Little Anie - Cap. 82 | 1ª Parte

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Little Anie

O que eu faria sem o seu sarcasmo?
Você me atrai e depois me manda embora
Você me deixa confuso, é sério, não consigo entender você
O que se passa na sua cabeça linda?
– All Of Me | John Legend

Pov Arthur

Terça-feira | 10 de novembro de 2015 – Seis e cinco da manhã.

– Lua? – Chamei ela baixo, passando a mão em seu braço. Eu não sabia qual seria a reação dela depois da nossa discussão de ontem à noite. Mas Lua tem trabalho hoje.
– Huum... – Ela resmungou e tirou a minha mão de seu braço.
– Já é mais de seis horas. Você vai acabar se atrasando novamente. – Avisei. Mas ela nem ligou. – Eu não vou ficar te chamando.
– Que saco, Arthur! Você começou cedo hoje. – Me disse irritada e eu não segurei o meu riso.
– Você é muito mal-agradecida. – Retruquei. – Acordo cedo todo dia só para te chamar para você não se atrasar para o trabalho. – Acrescentei.
– Você faz isso porque quer...
– Isso é verdade. – Concordei. – Me importo com você e sei que o despertador não te ajuda tanto.
– Me poupe! Quando você viaja, o despertador faz o serviço dele direitinho. – Lua me disse e bocejou.
– Mas pelo que vejo, ele só funciona quando eu viajo. – Pontuei.
– Tá bom... pensa o que você quiser. Mas eu posso me acordar sozinha se eu quiser. – Ela retrucou e eu ri outra vez.
– Eu não acredito que você ainda está com raiva. – Comentei.
– E quem te disse que a minha raiva tinha passado? – Lua rebateu e virou-se para me olhar.
– Achei que você só precisasse dormir. – Respondi.
– Eu preciso de bem mais que isso. – Lua deixou claro.
– Então me diz do que você precisa que eu faço. – Falei e tentei passar a mão no rosto dela, mas Lua afastou a minha mão. – Você sabe que eu faço.
– Você só tá pisando na bola.
– Eu não fiz nada, Lua. Quando é que você vai entender?
– Eu não preciso entender nada, Arthur.
– Assim vai ficar difícil então. – Concluí.
– Você devia ter pensado nisso antes. – Lua me disse e sentou-se na cama. – Eu, definitivamente, não quero mais brigar com você hoje.
– Temos que conversar pra ver se nos entendemos. Eu também não mais brigar com você.
– Eu vou tomar banho, Arthur. – Ela me disse e levantou da cama. Permaneci deitado até Lua sair do banheiro.

Pov Lua

Eu ainda estava muito chateada com Arthur. Eu odiava quando ele escondia as coisas de mim, porque quando eu descobria, era sempre mil vezes pior do que se ele tivesse me contado antes.

Kate é o tipo de ex que você deseja que seu namorado ou marido nunca tenha. Porque é uma pessoa insuportável, vadia, debochada, insistente e tantos outros adjetivos. Eu sei o que levou Arthur a esconder esse encontro deles de mim, e por um lado, eu até o entendo, mas por outro lado, a necessidade que um casamento exige dessa transparência de ambos, me deixa com tanta raiva por ele ter escondido isso de mim, que eu esqueço que em todas as vezes ele só quer evitar que briguemos.

Eu tinha acabado de sair do banheiro e logo ele entrou. Provavelmente teria ensaio hoje novamente. Nós acabaríamos nos acertando, mas eu ainda estava muito chateada com toda essa situação. Fui vestir uma roupa para ir trabalhar e quando voltei para o quarto, ele tinha acabado de sair o banheiro.

– Que horas eu passo lá no escritório? – Arthur me perguntou.
– Pela parte da tarde. Porque agora pela manhã, eu terei uma reunião com o Ryan, a Olívia e o Adam. – Expliquei. – Só avisa a Hanna que eu estou te esperando, ok?
– Ok.
– E não esquece de ignorar o Ryan. – O lembrei.
– Você faria isso se eu te pedisse para ignorar a Kate? Porque a única diferença entre eles, é que o Ryan não é seu ex.
– É diferente, Arthur.
– A é? Em quais pontos? Porque para mim não há diferença nenhuma. Ele me provoca toda vez que me vê e dá em cima de você.
– Ryan me respeita, Arthur. Eu não ligo para as investidas dele. Você sabe. – Respondi.
– E você acha que eu ligo para as investidas da Kate? Por favor, Lua. – Arthur disse e foi para o closet.
– Você chegou a essa conclusão sozinho. – Retruquei.
– Acho melhor você prestar atenção no que diz, Lua. Porque eu já estou ficando irritado com as suas acusações.

Arthur disse essas palavras de um jeito grosseiro. O jeito que ele sempre usa quando está com raiva e sem paciência. Um jeito raro, mas um jeito dele.

– Foi você quem começou. – Pontuei.
– Agora pronto, você não começa nada. – Ele voltou para o quarto vestindo uma camisa.
– Você está sendo grosso, Arthur.
– E você está me ofendendo, não percebe? É como se você não me conhecesse, Lua. E eu sei que você conhece. – Arthur pontuou alterando o tom de voz.
– Se você começar a gritar, não vai adiantar nada. – Falei.
– Só adianta quando você grita. – Ele retrucou.
– Então agora você vai querer gritar também? – Perguntei sarcástica e Arthur me deu as costas.
– Acho melhor você me respeitar, Lua. Não estou achando nada disso engraçado.
– E quem está rindo aqui? – Retruquei.
– Você só pode estar ficando doida se acha que eu estou dando assunto para a Kate. – Arthur disse e voltou para o quarto. Agora já vestido.
– Será que você ainda não entendeu que se estiver escondendo algo de mim, é você quem vai perder? Porque eu não tenha nada com aquelazinha. – Deixei claro.
– Porra! Eu já disse, Lua. Não estou escondendo nada. – Afirmou. – O que mais eu esconderia?
– Então o que vocês conversaram no shopping quando se encontraram? – Indaguei colocando as mãos na cintura.
– Não conversamos nada. Ela só ficou enchendo minha paciência com assuntos do passado. Só isso, Lua. Nada de importante. – Arthur me respondeu impaciente.
– A tá. Você está mentindo de novo. É por isso que não vamos nos acertar! – Concluí.
– Eu não estou mentindo, Lua! – Arthur exclamou. – Parece que você não confia mais em mim.
– Não muito depois que você decidiu esconder vários assuntos de mim. – Rebati.
– Vários assuntos. – Ele riu. – O apartamento e a venda do carro.
– E o encontro com a Kate! – Acrescentei.
– Isso não é assunto meu. A gente anda, anda, anda e acaba parando no mesmo lugar. – Arthur notou.
– Quer saber? Eu vou é trabalhar. – Avisei. – É a melhor coisa que eu faço. – E logo peguei minha bolsa e saí do quarto.

Acabei pegando um táxi quando saí de casa. Eu nem lembrava que tinha deixado a chave do carro no quarto. E eu também nem voltaria lá, já era sete e quarenta e oito e eu não queria chegar atrasada ao trabalho.

Pov Arthur

Londres | Escritório de Advocacia – Quatro e vinte da tarde.

