O Clube –
Cap. 86
É uma
falta absurda. Ela nunca poderá se permitir esquecê-lo. Embora, triste, ele foi
uma linda e desejada página da vida de ambos.
- O ursinho fica. – Ela disse quando percebeu que ele
iria coloca-lo na caixa.
- Luh! Mais uma coisa?
POV
NARRADOR
Capítulo
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- Eu
queria falar com você sobre um assunto... – Disse assim que ele entrou no
quarto com uma bandeja nas mãos.
- Um
assunto?
- Que
você quer que eu esqueça.
- Ah
Luh! – Exclamou.
- Não,
escuta...
- Ai...
– Ele suspirou. – Diz.
- É
sobre as roupas, os móveis lá do quarto... A gente tem que dar um jeito, você
não acha? – Disse encarando Arthur que estava surpreso com a decisão dela.
- O que
você quer fazer com elas?
- Não
sei... Doar...
- Tudo?
- Sim...
...
- Er...
Bom... – Arthur começou, mas Lua o interrompeu.
- Se
você aceitar, é claro. – Esclareceu.
- Luh,
se você acha que isso irá te ajudar a aceitar mais rápido. É claro que eu irei
concordar em doar. Afinal, não vai nos servir no momento mesmo. – Ele lhe
disse.
- É que
se eu lembrar sempre que aqui ao lado tem um quarto cheio de coisas pra ele...
Eu vou acabar sempre voltando para esse estado. Arthur... Eu nunca irei
esquecer, mas eu quero superar, aceitar que tinha que ter acontecido e
aconteceu. – Falou baixo, tentando a todo custo segurar as lagrimas que sempre
queria escapar de seus olhos. Denunciando assim, seu estado emocional.
- Eu
entendo, sei que isso te fará bem. Então amor, nós iremos doar, assim como você
quer. A hora que quiser.
- Hoje.
– Ela sussurrou automaticamente. Arthur olhou para o relógio constatando que já
estava tarde. Iria dar 18h.
- Mas já
está tarde. Amanhã nós faremos isso. Tudo bem? – Perguntou olhando para a
garota que mantinha o olhar baixo. Encarava a mão com o anel de noivado.
- Tudo
bem... Mas a gente podia ajeitar tudo hoje né? Assim, amanhã não teríamos tanto
trabalho. Tem muita coisa a ser encaixotada. – Suspirou ao finalizar suas
palavras.
- Tem
certeza? Quer mesmo fazer isso hoje? Agora? Não quero que se sinta triste
mexendo nas coisas que seriam dele. – Arthur perguntou e se explicou deixando
visível à preocupação em seu tom de voz.
- Sim.
Acho que vou me sentir melhor. – Luh admitiu.
- Tem
certeza, amor?
- Sim,
Arthur. – Respondeu tentando convencer a si mesma.
- Tudo
bem então. Já pensou para onde vai mandar?
- Para
um orfanato. Estão sempre comentando que essas instituições precisam de ajuda.
Você concorda? – Lhe perguntou e ergueu o olhar para encara-lo.
- Sim.
- Então
vamos? – O convidou. Querendo se encorajar também. Sabia que não seria tão fácil
mexer nas coisas dele, era óbvio que se sentiria triste. Quem não se sentiria
assim ao encaixotar, para doar as coisas que seriam de seu filho? Mordeu os
lábios denunciando nervosismo, ele percebeu. E segurou, apertando logo depois a
mão que lhe era estendida. Lua estava com a mão fria. Arthur não comentou nada.
- Por
onde vai começar? – Perguntou ele quando saíram do quarto.
O quarto
que seria de Nathan era ao lado do deles. E logo com as mãos tremulas e suando,
Lua segurou a maçaneta e girou, abrindo a porta do quarto. O quarto estava
escuro e frio. Ela deu três passos e soltou à mão de Arthur, ele seguiu atrás
dela e logo ligou a luz do quarto. O quarto estava pintado com dois tons de
azul, um escuro e um claro. Os moveis eram brancos, o berço, a cômoda, o guarda-roupa.
