Little Anie - Cap. 80 | 3ª Parte

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Little Anie | 3ª Parte

Pov Lua

Capítulo anterior...

– Fiquei com calor também, e quando vi, você estava do outro lado da cama, toda jogada. – Ele riu e abriu os olhos. – Liguei o ar-condicionado e te cobrir. Sei que não gosta do ar ligado.
– Não.
– Mas eu estou com calor.
– Tudo bem... só você me abraçar. – Expliquei.
– Tá bom. – Arthur me puxou para mais perto ainda e me cobriu com o lençol.

E voltamos a dormir.

Continua...

***

Quinta-feira | 22 de Outubro de 2015.

Acordei de bruços na cama, o lençol cobria apenas da minha cintura para baixo, e senti Arthur roçar a barba em minhas costas, ele sabia que isso me irritava.

– Bom dia... – Me disse, passando a barba pelos meus ombros.
– Acho melhor você tirar essa barba. – Minha voz estava completamente rouca. Eu ainda estava com muito sono.
– Ontem você disse que eu fico lindo e sexy com barba. – Me lembrou e continuou passando a barba pelas minhas costas.
– E fica. Mas você fazendo isso, me irrita, me pinica, me agonia e você sabe. Para! – Pedi outra vez, tentando me virar, mas Arthur me segurou. – Paaaaraaa! – Mas ele continuou. – Aaamoor...
– Tá bom, tá bom... mas só porque você fica toda vermelha. – Avisou. E me virou de costas na cama. – Oi.
– Oi... uhm... você já acorda assim.
– Disposto. – Ele mesmo ressaltou.
– Ai, por favor, Arthur.
– Lembra da caminhada?
– Não. Não quero fazer nada.
– Você nunca quer. – Comentou.
– Eu quero dormir, Arthur.
– Mas você não vai dormir... – Avisou, passando uma das mãos pelo meu corpo completamente nu. – E acho melhor você vestir uma roupa. Daqui a pouco as meninas acordam.
– Não dá pra dormir pelo menos mais trinta minutos? – Perguntei e Arthur negou com a cabeça e deitou-se na cama. Empurrei o lençol para o lado e fiquei sobre ele. – Uma bem rapidinha...
– Não sei se eu quero rapidinha. – Ele sorriu maroto, colocando uma mecha de cabelo meu para trás da orelha.
– Quer sim... – Provoquei, movimentando-me sobre ele. Arthur me puxou pra um beijo. Levei uma das mãos até seu membro e o puxei para fora da cueca, Arthur gemeu entre o beijo. O massageei até senti-lo duro e Arthur gemeu em meu ouvido. Me levantei o suficiente para encaixa-lo em minha intimidade, e me movi em direção a ele.

Foi tão devagar, tão calmo, que até estranhei por nenhum de nós dois ter perdido o controle e acabou do jeito que começou, com Arthur gemendo em meu ouvido.

– Agora sim, bom dia. – Falei, mordendo seu lábio inferior. Arthur ainda estava de olhos fechados, mas sorriu. Fiz menção de me levantar, mas ele me impediu, segurando em minha cintura. – O que foi?
– Espera só mais um pouco. – Me pediu.
– Como quiser. – Respondi, subindo e descendo sobre ele.
– Ah... Lua... – Ele abriu os olhos. – Assim não vamos parar.
– Não sei se eu quero parar. – Retruquei, e Arthur puxou sensualmente meus cabelos e passou a língua pelo meu pescoço.
Suas provocações me deixam louco! – Sussurrou em meu ouvido.
Eu sei, baby. E é por isso que eu provoco! – Admiti. Arthur riu baixo, puxando o lóbulo da minha orelha. Segurou em minha cintura e mudou de posição, ficando sobre mim. Abri um pouco as pernas, ele segurou em minhas coxas, puxando para que eu flexionasse as pernas, e foi o que eu fiz. Acomodou-se sobre mim, investindo uma, duas, três, quatro vezes, sem tirar os olhos de mim. – Amo você.
– Amo você.
– Nunca é uma rapidinha... você sabe, loira. – Me disse e eu assenti.
– Você não gosta. – O lembrei.
– Não gosto de nada rápido com você. – Acrescentou e investiu mais uma vez. Me fazendo abrir a boca, mas Arthur foi rápido ao me beijar. – Vista essa camisa. – Disse me entregando uma camisa cinza dele. E saiu de cima de mim, caindo ao meu lado, com uma das mãos sobre a barriga. Mas eu não me mexi.
– Assim que acaba? – Provoquei, fingindo-me de chocada.
– Boba! – Ele não caiu e me deu um selinho. – As meninas podem aparecer aqui. – Acrescentou.
– Onde você deixou minha lingerie?
– Coloquei sobre a poltrona. – Disse e apontou para a mesma.
– Uhm... obrigada. – Falei, vestindo a camisa que ele havia me dado, e voltei a me deitar. Arthur já tinha ajeitado a cueca.

Peguei meu celular para checar se tinha alguma mensagem e Arthur me abraçou, descansando a cabeça em meu ombro, colocou uma das pernas sobre as minhas e uma das mãos ele apertou a parte de cima de um dos meus seios e puxou um pouco a camisa. Coloquei uma de minhas mãos sobre o rosto dele, Arthur estava de olhos fechados e eu aproveitei para tirar uma foto.

– Você vai dormir, amor?
– Não, Luh.
– Olha que marido ousado você é. – Comentei e Arthur abriu os olhos e viu a foto.
– Uhm... – Ele sorriu. – Eu não estou fazendo nada de errado. – Completou e eu o olhei. Arthur acabou me beijando.

– Vou colocar na legenda: Bom dia. – Comentei, já digitando.

Link: Foto do Insta postada por Lua | Clique aqui e veja.