– Boa tarde, Hanna.
– Boa tarde, Arthur. Tudo bem, querido? – Ela sorriu guardando uns papéis na gaveta.
– Tudo certo. E com você, querida?
– Igualmente.
– Lua disse que era só para te avisar que ela está me esperando. – Falei.
– Estou sabendo já. Pode subir. Vai pela sombra.
– Eu adoraria não ter o desprazer de encontrar com o Ryan. – Comentei e Hanna riu.
– Eu imagino. Mas ele não está aqui agora.
– Por isso Lua me mandou vim agora.
– Não. Não. Ninguém sabia que ele ia resolver assuntos fora do escritório hoje.
– Assuntos...
– Sobe logo, Arthur.
– Estou indo, mas não porque você mandou.

*

– Posso entrar? – Bati na porta antes de abrir.
– Pode. – Lua respondeu. Ela estava sentada na cadeira de pernas cruzadas.
– Já podemos falar sobre os documentos. – Falei me sentando na cadeira de frente para ela.
– Claro. Marke, o advogado do George mandou os documentos pelo correio. Mas ainda faltam três. – Lua começou. – Eu já li e reli esses documentos e estão todos corretos. Você pode assinar agora os que já estão aqui ou esperar ele mandar os outros. Ele me disse que não tem certeza se poderá vim amanhã. E ficou de me mandar um email para confirmar. Estou aguardando. – Lua explicou e colocou os papéis na minha frente. – Vai assinar agora? – Me perguntou séria.
– Vou. – Respondi tirando o celular do bolso e colocando sobre a mesa. Peguei uma caneta que Lua me entregou e comecei a assinar os papéis. Segundos depois o telefone começou a tocar e Lua atendeu.

LIGAÇÃO ON

– Alô.
...
– Diz pra ele que eu estou ocupada, Hanna.
...
– Eu sei. Falamos disso na reunião de hoje. Achei que ele tinha entendido.
...
– Não. Eu vou quando eu acabar aqui.
...
– Obrigada. – Lua disse e encerrou a ligação.

LIGAÇÃO OF

Você é louca
E eu estou fora de mim
Porque eu por inteiro
Amo você por inteiro

– Seu chefe parece meio insistente. – Comentei e Lua me encarou.
– Assina logo esses papéis. Pensa que eu não sei que você tá demorando de propósito?
– Você costuma tratar mal assim todos os seus clientes?
– Não. Só você mesmo. E os que me irritam. – Lua respondeu e eu comecei a rir.
– Não quero errar meu nome. É por isso que estou assinando com cuidado.
– Inventa outra, Arthur.
– Eu estou falando sério.
– Eu tenho outras coisas para fazer, Arthur.
– Achei que eu fosse mais importante.
– Pode parar. – Ela pontuou. – Eu te avisei que íamos falar só dos documentos. – Acrescentou e levantou-se da cadeira. – Você tá muito insistente também.
– Era só o que me faltava... você me comprar com aquele engomadinho do Ryan.
– Eu não estou te comparando com ninguém. – Lua me corrigiu e ficou ao meu lado, encostada na mesa. – O que Anie ficou fazendo? – Ela mudou de assunto.
– Brincando. Quis ir comigo para o ensaio. Fez uma birra tremenda.
– Eu sempre te aviso... – Lua cruzou os braços.
– Eu sei, Lua. Não vamos começar com o assunto: eu faço tudo o que a Anie quer, de novo. – Pedi.
– Mas você faz mesmo. – Ela descruzou os braços. – Ainda não acabou?
– Você veio de táxi? Vi o carro na garagem.
– Foi. Esqueci a chave e não quis voltar. – Respondeu.
– Só porque eu estava lá? – Indaguei.
– Eu não preciso responder essa pergunta, Arthur.
– Acabei. – Falei ajeitando os papéis.
– Amém! Achei que fosse terminar a tarde e entrar pela noite.
– Engraçadinha. Vou fazer uma reclamação do seu atendimento.
– Haha... – Lua jogou a cabeça para trás e se apoiou com as mãos na borda da mesa.
– Isso só não vai acontecer se você se desculpar. – Falei e me levantei. Lua me encarou.
– E eu me desculparia pelo o que exatamente?
– Quer que eu te lembre? – Me aproximei dela e segurei em sua cintura, colocando-a sobre a mesa.
– Arthur... eu não mantenho relações com os meus clientes. – Lua deixou claro, com uma voz baixa enquanto mexia na gola da minha camisa.
– Eu não sou qualquer cliente, loira. – Falei no mesmo tom que ela e aproximei minha boca de seu queixo.
– Alguém pode aparecer.
– Não vai aparecer ninguém, Lua.
– Você sabe que o Ryan entra em qualquer sala sem bater.
– Ele é um mal-educado. – Retruquei. – Eu não quero mais brigar com você, meu amor.
– É só você não esconder as coisas de mim, principalmente se for a Kate.
– Esquece essa mulher, Lua.
– Se ela fizesse o favor de nos esquecer também, eu faria isso com muito prazer.
– Com muito prazer eu quero fazer outra coisa com você. Meu Deus! – Confessei e Lua tentou me afastar.
– É melhor você parar. – Pediu. Eu estava beijando o pescoço dela, daquele jeito que eu tinha certeza que seus pelos se eriçavam. – Se alguém pegar a gente aqui...
– Ah... Lua... – Puxei seus cabelos para trás.
– Um dia eu ainda te mato. – Ameaçou me puxando pela nuca.
– De prazer. Eu sei, Lua. – Falei antes de nos beijarmos.

Eu desejava que estivéssemos em casa, mas a realidade era bem diferente, o que não nos impediu em nada de querer ir bem além... Lua começou colocando as mãos por dentro da minha camisa e arranhou as minhas costas. Eu me posicionei entre as pernas dela, e a puxei para mais perto de mim.

– Meu Deus... como eu estava com saudades dessa boca que já fazia mais de vinte e quatro horas que eu não beijava. – Comentei tirando as mãos de Lua de dentro da minha camisa. – Eu sei que você ainda está com raiva, mas daí a me unhar? – Falei divertido e ela deu um tapa em meu braço.
– Se acontecer outra dessa, não vai ser me colocando sobre a mesa que vamos fazer as pazes não. – Me avisou logo.
– E você já está pensando em outra dessa? Deus me livre, Lua. – Falei lhe dando um beijo na testa e descendo ela da mesa. – Ninguém nos pegou.
– Para a sua sorte. – Pontuou.
– Para a nossa sorte. – A corrigi. – Quer que eu te espere?
– Vou sair só as seis. – Me avisou.
– Eu espero.
– E é melhor você se comportar.
– Eu sempre me comporto. – Falei me sentando no sofá que fica na sala dela. – Posso esperar aqui né?
– Pode. – Lua respondeu. Ela ainda estava encostada na mesa e esticou o braço para pegar meu celular.
– Agora você vai bisbilhotar o meu celular?
– Tem algo a ser bisbilhotado aqui? A princípio a minha intenção era apenas colocar na câmera. Mas eu posso bisbilhotar, já que você falou. – Ela deu de ombros.
– Seu batom está intacto. – Contei. Deve ser bem algum de vinte e quatro horas. Eles que não borram. Pelo menos foi isso que já ouvi a Lua falar.
– Eu sei. Sua boca não está com vestígios dele.
– Eu vou ficar fazendo o que aqui? – Mudei de assunto.
– Não sei, Arthur. Você que teve a ideia de me esperar. – Lua respondeu e me entregou o celular. – Agora você vai ficar aqui, vou resolver uns assuntos.
– Com o Ryan. – Acrescentei.
– Estou no trabalho, Arthur. – Lua me lembrou.
– Eu não disse nada. – Me defendi.