A poltrona era azul. Lua andou devagar pelo quarto e passou a mão na cômoda e a
observou por alguns minutos. Algumas coisas de higiene para o bebê estavam em
cima da mesma. E ah, um urso branco com uma gravata azul de ursinhos, presente de
Mel. Sorriu ao olhar para o bichinho. Ela não o doaria. Não. Ele não. Pensou.
Virou-se vagarosamente e viu Arthur parado ao lado do berço. Ele estava com os
braços cruzados, e a fitava. Seu olhar era tão intenso, que quase a deixou
tonta. Ela caminhou até ele, e também passou a mão pelo berço. Pegou o pequeno
travesseiro, que estava com uma fronha branca, com rendas de cor azul claro, e
ursinhos. Arthur quem havia escolhido. Será que ela teria que doa-la também?
Pensou. Quase tendo a absoluta certeza de que talvez não quisesse mais doar
nada. Apertou o pequeno travesseiro nas mãos e se aproximou de Arthur, ele já a
esperava de braços abertos.
- Não
chore, meu anjo. Não chore. – Ele lhe pediu e beijou seus cabelos. – Não era
pra ser triste... Lembra? – Lhe perguntou. Lua balançou a cabeça minimamente
assentindo. – Então... – Ele pausou e a afastou. Segurou o rosto da garota com
as duas mãos forçando-a olha-lo. Os olhos dela estavam vermelhos e quase
transbordando de lágrimas. Arthur lhe depositou um beijo na testa e logo voltou
a olha-la nos olhos. – Estou aqui, Luh. E sempre vou estar. Está ouvindo?
- Estou.
– Ela o abraçou. – Amo você.
- Eu
também, e muito, muito, muito. – Ele beijou os lábios dela lentamente. – Ainda
quer arrumar as coisas? – Perguntou.
- Sim.
Uma hora ou outra vamos ter que arrumar. É melhor que seja hoje. – Disse.
- Então
vamos. – Ele sorriu de lado e foi até o canto do quarto e pegou uma caixa. –
Primeiro as roupas. Tudo bem?
- Sim. –
Ela respondeu, mesmo querendo pedir que não doassem mais nada. Era para deixar
tudo como estava. Mas ela sabia que não podia fazer isso. E que doar seria a
melhor maneira de aceitar que ele não voltaria mais. Arthur
colocou a caixa em cima da cômoda e abriu o guarda-roupa. Ali tinha todas as
roupas que haviam comprado. Não eram muitas roupas, eram algumas, algumas que
ela não queria mais doar. – Arthur... – Luh o chamou tocando em seu braço
quando ele levou a mão para pegar uma das roupas.
- Oi,
amor. – Ele virou o rosto e encarou a garota.
- Er...
Arthur... – Ela mordeu os lábios nervosa.
- Luh...
- Deixe
eu guardar uma roupa? Por favor, só uma. – Pediu olhando intensamente nos olhos
de Arthur. Pedia com o olhar também, na verdade, ela suplicava para que ele lhe
deixasse ficar com uma roupa que seria de Nathan.
- Lua! –
Ele exclamou baixo. – Como você quer aceitar, se guardar uma roupa, ou qualquer
outra coisa que seria dele?
- Por
favor, é só uma roupa. Não vai fazer mal algum... – Ela se aproximou mais de
Arthur e o olhou.
- Você
quem sabe. – Ele lhe disse.
- Não
fique zangado.
- Não
estou. – Garantiu.
- Essa
aqui. Deixe essa. – Disse apontando para um body azul. A roupa que ela havia
escolhido para que ele usasse assim que nascesse. Ninguém sabia disso, nem
Arthur.
- Tudo
bem. – Ele disse pegando a roupa e entregando-a para Lua. – Posso encaixotar as
outras? – Perguntou.
