Little Anie
Pov Lua
O dia tinha amanhecido. Peguei o
celular na cômoda ao lado da cama. E nem sinal de nenhuma chamada perdida de
Arthur. Olhei para o lado, e Anie dormia profundamente. Sua respiração estava
calma. Me sentei na cama devagar, tentando ao máximo não fazer nenhum barulho e
logo me levantei. Caminhei até o banheiro e escovei meus dentes. Depois joguei
água no rosto e enxuguei. Saí do quarto e encontrei Mel descendo a escada.
– Bom dia. – Falei assim que cheguei a
sala. Ela se virou e me encarou sorrindo.
– Bom dia. E aí, tá melhor? – Me
perguntou voltando a andar até a cozinha.
– Uhm... Por onde se vê, sim... –
Respondi e segui a mesma até a cozinha. – Você vai trabalhar?
– Só a tarde. Amanheci enjoada demais.
Já liguei avisando. Falou com Arthur? – Me perguntou enquanto se sentava.
– Não. Ele não ligou ontem, esperei até
tarde, e nada. – Falei pegando uma jarra de suco da geladeira. – Você quer
café? É que eu não tomo, mas posso fazer.
– Não. Não. Vou fazer um chá.
– Eu faço. – Falei colocando água no
bule, e levando-o ao fogo. – De hortelã?
– Eu estava fazendo de camomila. – Ela
riu.
– Hortelã é melhor. Pelo menos, era o
que aliviava meus enjoos. – Expliquei.
– Então faz. – Ela deu de ombros. – E
Anie?
– Esperou Arthur ligar. Agora tá lá,
dormindo. – Ri rapidamente.
– Imagino. Nunca vi... Ela é tão
grudada no pai, meu Deus. E por que será que ele não ligou? – Perguntou.
– Não sei. Deve ter acontecido alguma
coisa.
– E por que você não ligou?
– Porque eu não quero tocar no assunto,
eu... Ah... Tô nervosa. – Falei confusa, colocando suco no meu copo.
– Amigaaaa...
– Eu sei, eu sei... – Respondi. Minutos
depois, servi o chá.
– Obrigada.
– Eu preciso ligar para o escritório.
– Pra quê?
– Pra pedir minhas férias. Nossa, tinha
esquecido, Anie tem balé. – Comentei pegando algumas torradas.
– Elas são tão fofas, você tem que ver.
– Ela sorriu abertamente.
– Arthur já me contou. – Sorri. – Sabe,
minha mãe queria que eu fizesse balé, mas isso não combina comigo. – Ri.
– Não é a sua cara mesmo. – Mel
gargalhou. – Estou até imaginando aqui.
– Tenho que acordar Anie, e... – Parei
ao ouvir um barulho vindo dos quartos de Carla e Carol.
– Oi, Luh? Bom dia. – Carla me disse. –
Bom dia, Mel. Nem tinha te visto. – Sorriu fraco.
– Bom dia. – Eu e Mel falamos juntas.
– Sua mãe melhorou? – Perguntei ao ver
sua expressão nada boa.
– Uhm... Não. E Carol ficou para cuidar
dela. Desculpa não avisar antes.
– Tudo bem, Carla. Espero que ela
melhore logo. – Falei sincera.
– Eu cuido de Anie sem problemas. –
Comentou.
– Não vai ser preciso. Irei pedir
minhas férias. – Expliquei. – Ficarei com minha filha. – Sorri ao finalizar.
Logo ouvir Anie me chamar.
– Mamãe? – Ela me procurava pela sala.
– Aqui, filha. – Falei alto andando até
a porta da cozinha, ela logo andou em minha direção. – Não posso carregar você.
– Falei quando ela abriu os braços esperando que eu a carregasse. Segurei em
sua mão enquanto a guiava até a mesa.
– Ainda está com dor na costa, mamãe? –
Me perguntou ao se sentar na cadeira ao lado de Mel.
