Little Anie – 3ª Parte
para
sempre
(prep.) (adv.)
[...] é para onde vão as memórias que fazemos.
é uma promessa e uma busca. é quando
corações se esforçam. [...]
é quando “a lembrança do teu jeito me
faz
querer te amar uma vez mais”, dirá Tiago Iorc.
– João Doederlein
| @akapoeta
Pov Lua
No capítulo anterior...
Londres | Sábado, 21 de maio de 2016 – Cinco e meia da tarde.
Mel já estava no quarto
com o bebê. Ele é tão fofo e carequinha – e se parece mais com o Chay. Ethan
estava vestido com o macacãozinho azul escuro de listras.
– Ele é lindo, amiga.
– Obrigada, Luh. Estou
tão apaixonada. Você tinha razão.
– Eu te disse. – Sorri
com carinho.
Mais um bebê na família.
Não tinha porque não estarmos todos felizes.
***
Seis dias depois | Sexta-feira, 27 de maio de 2016 – À noite.
Hoje faz três dias que a
minha menstruação poderia ter descido ou um mês e dois dias, se eu contar que
ela está atrasada desde abril. Não estou pensando que posso estar grávida – até
porque, as palavras de Eliza ainda ecoam na minha cabeça –, mas tudo isso está
me deixando irritada. Eu gostaria que tudo voltasse ao normal.
Cheguei do trabalho faz
quase três horas. Arthur estava conversando com Scott e Mel estava no quarto
com a mãe e o pequeno Ethan. Carol estava banhando Anie – ela provavelmente
tinha acabado de chegar do balé – e Carla já estava preparando o jantar.
Arthur acha que minha
menstruação desceu e que tudo voltou ao normal – há alguns dias eu disse que já
estava sentindo algumas alterações hormonais no meu corpo e que tudo indicava
que esse mês as coisas se ajeitariam. Por incrível que pareça, ele ainda não me
indagou, esses dias, sobre esse assunto – e eu nem queria que me perguntasse.
Jantamos há alguns
minutos, todos juntos a mesa – até o Ethan participou do jantar, deitado em seu
carrinho de bebê. Ele é um bebê muito tranquilo e embora eu passe a maior parte
do dia longe de casa, já me contaram que ele é calmo e quase nada chorão.
Mel está radiante com a
chegada do filho e Chay vem vê-lo todos os dias – às vezes de manhã e outras, à
tarde. Não sei se os dois já chegaram a conversar sobre assuntos que não
envolvam o filho. Mas o que importa, é que ele está se esforçando para se fazer
presente.
Anie está com ciúmes do
pai com o pequeno, já percebi isso há dias. Mas nem Arthur e nem ela, já me
falaram sobre. Sei que eles passam o dia em casa e que talvez – na realidade, tenho
certeza – Arthur está amando demais termos um bebezinho em casa. Todas as
noites ele me conta uma novidade que o Ethan fez durante o dia.
Não acho ruim, na verdade,
tento não me importar. Sei o quanto ele ama crianças e isso não deveria ser um
problema. Então eu sorrio e concordo que realmente é uma grande descoberta – e
é.
– Achei que você fosse
voltar para a sala depois que a Anie dormisse. – Arthur entrou no quarto e
fechou a porta. – Scott me convidou para jogar cartas. Falei que você é boa
nesse jogo. Vai querer jogar?
– Hoje não, Arthur. Estou
com um pouco de dor de cabeça. Quero dormir. – Caminhei para o banheiro.
– Você está mais estranha
do que nos outros dias e olha que faz dias que você está assim... – Comentou se
encostando na porta do banheiro. – Quer conversar?
– Não. Eu já disse que
estou com dor de cabeça e quero dormir. – Enfatizei de maneira seca.
– Eu estou sendo gentil e
educado com você. Não precisa vim com toda essa grosseria. Se não quer
conversar, é só dizer. Não precisa de tudo isso. – Arthur respondeu
chateado e com toda razão. Eu só não queria ter que contar que a minha
menstruação ainda estava atrasada. Ele podia criar esperanças e era tudo o que
eu não queria.
– Eu não disse nada de
mais.
– Não foi a sua resposta.
Foi o seu tom de voz. Qual é, Lua? Você quer brigar? – Ele cruzou os
braços a espera da minha resposta.
– Claro que não, Arthur.
Mas parece que você quer. – Retruquei. – Você pode jogar se quiser.
– É claro que eu vou
jogar, Lua. Só quero te lembrar de uma coisa. – Esclareceu. – Se são as pessoas
que estão te incomodando, elas só estão aqui porque foi você quem as convidou.
Você lembra ou esqueceu? – Me perguntou.
– Falei que estou com dor
de cabeça. Não lembro de ter falado o nome de alguém. – Respondi e desistir de
escovar os meus dentes. Arthur não parava de me olhar. – Licença. – Pedi para
que ele saísse da porta para que eu passasse.
– É que faz quase uma
semana, Lua. É o que você me faz pensar.
– Então você não precisa
mais pensar, porque não é isso. Desliga a luz quando sair. – Pedi e Arthur
ainda ficou parado ao lado da cama enquanto eu me deitava.
– Você só pode tá de
brincadeira. – Resmungou. – Eu te fiz alguma coisa? Porque eu tenho certeza que
não. Mas se eu fiz e não percebi, me diz. A gente conversa, Lua e não precisa
ficar esse clima chato.
– Você não me fez nada,
Arthur. Pode ficar despreocupado. – Deixei claro.
– É a TPM? – Questionou.
– Porque não vejo outra explicação para a forma com que você vem me tratando. –
Suspirou. – E, também, hoje é dia vinte e sete.
– Pois é. – Concordei só
para que ele se conformasse e me deixasse sozinha.
– Tudo bem, Lua. Tudo
bem. Eu não quero discutir. – Arthur desistiu e desligou a luz antes de sair do
quarto.
Respirei fundo quando
Arthur deixou o quarto. Eu queria muito contar a ele tudo o que está
acontecendo. Mas eu estou tão nervosa e confusa. Sei que não vou conseguir
mentir por muito tempo. Arthur sabe que a minha TPM dura uma semana e alguns
dias e que esses são os últimos dias.
Puxei o lençol para me
cobrir e peguei o travesseiro dele para abraçar. Não sei o que está acontecendo
comigo. Estou fazendo de tudo para afastar a única pessoa que quero por perto.
Pov Arthur
Lua está muito estranha e
mais grossa que o normal. Sei que com a TPM a personalidade dela piora
bastante, só que às vezes ela fica sensível também, mas agora está só grossa
mesmo. Não sei o que fazer. E até quando eu não faço nada, ela dá um jeito de
se estressar comigo.
Saí do quarto para não
discutir mais com ela. Sei que discussões não nos levarão a nada. Daqui a pouco
ela já vai estar até me tratando como antes.
Decidi aceitar o convite
de Scott para jogar cartas. Pelo menos é algo que me fará espairecer.
Duas horas mais tarde.
Nos despedimos depois de
muitas – perdi as contas – rodadas do jogo e claro, eu e Scott, de algumas
doses de uísque. Não foram tantas assim. Marli decidiu ficar no suco com alguns
biscoitos e Mel nos acompanhou em algumas rodadas antes de Ethan acordar e
chorar para mamar.
Subi para o quarto e abri
a porta devagar. Lua, provavelmente, já estava dormindo há tempos. Entrei e
fechei a porta. Ela dormia, como eu tinha pensado e tinha pego o meu
travesseiro para dormir abraçada.
Fui até o banheiro e
depois entrei no closet para pegar uma calça de moletom, a noite estava meio
fria. Vesti a calça e depois me deitei na cama – pelo menos ela deixou o
cobertor para mim.
