mais os
movimentos dos meus dedos e da minha língua em sua intimidade. Não demorou
muito até que Lua chegasse ao ápice. Subi os beijos até chegar aos seus lábios.
– Eu te amo, loira. – Sussurrei
contra os seus lábios.
– Eu te amo. – Lua me puxou
pela nuca e me beijou.
Lua flexionou os joelhos
e levantou um pouco mais os quadris. Passei uma das mãos por trás de sua
cintura e a segurei me posicionando em sua entrada para depois penetrá-la.
Gememos juntos e voltamos
a nos beijar. Os movimentos iam ficando mais rápido à medida que aprofundávamos
o beijo. Eu não queria que terminássemos tão cedo.
Nossas respirações estão descompensadas.
Encostamos nossas testas enquanto eu ainda fazia movimentos de “entrar e sair”.
Lua me apertava. Eu amo o prazer que esse movimento me causa.
Depositei
um beijo em seus lábios alguns segundos depois. Lua passava as mãos pelas
minhas costas.
– A gente pode repetir? –
A ouvir sussurrar em meu ouvido.
– Sempre que você quiser,
meu amor. – Respondi e levantei o rosto para encara-la.
– Eu quero. – Assegurou e
acariciou o meu rosto. – Mesmo que amanhã eu tenha que acordar cedo.
– Hahaha... isso é
verdade. – Lhe dei um beijo na bochecha e Lua fechou os olhos.
– Por que não é sempre
assim? – Indagou mais baixo.
– É que às vezes você é apressada
e mandona. – Contei divertido.
Embora sempre fosse
maravilhoso, Lua tem razão, nem sempre é assim, como hoje.
– Já posso tirar as meias?
– Só quando acabarmos,
baby. – Pontuei colocando o indicador sobre os seus lábios.
– Então vamos recomeçar.
– Hoje você está surpreendente,
incansável e insaciável. – Listei. Lua voltou a me beijar.
– Posso ser autoritária
também, se você quiser. – Disse de maneira provocativa.
– Tudo bem. Pode ser o
que você quiser, eu deixo. – Murmurei. Lua sorriu.
Lua me empurrou de costas
na cama e ficou sobre mim. Dei um tapa em seu bumbum antes de ela começar a me beijar.
Pov Lua
Londres | Quinta-feira, 2 de março de 2017 – Noite.
Acabei de chegar do
trabalho e encontrei Arthur sentado no sofá assistindo a um jogo de baseball na
tevê. Anie, provavelmente, deve estar na brinquedoteca, já que não está aqui na
sala com ele.
– Boa noite, meu príncipe
que vai ficar velhinho amanhã. – O abracei pelo pescoço e lhe dei um demorado.
Arthur riu baixo e segurou em um dos meus braços. – Uhm... que cheiroso o meu
neném.
– Hahaha... boa noite... –
Ele riu dando um beijo no meu braço. – O que deu em você? Eu sempre fico
espantado com muito carinho. – Lhe dei um tapa no peito e me afastei.
– Aai, essa é a Lua que
eu conheço. – Me provocou, mas não soltou uma das minhas mãos. – Vem aqui...
para de graça. – Disse entre risos enquanto eu me esforçava para permanecer
séria. Rodeei o sofá e sentei em seu colo. – Agora sim. – Pontuou me dando um
beijo na boca.
– Por que você é chato?
Eu cheguei toda carinhosa. – Questionei e ele riu.
– É só pra implicar,
minha loira. – Justificou cheirando o meu pescoço. – Daqui a dois dias é você
quem fica velha, sua atrevida. – Me lembrou e deu uma palmada na minha coxa.
– Aaaau! Pelo menos eu
vou continuar linda e gostosa. – Deu de ombros.
– Aah, e eu não estou
gostoso? Diz aonde é para melhorar que eu vou melhorar. Não quero desapontar a
minha mulher.
– Eu vou dizer então... –
Mordi os lábios para provoca-lo.
– Você é muito atrevida.
– Ganhei outra palmada, agora no bumbum, por baixo do meu vestido.
– Ei, pode tirar essa mão
daqui. – Falei empurrando sua mão. Arthur riu contra o meu peito. – Já pensou
se aparece alguém? – Olhei rapidamente para a porta.
– Não fiz nada de mais,
eu hein!
– Eu hein! – O
imitei. – Te conheço muito bem, Arthur Aguiar! – Apontei o dedo em sua direção.
– Abaixa esse dedo ou vou
morder. – Ameaçou tentando pegar a minha mão.
– Se você me morder, eu
vou revidar. – Ameacei.
– Hahaha como se
precisasse de incentivo. – Provocou roçando o nariz no meu pescoço.
– Mudando de assunto,
cadê a nossa filha? – Perguntei ou Arthur continuaria me provocando e eu não ia
resistir.
– Tá lá na brinquedoteca
com o Bart. Depois que fui busca-la na escola, ainda tive que montar um
quebra-cabeça com ela. – Contou.
