Little Anie - Cap. 81 | 4ª Parte Little

Little Anie | 4ª Parte

Disseram-me que o destino debocha de nós

Que não nos dá nada e nos promete tudo

Faz parecer que a felicidade está ao alcance das mãos

Então a gente estende a mão e se descobre louco

No entanto, alguém me disse

Que você ainda me amava

Foi alguém que me disse que você ainda me amava

Seria possível, então?

–  Quelqu'un M'a Dit | Carla Bruni

Pov Arthur

Segunda-feira | 2 de novembro de 2015 – Na mesma noite

– Agora você vai me contar o que começou a falar de manhã ou ainda está com saudades? – Lua chamou minha atenção e puxou o lençol se cobrindo até a cintura. Eu estava sentado na cama e Lua deitada sobre mim, com as pernas esticadas no colchão. Ela ergueu a cabeça e me encarou. – Fala looogoo! Você me deixou muito irritada...

– Você não estava irritada, Luh... estava curiosa. É bem diferente! – Falei passando a ponta do dedo do nariz dela, até a boca. Lua quis morder meu dedo e eu o puxei rápido. Nós dois acabamos rindo. – Boba!

– Me fala logo! Você tá me enrolando, Arthur, querendo me distrair... – Lua reclamou.

– Eu vou te contar, linda. Você tá muito apressada.

– Pra onde você foi hoje? Carla disse que você voltou para o almoço. Então não foi pra muito longe... – Lua chegou a conclusão e eu tive vontade de rir.

– Pra que tanta pressa? Não confia em mim?

– Odeio quando faz esse joguinho...

– Não estou fazendo joguinho... fui a Liverpool. – Comecei.

– E o que você foi fazer lá? Harry disse que hoje vocês não tinham nenhum compromisso da banda.

– Aaah... o Harry? Então você ligou pra ele? – Perguntei e virei Lua na cama, de modo que eu ficasse sobre ela.

– Aaaii... – Ela começou a rir. – Falei que eu tinha ficado irritada.

– Curiosa, isso sim! – Exclamei.

– Arthur!

– Eu já comecei a falar. – Me defendi. – Não consigo manter o foco quando você está nua. A gente nunca consegue conversar direto. – Acrescentei. E Lua me olhou desconfiada.

– Então deixa eu vestir uma roupa. – Comentou.

– Não, tudo bem... eu faço um esforço. – Me fingi de sério e Lua roçou a perna na minha.

– Cínico. Isso que você é, Aguiar!

– Você gosta que eu sei. Mas vamos voltar ao assunto principal, fui a Liverpool. Lua...

– Você está falando pra mim como sua mulher ou como advogada?

– Como minha mulher. Bom, isso soou meio duplo sentido, mas vamos voltar ao assunto. – Comentei e Lua me deu um tapa nas costas. Eu permaneci sobre ela. – Fui até lá porque comprei um apartamento.

– Um apartamento? Qual a necessidade de você comprar um apartamento em Liverpool? – Indagou franzindo o cenho.

– Fazia um tempo que eu queria comprar um, mas ainda não tinha encontrado nenhum que me agradasse. A Naomi me ajudou. Você lembra dela né?

– A ex-namorada do Harry? – Perguntou e eu confirmei balançando a cabeça.

– Então... na quarta ela me enviou as fotos de um apartamento que eu gostei bastante e marquei com ela de ver hoje...

– E por que você não me disse nada antes?

– Porque eu te conheço e eu queria comprar o apartamento também.

– Eu não ia impedir, o dinheiro não é meu. – Lua retrucou.

– Não estou falando do dinheiro, Lua. Lá vem você com essa conversa. – Revirei os olhos. – Quero passar para o nome da Anie esse apartamento, mas como ela ainda é criança, eu vou deixar no meu nome.

– E por que você precisaria de uma advogada? É só comprar o apartamento.

– O dono não é daqui. Ele nem vem para tratar do negócio pessoalmente, vai mandar o advogado e quer que isso seja tratado com um advogado me representando.

– Entendi. Você teria que ir no escritório... depois falar com a Hanna que quer um advogado.

– Eu posso dizer que quero você né? – Indaguei.

– Não exatamente com essas palavras. – Lua me respondeu e acabou rindo.

– Lua, eu estou falando sério! – Exclamei.

– Ora... eu também. – Ela encolheu os ombros. – Ela vai ver se tem vaga...

