Little Anie - Cap. 81 | 5ª Parte - Final

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Little Anie | 5ª Parte

Você e eu fizemos uma promessa
Na alegria ou na tristeza
Não acredito que você me decepcionou
Mas a prova está no jeito como isso dói
[...]
Eu queria que isso acabasse agora
Mas sei que ainda preciso de você aqui
 I'm Not The Only One | Sam Smith

Pov Lua

Segunda-feira | 9 de novembro de 2015 – Seis e cinquenta da manhã.

– Bom dia. – Falei assim que abri os olhos e vi Arthur me encarando.
– Bom dia, loira. – Ele me disse e bocejou. – Hoje eu só chego à noite. – Me avisou. – Falta menos de um mês para começarmos os shows. Eu estou ansioso para ver você lá também...
– Então você quer que eu vá? – Indaguei.
  Quero muito. Tenho uma surpresa pra você, querida. – Arthur comentou todo cheio de segredos.
– Eu posso imaginar. – Comentei baixo massageando a nuca dele. – Não é a primeira vez que você faz uma música pra mim.
– E quem falou de música? – Ele indagou erguendo as sobrancelhas.
– Tá bom então… – Decidi deixar pra lá. – Hoje o advogado irá me enviar os documentos do apartamento. – Mudei de assunto.
– Vamos conversar sobre isso aqui ou terei que ir ao escritório?
– Eu não costumo conversar com meus clientes na cama… mas posso abrir uma exceção pra você. – Brinquei e Arthur me encarou sério.
– Hoje você acordou muito engraçadinha. – Pontuou. – Mas só tá provocando assim porque sabe que eu não vou insistir. – Me disse.
– Você não sabe o que quer. Reclama quando estou estressada, reclama quando estou engraçada. Não entendi mais nada. – Dei de ombros e Arthur riu. Minha menstruação veio sábado, e quando chegamos de Liverpool, senti uma cólica insuportável. Eu não queria nem ouvir a voz da minha filha. Nem saí com as meninas.
– Eu prefiro você engraçadinha. Apesar de eu gostar de te irritar, Deus me livre de você irritada e menstruada.
– Ainda bem que você sabe como são as coisas… bom, como não saí com as meninas sábado, nós vamos hoje. Vou falar para a Carol levar Anie na aula de balé, termina umas cinco horas né?
– Sim. – Arthur me respondeu.
– Então… vou pedir pra ela levar e eu vou buscar quando sair do trabalho. Se você chegar e sentir nossa falta, já está avisado.
– É claro que eu vou sentir. – Arthur me puxou para cima dele. – A gente vai conversar sobre os documentos do apartamento quando você chegar?
– Sim.
– Ok então... – Arthur me puxou para um beijo. – Amo você.
– Amo você. Mas agora eu preciso levantar. – Avisei e Arthur me soltou. – O show daqui já tem data? – Perguntei indo para o banheiro.
– Sim. Dia dezoito de dezembro. Semana que vem os ingressos já estarão disponíveis. Eu não vejo a hora de ver o Royal Albert Hall lotado outra vez.
– Com certeza estará, Arthur. – Assegurei e lhe joguei um beijo. – Agora eu vou tomar banho... depois te faço mais perguntas. – Lhe pisquei um olho e Arthur riu.
– Como sempre, loira. Como sempre. – Ele deixou claro e ficou de bruços na cama abraçado ao meu travesseiro. – Eu adoro seu cheiro de frutas vermelhas.

Arthur comentou e eu sorri ao fechar a porta do banheiro, depois perguntaria para ele a respeito disso. Fui logo tomar meu banho ou eu acabaria me atrasando mais.

– Que frutas vermelhas já? – Indaguei assim que saí do banheiro.
– Seu cheiro, Luh. Sempre te falo isso... – Arthur esclareceu. – Agora eu vou tomar banho, já que você saiu do banheiro. – Ele levantou da cama. – Isso que eu não entendo, nos outros dias você tira a roupa na minha frente, anda nua na minha frente, você dorme – ele enfatizou – nua abraçada a mim e uma semana eu não posso nem entrar no banheiro enquanto você toma banho. – Agora Arthur estava parado na minha frente.
– É que exclusivamente, nessa semana não pode. Você tá cansado de saber, baby. – Falei segurando em seu queixo.
– Eu disse que não entendo, Lua.
– É tipo cocô, Arthur. É constrangedor saber que tem alguém no quarto enquanto você tá no banheiro.
– Não tinha um outro exemplo menos fedido?
– Esse foi o mais íntimo que eu pensei no momento.
– Eu vou tomar banho... – Falou outra vez.
– Achei que você só fosse sair mais tarde. – Comentei.
– Vou só umas nove horas, por aí assim lá para o ensaio. Agora eu vou em outro lugar. – Contou e caminhou para o banheiro, me deixando parada em frente a porta do closet.
– Atualmente você anda muito cheio de segredinhos. – Ressaltei. – Não sei se posso confiar mais tanto assim.
– Claro que pode, Lua. Você sabe, bebê.
– Bebê. – Me virei para entrar no closet e Arthur riu alto.
– Atualmente você anda muito estressada. – Arthur disse alto.

Vesti um vestidinho verde de tecido fino, com decote v, botões na frente e um cinto com laço do mesmo tecido, na cintura. Calcei um sapato de salto alto preto e voltei para o banheiro, Arthur ainda estava lá.


– Posso entrar? – Bati na porta.
– Eu podia dizer que não. – Ele respondeu e eu abri a porta.
– Mas eu já entrei. – Parei em frente ao espelho do banheiro e peguei a escova de pentear os cabelos.
– Dona Lua, eu também preciso de privacidade. – Começou me provocando e passou por trás de mim.
– Não é você mesmo que diz que a gente já mais que viu?
– Não use minhas desculpas contra mim.
– Sempre digo que você é um ótimo professor.
– Vou tomar mais cuidado. – Ele avisou. – Você está linda, baby. – Arthur me deu um beijo no pescoço.
– Obrigada, meu amor. – Agradeci e Arthur saiu do banheiro.

Penteei meus cabelos e passei uma maquiagem básica. Eu não gostava de usar muita maquiagem pra falar a verdade.

– Vou tá na cozinha, Arthur. – Avisei quando saí do banheiro, ele ainda estava no closet. – Você ainda tá se arrumando?
– Não achei aquele meu casaco cinza escuro. Você viu ele? – Arthur voltou para o quarto. Ele estava só de calça comprida preta e uma camisa branca.
– Aquele que tem dois botões? – Perguntei e ele assentiu.
– Tá na parte dos casacos, Arthur. Carla arrumou esse closet semana passada.
– Por isso que eu não encontrei aquela bermuda de cor, que tem uma estampa de coroa. – Falou e eu revirei os olhos.
– Ela arruma a sua bagunça e você reclama.
– Achei que fosse você quem tinha mexido.
– Até parece... – Bufei e ele voltou para o closet.
– Vou procurar lá de novo.

Saí do quarto e fui para a cozinha, era sete e meia. Carla estava fazendo café.

– Bom dia, Carla.
– Bom dia, Lua.
– Já fiz seu suco de maracujá. Agora estou fazendo o café do Arthur. Ele me disse ontem que ia sair cedo hoje. – Carla explicou.
– É. Ele tá no quarto na saga de encontrar o casaco dele.
– Bom dia, Luh.
– Bom dia, Carol. Quero falar com você...
– Pode falar. – Ela se aproximou da bancada que dividia a cozinha.
– Anie tem balé hoje e Arthur não vai poder leva-la. Você leva, que eu vou buscar quando sair do trabalho, ok?
– Ok. Pode deixar.
– Vou chegar atrasada no trabalho hoje. – Falei comendo rapidamente um pedaço de bolo de chocolate que Carla tinha feito.

Terminei de tomar meu café da manhã e corri para o quarto para pegar minha bolsa e a chave do carro do Arthur; que obviamente eu tinha tomado conta semana passada e esta semana não seria diferente.