Lua saiu da sala e voltou uns vinte minutos depois, não que eu estivesse cronometrando, mas o tempo foi quase esse. Eu já estava impaciente sentado naquele sofá.

– Achei que não ia voltar hoje. – Comentei quando ela fechou a porta.
– Que tal você ficar calado enquanto eu trabalho? – Lua sugeriu dando um sorriso.
– Tudo bem. – Concordei. – Só mais uma coisa... O que vocês estavam conversando?
– Ai, Arthur! Você não me fez essa pergunta. – Lua me encarou. – Eu estou no meu trabalho, e esse tipo de conversa não te diz respeito. Ok?
– Ok. Eu sei. Foi mal.
– Muito mal.
– Posso falar só mais uma coisa?
– Fala, Arthur.
– Que tal sairmos?
– Hoje não vai dar. – Lua respondeu e sentou-se na cadeira.
– Hoje não, loira. Outro dia... que tal quinta-feira?
– Ok, Arthur. Quinta-feira.
– Anota aí na tua agenda. – Provoquei.
– Pode deixar. – Ela me encarou e depois voltou a prestar atenção nos papéis em sua mesa.
– Sabe... eu estive pensando...
– Depois você me conta, Arthur. Você disse que ia ficar calado. – Lua cruzou os braços e me encarou.
– Ok, querida.
– Obrigada, querido. – Ela foi tão irônica quanto eu.

Eram cinco horas da tarde. E tédio não era mais nem nome para o que eu estava sentido. Ninguém falava nada e Lua ficava olhando dos papéis para o computador. Até que Ryan finalmente me deu o desprazer de vê-lo naquele dia. Era o que estava faltando.

– Lua, eu... – Ele parou quando viu que ela não estava sozinha na sala. – Arthur.
– É o meu nome. – Respondi e Lua me encarou e depois olhou para Ryan.
– Pode dizer, Ryan. – Lua pediu.
– Vim trazer essas duas pastas que você acabou deixando lá na minha mesa.
– Obrigada. Eu estava procurando esses documentos. – Lua contou e pegou as pastas.
– E você, Arthur... estou te vendo com frequência aqui no escritório. Está com algum problema?
– Nenhum que você possa me ajudar. Lua sabe como resolver os meus problemas, por isso estou aqui.
– Imagino que esteja falando profissionalmente.
– Mas é claro, Ryan. Ou você já se esqueceu do que eu te falei semana passada? – Indaguei.
– Era só isso, Ryan? – Lua tentou cortar nossa adorável conversa.
– Sim, Lua. E eu não esqueci, Arthur.
– Que bom, assim você me poupa de repetir.
– Tenha uma boa tarte.
– Estava sendo...
– Arthur. – Lua chamou minha atenção e Ryan riu sarcástico saindo da sala.
– O quê? Você viu que é ele que provoca. – Me defendi.
– Arthur, eu já conheço essa conversinha de vocês. É assim desde o início. O que você falou pra ele semana passada?
– Nada de comprometedor. Eu sou bom nas entrelinhas. – Respondi.
– Fala, Aguiar. – Lua exigiu.
– Eu só disse que em casa a gente só tem tempo para tratar de outros assuntos que não são adequados parar falar em ambiente de trabalho. E perguntei se ele entendia. – Finalizei dando de ombros.
– Quando eu fico irritada com você, você ainda pergunta o motivo.
– Não falei nada de mais, Luh.
– Não, imagina. Nem deu para imaginar sexo nessa sua resposta.
– É bom que ele imagine mesmo. – Afirmei. – É só até aí que ele vai conseguir ir. – Pontuei.

Quinta-feira | 12 de novembro de 2015 – Sete e meia da manhã.

– Você lembra que tem compromisso comigo hoje? – Perguntei a Lua assim que ela voltou para o quarto, depois de sair do closet.

Ela já estava vestida; um vestido bege acima dos joelhos, com um cinto na cintura e de manga comprida. Um sapato da mesma cor, de salto alto e rendado, um relógio e uma bolsa também bege.


– Sim. Você tem ensaio? – Lua indagou colocando os brincos.
– Hoje não. Só amanhã, mas é uma reunião. – Respondi.
– Então ok. O advogado me ligou, ele só poderá vim no sábado. Tudo bem? Ele vai mandar os documentos que faltam pelo correio. George não está em Nova Iorque.
– Tudo.
– Então estamos conversados. Hoje eu venho mais cedo para me arrumar. Mas você pode me esperar já arrumado. – Me disse e se aproximou da cama para me dar um selinho. – Bom dia.
– Bom dia e bom trabalho.
– Obrigada, querido. – Lua agradeceu e pegou a bolsa, para logo depois sair do quarto.

Londres, três horas da tarde.

– Papai?
– Oi, filha.
– Vamos blincar de montar aquela casa da flozen que o meu titio Harry me deu?
– Vamos. Pega ela lá. – Respondi e Anie saiu correndo. Era quinta-feira e ela só teria balé amanhã. Ou seja, íamos passar o dia em casa.
– Tá aqui, papai. Monta o castelo que é difícil e eu não consigo...
– Nada disso. Vamos montar nós dois, assim você aprende e depois faz sozinha, certo?
– Então tá...

Comecei a ajudar Anie a montar o castelo de lego da Frozen, que ela ganhou do Harry. Eram tantas pecinhas que passamos quase a tarde toda nisso.

– UAU! Ficou lindo, papai.
– Sim, meu amor. Conseguimos! Bate aqui? – Falei e Anie bateu e depois começamos a rir.

Pov Lua

Londres | Escritório de Advocacia – Cinco horas da tarde.