– Nem vem com essa. Quero que você resolva isso. – Exigir. – E se ela me mandar para o Ryan? A gente vai se matar. Você nem vai poder me defender no tribunal. É minha mulher e funcionária dele, vão te demitir se isso acontecer. Sei que você é a melhor daquele escritório.

– Deixa de falar bobagem, Arthur!

– Eu não estou brincando, Lua.

– Eu tenho vários clientes para ver, Arthur. Eu estou falando sério agora.

– Tudo bem, Lua.

– Tenho que ver as datas. Vocês vão resolver isso quando?

– Semana que vem o advogado deve estar vindo.

– Você sabe que esses meses de férias me fizeram acumular muito trabalho. Eu estou cheia, Arthur.

– Você ficou chateada por que eu não contei isso antes? É por isso que não quer aceitar?

– Claro que não. Você sabe que eu tenho muito trabalho. – Lua justificou.

– Mas isso é trabalho também, Lua. Vou pagar. Vou fazer tudo certo, você sabe. Eu não estou brincando. Mas se a sua agenda está cheia, eu entendo. – Finalizei. – Vou dormir.

– Não quero que fique chateado.

– Eu não estou chateado. – Falei. Mas eu estava chateado. – Boa noite. – Falei puxando o lençol para me cobrir.

– Arthur...?

– Tá tudo bem, Lua. É sério.

– Lua. – Repetiu. – Estou vendo que está mesmo. – Ela revirou os olhos. – Você não entende.

– Eu já entendi. Amanhã falo com a Naomi para ela ver um advogado que ela conheça.

– Tem o Adam, também...

– Se eu quisesse que fosse um dos teus colegas, eu não teria dito que queria falar com você. – Fui seco.

– Arthur, quando a gente mistura o nosso trabalho com o nosso relacionamento, a gente discute. – Lua observou.

– Você que não sabe separar as coisas. Sempre acha que eu não levo à sério o seu emprego. É por isso que não quer me ajudar. – Retruquei.

– Claro que não! – Lua exclamou chocada. – Você me ofende falando desse jeito. – Acrescentou.

– Eu estava empolgado para te contar essa novidade, sabia que você ia questionar, mas não que ia ter essa atitude idiota. – Falei chateado.

– Faz quase uma semana que você poderia ter me contado.

– Ah... – Me virei para encara-la. – Então ainda é por isso?  Agora você pode me dizer como eu poderia ter te contado na quarta-feira? Quando você se enfiou na casa da Sophia e só chegou aqui à noite porque não queria me encarar porque ficou com medo de ir fazer os exames... agora estou curioso para saber como eu poderia ter te contado, sendo que você fugiu de mim e depois ficou me encarando como se eu fosse te matar a qualquer momento. – Desde quarta-feira a gente não falava sobre os exames que ela não foi fazer.

– Não foi bem assim... – Lua começou.

– Ah não...? Então me diz como foi. Porque até agora não falamos nada sobre isso.

– Acho que não é uma boa hora, Arthur.

– Pra você nada nunca está na hora, Lua. Eu já estou acostumado.

– Você está sendo grosso. – Ela reclamou.

– Eu estou falando a verdade.

– Você nunca aceita o fato de eu tomar as minhas próprias decisões.

– Lua, você sabe que isso não é verdade. E você pode fazer o que você quiser da sua vida. Você nunca me pediu autorização para nada, e eu nunca te cobrei isso. Agora filho, é algo que temos que conversar. Se você não queria fazer os exames, era só ter falado. Eu jamais iria te forçar a fazê-los. E tenho certeza que você sabe muito bem disso. Começando que só fui ao médico porque você me pediu, eu jamais te neguei o que quer que fosse. Então... você poderia ter me avisado, e não sumido o dia todo, como fez.

– Você não me ligou.

– E eu nem precisava. Eu já sabia o motivo ou a falta dele. Levando em consideração nossos pontos de vistas.

– Então por que agora você resolveu jogar isso na minha cara?

– É um assunto que precisa ser conversado. Tem a ver com a tua saúde também. E não só em fazermos um filho, penso primeiro em você saudável.  É o que me preocupa e não a possibilidade de termos ou não outro bebê.

– Você tá fazendo eu me sentir egoísta, pensando só em mim. – Lua enxugou rapidamente uma lágrima teimosa, assim como ela.

