Sentimentos traiçoeiros - Daqueles filmes

Lua

     No domingo, os meus pais decidiram levar os meus irmãos ao shopping para lhes comprarem qualquer coisa e ainda iam passar no parque. Arthur já sabia de tudo isto e esperava o momento ideal para entrar dentro de casa assim que os meus pais virassem o carro no primeiro quarteirão.

- Que saudades! - Pulei para o colo dele no primeiro instante que o vi.
- Então menina do campo, como foi a aventura?
- Uma seca! - Desci do seu colo após lhe beijar a bochecha e entramos dentro de casa
- Aluguei alguns filmes... - Ele mordeu o lábio e o meu coração bateu a mil.
- Daqueles filmes?
- Sim... daqueles.
- E vamos ver hoje?
- Não. Vamos ver agora. - Ele tirou um DVD à toa do saco e se encaminhou para a sala.
- Não é melhor no meu quarto?
- Como preferires.
- Vamos. - Peguei na mão dele e encaminhamo-nos para o meu quarto.

     Sentia-me estranha. Sentia-me como se estivesse neste momento a ir para um quarto erótico onde só saísse de lá após o meu quinquagésimo orgasmo.
     Peguei no computador e coloquei sobre o meu colo. Ligamos o DVD e já me assustei com aquela música de início, imagina quando o filme realmente começar.

[...]

     Apesar dos protagonistas virem de uma festa já bêbados, pouco se importavam em arranjar um quarto ou não. Havia um pub aberto ainda àquela hora da manhã e foi nele que entraram. Não se dirigiram ao balcão. Foram imediatamente para as casas de banho.

- Femininas ou masculinas? - O homem perguntou
- Decide rápido ou fodemos aqui mesmo.

     Ele entrou na primeira porta, seguindo para uma cabide privada. A mulher tratou de tirar logo as cuecas enquanto ele trancava a porta. Não se ouvia nada além da batida da música e de gargalhadas de pessoas bêbadas àquela hora.
     Ele agarra-lhe pelas coxas, faz-lhe subir contra a parede e desaperta o seu cinto.

- A cama nunca me deu prazer. Lugares públicos são os melhores para se fazer amor. - Ela disse no ouvido dele.

     Passou o membro dele na entrada dela e por um segundo ela gemeu. Arranhou as costas do homem e segredou-lhe algo ao ouvido. Ele fechou os olhos e abriu um pouco da boca para soltar outro gemido.
     Ela desceu do colo dele e baixou-se, encostando-lhe à parede. Depois, com as duas mãos, agarrou do membro dele e andou com as mãos para cima e para baixo. De seguida, colocou abocanhou.

- Arthur... eu vou ter de te fazer isto? - Perguntei receosa
- Não... sei... - Arthur estava vermelho

     Depois do homem lhe fazer também sexo oral, a mulher apoiou os joelhos em cima da sanita, ficando "de quatro" e o homem colocou-se por cima para a poder penetrar. Os movimentos eram lentos. Ele apertava-lhe os seios e dava chapadas no rabo dela, enquanto ela só gemia o nome dele. Depois os movimentos aumentaram e os dois gemeram como loucos possuídos.

- Já volto! - Disse Arthur, um tanto apressado, indo provavelmente à casa de banho.

    Senti-me molhada e com vontade de fazer amor. Seria isto normal?
     Na minha primeira vez terei de fazer sexo oral ao Arthur? E terá de ser com toda aquela violência?

- O filme já acabou? - Arthur voltou com uma toalha à volta da sua cintura. Tinha os boxers vestidos porque eu conseguia ver a barra deles.
- Onde estavas?
- Tive de tomar um banho frio.
- Estás à vontade - Eu ri - Ficaste duro?
- O que achas? - Ele encarou-me.
- Estes filmes...
- Estes filmes - Ele interrompeu - Não nos vão levar a lado nenhum. Eu acho que... - Ele sentou-se ao meu lado na cama - As coisas têm de acontecer naturalmente. Não vai ser perfeito da primeira vez, mas tentamos outra vez até dar certo, entendes?
- Quando? - Aprontei-me eu
- Quando o quê?
- Quando é que fazemos amor? E onde? A mulher do filme disse que em lugares públicos é que era bom
- Mas é a tua primeira vez. Não queres que seja especial?

     Aquela pergunta deixou-me a pensar. Normalmente as raparigas sonham que a primeira vez seja com o rapaz por quem estão apaixonadas e desejam que o clima seja perfeito com velas, rosas e música calma.
     Mas o Arthur é só o meu melhor amigo. Estou a fazer a escolha acertada?


Notas

Eu sei, estão desejosas de me matar, certo?
Eu não tenho entrado no computador, mas as praxes já terminam domingo e a partir daí (tirando semana de provas) eu vou postar normalmente, nem que seja dia sim, dia não. Combinado?

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