- Sim. –
Ela respondeu e caminhou até onde a caixa estava. Arthur pegou as roupas e as
colocou na caixa. Meias, luvinhas, e alguns sapatinhos também foram. Lua queria
que ele deixasse um sapatinho também, mas ele não aceitou. Alegando que desse
jeito, ela jamais aceitaria tão cedo o que tinha acontecido. E Lua tinha que
concordar. Era verdade. No fundo, ela não queria deixar que as lembranças dele
se fossem, assim como ele se foi.
- A
gente vai chegar lá e pronto? Ou você já ligou?
- Vou
ligar.
- Quer
mesmo doar tudo?
- Você
não quer? – Lua perguntou tentando resistir à imensa vontade que crescia dela
querer ouvir, não.
- Não
quero pensar, Luh. Vamos doar tudo, está bom? – Disse e Lua apenas assentiu.
- O
ursinho fica. – Ela disse quando percebeu que ele iria coloca-lo na caixa.
- Luh!
Mais uma coisa?
- Só o urso,
e a roupinha, amor. – Sorriu de lado. – Vou guardar. É só pra saber que não foi
tudo embora... – Explicou sentindo seus olhos encherem de lágrimas mais uma
vez.
- Lua...
- Eu
sei, eu sei... – Ela passou as mãos no rosto para evitar que qualquer lágrima
caísse. – Vamos terminar de arrumar aqui. Deixa que eu coloque nas caixas as
roupas e essas outras coisinhas.
- Vou
desmontar o berço, Luh. – Ele avisou.
Lua
assentiu, não queria dar importância, porque sabia que se fizesse isso. Iria
chorar. Arthur saiu do quarto para buscar uma chave de fenda, para desmontar o
berço. Amanhã não restaria mais nada naquele quarto que lembrasse o filho que
haviam perdido. E isso era bom para que eles pudessem aceitar o fato de que
nunca teriam ele. Eles sabiam que jamais se esqueceriam do pequeno, mas iam
aprender a conviver com a ausência de quem nem chegaram a carregar no colo.
Nathan era desejado e seria muito bem vindo, mas não veio. Voltou ao quarto e
desmontou o berço. Lua já tinha esvaziado a cômoda, e colocado as fraldas e as
outras peças do enxoval na outra caixa. Algumas pelúcias que haviam ganhado ou
comprado, resolveram doar. Arthur queria realmente acreditar que Lua não havia
escondido mais nada. Ele a questionou, e ela foi bem sincera ao falar que não
havia mais guardado nada. E era melhor que fosse verdade. Terminaram de
encaixotar tudo e depois saíram do quarto, Sophia havia acabado de chegar, e
antes que questionasse o porquê de Lua está carregando nas mãos um urso e uma
roupinha de bebê. Lua correu para o quarto e escondeu as coisas na última
gaveta. Depois ela arrumaria um outro lugar, por aquela noite, as coisas que
seriam dele, ficariam ali.
Depois
de colocar Manuela para dormir, e comentar com Soph a decisão que Lua havia
tomado. Exausto, Arthur subiu os degraus e chegou ao quarto. Desejou que Lua
tivesse acordada. E ela estava, para a sua surpresa, estava concentrada
estudando.
- E aí,
alguma dúvida? – Ele perguntou tirando a roupa e se jogando na cama apenas de
cueca box preta, que o deixava ainda mais irresistível. Lua não disfarçou olhar
que lançou em direção a ele, se só com o olhar ela pudesse despi-lo, agora
Arthur estaria nu. Fechou os olhou o ouvindo rir baixinho ao morder o lóbulo de
sua orelha. – Lua?
- Não.
Eu entendi. – Respondeu. Sua concentração tinha ido para o espaço.
- Então
vamos dormir. Amanhã o dia vai ser cheio. – Comentou.
- Sim. –
Ela concordou e desligou o notebook. Pegou os livros e se levantou da cama
deixando-os em cima da poltrona. Tirou a roupa e rapidamente vestiu uma
camisola. Foi até o banheiro e escovou os dentes. Jogou água no rosto e encarou
sua imagem no espelho. Por que ela estava vermelha? Enxugou o rosto e voltou
para a cama.
- O que
foi? – Arthur perguntou ao encarar a garota.