– Não quero que você se sinta mal e foi por isso que eu ainda não tinha falado nada. Mas parece que hoje foi o dia. – Pontuei. – Acho melhor irmos dormir. Não imaginei que essa conversa terminaria desse jeito.

– Muito menos eu. Boa noite. – Ela desejou e se virou de costas para mim. E por mais que eu soubesse que Lua não fosse conseguir dormir assim, eu não queria me aproximar dela agora.

Quinta-feira | 5 de novembro de 2015 – Sete horas da manhã.

– Naomi te deu alguma resposta? – Lua me perguntou. Eu já estava acordado há um bom tempo, mas ela tinha acabado de acordar.

Não é que não estivéssemos nos falando, nós só não tocamos mais nos assuntos passados. Na terça-feira Lua trouxe pizza e me pediu para não ficar chateado. Mas misturar nossos trabalhos nunca dava certo mesmo, e não era a primeira vez.

– Parece que todo mundo anda bem ocupado. – Respondi. – Ela me disse que não conhece muitos profissionais desse meio, e um amigo dela está viajando. Vamos esperar ele chegar. Ela deve ligar para o proprietário do apartamento de hoje para amanhã. – Expliquei.

– Passa lá no escritório para falar com a Hanna, eu ajudo você, Arthur. – Ela me disse.

– Não quero mais discutir com você por conta disso, Lua. Eu espero o amigo da Naomi chegar de viagem. – Falei calmo. Eu não estava mais chateado com ela. Na verdade, eu tinha ficado era decepcionado, mas agora eu não estava mais pensando nisso.

– Por favor, Arthur... eu fiquei me sentido mal. Sei que você ficou chateado com a minha resposta.

– Isso já passou, Lua.

– Não parece que passou, Arthur.

– Mas passou. Eu estou te falando. Esquece isso. Depois eu te levo lá, sem esse lance de trabalho no meio. É melhor...

– Eu sei que você confia em mim, Arthur...

– É claro que eu confio em você, Lua. – Falei como se fosse óbvio. E era mesmo.

Lua é advogada da banda, e isso desde quando começamos a realmente ganhar dinheiro. Mas em relação a isso, ela entra mais em contato com o John do que comigo. Por esse motivo, nós não discutimos sobre esse assunto.

– Me desculpa, Arthur. Eu fui injusta com você. – Lua me pediu. Nós ainda estávamos deitados, e ela esticou o braço para passar o dorso da mão sobre a minha bochecha.

– Tá tudo bem... esquece isso, já te pedi. – Sorri sem mostrar os dentes.

– Você foi a pessoa que mais acreditou em mim desde o começo...

– Acho que a gente não precisa falar sobre isso, Lua. Agora muitas pessoas acreditam em você. – Afirmei e ela sorriu.

– Você lembra que a minha mãe disse que eu não seria advogada?

– Você discutia com todo mundo...

– Ela dizia que os meus colegas iam me processar... – Relembrou e nós rimos. – Eu sempre fui muito esquentada mesmo... – Comentou e eu concordei.

– Mas você sempre foi dedicada e decidida sobre o que queria. – Pontuei. – Por isso que me apaixonei.

– Ah foi por isso? Achei que era porque sou loira. – Comentou divertida. – Você disse que adorava as loiras.

– A loira, é diferente. – Respondi e rimos outra vez. – Eu jamais faria alguma coisa para te prejudicar no trabalho. Eu sei o quanto você ama o que faz. E eu estava falando sério... eu ia fazer tudo como os outros clientes fazem quando procuram o escritório. Talvez eu devesse ter tratado desse assunto com você lá e não aqui... mas eu preferi te contar logo, porque você estava muito curiosa.

– Eu sei que você não faria, Arthur. A questão não foi essa...

– Lua... eu odeio o seu chefe. E isso faz sete anos. Odeio porque sei que ele dar em cima de você, mas eu confio em você. Isso não tem nada a ver com o seu emprego. Apesar de nós já termos discutido bastante a respeito deste mesmo assunto.

– Nós já temos um contrato juntos. Nunca brigamos por isso...

– Claro, você trata com o John. – Dei de ombro.

– Talvez seja esse o motivo mesmo. Mas vamos fazer isso juntos... não quero que a gente fique num clima ruim...

– Achei que estivéssemos bem. – Comentei.

– Com você me chamando de Lua a cada fim de frase? Quero te matar, Arthur. – Lua respondeu séria.

– Lua...