– Aham... – Murmurei rapidamente e
peguei a mamadeira de Anie, para Carla colocar a vitamina que tinha começado a
fazer.
– Bom dia, meu anjo.
– Bom dia, tia Mel. – Ela sorriu
pegando uma torrada. – Meu papai não ligou? – Me perguntou.
– Não, amor. Ele ainda não ligou.
– Liga pra ele, mamãe.
– Não, filha. Vamos esperar ele ligar,
ok? – Falei agora pegando a mamadeira já cheia de vitamina. – Tome tudo. Você
tem aula de balé, né?
– Sim, mamãe. Você vai?
– Vou sim, amor. – Sorri acariciando
seus cabelos. – Vou arrumar sua roupa, quando acabar, vá atrás de mim, ok? Pra
eu banhar você. – Lhe disse. – Er... Carla, uhm... vem aqui, quero falar com
você. – Finalizei e ela assentiu, para logo me segui até o quarto de Anie.
– O que aconteceu? – Perguntou
preocupada.
– Um coisa grave, me escute... – Pedi
me sentando na cama de Anie. Carla me olhava assustada. – Na madrugada de
ontem, eu passei mal, e an... fui parar no hospital... e... – Mordi os lábios
com força. – Carla, eu... eu estava... eu estava grávida, e... tive um aborto. –
Completei rapidamente e fechei os olhos tentando não chorar. Quando os abrir.
Carla tinha os olhos cravados em mim, e logo um traço de tristeza cruzou seu
rosto.
– Lua... – Ela deu um passo em minha
direção. E se abaixou. – Sinto muito. – Falou sincera enquanto passava as mãos
em meus cabelos.
– Eu não sabia que estava... – Falei
baixo. – Carla, Arthur está desconfiado de que esteja acontecendo algo... –
Suspirei. – Eu ainda não consegui falar pra ele. Não quero falar por telefone,
só que ele só volta semana que vem. E eu não tô conseguindo esconder. –
Suspirei outra vez. – E só Mel e minha irmã que sabem. E você, agora. Carla,
não diga a ninguém, nem a Carol. Já foi quase impossível deixar Sophia de boca
fechada.
– Você tem que falar logo. – Disse
alto, como se repreendesse por esconder a verdade. – Desculpe. – Se apressou em
dizer, ao ver minha expressão. – Mas você o conhece.
– Tudo bem, Carla. Eu já ouvi bastante
isso. – Passei as mãos pelos cabelos. E suspirei me levantando. – Eu vou
contar... E ainda tem um exame, e o resultado tá me fazendo ficar mais nervosa
ainda.
– Que exame?
– Bom, eu prefiro não falar. Tenho que
dizer a Arthur, mas... Mas não sei como contar a ele. – Meus olhos se voltaram
para a porta quando Anie a empurrou.
– Já acabei, mamãe. – Ela me olhou.
– Já para o banheiro, eu já tô indo. –
Lhe lancei um sorriso rápido.
– Eu posso banha-la.
– Não. Eu faço isso... – Assegurei.
– Conte a ele o mais rápido, Luh. Antes
que alguém conte. – Ela disse antes de sair.
Eu não podia nem imaginar a reação dele
se soubesse por outra pessoa. Seria mil vezes pior do que ele sabendo por mim.
Isso eu tinha certeza.
Balancei a cabeça tentando deixar pra
lá. Pelo menos, por enquanto.
Peguei a toalha de Anie, e andei até o
banheiro. Ela já tinha tirado a roupa, e tinha derramado shampoo na pia e batia
as mãos na água, para fazer espuma. Pendurei a toalha atrás da porta e liguei o
chuveiro.
– Vem Anie! Se não você vai acabar se
atrasando. – Avisei.