– Bom dia. – Falei depois
de alguns minutos. Sei que Lua já estava acordada e nem precisei olhar para o
lado para confirmar isso. Eu sentia que ela me olhava.
– Bom dia. – Ela
respondeu quase que automaticamente. Parece que estava só esperando que eu
falasse. – Desculpa ter te deixado sem travesseiro. – Pediu passando o dorso da
mão pela lateral do meu rosto.
– Isso é o de menos, Lua.
Você sabe. – Respondi.
– Eu sei. – Ela soltou um
suspiro baixo. – Eu também não queria ser grossa. Eu só estava cansada e com
dor de cabeça. Não queria que você me enchesse de perguntas.
– Entendi. – Pontuei.
– Você me desculpa?
– A gente tem que conversar,
Lua. Sei que é chato ficar repetindo isso. Mas fingir que está tudo bem,
também, não vai funcionar. Se eu te desculpar agora, não vai mudar nada. Ainda
estou chateado. Enfim... – Falei sincero. – Só queria que você me falasse se
tem algo a mais. Porque já estamos juntos há tanto tempo que eu sei quando não
é só porque você está nesses dias.
– Ainda é tão cedo,
Arthur. – Lua bocejou como se o que eu tivesse acabado de falar fosse algo
muito exagerado da minha parte e desnecessário. – Nem tomamos café.
– Você que sabe. –
Retruquei e me levantei da cama. – Mas fingir também não vai adiantar nada. Se
você não quer me dizer a verdade, então nem tentar ficar inventado nada.
– Meu Deus! Você está
insuportável, Arthur.
– A sou só eu, claro. –
Ironizei antes de entrar no banheiro.
Quando voltei para o
quarto, Lua não estava mais na cama. E por alguns segundos, pensei que ela já
estivesse descido para tomar café. Mas ela estava no closet. Passou por mim e
entrou no banheiro.
Tem algo de errado e Lua
não quer me contar. Tenho certeza.
Vesti um short e uma
camisa e desci para tomar café.
– Bom dia, Marli. Scott.
– Bom dia, queria. – A
mulher sorriu gentilmente.
– Bom dia, Arthur.
Preparado para mais uma rodada de cartas hoje?
– Mas é claro. Quero
ganhar novamente. Eu avisei que não gostava de perder. – Respondi divertido.
– Aaah, a diferença foi
pouca. Quero revanche. Também não gosto de perder. – O homem avisou no mesmo
tom que eu.
– Bom dia. – Lua
sentou-se a mesa.
– Bom dia, Lua. Você está
melhor, querida? Arthur disse ontem que você estava indisposta.
– Sim. Eu estava com uma
dor de cabeça muito chata. Mas já estou melhor. Obrigada pela preocupação. –
Lua sorriu de lado. – Mas vejo que a noite foi animada. Ouvi revanche?
– Sim. – Scott estava
empolgado. – Arthur ganhou, mas foi por pouco. – Ressaltou. – Hoje você nos
acompanha? – Ele a convidou.
– Pode ser. – Lua colocou
um pouco de suco no copo. – Mas eu vou logo avisando, eu também não gosto
perder. – Deixou bem claro.
– Então a disputa vai ser
boa. – Scott concluiu.
À tarde.
– Pai... Pai... Pai...
Pai... Pai... Pai... – Anie cantarolava meu nome em voz alta.
Eu estava na sala há
quase meia hora. Provavelmente, ela tinha acabado de acordar do sono da tarde.
– O que foi, filha?
– A gente pode blincar de
maquiar?
– Agora? – Ergui uma sobrancelha
e Anie afirmou que sim. – Oh, Anie... fala com a sua mãe.
– Mas eu já falei. Ela
disse que é pla eu pedir pala você. E agola? – A pequena colocou as mãos na
cintura. – Por favorzinho, papai. É tão legal! A gente nem nunca mais blicou de
maquiar.
– Filha, pede outra vez
para a sua mãe. Eu brinquei com você a semana toda.
Hoje é sábado. Lua não
pode estar chateada comigo e não querer brincar com a Anie.
– Mas eu já disse que
pedi. – Ela cruzou os braços impaciente.
– Meu Deus, tá. Mas você
nem tem maquiagem. – Lembrei.
– Mas eu posso pedir pla
minha mamãe. Ela me empesta.
– Aí você aproveita e já
chama ela para vocês brincarem. – Sugeri para escapar de ser modelo
experimental das maquiagens da minha própria filha.
– É mais legal com o
senhor. Fica mais englaçado. – Anie explicou completamente convicta de que essa
sua opinião bastava para me convencer a aceitar sua proposta de brincadeira.
– Legal, tá, você gosta
de uma bagunça que eu sei. – Apertei suas bochechas. – Você não vai me deixar
assistir ao jogo?
– Não, papai. Vamos
blincar! – Ela apoiou as duas mãozinhas no sofá e estava pronta para pular se
eu falasse sim. Me levantei do sofá em silêncio. Anie me acompanhou com
o olhar. – Onde o senhor vai? Papai! – A pequena me seguiu. – Me espela.
– Você não vai pedir as
maquiagens para a sua mãe?
– É. Tá. – Ela correu na
minha frente ao captar o sim que eu não disse com todas as letras.
Entrei no quarto e ela já
tinha, certamente, falado com a mãe. Pois correu para onde Lua guardava as
maquiagens.
– Você deveria brincar
com ela. E isso nem devia ser discutido. – Comentei. – Brinco a semana inteira.
Os finais de semana deviam ser seus.
– Eu coloco Anie para
dormir de segunda a segunda. Você me ouve reclamar? – A loira retrucou, depois
de fechar um livro que estava lendo antes de eu chegar.
– Aah, Lua... Você não tá
falando isso. Que saco! Isso só vem de alguns dias. Anie está super apegada com
você.
– Ela acha mais divertido
brincar com você, Arthur. Você deveria se sentir especial e único.
– Mas eu sou especial e
único. – Pontuei e Lua riu.
– E continua reclamando.
– Eu não quero brincar de
maquiagem, Lua. Eu queria conseguir assistir, pelo menos, uma partida do jogo
que tá passando na tevê. – Contei. – Só que eu não sei dizer não nem pra você
e, muito menos, para a Anie. Aí é complicado. – Expliquei.
– Plonto! Escolhi um
monte de cor dessa daqui. Amalela e blanca e blilho. Um monte de blilho.
– Sua mãe vai adorar essa
brincadeira. Ela acabou de me contar. – Falei e Lua me encarou, mas não me
desmentiu. Anie colocou as sombras, que ela havia escolhido, sobre a mesa de
cabeceira da Lua.
– Mentila! O senhor que
não quer blincar comigo. Agola nem liga mais pla mim! Eu também não vou mais
ligar pla você. Não quelo mais blincar! – Anie estava muito chateada e quase a
vi chorar, mas como é filha da Lua, óbvio que a raiva era mais forte.
– Já disse que vou
brincar. Não disse?
– Mas não quer. – Ela
retrucou.
– Parem os dois, por
favor! – Lua bateu as duas mãos na coxa. – Daqui a pouco estão sem se falar e
vai ser um saco. É sempre assim. Sempre começa desse jeito. Às vezes você
parece mais criança do que a nossa filha. – Disse me encarando séria. Ela
estava zangada.
– Só eu que pareço
criança? A tá. – Ironizei.
– Sim. Por acaso, você me
vê implicando com a minha filha? – Ela ergueu uma sobrancelha. – Não. E você
nem precisa me responder. Porque eu sei.
– Aah, Lua, para... –
Suspirei e Anie saiu super chateada do quarto. – Filha, volta aqui. – Tentei ir
atrás dela, mas Lua me impediu.