– Eu sei que você tá fazendo isso só para eu ficar mais irritada. Mas eu vou me controlar. Você vai ver. – Ela assegurou e eu cair na risada.

– Bobinha... – Puxei Lua pela cintura e beijei seu pescoço. Ela me abraçou apertado.

– Você vai? – Me perguntou.

– Só se a gente não brigar mais por isso.

– Não vamos brigar, Arthur.

– Vou ligar para a Naomi então... pra ela acertar o dia que o advogado vem.

– Tá bom. Eu vou esperar você hoje no escritório.

– Ok. – Lhe dei um selinho e Lua levantou da cama.

Ryan Advocacy and Consultory | Três horas da tarde.

Estacionei o carro em frente ao prédio onde fica o escritório que Lua trabalha e sai do carro. A primeira pessoa que encontrei foi Hanna quando sai do elevador; no quarto andar.

– Boa tarde, Hanna.

– Boa tarde, Arthur. – Ela sorriu sem graça. Talvez ainda fosse por conta da ligação, do começo da semana. – Quer falar com a Lua?

– Sim. Mas é algo profissional.

– E o que você aprontou?

– Uhm... e eu lá sou homem de aprontar alguma coisa?

– Olha... nunca se sabe... – Ela piscou um olho.

– Vou falar pra minha mulher que você dá em cima de mim. – Provoquei e Hanna riu.

– Ela sabe, meu querido. –  Respondeu. –  E já até me avisou, ameaçar seria a palavra mais certa. – Acrescentou divertida e nós acabamos rindo.

– Boa tarde, Hanna. Arthur. – Ryan chegou ali com algumas pastas e colocou sobre a mesa.

– Boa tarde. – Respondi.

– Tire cópias desses documentos, Hanna. Eu aguardo. Sem pressa. – Ele quase enfatizou. E eu lembrei que tinha prometido a Lua que não ia fazer nenhuma besteira. – O que te traz aqui, Arthur. Convenhamos que é muito raro você aparecer por aqui. – Indagou curioso.

– Vim tratar de uns assuntos com a Lua.

– Profissionalmente, acredito eu.

– Mas é claro. Em casa a gente só tem tempo para tratar de outros. Que convenhamos, não é adequado falar em ambiente de trabalho. Mas você deve imaginar.

– Imagino... mas, Lua está cheia de trabalhos. Hanna está passando algumas causas para mim e para o Adam... – Ele comentou.

– Você deve imaginar porque Hanna não passou a minha causa pra você. – Ironizei. – Vou pagar, Ryan. Tá tudo certo. Quero que a Lua resolva isso e só. – Acrescentei. – Posso subir, Hanna?

– Claro. Já avisei que você chegou.

– Obrigada. – Sorri para ela que estava meio nervosa. – Passar bem, Ryan. – Na verdade, eu queria era que ele se ferrasse.

***

– Posso entrar? – Falei ao abrir a porta e Lua sorriu assentindo.

– Achei que você só viria mais tarde.

– Teria sido bom. – Comentei e me sentei na cadeira. – Quem é que avisa aquele seu chefe simpático a hora que eu chego? Sempre que venho aqui tenho esse desprazer de falar com ele. –  Revirei os olhos.

– Agora eu entendi porque Hanna estava nervosa no telefone. – Lua balançou a cabeça.

– Não sei porque... – Dei de ombros. – Só fingi ser educado, assim como ele fingiu. Vem cá...

– Fala, Arthur.

– Ele sabe da agenda de todo mundo ou só da tua mesmo? – Indaguei.

– Arthur eu não faço a menor ideia do que tu tá falando.

– Aham... – Murmurei.

– Você falou com a Naomi?

– Sim. Ela me passou o email do advogado e o número do celular.

– Me envia, tenho que ler os documentos do apartamento antes de você assinar e ver se estão todos em dias. Essas coisas... – Ela estava séria e eu só queria rir. – Assina aqui. – Lua colocou na minha frente duas folhas que tinham acabado de serem imprimidas e uma caneta junto. – Esse documento me dar o direito de ser sua representante. Claro que antes a gente precisa autentica-lo.

– Entendi. – Respondi e assinei as duas folhas.

– Uma fica com você e a outra aqui no escritório. – Lua disse depois que pegou as duas folhas.

– A gente vai ter que ir autenticar juntos? – Perguntei.

– Sim.

– Ainda hoje? – Continuei.

– Se você estiver com tempo, querido.