– O dia começou muito bom mesmo. – Arthur ressaltou. – Vamos tomar banho?
– Juntos?
– Pode ser... – Ele respondeu.
– Arthur?
– Oi, meu bem.
– Vamos aproveitar esse momento para falarmos da consulta? – O olhei e ele se ajeitou de lado na cama e me encarou.
– Vamos...
– Posso ligar hoje, para a clínica. Para saber qual dia tem consulta. Porque vou lá só na quarta que foi marcada a consulta da Anie.
– Então liga e depois me fala se conseguiu marcar. Creio que não seja toda semana que tenha essas consultas não é?
– É. Eu também não sei, mas acho que não. – Concordei e Arthur ficou me encarando. – Você está inseguro?
– Com medo. – Arthur foi sincero.
– Muito medo?
– Só um pouco de medo, Luh. – Ele acariciou minha bochecha. – Não quero que a gente se decepcione. Não quero te ver triste, porque você já me faz tão feliz, independente do resultado dos exames.
– Eu também tenho medo. – Admiti.
– Eu sei que tem...
– O dia que tiver, eu marco então.
– Sim. Pode marcar. Eu irei com você.
– Obrigada, Arthur. – O abracei. – Você se tornou um homem tão incrível e um marido tão maravilhoso.
– Que você nunca imaginou... – Ele riu.
– Eu nunca sonhei. – Respondi. E Arthur me abraçou mais forte.
– Eu sempre disse que seria o melhor que eu conseguisse ser pra a minha mulher, pra você, Lua. Só pra você. E você sabe o por quê? – Me perguntou e eu neguei com a cabeça, mesmo já desconfiando do porquê. Posso contar nos dedos de uma só mão, quantas vezes tocamos nesse assunto durante todos esses anos que nos conhecemos. – Porque eu não tive pai, Lua. Eu não conheci e não conheço esse homem e hoje, nem quero mais. Eu não toco nesse assunto, porque eu não gosto de lembrar que eu não tive uma família como tantas outras por aí... minha mãe viajava demais, que às vezes, chego a pensar que ela fazia questão disso. Célia ficava responsável por mim, já lhe contei isso. – Lembrou-se e eu apenas assenti. – Também teve uma filha, mas não tinha marido. Isadora era muito fofoqueira, fomos criados juntos, mas nunca tivemos uma relação de irmãos. Eu jamais queria uma irmã como aquela garota. Minha mãe levava ela para as viagens, quando não estava estudando e quando comprou a casa em Manchester, queria que nos mudássemos para lá.
– Ainda bem que você não foi. – Acariciei seu rosto. Arthur sorriu.
– Eu não quis ir. E só aí vim descobrir que aquela casa, estava em meu nome. Eu devia ter uns quinze ou dezesseis anos, e Célia ficou comigo. A semana ela passava aqui em Londres e os finais em Manchester. Isadora foi com a minha mãe. Graças a Deus. Você chegou a ver Célia...
– Sim. Especialmente quando eu dormia na sua casa...
– E ela nos enchia a paciência falando para tomarmos cuidado. – Arthur completou rindo. – Ah, loira... mal ela sabia que eu tinha tanto cuidado com você.
– Sempre teve. – Completei. – Você não se parece em nada com seu pai. Pode ter certeza disso. Você é um grande homem, Arthur. Tenho tanto orgulho de você, querido. Você é um pai tão maravilhoso, nem em pensamento eu cheguei a imaginar a metade do que você é para a nossa filha. Sempre preocupado com todos, sempre querendo cuidar de todos. Sou tão grata por você ser meu, Arthur.
– Sou seu desde quando te vi. E você sabe... só demorou pra me aceitar.
– É. Eu sempre dificultei as coisas pra você mesmo.
– Eu nem vou discordar. – Ele concordou divertido. – Me sinto um homem de sorte, Lua. Tenho você, tenho a Anie... nossa vida inteirinha aquela miniatura de gente que acha que já é grande. – Ele riu e eu o acompanhei. – Sou grato pela nossa família, querida.
– Eu sei, meu amor. Eu também sou. – Confessei. – E eu sei que você sonhou mais... – Completei.
– Isso não é errado. – Justificou.
– Não estou dizendo que é. Estou apenas te lembrando.
– Não estamos buscando algumas respostas? – Indagou, ajeitando-se na cama para me encarar mais de perto.
– Estamos. – Respondi.
– Então... – Deu de ombros. – A gente ainda vai realizar muitas coisas, Luh. Sou feliz pelo que já temos. Estou falando disso.
– Você acha que se não tivéssemos combinado no início do ano, sobre esperar mais um pouco pra termos outro bebê, já estaríamos esperando um?
– Eu não sei. Estava viajando, você sempre foi horrível com horários de remédios. Achei que ia engravidar, Luh. Mesmo depois de termos conversado.
– Eu não esqueci.
– Eu sei que não.
– Você não deixava! – Exclamei. Arthur sempre me ligava perguntando se eu já tinha tomado a pílula. – Isso chega até ser contraditório. Porque depois você ficou me pedindo um filho.
– Eu não estava mais viajando. E fizemos um... então... – Ele respirou fundo. – Talvez ainda não fosse a hora certa. Nunca vamos saber, Luh. E também, o seu tempo é diferente do meu. – Ele acariciou meu rosto. – Sempre fizemos as coisas no seu tempo. Mas sempre quando era bom para os dois. Somos um casal, não podemos fazer uma coisa um primeiro que o outro. Não daria certo. Se pudermos ter mais filhos, vamos fazer, querida. Vai ser um prazer, loira. E vai ser quando você quiser. Quando estiver preparada novamente.
– E se eu não puder mais?
– Já temos uma filha e está tudo bem. – Arthur me puxou pela cintura. – Você não precisa ficar pensando nisso. Nem fomos à consulta ainda. – Ele roçou o nariz no meu.
– Estou pensando nas hipóteses, nas possibilidades, nas chances disso acontecer.
– Não pensa, Lua. Deixa vim os resultados. Isso só vai fazer você se sentir mal. E eu não quero isso. – Arthur segurou meu rosto com as duas mãos. – Te amo muito.
– Por que você faz assim?
– Assim como? – Perguntou confuso.
– Desse jeito de que tudo pode dar certo. – Esclareci.
– Ora, porque pode, meu bem. – Arthur me deu um selinho. – Agora me abraça. – Pediu.
– Não quero frustrar você.
– Nenhum de nós quer isto, Luh. Agora deixe de pensar assim... vamos tomar banho? Estou até estranho Anie e Kathe não terem acordado ainda.
– Estão cansadas! Brincaram tanto ontem até tarde. – Comentei.

