Milagres
do Amor
O que fomos, o que somos… | Parte Final
Pov
Narrador
–
Não vou trazê-la aqui, ela está grávida e isso não fará bem. – respondeu
sucinto.
–
Por favor, senhor. – engoliu em seco, fazendo um careta de dor. – É meu último
pedido.
Arthur
suspirou cansado, esfregou o rosto e passou a mão pelos cabelos nervosamente.
–
Ok, tirem o corpo desse homem daqui agora, antes que eu volte. – falou antes de
sair. Tentando ao máximo minimizar a cena que sem dúvidas não sairia facilmente
da cabeça de Lua.
Entrou
em casa e encontrou Lua com Brandon em seus braços, que dormia um sono
tranquilo.
–
O que aconteceu? – perguntou após perceber sua presença ali.
Arthur
nada respondeu, foi até ela, tirando o garoto de seus braços e o colocando no
sofá. Uniu suas mãos nas dela e a encarou, seus olhos eram apreensivos pela
resposta que ele não havia dado.
–
Você tem que prometer pra mim que ficará calma…
–
O que aconteceu? – perguntou nervosa se levantando.
–
Amor. – a sentou delicadamente onde estava antes. – Você consegue se controlar?
Pelo Bebê.
Ela
assentiu e inspirou o ar lentamente.
–
Ok, o ex-marido de Jane tentou matá-la e se suicidou depois. – Lua arfou,
Arthur a encarou lhe dando um aviso mudo. Ela respirou fundo.
–
Como ela está? – perguntou mais calma.
–
Há poucos minutos de vida e chama por você. – falou de uma vez.
Lua
arregalou os olhos e levou a mão a boca.
–
Oh Deus... – mastigou seus lábios. – Vamos até lá.
Arthur
suspirou e a abraçou, beijando seus cabelos. Seguiram silenciosamente até o
quarto onde Jane estava.
Lua
engoliu em seco quando viu o estado da jovem. Abaixou-se trêmula e segurou sua
mão.
–
Lua, eu quero que você prometa pra mim… Que… Que cuidará de Brandon. – gaguejou
em meio a respiração pesada.
–
Você vai ficar bem, você vai cuidar dele. – tentou convencê-la.
–
Todos sabemos que eu não vou… Só te imploro… Que cuide… Dele, por favor. Você
será uma boa mãe pra ele. – disse enquanto tentava manter os olhos abertos. – A
mãe que eu não fui… Ele terá uma família… Por favor. – suspirou cansada e
fechou os olhos.
O
ferimento que Ruth apertava tentando estancá-lo, já estava aberto a tempo
demais, o sangue manchava a blusa que usava e o chão estava com uma poça.
–
Jane? – chamou alarmada, o corpo já não tinha mais vida.
As
lágrimas não puderam mais se seguradas, caíram como uma cachoeira sem fim,
manchando o rosto de Lua. Os soluços se mesclavam com o de Ruth, que tentou a
todo custo salvar a vida da pequena menina-mulher, que agora jazia no chão,
fria e sem vida. Como era de seu desejo há muito tempo.
O
barulho estridente da ambulância se fez presente no pequeno cômodo. Porém,
dessa vez, não havia chance de salvação ali.
Arthur
ergueu Lua pelos ombros, a levantando com cuidado, ela se virou e enterrou sua
cabeça em seu peito, manchando sua camisa com suas lágrimas. Eles deram
passagem aos enfermeiros que entraram desesperados no quarto e seguiram para a
mansão.
(…)
O
relógio marcava cinco horas da manhã quando Lua acordou, olhou em volta e
percebeu Arthur a encarando. Após um ataque de choro desesperado, os médicos a
examinaram e lhe deram um calmante.
Sentia-se
cansada, como se carregasse o peso do mundo em suas costas. Alisou a barriga e
sorriu quando sentiu um pequeno movimento. Era raro Nicole fazer isso com ela,
Arthur era o alvo de todos os redemoinhos dentro de sua barriga. Por um momento
se esqueceu tudo que tinha acontecido, mas as imagens de Jane logo encheram sua
mente a lembrando.
Caiu
nos travesseiros de novo, fechando os olhos. Sentiu mãos quentes acariciarem
suas bochechas, sorriu contra a mão e virou seu corpo, passando os braços pela
cintura de Arthur.
–
Bom dia. Melhorou?
–
Bom dia… Acho que sim. – disse enquanto cheirava seu pescoço ficando satisfeita
ao perceber a pele se arrepiar de imediato. – Amor… Nós precisamos conversar.
Sentiu
Arthur se remexer e se afastar.
–
Não Lua… Eu não quero falar sobre isso. – respondeu, já sabendo do que se
tratava.