– Mas ela já tomou banho?
– Já, Luh... já... Até
lanchou também.
– Ótimo! – Dei duas
batidinhas de leve em seu peito. – Agora eu vou tomar um banho e já desço para
jantarmos, ok?
– Ok, baby. Quer ajuda no
banho? – Segurou minha mão e depositou um beijo.
– Não, baby. Você tá
cheio de graça. – Dei uma piscadela.
– Hahaha...
– Você ri é? – Ergui uma
sobrancelha.
– É o jeito. Você já me
dispensou duas vezes essa semana.
– Aai, Arthur. Que
mentira! – Exclamei. Mas era verdade.
– É mentira, Lua?
– Só estou cansada. Só isso.
– Justifiquei.
– Uhm... – Ele retrucou.
– Vou subir.
– Vai lá.
Peguei de volta a minha
bolsa e a minha pasta e subi a escada. Eu planejei uma surpresa singela amanhã
para o Arthur. Chamei os nossos amigos, e liguei para a Laura. Ela ficou de me
ligar agora a noite para dar a resposta. Arthur nem sonha com isso, mas sei que
ele vai gostar.
Cheguei ao quarto e guardei
as minhas coisas, depois fui para o banheiro, tirei a minha roupa e entrei
debaixo do chuveiro.
Saí do banho e o meu celular
estava vibrando sobre a cama. O peguei e vi que era a minha sogra quem estava
ligando.
Corri até o closet e peguei
um baby-doll, me vesti rápido e voltei para o quarto. Peguei meu celular e
retornei a ligação.
Ligação ON
– Oi, querida. Boa noite.
– Boa noite. Eu estava no
banho, por isso não atendi. – Me justifiquei. Andei até a porta e a tranquei na
chave.
– Tudo bem, Luh. Como
você está?
– Estou ótima, Laura. E você?
– Estou bem. Já comprei
as passagens para amanhã. Retorno apenas no domingo.
– Ooh! Isso vai ser maravilhoso,
Laura. Tenho certeza que Arthur irá ficar surpreso e feliz. – Comemorei.
– Eu também estou com
saudades do meu filho. Não o vejo a muitos meses, ele sabe disso. – Não deixava
de ser um puxão de orelha. Provavelmente, a última vez que eles se viram
pessoalmente foi no ano novo de dois mil e dezesseis.
– Ele disse que não
queria festa, mas eu não ia deixar de comemorar. Além do mais, só chamei os
meninos da banda, o Nick, o Paul, o John e Grace e só... – Expliquei. – Mas a
que horas a senhora chega?
– Só consegui passagem
para às três e meia da tarde. Mas é até bom, tenho algumas consultas pela parte
da manhã. Você disse que é um jantar.
– Sim. Nada sofisticado
também. Marquei para as seis e meia, porque ele vai levar e trazer a Anie do
balé, então dá tempo. Vou até chegar
mais cedo do trabalha amanhã. – Contei.
– Entendi. E a minha neta,
como está?
– Está bem. Crescida e
falante. Meu Deus, o tempo está passando tão rápido. Você sabe que ela ganhou
um cachorro, não sabe? – Ri.
– Sim, Arthur me contou. –
Laura também riu.
– Inclusive, foi ideia
dele. Demorei a concordar. – Falei.
– Eu imagino, querida. – Disse
divertida. Logo a maçaneta da porta foi girada.
– Aai, acho que é o Arthur,
vou desligar, para ele não desconfiar.
– Tudo bem, um beijo.
– Um beijo. – Nos despedimos
e eu encerrei a ligação.
Ligação OF
– Lua, abre a porta! – Arthur
deu duas batidas.
– Já vou, espera aí. –
Pedi e deixei o celular sobre a mesa de cabeceira antes de ir até a porta e
abrir.
– Por que você fechou? –
Franziu o cenho.
– Foi sem querer. Nem
percebi. – Falei sem encara-lo.
– E desde quando você
fecha a porta sem querer?
– Iiih, vai começar? –
Ergui as sobrancelhas.
– Não. Deixa pra lá, vamos
jantar. Vim aqui te chamar.
– Tá, só vou deixar a
toalha no banheiro.
Corri até o banheiro e
deixei a toalha.
– Aah, você nem sabe... –
Arthur começou a falar enquanto caminhávamos para a sala de jantar. – Fui chamar
a Anie agora, e ela pediu para ir ao shopping amanhã depois da aula de balé. E eu
estava pensando de comemorarmos o meu aniversário em um outro lugar.
– Mas vocês podem ir ao
shopping e depois vamos aonde você quiser, querido. – Falei.
Anie sabe da surpresa e por
isso pediu para ir ao shopping. É claro que ela vai aproveitar para brincar,
mas é só para dar tempo de arrumarmos tudo por aqui. Já encomendei o bolo e a
Carla ficou encarregada de fazer os salgadinhos e o jantar.
– Você acha que é muito
cafona se eu sair de uma caixa de presentes? – Brinquei.