– Boa tarde!
– Achei que fosse o Arthur. – Comentei. – Pode entrar. Como Hanna disse, achei que ele estava mentindo...
– Sinto muito decepcionar você, querida.
– Me poupe, Harry.
– E aí, muito trabalho? Faz tempo que a gente não bate um papo.
– Muito. Isso é verdade. Até esqueci qual foi a última vez. – Respondi.
– No aniversário da Grace, eu acho... – Ele respondeu.
– O que te traz aqui? – Indaguei. – Não me diz que aprontou alguma?
– Não. Eu sou comportado. – Harry disse rindo.
– Aham... ainda está com a Britney?
– Podemos falar desse assunto quando você aceitar o convite que eu vim te fazer. – Ele me disse.
– Uhm... deixa eu adivinhar... você veio me convidar para ser sua madrinha de casamento?
– Credo, Lua! Você tem uma imaginação muito fértil, eu hein...
– Então o convite é pra quê? – Indaguei curiosa.
– Pra sair e beber todas que conseguirmos. Topa?
– Eu sou mãe de família, Harry. Não faço esse tipo de programa. Não bebo. – Acrescentei, tentando segurar o riso.
– Não bebe pouco, né? Eu sei. – Ele comentou.
– Quando isso, Harry?
– Agora. Sei que é quinta-feira, mas como você já é praticamente sócia deste escritório, você pode faltar amanhã.
– A tá, Harry. E quem te disse isso?
– É sério, Lua. Vai abrir um pub hoje muito maneiro. O que você acha de várias rodadas de caipirinha? A gente precisa de uma noite dessas.
– Você brigou com a Britney ou algo do tipo? Levou pé na bunda?
– Não, Blanco. Só quero sair com uma velha amiga.
– Velho aqui só você. – Deixei claro e Harry riu.
– É sério, Lua.
– Ok, Harry. Mas você vai ter que esperar eu terminar meu trabalho. Hoje eu mal tive tempo de almoçar, você acredita?
– Acredito, Luh.
– E a sua namorada, o que vai achar disso? Porque o meu marido já está acostumado. – Falei.
– Não se preocupa, Lua. Todos sabem que você é a minha melhor amiga.
– Eu não quero problema para o meu lado. – Deixei claro.
– Fica tranquila, que da minha parte não terá nenhum. – Harry falou e eu peguei meu celular.
– Droga! Está descarregado. Eu nem vi quando saí de casa. Mas, me conta mais desse pub...
– Fica no centro, perto da Leicester Square... – tem um restaurante na parte de cima.
– Que bom! Preciso comer antes de beber as caipirinhas que você me ofereceu.
– Achei que você não bebesse.
– Não bebo pouco, como você disse. – Ri e Harry fez o mesmo.
– Ai, Lua. Eu espero que a gente encontre o caminho de casa.
– É melhor eu encontrar mesmo. Ou eu nunca mais entro na minha. – Comentei e Harry riu.
– Não tem problema eu esperar aqui?
– Não.
– Então, ok.

Londres | Avenida Leicester Square – Seis horas da tarde.

– A gente pode pedir uma comida pra começar. – Harry falou e eu assenti. Ele chamou o garçom que logo trouxe o cardápio. Nos pubs com restaurantes, nem sempre os garçons vinham à mesa.
– Não quero nada pesado... vou pedir pão de alho e hambúrguer. – Falei depois de olhar o cardápio.
– Até porque esse hambúrguer não vai vim nada pesado. – Harry ironizou.
–  Mas não é tão pesado como um mixed grill. – Retruquei. – E eu quero uma cerveja ale.
– Achei que só fosse começar a beber depois.
– Quem fica porre com essa cerveja, Harry?
– Quer mesmo que eu diga? – Ele provocou.
– Haha... me poupe. – Revirei os olhos. – E então... ainda está com a Britney?
– Estou, Lua. E você...
– Eu continuo com o meu marido, como você bem sabe. – Respondi e Harry me encarou.
– Eu ia perguntar como você está, engraçadinha.
– Estou bem... passando uns estresses com o Arthur, mas ele ainda segue vivo. – Brinquei.
– É por isso que não quero casar...
– Vocês homens são os que dão mais trabalho. Haja paciência. – Comentei.
– Até parece.
– Eu não estou brincando. E aaah! Eu soube que você recebeu uma foto daquela vadia para o meu marido.
– Só me entregaram a foto.
– Eu sei. Ele me disse.
– Arthur jogou no lixo, Lua. – Harry deu de ombros. – Mas vocês já devem ter falando bastante a respeito disso.
– Sim. Gritamos muito também.
– Imagino. Da sua parte então...
– E você acha que o seu amigo é o quê? Um santo?
– Eu não vou me meter nisso.
– É bom que você nem pense em defende-lo. – Avisei. E nossos pratos chegaram. Harry pagou e começamos a comer e beber.
– Mas... mudando de assunto... e você?
– Seja mais exato, Harry.
– Quero saber como você está, Lua.
– Estou bem.
– Affs, Lua!
– Mas é sério. Ou você me chamou para falarmos do bebê que eu perdi? Achei que fosse pra gente beber.
– Eu te chamei pra gente conversar, Luh. Sobre tudo.
– Eu estou na tpm, Harry; estou me estressando bastante com o Arthur porque ele está escondendo coisas de mim; brigamos também porque eu não fui fazer uns exames aí, e ele ficou muito bravo. Brigamos por causa da Kate. Anie está muito comportada ultimamente e bastante inteligente. A gente, eu e o Arthur temos que conversar sobre ela ir para a escola ano que vem. Quase bati na Kate, mas minha irmã não deixou. Eu queria ter transado com Arthur na terça-feira.
– E porque não transaram? Ele é teu marido.
– No escritório, Harry. Não podia por dois motivos.
– Porque era no escritório e...
– Ai meu Deus! Eu acabei de dizer que estou na tpm.
– Como é que eu vou saber?
– Tua namorada não fica menstruada? Enfim... eu ainda estava irritada com ele.
– E por que não foi fazer os exames?
– Porque eu tive medo do resultado. Não falei nada para o Arthur. Ele foi comigo na consulta. Eu só saí de casa e passei o dia na casa da Soph. Era folga dela, ela estranhou bastante.
– Também... você nunca faz isso.
– Pois é.
– Você tem que fazer os exames, Luh...
– A gente pode falar sobre isso outro dia?
– Eu sei que você vai me enrolar e não vamos falar disso nunca.
– Ai, credo, Harry.
– Ai, credo nada. É verdade! – Ele retrucou.
– Vamos logo, eu já terminei de comer. – Avisei.
– Já estou terminando.
– Você me convidou pra beber e não pra bancar o psicólogo.
– Ai! Cada vez mais cresce esse cavalinho que habita em você. – Harry me disse e eu joguei um beijo no ar para ele.
– Eu devia ter carregado o meu celular. – Comentei.
– Arthur já deve ter ligado várias vezes.
– AI MEU DEUS!
– O que foi? Tá doida? – Harry me encarou confuso.
– Eu tinha combinado de sair para jantar com o Arthur hoje. Uma hora dessas depois da preocupação, ele vai achar que eu fiz isso de propósito. Mas eu realmente esqueci.
– Depois de brigar com você, ele vai brigar comigo.
– Claro que não, ele só vai te ignorar.
– Só né? E nossos duetos?
– A mulher dele sou eu, Harry. Eu hein... – Falei e ele me mostrou o dedo do meio. – Me respeita.
– Eu devia ter carregado o meu celular. – Falei outra vez.
– Você quer ir embora?
– Não. Eu posso sair com ele amanhã, se ele não pedir o divórcio hoje.
– Que exagero, Lua. Vamos descer então... quero ver se você dá conta de dez rodadas.
– Até de onze se você duvidar. – Provoquei.
– Com vodca pura.
– Só porque eu odeio.
– Com cachaça a gente já está acostumado. – Ele comentou.
– Eu pago cinco e você cinco. – Falei.
– Espero que você lembre desse acordo ao fim das rodadas.
– Já está aqui a minha parte! – Exclamei colocando vinte e cinco libras esterlina sobre o balcão. – Cinco rodadas de caipirinha com vodca pura, por favor. – Pedi ao barman.
– É pra já, loira.
– Se o Arthur estivesse aqui, ele ia encarar esse barman até vocês irem embora.
– Pois é. Mas ele não está. – Rimos.
– E você já está rindo à toa e nós ainda nem começamos a beber. – Harry observou. –  Vira-vira, Lua.
– Eu tenho que respirar.
– Nada disso, você não vai beber pelo nariz.
– Que grosso! Você já foi mais fofo comigo.
– Você é enrolona, Lua.
– Que calúnia, Harry. Eu já até paguei.
– Mais cinco rodadas, por favor! – Harry disse entregando mais vinte e cinco libras esterlinas ao barman.
– Bebendo e rezando pra lembrar o caminho de casa. – Comentei divertida.
– É só o começo, Luh. São sete e pouquinho ainda. Um... dois... três. – Harry contou e nós viramos o primeiro copo. E eu só confirmei meu ódio pela vodca. Fiz uma careta e Harry riu. – Depois que esquentar, já era. Você nem sente mais.
– Você já é alcoólatra, Harry. Não devo ouvir esses conselhos de você.
– Até parece! Vamos mais uma... até deixei você respirar. Não vai se acostumando.
– Ainda bem que deixei minha bolsa no carro.
– Um... dois... três... – Harry contou outra vez.
– Argh! – Exclamei.
– Um... dois... três.
– Você tá doido? – Perguntei.
– Eu disse que era vira-vira.
– Deixa eu engoli primeiro.
– Isso é líquido, Luh.
– Você bebe que nem água. Um... dois... três, Lua.
– Chato! – Exclamei e virei o copo.