- Como
Manu está? – Ela sempre fazia a mesma pergunta.
- Bem.
Por quê?
- Quero
saber. Me desculpe por eu ter me afastado dela. – Pediu.
- Ei –
Arthur se aproximou e tocou o rosto da noiva. – Não se desculpe. Eu entendo,
ok?
-
Obrigado. – Ela o abraçou. Ficaram naquele abraço, durante uns longos minutos.
– Arthur?
- Oi. –
Ele se afastou e encarou a garota. As bochechas dela logo ficaram visivelmente
vermelhas. – O que foi? – Ele perguntou. Eles estavam frente a frente. Lua
estava sentada no colo de Arthur, com uma perna de cada lado da cintura do
mesmo. Arthur estava com uma mão na cintura da garota, e a outra, agora estava
na coxa dela. Ele massageava o local carinhosamente.
- Não
faça isso. – Ela lhe pediu.
- O que?
- Isso.
– Disse colocando a mão sobre a dele, fazendo com que Arthur deixasse de
massagear sua coxa. – Aah... – Gemeu sentindo Arthur depositar um beijo molhado
em seu pescoço para logo depois morder levemente.
- Me
desculpe, Luh. – Ele sussurrou. – Mas tá ficando cada dia mais difícil me
segurar. – Admitiu. Se achando um idiota, por estar pensando em transar, quando
ela ainda não se sentia à vontade.
- Eu...
Eu sei... – Ela arfou. – Mas, por favor... Agora não. – Ela disse tentando
reprimi um gemido. Não podiam agora. Ela se sentia tão estranha. E ele estava
quase lhe tirando a camisola. – Arth... – Gemeu não conseguindo terminar de
pronunciar o nome dele. – Não sei se você... Se você vai conseguir parar se...
Se continuar assim. – Ela respirou fundo ao puxar os cabelos dele com força,
para fazê-lo olhar em seus olhos. Os olhos dele brilhavam, brilhavam como de
qualquer pessoa que estava prestes a perder o fio de controle que lhe restava.
Sua respiração estava tão ofegante quanto à dela. Ele a olhou por alguns
minutos até recuperar seu autocontrole. Levou as mãos até o rosto dela, e o
segurou. Lua o olhava como se estivesse com medo do próximo passo que ele
daria.
- Me
desculpe. Me desculpe. – Pediu encostando os lábios nos dela e logo se afastou
da garota. Ela permaneceu sentada na cama enquanto ele se levantava apressado. –
Eu preciso tomar um banho. – Ele estava super sem graça. – Me desculpe. – Pediu
outra vez lhe lançando um sorriso de desculpas também.
Até quando ele pediria desculpa por
ficar excitado e querer transar com sua noiva? Se perguntou.
Até quando ele pediria desculpas por
quase perder o controle e fazer o que tinham que fazer? Agora foi ela que se
perguntou.
Arthur foi para o banheiro e Lua se
deitou na cama, se embrulhou dos pés a cabeça, e quase implorou para que o sono
viesse. Não queria estar acordada quando ele voltasse para a cama. E como que
por um milagre, o sono a dominou, e ela acabou adormecendo. Quando ele voltou
para o quarto, quase riu ao vê-la completamente embrulhada. Se aproximou da
cama, e puxou o lençol, deixando-a com o rosto de fora. Estava quente, ela
podia sentir dificuldade para respirar mais tarde. Depositou um beijo em sua
testa e deitou de costa para Luh. E acabou dormindo.
Era
quase 6h30 quando Lua acordou. Ela se virou e viu que Arthur ainda dormia – de costa
para ela. Se aproximou dele lhe dando um beijo no pescoço. Arthur se mexeu e
abriu os olhos lentamente. Levou uma das mãos acariciando o rosto de Lua.
- Bom
dia. – Ela sussurrou.
- Bom
dia. – Arthur se virou com cuidado e Lua deixou seu peso cair sobre ele. – Me desculpe
por ontem. – Ele pediu outra vez. Ela aproximou seus lábios dos dele, e os
mordeu levemente.