– Cadê a chave do carro preto? – Indaguei porque ela não estava mais no criado-mudo que fica ao lado da cama.
– Não sei... você que tomou conta do meu carro agora. – Arthur respondeu e eu o encarei. Ele tinha encontrado o casaco que estava procurando e agora tinha calçado um all-star também cinza.  Arthur é muito gostoso, meu Deus!


– Engraçadinho... – Lhe mostrei língua. – Não vem me dizer que você escondeu?
– Eu não me daria este trabalho, loira. Eu realmente não vi essa chave. – Respondeu sério.
– Eu deixei aqui em cima. – Apontei para o criado-mudo. – O que você tá procurando?
– O documento do Audi branco. – Me disse.
– Pra quê? Aconteceu alguma coisa?
– Vou vender.
– O seu brinquedinho mais velho? – Indaguei passada. Arthur morria de ciúmes desses carros. Do branco então... foi o primeiro que ele comprou, mas hoje, quase não usa.
– Sim. Tá sendo difícil. – Ele me olhou e depois riu. – Mas eu quase não uso ele.
– Isso é verdade. – Concordei. – Por que não me disse nada? Você tá muito estranho, vida. – Acrescentei e ele riu.
– Você que tá muito desconfiada, isso sim.
– Claro. Com você me dando motivos. Como não ficar?
– Motivos é? Quais que não me lembro? – Provocou e eu revirei os olhos. – Achei que o assunto, apartamento, já estivesse resolvido.
– E está, ora...
– Não é o que parece, querida.
– Enfim... vou procurar a chave, já estou atrasada. Você não escondeu mesmo né?
– Claro que não, Luh. – Arthur assegurou outra vez.

Procurei no criado-mudo que fica do meu lado da cama e no que fica do lado que Arthur dorme, mas não encontrei.

– Você já viu na bolsa? Vai ver colocou lá e não lembra. – Arthur sugeriu e eu peguei a bolsa que usei na sexta-feira. – Você tá muito atrasada, Luh.
– Eu sei. – Lamentei. – Achei! – Exclamei pegando a chave e colocando a bolsa no lugar. – Obrigada pela dica. – Falei dando um beijo em Arthur.
– De nada. – Ele sorriu. – Essa semana a gente podia trocar o teu carro... pretendo usar o meu, amor. A não ser que você queira usar o meu azul.
– Não. Eu acho complicado dirigir aquele carro. A gente conversa quando eu voltar.
– Ok. Bom trabalho.
– Pra você também, amor. – Falei, peguei minha bolsa e fechei a porta a do quarto.

Quando saí do quarto, Anie vinha saindo do dela. Ela sorriu esfregando os olhinhos e eu me abaixei para lhe dar um beijo.

– A mamãe já ia te dar um beijo, meu anjo. – Lhe abracei e beijei suas bochechas. – Bom dia, filha.
– Bom dia, mamãe. A senhola já vai trabalhar?
– Sim, meu anjo. Inclusive, a mamãe já está muito atrasada. – Falei e me levantei.
– Cadê meu papai?
– Tá lá no quarto. Ele também já está quase de saída.
– É?
– É. Olha, a Carol vai te levar para o balé hoje e eu vou te buscar, tá?
– Tá bom, mamãe. Eu posso escolher minha roupa?
– Claro que pode, meu amor.
– Obligada! – Anie me abraçou apertado e me deu um beijo. – Te amo, mamãe.
– Te amo, filha. – Lhe dei outro beijo e fui para o trabalho.

Pov Arthur


Eu tinha resolvido vender meu Audi branco porque eu não o usava já há bastante tempo. Só estava ocupando espaço na garagem, assim como o carro da Lua. Ela não queria mais aquele carro, por isso tinha tomado conta do meu. Que inclusive, é o que eu mais uso. Mas eu não iria mais implicar com ela por conta dos carros. Eu já tinha encontrado todos os documentos do carro, e agora eu irei até a revendedora.

– Papai?
  Oi, filha... você já acordou, amor? – Perguntei abrindo os braços e Anie veio me abraçar.
– Já. Pla onde é que o senhor vai?
– Vou ensaiar, meu amor. O papai tem que trabalhar também.
– Eu posso ir?
– Hoje não, pequena. Outro dia o papai te leva tá?
– Tá. Eu vou espelar. – Anie concordou e eu sorri. – Amanhã!
– Vou pensar no teu caso, sua exigente! – Apertei suas bochechas. – Te amo.
– Te amo, papai.
– Agora eu preciso ir. – Falei me levantando da poltrona.
– Eu vou levar o senhor até lá na porta tá?
– Tá bom, meu neném. – Falei e Anie segurou em uma das minhas mãos.

Descemos a escada e eu fui até a cozinha procurar Carol para deixar o dinheiro do táxi com ela.

– A Lua já falou com você?
– Já sim, Arthur. Ah... você já acordou?
– Já. Eu só vou deixar o meu papai lá na porta.
– Tá ok, mas depois você vem tomar café, tá?
– Tááá... – Anie respondeu e abraçou minhas pernas.
– Aqui o dinheiro do táxi. –  Falei tirando algumas libras da carteira. – Tanto de ida quanto de volta. – Entreguei o dinheiro a Carol.
– Tá bom. Lua disse que vai buscar a Anie.
– Sim. De lá ela vai encontrar a Sophia e a Mel. E cadê a Mel? Nem parece que a gente mora na mesma casa.
– Ela tinha um paciente às sete hoje. Saiu bem cedo. – Carol me respondeu.
– Aah sim. –  Comentei. Eu não me recordava de que Mel entrava uma hora antes de Lua no trabalho.
– Bom dia. – Falei bebendo rapidamente uma xícara de café, que silenciosamente tinha sido posta por Carla na minha frente.
– Bom dia. – Carla e Carol falaram juntas.
– O senhor tlás aqueles bolinhos de chocolate pra mim?
– Anie, a gente já conversou sobre você não poder comer tanto doce. Sua mãe não vai gostar nada se eu trouxer doces.
– Mas papai, a minha mamãe não plecisa saber.
– Nããão... nem pensar. – Respondi. – Não vou discutir com a sua mãe por conta disso. É a sua saúde, não vou brincar com isso.
– Mas eu adolo aqueles bolinhos.
– Eu sei, meu anjo. E eu também adoro. Mas não vou comer só porque você não pode também, ok?
– Tá bom então... – Me abaixei e depositei um beijo na testa de Anie. – Tchau, papai.
– Tchau, filha.

***

– Bom dia, Aguiar.
– Bom dia, Judd. – Falei e Harry riu alto.
– E aí dude, como vai?
– Tô bem, e tu?
– Bem também... achei que eu estava atrasado.
– Eu fui a uma revendedora. Vendi um dos meus carros. – Falei.
– Aaah... e chorou muito? – Ele brincou.
– Só choraria por três pessoas na minha vida.
– Suponho que uma seja eu.
– Aí você não verá nem um pingo de lágrima, dude. – Respondi e Harry me empurrou de lado.
– Ah! Enfim o casal chegou. A gente já estava comentando mesmo. – Ouvimos a voz do Mika.
– Estávamos fazendo amor, não é querido? – Harry se dirigiu a mim com uma voz fresca.
– Nos teus sonhos, querido. – Respondi e fui pegar uma garrafinha de água.
– Harry deve ter esse fetiche. – Chay comentou.
– Que ele nunca vai realizar. – Afirmei.
– Credo! Que comentário nojento, dude. – Harry retrucou e sentou-se perto de John. – Você não fala mais comigo? – Agora ele tinha se voltado para John.
– Não quando você está nos teus momentos de frescura. – John retrucou.
– É que eu amo o Arthur. Isso que vocês não entendem!
– Saí fora, Harry. – Falei.
– A gente daria um belo casal. O que você acha? – Me perguntou.
– Que tu tá doido. Só pode! – Respondi.
– Sabe... nunca mais saímos juntos.
– Iiiiih... isso é sério, Harry? – Indaguei.
– Eu tô falando de todos nós. – Ele revirou os olhos. – A gente podia marcar alguma coisa. O que acham? Ah... mas aí vem a situação do Chay e da Mel... por que vocês ainda não se acertaram?
– Porque não é da tua conta. – Chay respondeu seco e deu de ombros.
– Foi só uma pergunta, seu arrogante! – Harry retrucou. – Então você não vai. – Harry completou, agora foi a vez dele de dar de ombros. – Assim o clima fica agradável. – Ele disse abrindo uma latinha de coca-cola. – Vamos começar esse ensaio que horas?
– Está com pressa, homem de família? – Chay provocou.
– Ao contrário de você, se eu tivesse uma família, eu seria honesto. – Harry respondeu. – Voltando pra casa, pra começar... que eu não enganei a Britney que eu tenho ensaio, porque eu realmente estou aqui.
– Acho bom esse assunto se encerrar agora. – John chamou a atenção dos dois.  – Antes que eu tenha que separar vocês dois.
– Não será necessário, John. – Chay deixou claro.
– Claro que não, eu jamais sujaria as minhas mãos em você.
– Harry. – John chamou outra vez. Harry revirou os olhos e levantou-se.

