Certezas - 2ª Temporada - 10º Capítulo

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POV’s Arthur Aguiar

- Como é? – desapertei por completo a minha gravata e encarei Lua. Ela estava com uma expressão risonha no rosto, pegando as roupinhas de bebé caídas no sofá.
- Vamos ser pais, Arthur. Eu sei que você não se sente preparado, mas aposto que irá adorar esta experiência. Deixo claro que quero mais que um, ok?

   Para Lua, tudo parecia simples e fácil. Como se ter filhos fosse a coisa mais natural do mundo. Faze-los é realmente uma das melhores coisas do mundo… mas ter filhos? Criar filhos? Não é realmente um dos meus grandes sonhos. E bom, não que eu não queria esta criança, mas tinha que ser logo agora?

   Fui tomar um banho demorado para relaxar. Nestes dias tenho sentido muitas dores de cabeça, provavelmente falta de vista devido às horas que passo em frente a um computador.
   Digamos que gerar duas empresas não é nada fácil. Além do mais, não durmo bem à noite devido às quebras que estamos tendo, a nível dos negócios que outros países. Preocupações atrás de preocupações.


   Felizmente tenho Mark. Nos conhecemos à seis anos, mais ou menos, desde os tempos de faculdade. Estudamos juntos e agora trabalhamos juntos. É para mim um grande orgulho tê-lo ao meu lado. Ele me conhece e sabe quando algo me incomoda.

- Pode falar. Agora estamos sozinhos. – ele é muito direto. Fechou a porta da minha sala e sentou em cima da minha secretária, enquanto eu estava virado para a janela, vendo lá em baixo o movimento dos carros.
- Eu vou ser pai! – retribuí pra ele na mesma moeda
- CARA, PARABÉNS! – ele veio até mim e me abraçou. Não retribuí. Fiquei estático – PARABÉNS PAPAI! – ele voltou a gritar – Pow, seu safado. De quanto tempo ela está?
- Nem sei direito. Não perguntei pra ela…
- Como assim cara? Que rosto é esse? Você… você não ficou feliz?
- A verdade? – perguntei, com o meu rosto muito sério, lhe encarando. Ele assentiu, pedindo a verdade – Não. não estou feliz.
- Você não quer o filho?
- Não é que eu não queria… quando a gente era mais jovens, ela sonhava ter filhos e eu jurei que lhe ia dar todos os que ela quisesse, mas a verdade é que… sei lá, você sabe os problemas que a empresa enfrenta. E se eu ficar sem trabalho? E se eu não conseguir sustentar a minha mulher e o meu filho?
- Ah Arthur, menos. Muito menos. – ele jogou o braço pra lá, dando a entender que a minha desculpa fosse esfarrapada. Talvez fosse mesmo. – Ter um filho é uma bênção de deus. É ser chamado para… reinar o mundo. Cara, você já imaginou o que é ter um filho?
- E você por acaso já imaginou?
- Já! Muitas vezes!
- Como já? Você nunca foi pai e sempre me disse que pretendia ter filhos depois dos 30.
- Eu também pretendia ser rico aos 18 anos, mas isso não aconteceu. Alias, por este andar, não vai acontecer nunca.
- São coisas totalmente diferentes.
- Você não deve amar mesmo a tua mulher. Né?
- Quê? Eu amo a Lua!
- Ama? Pois eu duvido! – ele foi até à porta, abriu-a e olhou para trás – Fica de olho no que é teu. Um dia alguém vai querer tirar o teu lugar. Alguém vai querer ficar com a mulher que você achava que era perfeita pra você. E não pense que a Lua é boba. Ela é uma mulher decidida e pode muito bem decidir te dar com os pés.
- Isso não irá acontecer! – garanti pra ele. Quando ele ia realmente sair, eu falei – Eu pensei que você era meu amigo.
- E eu sou. Não duvide. Por isso mesmo te dei tais conselhos. Aproveite se quiser. – ele saiu, batendo forte com a porta.

   Estaria eu errado?
   Gritei no meio d minha sala e joguei vários documentos ao chão. Pouco me importava, neste momento. Talvez este acto fosse de alguém que esteja com a consciência bem pesada.


