Little Anie
Parte Um
Eu espero que você se apaixone por alguém
que te retribua, que te faça sentir que é
simples ser amada. Espero que você encontre
alguém que transforme o “amar você” em uma
benção. Alguém que olhe para o seu coração
como quem recita uma oração, como quem
encontra o que sempre buscou. E, quando estiver
com essa pessoa, faça ela saber que estar com
você nunca será um desperdício. Que o seu coração,
enfim, encontrou um lugar para ficar,
para amar, para construir.
– Edgard Abbehusen
Pov Arthur
Londres | Sexta-feira, 13 de outubro de 2017.
Vinte e cinco semanas e cinco dias, quase sete meses de gestação.
Lua viajará domingo para o Texas. Estou um pouco preocupado, mas estou tentando evitar ao máximo demonstrar. Não quero que ela fique chateada ou ache que não é uma boa ideia fazer essa viagem a trabalho. Eu sei que é uma viagem que a deixará feliz como profissional, pois sei, também, que ela já deve estar pensando nos meses que passará afastada quando o bebê nascer.
Hoje ela tem uma consulta com a Eliza para ver e saber se está tudo bem com o nosso filho. Eu desejo que tudo continue bem. Não quero vê-la preocupada e muito menos com receio de viajar. Ravi continua mexendo muito. É um bebê muito ativo. Se Lua deixasse, passaria vinte e quatro horas mexendo com ele na barriga dela, fazendo carinho e beijando.
Agora ela ainda dorme. É cedo. Acabou de amanhecer. Ela não vai para o trabalho hoje, Ryan a liberou para a consulta e o restante do dia. Me virei na cama e deitei de lado para olhá-la. Lua está de costas para mim.
Ontem ela reclamou do calor, mas como não gosta de dormir com o ar ligado, preferiu dormir de top e calcinha. Ontem também não foi um dos melhores dias para ela. Vomitou depois do almoço, sentiu dor de cabeça e chegou em casa muito estressada.
Eu não quis aborrecê-la ainda mais, então apenas aceitei e ouvi tudo o que ela tinha para desabafar e concordei com tudo. Talvez ela já estivesse nervosa pensando na consulta de hoje, porque há semanas que ela estava bem. Não sentiu nenhum desconforto e nenhum estresse. Estava indo tudo muito bem, que eu pensei que não ia presenciar, tão cedo, momentos iguais aos do início da gravidez.
Lua gemeu ou fez algum som parecido e virou-se de frente para mim. Ela ainda está dormindo. Juntou as duas mãos sob o rosto. A respiração está ritmada e calma.
Não sei quanto tempo se passou, mas parece que eu estou respirando no mesmo ritmo que ela.
Lua abriu os olhos vagarosamente, parece se acostumar com a claridade. Passou uma das mãos sobre a barriga e levantou um pouco o rosto. Curvou os lábios em um sorriso ao ver que eu estou olhando-a.
– Bom dia! – Me disse. Sorri de volta antes de responder.
– Bom dia! Dormiu bem? – Perguntei. – Está melhor? – Acrescentei.
– Sim. Estou melhor. – Sorriu, agora mostrando os dentes. – Ontem eu estava bastante irritada. Tratei você mal. – Lembrou.
– Um pouco. – Concordei.
– Me desculpa. Eu não queria ter tratado você daquele jeito. – Pediu sincera.
– Tudo bem, Luh.
– Não. – Pontuou e levou uma das mãos até o meu peito. – Nem foi você que me irritou. – Disse. Ri.
– Ainda bem que dessa vez não fui eu.
– Nem foi ninguém. Fiquei tão chateada porque passei mal. Eu já estava acostumada a me sentir bem. Pensei que fosse voltar tudo de novo. A viagem está próxima. Fiquei preocupada, sabe?
– Eu tenho certeza de que está tudo bem. Você não precisa se preocupar. – Tentei passar segurança a ela. Lua assentiu.
– Hoje vamos saber. – Lembrou e soltou um suspiro.
– Foi algo que você comeu? – Perguntei.
