Milagres do Amor - Cap. 69º

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Milagres do Amor
O que fomos, o que somos… | Parte Final

Pov Narrador

– Não vou trazê-la aqui, ela está grávida e isso não fará bem. – respondeu sucinto.
– Por favor, senhor. – engoliu em seco, fazendo um careta de dor. – É meu último pedido.

Arthur suspirou cansado, esfregou o rosto e passou a mão pelos cabelos nervosamente.

– Ok, tirem o corpo desse homem daqui agora, antes que eu volte. – falou antes de sair. Tentando ao máximo minimizar a cena que sem dúvidas não sairia facilmente da cabeça de Lua.

Entrou em casa e encontrou Lua com Brandon em seus braços, que dormia um sono tranquilo.

– O que aconteceu? – perguntou após perceber sua presença ali.

Arthur nada respondeu, foi até ela, tirando o garoto de seus braços e o colocando no sofá. Uniu suas mãos nas dela e a encarou, seus olhos eram apreensivos pela resposta que ele não havia dado.

– Você tem que prometer pra mim que ficará calma…
– O que aconteceu? – perguntou nervosa se levantando.
– Amor. – a sentou delicadamente onde estava antes. – Você consegue se controlar? Pelo Bebê.

Ela assentiu e inspirou o ar lentamente.

– Ok, o ex-marido de Jane tentou matá-la e se suicidou depois. – Lua arfou, Arthur a encarou lhe dando um aviso mudo. Ela respirou fundo.
– Como ela está? – perguntou mais calma.
– Há poucos minutos de vida e chama por você. – falou de uma vez.

Lua arregalou os olhos e levou a mão a boca.

– Oh Deus... – mastigou seus lábios. – Vamos até lá.

Arthur suspirou e a abraçou, beijando seus cabelos. Seguiram silenciosamente até o quarto onde Jane estava.

Lua engoliu em seco quando viu o estado da jovem. Abaixou-se trêmula e segurou sua mão.

– Lua, eu quero que você prometa pra mim… Que… Que cuidará de Brandon. – gaguejou em meio a respiração pesada.

– Você vai ficar bem, você vai cuidar dele. – tentou convencê-la.
– Todos sabemos que eu não vou… Só te imploro… Que cuide… Dele, por favor. Você será uma boa mãe pra ele. – disse enquanto tentava manter os olhos abertos. – A mãe que eu não fui… Ele terá uma família… Por favor. – suspirou cansada e fechou os olhos.

O ferimento que Ruth apertava tentando estancá-lo, já estava aberto a tempo demais, o sangue manchava a blusa que usava e o chão estava com uma poça.

– Jane? – chamou alarmada, o corpo já não tinha mais vida.

As lágrimas não puderam mais se seguradas, caíram como uma cachoeira sem fim, manchando o rosto de Lua. Os soluços se mesclavam com o de Ruth, que tentou a todo custo salvar a vida da pequena menina-mulher, que agora jazia no chão, fria e sem vida. Como era de seu desejo há muito tempo.

O barulho estridente da ambulância se fez presente no pequeno cômodo. Porém, dessa vez, não havia chance de salvação ali.

Arthur ergueu Lua pelos ombros, a levantando com cuidado, ela se virou e enterrou sua cabeça em seu peito, manchando sua camisa com suas lágrimas. Eles deram passagem aos enfermeiros que entraram desesperados no quarto e seguiram para a mansão.

(…)

O relógio marcava cinco horas da manhã quando Lua acordou, olhou em volta e percebeu Arthur a encarando. Após um ataque de choro desesperado, os médicos a examinaram e lhe deram um calmante.

Sentia-se cansada, como se carregasse o peso do mundo em suas costas. Alisou a barriga e sorriu quando sentiu um pequeno movimento. Era raro Nicole fazer isso com ela, Arthur era o alvo de todos os redemoinhos dentro de sua barriga. Por um momento se esqueceu tudo que tinha acontecido, mas as imagens de Jane logo encheram sua mente a lembrando.

Caiu nos travesseiros de novo, fechando os olhos. Sentiu mãos quentes acariciarem suas bochechas, sorriu contra a mão e virou seu corpo, passando os braços pela cintura de Arthur.

– Bom dia. Melhorou?
– Bom dia… Acho que sim. – disse enquanto cheirava seu pescoço ficando satisfeita ao perceber a pele se arrepiar de imediato. – Amor… Nós precisamos conversar.

Sentiu Arthur se remexer e se afastar.