Eu não sei mais em que rodada estávamos. Porque eu já tinha pago mais quatro e Harry seis.

– Lua?
– Eu preciso de um vinho... rosé... – Disse a Harry.
– Eu não te aconselho a misturar, Lua.
– É... só um vilho...
– Vinho, Lua.
– É isso.
– Depois não vai dizer que eu te embebedei.
– Eu tenho vinte e oito anos. Certo?
– Certo, Lua.
– Então... – Dei de ombros. – Aqui tem stout?
– Sem cerveja, Lua.
– A gente saiu pra quê?
– Pra beber e não pra entrar em coma alcoólico.
– Eu estou sóbria.
– Aham... vilho. – Ele zoou.
– O quê? Eu só troquei uma letra. – Me defendi.
– A tá... olha aí seu vinho rosé. Eu não vou te carregar não. – Harry me avisou e eu comecei a rir.
– E vai... me deixar aqui... sozinha? Eu ainda nem... dancei.
– Então vamos logo dançar... assim você fica boa logo.
– Eu já sou boa, Harry!
– Você está bêbada!
– Deixa eu tomar meu vinho...
– Vai com calma. Essa garrafa foi cara, mas se eu não te devolver inteira, eu nem sei o que o Arthur é capaz de fazer comigo.
– Provavelmente vocês vão brigar, mas ele vai brigar primeiro comigo. Eu trouxe a minha bolsa?
– Você deixou no carro.
– Por que você não está bêbado?
– Porque eu já estou acostumado, Lua. E eu não ia ficar bêbado junto com você.
– Mas tomamos a mesma quantidade de água.
– De água certamente não foi.
– Eu quero água.
– Você não vai vomitar né?
– Não, idiota.
– Olha essa boca, Lua Blanco.
– Pede uma água.
– Eu vou pedir.
– E depois vamos dançar. – Falei. – Você vai ver... vou ser a melhor dessa pista.
– Eu sei que você é, Lua.

Nós começamos a dançar, e a verdade é que eu nem sabia como ainda estava de pé. Eu parei de contar as rodadas da caipirinha quando chegou na décima segunda. Eu não sei se Harry comprou mais depois que pagou mais dez rodadas. E eu acho que acabamos uma garrafa de vinho ou eu acabei sozinha, eu nem lembro.

– Eu bebi água?
– Uma garrafa inteira, Lua. Não acha melhor irmos?
– Não. Eu ainda nem dancei.
– Você lembra seu nome.
– Claro. É Lua. Agora vamos! – Eu o puxei.
– Sabe a data do seu aniversário?
– Eu não estou bêbada, Harry! – Exclamei.
– É só para eu ter certeza.
– Confia em mim. Vamos.

Nós dançamos tanto, que eu só parei porque estava com muita vontade de ir ao banheiro e Harry parecia o meu segurança. Eu até estava tonta, mas como o pub estava lotado, os meus balanços eram facilmente disfarçados; como se as pessoas estivessem esbarrando em mim.

– Agora vamos. São onze e quarenta e cinco.
– Ai meu Deus! A gente pode beber mais um pouco?
– É claro que não. – Ele me disse. – Você está um pouco recuperada já.
– Hahaha eu sou maravilhosa!
– Você nem precisa estar bêbada para começar a se achar.
– É porque eu não estou bêbada. Eu já disse.
– Vamos, Luh... já vai dar meia noite.
– Eu adorei nossa noite... menos... menos a parte que você quiser psicológico.
– Psicólogo, eu entendi.
– É isso. – Lua afirmou e eu guiei ela para a saída. – Eu te amo, Harry.
– Eu também amo você, Luh.
– As pessoas sabem disso né?
– Sim, sabem.
– E se eu gritasse? – Perguntei tentando tirar a mão de Harry do meu braço.
– Eu não vou deixar você fazer isso.
– Me solta! Eu sei andar sozinha.
– Até parece. Tá trocando os passos e ainda tá com esse salto enorme. – Ele me disse e eu comecei a rir.
– Arthur deve estar bravo... – Lembrei.
– É. – Harry concordou.
– Ele fica tão irresistível bravo, você precisa ver. – Contei.
– Só se for pra você... vem, entra. Não vai bater a cabeça.
– Eu ainda sei entrar em um carro tá? – Retruquei revirando os olhos.
– Não custa nada avisar. – Ele me lembrou. – Colocou o cinto?
– Coloquei. Você parece o Arthur. Chato! – Mostrei língua pra ele.
– É pra sua segurança, sua chata!
– Eu quero ir pra casa.
– É claro que eu vou te deixar em casa. Você trouxe a chave do carro?
– Sim. Eu coloquei na bolsa. Ninguém mexeu né?
– Não, Lua. A bolsa ficou no carro.
– Aah... foi mesmo. Vai demorar muito pra chegar em casa?
– Um pouco. Estamos no centro, Luh.
– Será que Arthur tá dormindo?
– Provavelmente ele está te esperando. – Harry respondeu e eu me mexi no banco.
– Ele vai logo perguntar pra onde eu estava. E eu nem vou precisar dizer nada pra ele saber que eu estava bebendo.
– Os teus passos vão te entregar.
– Eu vou tirar os sapatos então. – Falei e Harry riu.
– Não vai adiantar muita coisa, mas tenta. – Ele continuou rindo.