– Não sei. Eu não comi nada de diferente. – Ela se virou e deitou de costas na cama. – Estou um pouco nervosa. – Confessou.
– Tá tudo bem. Tenta ficar calma, amor. Você sabe que o nervosismo só vai te atrapalhar. – Coloquei a mão sobre a dela, que está sobre a barriga. – Eu tenho certeza de que o bebê vai preferir viajar do que ficar em casa. – Brinquei. Lua riu.
– Você acha que ele não vai sentir a tua falta? – Perguntou ao me olhar.
– A minha saudade vai ser maior, você e ele. – Respondi.
– Você acha que é uma boa ideia?
– O quê? Ir? – Indaguei, Lua assentiu. – Eu acho que mais do que eu, é você quem tem que saber, quem tem que está segura, sabe?
– Tenho medo de que aconteça alguma coisa e a culpa seja minha.
– Tira isso da tua cabeça, Luh. Não vai acontecer nada.
– E se?
– Você não pode pensar que existe essa possibilidade, meu amor.
– Mas existe, Arthur. – Ela me olhou.
– Você não quer ir? – Arrisquei perguntar.
– Não. Não é isso. Quero muito ir. Me fará bem, você sabe disso. Mas não tem como eu não pensar no bebê, na gravidez em si. – Ela voltou a acariciar a barriga. – Está tudo tão bem, Arthur. Eu tenho muito medo de que.. enfim… – Ela não completou a frase. – Não quero que você ache que eu sou irresponsável.
– Loira, irresponsável é tudo o que você não é… já estamos há tanto tempo juntos… eu nunca te chamei de irresponsável. – Lembrei.
– De teimosa sim.
– Mas teimosia é diferente de irresponsabilidade, baby… Você não é uma mamãe irresponsável. Não fica pensando nisso, por favor. Fica se culpando ou sofrendo por algo que nem vai acontecer. – Aproximei o meu rosto da bochecha dela. Lua virou o rosto e eu rocei os lábios nos dela.
– Me beija. – Pediu baixinho. Sorri antes de beijá-la.
Foi um beijo lento, calmo e cheio de carinho. Gostaria de ficar assim a manhã inteirinha. Lua levou uma das mãos até os meus cabelos e os puxou, com cuidado, entre os dedos. Ela não quer cessar o beijo e sorriu, ainda com os lábios colados nos meus, quando Mordi e puxei levemente seu lábio inferior.
– Que delícia de beijo que eu vou sentir falta. – Confessei distribuindo beijos pelo seu pescoço e colo.
– Eu vou sentir falta do teu carinho, dos teus cuidados, de você inteirinho, na verdade. – Disse baixo. Me afastei para olhá-la.
– Vou sentir falta de você toda manhosa querendo colo, beijos, abraços… de você dengosa, que eu conheço muito bem com quem eu sou casado. – Ri e Lua me abraçou, escondendo o rosto no meu pescoço. – Eu amo você, minha loira. – Lhe dei um beijo nos cabelos.
– Faz amor comigo. – Sussurrou. Sorri dando um beijo na testa dela.
– Você tem certeza?
– Hahaha… Você tem dúvida? – Retrucou. Acabamos rindo. Me afastei para olhá-la nos olhos.
– Nessa gravidez, mais do que na da Anie, está mais difícil de acompanhar o teu ritmo. – Confessei. Não é uma crítica, é apenas uma observação. – Eu estou falando do humor mesmo, não da excitação. – Esclareci. Lua ficou me encarando enquanto eu falava.
– Você não está dando conta? – Brincou. Neguei.
– Hahaha… você sabe que não é nada disso! – Exclamei e ela me olhou desconfiada. – Para de graça, Lua Blanco! Você não tem reclamado. – Aproximei os lábios dos dela, Lua apertou uma das mãos em torno da minha nuca.
– Eu amo você, Arthur. – Declarou, a beijei.
– Eu te amo muito, muito, muito mais. – Desci os beijos para o pescoço dela.
– Amor… o bebê está chutando… – Sussurrou tirando a mão da minha nuca e descendo para a minha barriga. Ergui o rosto e sorri. Gosto de senti-lo chutar.