Me levantei junto com Arthur da cama e fomos para o banheiro. Não nos demoramos tanto no banho e como eu havia prometido ontem para as pequenas que íamos sair hoje pela manhã novamente, acabei aproveitando para vestir logo uma roupa de passeio.

Vesti um macacão curto jeans com detalhes desfiados e de botões na frente, um cropped quadriculado nas cores azul e branco também de botões. Um sapatênis na cor azul claro, e um relógio também azul, que imitava o jeans.


– Que linda! – Arthur me elogiou. Ele tinha acabado de pegar uma camisa manga comprida do closet.
– Obrigada. – Lhe joguei um beijo. – Você está uma delícia. Mas é melhor vestir a camisa. – Avisei, lhe arrancando uma risada alta.
– Boba!
– Eu sou uma esposa muito ciumenta.
– E olha que é verdade. – Arthur concordou vestindo a camisa.

Ele vestia uma camisa de manga comprida com vários tons de cinzas e preto, uma bermuda cinza, um sapatênis também cinza e um relógio.


– Vem, vamos tomar café. Estou morrendo de fome e além de ciumenta, minha esposa adora uma rapidinha que nunca é rapidinha de manhã. – Ressaltou, apertando meu corpo contra o dele.
– Agora você está reclamando?
– De jeito nenhum. Eu jamais reclamaria disso. – Deixou bem claro e sorriu. – Só estou falando que estou com fome, de comida.
– Eu também estou com fome. E é você quem não gosta de rapidinha. – Ressaltei e Arthur me abraçou por trás.
– Eu tenho motivos tentadores.... – Começou descendo uma das mãos pela lateral do meu corpo, já que com a outra mão ele segurava minha cintura. – Para querer que sempre demore mais. – Roçou os lábios no meu pescoço. – E você sabe quais são... ou quer que eu fale novamente? – Perguntou, antes de dar um tapa em meu bumbum. Me fazendo dar um pulo.
– A minha bunda!
– Não só ela. – Ele acrescentou divertido e eu acabei revirando os olhos.
– Você sempre faz isso!
– Você me provoca. Quer o quê?
– Eu não provoco você, Arthur. – Me defendi. – Eu sou assim.
– A tá e quer me enganar? – Disse irônico. – “Eu sei, baby. E é por isso que eu provoco!” Isso te lembra alguma coisa? – Me perguntou e lembrei de ter dito esta frase mais cedo.
– Você é idiota!
– E você me ama.
– Você se acha, Arthur! – Abanei o ar.
– Você fica toda linda irritadinha. Tenho vontade de morder. – Ele me abraçou outra vez por trás e descemos a escada. – Ei! Olha quem está aqui! Ontem nem te vimos. – Arthur me soltou e sentou-se perto de Mel na mesa, e eu sentei ao lado dele.
– Bom dia, amiga.
– Bom dia. Eu saí cedo para o trabalho, tinha um paciente às sete. Fui almoçar com a Sophia e o Micael e depois voltei para o trabalho, cheguei aqui quase oito da noite e vocês não estavam... – Ela nos explicou.
– Saímos com as meninas ontem... – Arthur respondeu. – Chegamos tarde.
– Meninas? – Mel perguntou confusa.
– Sim. Katherine dormiu aqui. – Respondi e Mel sorriu.
– Filha do John?
– Sim. Lembra do aniversário da Grace? Ela ficou de vim brincar com Anie e as duas acabaram pensando nisso... aí já viu. – Arthur completou.
– E como foi? – Mel perguntou divertida.
– Foi divertido. – Arthur respondeu.
– E cansativo. – Acrescentei. – Quem vê você falando assim, nem sabe que estava todo negativo ontem.
– Você me disse para relaxar. Foi o que eu fiz. – Ele me jogou um beijo.
– Deram trabalho para tomar banho quando chegamos. Anie deu mais trabalho para o Arthur, do que Kathe pra mim, foi até fácil convencê-la.
– Meu bebê não me deu tanto trabalho.
– Não foi o que eu ouvi ontem. – Retruquei.
– Imaginando vocês com duas crianças. Foram onde? – Mel ainda falava divertida.
– A um parque de diversão perto da London Eye. Tinha bastante gente.
– Eu vou pegar meu café. – Arthur avisou levantando-se.
– Pega pra mim também? – Fiz biquinho.
– Você não quer nada né?
– Por favor, Arthur.
– Uhm... por favor, Arthur. – Ele repetiu e foi até a cozinha.
– Sempre acaba fazendo... – Mel comentou.
– Na maioria das vezes. – Corrigi. – Vai fazer alguma coisa agora?
– Não pensei em nada ainda. Hoje é meu dia de folga.
– Vem com a gente. Ficamos de levar as meninas para dar uma volta, antes de deixarmos Kathe em casa. Daqui a pouco, Grace liga.
– Onde irão?
– Não decidimos ainda. – Respondi. – Vamos ver onde elas vão querer ir, quando acordarem.
– Você vai querer pão de queijo, loira? – Arthur gritou lá da cozinha.
– Vou. – Respondi.
– Tá. Então irei com vocês. – Mel respondeu e eu sorri.

Arthur voltou da cozinha com uma bandeja nas mãos, onde trazia nosso café.

– Você não me disse que tinha bolo de cenoura. – Comentei ao pegar meu copo de suco e meus pães de queijo.
– Você quer? – Ele me perguntou.
– Não, tudo bem. Depois eu pego. – Respondi e Arthur sentou-se na cadeira.
– E aí, Mel, decidiu se vai com a gente?
– Vou, Arthur.

Pov Arthur

Anie e Katherine apareceram na sala de jantar e andaram em minha direção.