– Deixa que eu vou. Vocês
vão brigar, a gente conhece a filha que tem. – Lua soltou um suspiro antes de
se levantar da cama para ir até Anie.
– Você inteira. Sem
tirar, nem pôr. – Retruquei.
Pov Lua
Eu estou,
e-x-t-r-e-m-a-m-e-n-t-e, sem paciência para tolerar os ataques de desentendimentos
de pai e filha, entre o Arthur e a Anie. Se tem uma coisa chata, é briga entre
esses dois. Porque eles conseguem ser irritantes e apaixonantes juntos e ainda
mais irritantes e irritantes de novo, quando estão brigados.
Não sei como conseguem
brigar, porque vivem a semana toda em um amor e grude só. Mas Anie está muito
enciumada com a proximidade do Arthur e do Ethan. Eu entendo que ele é um bebê
e que nem faz ideia do que está acontecendo e, muito menos, nem sabe quem é o
Arthur, para ser sincera. Só que Anie, não vê dessa maneira. Ela apenas capta a
parte que o pai não acha ruim ficar com um bebê no colo e reclama de brincar
com ela.
Nunca pensei que fosse
passar por isso.
– Filha. – Abri a porta
do quarto; que com toda a revolta do auge dos seus, quatro anos, dois meses e
quinze dias, ela já tinha. – Você não precisa agir assim. Vamos conversar, meu
amor.
– Não quelo conversar. Eu
quelia brincar. Só isso. Agola eu não quelo mais também! – Ela estava
totalmente decidida.
– Mas o seu pai ia
brincar com você, Anie. Você não ouviu o que ele disse, hum? – Insisti.
– Não. Ele não quelia
igual era antes. Agola ele não quer mais blincar comigo. Antes quando era só
eu, ele gostava de mim. Gostava de blicar comigo e com o Bart. Agola só o Bart
que blinca comigo. – Ela estava muito triste e sentida com toda situação. Anie
sempre gostou de ser o centro das atenções e por quatro anos, foi só ela.
– Filha, ainda é só você,
meu amor. – Tirei alguns fios de cabelo que caiam em seu rosto. – E seu pai
continua gostando de brincar com você. Hoje ele só queria assistir um daqueles
jogos chatos que ele nunca mais assistiu, mas foi só isso. Você não queria um
cachorro para brincar? Foi para isso que o seu pai me convenceu a te darmos um.
Seu pai faz tudo por você. Não quero que fique chateada com ele. Sei que está
com ciúmes do bebê. Só que você precisa entender que, o seu pai sempre amou
crianças, e que o Ethan também tem um pai, que eu sei que vem ver ele todos os
dias. Então, você não precisa sentir ciúmes, porque o seu pai sabe, eu sei e
você sabe, que os papais do Ethan são a tia Mel e o tio Chay.
– Então por que que agola
ele fica mais com ele do que comigo? E também não quer mais blincar comigo? Eu
também não vou mais blincar de joguinho de corrida com ele. Nunca mais eu vou
blincar. – Anie fez um bico. Embora eu soubesse que essa posse de durona dela
não duraria o dia todo, eu fingi acreditar.
– Ai, filha... Não é
verdade, Anie. Vocês passeiam quase todos os dias. Seu pai te leva para o balé,
ele assiste quase todas as suas aulas. Vocês passam mais tempos juntos do que
eu passo com você e ele. Por que você está tão chateada?
– Porque eu quelia só blincar
de maquiagem com o meu papai. Só isso, mamãe.
– Então vamos lá, a gente
pode brincar. Nós três podemos brincar e você não precisa fazer birra. Isso é
tão feio, meu amor. Eu não gosto, Anie. Isso é coisa de criancinha mimada e
conversamos tanto com você, filha.
– Eu não sou mimada,
mamãe! E também não quelo mais blincar de nada. Eu já falei! – Ela deixou bem
claro. – Quelo ficar só eu aqui.
– Tudo bem. Não quer
brincar, ok. Quando quiser, é só dizer. – Desistir. Anie é teimosa e decidida.
Então era melhor eu não insistir ou agora seria nós duas que iriamos brigar.
Saí do quarto dela e
deixei a porta entreaberta. Voltei para o meu quarto e Arthur estava sentado na
cama olhando para a tevê que estava ligada.
– Falou com ela? –
Perguntou sem me olhar.
– Sim. Mas ela está
relutante e pediu para ficar sozinha. Então eu deixei. – Respirei fundo.
– Anie só tem quatro
anos, Lua. Ela nem sabe o que é ficar sozinha. – Arthur negou com a cabeça. –
Fico pensando em quando ela tiver quinze anos.
– É por isso que eu
sempre digo para você não fazer todos os gostos dela. Criança precisa de
limites. Não quero que Anie cresça achando que pode ter tudo o que quer, a hora
que quer. A gente diz um não e ela já faz birra. Isso acontece mais com
você. Por que será? – Ironizei.
– Nem vem! Só quero ser
um pai legal.
– Você vai continuar
sendo um pai legal mesmo falando não quando precisar. Tipo, hoje você
concordou em brincar com ela e mesmo assim ela tá achando que você gosta mais
do Ethan do que dela.
– Isso é sério? Tudo isso
por conta do Ethan? Anie está com ciúmes? – Arthur parecia não acreditar.
– O que você acha? – Me
sentei na cama, ao lado dele.
– Passo vinte e quatro
horas com ela, Lua. Meu Deus!
– Segundo ela, você fica
mais com ele do que com ela. – Dei de ombros.
– Isso não é verdade.
Eventualmente, eu seguro ele no colo sim, você sabe. Já te contei. Mas Chay vem
aqui, na maioria das vezes, à tarde. Às vezes até penso que ele não quer te
encontrar. – Comentou vagamente e eu concordei. Eu também achava isso. – De
manhã eu espero ela acordar para tomarmos café, depois fico com ela lá fora
para ela brincar com o Bart, depois ela assiste desenho e sempre eu sou
obrigado a assistir também. Já sei até as falas. Brinco de boneca, ainda tenho
que fazer voz fina e tudo, a gente almoça juntos todos os dias quando eu estou
aqui e fazem dois meses que eu direto em casa, não estão tendo reuniões e nem
ensaios da banda, nem nada. Levo ela para o balé e assisto quase todas as
aulas, porque ela sempre pede para eu ficar. Aí agora eu fico mais com o Ethan
do que com ela? Brincadeira! – Agora Arthur ficou muito chateado. Dava para sentir
em suas palavras. Ele logo desligou a televisão.
– Eu sei, Arthur. Eu sei.
Não estou te questionando de maneira nenhuma. Você passa mais tempo com ela do
que eu. Só que, Anie sente mais ciúmes
de você do que de mim, precisamos reconhecer isso. Você é mais do que,
simplesmente, um bom pai. Ainda não existe um adjetivo que abranja tudo o que
você é. Isso não deveria te preocupar. – Confessei e me aproximei dele para lhe
acariciar o rosto. – Eu não poderia ter escolhido outra pessoa para
compartilhar a vida, meu bem. – Contei.
– Mas você briga comigo o
tempo todo, Lua. Não importa o que eu faça. Hoje por exemplo, você me chamou de
insuportável e agora diz que bom, não é um adjetivo suficiente para me
caracterizar. Não consigo te entender e olha que eu sempre tento.
– Estou aqui, justamente,
tentando te pedir desculpas. Sei que fui grossa, você não merecia.
– Não mereço mesmo. –
Pontuou convicto. – Sempre trato bem vocês duas.
– Me desculpa, Arthur. Eu
te amo. Você não fez nada para me irritar.
– Então por que ontem e
hoje você me tratou tão mal? – Ele me indagou sem entender.