– Estou, querida. – Respondi e Lua riu.

– Parece que você tá pisando em ovos. – Ela comentou.

– É você quem tá estranha. – Falei.

– Estou sendo profissional, Arthur.

– Estou notando. Não estou acostumado a tratar desses assuntos com você. Você calma então...

– Arthur, Arthur...

– Foi só uma observação, loira.

– Espera dar umas cinco horas para irmos... porque depois de autenticar os documentos, nós já vamos pra casa.

– Tudo bem. Espero aqui ou lá fora.

– Pode ser aqui, Arthur. Não quero correr o risco de você e Ryan se encontrarem novamente. – Lua deixou claro. – Por hoje acho que já foi o bastante, e olha que eu nem sei o que aconteceu.

– Não aconteceu nada. Aliás, ele me falou que você não tinha vaga...

– Disso você já sabia. Eu te falei. – Ela ergueu uma das sobrancelhas ao me encarar.

– Mas depois você disse que podia...

– Passei algumas coisas para ele e para o Adam.

– Isso que ele me questionou.

– Eu não ia passar o seu assunto pra ele. – Lua disse obviamente.

– Foi isso que respondi. Ironicamente, é claro.

– É claro. – Lua repetiu, não era novidade.

– Esse cara é chato, Lua. Ele fica me provocando.

– Eu sei, Arthur.

– Sorte dele que eu cumpro o que prometo a você.

– Obrigada, meu amor. – Ela me jogou um beijo no ar e levantou-se da cadeira. – Eu não demoro.

– Não vou sair daqui. – Respondi.

Ballet – Sexta-feira | 6 de novembro de 2015 – Quatro horas da tarde.

– Papai?

– Oi, meu anjo. – Respondi. Nós já estávamos no carro a caminho da escola de balé da Anie.

– Você vai me ver?

– Claro, filha. Vou ficar lá vendo sua aula. – Agora estava tudo tranquilo. Aquela mulher do balé não ficava mais enchendo minha paciência e nem deixando Lua irritada.

Anie estava toda de rosa, e por mais que ela relutasse para se vestir assim, ficava a coisa mais fofa do mundo e todas as vezes eu tinha vontade de esmaga-la num abraço de tão apertado. Eu tinha que me controlar.

Chegamos na escola e eu entrei com Anie. Era a segunda aula dela a tarde, a professora continuava a mesma, mas as outras crianças não.

– Vai lá, meu amor. – Lhe dei um beijo na testa e Anie correu para perto da professora.

Ela adora as aulas e eu fico me perguntando se ela será bailarina quando crescer. Por mais que eu imagine que Anie venha a dizer e querer tantas outras profissões no futuro. Ela tem apenas três anos. E por mais que o tempo passe voando, tenho a sensação de que ela já é a minha filha a vida inteira.

***

– Eu não acredito que você dormiu, filha... – Falei quando olhei para a cadeirinha no banco de trás e vi Anie literalmente capotada. Ela estava acostumada a dormir pela parte da tarde e desde o começo da semana eu estava tentando evitar isso; quando eu estava em casa, é claro. Quando não, Carol inventava várias distrações para a pequena, que as vezes funcionavam e outras não.

Saí do carro e abri a porta de trás para tirá-la da cadeirinha. Anie resmungou, mas não se acordou. Coloquei ela no colo e entramos em casa. Levei Anie para o quarto dela e a coloquei na cama com cuidado. Seria malvadeza demais não deixa-la dormir, eram quase seis da tarde. Daqui a pouco Lua chegaria do trabalho.

O coque do cabelo que Carol fez, já estava quase desfeito e ela encolheu as perninhas ao encontrar uma posição cômoda quando eu a coloquei na cama. Não resistir e acabei tirando uma foto para publicar no instagram. Sempre é uma boa hora para compartilhar fotos fofas.

Link: Post do Arthur no Insta | Clique aqui e veja.

Sai do quarto fechando a porta com cuidado. Depois fui para o meu quarto, tirei os sapatos e deitei na cama. Entrei no instagram e publiquei a foto com a legenda: Depois da aula de balé.

Cinco minutos depois, Lua entrou no quarto e passou direto para o banheiro.

– Você está bem? – Perguntei, mas ela só me respondeu quando saiu de lá.

– Eu estava quase fazendo xixi. – Respondeu. – Passei no quarto da Anie e ela está dormindo com a roupa do balé.