– E o bebê, como está? – Lua perguntou para a amiga.
– Está bem. Os enjoos até cessaram essa semana.
– Às vezes vão e voltam, outras vezes passam mesmo.
– Espero que não voltem.
– Bom dia, meus amores. – Lua sorriu para as meninas que retribuíram o sorriso e o bom dia.
– Bom dia, mamãe. – Apesar de responder, Anie veio para o meu colo.
– Bom dia, tia Lua. Bom dia, tia Mel.
– Bom dia, querida. Você dormiu bem? – Mel lhe acariciou os cabelos.
– Dormi. – Kathe respondeu. Ela estava parada ao meu lado.
– Você quer vim aqui? – Lhe perguntei e ela me olhou e depois olhou para Anie que já estava em meu colo. E assentiu. Sorri e a coloquei em meu colo. – Eu também tenho dois bebês agora, Mel. – Comentei.
– Mas eu sou o seu bebê plincipal. – Anie sussurrou em meu ouvido.
– Sim. Claro que é. – Respondi baixo. E Anie sorriu. Lua negou com a cabeça e voltou a tomar seu suco.
– O que vocês vão querer comer agora? – Lua perguntou.
– Bolo de cenoula igual do tio Arthur. – Katherine respondeu.
– Quelo pão de queijo, mamãe. E chocolate.
– Quelo chocolate também, tia Luh.
– Tá bom, vou buscar pra vocês. – Lua disse, levantando-se da cadeira e indo para a cozinha.
– E o que as senhoritas aprontaram ontem, hein? – Mel indagou divertida e Kathe riu alto ao encarar Anie, que acabou escondendo o rosto em meu pescoço.
– Não aplontamos nada, tia Mel! – Anie respondeu.
– Só blincamos um montão! Né, tio Arthur?
– Sim. Tanto que nem queriam voltar para casa, não é suas sapecas?!
– É que tava tão legal lá no parque, papai.
– Uuuhm... – Apertei as bochechas de Anie. – Eu sei, meu amor.
– Está aqui o café de vocês.
– Obligada, tia Luh.
– Obrigada, mamãe. – Era engraçado ouvir Anie falar, porque às vezes ela falava as palavras corretamente, e outras, ela seguia trocando o r pelo l. Kathe parecia fazer a mesma troca em algumas palavras.
– Eu acho que não vou querer mais devolver a Kathe para os pais dela. – Comentei e Anie me encarou.
– Por que, papai?
– Porque eu estou adorando ter dois bebês aqui em casa. – Respondi. – Você não está gostando de ter uma amiguinha para brincar?
– Estou, papai... – Respondeu e levantou-se do meu colo para ir até Lua. – A senhola também quer ficar com a Kathe, mamãe?
– Kathe tem os pais dela, meu bem. Eles não vão deixa-la ficar aqui para sempre.

Lua explicou, tentando segurar o riso, Mel fazia a mesma coisa. Anie era inteirinha como Lua quanto aos ciúmes, mas eu não havia falado isso para lhe fazer ciúmes. Realmente eu estava adorando ter duas crianças em casa. E logicamente iríamos devolver Katherine para John e Grace.

– E você é o meu bebê pra sempre. – Ouvi Lua sussurrar e Anie sorriu.
– Só eu.
– Sim, meu amor. – Lua depositou um beijo na testa da filha.
– Mas eu estou com saudades do meu papai e da minha mamãe. – Kathe comentou e me olhou.
– Eu sei, pequena. Daqui a pouco levaremos você em casa. Não se preocupe. – Assegurei.
– E eu, Arthur? É para me preocupar com seu comentário? – Lua indagou, erguendo uma das sobrancelhas.
– Claro que não. Deixa de ser boba!
E aonde vocês irão querer ir? – Mel mudou de assunto.
– No shopping!
– No shopping, Kathe?
– É, tia Mel. Né, Anie?
– É. Pra jogar o joguinho de dança! – Ela exclamou.
– E vocês sabem jogar? – Perguntei, mesmo já sabendo a resposta. Eu e Lua sempre passávamos bem longe daquele corredor quando estávamos com Anie no shopping. Quando ela via aquelas luzes, queria ficar ali para sempre.
– Não, papai. Mas o senhor vai ajudar a gente.
– E quem disse que eu sei jogar aquilo?
– O tio Micael sabe. E é tão legal!
– Então você chama o tio Micael.
– Ai! Depois a ciumenta é só eu. – Lua comentou.
– E quem tá com ciúmes? Eu não sei jogar aquilo. E nem você. – Eu ri.
– A gente pode jogar, não é, Mel?
– Claro. Vai ser divertido.
– Por mim. – Dei de ombros.

Anie estava tomando café no colo de Lua, e Katherine, tomando café no meu colo. As duas não paravam de falar sobre barbies. E Mel e Lua faziam planos sobre chamar Sophia para saírem no final de semana.

– Papai?
– Oi, meu amor.
– Vamos jogar vídeo game antes de sair?
– Eu vou ganhar! – Exclamei, colocando Kathe no chão.
– Não! Eu vou ganhar! – Anie desceu do colo de Lua.
– Eu sei jogar também! – Kathe exclamou.
– Cuidado, filha e Kathe. Arthur! Pelo amor de Deus! – Ouvi-la exclamar enquanto corria com as meninas para a sala.

Pov Lua

As risadas já eram ouvidas mesmo antes deles chegarem à sala. Arthur era impossível por si só, agora imagina ele junto com o que ele mais ama na vida? Ninguém podia com isso.