– Ai, Arthur, meu bem...
eu só não queria te contar uma coisa... – Suspirei. – Foi por isso que te
tratei daquele jeito. Mas eu não queria te magoar. – Arthur me interrompeu.
– Imagina se quisesse. – Retrucou.
– Sei que temos assuntos que são pessoais, íntimos e tudo bem, Lua. Se não quer
contar, é só falar. Não precisa me tratar mal. Parece que você esquece. Nunca
forcei você a fazer nada que não quisesse. Sempre conversamos. Achei que ainda
podíamos conversar sobre tudo...
– São coisas minhas,
Arthur. Eu não quero falar sobre isso, por favor. Sei que você compreende. –
Senti um nervoso absurdo e ao mesmo tempo, me senti idiota por estar assim,
logo com ele, meu marido e que me conhece mais do que qualquer outra pessoa.
– Eu sempre compreendo,
Lua. – Arthur desistiu e levantou da cama.
– A gente nem terminou de
conversar. – Murmurei.
– Conversar o quê? –
Ironizou. – Você não está me dizendo nada. Então eu vou lá pra sala.
– Você disse que tudo bem
não querer falar.
– Sim e daí? Estou
obrigando você a falar? Não. – Soou meio grosso e eu senti um nó na garganta.
Não pelo tom de voz; que ele nem havia alterado, mas por mim, por estar fazendo
ele agir dessa forma.
– Mas assim também não
vamos fazer as pazes. – Observei.
– Você precisa decidir o
que quer, Lua. E quer saber de uma coisa? Não vou mais me intrometer nas suas
coisas. Sei o que você tá tentando me dizer e não tem coragem. E você está
certa. São suas coisas, sua intimidade. A gente é que sempre foi muito aberto,
e por muito tempo foi bom demais, a gente se conhece. Agora eu acho que talvez
tenha se tornado incomodo para você. Não precisa se preocupar. Não vamos brigar
por isso. – Falou por fim e curvou os lábios, não em um sorriso, mas para
marcar o fim da insistência.
Fiquei sozinha no quarto
e não sei por quanto tempo, mas já tinha anoitecido. Ouvia só um falatório
vindo da sala – eles deviam estar jogando.
– A senhola não vai
jantar? – Anie entrou no quarto.
– E você, já jantou?
– Eu já. Já faz um monte
de tempo. A Carol me deu comida.
– Muito bem. – Sorri sem
mostrar os dentes. – Já quer dormir?
– Eu quelo. Eu já tô com
sono. Sabia que nem o Bart quer brincar mais? – Anie esfregou os olhinhos.
– Ele só está cansado.
Precisa dormir também. Amanhã vocês brincam mais. – Expliquei.
– Amanhã a gente pode ir
passear? Eu e você e o Bart?
– Podemos sim. – Coloquei
uma mexa de cabelo atrás de sua orelha. – Vamos dormir? – Perguntei e a pequena
assentiu.
– Quelo o meu pijama da
Minnie. A senhola me ajuda a pelocular?
– Eu ajudo você a
procurar. – Sorri caminhando com ela para fora do quarto.
– Porcular. – Ela
sussurrou mais baixo tentando falar a palavra corretamente.
Entramos no quarto dela e
Anie correu para a gaveta onde ficam os pijamas dela.
– Não bagunça, filha.
Deixa que eu pego pra você. – Falei.
– O vermelho, mamãe.
– Esse? – Mostrei um
pijama da Minnie; calça vermelha e blusa branca.
– Não. O outo que é todo
vermelho.
Anie realmente estava com
sono. Depois que vestiu o pijama e escovou os dentes, ela não demorou nem cinco
minutos para pegar no sono. Saí da cama com cuidado para que ela não acordasse.
– Minha mãe perguntou por
você. – Ouvi Mel comentar. Eu tinha acabado de fechar a porta do quarto da
Anie.
– Eu estava colocando a
Anie para dormir. – Respondi e logo notei que ela estava com o filho no colo. –
Ethan também dormiu? – Me aproximei dos dois.
– Sim. Depois de mamar
pela... perdi as contas. – Ela sorriu exausta. – Mas você vai jogar?
– Não. Eu quero dormi
também. – Na verdade, eu nem estava com sono. Passei a ponta dos dedos pelos
cabelos do bebê.
– Abre aqui, por favor. –
Pediu para eu abrir a porta e eu o fiz. – Aconteceu alguma coisa? A gente pode
conversar se você quiser, Luh. – Mel colocou o bebê no berço.
– Prefiro não falar sobre
isso. Arthur já ficou chateado. – Suspirei. – Não consigo explicar nem para
ele. Mas... e você e o Chay? – Mudei de assunto. – Já conversaram sobre vocês?
– Só sobre o Ethan mesmo.
– Ela me respondeu. – Só faz uma semana que voltamos a nos ver todos os dias. É
estranho. – Confessou. – Não sei como trazer esse assunto à tona.
– Vocês vão saber quando
chegar a hora. Fica tranquila. – Assegurei. – Sei que a maneira como se deram
os acontecimentos torna tudo ainda mais difícil. Mas vocês vão saber o momento
certo de conversarem novamente.
– Espero que você esteja
certa. – Mel sorriu de lado ao observar o filho. – Espero também que você e o
Arthur se acertem. – Agora ela me olhou.
– Eu que estou criando
muito problema em torno de um assunto que nem é para tanto. Minha menstruação
está atrasada e eu disse ao Arthur que ela desceu esse mês. Ele acha que está
tudo bem. Não consigo ficar perto dele sem me sentir culpada. Não queria falar
sobre isso com ninguém. – Confessei.
– VOCÊ ACHA QUE PODE
ESTAR GRÁVIDA? – Mel, literalmente, gritou.
– Não, amiga. Por favor,
Mel... eu não quero que as pessoas saibam. Não grita! – Implorei.
– Por que você está
escondendo dele?
– Você sabe como o Arthur
é. Ele sempre quis ter outro filho.
– Ele vai amar se você
estiver grávida. Isso não é um problema, Luh. – Ela me assegurou animada. Nem
de longe pensei que se estivesse grávida, Arthur não fosse gostar da notícia.
– É complicado. Eu não
estou. – Afirmei, mesmo não tendo certeza de nada.
– Você fez o teste? É por
isso que tem tanta certeza? – Perguntou curiosa. Mas como é psicóloga de
profissão, estava investigando a causa da minha aflição.
– Não. Eu só sei... –
Tentei desconversar. Não queria contar que a minha médica disse que, no meu
caso, uma próxima gravidez seria difícil. Tão difícil que talvez nunca
acontecesse. Soltei um suspiro.
– A gente não "só
sabe", Lua. – Mel disse entre aspas. – Se às vezes até um teste nos
engana, imagina se não fizer? Vocês são casados, amiga. E casais transam, é
super normal. Vocês viajaram, devem ter aproveitado à beça. – Ela me deu um
empurrãozinho no ombro direito.
– Todos os dias. –
Comentei com um sorriso. Queria voltar àquela semana.
– Eu sei. – Mel me
acompanhou sorrindo. – Mas, vocês não estão se prevenindo? Sei lá...
– Não. Parei de tomar
anticoncepcional desde setembro... – Soltei um longo suspiro. – Você sabe...
depois de toda a complicação do aborto, eu decidir parar de tomar remédio.
Conversei com o Arthur e tudo bem. Depois vieram os exames, os resultados... eu
segui sem tomar nenhum remédio ou ele usar camisinha. Mas... sei que não estou.
Acho que não estou. Não quero que ele crie expectativas, sabe?