Eu e Mika estávamos sentados à mesa, resolvemos não nos meter nessa confusão, e embora o assunto envolvesse Mel, Micael jamais brigaria. A não ser é claro, se ofendessem Mel. Mas quem estava sendo ofendido, era Chay.

– Aonde você vai, Harry?
– Respirar, John. Enquanto essa longa semana não começa. – Ele disse e fechou a porta.
– Eu acho bom vocês resolverem esses assuntos pessoais bem longe daqui.
– Pra começar, esse assunto não é dele. – Chay pontuou.
– O que você acha dessa ideia do Harry? – Mika me perguntou.
– De sairmos? – Indaguei e ele assentiu. – É uma boa. Seria uma noitada boa se Soph e Mel pudessem beber. – Comentei e Micael riu.
– Isso é verdade. A gente podia fazer aquelas rodadas com vodca.
– Elas odeiam vodca. – Lembrei.
  Por isso. Nossos desafios são os melhore. A gente podia marcar qualquer dia desses...
– Sim. Deixa o Harry se acalmar pra gente falar a respeito. – Falei e Micael concordou rindo. – O que estamos esperando? Eu já estou ficando com fome.
– A sua amiguinha voltar... – Chay comentou revirando os olhos.
– O Harry voltar, Arthur. – John me respondeu e olhou sério para o Chay.
– Vou chama-lo. Porque eu também não quero mais me estressar com você, Chay. – Respondi e me levantei para ir chamar, Harry.

*

– Achei que o seu lance com a Britney estava sério. – Falei depois que a mulher que estava com ele foi embora.
– E está. Isso não é pra mim, é pra você. E se Lua ficar sabendo, as coisas vão se complicar... tem cheiro de Kate. Você conhece? E eu não estou falando do cheiro. – Ele passou por mim e bateu com o envelope no meu braço.
– Essa mulher tá me perseguindo. Só pode!
– Outra vez, pelo que vejo.
– Como ela ficou sabendo que eu estou aqui? Foi aquela mulher quem te entregou isso?
– Sim. E segundo ela, o nome dela é Sylvia. Mas ela não tem cara de Sylvia e como é amiga da Kate, deve está mentido. – Ele me entregou o envelope. – Abre logo. Estou curioso. Será que é uma foto dela nua? Você nunca viu ela nua né?
– E você quer ver?
– Não que seja um fetiche. – Ele deu de ombros. – Mas você não me respondeu. – Harry insistiu.
– Fazem dez anos, Harry. – Respondi.
– Achei que vocês nunca tivessem transado.
– E não transamos. Você tá muito curioso.
– Mandavam nudes? Nessa época já tinha isso?
– Por favor, Harry. – Falei e ele riu. Abri o envelope e depois entreguei a Harry. – Não é nua.
– Uau! Essa lingerie ficaria linda na Britney. – Ele comentou. – A vermelha deve ser mais linda. – Completou.


– Conheço muito bem essa lingerie, Harry.
– O quê? Não me diz que ela já tinha há dez anos? Caraca!
– Claro que não, idiota! Lua tem uma igualzinha a essa. Eu que comprei.
– Hã?
– Kate trabalha nessa loja que eu comprei. Eu não sabia. Ela quem estava no caixa e arrumou a lingerie.
– Esse mundo é pequeno mesmo. – Ele disse me entregando a foto. Coloquei de volta do envelope e joguei na lixeira antes de entrar na sala.
– Achei que tinham sumido. – John comentou impaciente.
– Arthur estava implorando para eu voltar. Só vim porque não gosto de ver meu amor quase chorando.
– Ah... por favor, Harry. – Falei e peguei minha guitarra. – Vamos começar por qual?
– Pode ser, no worries. – John sugeriu.
– Ok.

Pov Lua

Saí do escritório por volta de quinze para às cinco da tarde. E cheguei em frente a escola de balé da Anie às cinco e cinco. Ela já estava me esperando e ccorreu assim que me viu.

– Maamããe. – Ela abraçou as minhas pernas enquanto a professora me entregava a bolsa dela.
– Boa tarde, Liz.
– Boa tarde, Lua.
– Vamos meu amor?
– Vamos mamãe.
– Você está tão linda, minha pequena... meu Deus! – Lhe dei um beijo no rosto.
– Eu adolo essa roupa, mamãe.
– É linda. Eu também adoro. – Falei.

Anie vestia um colante preto, uma saia preta, uma meia-calça branca, e uma sapatilha também branca. A bolsa era rosa-bebê, cheia de sapatilhas e bailarinas.


– A gente vai pla onde?
– Vamos ao shopping. Podemos assistir um filme, o que você acha?
– Legal! Eu quelo assistir um filme. A tia Soph e a Mel vão também?
– Vão sim, meu anjo. E sua tia vai pirar com esse look. – Ri alto colocando o cinto em Anie. A cadeirinha tinha ficado no carro do Arthur.
– Ela gosta da roupa rosa, mamãe. – Anie balançou os pezinhos.
– Por isso mesmo. – Ri me sentando no banco do motorista.
– Mamãe?
– Oi, meu amor.
– Eu tlouxe outa sandália. Ela também é pleta. Que é pra combinar com a minha roupa.
– Quando chegamos no shopping, a mamãe te ajuda a calçar tá?
– Tá. – Anie concordou e ligou o tablet que ficava atrás do banco do motorista. –  Eu vou assistir um desenho então...
– Pode assistir, filha.