– Ele está onde sempre quis estar. – Mel comentou. – Se só com Anie, ele já faz tudo o que ela quer, imagine ele agora?
– Achei preocupante ele não quer mais devolver a filha dos outros. – Comentei divertida. – Ele ama crianças mesmo, a gente sabe.
– Anie ficou com ciúmes.
– Demais. Ela está adorando a companhia de Kathe, mas possibilidade dela ficar aqui para sempre, parece não agrada-la muito.
– Deixa eu ver, Arthur diz que o ciúme é seu, mas ele não gosta de dividir nada dele, e Anie...
– Menos ainda. – Completei e nós rimos. – Ela sentiria muito ciúmes se tivéssemos outro filho. – Finalizei.
– E vocês? Voltaram a conversar sobre isso?
– Sim. Inclusive hoje. Vou ligar pra clínica mais tarde. – Respondi e terminei de tomar meu suco. – Para saber quando terá consulta. Arthur não quer que eu pense que vamos só confirmar o que já sabemos.
– Ele está certo. Pode haver chances, amiga.
– Ou não, Mel. Não quero criar expectativas. Na verdade, ele diz não está criando. É como se fôssemos e ainda nem soubéssemos o que nos espera. Mas no fundo eu sei o quanto Arthur quer que dê tudo certo, que tenha chances, amiga.  Eu sei que se tiver um por cento de chance, e eu quiser, ele vai fazer tudo o que puder. Eu sei. Conheço muito bem o marido que eu tenho.
– E eu conheço o Arthur. E eu também sei que ele fará, amiga. Mas você não deve ficar se cobrando assim. Você vai saber o que é melhor, independente de quantos por cento de chance tiver. Você não vai precisar decidir isso no dia da consulta. É melhor escutar o que a médica tem a dizer.
– Foi isso que ele me disse, esperar o resultado. Mas eu fico tão ansiosa.
– Eu sei, Luh. Imagino que não deve ser fácil.
– Nunca pensei que fosse passar por isso. – Suspirei. – Mas vamos mudar de assunto! Você já disse que está tudo bem com o bebê, mas e você? E Chay?
– Eu nunca mais nem o vi depois da nossa última conversa. Sei que preciso falar pra ele, mas não consigo encontrar um momento pra chamar de certo e contar. Ainda nem nos resolvemos quanto ao nosso casamento. Imagina falar de um bebê.
– Quanto mais tempo for passando, vai se tornar mais difícil esconder isso dele.
– Ei sei. Mas sempre me lembro de que ele não queria um filho agora.
– Essa criança não tem culpa, Mel.
– Nossa situação é completamente oposta. – Nós tentamos rir, era verdade.
– Sim. E sabe de uma coisa? Apesar de Arthur querer muito outro filho, no início do ano, conversamos a respeito e decidimos que não teríamos por enquanto. E eu comecei a tomar anticoncepcional. Isso durou só alguns meses até Arthur começar a me pedir um filho novamente. Eu até falei com ele sobre isso hoje.
– Você não tomava antes?
– Na verdade, eu sempre fui péssima com horário de remédios. E Arthur sabe disso. Eu comecei a tomar pílulas lá no começo, eu tinha uns dezoitos anos, minha mãe nem sonhava, enfim... Já namorava com Arthur. Antes de nos casarmos, eu parei, não porque queria engravidar, mas porque eu já vinha esquecendo e pulava alguns dias. Arthur não gosta de usar camisinha, mas ele passou a usar, não todas às vezes e eu não preciso dizer como fazíamos né?! – Perguntei e Mel negou rindo. – Enfim, não éramos mais adolescentes, mas eu ainda achava que éramos tão novos para sermos pais e seguimos tomando alguns cuidados até alguns meses depois de nos casarmos, mas sem pílulas, e eu até me surpreendo por ter demorado tanto tempo para engravidar de Anie depois que decidimos que era a hora. Depois que ela nasceu, como você sabe, não podemos tomar remédios. Arthur voltou a usar camisinha, mas depois a gente voltou a transar sem nada disso, amiga. Anie ia completar dois anos quando voltei a tomar anticoncepcional, porque não queria engravidar e sabia que tinha muitas chances disso acontecer naquela época. Eu ainda esquecia, mas depois que conversamos, ele mesmo me lembrava do horário, e eu acabava não esquecendo. Mas eu acabei usando por bastante tempo, mesmo parando algumas vezes. Bem resumidamente, essa é a minha história com o anticoncepcional.
– Desde quando comecei a tomar anticoncepcional, eu só resolvi parar agora. Uma péssima hora, eu sei.
– Você não sabia disso, então não se culpe também.
– Chay nem se importava com isso. Quando que ele ia me ligar lembrando pra tomar remédio, Lua? Nunca! Se ele tivesse que tomar remédio, eu teria que lembra-lo. Isso seria bem mais provável. Nossos maridos são completamente diferentes, amiga.
– Você se surpreenderia com o que mais Arthur se importa. E eu não estou falando isso pra dizer que ele é melhor ou sei lá...
– Eu sei que não. – Mel deixou claro.
– Porque eu ainda me surpreendo com Arthur, quando penso que já ouvi de tudo dele, ele surge com algo novo. – Sorri.
– Nós duas conhecemos o Arthur, mas eu diria que em posições diferentes.
– Sim, o conheço em muitas posições. – Ri alto.
– Eu não falei nesse sentido, Lua! – Mel me jogou o guardanapo.
– Eu entendi o que você quis dizer. – Nós continuávamos rindo. – Acabamos mudando completamente o rumo da conversa. – Comentei.
– É melhor do que falar de problemas. Por isso...
– É verdade. – Concordei.

***

– Quelo essa sapatilha!
– Qual?
– Essa blanca que é da lilica.
– Tudo bem. Vou pegar. – Falei e me levantei para ir buscar a sapatilha.

Katherine já estava arrumada. Vestia uma calça rosa bebê, um vestido com flores furadas no tecido, também rosa bebê; que tinha ficado a coisa mais fofa nela. E uma sapatilha com brilhos que mudavam de acordo com a luz.


Anie vestia uma saia azul jeans florida, uma blusa rosa, com detalhes de rosas na frente e que dava um nó na frente, uma sapatilha branca com detalhes rosa e uma bolsa azul claro.


– A gente já vai, tia Luh?
– Sim, querida. Esperem lá embaixo, ok? Já vamos descer. Quero as duas bem comportadas lá na sala.
– Pode assistir televisão, mamãe?
– Pode, meu amor.

Saímos do quarto de Anie, e ela e Kathe desceram a escada, indo para a sala. Fui para o quarto chamar Arthur.

– Amor?
– Eu já estou indo, Luh... – Me disse, saindo do banheiro. – Só preciso pegar minha carteira, mas antes tenho que lembrar onde deixei. – Falou e foi para o closet. Revirei os olhos e peguei a carteira que ele tinha deixado no criado mudo que ficava do meu lado da cama. Arthur voltou para o quarto e caminhou em minha direção assim que viu a carteira em minha mão.
– Uhm... eu não me lembrava.
– Percebi. – Afirmei. E Arthur me puxou pela cintura, me dando um selinho.
– O que seria de mim sem você? – Perguntou, cheirando meu pescoço.
– Não sei. Mas do jeito que você é bagunceiro, talvez demorasse uma vida para achar as suas coisas.
– Eu não sou bagunceiro, Luh.
– Ah não?
– Não. – Arthur revirou os olhos. – Vamos logo, ou daqui a pouco as meninas aparecem aqui. Vamos ao shopping mesmo?
– Sim, querido. Mas antes vamos almoçar.
– Tudo bem...

