POV’s Arthur Aguiar
Eu estava realmente com medo do futuro que
eu e Lua pudéssemos ter, ou medo até do futuro que provavelmente não vamos ter
– um futuro amoroso, unido.
Lua tem passado mal nestes dias. Chora por
tudo e por nada, sente-se cansada e houve até um dia em que teve de ser
dispensada do trabalho por excesso de dores e cansaço.
Eu estava disposto a mudar. E agora era
definitivo.
- Ellie? – cheguei à secretária
– Preciso que contrate de novo um cara para a assessoria da empresa.
- Para tratar da divulgação
de produtos?
- Exatamente. – conferi
- Mas isso não era o senhor
que fazia?
- Sim, era. Mas são cargos a
mais para mim.
- Mas o senhor sempre quis
estar à frente nesse cargo…
- Sim, mas não quero mais. –
a interrompi
- Sempre tem o Sr Mark
- Ele está ocupado de mais
já.
- Tudo bem. Farei o que me
pede.
- Otimo. – sorri e fui de
novo para a minha sala
Pouco depois, alguém me bateu à porta. Seria
quase impossível Ellie já ter tratado de arranjar alguém, assim tão depressa.
Estranhei. Mas mesmo assim, sem perguntar quem era, mandei entrar.
- Arthur. – era Mark. Ele
entrou e veio até à minha secretária – Soube que vai arranjar alguém para a
assessoria.
- É. Estamos precisando.
- Podia ter me chamado. Eu
te ajudava, caso não desse conta do recado
- Eu dou muito bem conta do
recado – bati com a mão na mesa – Acontece que nos próximos tempos estarei um
pouco mais ausente.
- Porquê?
- Porque tenho uma mulher grávida
em casa, ou esqueceu?
- Nunca esqueci – ele
respondeu – Vai almoçar onde?
- No lugar de sempre.
- Porque não vamos juntos? –
perguntou Mark
- Não rola.
- Porque não?
- Para que tanta pergunta
Mark? Cara, me deixa em paz. Vai pra sua sala e trabalha. É para isso que te
pago! – praticamente o expulsei da minha sala
- Até quando vamos continuar
assim?
- Engraçado. Pergunto sempre
isso à Lua quando estamos chateados. – fui irónico com ele
- Engraçado. Estamos
chateados também – ele respondeu na mesma moeda – Quero dizer, você está
chateado comigo. Cara, a gente era irmão. Será que não dá para voltar a sermos
o que éramos de antes? Já passou tanto tempo desde a nossa briga… além do mais,
sempre tive esperança de você entender, de uma vez por todas, que eu fiz aquilo
para o teu bem. Lua merecia saber que você não queria aquele filho. Ou você ia
mentir para ela?
- Eu podia aprender a gostar
daquele bebé
- E você vai?
- Nada está perdido
- Por esse teu mau humor,
presumo que ande com falta de sexo. Logo, acho que as coisas entre você e a Lua
não estejam nada bem
- É. Não estão mesmo! –
suspirei e me sentei na cadeira, rodando ela e encarando a janela aberta do meu
escritório – As coisas entre nós vão de mal a pior. Não sei mais o que fazer.
- Surpreende ela.
- Surpreender? Com o quê? Eu
já tentei tanta coisa. Sabe o pior? – eu virei a cadeira para ele – É que morro
de ciúmes do amiguinho dela.
- Aquele que te deu uma
sova? – Mark riu
- Para de rir, filho da mãe.
Ele me encontrou distraído e, além do mais, eu tenho um reputação a manter
- Claro, claro – Mark continuou
rindo – Vamos almoçar. Eu vou te dar umas dicas para reconquistar a tua mulher.
- Você? – eu ri – Você nem é
casado.
- Mas eu sei como você deve
reconquistar a Lua.
- Ah sim? – cruzei os braços
e o encarei – Então me explique como?
- “Troque a grosseria por
gentileza, a provocação pela compreensão, a arrogância pela humildade, as
disputas pela cumplicidade e o silêncio pelo diálogo”.
(…)
Levei flores e um peluche para ela. Sei perfeitamente
que não é assim que a vou conquistar, mas posso usar isso para começar. Antes de
entrar em casa olhei, pela janela do meu carro, para o meu cabelo e para a
minha barba que estavam visivelmente maiores e sem cuidados nenhuns.