*

– Cadê sua sandália?
  Tá na minha bolsa. A Carol colocou lá...
  OK. –  Tirei o cinto dela e peguei a bolsa, abri e tirei a sandália preta de tirinhas de lá; Anie tinha umas três sandálias dessa coleção.
– Obligada, mamãe.
– De nada, meu amor. – Falei e fechei a porta do carro. Anie deu a mãozinha para que eu segurasse e eu o fiz.
– Selá que elas já chegalam?
– Acho que sim, filha.
– Mamãe?
– Oi.
– Eu vi uma bota linda de cliança no dia que vim aqui com o papai.
– A é? E por que a senhorita não pediu pra ele?
– É que ele veio complar só o seu plesente. Tiiitiiiaaa... – Anie saiu correndo para ir abraçar Sophia, que já estava de braços abertos esperando a afilhada.
– Oi, meu amor. Meu Deus! Você está a cada dia mais grande, princesa...
– É. Eu clesci! Meu papai disse que é pra mim ficar bebê.
– Ai meu Deus! Esse seu pai é um babão mesmo.
– Olá, maninha. – Falei abraçando Sophia.
– Olá. Tudo bem?
– Tudo. Mel ainda não chegou?
– Não. Ela mandou uma mensagem. Você não viu?
– Meu celular descarregou...
– Ela vai chegar um pouquinho atrasada. Mas podemos discutir sobre o que vamos fazer primeiro. O que acham?
– Quero assistir um filme. Minha mamãe disse que pode.
– A sua mãe o quê?
– Ah para, Sophia. Eu assisto filme às vezes com a minha filha.
– Às vezes tipo, de seis em seis meses... – Ela zoou.
Me respeita!
– Eu não estou mentindo.
– Me poupe. – Revirei os olhos.
– Tá bom, a gente vai escolher um dos filmes em cartaz. E depois vamos fazer compras.
– Anie já me pediu uma bota. – Falei.
– É isso aí, meu anjo. E hoje ela está bem gótica.
– Sabia que tu ia falar. – Comentei vagamente enquanto caminhávamos para a praça de alimentação.
– Vamos pedir batata-frita?
Anie não pode comer batata-frita, Sophia.
– Por que?
– A pediatra proibiu por esses meses...
– Até quando?
– Até a próxima consulta. E está sendo bem difícil. Porque ela almoçava e jantava com batata-frita.
– Mas nem um pouquinho? Que chato, meu amor.
– É titia.
– Nem um pouquinho, Sophia. E nem inventa de dar escondido. Vou ficar muito chateada se você fizer isso.
– Não vou fazer isso, Luh.
– Hoje meu papai não quis nem comprar bolinho de chocolate.
– O que chocolate tem a ver com batata-frita?
– Doces e frituras, Sophia. – Expliquei.
– Se nem Arthur está cedendo, então quer dizer que a coisa é séria mesmo.
– É claro que sim. É a saúde da nossa filha. – Pontuei.
– Então vamos pedir o que ela pode comer... Pode milk-shake?
– Suco, Sophia. Suco, por favor.
– Ah ok... vou pedir suco pra mim também. – Ela revirou os olhos.
– Você devia ter essa consciência mais que eu. Você está grávida.
– E daí? O médico ainda não me proibiu de tomar isso. – Ela deu de ombros.
– Suco e o quê?
– Sanduiche de queijo e presunto. Vou pedir dois. Quero um também. – Falei. – E você quer suco de que, filha?
– De malacujá!
– Então, dois sucos de maracujá também.
– Três. Vou pedir um pra mim e um hambúrguer. Porque eu já vou tomar suco.
– Você nem tem vergonha nessa cara, Soph.
– E o que foi que eu fiz? – Ela encolheu os ombros.
– Mamãe?
– Oi, meu anjo.
– Eu posso ir blincar no parquinho?
– Só depois, filha. Vamos comer. Você brinca nesse parquinho toda vez que a gente vem aqui.
– Mas é que eu gosto.
– Eu sei, meu amor. Mas vamos comer primeiro.
– Olha a tia Mel! – Anie disse apontando para a frente.
– Boa noite!
– Boa noite, querida. – Sophia falou e jogou um beijo para Mel.
– Boa noite.
– Oi, meu anjo.
– Oi, titia.
– Desculpa a demora, mas eu tive que ficar esperando pra falar com meu chefe.
– Aconteceu alguma coisa? – Perguntei.
– Não. Eu só queria falar com ele pra trocar meu horário. Estou me sentindo muito cansada. – Ela explicou.
– Conseguiu? – Sophia indagou.
– Não. Deve ter acontecido algum imprevisto. – Ela deixou a bolsa na cadeira ao lado. – O que vocês pediram?
– Suco. – Sophia revirou os olhos.
– Eu não obriguei você a pedir também. – Deixei claro.
– Vou pedir um também. Sabe o que médica me disse? Pra tomar bastante suco de beterraba.
– Ah credo! – Sophia exclamou fazendo careta.
– Você devia trocar de médico, Sophia. – Comentei. – A da Mel é bem melhor...
– Só porque foi a sua também. – Ela retrucou.
– Mas um motivo pra você confiar.
– Não obrigada. Ela gosta muito de proibir as pessoas de comerem o que gostam.
– Por favor, Sophia. Você tá pior que a Anie. – Falei.

Mel pediu suco de beterraba com cenoura e sanduiche de atum.

– Quero comprar uma bota nova. Esse inverno tá com cara de que vai chegar bem forte. Estamos no outono e parece que já é inverno. – Mel comentou.
– Verdade. Só tá faltando a neve, que o frio já temos. – Sophia acrescentou.
– Anie já me pediu uma bota nova que ela viu em alguma loja aqui. – Falei. – Mas vou ter que comprar roupas novas de frio pra ela. Só que antes, tenho que arrumar aquele guarda-roupa que eu sei que vai me dar um trabalhão!
– Só de pensar naquelas roupinhas lindas de mocinha dela. Posso te ajudar, maninha?
– Você só vai me atrapalhar, Sophia. – Ri. – Não vai me deixar dar nenhuma roupa da Anie.
– Isso não é verdade. – Ela retrucou. – Micael tá muito chato. Ele se incomoda com tudo que eu compro pra minha filha. – Completou e eu e Mel rimos.
– Ele tá certo, que pra começar, você nem sabe se é menina mesmo. – Falei.
– Eu sei. Eu sou a mãe ora. – Sophia afirmou.
– Você quer que seja. Viu o que aconteceu com o Arthur. – Lembrei.
– Nada a ver...
– Tudo a ver. Ele também estava muito seguro.
– Aah! Você é chata também. Que nem o Mika. – Ela me disse.
– Você que tá doida.
– Eu vou continuar comprando as roupas que eu quiser pra minha filha. – Ela deu de ombros. – A Mel também tá comprando de menino. Qualquer coisa a gente troca. – Finalizou nos fazendo rir.
– Você é louca, Soph. – Mel comentou entre risos.
– Queria que ele fosse rilex, de boa que nem o Arthur.
– Mas o Arthur é rilex e de boas porque eu não saí e nem saio comprando tudo o vejo pela frente. – Deixei claro. – Já você né meu amor? Nem se o Mika fosse o Arthur. – Completei.
– Mas o dinheiro é meu e ele se importa do mesmo jeito! – Ela exclamou.
– Você é insistente, Sophia. Meu Deus! – Falei tomando um gole de suco.
– Micael sempre foi assim... – Mel comentou.
– Verdade. Sempre foi mão de vaca. Affs!
– Sophia! – Exclamei.
– Ele me irrita quando fica se incomodando.
– Você já casou sabendo. – Mel a lembrou.
– Verdade. – Pontuei.
– Vocês estão de que lado afinal? – Sophia perguntou.
– Do certo, Sophia.
– Então que horas vocês vão concordar comigo?
– Você não está certa. – Comentei e ela me mostrou língua.
– Já são quase sete horas e nós ainda nem saímos da praça de alimentação. – Sophia observou, mudando de assunto.
– Eu já acabei de comer. – Anie se defendeu.
– Eu sei, meu amor. A culpa é da sua mãe e da sua tia Mel.
– Eu não estou fazendo nada, Soph! – Mel se defendeu.
– E nem eu. – Dei de ombros.
– Vamos logo fazer nossas compras de inverno.
– Menos, Sophia. Eu só vou comprar uma bota pra Anie. O Arthur é que vai comprar as roupas.
– Eu um dia, quero ter essa maturidade sabe... – Ela começou e eu ajudei Anie a descer da cadeira.
– Que maturidade? – Indaguei e Mel pegou a bolsa de balé da Anie e me entregou.
– Do que tu tá falando, Soph? – Mel perguntou confusa.
– Da Lua e o Arthur, dividindo as despesas da Anie.
– As coisas ficam mais organizadas desse jeito. – Expliquei.
– É a conta de luz, as compras do mês, o plano de saúde, os remédios, a escola de balé, as roupas, os sapatos, a babá, a empregada. O que mais? – Sophia enumerou. – Se Micael quisesse pagar tudo, eu não iria me opor. Quando é que eu iria brigar pra pagar um mês ele e outro eu, a escola de balé da nossa filha?
– Quando o bebê nascer, você vai ter outra visão disso tudo, Soph. – Falei pegando na mão da minha filha. – Qual foi a loja, filha?
– É pla lá... – Anie apontou para frente.
– Vamos lá então...
– A senhola vai comprar a bota, mamãe?
– Vou, meu amor. – Falei e Anie sorriu.
– Obligada, mamãe.
– De nada, filha... você sabia que a mamãe ia comprar.
– Eu não. – Ela disse sorrindo.
– Sabia sim. – Insistir, fazendo-a rir mais ainda. – Vocês querem ir onde? Vou comprar a bota da Anie primeiro.
– Vamos com vocês. – Mel respondeu e olhou para Sophia que assentiu.