– Não está brava, mamãe? – Me perguntou
sapeca enquanto corria até mim.– Não corra! – Exclamei segurando em seu braço. –
Você pode cair. – Completei. – E não. Não estou brava. Por hoje, não. – Peguei
o shampoo e derramei o mesmo em minhas mãos, para depois, passar nos cabelos de
Anie. Tinha um aroma tão doce, tão cheiro de criança. Dessa vez ela colaborou,
e sem mais travessuras, terminei de banha-la rapidamente. Vesti nela a roupa de
balé: A meia calça branca, o collant regata com saia branco, a sapatilha da
mesma cor. Ajeitei o cabelo dela em um coque, prendendo com um grampo de laço. –
Está tão linda. E aaah! – Exclamei. – Esqueci de lhe dar o presente que me
pediu. – Beijei sua bochecha.
– Quero ver mamãe! – Ela sorriu, seus
olhinhos brilharam.
– Vem, vou te dar. – Falei andando com
ela até meu quarto.
– Meu papai não sabe fazer coque,
mamãe.
– Eu sei. – Ri imaginando Arthur
tentando ajeitar o cabelo da filha. Caminhei até a mala, que eu ainda não tinha
desfeito. E abri, pegando uma caixa, embrulhada com papel de presente com
desenhos de sapatilhas de balé. – Aqui. – Lhe entreguei a caixa. E ela sem
hesitar, rasgou o papel e abriu a boca ao ver o que tinha na caixa.
– MAMÃE! – Exclamou eufórica.
– Deixa eu abrir. Olhe só, você ainda
nem viu, mas ela gira. – Sorri tirando a bailarina da caixa, e apertei no
botãozinho em formato de coração, aos pés da bailarina. E ela começou a girar,
enquanto cantava uma música.
– É linda mamãe. – Ela bateu palmas,
seus olhinhos brilhavam. Anie se jogou em meus braços. – Obrigada, mamãe.
– Ooh, amor... – Beijei seus cabelos. –
Mamãe ama muito, muito, muito você. Você sabe, não sabe, filha?
– Sei mamãe. – Ela beijou minha testa. –
Também amo você. – Sorri segurando seu rosto com as duas mãos.
– Você é a coisa mais importante da
minha vida. – Falei olhando em seus olhos. Anie me abraçou novamente. – Agora
eu vou tomar banho, e você vai prometer que irá se comportar. Promete?
– Plometo. – Disse. Quase rir da sua
insistência em trocar 'r' por 'l'.
– Ok. Pode ligar a TV. Não demoro. –
Falei indo para o banheiro.
Era quase 7h45, terminei de tomar
banho, e me enxuguei, para logo em seguida, vestir uma roupa: calça jeans, e
uma bata, na cor amarela. Calcei uma sapatilha preta, passei base, rímel, lápis
de olho e um batom rosa claro. Passei perfume, e peguei minha bolsa, estava
pensando em ir ao escritório, depois da aula de Anie. Peguei meu celular, e
Arthur ainda não havia ligado. Será que eu tinha que começar a me preocupar?
– Vamos? Desligue a TV. – Falei
colocando o celular na bolsa. Anie me obedeceu, e logo desceu da cama.
– Vou colocar no meu quarto, tá mãe?
– Sim, amor. Cuidado. - Pedi. E Anie
correu até o quarto dela. Desci a escada e encontrei Mel na cozinha com Carla. –
Eu vou levar Anie na aula de balé. E depois vou passar no escritório. – Avisei.
– Volto perto do meio dia. – Completei.
– Já, mamãe.
– Então vamos. Tchau. – Disse jogando
beijo no ar.
– Tchau. – Ela nos disseram.
Chegamos às 8h15 em frente à escola.
Tirei Anie da cadeirinha. E caminhamos até a sala. A professora estava lá,
junto com sua ajudante. E várias crianças já estavam em círculo. Algumas mães
também estavam lá. E no meio delas, a tal que eu não queria nunca mais ver. Ela
ajeitava a roupa da menina loirinha. Enquanto sussurrava alguma coisa para a
filha.
– Vá lá, meu anjo. – Beijei a bochecha
de Anie.