–
Nós precisamos falar sobre isso.
Arthur
se levantou e passou a mão nos cabelos.
–
Não é porque a empregada pediu que cuidasse do filho dela, que você tenha que
fazer isso.
–
Arthur, ele não tem ninguém, vai acabar indo para um orfanato. – se ajoelhou na
cama o encarando.
–
É para lá que vários meninos e meninas vão todos os dias, não tem como evitar –
deu de ombros.
–
Mas nós temos como evitar dessa vez.
–
Lua, eu já falei que não! – esbravejou.
–
Por que não? – aumentou o tom de voz.
–
Eu não quero fazer isso, me entende. Não quero um garoto que não tem nada nosso
andando pela casa como se fosse meu filho, não temos que ter responsabilidades
que não são nossas.
–
Isso é tão egoísta da sua parte.
–
Chame do que quiser. – se escorou na parede olhando para os flocos de neve que
caiam pela janela.
–
E se eu não pudesse engravidar?
–
Então, não teríamos filhos. – respondeu simplesmente.
Lua
sentou na ponta da cama, ficando de costas pra ele. Não estava acreditando no
que estava escutando.
–
Você nunca desejou que tivéssemos filhos não é? – perguntou sobre o ombro.
–
Nunca tinha pensado nisso.
–
Deveria ter pedido para eu abortar então, já que não queria. – abaixou os
olhos.
–
Ei, não tire palavras da minha boca. – se irritou. – Eu não falei isso.
–
Mas foi isso que pensou, porque você não assume as coisas Arthur? Você nunca
pensou em ter uma família, não pensa até hoje. – disse desapontada.
–
Você entrou na minha vida e mudou tudo, não pensava mesmo Lua, mas isso ficou
no passado, tudo que veio depois de você foi uma completa surpresa pra mim. Eu
amo você e nossa filha, mas não serei capaz de amar outra pessoa como meu
filho, como já sinto pela Nicole. Um amor de pai, que vai além de tudo.
Lua
balançou a cabeça incrédula, Arthur foi até ela e seu ajoelhou espalmando suas
mãos em suas pernas.
–
Sinto muito por não ser o homem perfeito que você achava que eu fosse. – Lua o
encarou. – Eu não fui feito para amar Lua, eu não sou o homem certo para você eu
nunca fui. – Lua ofegou ao ver os olhos que tanto amava encher-se de lágrimas. –
Não era pra ser assim, algo deu errado em algum lugar que vai além de nosso
entendimento e fez essa bagunça. Nós não combinamos, você merece algo melhor
que eu. Eu apenas entrei em sua vida em uma hora que você necessitava e era
para ter saído logo em seguida. – Ao ver Arthur abaixar a cabeça e limpar suas
lágrimas, pela levantou em um rompante.
–
Se você quer se separar de mim fale de uma vez, não é porque estou grávida que
você tem obrigação de ficar comigo e essa criança. – disse chorando. – Diga que
quer que eu vá embora que eu nunca mais cruzo o seu caminho. Te deixo livre,
como você era e gostava de ser, assim você esquece do erro que cometeu se
casando comigo.
Arthur
abaixou a cabeça e deixou as lágrimas fluírem. Lua viu horrorizada essa cena,
era tudo uma prova de que ele achava mesmo um terrível erro o casamento, ele
não queria filhos e isso estragou a relação bonita e feliz que construíram
lentamente.
Lua
respirou e inspirou várias vezes, deixou seus joelhos cederem vagarosamente,
sentando-se neles. Deixando escapar seus soluços, isso não poderia estar
acontecendo, todo seu sonho, seu futuro ser despedaçado em sua frente, se
espalhando em cacos pelo chão. Sem ao menos pode fazer nada para impedir ou
junta-los.
Sentiu
Nicole remexer em sua barriga, a alisou, não poderia jamais perder seu pequeno
fruto. Ela seria sua única lembrança do pai.
Lua
é tirada de seus devaneios por mãos mornas a agarrando e a puxando para um
beijo cheio de significados. Juntando os rostos banhados pela água salgada.
Quente
e apaixonante, doce e meigo, forte e avassalador, revelador e manipulador,
carinhoso e apreensivo, tudo se mesclava. A mistura dos gostos de ambos, o
deslizar da língua se enroscando com a outra, a forma terna e perfeita que se
encaixavam. O mundo parava ali, as sensações eram bruscamente ligadas naquele
ponto, naquele momento. Ali se dizia tudo, mas o que ecoava pela língua
silenciosa, era o pedido de perdão.
As
mãos se enroscando na nuca, quadris, cabelos, os puxando de encontro aos corpos
necessitados e famintos.