- Não se
desculpe. Eu também queria. – Ela sentiu suas bochechas esquentarem outra vez. –
Só não consigo agora. – Admitiu e Arthur acariciou seu rosto.
- Eu
sei.
- Não
sei até quando irá aguentar. – Confessou e enterrou o rosto no vão entre o
ombro e o pescoço de Arthur.
- Até
quando você se sentir à vontade, meu anjo. – Ele beijou seus cabelos. – Vamos
tomar banho? Vamos ter um dia cheio. E eu já estou com saudades dessa cama. –
Ele fingiu choramingar e Lua riu ao se levantar da cama. Arthur logo fez o
mesmo.
Tomaram
banho, se vestiram, e depois desceram para tomar café. Soph e Alê também
estavam a mesa e os quatro conversaram sobre coisas aleatórias e o único momento
em que citaram algo sobre coisas relacionadas a ele. Foi quando Soph
perguntou se Lua já sabia para onde iria doar as coisas que eram do bebê. E
pela primeira vez ela não se sentiu triste em ouvir algo relacionado a ele.
Embora tivesse notado o tom receoso de Sophia no momento em que ela fez a
pergunta.
- Vou
ligar para um orfanato que Mel me deu o telefone. – Respondeu e logo tomou um
gole de suco.
- Andou
falando com ela? – Sophia indagou. – Sobre isso, eu quis dizer.
- Não.
Ela apenas sugeriu que eu fizesse isso. – Falou quase que automaticamente.
Parece que já estava esperando por essa pergunta. – E eu falei com Arthur. E
ele aceitou. – Deu de ombros.
- Que
bom. Será muito útil, não tenha dúvidas. – Soph comentou.
- Eu
sei. – Ela sorriu de lado.
Minutos
depois eles se levantaram. Lua ligou para o tal orfanato e falou com a diretora
do mesmo. Disse que tinha algumas doações de roupas, e moveis para recém-nascido
que gostaria de fazer. E perguntou se podia. A mulher disse que sim. E
agradeceu pelas coisas, e pela atitude que Lua havia tomado. Disse que a instituição
precisava. Lua não entrou em detalhes sobre o que a levou a doar as coisas que
seriam de seu filho. Na verdade, nem citou que havia perdido um bebê, e que por
isso decidiu doar tudo que seria dele.
Ela é
Arthur saíram de casa, ele tinha ligado para um carro de uma empresa vim buscar
os móveis, deixou o endereço, e quase implorou para que Lua deixasse que eles
levassem as roupas também. Quase discutiram porque ela mesma queria levar as
roupas. E disse que se ele não quisesse ir, que não fosse. Porque ela iria,
mesmo que fosse sem ele. E ele foi. Foram o caminho todo em silêncio, demoram
quase 30min para chegarem até o local. A mulher já os aguardava. Era uma
senhora de quase 50 anos. Ela sorriu quando viu ambos se aproximarem.
- Bom
dia. Meu nome é Ana. – Ela disse.
- Bom
dia. – Ela apertou a mão de Ana. – Lua.
-
Arthur. – Ele apertou a mão da mulher. – Bom dia. Bom, logo atrás vem um carro
com os móveis que Lua lhe disse. Aqui estão as roupas e tem alguns brinquedos
também. – Explicou enquanto Lua o observava.
-
Obrigada. – A mulher agradeceu novamente. – É uma grande doação. Será muito útil.
– Ela garantiu.
- Tenho
certeza. – Ele sorriu brevemente. – Vamos, Luh? – Convidou vendo o silêncio
tomar conta dela. Ver bebês tão pequenos e chorando. Não era algo que ela
estava preparada para ver. Ambos sabiam disso.
- Estão
chorando tanto. – Comentou ignorando totalmente Arthur.
- Aah,
sentem falta da mãe. A gente faz o que pode. – A mulher explicou ao olhar na
mesma direção que Lua. Para um corredor onde três mulheres tentavam acalentar
os bebês. Como podiam abandonar seus filhos? Como elas podiam ter e abandonar?