   Desta vez decidi eu agradar a minha mulher. Afinal, depois da nossa lua-de-mel, foram bem poucos os momentos que passamos juntos. Todos os momentos que passamos juntos são poucos.
   Eu realmente amo a Lua. Amo de mais!
   Quando paro para pensar, chego à conclusão de que talvez eu não lhe dou razões suficientes para ela acreditar que a amo. As declarações agora são mínimas. Na nossa adolescência, enquanto namorados, todos os dias eu lhe citava algo, dizendo que a amava, agora, mal digo que a amo.
   Talvez Mark tenha razão. Um bebé irá nos fortalecer, afinal, é uma bênção de deus. Porém, esta talvez não seja a altura indicada. Mas irei receber de braços abertos esta criança.

   Fiz o melhor prato que eu sabia e ainda encetei uma das nossas melhores reservas de vinho. A cozinha estava arrumada. Só faltava Lua chegar. Ela hoje estava demorando mais do que o normal, então eu me sentei na sala vendo uma partida de futebol.
 
   Ela chegou de rosto fechado. Nem me deu as boas noites e foi direta para o quarto.

- Lua? Lua o que aconteceu? – fui atrás dela. Ela foi para o banheiro e se fechou lá – Está tudo bem? Eu fiz um jantar para nós. – sorri
- Coma então.
- Eu disse para nós
- Estou sem fome.
- Impossivel! – ri – As grávidas estão sempre com fome
- Ah é? Como sabe?
- Simples uê… - ri sem graça
- Coloque as suas simpáticas no seu cu. Eu sei de tudo.
- De tudo? Tudo o quê amor? Abre essa porta.
- De tudo! – disse ela, abrindo finalmente a porta. O seu rosto estava borrado do seu lápis preto. Estava visivelmente chorosa – Estive com a Yasmin, sabia? O Mark também apareceu por lá. Foi uma coincidência, mas ainda bem que aquilo aconteceu.
- E então? Foi legal… o café? – gaguejei


Flash back on


POV’s Lua Blanco

   Estranhei Yasmin me ligar pedindo pra marcar um café. Ela estava enrolando tanto que eu achei mesmo que ela fosse me implorar pra ser madrinha de um bebé que eu ainda nem sei o sexo. Ela estava dizendo que a gravidez é uma coisa maravilhosa, que eu devia estar feliz e que devia lutar com ou sem alguém a me apoiar.
   Depois chegou Mark. Os dois são colegas de trabalho, juntamente com Arthur que provavelmente já deve estar em casa, nessa hora.

- E aí mamãe, já sei das novidades.
- Oi, tudo bem? – ri. Nos cumprimentamos e voltamos a nos sentar.

   Os dois voltaram a enrolar na conversa. Depois Mark soltou uma bomba.

- Falei com Arthur sobre a gravidez e acho que…
- Espera Mark! – disse Yasmin – Não podemos dizer isso a ela, assim, do nada.
- Como assim? Dizer o quê? O que tem o Arthur? Ele está bem?
- Não. Não está. Porque um cara que não quer aceitar, minimamente, uma bênção de deus, não é considerado um homem bom da cabeça.
- Como é que é? – me levantei – Não pode ser. Ele gostou… ele gostou. Acreditem! – eu queria que eles acreditassem ou que eu acreditasse – Ele ficou meio estranho, mas também não estava à espera de nada. Além disso, eu também não o informei da melhor maneira. – eu estava rindo e chorando ao mesmo tempo. Eu queria acreditar numa coisa que eu sabia que não era bem verdade.
- Lua… o Arthur anda tão focado no trabalho, que ele agora está colocando tudo para trás disso. Eu acho que… ele não quer esse bebé. Mas você não o pode tirar, entende? Eu e a Yasmin estaremos aqui para tudo e…

   Nem quis ouvir mais nada do que eles disseram. Eu saí do Starbucks correndo tanto que achei, quando cheguei ao carro, que me ia dar alguma de mal. O meu coração estava acelerado e eu queria respirar mais e não conseguia.

Flash back off

Amanhã tem mais! O que será que vai acontecer hein?

6 comentários:

  1. ++++ naa faz nada acontecer com a Luinha e o bebe !

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  2. Aiiii, criis até choreiii! To amando mais nao quero que nada aconteça com a Luinha e o Bebê!

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  3. Que nada aconteça nem com ela nem com o babys mas tambem eles exageraram

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  4. Não quero que aconteça nada que prejudique a Lua e o bebê

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