– Tá. – Ela me abraçou e correu até
onde as outras crianças estavam. Me sentei em uma das cadeiras vazias, e meu
celular começou a tocar, era Arthur.
Ligação ON
– Arthur.
– Meu amor, me desculpe, me desculpe,
me desculpe. Sei que você deve estar querendo me matar. Eu cheguei tarde, e sei
que você já estaria dormindo. Como minha filha está? Lua você está zangada? –
Ele falou sem parar.
– Respira, Arthur. Não, não estou
zangada. – Lhe disse. – Anie está bem. E eu só me perguntei se já deveria
começar a me preocupar com seu sumiço. – Admiti.
– Que bom. Fico aliviado. Não aconteceu
nada de mais. Depois te falo o motivo de não ter feito a ligação. Eu tenho uma
surpresa pra você, talvez eu te mostre quando voltar. Talvez. – Me lembrou.
– Não me deixe curiosa.
– Onde você está?
– Vim trazer Anie no balé, e vou ficar
aqui para vê-la.
– Pode me dizer o que precisava me
contar?
– Uhm... Agora não. Ok?
– Lua.
– Eu vou pedir férias, vou ter dois
meses inteiro para ficar com Anie.
– E comigo?
– Se sobrar tempo, ficarei com você. –
Segurei o riso.
– Se sobrar tempo?
– Sim.
– Quando se tem filho, se perde a
prioridade. Antes todo o tempo era pra mim. – Concluiu.
– Sim. Está vendo?
– Mas não me arrependo. Amo essa
sapeca, e ainda falta você me dar meu filho. Ainda vou convencer você. – Disse
firme. Mordi os lábios e tentei controlar meu tom de voz. E fazer com que o nó
em minha garganta, descesse.
– Arthur...
– Ok. Parei. Não quero que fique
chateada. Vou rezar para que sobre um tempo. – Disse a última frase malicioso,
com a voz extremamente rouca e sexy.
– As noites vão ser só suas. – Eu disse
agradecendo internamente por ele ter trocado de assunto.
– Eu gosto das noites. Isso me faz lembrar
que se tornam quentes, quando você está comigo. – Disse baixo, com o mesmo tom
de segundos atrás.
– Muito quente. Eu queria te falar
outras coisas, mas tem gente demais... – Falei baixo e Arthur gargalhou.
– Nem faço ideia de que coisas são
essas.
– Se eu falar que quero chupar um
picolé de doce de leite, você entenderia? – Arthur gargalhou.
– Eu não consegui notar nada pervertido
nessa frase. – Se fingiu de bobo.
– Nem se eu enfatizasse a palavra, chupar? – Perguntei.
– Vou me lembrar de te levar um picolé,
amor. – Respondeu.
– Vou cobrar.
– Hoje você parece melhor. Foi ao
médico?
– Eu... er, fui. Vou falar com você
sobre isso. Mas agora não.
– Tudo bem. Me ligue, ok?
– Ok.
– Diga que deixei um enorme beijo para
minha pequena, e que eu a amo.
– Digo.
– E eu amo você, tão safada Luh. Não te
conheci assim. – Riu.
– Eu também te amo, e aprendi isso com
você.
– Um beijo, linda.
– Um beijo, amor.
Ligação OF
Guardei o celular na bolsa, e acenei
para Anie, que me jogou um beijo. Logo as crianças começaram a fazer um
alongamento leve, para depois começarem a prestar total atenção à professora
que explicava como elas deveriam fazer os movimentos. Era tão fofo e engraçado
vê-las tentando. Estava tudo ótimo, até uma pessoa sentar ao meu lado, a qual
eu preferia manter toda distância do mundo.
– Bom dia, Lua não? – Disse ao se
sentar.
– Sim, Lua. Bom dia. – Falei por
educação.
– E Arthur? – Me perguntou como se
tivéssemos alguma intimidade, para eu lhe falar de meu marido. Virei o rosto
lentamente, encarando com as sobrancelhas erguidas.
– Não é da sua conta onde meu marido
está. – Respondi simplesmente enquanto lhe lançava um sorriso irônico.