– Não Lua… Eu não quero falar sobre isso. – respondeu, já sabendo do que se tratava.
– Nós precisamos falar sobre isso.

Arthur se levantou e passou a mão nos cabelos.

– Não é porque a empregada pediu que cuidasse do filho dela, que você tenha que fazer isso.
– Arthur, ele não tem ninguém, vai acabar indo para um orfanato. – se ajoelhou na cama o encarando.
– É para lá que vários meninos e meninas vão todos os dias, não tem como evitar – deu de ombros.
– Mas nós temos como evitar dessa vez.
– Lua, eu já falei que não! – esbravejou.
– Por que não? – aumentou o tom de voz.
– Eu não quero fazer isso, me entende. Não quero um garoto que não tem nada nosso andando pela casa como se fosse meu filho, não temos que ter responsabilidades que não são nossas.
– Isso é tão egoísta da sua parte.
– Chame do que quiser. – se escorou na parede olhando para os flocos de neve que caiam pela janela.
– E se eu não pudesse engravidar?
– Então, não teríamos filhos. – respondeu simplesmente.

Lua sentou na ponta da cama, ficando de costas pra ele. Não estava acreditando no que estava escutando.

– Você nunca desejou que tivéssemos filhos não é? – perguntou sobre o ombro.
– Nunca tinha pensado nisso.
– Deveria ter pedido para eu abortar então, já que não queria. – abaixou os olhos.
– Ei, não tire palavras da minha boca. – se irritou. – Eu não falei isso.
– Mas foi isso que pensou, porque você não assume as coisas Arthur? Você nunca pensou em ter uma família, não pensa até hoje. – disse desapontada.
– Você entrou na minha vida e mudou tudo, não pensava mesmo Lua, mas isso ficou no passado, tudo que veio depois de você foi uma completa surpresa pra mim. Eu amo você e nossa filha, mas não serei capaz de amar outra pessoa como meu filho, como já sinto pela Nicole. Um amor de pai, que vai além de tudo.

Lua balançou a cabeça incrédula, Arthur foi até ela e seu ajoelhou espalmando suas mãos em suas pernas.

– Sinto muito por não ser o homem perfeito que você achava que eu fosse. – Lua o encarou. – Eu não fui feito para amar Lua, eu não sou o homem certo para você eu nunca fui. – Lua ofegou ao ver os olhos que tanto amava encher-se de lágrimas. – Não era pra ser assim, algo deu errado em algum lugar que vai além de nosso entendimento e fez essa bagunça. Nós não combinamos, você merece algo melhor que eu. Eu apenas entrei em sua vida em uma hora que você necessitava e era para ter saído logo em seguida. – Ao ver Arthur abaixar a cabeça e limpar suas lágrimas, pela levantou em um rompante.
– Se você quer se separar de mim fale de uma vez, não é porque estou grávida que você tem obrigação de ficar comigo e essa criança. – disse chorando. – Diga que quer que eu vá embora que eu nunca mais cruzo o seu caminho. Te deixo livre, como você era e gostava de ser, assim você esquece do erro que cometeu se casando comigo.

Arthur abaixou a cabeça e deixou as lágrimas fluírem. Lua viu horrorizada essa cena, era tudo uma prova de que ele achava mesmo um terrível erro o casamento, ele não queria filhos e isso estragou a relação bonita e feliz que construíram lentamente.

Lua respirou e inspirou várias vezes, deixou seus joelhos cederem vagarosamente, sentando-se neles. Deixando escapar seus soluços, isso não poderia estar acontecendo, todo seu sonho, seu futuro ser despedaçado em sua frente, se espalhando em cacos pelo chão. Sem ao menos pode fazer nada para impedir ou junta-los.

Sentiu Nicole remexer em sua barriga, a alisou, não poderia jamais perder seu pequeno fruto. Ela seria sua única lembrança do pai.

Lua é tirada de seus devaneios por mãos mornas a agarrando e a puxando para um beijo cheio de significados. Juntando os rostos banhados pela água salgada.

Quente e apaixonante, doce e meigo, forte e avassalador, revelador e manipulador, carinhoso e apreensivo, tudo se mesclava. A mistura dos gostos de ambos, o deslizar da língua se enroscando com a outra, a forma terna e perfeita que se encaixavam. O mundo parava ali, as sensações eram bruscamente ligadas naquele ponto, naquele momento. Ali se dizia tudo, mas o que ecoava pela língua silenciosa, era o pedido de perdão.