– Sim. Chegamos faz pouco tempo. Ela dormiu no carro, eu não quis acorda-la.

– Sabe... – Lua sentou-se na poltrona e começou a tirar os sapatos.

– Diga.

– Quero que você faça uma massagem...

– Só uma massagem? – Indaguei e deixei o celular de lado.

– Sim, Aguiar. Eu estou precisando... – Lua se aproximou da cama só de saia e sutiã. – Mas antes eu vou tomar um banho. – Disse quando deitou em cima de mim e puxou meu lábio inferior.

– E por que você já veio me provocar?

– Porque eu posso... – Ela sussurrou antes de me beijar. – Falei com o advogado do George hoje. Ele vem dia onze, quarta-feira.

– Ok. Tudo bem dia onze pra você?

– Dia onze sou toda sua. – Lua sussurrou em meu ouvido.

– Mais ainda. – Acrescentei e Lua riu.

– Vou tomar banho pra você fazer a massagem. – Avisou e levantou-se.

– Vai lá...

***

– Amanhã vou com a Soph e a Mel ao shopping. – Lua me avisou quando saiu do banho. Ela tinha secado o cabelo e caminhou a até a cama.

– Anie vai com você?

– Sim. – Ela respondeu e tirou a toalha.

– Lua, não faz isso. – Passei as mãos pelo rosto. E ela deitou-se na cama. – Voce disse que era só massagem.

– Mas é. Desde quando se faz massagem com roupa?

– Como se eu não soubesse onde você quer chegar com essa provocação toda. – Falei dando um tapa no bumbum dela. Lua se virou e me encarou.

– Eu só quero uma massagem, Arthur. – Repetiu. Mas aquele olhar e sorrisinho provocador diziam exatamente ao contrário.

– Eu não vou... conseguir fazer.... só massagem... – Me inclinei sobre ela e sussurrei em seu ouvido puxando o lóbulo de sua orelha. Lua escolheu os ombros e deu um risinho baixo.

– Mas começa pela massagem... – A voz de Lua saiu abafada. E eu acabei fazendo um caminho de beijos no meio das costas dela, sentindo Lua se arrepiar.

– Eu amo você, loira. – Sussurrei e comecei a massagear suas costas.

– Eu sei...

– Sabe é...? – Provoquei apertando mais suas costas.

– Aaaii... é... – Lua gemeu. Eu sabia que ela estava me provocando.

– E aonde foi que você marcou com advogado?

– Mais pra esquerda, Arthur...

– Aqui?

Link: Imagem Hot | Clique aqui e veja, se quiser.

– Sim... No escritório, amor... ele vai me mandar os documentos segunda-feira.

– Uhm...

– E quando é que você vai me levar para conhecer seu novo apartamento?

– Nosso, Luh. Pode ser amanhã. Que horas é que você vai sair com as meninas?

– Só a tarde.

– Então a gente pode fazer isso de manhã. O que você acha?

– Acho que... sim... – Ela gemeu outra vez e eu sorri. – Essa semana pareceu um mês. – Lua comentou.

– Estou notando que você está bem tensa mesmo.

– Aaai, Arthur! Você tá fazendo de propósito...

– Estou sendo tão carinhoso, meu amor... – Sussurrei tentando desviar de uma das mãos de Lua. Ela estava de bruços na cama, mas estava tentando me beliscar.

– Você tá me provocando...

– Estou apenas te fazendo uma massagem maravilhosa... Você está gostando?

– Muito, Arthur... – Ela respondeu e eu me afastei um pouco e acabei virando Lua de costas na cama.

– Agora vou te fazer outra massagem... só que com a boca... – Sussurrei puxando seu lábio inferior.

Lua gemeu antes de iniciarmos o beijo e depois passou as mãos por dentro da minha blusa e arranhou minhas costas. Desci uma das mãos pelo seu corpo e Lua abriu um pouco mais as pernas.

Link: Imagem Hot | Clique aqui e veja, se quiser.

– Aaii... Arthur... – Ela tentou tirar a minha mão de sua intimidade.

– Shhh... foi você quem começou a provocar desde a hora que chegou aqui.

– É que... você... me faz quer... gritar...

– De prazer? – Indaguei mordiscando seu queixo.

Eu sabia que Lua perdia o controle quando eu fazia as coisas lentamente. Penetrei um dedo nela, bem devagar e Lua arqueou as costas e apertou meus braços.