Arthur me pegou pela mão e saímos do quarto. Mel já devia está na sala com as meninas, porque do corredor dava para ouvir as três conversando.

– Vamos?
– Vamos! – Anie e Kathe gritaram.
– Quelo também tomar sorvete de chocolate.
– E eu de molango! – Kathe exclamou.
– Mas antes vamos almoçar. – Avisei.
– Vamos, Mel. Ou você já se arrependeu do que prometeu?
– Eu não vou correr de nada, Arthur. – Mel deixou claro.
– Vamos, querido. Porque nós ainda iremos te fazer dançar. – Completei.
– Hoje não, loira. Hoje não.

Mel estava com um vestido vermelho até os joelhos, ele era de alcinhas, na frente dava um nó entre os seios, e na saia tinha botões. A sandália que ela calçava era marrom, com detalhes dourado, a bolsa era marrom também.


***

Pov Arthur

Shopping Westfield Stratford City – Quinze horas.

– Mas tem muita gente, Luh. Elas vão ficar inquietas. – Apontei para os dois pingos de gente logo a nossa frente.
– Mas elas querem esperar. – Lua deu de ombros.

Tínhamos ido almoçar em um restaurante e agora estávamos aqui no shopping esperando esvaziar mais um pouco a sala de jogos. Anie e Katherine não aceitavam nenhum acordo e queriam esperar para brincar.

– A gente espela, papai.
– Vamos dar uma volta então... quem sabe quando voltarmos tem menos gente. – Mel sugeriu.
– Vamos. Melhor que passar a tarde aqui.
– Mas a gente ainda quer blincar.
– Eu sei, meu anjo. Eu sei. – Assegurei. – Vem, vamos. – Dei as mãos para as duas e saímos, com Lua e Mel atrás da gente.
– Eu estou precisando comprar umas calças compridas novas, você acredita que algumas minhas já nem fecham mais? Minha barriga quase nem aparece direito ainda. – Mel comentou confusa.
– Você lembra de quando engravidei da Anie? Eu quase precisei comprar um guarda-roupa novo. Mas só comecei a perder minhas roupas lá pelo terceiro, quarto mês. – Lua disse.
– Lembro. Fizemos muitas compras. – As duas riram. – Vai ser divertido fazer isso novamente.
– Podíamos começar hoje. Já estamos aqui mesmo. – Lua falou animada e Mel concordou. – Arthur?
– Oi?
– Vamos fazer algumas compras. Você vai levar as meninas aonde?
– Pra tomar sorvete.
– Ok, então. Vamos entrar nessa loja. – Apontou para a loja atrás de si. – Depois você procura a gente, tá?
– Por que você não me procura?
– Porque você só vai comprar sorvete. – Disse e me deu um selinho. – Tchau, meus anjinhos. – Disse jogando beijo para as pequenas. – Se comportem.
– Tchau, mamãe. Tchau, tia Mel.
– Tchau, tia Luh. Tchau, tia Mel.
– Tchau, princesas. – Mel lhes jogou beijos.

***

– Paaapaaai? – Anie me chamou.

Nós já estávamos na terceira loja. Estávamos sentados em um sofá. Anie estava deitada no meu colo e Kathe sentada ao meu lado cantarolando uma musiquinha infantil; era a quarta vez que ela cantava a mesma música.

– Oi, filha. – Respondi e abaixei a o rosto para olha-la.
– Aqui tá chato. Vamos logo lá na sala de jogos.
– Sim, está muito chato mesmo. – Estava um tédio. – Mas temos que esperar sua mãe e sua tia. Elas que vão brincar com vocês.
– Eu quelo água, tio Arthur.
– Tudo bem, Kathe. Vamos vê se aqui tem água. – Falei e chamei uma atendente. Ela disse que iria trazer a água e eu agradeci. Logo Lua e Mel aparecerem. Cada uma carregava quatro sacolas.
– Vamos, baby? – Lua sussurrou quando se aproximou de mim.
Baby. Estou chateado! – Avisei.
– Que falta de paciência, Arthur. – Lua comentou e me entregou duas sacolas.
– E ainda por cima, terei que carregar suas sacolas?
– Não só as minhas, baby.
– Tudo bem, Luh. Nem estão pesadas. – Mel disse e claro, eu carregaria duas sacolas pra ela também.
– Me dá duas sacolas. Eu carrego, sem problemas. – Pedi já pegando as sacolas. Porque sabia o quanto aquelas mulheres eram teimosas.
– Até que fim. – Anie comentou, nos fazendo rir.
– Que danadinha! – Lua lhe apertou as bochechas.
– Pra vocês verem, tive que fazer de tudo para elas se comportarem. – Fiz drama. Porque não havia sido nada difícil, e isso era estranho. Elas estavam entediadas, mas estavam comportadas.
– Até parece... – Mel riu. – Elas estariam correndo se fosse com a gente. Disso eu não tenho dúvida. Você fez curso?
– Não posso revelar meus truques. – Falei e pisquei um olho.
– Agola a gente vai blincar!
– Vamos!

***

– Olha, não tem ninguém jogando agora. – Mel comentou.
– Eu vou com a Mel e você vai com a Kathe. Tá meu anjo?
– Tá. Mas como é que a gente faz?
– Olhem pra gente, tá bom? – Lua disse divertida.

Colocaram as fichas na maquina fazendo as luzes acenderam, e logo a música começou a tocar. E no chão piscar as luzes. Mel e Lua começaram a pisar nos quadradinhos que acendiam e eu comecei a rir. Porque a velocidade foi aumentando.

Quando elas saíram de lá, minha barriga estava doendo demais. Tanto de rir delas tentando manter o ritmo, quanto de rir das risadas de Anie e Katherine. Elas estavam vermelhas de tanto rirem também. Lua e Mel estavam suando.