Quando chegamos a loja, Anie correu para a parte de crianças e eu fui atrás dela com Mel e a minha irmã.

– Eu não devia ter concordado em entrar nessa loja, meu Deus! – Sophia comentou passando as mãos nos sapatinhos. – É cada um mais lindo que o outro.
– Se controla, Soph. – Pedi tentando segurar o riso.
– E essa bota aqui, mamãe! – Anie exclamou com a bota nas mãos. A bota era preta de cano alto, com pedrinhas douradas, uma faixa de estampa de oncinha na parte de cima e um lacinho na lateral.
– É linda mesmo, filha. Vamos ver se tem seu número, meu anjo.
– Tá, mamãe. – Anie me entregou a bota e nós fomos atrás de uma vendedora.

Quando encontramos uma, perguntei se tinha aquela bota com o número que Anie calça e ela disse que ia ver no depósito.

– Enquanto isso, vamos escolher outra bota, filha. Você está sem bota para usar no inverno.
– Posso escolher outra?
– Pode, filha. Vou te ajudar...
– Tá, mamãe. – Anie pegou na minha mão e voltamos para a parte onde estavam as botas.
– Essa daqui tá linda, amor. – Peguei outra bota preta e mostrei para ela. A bota era toda preta, tinha vários corações nas laterais e um lacinho também na cor preta, mas com strass. Eu já pensava em Anie na escola e que a cor preta combina com tudo.  – Essa daqui também é linda. Olha... – Mostrei a ela uma bota bege, com três tiras e um laço na parte de trás.
– Eu adolei todas, mamãe. A senhola vai complar?
– Vou. Mas vamos ver antes se tem o seu número.
– Tá. Obligada, mamãe! – Anie agradeceu abraçando as minhas pernas.
– De nada. Você sabe que a mamãe faz os seus gostos. Não tanto quanto o seu pai, mas eu faço.
– Eu seeeeiii...

A vendedora voltou e eu pedi a ela as outras duas botas. Mel e Sophia estavam perdidas pela loja. Porque até agora elas não tinham aparecido. Calcei a primeira bota em Anie e ficou a coisa mais linda.

– Olha essa bota! Eu adorei. Você quer, Anie? Te dou de presente! – Sophia perguntou e Anie me olhou como se estivesse pedindo permissão para aceitar o presente. – Fala alguma coisa, princesa.
– Aah... eu quelo, titia.
– É sua! – Sophia entregou a bota a Anie.
– Obligada.
– De nada, amor. É presente da dinda. – Sophia piscou um olho e Anie foi abraça-la. A cor da bota era nude, com detalhes furados que imitavam flores na parte de trás. E uma tira da mesma cor da bota e com pingos dourados.
– Acho que por hoje chega de botas. – Comentei.
– Pensei que ela já vai estar na escola.
– Sim. Eu também pensei nisso. – Falei e Sophia sorriu.


Pagamos nossas compras e depois fomos a outra loja, de roupas de grávidas. Sophia começou já fazendo a festa. Mel é mais controlada que nem eu.

– O que você acha desse vestido, Luh?
– Vai ficar lindo em você, amiga. – Assegurei. Ele é longo, e a estampa é linda. Mel fica linda de vestido longo.
– Vou experimentar. – Ela disse e pegou mais dois vestidos.
– Luh? Olha essa blusa. Não é linda?
– É a sua cara, Sophia. – Assegurei.
– Você não vai comprar nada? – Me perguntou.
– Em uma loja de grávida? Não. – Respondi óbvia.
– Ah... é verdade... – Ela bateu na própria testa. – Eu vou lá experimentar.
– Tá, vou esperar vocês aqui. – Falei indo até Anie que estava sentada comendo pipoca.
– Que holas que vamos assistir o filme? – A pequena me perguntou.
– Filha, eu acho que hoje não vai dar para assistirmos um filme.
– Aah poxa... eu quelia.
– Eu sei, meu amor. Mas que tal vimos outro dia com o seu pai? A gente pode convidar ele.
– Tá. Eu gostei dessa ideia. – Ela sorriu. – Eu vou convidar ele!
– Nós duas, sua espertinha! – Cutuquei sua barriga e Anie deu risada.

Me levantei para ir atrás de Sophia e Mel.

– Cadê a Soph?
– Tá vestindo umas calças compridas. – Mel riu ao responder.
– Sophia não ouve quando digo que ela não vai vestir calça jeans por muito tempo. Minha irmã é muito teimosa.
– Eu não sei lidar com a Sophia. – Mel começou a rir.
– Eu quero passar naquela loja de lingerie...
– Aquela que a gente sempre vai?
– Sim. Faz até um tempo que não vou lá... quero ver se tem novidades.
– Tá, a gente vai lá quando a Soph terminar aqui...
– Mamãe? Eu já tô cansada de ficar aqui... vamos embola? – Anie pediu impaciente.
– Nós já vamos, meu amor. A mamãe também tá cansada. – Falei e ela veio até mim pedindo colo. – Ai meu Deus! Só o teu pai pra ficar te carregando mesmo, filha. – Comentei e peguei ela no colo.
– Mas meu papai não tá aqui agola.
– Eu sei, eu sei... – Respondi e Anie deitou a cabeça em meu ombro.

*

– Será que tem lingeries sexy para grávidas? – Sophia perguntou e eu olhei pra cara dela.
– Sophia, sua barriga nem aparece ainda. – Pontuei.
– Mesmo assim quero saber ora... – Ela deu de ombros.

Chegamos a loja e entramos, Mel me seguiu junto com Anie, enquanto Sophia foi até o caixa fazer perguntas.