– Você deve ter entendido mal a
pergunta. – Falou.
– Não, querida. Não entendi. E por
favor, faça silêncio. Eu realmente quero ver minha filha. – Sorri outra vez, e
logo fiquei séria.
– Arthur é bem mais educado que você. –
Retrucou. Ri ironicamente.
– Meu marido – Enfatizei, só para
relembra-la de que ele tem dona. Caso ela ainda não tenho entendido. – Não sabe
se livrar de pessoas impertinentes. É diferente. – Esclareci. – E eu sei. –
Finalizei.
– Isso é falta de educação mesmo. –
Continuou.
– Você deve saber muito bem disso, já
que educação é o que você menos usa, não? – Perguntei erguendo uma sobrancelha.
– Você nem me conhece.
– E nem quero. Não se preocupe. –
Deixei claro.
– Não sei como ele aguenta você. –
Bufou jogando a franja para o lado.
– Ele – Quase soletrei. – É meu marido.
Me ama. E somos casados, temos uma família, uma filha linda. Isso te responde? –
Perguntei encarando-a.
– Continuo sem entender... Ele é tão...
– A interrompi.
– Deixe de falar do meu marido. Que
isso tá me incomodando. – Alterei um pouco a voz. Só pra ela se tocar de que eu
realmente falava sério.
– Diferente de você. – Completou sem se
importar.
– E o que você quer dizer com isso?
Você não o conhece, como pode saber?
– Eu vejo.
– Você é uma intrometida. – Falei me
levantando, e indo me sentar em uma cadeira bem longe daquela puta com roupa de
secretária. Eu só tinha pena da mulher do chefe dela.
Já tinha de passado quase uma hora. Eu
sorria ao ver Anie jogar beijinhos pra mim. A aula já estava quase terminando.
E eu podia ver pelo canto do olho, que aquela mulher não tirava os olhos de
mim. E eu estava me controlando bastante para não arrancar os olhos dela.
– Ela costuma dar em cima de homens
casados. – Uma morena alta comentou baixo, ela olhava para as crianças. Virei o
rosto para olha-la.
– Já notei. – Respondi.
– Fez isso com Paul, meu marido. – Ela
balançou a cabeça. – Meg – Ela apontou para uma menininha do tamanho de Anie. –
Me contou. – A filha dela já empurrou minha filha.
– Nossa...
– E olha só o tamanho da garota. Mas a
mãe acha tudo uma maravilha. Não sei se notou, mas ninguém gosta muito dela
aqui não.
– Devo imaginar o porque.
– Meu nome é Melissa.
– Sou Lua. – Sorri. – Eu não a conheço.
Mas sei que cerca Arthur de todas as formas.
– Quando ele fica aqui, ela não o
larga. Ele até tenta se sair. A gente percebe.
– Arthur não sabe dispensar gente
impertinente. – Falei fazendo Melissa rir. – Mas eu sei. – Completei.
– Duas. Ela já está avisada, mas não
deixei que Paul viesse mais aqui. – Me disse. – Nunca se sabe... – Falou
vagamente.
É. Nunca se sabe. Pensei.
Liz, deu por encerrada a aula. Anie
veio correndo e se jogou em meu colo.
– Mããããeee...
– Ooi, amor. – Beijei sua testa. – Hey?
Sabe quem ligou e te deixou beijos e eu te amo? – Perguntei vendo-a abrir um
lindo e largo sorriso.
– Meu papai? – Perguntou com os olhos
brilhando.
– Sim, seu pai. – Enchi seu rosto de
beijos.
– Ele vai demorar?
– Não, amor. Ele logo vai estar aqui. –
Assegurei.