*

– Chegamos, Luh. – Harry me avisou.
– Tá bom. – Falei tirando o cinco de segurança. – Onde tá a minha bolsa?
– Aqui. – Harry disse esticando o braço e pegando a bolsa no banco de trás. – Cuidado. Você está com as chaves aí?
– Estou. Só falta eu encontrar. – Falei mexendo na bolsa.
– Deixa eu te ajudar.
– Você também tá bêbado.
– Eu estou mais bom do que você.
– Onde foi que eu deixei o carro do Arthur mesmo?
– No estacionamento do escritório, Lua.
– Ah foi mesmo. – Me lembrei. – Obrigada. Eu adorei a nossa noite. A gente pode repetir quando?
– Quando você quiser. – Harry respondeu e me abraçou. – Outro dia a gente marca pra conversar sério.
– Eu não gosto de conversas sérias. – Deixei claro.
– Eu estou falando sério, Luh.
– Tchau, meu amor.
– Tchau. E cuidado. – Harry me deu um beijo no rosto e eu retribui.
– Tá. Eu já estou na porta de casa.
– Eu vou esperar você entrar... não está esquecendo de nada? – Ele disse balançando as chaves na minha frente.
– Estaria se você não me lembrasse. – Comentei e peguei as chaves. – Beijos.
– Beijos, Luh. – Fechei a porta do carro e fiquei procurando que chave enfiar naquela porta.

*

Tentei fazer o mínimo de barulho possível ao fechar a porta. Embora soubesse que dormindo era a última coisa que Arthur estava. Tirei os sapatos dos pés e subi a escada. A porta do quarto não estava fechada. E eu empurrei ela com cuidado.

Pov Arthur

Londres | Sexta-feira, 13 de novembro de 2015 – Meia noite e vinte.

– Onde você estava até agora? – Perguntei ligando o abajur que ficava do lado dela na cama e Lua ligou a luz. – Você tá achando que eu tenho cara de otário por acaso?
– Ai! Me deixa pelo menos chegar direito. – Reclamou.
– Você não está no direito de decidir nada.
– Ah não? – Provocou.
– Não, Lua! Que palhaçada foi essa? – Perguntei sério. E estava a ponto de explodir. A vontade que eu tinha era de gritar com ela, mas estava tarde. Eu ia acabar acordando todo mundo.
– Eu acabei esquecendo que tínhamos combinado de sair. Me desculpa. – Falou tirando o cinto do vestido.
– Ah, você esqueceu?
– Foi. – Respondeu.
– Eu te liguei mais de vinte vezes. Me diz que você não fez isso de propósito! – Eu pedi dando ênfase na frase.
– O meu celular descarregou. Por que eu faria isso de propósito?
– Ah, você só pode tá de sacanagem com a minha cara, Lua. Eu estou muito irritado com você. – Deixei claro.
– Por que, meu amor?
– Teu amor? Você tá agindo como se não tivesse responsabilidades. E não me chama de amor. – Respirei fundo. – Com quem você estava?
– Com o Harry.
– Ai eu não acredito, Lua.
– Por que? Eu não posso sair com um amigo?
– Mas eu podia adivinhar... – Comecei.
– Fomos a um pub que abriu hoje... – Ela começou a explicar.
– Eu não quero saber o que vocês estavam fazendo. Eu nem quero ouvir a tua voz.
– Mas eu vou continuar falando. Não sou muda! – Ela exclamou. – Você que começou a me encher de perguntas!
– Se fosse eu que tivesse feito isso com você, era capaz de você nem me deixar entrar em casa. – Falei tentando me agarrar ao meu autocontrole.
– Você quer me colocar pra fora de casa?
– Você sabe que eu não faria isso.
– É diferente.
– É diferente por que, Lua?
– Porque eu não fiz de propósito. Eu realmente esqueci. E ainda por cima, meu celular descarregou.
– E só existia o teu celular?
– Não. Eu não ia ficar pedindo o celular dos outros.
– Você não estava com o seu amigo? – Ironizei.
– Estava.
– Então...
– Me poupe, Arthur. – Lua revirou os olhos. – Eu vou tomar um banho, depois a gente conversa.
– E quem disse que eu quero conversar com você? Você me deixou plantado aqui. Eu ainda não acredito que você fez isso, Lua. – Falei sem acreditar.
– Eu. Esqueci. Cara. Quando é que você vai entender? Não vou ficar me explicando. A gente sai amanhã. – Ela disse simplesmente.
– Você só pode tá brincando com a minha cara. – Ri sem vontade. – Que depois disso você acha que sair amanhã é a solução desse problema? – Indaguei.
– Só você acha que é um problema.
– Se põe no meu lugar, Lua. – Pedi tentando manter a calma. – Eu tô com muita raiva, meu Deus! – Acrescentei.
– Eu não sei porquê. – Lua deu de ombros.
– Você tá bêbada, Lua.
– Eu não estou bêbada.
– Ah não? E esse cheiro de vodca está vindo de onde? E desde quando você bebe vodca?
– Foi na caipirinha. Achei que você não quisesse ouvir a minha voz.
– E eu não quero. Mas você não para de falar.
– Eu vou tomar banho... depois... a gente retoma essa... discursão que você começou. – Me disse.
– Você tá brincado comigo, Lua. E eu não estou achando nada disso engraçado.
– E quem tá rindo? – Ela me perguntou antes de entrar no banheiro.

*

– Tá mais calmo, Arthur? – Lua me perguntou assim que saiu do banho. Eu sabia que ela só estava ne provocando.
– Se eu não ouvir a tua voz é capaz de eu tentar me acalmar. – Respondi.
– Que grosso. – Ela disse indo para o closet e voltou de lá vestindo uma camisola vinho. – Você falaria a mesma coisa se eu começasse a gemer? – Ela sussurrou e eu virei o rosto.
– Eu nem vou te responder, Lua. – Falei e ela riu.
– Ai, ai, Arthur. Vocês homens são tão engraçados. – Contou e deitou-se na cama.
– Eu não consigo enxergar graça nisso.
– Eu vou é dormir, que de manhã eu tenho trabalho. Enquanto você curte aí a tua raivinha... – Disse e eu me levantei. – Não me diz que perdeu o sono?
– Lua, cala a boca.
– Não me manda calar a boca. Você sabe que eu não calo.
– Então dorme, por favor. – Pedi.
– Eu vou dormir mesmo. E acho melhor você fazer a mesma coisa. Ou vai passar a noite em claro?
– Não é da tua conta. – Respondi.
– Ah... faz o que quiser. Só apaga essa luz.
– Se isso for te fazer dormir... faço com prazer.
– Haha... achei que com prazer você faria outra coisa. – Ela falou.
– Eu não estou no clima para essas gracinhas, Lua. E eu sei que você sabe.
– Eu sempre digo que você fica irresistível quando está irritado.
– Dorme, Lua. – Insisti.
– Desliga a luz, Arthur.
– Eu já fiz isso.
– Então é por isso que eu não estou te vendo. – Lua observou e eu revirei os olhos antes de sair do quarto.

Eu nunca tinha ficado tão irritado com Lua como estava agora. Mas também, ela nunca tinha aprontado algo desse nível comigo. Eu estava com raiva por vários motivos. Principalmente por ela ter me feito esperar horas, e não me deu nenhuma satisfação do porque não tinha aparecido. Tanto faz ela ter saído com o Harry ou com o príncipe da Inglaterra. Eu estaria com raiva da mesma forma. Pra mim não isso não tem nenhuma diferença.

Eu não queria ficar perto dela, e durante as nossas várias brigas, isso nunca tinha acontecido. Mas hoje eu decidi dormir no quarto de hospedes. Era melhor, ou eu não conseguiria dormir. Lua provavelmente já tinha apagado, ela estava bêbada. Embora tentasse disfarçar.

Sexta-feira | 13 de novembro de 2015 – Sete horas da manhã.