– Olha que linda essa camisola, Luh... – Mel pegou uma camisola branca e eu lembrei que são peças dessas cores que Arthur mais diz que combina comigo.
– Verdade! São modelos novos. Acho que vou experimentar...
Lua! – Sophia chegou apavorada ao meu lado.
– O que foi já? Você tá passando mal? – Perguntei preocupada.
– Você está pálida, Soph. – Mel comentou.
– O que você acha de irmos embora?
– O quê? Eu ainda nem escolhi nada... fiquei esperando você fazer suas compras sem reclamar. – Pontuei. – E agora você quer ir embora quando eu estou escolhendo as minhas? – Acrescentei revoltada.
– Eu sei... mas é que...
– É que o quê? – Indaguei impaciente.
– Lua... é que aqui trabalha uma pessoa... – Sophia nem terminou de falar quando alguém nos interrompeu.
– Fiquei sem entender quando você me viu e deu meia volta. – Aquela voz debochada eu jamais esqueceria.
– Ela, Lua. – Sophia completou nervosa.
– Ai não... – Mel comentou baixo e puxou Anie para sair da loja.
– Mas eu quelo ficar com a minha mamãe.
– Ela já vem, meu anjo.
– Olá, Lua. Estou tão surpresa quanto você. Mas confesso que já queria esse encontro há tempos... – Ela sorriu. – Como vai?
– Até você aparecer estava tudo ótimo.
– É estava. Que bom que você notou. Quer ajuda com as lingeries? Eu conheço os gostos do Arthur também. – Ela finalizou e mordeu levemente o lábio inferior.
– As lingeries são para mim. – Deixei claro.
– Haha... você me entendeu. – Kate deu uma piscadinha.
– Acho melhor você ir ver se outra pessoa não quer sua ajuda, porque eu jamais vou querer.
– Lua, vamos embora. – Sophia me chamou. – Por favor. É até melhor.
– Por que? Eu ainda não escolhi lingeries e nem camisolas. – Falei. Sophia me olhava aflita.
– Lua, Anie está com a gente. – Falou.
– Eu sei. Não estou fazendo nada.
– Eu trabalho aqui, Lua. Arthur não te contou? – Kate indagou.
– Kate, onde você quer chegar com isso?
– Arthur sabe que eu trabalho aqui... ele vem aqui com frequência, não é mesmo? Ou as lingeries caras que ele compra não são pra você? – Kate provocou. Eu já tenho uma paciência bem pouca, e se tratando de Kate, esse pouco desaparece por completo.
– Isso não é da sua conta. Nem minha vida e muito menos o meu marido. – Enfatizei. – Quando é que você vai entender?
– Não tem nada pra entender, Lua. Essa não é a questão. Achei que você soubesse.
– Eu achei que você soubesse! – Exclamei. – Mas parece difícil.
– Não sei porque Arthur não te contou.
– Pois eu sei muito bem porque ele não me contou. – Respondi e ela deu um risinho. – Vamos, Sophia.
– Pergunta para o Arthur se ele gostou da minha foto de lingerie verde que eu mandei pra ele. Parece que ficou certa em você, já que ele não voltou para trocar.
– O QUÊ? – Gritei sem perceber e Sophia me puxou.
– Ela está mentindo, Lua. – Sophia tentou amenizar o impacto que as palavras de Kate tiveram sobre mim.
– Claro que não. Pode perguntar pra ele...
– Se isso fosse verdade, você já teria provocado antes. – Sophia quase cuspiu as palavras na cara daquela vadia e Kate apenas riu.
– Eu não costumo ter pressa... parece que o destino está dando uma ajudinha pra mim.
– Espero que ele te ajude quando eu der com a mão na tua cara! – Exclamei com raiva e quase corri pra cima dela, mas Sophia me puxou.
– Lua, por favor... vamos embora. Eu vou passar mal... não estou mentindo. – Ela me pediu. Sophia estava nervosa. E eu preferi parar por ela e por Anie. A vi impaciente do lado de fora da loja com Mel.
– Agressiva eu já sabia que você era. As pessoas costumam comentar bastante quando somos adolescentes... eu nunca entendi o Arthur... ele odiava uma encrenca.
– Por isso correu de você, sua vadia!
– Isso foi o que ele sempre te disse. – Ela continuou cinicamente.
– Vadia! – Falei.
– Nós duas somos. E você sabe! – Ela continuou.
– Eu jamais serei igual a você.
– Ah, Lua... mas você já foi.
– Nunca. – Pontuei. – Você ouviu? – Perguntei antes de sair.

Vim o caminho todo em silêncio enquanto Anie reclamava e Mel me encarava. Pedi mil desculpas a Sophia, embora soubesse que ela aproveitou para fazer um pouco de drama. Mas eu fiquei preocupada com ela toda nervosa. Chegamos em casa e eu pedi que Carol desse um banho em Anie. Mel subiu para o quarto e eu dei graças a Deus Arthur não estar na sala ou teríamos começado essa discussão aqui mesmo. Mas eu sabia que ele estaria no quarto, porque a porta do escritório estava aberta e não tinha ninguém lá. Subi a escada e fui direto para o quarto, Anie tinha ficado com Carol.

Pov Arthur

 Boa noite... – Falei assim que Lua entrou no quarto.
– Até estava boa mesmo. – Ela respondeu ao fechar a porta com força.
– Viish... o que aconteceu já? – Indaguei e Lua jogou a bolsa sobre a poltrona.
– Sabe quem eu encontrei no shopping? – Perguntou. E eu conheço muito bem esse tom de voz.
– Não, Lua. Quem?
– Kate te lembra alguém?
– Por favor, Lua. – Revirei os olhos. O que aquela louca tinha inventado agora?! Me perguntei mentalmente.
– E sabe o que aquela vadia me disse? Me disse que vocês tinham se encontrado no shopping.
– A gente não se encontrou coisa nenhuma. Ela que me encontrou. Tem uma distância bem longa entre a gente e só ela. Por favor, Lua. Não me diz que acreditou nela?
– Sabe, Arthur... você anda cheio de segredinhos... eu nem sei mais...
– Pode parar! Você sabe muito bem que o que eu preferi não te contar, não tem nada a ver com a Kate.
– Você sabe que ela trabalha naquela loja de lingerie? Como assim você não me disse nada? Que raiva, Arthur! – Ela exclamou. Lua estava muito irritada.
– Lua, eu não voltei mais lá quando soube que ela trabalha lá. Eu fui comprar aquela lingerie verde pra você...
– Eu sei. Ela me disse... e inclusive, mandou eu te perguntar se você tinha gostado da foto QUE ELA TE MANDOU DELA COM AQUELA LINGERIE! VOCÊ ME DISSE QUE NINGUÉM TINHA EXPERIMENTADO!
– Não grita. Ninguém experimentou nada, Lua. Por que eu mentiria? Você sabe que eu nunca me enganei com roupa pra você.
– De que foto ela estava falando? Ou ela tá mentindo também?
– Eu não sei de foto nenhuma! – Exclamei irritado.
– Mentira!
– Por que você tá confiando nela e não em mim?
– Porque você não está me falando a verdade... Eu sei, Arthur... eu te conheço. – Lua começou a chorar.
– Lua...
– Eu vou tomar um banho. – Me avisou.
– A gente tem que continuar essa conversa, Lua.
– Só quando você resolver me contar a verdade.

Lua entrou no banheiro e fechou a porta na chave. Bufei passando as mãos pelo rosto e Anie entrou no quarto.

– Cadê a minha mamãe? – Ela perguntou olhando pelo quarto.
– Está tomando banho. – Respondi e ela andou até a cama.
– A gente quer te fazer um convite, papai.
– A é? E quem teve essa ideia?
– Minha mamãe. – Anie respondeu e ficou apoiada com os cotovelos no colchão. Provavelmente essa ideia surgiu antes dela se encontrar com Kate. – Eu senti saudades, papai...
– Eu também, meu amor. O que vocês fizeram?
– A gente foi no shopping e eu comi pipoca e também sanduíche e suco de malacujá. E depois a gente ficou espelando a tia Soph complar um montão de roupa e PAPAI!
– O que foi meu amor? – Perguntei.
– Minha mamãe complou uma bota muito linda pla mim. Ela complou tlês botas. Eu quelo te mostlar.
– A é? Quero ver hein...
– Ei, Anie! Vamos tomar banho, você fugiu sua danadinha... – Carol veio chamar Anie.
– Vai lá, Anie. Sua mãe está irritada. Eu não quero que ela brigue com você também. – Avisei.
– É. Eu sei. Ela nem disse mais nada depois do shopping que apareceu uma mulher lá e a tia Mel me tilou de lá.
– Então vá logo tomar seu banho. Depois você volta, ok?
– Tá bom, papai. – A pequena disse por fim e saiu do carro.

Parecia que Lua estava há uma eternidade naquele banheiro. Eu já estava impaciente querendo ir até lá e bater na porta até ela falar alguma coisa. E era por isso que ela tinha trancado na chave a porta. Me levantei da cama e fiquei andando pelo quarto até escutar ela abrir a porta. Parei e olhei para ela.

– Não vi nenhuma foto, Lua.
– Não sei porque... mas eu não estou acreditando. – Ela retrucou e seguiu para o closet.
– Lua, que merda! Você sabe que a Kate mente muito. Não é a primeira vez.
– Eu quero que ela morra! Eu não estou nem aí para essa vagabunda, Arthur. E se você gosta de receber fotos dela, o problema é seu. – Lua disse e me empurrou quando se virou e viu que eu estava atrás dela. – Da licença, quero vestir uma roupa.
– Me poupe, Lua. – Revirei os olhos.
– Eu não estou brincando, Arthur. – Ela me avisou. – Sai. Daqui. – Enfatizou.
– A gente vai resolver isso hoje, você sabe que a gente vai, Lua. – Avisei e ela ficou me encarando, esperando que eu saísse do closet.