– Você está com medo,
Lua. E é, totalmente, compreensível depois de tudo o que você passou. A perda
de um filho mexe muito com os pais. Ainda mais quando ambos esperam ansiosos
pelo bebê.
– Seria uma surpresa. Eu
queria tanto contar a novidade a ele. Jamais pensei que tivesse engravidado tão
rápido. – Contei. – Eu não fazia ideia. – Repeti.
– Continuar com essa
culpa só vai fazer com que você se sinta ainda pior. Você tem um marido que te
entende e te apoia em tudo, Luh. Conversar com ele sobre esse assunto, sempre
será a melhor alternativa, pois vocês passaram por esse momento juntos. Ele,
melhor do que ninguém, vai compreender os teus sentimentos, os teus medos. Você
precisa falar. Guardar isso com você, não te fará bem. Eu sei do que estou
falando, não porque já passei por algo assim, mas porque eu já lidei com
pessoas na mesma situação que a sua.
– Eu sei que ele vai entender.
Sou eu, eu que não queria ter que falar sobre isso de novo. – Passei as mãos,
nervosa, pelo rosto.
– Os resultados dos
exames não foram os que vocês esperavam? – Mel perguntou cautelosamente e eu
neguei, silenciosamente, com um manear de cabeça. – Então é por isso que você
tem certeza de que não está grávida? – Continuou no mesmo tom.
– Vai ser difícil, caso
eu queira engravidar novamente. Não estou preparada para passar por vários
tratamentos. Arthur disse que também não quer. Que está tudo bem. Que eu não preciso
me preocupar com isso. Ele já está aceitando a realidade bem melhor do que
eu. Quando penso que progredi, volto
para esse ponto outra vez. Não sei até quando será assim. – Expliquei. Era a
primeira vez que eu falo sobre esse assunto com alguém; que não é o Arthur. E
eu estou me sentindo aliviada.
– Fala com ele. Brigar
para evitar uma conversar só vai fazer com que vocês se magoem de verdade.
– Ele já está magoado. –
Contei soltando um longo suspiro.
– Arthur é compreensivo.
E além do mais, ele nunca vai se recusar a conversar com você. – Mel garantiu.
Todos que conhecem, de verdade, o Arthur, sabem que ele adora uma conversa para
resolver tudo o que está incomodando dele ou vice-versa.
– Dessa vez ele desistiu
de querer conversar.
– Se você quiser conversar,
ele vai sentar e te escutar. Eu sei, amiga. – Ela assegurou.
– Quem sabe amanhã. –
Sorri de lado. – Obrigada por me escutar. Eu precisava desabafar com alguém que
não fosse o Arthur.
– Eu entendo. Sempre que
quiser conversar, eu estarei aqui. Já te disse isso tantas vezes. – Mel me
abraçou de lado carinhosamente. Lhe dei um beijo na bochecha e saí do quarto.
Caminhei para o meu
quarto. Troquei de roupa e vesti um pijama. É primavera, mas à noite ainda faz
um friozinho bom. Me deitei na cama e me embrulhei – não queria estar acordada
quando Arthur entrasse no quarto.
Domingo, 29 de maio de 2016.
Respirei fundo sentindo o
cheiro do Arthur bem mais perto do que ele costuma ficar quando nos
desentendemos. E ele estava perto, de bruços, sem camisa e com o rosto virado
para mim. Senti vontade de beijar aqueles lábios entreabertos e vermelhos.
Fiquei de lado e levei
uma das mãos até o rosto dele e acariciei com carinho sua bochecha. Arthur tem
o sono pesado, não se acorda tão fácil. Fiquei alguns muitos lhe acariciando a
bochecha, o maxilar e os cabelos da nuca. Ele tem cócegas na nuca. Vi quando
seus pelos do braço esquerdo se eriçaram.
– Bom dia. – Falei baixo.
Arthur abriu, lentamente, os olhos.
– Bom dia. – Me disse,
sonolento.
– Acordei você? – Perguntei,
mesmo já sabendo a resposta.
– Você sabe que eu tenho
cócegas na nuca, Lua. – Me respondeu.
– Desculpa.
– Não é para tanto. Essa
semana você tem me pedido muitas desculpas. – Pontuou.
– É que, especialmente,
essa semana, eu tenho feito muitas coisas pelas quais, eu tenho que me
desculpar com você. – Falei. Queria logo me resolver com o meu marido.
– É um alívio saber que
dessa vez, eu não tenho nada a ver com os problemas que você mesmo resolveu
criar. – Arthur me encarou e depois virou de costas na cama. – Não quero
discutir, Lua. De verdade. – Ele voltou a me encarar.
– Eu também não quero
mais discutir, Arthur. – Assegurei. – É que eu não queria que você soubesse de
uma coisa...
– Disso eu já sei, Lua.
Você não precisa repetir.
– Menti pra você. Não
quero que fique chateado.
– Não acredito, Lua. –
Arthur passou as mãos pelo rosto. – Você sabe que não precisa disso. Aqui não
tem nenhum adolescente que vai fugir, seja qual for a responsabilidade. Achei
que soubesse disso.
– Eu sei. A questão não é
essa... – Soltei um longo suspiro. – Não queria que você me perguntasse toda
hora sobre o mesmo assunto, então eu menti.
– Mentiu sobre o que,
Lua?
– Eu não menstruei,
Arthur. Eu menti. – Confessei. – Fiquei com medo. Eu sei que não estou grávida.
Mas não queria te contar. Fiquei com receio de você criar expectativas.
– Aah, você sabe? Fez
algum teste?
– Não. Só que nós sabemos
que eu não posso engravidar.
– Eliza não disse que não
pode. Disse que é difícil. – Me corrigiu. – São coisas diferentes. – Concluiu.
– Não estou grávida. – Afirmei.
– Tá bom. Eu não disse
que você está. Só não entendo porque me escondeu isso.
– Já disse, eu não queria
que você criasse expectativas. Éér... Arthur, meu amor... sei que é confuso,
mas você já estava preocupado. Sei que pensava que eu poderia estar grávida,
mas eu não posso.
– Você tem medo dessa
possibilidade, Lua. O ponto é esse. Eu não posso fazer nada se o problema são
os teus pensamentos. – Disse cautelosamente. – Agora me diz, que marido não se
preocuparia? Parece que você não me conhece. Se tivesse me falado antes, já
teríamos resolvido esse assunto. – Garantiu.
– Como eu te disse há
alguns dias, senti todos os sintomas. Achei que esse mês viria, mas já faz cinco
dias. – Expliquei com calma, em um tom baixo. Não queria que brigássemos.
– Cinco dias que só
fizeram mal para você. Deveria ter me contado. Teria poupado muita coisa.
– Eu estou contando
agora. – Tentei me defender.
– Um pouco tarde, você
não acha?
– Tenta me entender,
Arthur, por favor. – Implorei.
– Todos os dias, Lua. Não
sei o que você quer mais.
– Só não queria ter que
repetir sempre a mesma coisa. Não queria que brigássemos.
– É a nossa realidade,
Lua. Você tem que aceitar. A gente tem tido relações sem se prevenir. Não estou
nos culpando. Somos casamos, é normal isso acontecer. Foi uma decisão nossa não
usar nenhum método de proteção. Você se sente insegura? Você tem que me dizer.
Já te falei que não existe nenhum problema, pra mim, usar camisinha, Lua. Sei
que você não quer mais tomar anticoncepcional, eu te entendo. Não vou te
forçar. Somos um casal. Isso é responsabilidade nossa! Mas você tem que me
dizer. Eu não adivinho as coisas.
– Você é sempre tão bom
comigo.
– Por que seria
diferente? Eu te amo demais. Não sei fazer de outro jeito.
– Você quer que eu faça o
teste?