Mas
sempre há um final, principalmente para as coisas boas. Os pulmões reclamaram e
assim, as bocas se separaram. Porém as testas foram unidas e as palavras que
Lua mais queria ouvir, foram sussurradas contra seu rosto, carinhoso e
perfeito.
–
Eu nunca pensei que casar com você fosse um erro, que esse bebê fosse um erro,
meu amor. Eu só tenho certeza que eu não mereço vocês de forma alguma. Casar e
viver o que estou vivendo com você, foi a melhor coisa que me aconteceu, nunca
irei me arrepender disso. Eu te amo Lua, mais do que tudo, nunca a deixarei
sair da minha vida. Nunca. – Lua sorriu aliviada, encarando o mar castanho que
estava lutando contra uma tempestade. Inclinou-se e uniu seus lábios outra vez,
logo deitou em seu peito, ali no chão mesmo. Se deliciando com a sensação
maravilhosa que era se sentir protegida e amada por Arthur. – Você é a exceção
de tudo que eu criei na minha cabeça. Tudo gira em torno de você. Eu sinto
muito, meu amor. Mas não há chances de eu mudar de ideia, me perdoe, mas não
toque mais no assunto de adoção. Peça-me qualquer coisa, menos isso. – beijou
seus cabelos.
Lua
fungou.
–
Me desculpe.
–
Não peça desculpas, apenas não quero vê-la chorando por isso, não quero que
toque nesse assunto comigo, você foi capaz de me mudar. Mas, eu não serei capaz
de fazer isso que você deseja, nada mudou na minha cabeça, pelo menos eu acho
que não…
–
Tudo bem... – ela se agarrou mais a ele, não queria jamais vê-lo chorando
novamente, não de tristeza.
Feliz
por ter interpretado as palavras completamente erradas, não suportaria ser
abandonada assim, não suportaria Arthur a deixando. Só de imaginar como sua
vida era antes, cheia de mulheres se sentia mal e magoada. Ele era tudo para
ela, e ela tudo para ele.
Apesar
de serem completamente diferentes, com defeitos e qualidades específicos, se
completavam como a metade de uma laranja, como a flor precisa de seus espinhos
a protegendo, como o mundo necessita do sol e o frio, como a certeza da morte
nos faz ter a força para viver…Um não vive sem o outro…
Se
eu te disser que eu te amo,
Mas
eu estou fazendo tudo certo sem você
Seria
mentira
Mas
eu poderia tentar
Eu
correria 1000 milhas
Pode
acreditar
Você
é o único que eu quero que me liberte
Sim,
vamos nos desfazer.
Se
eu pudesse apenas por uma noite
Estar
com você para acertar as coisas
E
o que fomos e o que somos está escondido nas cicatrizes
Se
eu pudesse te levar lá
Eu
não vou deixar passar Isso eu juro
Você
não terá que se perguntar o que somos
Porque
você não precisa nem procurar muito longe
Está
nas cicatrizes
Está
escondido nas cicatrizes.
Continua...
Se leu comente! Não custa nada.
Chateada, poxa, Arthur mega egoísta. Me
decepcionou muito essa atitude dele. O que acham que irá acontecer com o
pequeno Brandon? Será que ele irá mesmo para o orfanato? Ou Lua com toda sua insistência
irá convencer Arthur a adotar o menino?
Bom, já sabem, a maratona segue com
mais de 5, ou 7 e mais comentários.
Beijos, até mais...
O Brendon ten que ficar�� A Luh não pode deixar ele ir pro orfanato��....
ResponderExcluirAmando ❤️ Mais ❤️��
Posta mais
ResponderExcluirCoitado do Brendon... Continua
ResponderExcluirTbm achei egoista da parte do Arthur mas acho que Lua com as insitências acho que Arthur acaba sedendo :)
ResponderExcluirPosta mais estou amando *-*
ResponderExcluirSerá que ele vai mesmo pro ofanato ? ;(
Ahh meu Deus ela tem que convencer ele a adotar o menino.
ResponderExcluirPosta mais
Estou amando está maratona *-*
ResponderExcluirMais :)
Caramba fiquei chateada com a atitude do Arthur, o Brandon é uma criança maravilhosa, ele devia pensar melhor no assunto ADOÇÃO
ResponderExcluirPosta maiss
ResponderExcluirArthur foi um idiota, egoísta filho da mãe
ResponderExcluirTbm n gostei da atitude do Arthur sobre adotar o Brandon,ele é apenas uma criança,que precisa de amor e carinho ,mais o Arthur é tão egoísta que n encherga isso,ele ta sendo ridículo.😠
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