*

– Eu já tomei banho agola. – Anie apareceu no quarto com um pijama de pinguim. A blusa era preta de manga comprida e tinha a cara de um pinguim bem na frente, e a calça era branca, cheia de pinguins.


– Agora eu tenho um pinguinzinho então? – Indaguei divertido e Anie riu.
– É, papai. – Anie subiu na cama e me abraçou.
– Você já jantou?
– Já. Papai? Por que eu tenho que tomar sopa agola?
– Porque é saudável.
– Mas eu tô com saudade de batata-flita. Quando é que eu vou comer?
– Isso é com a sua mãe.
– E cadê ela? – A pequena olhou novamente pelo quarto.
– Está vestido uma roupa. – Respondi.
– Eu acho que vou te morder... – Avisei baixinho e Anie se encolheu em meu colo.
– Nãããoo... papai... – Ela começou a rir alto e Lua saiu do closet. E pegou o notebook. – Mamãe?
– Oi, Anie. – Ela respondeu e sentou-se na poltrona.
– Quando é que a gente vai convidar meu papai?
– Eu não vou convidar seu pai mais pra nada. Mas você pode convidar. – Ela respondeu, e embora o seu tom de voz fosse calmo, Lua estava muito irritada.
– E pra onde você quer me chamar pra ir? – Indaguei antes que Anie voltasse com seus infinitos porquês.
– Pla assistir filme. Eu ia assistir hoje, mas não deu tempo. O senhor pode assistir outro dia comigo?
– A gente volta a conversar sobre isso uma outra hora, o que você acha?
– Então tá...
– Agora a senhorita vai dormir. Está tarde.
– Amanhã o senhor vai me levar para o ensaio? Eu não tenho aula de balé, papai.
– Anie, lá não é lugar de criança.
– Mas eu quelo ir. – Ela insistiu.
– Vamos dormir, que agora é hora de criança dormir. – Insisti e Anie fez um bico, mas foi dar boa noite a Lua e depois eu fui leva-la ao quarto dela para fazê-la dormir.

*

– Agora podemos conversar? – Perguntei quando fechei a porta.
– Se você começar falando a verdade...
– Mas que insistência chata, Lua. Eu já falei ora...
– Então não vamos conversar. – Lua avisou sem tirar os olhos da tela do notebook. Ela devia tá lendo ou vendo alguma coisa do trabalho e isso me fez lembrar, que conversaríamos a respeito dos documentos do apartamento, mas com ela chateada, provavelmente eu teria que ir ao escritório.
– Lua, a Kate tá me perseguindo desde esse dia.
– E por que você não me disse nada? – Perguntou fechando o notebook com força.
– E você ainda pergunta o por quê? – Ri sem acreditar.
– ELA ME CHAMOU DE VADIA! – Lua gritou outra vez.
– VOCE SABE QUE NÃO É! QUE DROGA! POR QUE FICA LIGANDO PARA O QUE ELA TE DIZ? – Gritei de volta com raiva e Lua começou a chorar de raiva.
– PORQUE JÁ TIVEMOS ESSA DISCUSSÃO ANTES.
– POR ISSO NÃO DEVÍAMOS MAIS ESTÁ FALANDO SOBRE ISSO! VOCÊ ME DEIXA MUITO IRRITADO QUANDO FALA DESSE JEITO. VOCÊ SABE! – Exclamei de volta muito irritado. – QUEM NAMORAVA COM ELA ERA EU. EU, LUA! VOCÊ NUNCA TEVE NADA A VER COM ISSO. EU TE BEIJEI. EU TERMINEI COM ELA. NUNCA DISSE QUE AMAVA A KATE, ELA SABE DISSO. EU QUERIA VOCÊ, E VOCÊ SABE DISSO, TODO MUNDO SABE!
– ELA ME CHAMOU DE AGRESSIVA, MAS EU SÓ NÃO BATI NELA PORQUE A SOPHIA NÃO DEIXOU. DISSE QUE NÃO ENTENDE PORQUE VOCÊ QUIS FICAR COMIGO!
– PORQUE EU TE AMO. ELA NÃO PRECISA ENTENDER MERDA NENHUMA! ELA NÃO SABE NADA DO NOSSO RELACIONAMENTO.
– EU ODEIO ESSA MULHER, ARTHUR. VOCÊ E TODO MUNDO SABE. EU QUERO ELA BEM LONGE DE MIM E TRATA DE FAZER ESSE RECADO CHEGAR ATÉ ELA.
– O QUÊ? VOCÊ ACHA QUE EU TENHO CONTATO COM KATE? POR FAVOR, LUA. É MELHOR VOCÊ PRESTAR A ATENÇÃO NO QUE ESTÁ FALANDO! – Nós dois continuávamos gritando, a diferença é que Lua estava chorando.
– EU FALO O QUE EU QUISER!
– DEPOIS VOCÊ SE ARREPENDE. – Pontuei e saí de perto dela.

Fui para o banheiro e a vontade que eu tinha era de bater aquela porta com força, mas isso não ia adiantar nada. Lua continuava chorando no quarto e eu estava com tanta raiva por ela ter dado ouvidos a Kate, mas se ela soubesse da foto, ficaria mais irritada ainda. Eu não tinha a intenção de esconder isso pra sempre, mas pra mim era uma coisa insignificante, mas que nesse momento, poderia fazer um grande estrago.

Depois de um tempo, eu voltei para o quarto. Lua estava deitada, ela ainda chorava e ainda era de raiva. Eu odiava cada briga nossa, porque sempre parecia que seria o fim. E odiava mais ainda quando dormíamos brigados. Ficava um clima tão pesado, era como se não nos suportássemos.

Andei até a cama e me abaixei.