– O bebê do papai está acordado? – Perguntei e lhe dei um rápido selinho. Depois desci os beijos até a barriga dela para falar com o nosso filho. – Bom dia, meu amor. Você já acordou? – Perguntei com os lábios colados na barriga de Lua. – Dormiu bem, meu garoto? – Continuei. Lua riu ao acariciar os meus cabelos. – Sua barriga está linda, amor. – Elogiei ao erguer novamente o rosto para olhá-la. – Você tem deixado a sua mamãe ainda mais linda, garotinho do papai. – Voltei a beijar a barriga dela. Ravi não para de chutar. – Ele tá chutando muito. – Ri acompanhando os movimentos que ele está fazendo na barriga de Lua. – Não dói, Luh? – Franzi o cenho, porque ele ainda não está nem com sete meses e já está chutando tanto assim.
– Às vezes me dá um incômodo, fica só um pouco dolorido embaixo das minhas costelas e um pouco aqui em cima… – Ela apertou um pouco abaixo da barriga. – Quando ele chuta mais forte, tenho que ir fazer xixi. – Contou.
– Eu acho que ele não vai ser tão quieto, amor.
– O que esperar de um filho seu? – Questionou me provocando.
– Nosso, sua engraçadinha! – Exclamei e acabamos rindo. – Papai já ama você, meu filho. Não importa se você vai nos deixar dormir ou nos fazer ficar acordados muitas noites… durante muitos meses… – Sussurrei contra a barriga dela.
– O papai disse que também ficará acordado… – Lua cutucou a barriga enquanto falava. Sorri.
– E eu vou. Não quero que você tenha dúvidas sobre isso. – subi os beijos pela barriga dela até chegar em seus lábios. – Vou continuar cuidando muito bem de vocês três.
– Eu sei que vai. – Lua me beijou.
– Inclusive – falei após o beijo –, agora vou cuidar de uma mamãe que me fez um pedido muito irresistível. – Falei baixo.
– Eu pensei que você já tinha até esquecido…
– Jamais, minha gatinha. – Beijei seus lábios novamente. – Você tem me provocado demais com esses beijos… – Contei.
Voltamos a nos beijar. Subi uma das mãos até o feixe do sutiã dela e o abri. Abaixei a alça vagarosamente até livrar Lua da peça íntima. Ela fez o mesmo com a minha calça de moletom, a empurrou para baixo junto com a minha cueca.
Gemi quando seus dedos me envolveram, fazendo movimentos de “sobe e desce”. Lua puxou meu lábio inferior, estou massageando um de seus seios enquanto nossas línguas continuam se tocando.
*
– Uuuhmmm… – Voltei para o quarto.
Lua desceu apenas para tomar café. Depois ela subiu, e eu ainda fui levar Anie à escola. Agora que voltei, não a vi na sala.
– Parece que temos uma mamãe um pouco indisposta. – Me aproximei dela e cheirei seu pescoço. – Você está bem? – Acrescentei depois que o silêncio permaneceu.
– Sim. Como Anie se comportou?
– Bem igual nos outros dias. – Respondi e me sentei na cama. Lua se virou para me olhar.
– Só resolvi tirar um descanso antes de irmos à consulta. – Explicou. – Você me deixou um pouco cansada. – Disse mais baixo e se encolheu.
– Eu? A senhorita que estava insaciável. Eu apenas não quis que a minha esposa passasse vontade. – Falei me inclinando para beijar e cheirar o seu pescoço.
– Hahaha… você é tão cínico quando quer ser. – Notou e acabamos rindo.
– Já são quase nove horas, Luh. – Falei depois de olhar para o relógio.
– A consulta está marcada para às dez, amor. Depois você vai ficar comigo ou vai para a produtora?
– Vou para a produtora, Luh. – A olhei. Lua torceu o lábio inferior. – Não faça essa cara, baby. – Pedi. – Eu amo o meu trabalho, Luh, mas eu amo muito mais você. – Falei e Lua sorriu. – Porém, no momento, não tem como eu escolher.