– Bom, eu quero dar um comunicado. –
Ouvimos a voz de Liz, a professora. – Aproveitando que todas as mães, pais, e
responsáveis estão presentes. – Ela sorriu. – Eu, Leny – Ela apontou para a
mulher ao lado dela. A qual a ajuda com as crianças. – e os outros professores
daqui da escola. – A escola tinha várias outras aulas de danças. – Resolvemos
começar a organizar para mês que vem, lá para o final do mês, uma festa, para
comemorar o aniversário de dez anos da nossa escola. Sei que começamos as aulas
a menos de dois meses. Mas irei montar uma coreografia bem fácil e simples,
para essas pequenas. – Ela sorriu outra vez. – E eu queria saber se vocês irão
autorizar. Eu ficaria feliz se todos autorizassem. E aí? – Nos perguntou. Logo
as outras mães começaram a falar e fazer perguntas sobre as roupas.
– Você quer participar, filha? –
Perguntei colocando Anie sentada em meu colo. Ela me olhou séria e depois
sorriu assentindo.
– Quero.
– Então, tá. – Beijei sua bochecha. A
professora logo nos deu um papel com o modelo da roupa, cor e nome do pano.
Saímos da escola e eu coloquei Anie na cadeirinha. – Filha?
– Oi, mamãe. – Ela me olhou.
– Amor, a gente vai agora lá no
escritório, ok? Mas não vamos demorar. – Falei dando partida no carro.
– Tá.
– Aah, temos que falar para seu pai. –
Sorri e olhei rapidamente para Anie no banco de trás.
– Mamãe, eu quero contar só quando ele
chegar, tá?
– Surpresa é?
– É. – Ela balançou a cabeça
freneticamente enquanto ria.
– Tá bom, você conta. – Pisquei.
Estacionei o carro em frente ao
escritório. E tirei Anie outra vez da cadeirinha. Tirei o pequeno cardigan da
minha bolsa, e vesti em anie. Entramos no prédio, e logo seguimos para o
elevador.
– O que você veio fazer aqui, mamãe? –
Me pergunto assim que as portas do elevador fecharam.
– Resolver um assunto, Anie.
– Que assunto?
– Quanta pergunta. – Apertei levemente
sua bochecha. Chegamos ao andar desejado. E segurei a mão de Anie. Hanna estava
atendendo a uma ligação. Assim que me viu, sorriu. Encerrou a ligação e me
olhou.
– O que está fazendo aqui? Não está de
folga?
– Sim, estou. Vim falar com Ryan.
– Bom dia, princesa. Anie está cada dia
mais linda e crescendo rápido. – Comentou. – Cada vez mais parecida com o
insuportável do Arthur. – Riu. – Lua, sua genética é fraca. – Comentou.
– Bom dia. – Anie respondeu enquanto
apertava minha mão.
– Obrigada, Hanna. – Ri. – Às vezes eu
me esqueço de que você não é normal. – Balancei a cabeça.
– Vou ligar para o Ryan avisando. – Me
disse.
– Ok.
Minutos depois ela me chamou.
– Pode entrar. É claro que pode, Lua. –
Ela piscou contendo um riso.
– Pode parar! – Pedi. E caminhei até a
sala. Anie olhava atentando a cada coisa espalhada pelo lugar. Ela apertava
minha mão vez ou outra, Anie sempre fazia isso quando estava em um lugar grande
o suficiente para que ela pudesse se perder. Dei duas batidas na porta e
entrei. Ryan estava assinando uns papeis.
*
Era quase 19h45 quando liguei para
Arthur, ele não demorou muito a atender.
Ligação ON
– Amor... – Foi quase um sussurro.
– Amor... – Repeti.
– Luh?
– Oi.
– Vou te falar uma coisa, Luh, apesar
de eu estar morrendo de saudades. Com vontade de estar ao teu lado, te
abraçando, te apertando, te beijando, implicando com você. Mulher, eu quero
muito sentir você, fazer amor, Lua. Lentamente, ouvindo você gemendo e pedindo
por mais... – Disse baixo, com a voz rouca.
– Arthur... – Quase gemi. – Você quer
me provocar?