– Eu já estava com saudades de novo... essa semana foi tão corrida. – Falei colocando mais um dedo. Lua mordeu os lábios e me encarou.

– Tira essa roupa, Arthur.

– Achei que não fosse pedir. – Comentei lhe dando um beijo e me afastei outra vez. – A visão daqui é maravilhosa. Eu preciso comentar. – Contei e Lua corou. – Não precisa ficar vermelha... – Eu voltei ficando entre as pernas dela.

– Amo você, Arthur. Apesar de você me irritar bastante. – Lua segurou o meu rosto com as duas mãos.

– Você me irrita mais. – Comentei e Lua negou. Rocei os lábios nos dela. – Você nunca admite. Teimosa... – Mordi o lóbulo de sua orelha...

– Amor da minha... – Lua acariciou meu rosto.

– Minha vida é você, Lua. – Sussurrei e beijei seus lábios enquanto a penetrava carinhosamente.

Liverpool – Sábado | 7 de novembro de 2015 – Oito e onze da manhã.

– Tá muito frio. – Lua comentou esfregando as mãos. Eu quase rir.

– Você quer parar em um posto antes?

– Sim. Compra aqueles biscoitos de chocolate pra mim?

– Depois você fala que a Anie puxou só para mim...

– Mas foi mesmo. – Lua deu de ombros. – A gente ainda tá longe?

– Não. – Respondi parando no posto. – Só mais uns dez minutos. E se não tiver os biscoitos?

– Compra chocolate. Por favor...

– Lua? – Chamei antes de fechar a porta do carro.

– Oi.

– Você tá menstruada? – Perguntei mais baixo. Ela apenas sorriu. – Sabia. – Falei e fechei a porta do carro.

Lua não queria saber de tanto chocolate assim só em um dia. Algo estava estranho mesmo. Conheço a mulher que tenho.

– Eu comprei desse. Não tinha daquele vermelho. – Falei assim que abri a porta do carro.

– Tudo bem. Obrigada.  – Lua agradeceu pegando a sacola da minha mão.

– O que mais você comprou?

– Café e uns pãezinhos. – Respondi.

– Posso comer um? É de queijo? – Lua abriu a sacola.

– Sim para os dois.

***

Chegamos ao apartamento. Entrei com o carro na garagem e depois fomos pegar a chave com o porteiro.

– Uau! É bem grande mesmo.

– Sim. Particularmente, eu gostei de tudo. Quero que você decore do jeito que você quiser. – Falei. – Vem ver os quartos e o banheiro. A cozinha é bem ampla.

– Sim. E sabe o que dar para fazer?

– O quê?

– Um canto alemão bem aqui. –  Lua apontou para um canto que dava acesso a cozinha e a sala de estar. – Só para não ter que fazer cozinha e sala de jantar.

– É uma ótima ideia. Já disse que você pode fazer o que quiser. Mas aqui nessa sacada, eu não quero deixar assim...

– Depois você me fala o que quer então... vamos ver os quartos. – Lua me puxou pela mão.

Ficamos quase uma hora no apartamento, depois voltamos para casa.

Continua...

SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.

N/A: Olá, leitores! Tudo bom? Espero que sim. Estou tão feliz que estou conseguindo postar mais capítulos. Assim não tão longe um do outro <3

Bom, eu falei que ia postar com beeem mais frequência, mas ainda não consigo postar 2 ou 3 capítulos na semana, mas já estamos dando um avanço com 1 capítulo por semana. Melhor que por 1 por mês né? Kkkkk

ATENÇÃO: Mas gente, eu vou fazer uma viagem amanhã e provavelmente eu volte só semana que vem. Lá não pega internet, mas eu irei levar meu notebook pra continuar escrevendo e organizando os capítulos e quando eu chegar, eu libero o que escrevi, combinado? Eu estou de férias – como a maioria deve saber – e se eu não sair agora, vou passar as férias em casa kkkkk É isto!

Agora voltando para a fanfic, o que acharam do capítulo? Esse casal vive entre tapas e beijos (muito amor depois de tudo) né? MDS! COMENTEM!

Ryan gosta de afrontar, provocar, intrigar, irritar o Arthur né gente? Onde será que isso vai para hein?

O que acharam do post do Arthur? Aaain Anie uma fofa, mds <3 abriram o link?

Viram que teve imagem H O T ? Uuuhm...

Façam perguntinhas tá?

Um beijo e até a próxima atualização...