E ela que tanto queria um e perdera. Isso era injusto. Teve que ser forte o
bastante para não chorar ali. E Arthur a conhecia muito bem.
- Luh?
Vamos?
- Vocês
têm filhos? – A mulher perguntou. Por que ela não podia simplesmente ficar
calada? Arthur pensou.
- Sim.
- Um
menino, pelo que vejo. – Comentou ao pegar uma roupinha. E Sorriu.
- Uma
menina. – Arthur disse, fora a mulher, ele era o único que falava ali.
- Oh... –
Ela o olhou confusa.
- Temos
que ir. – Ele disse e tocou no ombro de Lua. – Vamos? – Ela apenas assentiu.
Ainda olhava para o correndo que os bebês ainda continuavam chorando.
-
Obrigada mais uma vez.
- Não
tem de que. Tchau. – E eles saíram.
Arthur
dirigiu até a faculdade. Lua permanecia muda. Era melhor que ele entendesse.
Fizeram as quatro provas que teriam naquele dia. Arthur estava com a cabeça a
ponto de explodir. E o pior de tudo era que Lua ainda permanecia quase muda.
Ela só lhe dirigia a palavra quando necessário. Chegaram em casa quase 16h da
tarde. Lua subiu as escadas quase correndo e entrou no banheiro. Se olhou no
espelho vendo seu choro silencioso, as lágrimas que desciam, eram a prova
disso. Ouviu Arthur esmurrar a porta do banheiro. Mas ela não queria que ele o
visse assim. Ela tinha prometido que aceitaria. E olha onde ela estava agora?
Chorando sentindo falta dele. Não sabe durante quanto tempo permaneceu
ali, parada em frente ao espelho se olhando chorar, como se estivesse ficando
louca. Tirou a roupa e ligou o chuveiro. Ficou ali por mais alguns intermináveis
minutos e quem sabe, até horas. Quando se enrolou na toalha e abriu a porta, um
Arthur desesperado e com os olhos vermelhos quase a sufocou em um abraço
extremamente apertado.
- Céus!
Você quer me matar? – Lhe perguntou. Lua não disse nada. Ela já havia parado de
chorar. – Luh, tudo vai ficar bem.
Confie em mim. – Pediu.
- Eu
sei. – Ela respondeu baixo aproveitando o carinho que ele fazia em seus
cabelos.
O tempo
ia passar... Ele já estava passando. E tudo ia se ajeitar. E ia chegar um dia
em que se lembrar de Nathan, não seria motivo de tristeza. Eles sabiam onde ele
eternamente ia permanecer dormindo. E quando quisessem, podiam ir visita-los.
Na verdade, ela queria ir visita-lo. Ela precisava disso. Iria falar com
Arthur. Embora pudesse adivinhar qual seria a primeira reação dele.
Continua...
N/A: Eu sei que faz um mês que atualizei a fic. Enfim, eu não
queria escrever qualquer coisa. E por isso a demora. Mas agora, aqui está o
capitulo e aos poucos, o final tá se aproximando. Próximos capítulos, mudanças.
Me digam o que estão achando.
Um beijo!
Se leu, comente! Não custa nada.
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Aaaaaah tava com sdds ja que emoçao😢😢😍👏👏
ResponderExcluirPorra até que enfim postou eim vaca, da próxima vez que demorar tanto assim, vou ai em Bragança te matar, porque sou dessas hahaha
ResponderExcluirOkk, sobre o capítulo agora. Woooooooow!! Tadinha da Luh, to sofrendo com ela, que triste até chorei... Espero que as coisas melhorem para eles agora... Luh tem que dar mais atenção para Manu, tadinha...
Espero que seja mudanças boas :)
Poxa quanto tempo que vc não posta kkk mais que bom que conseguio pena da Lua é muito dolorido ainda ela precisa voltar a cuidar da manu bichinha não tem culpa ja perdeu a mãe :/ ansiosa pelo proximo :)
ResponderExcluirAmoooooooo pena que ta no fim :/ querendo mais
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