– É você quem tem que
querer.
– Será que é algo grave?
– Espero que não, Lua. Eu
espero que não. Fica tranquila. Não estou torcendo para que dê positivo, se é
isso que te assusta tanto. Eu só me preocupo. Você é minha mulher, eu só quero
o teu bem. É por isso que eu sempre pergunto como você está. Não quero ser
inconveniente e invadir a tua privacidade, se é isso que parece, eu é que me
desculpo.
– Não, Arthur. Não... eu
só disse aquilo para que você parasse de perguntar. Desculpa. Eu... eu... eu
gosto que você seja esse marido atencioso e preocupado. Desculpa se às vezes
parece que eu não valorizo. Mas eu sou tão grata, Arthur. Você me faz tão bem.
Não quero que você mude. – Arthur soltou um suspiro e me encarou mais atento.
– Você precisa decidir se
vai fazer ou não, o exame. A gente precisa tirar essa dúvida.
– Tudo bem. Eu faço. –
Concordei. – Sei que tenho que fazer. Também não tenho tanta certeza se estou
grávida ou não. Só fico pensando no que a Eliza me disse. Só isso.
– Eu sei. Mas você não
precisa sentir todo esse medo. Sabe que eu estou com você para o que der e
vier. – Arthur assegurou, completamente carinhoso. – Eu estou aqui. – Ele
apertou forte uma das minhas mãos. E eu sorri em resposta.
– Obrigada.
– Mais tarde eu vou na farmácia,
e compro os testes. Vou comprar dois. – Ele sorriu do próprio comentário. – Vou
falar uma coisa. Aliás, vamos decidir isso agora.
– O quê?
– Já que você está com
medo de ficar grávida, mesmo sendo difícil agora, mas ainda há possibilidades,
pensei de optarmos por usar camisinha. É o que podemos fazer agora. Não quero
depois me sentir culpado, caso eu esqueça de tirar a tempo e acabe gozando
dentro. Você sabe que tem muitas, muitas, muitas chances disso acontecer.
Quando nós transamos, esquecemos desses detalhes. Sou responsável, mas aí nessa
hora já é querer demais. Você sabe que na maioria das vezes eu esqueço. A gente
nunca teve problemas, mas agora é diferente. Vai que uma hora ou outra...
ninguém sabe, Lua.
– Tudo bem. – Concordei
novamente. Não era o que eu queria, mas Arthur está certo.
– Então, ok. – Ele
arqueou os lábios em um sorriso. – Vou tomar um banho. Você vem?
– Eu quero ficar deitada
mais um pouquinho. – Respondi e Arthur levantou-se da cama. – Achei que fosse
ganhar um beijo. – Falei mais baixo e Arthur riu divertido.
– Um beijo. Você quer um
beijo? – Ele se aproximou e roçou o nariz no meu queixo e depois desceu e beijou
várias vezes o meu pescoço. – Só um beijo?
– Muitos beijos. Estou
com saudades. Hoje quase acordo você assim. – Confessei e senti minhas
bochechas esquentarem. Arthur me lançou um olhar, extremamente, apaixonado.
– Eu não teria achado
nada ruim. – Me disse, e beijou o canto da minha boca. – Só teria ficado um
pouco confuso. – Complementou de cenho franzido. – Vem tomar banho comigo. – Me
convidou.
– Só se você me levar no
colo.
– Meu Deus! Você é muito
dengosa. – Arthur desceu os beijos do meu pescoço para os meus seios, por cima
do pijama. Puxei os cabelos dele, fazendo-o erguer a cabeça. – O que foi?
– E você é muito atrevido.
– Pontuei e ele riu antes de me puxar pela cintura e me tirar da cama, no colo,
como eu havia pedido.
Chegamos ao banheiro e
Arthur me pôs no chão com um sorriso mais provocador que ele sabia pôr naqueles
lábios – que a cada minuto, eu só pensava em morder e morder.
– Paara de me olhar
assim... não resisto.
– E você acha que eu
resisto? – Me perguntou e me puxou para mais perto. – Eu amo muito você, minha
loira preferida.
– Achei que fosse a
única.
– E é. – Ele assegurou me
dando um selinho.
– Eu também te amo. – O
abracei pela cintura. – Não gosto quando brigamos, embora na maioria das vezes,
seja eu que comece as brigas.
– Na maioria? Todas às
vezes. – Ele riu contra o meu pescoço e passou as mãos por baixo da minha blusa
e foi levantando.
– Você sugeriu que usássemos
camisinha. E pelo que eu lembre, não tem nenhuma aqui faz muito tempo.
– Eu te convidei para
tomarmos banho. Você quer tomar banho de roupa? – Perguntou ao tirar minha
blusa por completo, sem deixar de sorrir.
– Hahaha... Arthur, eu te
conheço.
– Você que leva tudo para
esse lado. – Ele deixou a minha blusa sobre a bancada da pia do banheiro. – Mas,
caso você queira seguir em frente, eu não vou me fazer de difícil. – Piscou um
olho.
– Eu sabia! – Ao mesmo
tempo que eu o empurrei de leve, eu o puxei para mais perto. Rimos.
Arthur tirou a cueca alguns
segundos depois e ficou me encarando à espera de uma resposta.
– Vou tomar banho. –
Disse depois de um tempo.
– Não vai nem me ajudar a
tirar a roupa que falta? – Perguntei.
– Ora, você reclamou há
alguns minutos.
– Não foi exatamente
assim. Só o lembrei da nossa conversa de mais cedo.
– Não esqueci. Fica tranquila.
– Me garantiu.
– Então...
– Era melhor não ter te convidado
para tomar banho. – Concluiu e eu o olhei surpresa. – Não vou resistir. –
Acrescentou. – Você está certa.
– É claro. Falei que te
conheço. Aqui, ó. – Estendi uma das mãos na frente dele e bati com o dedo
indicador sobre a palma da mão.
– Eu sei. – Arthur
concordou e me deu um beijo no pescoço, descendo o cós da minha calça depois
que se afastou; seu estava sem calcinha. – Lua.
– Você sabe que na
maioria das vezes eu durmo assim. – Respondi, mesmo que ele não estivesse me
perguntado nada, seu olhar dizia tudo.
– Ai – ele soltou um
gemido –, eu não vou resistir mesmo. – Afirmou e me puxou, colando o corpo ao
meu. – Já faz uma semana... – Murmurou contra o meu ouvido e puxou o lóbulo da
minha orelha em seguida. – Mas é você quem vai decidir. – Arthur falava tão
baixo.
– Você sabe que eu sou a
mais teimosa... – Sussurrei. – Então, eu também não vou resistir... e não vou
me importar se você esquecer de tirar – levei uma das mãos até seu membro e o
apertei antes de começar a massageá-lo – isso daqui, daqui... – O pressionei
contra a minha intimidade e Arthur fechou os olhos.
Meu medo não é de engravidar
de novo, é de perder o bebê de novo.
– Eu não posso esquecer,
mesmo que você não se importe. – Arthur disse baixo e segurou meu rosto com as
duas mãos, antes de me beijar. Pressionei meu corpo contra o dele e soltei um
gemido com a penetração lenta.
Arthur é sempre tão carinhoso.
Me emociono de pensar na sorte que tenho em viver a vida com uma pessoa dessa
ao meu lado.
O banheiro é o segundo
lugar mais frequentado por nós dois para fazermos amor – o primeiro é o quarto,
na nossa cama. É difícil encontrar um lugar inusitado para fugir da rotina
quando se tem uma filha pequena e uma casa cheia.
Dessa vez, Arthur não me
colocou sentada sobre a bancada, nem debruçada sobre a pia, nem fomos parar na
banheira. Eu sentia meu corpo suado junto ao dele. E eu não sei como, porque
não senti meus pés tocarem o chão, chegamos ao chuveiro e senti água escorrer
por nossos corpos.