– Não. Eu só estou dizendo o que quero
fazer... – Respondeu me fazendo suspirar. – Mas Luh, você já pode me contar o
que estar adiando, que tal?
– Aah... eu fui falar com Ryan hoje, e
é estou oficialmente de férias. Dois meses.
– As noites são minhas. – Me lembrou.
Ri. – E você não vai dormir. – Completou.
– Uhm... – Gemi. Arthur suspirou do
outro lado.
– Não faz isso... Lua, você sabe que
consegue me excitar, mesmo longe, e como vou ficar aqui?
– Sabe quem veio me perguntar de você?
A Isla, se lembra? – Mudei de assunto.
– Aah não, Lua! – Exclamou. – Eu tô
aqui, quase duro, querendo estar aí, e você vem me falar de outra mulher?
– Não quero que fique excitado, não
estou aí... – Respondi.
– Droga. – Ele murmurou.
– Perguntou por você. E me contaram que
ela adora dar em cima de homens casados.
– Não me interessa se ela adora ou não,
dar, Lua. – Ele bufou.
– É bom saber disso. – Retruquei. – Não
quero ela dando nada a você, ouviu?
– Sim, Lua. Acabou o assunto?
– Sim. E ah... Vou te contar uma coisa,
mas tem que prometer, que quando Anie te contar, você vai fingir que não sabe
de nada, ok?
– Ok. E falando nela, onde está?
– Jantando. Disse que vai te contar, só
quando você voltar.
– O que?
– Vai ter uma apresentação na escola de
balé. – Falei. Arthur riu do outro lado da linha.
– Não vou perder por nada.
– Ela vai querer que você esteja aqui.
– Eu vou estar. – Me garantiu.
– Ela está feliz, você precisa ver...
– Posso imaginar...
– Hoje Hanna disse que ela estava
parecendo cada vez mais com o insuportável do pai dela... ou seja, você.
– Hanna precisa de um homem, Lua. –
Provocou. – Que a canse, se é que me entende.
– Contando que esse homem não seja
você...
– Eu preciso urgente transar com você. –
Falou do nada.
– Arthur!
– Cada vez que você cria uma
possibilidade de traição, eu tenho vontade de transar com você, transar pra te
lembrar que eu só preciso de você, só de
você. – Deixou claro. Dando ênfase nas últimas palavras.
– Arthur, me desculpe. – Pedi.
– Entendeu?
– Sim, entendi. – Sorri.
– Eu te amo, Lua.
– Eu também amo você.
– Preciso de um abraço. – Ele me disse.
– Preciso de você... – Eu ia falar mais
alguma coisa, mas Anie entrou no quarto. "É meu papai?" Me
perguntou ao subir na cama. – Sim, é chato do seu pai. – Falei entregando o
celular a ela.
– Paaaaapaaaiii...
– Eu te amo, filha.
– Eu amo você, papai. Tô com saudades. –
Ela fez um bico.
– Não chore, tá bom? Não chore.
– Tá, mas não demora...
– Não vou demorar. Papai está morrendo
de saudades também, filha. Quero te abraçar e encher de beijos e cócegas.
– Não, papai! Cócegas não. – Anie riu.
– Cócegas sim...
– Eu vou dormir.
– Tudo bem, filha. Boa noite, meu anjo,
durma bem.
– Boa noite, papai... Eu amo você e não
demora.
– Eu também te amo.
– E eu? Você ama? – Perguntei ao pegar
o celular. Anie estava deitada.
– Amo e quero te beijar...
– Ainda a pouco, só queria um abraço.
– Mas agora quero beijar... e te
agradecer...
– O que você tem?
– Saudades...
– Hoje Anie encarou Ryan, igual você
faz. Ele chegou a comentar, que parecia que era você quem estava encarando-o. –
Arthur gargalhou.
– Eu queria tá lá pra ver...
– Você não disse nada a ela? Ela disse
que ele era chato.
– Claro que não. – Arthur riu. – Não
tem como dizer que ela não é minha filha.
– Não mesmo. – Admiti.