– Eu sei, amor. – Assegurou. – E amanhã?
– Ficarei sabendo hoje.
– Sabe… amanhã podemos sair para jantar, o que você acha?
– Adorei a ideia! Quer escolher o lugar?
– Eu prefiro que você me surpreenda.
– Olha que é uma das minhas especialidades. – Pisquei um olho.
– Você não é nada modesto. – Negou com a cabeça. Eu apenas ri.
– Estou apenas ressaltando uma das minhas muitas qualidades. – Sussurrei. Lua sorriu negando com a cabeça. – Você não vai concordar comigo, Lua Blanco?
– Você realmente precisa disso?
– Não exatamente de palavras. Pode ser um, dois, três… ou muito mais beijos, sabe? – Indaguei e Lua assentiu segurando o meu rosto entre as mãos.
– Você é um gostoso. – Sussurrou.
– Assim você não me ajuda a ser modesto. – Encostei os lábios nos dela.
– Eu te conheço muito bem, Arthur Aguiar.
Lua me beijou.
– Vamos nos atrasar. – Falei assim que cessamos o beijo.
– Que horas já são?
– Uuuhmm… – Me afastei dela e peguei o celular. – São quase nove e meia, Luh.
– A consulta é às dez e vinte. Você tem razão. – Ela sentou-se na cama. – Vou trocar de roupa. Você vai com essa? – Me olhou.
– Eu só vou trocar o short. Vou vestir uma calça comprida. – Expliquei e Lua assentiu. A ajudei a levantar da cama. – Você acha que essa camisa está boa?
– Sim, está. – Fomos caminhando até o closet. – Eu só perguntei porque você nunca vai de short para esses lugares.
Lua abriu uma das portas do closet e ficou olhando algumas roupas. Ela tem usado bastante vestidos.
– O que você acha desse vestido… – me mostrou um vestido – ou desse. – me mostrou um vestido listrado, bege e branco.
– Eu gosto mais do preto, amor. – Falei apontando para o vestido.
– Vou com ele então. – Ela deixou o vestido listrado no closet e pegou o preto. – Arthur?
– Sim. – Me virei para olhá-la. Tirei meu short e estou segurando a calça comprida.
– Você acha que está tudo bem com o bebê?
– Claro que está, meu amor. – Sorri. – Já conversamos sobre isso. Você tem que pensar positivo. Vem aqui… – a chamei para um abraço – não quero que você fique pensando negativo, Luh. – Lhe dei um beijo na cabeça. – Quero que esteja cem por cento segura para fazer essa viagem. Assim, ficarei mais tranquilo. – Afirmei. – Não quero a minha garota insegura. – Acrescentei. Lua está abraçada a mim.
– Me beija. – Pediu baixo. Sorri e aproximei os lábios dos dela. Nos beijamos lentamente. Desci uma das mãos que estava em sua nuca, para a sua cintura. – Você sentiu? – Lua sorriu ao se afastar. O bebê havia chutado. Sorri junto com ela.
– Sim. Parece que já temos um garotinho com ciúmes da mamãe. – Desci os beijos para o seu pescoço. Lua se encolheu em meio ao riso. Levei uma das mãos até sua barriga e comecei a fazer carinho. – Na verdade, dois garotos com ciúmes de você. – Lhe dei um beijo rápido nos lábios.
– Uhm… mas você não é mais um garotinho. – Ela semicerrou os olhos.
– Segundo a Anie, eu sou o garoto de vocês. – Me gabei. Lua riu. – E você concordou, esqueceu? – Insisti e ela negou.
– Eu já tenho dois garotos ciumentos. – Disse e rimos. – Eu amo vocês.
– Nós te amamos também, Luh. – Lhe beijei outra vez.
Nos afastamos após o beijo. Lua voltou a pegar o vestido preto e tirou a roupa que vestia, para poder colocá-lo. Fiz o mesmo com meu short e em seguida vesti a calça comprida. Saí do closet e voltei para o quarto.
– Você vai comprar alguma coisa para a viagem? – Perguntei e esperei Lua voltar para o quarto.
