O tempo cura tudo - 17º Capítulo

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POV NARRADOR

Ao chegar ao hospital, Lua fez exames ao colo do útero e os médicos concluíram que estava dilatando, ou seja, estava ficando mais fino. Entretanto, Lua acordou e ficou preocupada ao ver em que estado se encontrava. Ficou mais preocupada ainda por ver tanta gente à volta dela de mascara e nenhuma delas ser o Arthur.
Os seus ritmos cardíacos ficaram alterados e a sua pressão tanto subia como descia. Os médicos concluíram que aquela era a hora de salvar, ao menos, a vida de Lua.

Arthur andava de um lado para o outro, se sentia culpado de tudo. Uma enfermeira tentou lhe acalmar, dando-lhe um calmante e uma água pra ele beber e ainda ficou conversando com ele.

- Fique calmo. Eu sei que os partos prematuros são difíceis, mas você tem de preparar para tudo
- A Lua está assim tao mal? – ele engoliu seco. Estava mais calmo, apos aquele calmante milagroso
- Ela está com os médicos profissionais e eles não vao deixar que nada aconteça a ela
- Eu posso entrar?
- Não, por enquanto não. Acho que só vai poder entrar depois que essa criança nascer
- Vai correr tudo bem né?
- Bom… eu detesto o meu trabalho sabe? É que eu fico sempre com a parte de ter de dar a má noticia para a família. Você é a única família dela?
- Aqui sim… os pais dela estão fora e bom… eu sou apenas.
- É o seguinte… o bebé está com quantos meses?
- Acho que quase 30 semanas… eu não tenho bem a certeza. A Lua é que estava mais a par dessas coisas. Ela estava gravida a 7 meses e pouco.
- Então deve ser mais ou menos 30 semanas mesmo. Os bebés que nascem com 28 semanas ou menos, no futuro, existe uma grande percentagem de ficarem com sequelas.
- Que tipo de sequelas?
- Pode ficar com problemas de visão, audição, pode até ter hemorragia cerebral e tantos outros problemas. Mas agora os hospitais estão bem equipados e não vamos deixar que isso aconteça
- Tá… mas e aqueles que têm mais de 28 meses?
- Aqueles que têm menos de 34 semanas, vão ficar sem sequelas. Apenas um pequeno problema ao respirar e mamar, mas existem ajudas para isso. Pode ficar também com pequenos problemas ao estabilizar a temperatura do corpo. O seu bebé, querendo ou não, terá de ficar internado aqui na UTI. Logico que ainda não sabemos por quanto tempo…
- E a Lua, ela vai sobreviver?
- Ela vai ser forte, claro que ela vai sobreviver
- Mas existem possibilidades dela morrer durante o parto?
- O que ela tem e que está complicado de segurar é a pressão, mas ela está sobre o efeito de medicamentos e irá ficar tudo bem.
- Deus queira que sim…

Arthur não sabia se ficava mais descansado ou mais preocupado. Tudo aquilo que a medica falou pode e não pode acontecer ao bebé. Pode ser que aconteça um milagre e que realmente ele nasça bem de saúde, mas esses casos são raros.
Arthur queria o seu filho perfeitinho, sem nenhuma sequela, mas se ele nascer e resistir irá ser ótimo para a vida de ambos.
Ele estava agora preocupado com Lua. ele queria ter ficado lá dentro a ajudar ela, embora que Lua, nestes últimos dias, não tenha muita vontade de ver Arthur.

Ele via uma enfermeira passar e corria até ela para tentar saber de informações da Lua, mas nem sempre elas tinham algo para contar. O facto é que Lua estava em trabalho de parto, que estava a ser bem regularizado e um pouco trabalhoso, mas tudo dento dos eixos.

Dentro daquela sala, só se ouvia os gritos de Lua e as vozes atrapalhadas dos médicos. Eles viam que Lua era uma adolescente que estava levando a vida ao máximo. Isto porque ter vinte e poucos anos e passar por um parto prematuro não é nada fácil.
Os médicos pediam que ela fizesse força e ela fazia. Pediam que ela gritasse e ela gritava. Sempre assim, ouvindo e obedecendo para que tudo desse certo.
Uma enfermeira é que pegava a mão da Lua, pedia mesmo a ela para apertar e Lua apertava com toda a sua força.
Foi neste ritmo acelerado que o Guilherme nasceu…

- Eu quero ver ele, eu quero ver ele… - pediu Lua
- Nos desculpe, mas não pode ser agora. Ele tem de ir para a UTI.
- Ele vai ficar bem? – Lua segurava o choro
- Vai… não se preocupe – a enfermeira sorriu ele

Lua mal teve tempo de ver o bebé. Apenas ouviu o chorinho dele e foi o necessário para ela se quebrar em lagrimas. Ser mãe era um momento único. Como é claro, foi difícil trazer este filho à terra, mas se deus quiser, Lua e Arthur irão ser bem recompensados.

Depois do parto, Arthur foi desde logo avisado do nascimento do seu filho. Tudo tinha corrido bem. O bebé e a mãe estava sãos e salvos. Arthur queria de novo entrar, mas Lua estava sendo tratada pelos médicos e o bebé estava sendo preparado para entrar na UTI Neonatal, especifica para bebés prematuros.

- Conseguem me dizer com quanto ele nasceu? Ele era muito pequeno?
- Eles nasceu com 800gr e 35cm. É um bebé pequeno, mas é normal por ser prematuro. Não se preocupe, está tudo bem – disse a enfermeira que horas antes o acalmou
- Ele nasceu com sequelas?
- Ele está sendo analisado. Daqui a pouco, já pode ver a sua mulher.
- Bom, não somos casados…
- É a sua namorada?
- É… - ele suspirou pois se lembrou que Lua terminou tudo com ele

Depois de Lua ser tratada pelas enfermeiras, ela estava apta de receber visitas no quarto. Arthur entrou sem nem reparar para os lados. Haviam três camas naquele quarto e Lua se encontrava na cama do meio.

- Lua… - Arthur chegou perto. O seu olhar não parava. Ele queria investigar cada parte do seu corpo, do seu rosto. Queria vê-la. Queria ver se estava tudo bem e se o parto havia deixado marcas. Para além do cansaço e um pouco de dor, nada mais…
- Arthur… - ela sorriu, embora ainda estivesse sentindo algumas dores
- Como você tá? Como foi tudo? Eu juro que eu quis entrar, eu pedi milhões de vezes. Mas eles não me deixaram. Eu estava quase pulando a barra e entrar aqui só para estar com você naquele momento…
- … calma, está tudo bem. – ela disse, meia fraca
- Você viu ele? – sorriu
- Não… - seus olhos brilhavam – Mas ouvi o seu chorinho. Só por isso, posso já adiantar que é um bebé perfeito. Apesar das sequelas que possa ter.
- Você já sabe do que pode acontecer a ele?
- Já… - ela suspirou
- Você vai ver que vai dar tudo certo! Confia em mim! – Arthur abraçou ela e deu um beijo na sua testa. Um beijo longo, pois queria senti-la perto de si novamente – Te amo e estou orgulhoso de você! – disse ele com uma lagrima no canto do olho

Se der, eu posto mais um hoje. Não se esqueçam de usar as tags pfv!

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