– Bom dia, querido. Parece que você não dormiu aqui.
– Se parece, é porque eu não dormir. – Respondi terminando de abotoar minha camisa branca.
– Ai, Arthur... as vezes você me cansa.
– Essa sensação é reciproca. – Retruquei ajeitando as mangas da camisa.


– Você só está com raiva. É por isso que está falando assim. – Lua pontuou. E eu preferi ficar calado.

Pov Lua

Arthur ainda estava bastante irritado e de madrugada quando me levantei pra ir vomitar quase a garrafa toda de vodca que eu tinha ingerido, eu notei que ele não estava ao meu lado. Isso nunca tinha acontecido depois das nossas brigas. E olha que já foram muitas. Mas eu não iria me irritar com isso, eu estava com dor de cabeça e não queria que amanhecesse. Bem que podia ser sábado.

Quando acordei, ele já estava se arrumando para sair. Provavelmente já era mais de sete horas. Eu ia chegar atrasada no trabalho. Que droga! Eu só queria ficar em casa.

Dei bom dia a ele que foi muito seco ao me responder. É claro que eu provoquei ele. Depois Arthur resolveu me ignorar e eu fui tomar banho.

Não vi que horas ele saiu de casa. Mas eu saí quase oito e quinze. E eu entro oito horas no trabalho.

Se entregue a mim por inteiro
E eu vou me entregar a você por inteiro
Você é o meu fim e o meu começo
Mesmo quando eu perco, eu estou vencendo
Porque eu me entrego a você por inteiro
E você se entrega a mim por inteiro

– Posso entrar? – Falei abrindo a porta do escritório.

Eu tinha ido a produtora porque tinham acabado de chegar os últimos três documentos do apartamento que faltava Arthur assinar. E eu teria que reenviar, ainda na sexta-feira. Junto com os outros que ele já tinha assinado.

– Acho que você já entrou. – Nick que estava ao lado de Arthur comentou. E Arthur ficou me encarando.
– De qualquer forma, vou entrar. Espero não estar atrapalhando.
– Não se preocupe, Lua. – John pediu. – Estamos apenas discutindo algumas coisas para os shows.
– Obrigada, John. – Falei fechando a porta. – Boa tarde, querido. – Falei abraçando, Harry e lhe dando um beijo na bochecha.
– Boa tarde, Luh.
– Oi, Mika.
– Oi, Lua. – Ele respondeu me jogando um beijo, e eu retribui.
– Se você virar o rosto, eu vou te bater. – Sussurrei quando me aproximei de Arthur. Ele ainda estava bastante irritado.
– Então eu acho que vou apanhar. – Ele pontuou.
– Engraçadinho. – Lhe dei um beijo na bochecha, sim, ele virou o rosto. – Em casa a gente conversa sobre isso. Porque agora eu preciso falar um assunto urgente com você. – Contei.
– Não podia esperar eu chegar em casa?
– Não, Arthur. É urgente. É sério.
– Espero que seja urgente mesmo. – Ele disse se levantando.
– Lua?
– Oi, Nick? – Me virei para olha-lo e Arthur parou logo atrás de mim.
– Faz algo para ele liberar esse estresse. Que meu Deus! Ele tá um saco hoje. – Ele me disse. – Só você pode fazer isso.
– Tenho que concordar. – John afirmou e Arthur revirou os olhos.
– Eu sinto muito rapazes. Mas eu sou a causadora desse estresse dele. Dessa vez não posso ajudar. – Contei e eles riram.
– Vamos logo, Lua. Para de dar papo pra eles.
– Ele disse que não quer escutar nem a minha voz. E eu tenho uma voz maravilhosa, ele sabe. – Comentei e encarei Arthur. Não é ele que adora falar nas entrelinhas? Então!
– Para, Lua. Vamos logo! – Arthur me puxou para fora da sala. – Você quer falar aqui ou dentro de alguma sala?
– Pode ser aqui. – Me sentei em uma das cadeiras que ficava no corredor e Arthur sentou-se em outra. – Marke me enviou os últimos documentos, você precisa assinar, porque eu tenho que reenviar ainda hoje.
– Por que isso? Ele não ia trazer amanhã? – Arthur pegou os documentos.
– Sim. Mas como George não vem, eles precisam autenticar lá também. As duas copias. Você entendeu?
– Sim. Me empresta uma caneta.
– Toma. – Entreguei a caneta a ele.

Arthur assinou os documentos e me entregou.

– Só isso?
– Posso usar o motoboy aqui da produtora?
– Pode, Lua.
– Obrigada. – Agradeci. – Me dá uma carona, Arthur.
– E você foi para o trabalho de quê?
– De táxi. Eu saí atrasada de casa.
– Imagino. Se você quiser esperar.
– De boas, querido.
– Eu vou voltar pra reunião.
– Vai lá... vou atrás do motoboy.
– Fala com atendente lá da frente.
– Vou falar.

Arthur voltou para a sala e eu fui atrás da atendente. Entreguei o envelope a ela e depois voltei para a sala.

Arthur continuou sério conversando com Nick. Enquanto John falava com Chay, Mika e Harry. Me sentei no sofá e ajeitei meu vestido. Depois peguei meu celular dentro da bolsa e comecei a mandar mensagens para Arthur. Só para provoca-lo.

“Você sabe que fica irresistível assim todo irritado né?”

Enviei e notei que Arthur pegou o celular e depois me encarou, negando com a cabeça.

“Por que você não me responde?”

Arthur pegou novamente o celular.

“Você tá se fazendo de difícil.”

Enviei outra mensagem e Arthur desligou o celular. Eu tive que me controlar para não rir. Abri a câmera do celular e tirei uma foto do Arthur com Nick. Ele estava sorrindo, nem parecia que estava irritado. “Tão lindo... nem parece que está irritado comigo.” Coloquei na legenda da foto que postei no instagram.


– Acho que por hoje é só. Na segunda-feira a gente continua. Conseguimos adiantar bastante, vocês não acham? – Ouvi John falar.
– Sim. Bastante mesmo. – Nick concordou e fechou o notebook. – Tchau, gente. Bom final de semana.
– Tchau. – Os meninos falaram juntos.
– Tchau, Luh.
– Tchau, querido. – Falei lhe jogando um beijo.
– Vamos, Lua. – Arthur me chamou.
– Você já foi mais carinhoso. – Comentei.
– John vai fechar a sala, Lua.
– Você diz pra ele que fecha mais tarde.
– O que vamos ficar fazendo aqui?
– Uhm... você já teve uma imaginação melhor, meu amor.
– Para, Lua. Eu te conheço. Você só tá me provocando. – Ele deixou claro.
– Você ainda está bravinho?
– Bravinho? Ah, você nem faz ideia, Lua. – Ele me disse. – Vamos logo.
– Tchau pra vocês. – Mika e Harry falaram já saindo da sala.
– Tchau.
– Arthur, eu preciso trancar essa sala.
– Diz isso pra Lua, John. Ela parece que quer ficar aqui. – Ele disse e tentou se afastar.
– Se você me der um beijo, nós vamos embora. – Falei.
– Eu não vou te beijar. Eu sei que você só tá me provocando.
– Eu jamais faria isso, Aguiar.
– Lua é sério, vamos embora.
– Você tá insuportável. Você sabe né?
– Tudo culpa sua. Não reclama.
– Me ajuda a levantar.
– Você adora me irritar, só pode.
– Isso é verdade. – Concordei. E arthur me puxou. – Com cuidado.
– Arthur, eu vou trancar vocês aí.
– Nós já vamos, John.
– Só um beijo.
– Eu não sou idiota, Lua.
– Você vai resistir?
– Tem que ter muita paciência com vocês. – Arthur comentou me fazendo rir. – Você acha que eu vou cair nessa?
– Eu não estou fazendo nada. – Me defendi. E Arthur me puxou pela cintura. – Aaai...
– Sem provocações, Lua. – Ele disse antes de me beijar. É óbvio que ele beijaria. – E eu sei que você só tá me provocando. – Ele acrescentou após o beijo.
– Leva a minha bolsa. – Falei entregando a bolsa a ele e segurei o riso quando ele pegou. Não era muito aconselhável testar até onde a paciência do Arthur iria. Mas eu adorava correr esse tipo de risco. – Ainda não quer falar comigo?
– Só te beijei pra gente ir embora.
– Até parece... – Comentei rindo e sabia que ele também queria rir. Mas não ia dar o braço a torcer. – Você sabe que eu sou muito boa em te provocar.
– Todo dia eu passo por essa prova, Lua. Vou pegar o carro. – Ele avisou.