– Eu não acredito que vi isso. – Comentei entre risos. Mel sentou-se em uma cadeira perto da maquina de pegar usos.
– Esse jogo é doido. Nunca mais faço isso. – Mel disse tomando um copo d’água. Que eu como uma boa pessoa, tinha ido comprar para elas.
– Perdi todas as calorias indesejadas que tinha. – Lua se apoiou em mim. – Nem preciso mais ir caminha com você de manhã. – Ressaltou.
– Já não queria ir antes mesmo, né? – Provoquei, lhe apertando a cintura.
– Nossa! Isso cansa demais. Cansa mais que fazer sexo, minhas pernas estão bambas, Arthur.
– Oh, loira. E você só foi se cansar...
– Não ri.
– Vocês querem fazer isso, pequenas?
– A gente não vai conseguir.
– O que foi que o papai falou?
– Odeio quando você tem razão. – Lua comentou bebendo água.
– Eu sempre acabo tendo razão.
– A gente pode jogar fliperama, papai? – Anie me perguntou.
– Pode. Vamos, Luh? – Lua era boa também. – Você sabe jogar, Kathe?
– Não.
– Ajudo você, pequena. Você vai jogar, Luh?
– Vou acabar com você.
– Aham... vamos ver, baby.
– Eu sempre perdi todas as vezes que tentei jogar. – Mel comentou. – Micael nunca me deixou ganhar.
– Micael nunca ganhou de mim. – Contei. – Harry já, uma vez. E Lua, algumas vezes. Anie eu deixava ganhar no começo, mas agora que ela sabe, ela ganha de mim se eu bobear.
– Vou pedir pra Anie me ensinar. – Mel disse divertida.
– Vamos logo, papai!
– Vamos, meu amor.

Pov Lua

– Olha, eu posso postar essa foto das meninas? Eu não sabia que você tinha feito um book delas. – Falei divertida ao mostrar a foto para ele. Estávamos indo para casa. Era quase sete horas da noite. Tínhamos acabado de deixar Kathe na casa dela.
– Engraçadinha! Foi hoje de manhã. – Arthur respondeu e voltou a olhar rapidamente para a avenida.
– Eu estou tão cansada. Você está cansada, Anie?
– Quelo dormir, tia Mel.
– Own, meu amor. Já vamos chegar em casa, filha. – Falei. – Vou postar tá, Arthur? Acabei nem tirando fotos delas.
– Tá, Luh.

A foto era uma que Anie estava dando um beijo no rosto de Kathe, que estava sorrindo com os olhinhos fechados. Elas estavam de vestido branco. E me surpreendi ao observar a foto, o quanto elas estavam parecidas.


– Obrigada, Arthur. – Mel agradeceu assim que Arthur deixou as sacolas de compras dela no quarto. E eu segui para o quarto de Anie, que já tinha tirado os sapatos e a blusa.
– Vamos tomar um banhinho bem rapidinho? O que você vai querer comer antes de dormir, meu anjo?
– Eu não estou com fome, mamãe...
– Mas tem que comer alguma coisa, meu amor.
– Tá... um gagau então...
– Ok. Um gagau.
– Tudo bem por aqui?
– Sim. Você me faz um favor, Arthur?
– Todos. – Disse se sentando na cama de Anie.
– Pede pra Carla fazer um mingau pra Anie.
– Mas eu quelo que a senhola faz.
– Faça, querida. – Arthur corrigiu.
– É. Faz. – Anie insistiu e acabamos sorrindo.
– Ok. Então eu banho você e a mamãe faz o mingau, tá? Pra ser mais rápido.
– Tá.

***

– Luh? – Arthur me chamou. Eu tinha acabado de sair do closet. Vestia uma camisola branca de alcinhas, com renda na parte de cima dos seios e em uma parte abaixo, na barriga.


– Oi.
– Você ligou lá pra clínica? Nem falamos mais sobre isso hoje.
– Liguei. Tem consulta segunda. É só uma vez na semana.
– Você marcou?
– Sim. – Falei e me sentei na cama. – Segunda-feira, dia vinte e seis. Às nove da manhã.
– Ok. Agora vem aqui... – Me chamou, estendendo uma mão para que eu pegasse. – Você está cansada?
– Estou. – Ri. – Minhas pernas doem.
– Mas eu avisei. Vocês queriam me zoar, olha só o que foram arrumar...
– Uhm... mas foi divertido. Eu gostei da nossa tarde com as meninas e com Mel. Ela se divertiu também.
– Sim. Foi muito bom mesmo. Eu também gostei, querida. – Disse roçando os lábios nos meus. – Te amo.
– Te amo.
– Você está tão sexy. – Sussurrou em meu ouvido, subindo um pouco minha camisola.
– Sou sexy!
– Muito. – Arthur pontuou e me encarou. – Você é tão linda. E eu sou louco por você e já te disse isso tantas vezes...
– Incontáveis vezes. – Acariciei seu rosto. – Sou louca por você também, Arthur.
– Eu sei. Sou irresistível mesmo.
– Muito. E nem um pouco humilde. – Comentei e ele riu. – Vamos dormir?
– Vamos. Eu nem queria dizer nada... mas ainda bem que você está cansada também. – Ele comentou divertido, me fazendo rir também.
– Eu te conheço, Arthur.
– Eu sei que conhece. – Ele puxou meus cabelos para trás. – A gente se conhece tão bem, Lua. Não trocaria isso por nada.
– Nem eu. – Afirmei. E iniciamos um beijo lento. Arthur me puxou para mais perto, e eu acabei ficando sobre ele, mas não passamos dos beijos. Aqueles beijos...

***

Eu pensei que estivesse sonhando, mas o barulho estava tão insistente que eu acabei abrindo meus olhos. O quarto estava escuro, Arthur estava dormindo com os braços em volta da minha cintura. E mais uma vez eu escutei o barulho da campainha, numa sequência que estava me irritando. Peguei meu celular para ver as horas. Eram três e vinte de dois da madrugada.

Que droga!

Quem era o desocupado que estava tocando aquela campainha uma hora dessas?

