Uma Linda Mulher - 2ª TEMP. | CAP.52

|


Uma Linda Mulher - 2ª Temporada (Mini Maratona)





Capítulo: 52


Agosto chegou frio, mais o amor mantinha tudo aquecido, o casaco quente todas as manhãs eram tirados dos armários. Acordar Gabriel era uma tortura, a ele e aos próprios pais, Lua sorria ao colocar lo no banho quente todas as manhas, ouvindo os resmungos e sussurros exatamente como Arthur fazia. Linda finalmente dormia 5 horas seguidas, acordando apenas quando precisava ser trocada, os cabelos castanho claros começavam a adquirir um gracioso cumprimento, os olhos na mesma cor do que os de Lua deliravam em gargalhadas e risos divertidos. A casa sempre aquecida e clara, o relógio sempre girando e a vida continuando, eram assim os doces dias de agosto, que logo abandonaram o ano chegando os dias de Setembro. E foi nesse mesmo mês, logo no começo, que uma flor parecia querer abandonar o seu jardim… Uma flor que vivera intensamente os últimos meses, uma flor tão sincera e amável, tão macia e adorável que havia descoberto tantos sentidos para a vida ao lado de pessoas jovens que iniciavam sua jornada…
Arthur – Como ela está? – O Doutor o olhou nos olhos, e logo depois mirou Mel apreensiva e nervosa ao seu lado.
Dr Júlio – Chegamos a uma etapa que preciso ser sincero… – Mel assentiu, apertando fortemente as mãos de Arthur. – Estamos fazendo tudo o que podemos Arthur, mais os medicamentos já não estão causando mais efeitos… – Mel franziu a testa baixando a cabeça, levou as mãos sobre os olhos não notando o medo e o estremecimento de  Arthur. – A decisão é de vocês, mais acho que devemos parar com as drogas…
Arthur – Ela havia melhorado, eu sei que havia… – negou com a cabeça. - Estavamos bem semana passada, foi meu aniversário de casamento e saímos e… Ela estava bem semana passada… - mordeu seus próprios lábios. 
Dr Júlio – Não tiro suas palavras Arthur, os últimos meses tem sido sem dúvida os mais confortáveis para Marieta, sabemos disso, mais chega um ponto que o corpo satura, por mais que a mente trabalhe tanto para vencer. De que adianta lhe darmos 2 dias e lhe roubarmos 5? As drogas não estavam mais causando efeito, a não ser os devassos efeitos colaterais.
Melanie – Não podem fazer isso… – negou com a cabeça com os olhos aflitos. – Não podem fazer isso, Arthur…
Dr Júlio – Não, não podemos, mais temos conselhos a dar aos familiares de nosso paciente, Marieta não vai sair daqui semana que vem, nem no mês que vem, e nem no outro. Escute me Mel, não podemos a manter medicada e sem dores em casa… E eu não posso a liberar no estado delicado em que se encontra… – Mel voltou a baixar a cabeça, pedindo secretamente por socorro. – Em 35 anos nessa minha profissão, nunca vi uma pessoa lutar tanto pela vida como Marieta luta nesses últimos meses. Prefiro que guardem isso com vocês. Do que a ver se arrastando por mais 1 ou no máximo 3 meses…
Arthur – Meu Deus do Céu… – Mel soluçou começando a chorar, Arthur fechou os olhos assimilando a noticia que acabara de receber.
Dr Júlio – Eu entendo como se sente. Mais entendo que eu não estaria sendo ético e honrado em exercer a minha profissão, se não abrisse o jogo e dissesse a verdade a vocês.
Arthur – Eu compreendo…
Dr Júlio – Eu sei que compreende. Bom, a manteremos aqui, faremos mais alguns exames e a manteremos confortável, no final da semana dependendo dos resultados, voltamos a conversar sobre isso? –  Arthur assentiu, alisando os cabelos de sua irmã. O médico pediu licença recebendo a uma chamada importante, Mel o mirou com os olhos vermelho e inconsoláveis. 
Mel – Resumindo…
Arthur – Temos que fazer o certo meu amor… – sorriu tristemente. – Falaremos com Marieta…
Mel – Sabe o que ela vai dizer Arthur. Pelo amor de Deus… – implorou o abraçando como pode.
Arthur – Não somos mais garotos Mel… – sua voz era firme, precisava passar essa força a ela. – Não somos mais garotos… – repetiu e como se entendesse ela procurou se acalmar. – Mamãe se foi porque precisava ir, e Marieta vai quando também precisar… – Mel soluçou enxugando as lágrimas. – As pessoas se vão, Mel… – mordeu seus próprios lábios. – As pessoas se vão…