Continua...

SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.

N/A: Boa noite, gente!!! Tudo bem? Mais uma atualização pra vocês. Aqui pra mim ainda é 31 de janeiro haha

Dedico este capítulo a Brenda – ela esperou muito por ele, vocês não fazem ideia. E quarta-feira foi aniversário dela. Minha assessora de fanfic <3

Espero que tenham gostado do capítulo. Porque eu adorei demais! Quem aí estava com saudades do Harry e da Lua? – Mas que não esperava que ela fosse dar um bolo no Arthur? Vish! Lua é muito debochada! Adora provocar o arthur de todas as formas, e ele conhece direitinho o jogo dela. Ainda mais quando está irritado.

Comentem bastante tá? E façam perguntas caso tenham alguma curiosidade ou dúvida.

Eu amo essa música – trilha desse capítulo – demais <3 <3 <3 Que música liiiiindaa!

Beijos e até a próxima atualização...

19 comentários:

  1. Amei o capítulo Mille ! Esses dois vivem agora entre tapas e beijos literalmente kkkk ! Não quero nem pensar no que está por vir 🙄😂 !

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  2. Milly sou sua fã kkk de verdade,a cada capítulo eu gosto mais e mais da sua escrita. Amei esse capítulo foi muito engraçado kkk amo a amizade da lua e do Harry e que fofo ele tentando ter uma conversa séria com a Lua, tentando entender o que ela tá sentindo e poder ajudar ela de alguma forma *___* eu acho que ela devia desabafar com alguém, pra aliviar esse peso que ela tá sentindo.Ri muito com a Lua bêbada kkk achei que o Arthur teve razão em ficar chateado e muitoooo irritado com a Lua mas tenho que admitir que eu adoro a Lua provocando ele e sendo sarcástica kkk como vc pode ver eu amei tudo nesse capítulo!!! Você arrasa *___*
    Caroline

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    1. Aaaah 😍 muito obrigada, Caroline! Você é um amor! Saber disso me deixa muito feliz. Eu estou sempre me esforçando para escrever cada vez melhor.

      Sim, Harry é um amigo maravilhoso. Não são todos que se importam. Ele ainda conseguirá essa conversa séria, não se preocupe. Lua vai querer conversar com ele.

      KKKKKKKKKKKKKKKK ela estava muito hilária 😂😂 mas acho que ela estava precisando extravasar e encontrou o amigo certo. Porque estava bêbado, mas estava preocupado com ela.

      Ela deve adorar mais que a gente fazer isso com ele. Arthur só perde a linha com ela. Porque olha... ela sabe direitinho como tirar ele do sério. Mas um bolo é um bolo. Quem não ficaria chateado também né?!

      Fico muito feliz em saber disso, Carol. Obrigada meeeesmo!

      Beijos...

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  3. Milly sua linda, bem q vc disse q o capítulo seria enorme ♥
    Esses dois amam se provocar e ñ conseguem ficar brigados um com o outro, mais lua pisou na bola com o Arthur, ter dado um bolo nele já o deixou irritado,mais ficar sem notícias dela o deixou puto, tadinho ficou mega preocupado. Arthur deveria ter colocado a lua nas costas e saido com ela ao invés de ter beijado kkkkkkkkkk
    Lua e Harry juntos só podia da merdaaaa kkkkkk Harry todo cuidadoso com a lua,tanto pq tem uma grande amizade com ela e tbm medo do Arthur matar ele caso acontecesse algo rsrsrsrs. Nossa pequena Anie apareceu louco hoje, mais como sempre um amorzinho♥ amei as fotos, como sempre nos ajuda muito a fantasiar melhor a história. Xx adaline

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    1. Corrigindo, Anie apareceu pouco hoje e ñ louco kkkkkkk xx adaline

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  4. Esse casal vive entre tapas e beijos...
    O Arthur está irritado com razão, ela deixou o coitado esperando! As vezes acho a Lua um pouco grossa com o Arthur e ele é sempre tão amoroso com ela.

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    1. É o jeito dela. E Arthur sempre soube e entendeu. E Lua nunca escondeu isso dele. Mas várias vezes ela já reconheceu quando tratou ele mal. O fato dela ter dado um bolo nele, foi super sem querer. Mas ele tem razão de ficar chateado. Ele é um amor mesmo. Sempre foi.

      Obrigada pelo comentário. Beijos...

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  5. eu amei o cap. ansioaa pelo próximo. Eu amo quando tem umas briguinhas, confesso ��
    Continua por favor ��
    -Ale

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    1. Que bom, Ale. Fico tão feliz em saber disso. ❤🥰

      Obrigada pelo comentário. Beijos...

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  6. Amei o capítulo tadinho do Arthur
    Vdd anie apareceu pouco kkkkllkk
    Saudades dessa amizade da lua com Harry
    Mais dar um bolo no Arthur foi demais .Kkkkllkk
    Amando cada vez mais

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  7. amei MUITO
    Só q a Anie ta aparecendo pouco

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  8. Parou na melhor parte hahahaha
    Eu amo quando arthur fica bravo com a lua, pq na maioria das vezes é ela quem fica brava com ele..
    Faz essa briguinha durar uns dias, sempre é o arthur que sofre, chegou a vez da lua hahahahaha
    Continua prfv

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  9. eu estou muito ansiosa para a continuação e a reconciliação.. Lua deve agradar o Arthur pouco.
    estou mando ❤

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  10. Amei muito!
    Arthur poderia da um gelo nela kkk

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    1. Ah que bom! Fico tão feliz em saber disso.

      Hahaha que maléfica, você 😂😂

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  11. Cara, você é sensaional!
    Continua vey,por favor

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    1. Obrigada! ❤😍

      Em breve terá atualização. Não se preocupe.

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  12. Quais são os dias q vc vai posta?

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    1. Não tenho como falar um dia exato. Pois eu posto assim que termino de escrever o capítulo e o próximo eu ainda nem comecei a escrever.

      Beijos.

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