– Você tá mais calma?
– Não e nem vou ficar calma. – Ela retrucou. – Acho melhor você sair daqui, amanhã tenho trabalho.
– Achei que você ia chegar em casa e que íamos falar sobre os documentos do apartamento. Que você ia me dizer que Sophia extrapolou nas compras e que comprou várias roupinhas de menina, mesmo sem saber o sexo do bebê. E que você e Mel tentaram fazer ela mudar de ideia, mas Soph não ouviu. Que Anie fez birra porque queria babata-frita. Porque hoje ela me pediu doces e eu disse que não podia, mas você deu pipoca.
– Pode parar, Arthur. Eu não vou desculpar você.
– Mas eu não estou pedindo desculpas. Eu nem fiz nada de errado. – Afirmei.
– A tá... vai dormir.
– Vou ter que ir ao escritório amanhã, é isso?
– É. Agora eu estou sem condições de ser profissional e como sua mulher, eu só quero que você me deixe em paz. – Deixou claro, com a voz baixa.
– Lua.
– O que é? Eu não quero mais brigar com você...
– Eu não tinha a intenção de te esconder isso, mas também, você chegou muito alterada...
– Aah por favor... não me diz que dormiu com a sua ex?
– Por favor digo eu, Lua. Você só pode está de brincadeira. Você sabe muito bem que não tem a menor possibilidade.
– Eu não sei de nada, Arthur.
– Lua, para! Eu não tenho nada com a Kate. Você sabe. Isso acabou faz uns dez anos.
– Até ela voltar há um tempo e agora de novo. Ai eu não aguento mais. Eu não imaginava que ela seria o nosso tormento. Eu mereço mesmo passar por isso pra ficar com você?
– Já sou seu, Lua.
– Me deixa dormir, por favor, Arthur. – Lua pediu. – Eu estou muito cansada e com dor de cabeça.
– Eu quero que a gente se acerte.
– Isso não vai acontecer agora. Ela era sua namorada. E se fosse mulher? Será que estaria sendo pior?
– Eu não ia me casar com a Kate. Eu tive muitos sonhos, mas nenhum com ela. Nunca a iludi dizendo que casaríamos. Começamos a namorar porque já ficávamos há um tempo. Você sabe dessa história, Lua. E eu não gostaria de está repetindo toda vez que Kate resolver implicar com você.
– Não é implicância. E quer saber? Vou dormir em outro quarto.
– Você não vai dormir em outro quarto coisa nenhuma. –  Deixei claro e Lua em encarou séria.
– O quê? E você vai querer mandar em mim exatamente agora? Você sabe que esse seu tom de voz não funciona comigo. Eu não tenho medo. Arthur.
– Eu sei. Nunca teve. E nem eu gostaria que tivesse.
– Então deixa eu sair do quarto. – Ela tentou levantar da cama.
– Lua.
– Ai meu Deus! Cara, às vezes você respeita quando eu quero um espaço. Por que não está fazendo isso hoje?
– Ela mandou a foto pra mim mesmo.
– O quê? Por que mentiu?
– Foi hoje. Chegou lá na produtora. Harry que recebeu.
– Só falta ele está te encobertando. Para eu ser traída duas vezes.
– Você sabe que não é isso que está acontecendo. Até porque, não estou fazendo nada escondido. – Me defendi.
– Me deixa, sério. Quero dormir. – Pediu outra vez.
– Eu joguei fora na mesma hora. Eu estou falando sério, Lua. Eu nem sei porque ela fez isso... deve ter comprado uma lingerie igual. Ela viu quando comprei a sua. – Contei. – Olha pra mim... – Pedi. ­– Já faz tanto tempo, Lua... Não sei porque ela resolveu mandar isso agora.
– Ela disse que o destino deve estar dando uma ajudinha.
– Só se for. Mas eu não chamaria de destino. Quero ela bem longe da gente, Lua.
– Deixa eu dormir, Arthur. Por favor. Está tão tarde... tenho que acordar cedo.
– Tudo bem. – Concordei e me levantei. – Amanhã a gente conversa. Vou ao escritório.
– Arthur? Lá a gente só vai falar dos documentos.
– Tudo bem, Lua. Boa noite.
– Tá.
– Lua, Lua... – Falei antes de dar a volta na cama e me deitar.

Continua...

SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.

N/A: Ooooiii! Voltei \o/ Boa tarde! Estão bem?

Escrevi esse capítulo beeeeeem grandão na viagem, pra quando chegar, ter o que postar. Cheguei hoje pela manhã e agora que finalizei pra postar logo e não ficar enrolando.

Eu espero de coração, que vocês gostem. Eu fiz de tudo para não deixar a desejar, pois vocês sabem que eu odeio escrever de qualquer jeito.

O capítulo começou <3 mas depois ficou bem tenso né? Caraca! O que acharam? A Kate ainda vai causar muita discórdia.

Ps: Viram o link com a foto que ela mandou para o Arthur?

Abriram os links da compra, looks e pijama? Hahaha

Não esqueçam dos comentários, por favor.

Ps: Se tiver algum errinho ortográfico, corrijo depois quando reler novamente.

Um super beijo e até a próxima atualização.

23 comentários:

  1. Por mais que a Kate seja uma Diaba em forma de gente kkkkk, a lua deve confiar mais no Arthu. Anie sempre linda adoro a cor preta ♥️ KKK e o Arthur sempre gato
    Cada dia mais apaixonada por essa web

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    1. Concordo com você. Ela conhece o marido mais do que ninguém. Mas Kate já aprontou muito também.

      Ah... fico feliz em saber disso. Muito obrigada pelo comentário.

      Um beijo.

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  2. Milly que arraso esse capítulo *___* Tirando a Kate víbora o capítulo foi perfeito, creio que ela ainda vai causar muito ainda e vamos querer esganar ela mais do que nesse capítulo.Ainda bem que o Arthur falou a verdade sobre a foto, porque se a lua descobrisse depois ia ser pior. Creio que a separação está próxima de acontecer, infelizmente
    Deixando de lado a parte do ruim e focando na boa,como não amar essa Anie, ela é um amor *___* amei os links dos looks e das compras
    Arrasou Milly já estou ansiosa pra próxima atualização!!!
    Caroline

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    1. AAH! Obrigada, Caroline. Fico tão feliz em saber disso. É gratificante demais.

      Hahaha com certeza Kate resolveu aparecer para causar muita discórdia e só vai parar quando conseguir.

      Sim. Ele não ia esconder por muito tempo. Sabe muito bem a mulher que tem.

      Um pouco próxima talvez... dezembro (na fic) tá chegando. O inverno vai ser intenso mesmo.

      Anie é a coisa mais fofa. Mds! Quero pra mim haha

      Obrigada por comentar os links. Que bom que ver.

      Obrigada novamente.


      Esta semana terá atualização. É só aguardar.

      Um beijo.

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  3. Amei o capítulo! Nossa que vontade de puxar os cabelos dessa vaca! A Lua deveria confiar mais no Arthur. Anie é muito fofa e o Harry adora deixar o Arthur doido kkk
    Lily

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    1. Fico feliz em saber disso, Lily!

      Hahaha não foi só você que ficou com essa vontade agressiva.

      É, eu também acho. Mas Kate já trouxe muitos problemas para eles. É o fato de ser ex do Arthur só piora as coisas.

      Hahah no próximo capítulo ele vai deixar o Arthur mais doido, só que não vai ser de brincadeirinha não. E sim de raiva de verdade. Aguardem!

      Obrigada pelo comentário, Lily.

      Um beijo.

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  4. Harry e arthur são uma graça kkkkkkkk. Chay mereceu escutar as palavras de harry. Anie é um amor, uma graça e quando se junta com a mãe e as tias ñ tem para ngm. Essa kate voltou para infernizar,ela acha q lua atrapalhou tudo, q ela é q deveria estar tendo um vida e família feliz com Arthur. Bem q a kate merecia levar uns tapas da lua, pena q a soph ñ deixou. Pensei q Arthur ñ iria contar da foto, iria ficar desampontada com ele. Lua é muito insegura, a vida do arthur como integrante de uma Banda de sucesso causa esse medo de perde o Arthu. Parabéns milly muitoooo topp o cap Xx adaline

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    1. Foi por isso que demorei a fazer ele confessar que tinha sim recebido a foto. Ele não mentiria, ia perder a confiança de muita gente se fizesse isso. Não acha?

      Sim. Lua está ainda mais insegura que no começo. Mas eu também acho que ela deveria confiar mais no Arthur. Ela o conhece mais do que ninguém.

      Muito obrigada, Ada.

      Um beijo.

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  5. Parabéns, você escreve maravilhosamente bem!Essa história é muito boa, que não dá vontade de parar de ler... Não vejo a dos próximos capítulos, espero que eles se acerte logo.

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    1. Muito obrigada, de verdade! É maravilhoso saber disso.

      Grata pelo comentário. Essa semana tera outra atualização é só aguardar.

      Um beijo.

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  6. Milly, adorei o cap
    mas tô com uma pergunta na minha cabeça
    a Lua engravida depois que ela é Arthur se separam?
    nossaaa se ia acontecesse meu Deus que reviravolta iria dar nesse fic e eu iria super amar
    xx Vanessa

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    1. Fico feliz em saber disso, Vanessa.

      Não. Lua não engravida.

      Ela nem foi fazer os exames. Não teria essa possibilidade. Ela nem sabe se existem chances disso acontecer.

      Ps: qualquer outra dúvida é só comentar.

      Obrigada pelo comentário. Um beijo.

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  7. Parabéns,Milly! Esse cap ta lindoooo!

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  8. Aaaaaaaaaaaahh
    Estava morrendo de saudades.
    Parabéns Milly

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  9. Respostas
    1. Huuuuum... Será? É só acompanhar os próximos capítulos Hahaha

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  10. Quando vai sair o próximo capítulo?

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