Três semanas depois, Arthur cruzava o corredor branco e silêncioso com o coração na mão, naquele instante o hospital parecia tão frio e triste, a pouco havia feito com que Mel fosse para a casa, estava esgotada além do mais Bruno precisava de sua presença. Havia ligado para Lua, lhe dizendo que não voltaria para casa, compreensiva ela havia dito que tudo ok, que iria cuidar das coisas e das crianças. "Isso Arthur, pense nos seus filhos…" Era tudo o que ele precisava para recompor suas forças e entrar naquele quarto já tão familiar, e encontrar deitada sobre a cama, tão adormecida, fraca e indefesa, a mulher que havia lhe criado, lhe dito o caminho certo a seguir quando sua mãe já não pode… Era impossível não se emocionar, era completamente impossível não se comover com aquela pele tão pálida e gasta pelos anos e pela aquela maldita doença. Céus precisava desesperadamente achar alguém para culpar, para que essa dor de saber que nada que fizesse adiantaria, lhe aliviasse o peso nas costas, por um instante apenas alguns minutos.
Marieta – Posso imaginar no que está pensando meu filho… - A voz soou baixa, quase como num sussurro. – Sente se aqui… – alisou a cama ao seu lado com a mão onde pendia a agulha com diversos medicamentos contra dor administrados em suas veias. Arthur franziu a testa e caminhou até o lado dela, baixou a cabeça, pensando em uma forma de dizer aquela mulher que… – Escute me querido… –  Arthur a mirou nos olhos de um azul profundo brilhantes pelas lágrimas. – Agora não é tempo de lamentarmos…. – deu um sorriso fraco, cobrindo a mão de Arthur com a sua.
Arthur – Falei com os médicos, tia… – conseguiu por fim dizer, acariciando o rosto branco. 
Marieta – Por favor, diga me que deixaram com que eu saísse daqui…
Arthur – Não podemos fazer isso tia, não podem medica la em casa… - Marieta negou com a cabeça. 
Marieta – Quero ir para a minha casa Arthur, para a minha cama quente onde dormi com seu tio durante tanto tempo… – as lágrimas deslizaram por livre e espontânea vontade, e Arthur sentiu vontade de esmurrar tudo e qualquer coisa a sua volta. Deus, era justo? – Quero ir para o conforto do meu lar… Aonde criei vocês, Deus eu estou tão orgulhosa pelo que se transformaram… – acariciou o rosto de Arthur, que mudo e com os olhos brilhando em lágrimas a mirava com intensidade. – Escute me criança…. – tossiu levemente fechando os olhos. – Esse é o meu último pedido…
Arthur – Tia não me faça isso, pelo amor de Deus…
Marieta – Meu último pedido a você… – sua voz soou mais forte e decidida. – Eu não estou com medo, por isso trate de não estar também… – Arthur segurou as lágrimas, sentindo a voz autoritária de sua tia ganhar a força que ele precisava. – Então trate de para de me olhar como se fosse a última vez que vamos nos ver, porque isso não é verdade… – negou com a cabeça, tossindo uma vez mais. – Em algum lugar desse mundo Deus há de me levar…
Arthur – Vamos tentar outras coisas, com outros médicos, podemos ir para fora do país, podemos…
Marieta – Largue disso você e Mel pelo amor de Deus… – derrubou outro par de lágrimas, sem alterar sua voz. – Deixe me viver em paz, na minha casa, na nossa casa… – fechou os olhos suspirando. – Sabe…Eu nunca tive filhos… – Arthur assentiu – E Deus sabe que não foi porque eu não quis…E não podia te los… – Arthur desviou o olhar do dela, mirando a escuridão da noite, pensando em sua mulher que também não podia mais te los. – Eu não fui menos feliz, ou menos abençoada por isso… Sua mãe me deixou uma missão quando partiu, minha missão era ficar aqui, e cuidar de vocês até quando fossem grandes de coração e alma para cuidarem de si mesmos…E… – Arthur se assustou com outra crise de tosse, pegando um copo de água que Marieta bebeu pausadamente. – E isso aconteceu…
Arthur – Tia…







Como eu disse, é mini maratona, então por hoje é só. Vocês demoraram muito pra participar eim...
Tadinha da Marieta, acho esse capítulo bem triste :(
Boa Madrugada, até amanhã. Bjos
COMENTEM!!!

13 comentários: