A Promessa - Capitulo 21 Parte 2

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- Não estou com pressa. Prefiro apenas passar esse momento com você. Vamos dar uma caminhada. Lu, você se importa de ficar sozinha por alguns minutos? Só iremos caminhar pela rua.
- Está bem, mamãe.
Vestimos nossos casacos e saímos para o clima gelado de fevereiro. Torcia para que ele segurasse minha mão, mas ele não o fez, e então, um minuto depois, tomei a dele, entrelaçando meus dedos aos seus.    
- Foi muito divertido – comentei. – você faz um ótimo arroz frito.
- Eu disse que faria. – virou-se. – Então, o que disse sobre não querer saber o futuro. Você falava sério?
Assenti.
- Acho que sim. Quero dizer, se soubesse que Fernando me trairia, jamais teria me casado com ele.
Parecia refletir.
- Penso que ainda assim se casaria – disse. – Ou não teria tido a Luana. 
- Você está certo.
Caminhamos pela calçada em silencio. Era bom estar com ele. Eu adorava seu bom humor. Adorava o modo como conversava comigo. Depois de uma segunda volta no quarteirão, falei;
- É melhor voltarmos para a Luana. – Apertei sua mão e sorri. – Desculpe por ser tão dura com você no começo. Obrigada por insistir. Não sei por que fez isso, mas sou grata.
- Tive a intuição de que valia a pana insistir.
- Posso levá-lo para sair da próxima vez?
- Eu gostaria disso.
- Quando você está livre?
- Estou desempregado. Estou livre sempre.
- Certo, a vida de um cavalheiro ocioso. Que tal na próxima sexta-feira?
- Na sexta-feira. Que horas?
- Para o que estou planejando, precisamos sair cedo. Lá pelas quatro e meia. Ficaremos fora até tarde.
- O que você tem em mente?
- É uma surpresa.
- Devo me vestir como?
- Com roupas quentes. Sobretudo grosso, chapéu e luvas.
- Surpresa ao ar livre. Algo com neve á noite?
- Não pense muito nisso – falei. – você pode estragar a surpresa.
Encostei-me na porta de seu carro, bloqueando seu caminho. Estava frio, e nosso respiração congelava á nossa frente.
- Você irá me beijar dessa vez? – perguntei.
Ele me olhou como se estivesse decidindo.
- É claro – disse. Inclinou-se e me deu um selinho.
Meu coração se partiu. Por que não me beijava de verdade? E então um pensamento veio á minha mente, que me confortou e, ao mesmo tempo, me machucou – talvez ainda estivesse apaixonado pela mulher.
- Você ainda sente falta dela, não é?
- Por causa do beijo? – perguntou. – Desculpe por isso. - Assistiu, devagar. – Sentirei falta dela pelo resto da vida.
- Como ela era?
Contemplo-me com tristeza, e então falou com branduras:
- Ela parecia muito com você.
Abaixei a cabeça, sem saber o que dizer. Ficamos quase um minuto em silencio. Ele retomou a palavra:
- A sua sorte, sabe, algo que perdeu logo aparecerá? O que você perdeu? 
Puxei os cabelos para trás.
- Confiança.
- Você acha que aparecerá?
Olhei-o nos olhos, e sorri.
- Acho que o biscoito estava certo.

                                                                                          Continua....
Anna, Pode comprar q o livro é ótimo

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