– Arthur? – O chamei. Ele apenas se mexeu e me abraçou mais forte. A campainha tocou novamente e ele abriu os olhos.
– O que foi? – Perguntou sonolento. – Que hora é isso?
– Três e vinte e dois. Não sei quem é o louco que está perturbando uma hora dessas! – Reclamei irritada. Arthur se levantou. – Você não vai abrir a porta assim. – Falei e Arthur vestiu uma calça de moletom e uma camiseta.
– Eu vou ver antes, Lua. Calma! – Pediu, calçando os chilenos.
– Eu vou com você. – Falei e saí do quarto com ele. Mel também ia saindo do quarto dela.
– Quem será? Acordei achando que estava sonhando.
– Eu também. – Revirei os olhos.
– Deve ser algo grave. – Arthur comentou e chegamos à sala.
MEL! ABRE ESSA PORTA!
– Ah não! Essa hora não. – Mel passou as mãos pelos cabelos.
– Chay! – Falei e Arthur andou até a porta.

Continua...

SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA!

N/A: Boa tarde, leitores! Tudo bem com vocês? Aqui está mais uma atualização de Little Anie. E espero que vocês gostem. Já sei que vão ficar ansiosas para o próximo capítulo haha ainda mais com esse finalzinho aí.

Anie e Kathe <3 que nenéns mais fofas. Quero as duas pra mim hahaha pelo visto, Arthur também.

E Arthur como pai e marido? MDS! Onde que encontra um desses?! É tão lindo o jeito que ele lida com as inseguranças da Lua, passando confiança pra ela <3

Nos próximos capítulos terá saideira das meninas. Estão precisando né?

A parte tensa: E Mel e Chay? Será que dessa vez ela fala do bebê?

Viram os links? Esse capítulo teve bastante! Gostaram? A foto de Anie e Kathe <3

Bom é isso, COMENTEM! É importante pra eu saber o que vocês estão achando da fanfic.

Um beijo... e até o próximo capítulo.

12 comentários:

  1. Simplesmente Amei Milly *____* esse capítulo teve um misto de relações que eu amo na sua web, a relação do Arthur e da Lua(lógico kk), a relação de pai e filha, a relação de amizade(como eu amo as meninas juntas kk),o que é o Arthur como marido,como pai, como amigo, como tudo kkkk sem comentários,apenas um sonho de consumo. Amei tudo nesse capítulo!!!!!
    Ele determinou tenso, mas eu acho que já tá na hora do Chay saber de tudo, mesmo sem ele merecer.
    Arrasou Milly *___* Sou suspeita kkk
    Caroline

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  2. Eu amo essa web.. Fico tão feliz quando tem atualização <3

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  3. Amei o capítulo Milly ���� simplicidade arrasou como sempre ��❤

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  4. Olá Milly, venho acompanhando recentemente a web e gostaria de perguntar algumas coisas e espero que leia e tire essas dúvidas, a web está perto de acabar ? E voce pretende finalizar com quantos capítulos ? Lembrei tbm que no capítulo 73 se não me engano vc respondeu um comentário sobre a lua ter mais filhos e vc disse que pretendia finalizar a web so com a anie mesmo, gostaria de saber se mudou de ideia ou continuará com esse final, espero que leia e tire essas dúvidas, vc e incrível como escritora,um grande bjo de uma admiradora

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    1. Olá, Natasha!
      》Respondendo a 1 pergunta: Não. Não está perto de acabar.
      》Respondendo a 2 pergunta: Eu não sei dizer exatamente quantos capítulos. Como pode notar, eu acabo dividindo eles em partes como ex: cap. 80 | 1 parte. Cap. 80 | 2 parte e etc. Mas isso não se deu desde o começo. Eu acabei modificando a estrutura da fanfic do meio pra cá, não só a estrutura como o ppróprio enredo. Há coisas que eu disse lá no começo - e isso responde a sua 3 pergunta. Foi no capítulo 73 parte 4, que eu respondi a essa pergunta (e eu nem me recordava disso) - que hoje, eu já mudei de ideia. Mas quanto a Lua ter ou não um bebê, nós ficaremos sabendo no decorrer da história, porque eu ainda estou decidindo... Há leitores que me falam que Arthur ficaria frustrado, há outros de que ele seria completamente feliz só com Anie (como se vê que ele é). Eu também pensei na possibilidade de caso Lua engravide, seja uma menina novamente (Arthur nasceu para ser pai de menina) mas ele tem um sonho tão grande de ter um filho menino. Estas questões me fazem pensar bastante. Por esses motivos, ainda não posso lhe afirmar nada.

      Muuuito obrigada, Natasha ❤ Fico tão feliz ao ler um elogio desses!

      Quais mais dúvidas, é só perguntar. Espero ter respondido o que você esperava. Um beijo!

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    2. Respondeu sim haha fico feliz que tenha lido, gosto bastante dessa fic, já pensou em transformar em livro físico mesmo ? Seria legal ter em mãos uma obra tão boa como essa fic, e sim acho que Arthur é feliz só com a anie, gosto bastante da relação deles e seria legal vir um menino para aumentar a família, e tenho certeza que você dara um final legal pra essa família tão amada, por nada haha vc é incrível mesmo ❤️

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    3. Ah, fico feliz em saber disso ❤
      Em livro? Olha, eu não sei se teria essa coragem haha mas caso tenha, vocês serão os primeiros a saber.

      Sou imensamente grata a todo incentivo que vem de vocês.

      Então, no decorrer da fanfic, vamos ficar sabendo como essa história se desenrolará. Mas vou adiantado que daqui a 2 capítulos vocês saberão logo de uma parte.

      Obrigada novamente, Natasha! ❤

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  5. Amei muito capítulo! Amo essa relação de cumplicidade da lua e do arthur. ❤
    Taty

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  6. Essa história é um conto de fadas, eu leio e fico imaginando a minha vida assim, com um marido maravilhoso, uma filha tão fofa e inteligente e amigos para toda hora. Milly admiro sua capacidade para escrever coisas tao bonitas, vc arrasa como sempre. E a historia fica mais incrivel ainda com as imagens q vc coloca. Eu sabia q seria o chay louco atras da Mel uma hora dessas, estou muito ansiosa para o proximo capítulo . Xx Adaline

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  7. Arthur não está a falar a sério.arrasou capítulo. Sofia34

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  8. Amei o capítulo, A Anie com ciúmes é a coisa mas fofaaa.. Deh Lima.. ❤❤

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  9. O Arthur é um sonho de consumo ❤️❤️
    Me adiciona no what 93 99143-9417, pra quando for postar capítulo eu saiba.

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