A Promessa - capitulo 10 Parte 2

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Capitulo 10 Parte 2 
    Dirigi até  banco para depositar meu cheque, e passei na mercearia para apanhar algumas coisas para nossa ‘’comemoração’’ – meia dúzia de latas de refrigerantes, um pacote de biscoitos de canela em forma de ursinhos, uma lata de milho de tomate, um pouco de queijo cheddar e tortilhas de milho.
  Enquanto aguardava na fila do caixa, o galã de novela,entrou na fila atrás de mim. Estava tão bonito quanto antes.
- Déjá-vu – comentou.
Olhe para ele, tentando recordar seu nome.    
- Alex – tentei adivinha.
Deu um sorriso.
- Arthur.
- Isso, Arthur. O da cabeçada.
Riu.
- Gosto disso, Arthur, o da cabeçada. Ainda me sinto envergonhado com aquilo.
Sem cumprimentar, a moça do caixa começou a contabilizar os itens e a depositá-los em um saco plásticos.
- E então, o que vc faz quando pedem bis? Um encontrão?
      Deu risada.
- É, bem, se me enforcarem por ser educado, morrerei injustamente.
A atendente falou:
- São oito dólares e setenta e quatro centavos.
- Acho que vou pagar em dinheiro – falei. Vasculhei a minha bolsa, esperando ter a quantia necessária para não te que preencher um cheque. Tudo que pude encontrar foram seis dólares,
- Tome – disse Arthur, estendendo uma nota de dez dólares para a atendente.
Ergui os olhos para ele.
- Pode deixar – falei. Voltei a remexer, em vão, a minha bolsa. Finalmente, tirei meu talão de cheques e comecei a escrever.
- Oito dólares e... setenta e dois centavos?
- Setenta e quatro – falou brevemente a mulher, fazendo possível para parecer irritada por eu estar preenchendo um cheque de quantia tão baixa.
Terminei de escrever e entreguei-lhe o cheque.
- Preciso da identidade – ordenou a atendente.
- Serio? Por oito dólares? – perguntou Arthur.
- Eu não faço as regras – falou.
- Eu pego – falei. Voltei a vasculhar minha bolsa, retirei a carteira e mostrei a minha carta de motorista.
Ela carimbou o verso do cheque, anotou o meu número da habilitação e guardou o cheque na gaveta do caixa.
Voltei-me um pouco constrangida para Arthur.
- Tchau.
- Ei,vc pode esperar um pouco?
Olhei-o intrigada.
- por que? 
- Só quero conversar com vc. Será rápido. Prometo. Por favor.
Não sei ao certo por que disse sim – talvez por algo tão simples e poderoso quanto a pressão social -, mas cedi.
- Tudo bem. Só alguns minutos. Eu realmente preciso ir para casa.
- É tudo que preciso – afirmou.
Caminhei até a porta automática para esperá-lo. Ele entregou á atendente duas notas e disse:
- Fique com o troco.
Dirigiu-se sorrindo até minha direção.
- Obrigado por esperar. Terá uma grande festa hoje á noite?
- Ah, claro. Ficaremos dependuradas nos lustres.
- Parece divertido – falou, como se tivesse acreditado em mim.
- E então, vc está me seguindo?
O sorriso se alargou.
- Vc é uma mulher direta, por isso serei direto e vou convidá-la para sair.
- Quer me chamar para sair? 
- Quero.
- E se eu dissesse que não estou interessada?
- Seria o esperado.
- Mas isso o deteria?
- Provavelmente não. Um novo ano está chegando. Aposto que vc poderia precisar de um amigo.
- Eu tenho amigos suficientes. Além disso, os homens nunca querem ser apenas amigos.
- Talvez eu seja a exceção.
- Isso me deixaria preocupada. – olhei para ele, sentindo-me um pouco receptiva ao seu convite. – olhe, vc parece um sujeito bacana, e tenho certeza de que sabe que é muito bonito, mas não estou procurando um novo relacionamento em minha vida neste momento. Fico lisonjeada, de verdade. Mas não estou interessada. Desculpe.
  Ele permaneceu ali, olhando para mim, completamente impassível ao que eu imaginava ser uma dispensa muito clara.
- Vc é franca. Eu gosto disso.
- O que mostra apenas que não esteve comigo tempo suficiente. Ninguém quer tanta fraqueza.
- Vc tem razão, isso provavelmente me deixaria louco. Quando posso levá-la para sair?
Olhei-o espantada.
- Vc não ouviu uma palavra do que eu disse, não é?
- Não sou um bom ouvinte.
- Escute...
- Arthur – ele falou..
- Certo. Arthur, vc não sabe nada sobre mim. Não sabe nem o meu nome. Portanto, vamos deixar isso como está. Acredite, será melhor.
E me virei para sair.
- É Lua Maria – falou.
Voltei a olhá-lo.
- O que?
- Seu nome é Lua Maria.
- Como é que vc sabe disso?
Ergueu os ombros.
- Devo ter escutado alguém chamar vc.
- Ninguém me chama de Lua Maria, exceto minha mãe. E ela morreu há dez anos.
Apenas continuou a me fitar.
- Estão é um mistério.
Abreviei:
- Realmente preciso ir embora.
- Espere, por favor. Só quero sair com vc. Não aceitarei um não como resposta.
- Quer queira, quer não, esta ainda é a resposta.
Afastei-me. Ele me seguiu até o estacionamento. Quando estava destrancando o carro, ele falou:
- Por que vc não me dá uma chance?
Abri a porta.
- Eu já disse o porque. Além disso, agora vc disparou o alarme interno. Tchau.
- Não vou desistir – ele falou.
- Tchau – falei e entrei no carro.
Liguei a ignição e dei marcha a ré. Ele permaneceu ali, com as mãos nos bolsos, observando-me. O que ele queria? Mel teria me dado um tapa na cabeça por tê-lo dispensado.      
                                                                                                    Continua...

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