– Serão só três dias, Arthur. Eu acredito que não haverá necessidade de comprar nada. – Respondeu enquanto sentava na poltrona para calçar os sapatos. – Rose me convidou para ir ao shopping com ela.
– Você vai?
– Talvez sim, se for hoje. Amanhã eu quero aproveitar para ficar com você e a Anie. – Sorriu.
– E eu com você e o nosso bebê. – Pontuei. – Vou sentir tanta saudade de vocês. Sem contar que a sua barriga está crescendo tanto, e eu vou perder três dias disso. – Voltei a acariciar a barriga dela.
– Também notei que agora tem crescido bastante. – Ela olhou para a própria barriga.
– E eu fico cada dia mais apaixonado por você e por tudo o que temos juntos. – Confessei e Lua se aproximou de mim.
– Assim fica cada vez mais difícil ficar longe de você. – Confessou me abraçando pelo pescoço. Sorri. Sinto o mesmo em relação a ela. Lua me deu um beijo rápido. – Já está pronto?
– Sim. E você? – Nos afastamos novamente. – Você está linda!
– Obrigada, amor. – Ela voltou para o closet. – Vou só pegar a minha bolsa. – Me avisou. Peguei a minha carteira e a chave do carro.
Dez e trinta da manhã | Consulta.
– Bom dia, Luh. Arthur. – Eliza nos recebeu no consultório.
– Bom dia! – Eu e Lua falamos juntos.
– Como você está, querida? – Ela perguntou à Lua assim que nos sentamos.
– Estou bem. Passei bem essas semanas. – Lua contou. – Na verdade, ontem fiquei um pouco estressada no trabalho, isso resultou em vômito e dor de cabeça. Mas foi um caso isolado, posso dizer assim.
– Certo. – Eliza anotou alguma coisa na ficha de Lua. – Não teve nenhum outro sintoma? A dor de cabeça não persistiu? – Indagou.
– Não. Tomei um banho assim que cheguei do trabalho e fiquei quieta.
– É importante que você fique mais atenta a essas coisas. Um pico de pressão alta é perigoso, principalmente durante a gestação. Você não tem histórico, mas pode acontecer. Vamos verificar a sua pressão. – A médica levantou-se da cadeira.
De fato, Lua nunca teve pressão alta. Nem antes da primeira gestação, nem durante e nem depois.
Eliza pegou o aparelho de verificar a pressão e pôs no braço da Lua.
– Não quero assustá-la. Mas é uma informação que não posso deixar passar, principalmente depois do seu relato.
– Eu sei. Tudo bem… prefiro que não esconda nada mesmo.
– Sua pressão está boa. Doze por oito. No momento, não há com o que se preocupar. – A mulher sorriu e eu soltei o ar que nem sabia que estava prendendo. – Você não pode ficar passando por estresse, Lua. Já conversamos sobre isso. Você está em um momento da sua gestação em que as coisas estão indo bem e é importante que continuem. Não queremos mais sustos iguais aos do início.
– Não. Não mesmo! – Lua afirmou e me olhou.
– Com certeza não. – Pontuei.
– Além do mais, com essa viagem, eu quero saber se está tudo bem com o bebê. Só vou fazê-la se estiver tudo cem por cento bem. Se por algum motivo, mínimo que seja, você achar que não é uma boa ideia, eu quero que você me diga.
– Pode ficar tranquila, querida. Não vou esconder nada de vocês dois. – Garantiu. – Vem, vamos pesar agora e depois vamos ver esse garotinho. Sua barriga está bem maior.
– Sim. – Lua sorriu. – E ele tem mexido bastante.
– Isso é maravilhoso, Lua! – Eliza exclamou. Lua levantou-se e foi até a balança. – Você lembra do seu peso da última vez?
– Sessenta e cinco quilos, tinha engordado só três quilos.
– Uuhm… Sessenta e oito.
– Mais três quilos novamente? – Lua riu.
Me tranquiliza saber que o peso não é algo que a deixa incomodada, pelo menos, não nesse momento.
– Sim. – Eliza respondeu e Lua desceu da balança. – Pela sua ficha, você engordou oito quilos até agora, certo? – Disse após olhar as anotações na ficha dela.