Estávamos abraçados,
molhados e nos beijando – Arthur não parava de estocar de maneira lenta, daquele
jeito que só me fazia querer com que ele continuasse sem cessar.
Mordi seu lábio inferior
e sentir quando ele me virou de costas para ele e puxou meus cabelos.
– Agora eu vou fazer na
posição que você gosta. – Arthur roçou os lábios no meu pescoço e eu fiquei na
ponta dos pés e empinei meu bumbum.
Não era só na minha posição
preferida, era no meu ritmo também. Senti meu corpo ir para frente quando Arthur
me penetrou mais forte. Tentei me apoiar no box, mas tudo estava tão abafado e
escorregadio. Soltei um gemido mais alto, no banheiro não corríamos o risco das
outras pessoas escutarem.
Londres | Cinco horas da tarde.
Arthur voltou da farmácia
com dois testes de gravidez e cinco pacotes de camisinhas com cinco unidades
cada uma, e entre as tradicionais, camisinhas de morango e menta.
– Agora é só você fazer. –
Arthur disse depois de alguns minutos que eu fiquei olhando para as duas
caixas. – Perguntei se era boa mesmo. Pelo preço, tem que ser. – Comentou
quando peguei a camisinha de menta. No início do namoro, já chegamos a usar camisinha
com sabores, mas nunca de menta, só de morango, cereja e uva.
– Acho que arde um pouco.
– Comentei devolvendo o pacote para ele. O cheiro de menta era forte. Arthur abriu
todos as embalagens para colocar as camisinhas na gaveta dele.
– Deve ser refrescante e
não, ardido. – Ele sorriu. – Não achei de maracujá, senão, teria comprado.
– Engraçadinho.
– É sério, loira. Mas comprei
de morango.
– Quero provar. Os dois
sabores. – Pontuei.
– Uuhm... hoje? – Indagou
animado.
– Vamos ver... –
Respondi.
– Aah, você gosta de me
provocar. – Ele riu e eu o acompanhei.
– Vou fazer os testes. –
Me levantei da cama.
– Tá bom. Não vou sair
daqui.
– Não vai mesmo. É você
quem vai ver os resultados. – Contei e Arthur assentiu.
Caminhei rumo ao banheiro
e Arthur ficou sentado na cama terminando de abrir os pacotes de camisinha para
colocar dentro da gaveta.
Se o resultado for: positivo.
Elas vão ficar dentro da gaveta por muito tempo.
Entrei no banheiro e
fechei a porta. Parece que a vontade de fazer xixi tinha evaporado. Abaixei meu
short e fiquei batucando na abancada da pia com a ponta dos dedos. Meu nervosismo
era visível.
Devo ter fico lá quase
uns dez, ou mais, minutos. Mas, consegui fazer os testes. Deixei eles em cima
da pia e saí do banheiro.
– Já estava quase indo
bater na porta. – Arthur me disse. Ele ainda estava sentado na cama, só que
agora, olhava para a direção do banheiro.
– Demorei para fazer
xixi. A vontade sumiu.
– Você ficou nervosa. Por
isso. – Ele tentou me tranquilizar. – Quantos minutos?
– Uns cinco. – Respondi. Os
testes eram digitais, daqueles que marcam, também, as semanas.
– Certo. – Arthur abriu
os braços e eu me deitei no colo dele.
– Você pensou que se der
positivo, a gente nem vai precisar das camisinhas? Porque nem vai ter lógica. –
Comentei olhando para ele.
– Não pensei. – Ele riu. –
De qualquer forma, a gente usa depois de alguns meses... ou, pode ser até hoje,
dependendo do resultado. Você me deixou animado.
– Com o quê?
– Com o seu vamos ver,
querida. – Me explicou.
Vinte minutos depois.
– Lua, já passou e muito
de cinco minutos. Deixa eu ir lá ver logo isso. Pelo amor de Deus! Estou ansioso.
– Era a terceira vez que Arthur me pedia.
– Tá, ok. Vai lá. Não precisa
gritar o resultado.
– Claro que eu não vou
fazer isso. – Ele se levantou apressado da cama e quase correu até o banheiro.
Meu coração estava tão
acelerado, mas algo me dizia que eu estava certa e que não precisava me preocupar.
– Então? – Indaguei ao
vê-lo caminhar de volta para a cama olhando para os testes.
– Você sempre esteve
certa, querida. Falei que era para ficar tranquila. – Ele me entregou o teste
com o:
Não grávida.
– Tá tudo bem, meu amor. –
Arthur me deu um beijo na testa.
– Eu sei. – Murmurei. –
Mas também não estou feliz. – Confessei.
– Olha aqui – ele segurou
meu queixo com uma das mãos –, sei que você tem medo. Eu compreendo. Você não
precisa me explicar. Sei que dói. – O puxei para cima de mim. – Eu te amo, Luh.
Tá tudo bem. – Ele sussurrou no meu ouvido.
Horas mais tarde.
– Você não vai falar
comigo mesmo?
Era a quinta vez que Arthur
tentava chamar a atenção da nossa filha. Estávamos na sala e ela brincava com
Bart e mais algumas bonecas – que ele fazia questão de morder os cabelos e sair
correndo com elas na boca, quanto Anie gritava para ele voltar e corria atrás dele
também.
– Anie, eu quero
conversar com você, filha. Pra gente se acertar. Não quero ficar brigado com
você. Vamos conversar.
– Eu estou blincando.
– Eu posso brincar com
você também?
– Não. O Bart já está
aqui. E ele já me dá um monte de tabalho! – Anie estava sem paciência.
– Mas eu sei me
comportar. – Arthur me olhou divertido e eu neguei com a cabeça.
– Mas não era você que
não quelia mais blincar?
– Eu não disse isso. Você
que chegou sozinha a essa conclusão. – Arthur retrucou.
– Desse jeito vocês não vão
fazer as pazes nunca. – Comentei e respirei fundo.
– Não tenho culpa se essa
garota é igual a você. Vou perguntar para o John se você era tão relutante
assim, quando era pequena.
– Eu era super comportada.
– Aham... tá. –
Ele disse irônico.
– Meu pai que não
implicava comigo. É diferente.
– E eu implico com ela?
– SIM. – Anie e eu respondemos
juntas.
– Toda hora. – Completei e
Arthur riu.
– Ai, ai... vocês que
confundem as coisas. – Ele tentou se defender. – Mas é sério, eu estou aqui querendo
só fazer as pazes com você. Se você não quiser, tudo bem também. Eu só vou pegar
outro bebê pra mim. Pronto. – Ele deu de ombros e Anie o olhou dando de ombros
também.
– Desse jeito você nunca
vai conseguir, Arthur. – Revirei os olhos e ele me deu um beijo no pescoço.
– Estou brincando, loira.
– Implicando. –
Ressaltei. – O que foi que eu disse?
– Só um pouquinho. – Ele
fez um bico e eu neguei com a cabeça. – Vamos comer pizza hoje?
– Só se você pedir uma
sobremesa bem gostosa.
– Mas eu já estou aqui, querida.
– Arthur, é sério. – Empurrei
ele pelo ombro.
– Que sobremesa você
quer? – Ele ficou roçando o nariz no meu pescoço.
– Mousse de limão.
– Limão, loira. – Arthur
fez uma careta. – Só pra não dividir comigo.
– Não tenho culpa se você
é fresco. – Retruquei.
– Limão é sem graça.
– Mas a sobremesa é para
mim.
– Tudo bem. Peço mousse
de limão, como você quiser. Vou pedir uma pizza doce e duas salgadas. Chocolate
e morango, o que você acha?