As mãos se enroscando na nuca, quadris, cabelos, os puxando de encontro aos corpos necessitados e famintos.

Mas sempre há um final, principalmente para as coisas boas. Os pulmões reclamaram e assim, as bocas se separaram. Porém as testas foram unidas e as palavras que Lua mais queria ouvir, foram sussurradas contra seu rosto, carinhoso e perfeito.

– Eu nunca pensei que casar com você fosse um erro, que esse bebê fosse um erro, meu amor. Eu só tenho certeza que eu não mereço vocês de forma alguma. Casar e viver o que estou vivendo com você, foi a melhor coisa que me aconteceu, nunca irei me arrepender disso. Eu te amo Lua, mais do que tudo, nunca a deixarei sair da minha vida. Nunca. – Lua sorriu aliviada, encarando o mar castanho que estava lutando contra uma tempestade. Inclinou-se e uniu seus lábios outra vez, logo deitou em seu peito, ali no chão mesmo. Se deliciando com a sensação maravilhosa que era se sentir protegida e amada por Arthur. – Você é a exceção de tudo que eu criei na minha cabeça. Tudo gira em torno de você. Eu sinto muito, meu amor. Mas não há chances de eu mudar de ideia, me perdoe, mas não toque mais no assunto de adoção. Peça-me qualquer coisa, menos isso. – beijou seus cabelos.

Lua fungou.

– Me desculpe.
– Não peça desculpas, apenas não quero vê-la chorando por isso, não quero que toque nesse assunto comigo, você foi capaz de me mudar. Mas, eu não serei capaz de fazer isso que você deseja, nada mudou na minha cabeça, pelo menos eu acho que não…
– Tudo bem... – ela se agarrou mais a ele, não queria jamais vê-lo chorando novamente, não de tristeza.

Feliz por ter interpretado as palavras completamente erradas, não suportaria ser abandonada assim, não suportaria Arthur a deixando. Só de imaginar como sua vida era antes, cheia de mulheres se sentia mal e magoada. Ele era tudo para ela, e ela tudo para ele.

Apesar de serem completamente diferentes, com defeitos e qualidades específicos, se completavam como a metade de uma laranja, como a flor precisa de seus espinhos a protegendo, como o mundo necessita do sol e o frio, como a certeza da morte nos faz ter a força para viver…Um não vive sem o outro…

Se eu te disser que eu te amo,
Mas eu estou fazendo tudo certo sem você
Seria mentira
Mas eu poderia tentar
Eu correria 1000 milhas
Pode acreditar
Você é o único que eu quero que me liberte
Sim, vamos nos desfazer.
Se eu pudesse apenas por uma noite
Estar com você para acertar as coisas
E o que fomos e o que somos está escondido nas cicatrizes
Se eu pudesse te levar lá
Eu não vou deixar passar Isso eu juro
Você não terá que se perguntar o que somos
Porque você não precisa nem procurar muito longe
Está nas cicatrizes
Está escondido nas cicatrizes.

Continua...

Se leu comente! Não custa nada.

Chateada, poxa, Arthur mega egoísta. Me decepcionou muito essa atitude dele. O que acham que irá acontecer com o pequeno Brandon? Será que ele irá mesmo para o orfanato? Ou Lua com toda sua insistência irá convencer Arthur a adotar o menino?

Bom, já sabem, a maratona segue com mais de 5, ou 7 e mais comentários.

Beijos, até mais...

11 comentários:

  1. O Brendon ten que ficar�� A Luh não pode deixar ele ir pro orfanato��....
    Amando ❤️ Mais ❤️��

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  2. Coitado do Brendon... Continua

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  3. Tbm achei egoista da parte do Arthur mas acho que Lua com as insitências acho que Arthur acaba sedendo :)

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  4. Posta mais estou amando *-*
    Será que ele vai mesmo pro ofanato ? ;(

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  5. Ahh meu Deus ela tem que convencer ele a adotar o menino.
    Posta mais

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  6. Estou amando está maratona *-*
    Mais :)

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  7. Caramba fiquei chateada com a atitude do Arthur, o Brandon é uma criança maravilhosa, ele devia pensar melhor no assunto ADOÇÃO

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  8. Arthur foi um idiota, egoísta filho da mãe

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  9. Tbm n gostei da atitude do Arthur sobre adotar o Brandon,ele é apenas uma criança,que precisa de amor e carinho ,mais o Arthur é tão egoísta que n encherga isso,ele ta sendo ridículo.😠

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