Confesso que não tenho tido tempo para me
cuidar. Nem tempo, nem vontade. De que serve você ficar bonito e gostoso se a
sua mulher não te vai olhar e dizer “Putz, o quanto você está lindo amor. Vamos
ali no quarto?”. Fazia tempos que Lua não me beijava. Bom, exagero. Mas fazia
tempos que não dávamos um beijo de verdade, sabe? Aquele beijo em que você
sente borboletas na barriga. Aquele beijo que faz você ficar excitado no
primeiro segundo. Aquele beijo que te dá vontade de levar ela para a cama e
amá-la o dia inteiro.
- Cheguei. – disse eu. Notava-se,
em casa, um silêncio constrangedor. Lua estava no sofá, com um balde de pipocas
ao lado, dormindo. Estava mal posicionada e eu tinha imensa vontade de pegar
nela e levá-la para a cama, mas ao mesmo tempo morria de medo porque com
certeza ela ia dizer que eu me estava aproveitando.
Coloquei as flores na jarra, na cozinha, e o
peluche eu coloquei no nosso quarto, no lado dela. Enquanto isso, fui tomar um
banho. Aproveitei para fazer a barba e dar uns cremes muito gays que um dia a
Lua me comprou.
Voltei
ao sofá e ela continuava lá deitada numa posição ainda pior. Não tive coragem
de lhe deixar lá. Pelo contrário, ganhei coragem de pegá-la e levá-la para o
quarto. Quando peguei nela, ela nem piscou os olhos. Colocou a mão pelo meu
peito a cima, subindo até à gola da blusa e colocando lá a mão, enquanto a
outra se dobrava sobre a barriga dela.
Quatro
meses e pouco de gravidez e devo confessar… uma ondinha perfeita naquela sua
barriga.
No quarto, coloquei ela sobre a cama e me
deitei ao seu lado. Juro que nem lhe toquei. Fiquei olhando para o teto branco
do nosso quarto e imaginando o momento em que ela vai acordar e vai olhar para
mim, me chingando disso e daquilo. De algo que eu fiz e de algo que eu não fiz.
Inesperadamente, ela se volta e me abraça. Colocou
a cabeça no meu peito e eu só agradeci a deus por poder voltar a sentir o seu
cheiro de perto. Fazia tanto tempo, que não ficávamos assim.
- Que horas são? – ela perguntou,
mandando o silêncio para longe. Eu me assustei. Não sabia que ela estava
acordada já. Me apressei para ver as horas e lhe responder
- São 19:05
- Pensei que fosse de manhã,
novamente. – ela espreguiçou-se um pouco e voltou à posição que estava – Você está
com um cheiro diferente… - ela cheirou o meu pescoço e eu me arrepiei todo –
São os cremes que passam anos no mesmo lugar, na prateleira do banheiro?
- São. – sorri – Decidi cuidar
um pouco de mim. Achou bem?
- Achei. – ela sorriu –
Chegou cedo em casa.
- Reparou?
- Sim. – ela se levantou da
cama. Ao sentar, reparou em algo em cima da mesinha de cabeceira – O que é
isso?
- Gostou?
- Está assim porquê?
- Quero te surpreender. Te reconquistar.
- Bem precisa. Precisa disso
e muito mais. – ela pegou o ursinho – Ele é lindo.
- Espera até ver o que está
na cozinha – sorri para ela, falando das flores – Tenho uma noticia boa.
- O quê?
- Eu e o Mark voltamos a ser
amigos.
- Finalmente. – ela sorriu –
Vocês são inseparáveis.
- Como nós. Né?
- É… - ela suspirou – Tem dias.
Amanhã tem mais. Aqui tá um capítulo sem brigas ou discussões.
E relaxem, nada será igual a outras webs, até porque eu não estou lendo nenhum faz tempos!
Aiii que lindoooo
ResponderExcluirOwt 's
ResponderExcluirAmei,amei.amei
ResponderExcluirQuero que eles fiquem bem logo :)
ResponderExcluirAmei!!! Posta mais!!!
ResponderExcluirfoi tao lindo esse post, quero mais..
ResponderExcluiresse capitulo <3
ResponderExcluirCris tá perfeito continua assim!
ResponderExcluircadê a camila pra postar a web dela? Bjss