– E chantili. –
Acrescentei.
– Acho que até tem aqui. Peguei
a referência, loira. Você não vai fugir.
– E nem quero. – Afirmei
dando uma piscadinha. – Pede uma de muçarela e outra de calabresa.
– Ok. Vou fazer isso. Mais
algum pedido?
– Por agora não. –
Respondi.
– Mamãe?
– Oi, filha.
– Abe aqui, por favor.
– Anie me entregou um
potinho de massinhas de modelar.
– Você vai brincar com
isso onde?
– Aqui na mesinha, mamãe.
– Ela apontou para a mesinha de centro.
– Filha, não derruba isso
no tapete, por favor. – Avisei. – Já conversamos que brincar de massinha só se
for lá na brinquedoteca, que o espaço é todo seu. – A lembrei.
– É, eu sei, mamãe. Mas quelia
blicar aqui agola. – Lhe entreguei o pote, já aberto.
– É lilás de blilho. –
Anie jogou a massinha sobre a mesa.
– Você não vai deixar eu brincar
mesmo? – Arthur voltou a insistir.
– Agola eu já tô
blincando.
– Vou pedir uma pizza de
chocolate só para te agradar. – Contou e Anie o olhou desconfiada.
– De verdade?
– É claro. De chocolate e
morango. – Arthur explicou.
– Então eu quelo. – Ela
sorriu e Arthur me encarou.
– Anie está falando da pizza.
– Sussurrei.
– Eu sei. Já é um começo.
– Ele disse contente.
Uma hora e meia depois.
– As pizzas chegaram, Arthur.
– Avisei ele.
– Já vou lá, querida. Só vou
pegar a minha carteira. – Arthur gritou de algum lugar da casa. Ele tinha ido
buscar alguma coisa no quarto. Peguei meu mousse – maravilhoso – de limão com
todo cuidado. E Scott me ajudou com as três pizzas.
– Veio a de chocolate, mamãe?
– Veio, filha. – Respondi
e Anie bateu palma, feliz da vida. – Pode pôr aí na mesinha de centro mesmo,
Scott. Mel optou por não comer pizza e Carla fez uma sopa para ela. – Anie, vai
chamar a Carla e a Carol.
– Eu já vou. – Anie
correu em direção à cozinha.
*
– Vem aqui, filha. Quero ver
até quando você vai ficar de mal comigo.
– Só agola que o senhor
quer falar comigo. Outo dia não quis blincar. Nem gosta mais de mim.
– Isso não é verdade. Eu
te amo muito. Você que é muito ciumenta, igual a sua mãe.
– Lá vem você me meter no
meio da confusão de vocês. – Retruquei me sentando na cama. – Quero ver que
horas você – apontei para a Anie que estava em pé na nossa cama – vai decidir
dormir. Porque eu já vou. – Deixei claro.
– Não tô com sono, mamãe.
– Então fica acordada aí
com o seu pai. – Me ajeitei na cama.
– Meus planos eram fazer
amor com você muitas vezes hoje... muitas vezes. – Arthur murmurou no meu
ouvido.
– Hoje vai ficar só nos
planos mesmo. – Falei tentando segurar o riso. Pelo visto, Anie ia querer
dormir na nossa cama. Já era quase onze horas da noite.
– Vem, filha... deita. –
Arthur pediu. – Vamos dormir.
– Ainda não quelo, papai.
– Eu estou falando sério,
Anie. – Ele, literalmente, estava falando sério.
– Tááá... mas eu ainda
não tô com sono. – Ela se jogou na cama e ficou entre nós dois. – Mas eu vou
ficar aqui.
– Você tá muito mandona
para o meu gosto. – Arthur resmungou e Anie me abraçou pelo pescoço.
– Eu te amo, mamãe. – Ela
me deu dois beijos na bochecha.
– Eu também te amo, meu
anjo. Muito, muito. – Respondi e lhe dei um beijo na testa. Arthur ligou a tevê
e colocou em um filme de ação. – Desse jeito que você quer que a Anie durma?
– Ela já disse que não tá
com sono. – Ele deu de ombros. – Vou assistir um filme então.
– Não consigo dormir com
barulho. – Anie retrucou só para implicar mesmo.
– Não era você que estava
sem sono?
– Nãããããoooo... paaapaai
vamos dormir. – Anie se virou para o lado do Arthur.
– Aaah, agora você quer
que eu durma com vocês?
– É. – Anie o abraçou. Eu
sabia que essa birra não ia durar muito tempo. – Eu amo você também, papai.
– Eu te amo, pequena. Para
de ser birrenta. Meu Deus! Só você é o meu bebê, filha. Não precisa sentir ciúmes,
ouviu?
– Eu ouvi, papai. – Os dois
ainda estavam abraçados e, provavelmente, iriam adormecer assim. E eu teria que
desligar a tevê mais tarde.
Continua...
SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.
N/A: Olá,
leitores! Boa noite!
Como vocês estão? Eu espero
que bem, hein?!
Primeiro: Me
Desculpem pela demora com as atualizações de Little Anie – teve gente
que veio pedir na C-Box – Mas aconteceram alguns problemas pessoais e de saúde comigo
e com a minha família, e eu não estava com cabeça para escrever nada, nem
pensar na fanfic. Faz mais de duas semanas que eu estou tentando terminar esse
capítulo, podem acreditar. E eu espero, de coração, que esteja à altura de
todos os outros capítulos que já escrevi e que vocês gostem. Sei que deixei
varias vezes vocês criarem N’s expectativas em relação ao ‘atraso menstrual’ da
Lua. Não queiram me matar depois do resultado, tá?
Segundo: O-BRI-GA-DA Pelos
comentários do capítulo anterior. Vocês são tão incríveis – sério mesmo. Sou tão
grata. <3
Para finalizar:
Vocês gostaram do capítulo? De 1 a 10, quanto? Haha estou curiosa para saber. Comentem
tá? Me contem tudo.
Ps: Abriram
o link?
Viram o gif hot? Uuuhm! #Safadhenhos
Um
beijo e até a próxima atualização.
Não esqueça de comentar.
O Cap tá maravilhoso, Milly! Espero que dê tudo certo para vc e sua família.
ResponderExcluirMudei de número. Vc pode me colocar no grupo novamente?
ResponderExcluir(88)9.97640558 esse é meu novo número.
Thay
Tudo bem, Thay. Vou adicionar você no grupo.
ExcluirEu amor sua web melhorar
ResponderExcluirMelhorar você sua família teve próximo capítulo sua web sem presa
ResponderExcluirEsse capitulo esta maravilhoso é uma pena ja esta na reta final.A Annie é a mesma coisa da Lua tadinho do Arthur, fiquei com dor dele ele faz todo esforços pra agradar as duas , elas poderiam retribuir com mas carinho a ele .
ResponderExcluirEU AMO ESSA HISTÓRIA!!!
ResponderExcluirEu amo essas implicâncias do Arthur e Anie, a reconciliação dos dois é sempre muito fofa!!
Confesso que criei muita expectativa com a Lua grávida :( mas por um lado é bom ela não estar, pois anie morreria de ciúmes!
Como sempre capítulo incrível!♡
Muito ansiosa para o próximo!
Espero que você e sua família estejam bem agora..
Que capítulo maravilhoso, que pena que deu negativo o exame da Lua,queria tanto um baby Luar.
ResponderExcluirArthur consegue ser mais criança que a Anie kkkkkkkkkk
ansiosa pro próximo
vc arrasa demais Milly
está muito muito boa a fanfic, e esse capítulo foi ótimo, apesar de querer que a lua estivesse grávida
ResponderExcluir