– Obrigada por me dar ela. – Disse
baixo, e eu podia apostar que ele estava emocionado.
– Você também me deu ela. E no momento,
ela está dormindo. – Comentei passando as mãos levemente pelos cabelos de Anie.
– Deve estar cansada. Ainda é cedo.
– Sim, está. Brincou a tarde toda.
– Amanhã a gente se fala, amor. Agora
sou eu quem está caindo de sono.
– Tudo bem... Boa noite.
– Boa noite, Lua. Eu te amo, e não se
esqueça disso...
– Não vou esquecer. Eu também te amo.
– Um beijo.
– Um beijo.
Ligação OF
Respirei aliviada. Arthur tinha esquecido
do motivo pelo qual ligou. E eu tinha conseguido desviar do assunto principal,
eu só não sabia até quando ia aguentar ficar desviando. Coloquei o celular em
cima da cômoda e me deitei ao lado de Anie, a puxei para meu colo, e ela me
abraçou, colocando a cabeça sobre meu seio. Fechei os olhos, e sussurrei um "Boa
noite, meu anjo" e acabei dormindo também.
Continua...
Se leu,
comente! Não custa nada.
A Little Anie, tão fofa
né?
N/A: Miiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiil
desculpas pela demora na atualização. Sei que disse que atualizaria na
terça-feira (27), mas não deu, e ontem (28), meu email não quis carregar e os
capítulos ficam todos lá. O wifi estava lento demais. Mas aqui está o capitulo
e o próximo, só sábado (31).
MUITO OBRIGADA A CADA COMENTÁRIO NO ÚLTIMO POST
DA FANFIC. Confesso que me desanimei com a falta
de comentários no cap. antes desse (no cap. 64). Mas vocês me surpreenderam e
não deixaram de comentar.
OBRIGADA a
cada elogio ali feito. Obrigada mesmo. Vocês são os melhores leitores. E aos
que me desejaram coisas boas, que volte tudo em dobro para vocês, porque vocês
também merecem.
Não deu para eu responder por lá. Mas
estou agradecendo aqui. Obrigada de verdade!
Um enorme
beijo!
Cada dia melhor Anie cada dia mais fofa, tomare que a Lua conte logo pro Arthur
ResponderExcluirSábado, chega logo pfvr
A Lua tem que contar logo pro Arthur
ResponderExcluirTo ansiosa pra Sábado
ResponderExcluirAhhhh como eu tava com saudadesss😩😌Luh fala Logo...❤️❤️ Annie sua fofa🦄💖 quero voçê pra mim🦄💖😍❤️.
ResponderExcluirMorro de Amor por essa web❤️ Perfeita de Mais ❤️😍😩
Adoroo essa web .. tenta postar mais vezes *--*
ResponderExcluirMelhor web! Posta mais é mt boa essa web!
ResponderExcluirUma das melhores webs que já li na minha vida
ResponderExcluirPróximo pelo amor de Deus....
Sábado vem logo seu lerdo kk
ResponderExcluirPróximo.
eu acho q o thur pensa q a lua esta grávida.ai meu Deus,se for isso as coisas vão ficar feia. Amandooooooooo muito a web,sempre querendo mais Xx adaline
ResponderExcluirAmooooioi demais essa história
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEitaaa Lua tem que contar :S É melhor que ele saber pelos outros...
ResponderExcluirAwmmmm sua lindaaa num desanime ñ estamos juntas com vc suas fãs Õ/ ♡♥♡
Meu Deus é Melhor contar logo que aflição kkkkk mais amando tava com saudades
ResponderExcluirAí a Lua precisa contar logoo se não ele acaba sabendo do jeito errado e piorando as coisas...espero q ele não fique bravo por ela demorar pra contar e a apóie *_* Acho q Arthur ta estranho...algo aconteceu :-\ Amooo essa web !!! Vem o próximoooo
ResponderExcluirMal posso esperar pelo cap de hoje! Faz maratona!!!
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