– Hahaha...
definitivamente, você não precisa se dar ao trabalho. – Arthur me abraçou de
lado rindo.
– Pensei que podia ser
uma ideia legal. – Fiz o meu famoso biquinho.
– Eu prefiro você de lingerie.
Pode até fazer uma dancinha.
– A tá, eu tenho vergonha
de dançar assim. – Contei, embora ele já soubesse.
– Isso é bobagem. Você é
tão linda. Eu ficaria encantado e, certamente, muito excitado.
– Vou pensar no teu caso.
– Ei, é meu presente de
aniversário. Você não pode me negar.
– Eu sou o seu presente.
– Exatamente. – Pontuou. –
Posso sonhar?
– Não. Eu vou passar
vergonha, amor.
– Paaraa, loira. Você dança
super bem. Não vem me enrolar. – Apertou minha cintura de leve. Anie já estava
sentada à mesa.
– Oi, meu amor.
– Oi, mamãe. – Ela me deu
um abraço forte. – Você tá bem? Como foi a escola hoje?
– Eu tô mamãe. Sabia que
o meu papai vai me levar no shopping amanhã?
– Sim, ele já me contou. –
Dei uma piscadela sem que Arthur visse. Anie tentou fazer o mesmo e acabamos
rindo.
– Na escola foi muito legal.
Fiz um monte de atividades.
– Trouxe alguma para casa?
– Não. Eu fiz tudo lá na
escola.
– Aaah, muito bem. Vamos jantar
então?
– Vamos, mamãe. Eu tô com
fome.
Arthur me entregou o meu
prato – que, gentilmente, ele já tinha servido. Depois fez o mesmo com a nossa filha.
Eu só consigo pensar no quão
especial será amanhã. Estou ansiosa. Pensei em fazer até um café e levar na
cama, antes de eu sair para o trabalho. Não sou boa na cozinha, mas sei que Arthur
vai gostar. A intenção para ele é a que mais vale.
Continua...
SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.
N/A: Olá, boa noite. Vocês
estão bem? Espero que sim! <3
Ps¹: Sábado foi dia do
escritor, mas não consegui postar esse capítulo, então fiz de tudo para postar
agora. Ufa, consegui! Espero que tenham gostado.
Obrigada, obrigada mesmo por lerem e gostarem da minha história e por sempre
elogiarem a minha escrita. Sou grata por ter a companhia de vocês nessa caminha
que vem sendo Little Anie. <3
Obrigada pelos comentários do capítulo anterior.
Ps²: Já arrumei os links com as imagens! 📌
Gostaram do capítulo? Me
contem tudo, ok? :-D Nosso casal está tão só
love, só love, que será que pode acontecer alguma coisa para acabar com a
paz deles?? ME DIGAM! Porque eu desejo que não, hein?! 😉 O que vocês esperam dos aniversários que estão se aproximando? Estou empolgada!
Ps³: Gostaram dos looks? Viram
o gif? E os presentes de dia dos namorados? (mil coraçõezinhos <3...)
Um beijo e até a próxima atualização.
Fiquem bem.
Que capítulo mais que especial Milly! Amo demais a sintonia desse casal,muito especial mesmo a conexão que eles tem!! Estou morrendo de ansiedade para ler como vai ser a comemoração dos aniversários deles e, também para ler o que a Lua vai aprontar no aniversário do Arthur!!!
ResponderExcluirUm beijo e até a próxima atualização!!!
Não creio que estamos na reta final!
eu amo quando tem esses momentos dos dois, coisa mais linda!
ResponderExcluirE espero que nada de ruim aconteça nessa festa surpresa :(
E estou ansiosa para a festa!!!
Que capítulo maravilhosos, esses momento deles juntos essas declarações adoro, e espero q essa supresa pra ele no aniversário seja bem legal e q ele goste e saia tudo perfeito.pq ele merece
ResponderExcluirAí como eu amo esse casal!! Eles são a coisa mais linda desse mundo!! Como é bom acompanhar as diferenças entre eles, Arthur sempre tão romântico, e a gente vê que é tudo sincero pq é oq ele sente sem esperar nada em troca, e ama a Lua do jeitinho que ela é...e ela aí mesmo tempo sempre tenta retribuir mesmo com suas inseguranças e não sendo do seu feitio só pra agradar ele, são perfeitos!!Que capítulo mais gostoso e apaixonante de se ler ❤️
ResponderExcluirQue capítulo lindo!! Esses dois são perfeitos!! Amo ler as conversas deles, o jeito como se entendem ❤️ Ansiosa pela surpresa, Arthur com certeza vai amar, Lu também sabe agradar do jeitinho dela!! Já tô triste em saber que estamos no fim, amo tanto essa web ❤️
ResponderExcluirEsse casal é simplesmente tudo, eles são tão diferentes e se completam tão bem, morro de amores. Anie é simplesmente uma fofura, e sim igualzinha a Lua kkkk Essa surpresa vai ser maravilhosa, certeza que Arthur vai amar!!!
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