– Sim. – Lua concordou. – Na verdade, acho que dez, levando em conta que perdi uns dois quilos nas primeiras semanas e depois recuperei.
– Aah, verdade! Agora lembrei que você me falou sobre isso. – Ela fez novamente mais algumas anotações. – Você continua seguindo as orientações da nutricionista?
– Sim. Tenho me alimentado bem. Mês que vem vou retornar com ela.
– É importante esse acompanhamento, Lua, para que a gravidez ocorra de maneira saudável. Mesmo sabendo que você já tem uma alimentação saudável desde quando passei a te acompanhar. – A médica sorriu. Lua está mais tranquila do que pensei que estaria. Perceber isso também me tranquiliza. – Agora vamos ver esse bebê… – Disse e eu me levantei da cadeira. Lua me entregou a bolsa para segurar. – Quanto vocês acham que Ravi já ganhou? – Caminhamos para a sala do ultrassom.
– Espero que muitas gramas. – Lua respondeu e me olhou. – Eu ganhei três quilos, não é possível que só eu tenha engordado. – Voltou a olhar para a Eliza.
– Da uma vez estava com quase seiscentas gramas. – Lembrei. – Eu acredito que hoje deve estar com umas setecentas ou setecentas e cinquenta. – Dei o meu palpite. Pensar assim me lembra que o bebê ainda é muito pequeno, embora esteja com quase sete meses.
– Muito bem lembrado, Arthur. – Eliza me olhou. Lua deitou-se na maca para fazer o exame. – Sempre me surpreendo com a atenção que você tem sobre o assunto. – Confessou. Acabei sorrindo. Eliza passou o gel na barriga de Lua e ligou o aparelho. – Digamos que não é tão comum assim. Não que não exista. Mas são poucos os pais que se atentam a esses detalhes…
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– Acho que eu só sou preocupado demais. – Contei.
– Eu diria, atencioso. – Ela me disse e voltou a olhar para a Lua que me olhava com os olhos marejados. Lhe joguei um beijo no ar. – Lembram que no mês passado eu disse que o bebê estava com vinte e sete centímetros? – Nos perguntou e Lua assentiu. – Agora ele está com trinta e dois centímetros, cresceu aí cerca de cinco centímetros. O que eu achei bastante, porque ainda não fez um mês desde a última consulta, lembra?
– Sim, sim. Fará dia vinte e seis. – Lua respondeu feliz.
– Você já deve sentir que ele tem mexido bastante, principalmente os chutinhos.
– Sim. Ele mexe demais. Ainda mais se escutar a voz do Arthur. – Contou. Eliza sorriu.
– É que nessa semana ele já consegue processar mais informações externas do que conseguia há três ou quatro semanas. Você pode perceber essa agitação principalmente quando ouve música ou quando conversa mesmo. Se for a voz do pai – me olhou – talvez o bebê já reconheça. – Disse e eu sorri emocionado. Porque já acredito fielmente que ele saiba quem eu sou. – Os ouvidos já conseguem responder a esses sons. É um bom sinal. – Garantiu. – Agora, lembram também que na consulta passada eu disse que as pálpebras ainda estavam fechadas, mas que os sentidos estavam mais apurados e ele já conseguia distinguir quando estava claro e quando estava escuro? – Perguntou novamente e nós dois assentimos. – Agora as pálpebras já abrem e fecham. Ele já responde quando está claro, você pode sentir os movimentos mais fortes pela parte do dia…
– Não é algo que é frequente. Às vezes ele passa o dia quieto e mexe mais à noite quando chego em casa e Arthur fala comigo, conversa com ele. Meu Deus! Ele mexe tudo o que não mexeu durante o dia. E não é exagero. – Ela se defendeu. – Arthur pode confirmar. Confesso que eu fico meio revoltada, porque ele dificilmente me responde. – Foi quase um desabafo e eu acabei rindo. Eliza foi mais profissional.
– Mas eu tenho certeza de que ele já sabe quem é você e quem é o Arthur.
– Eu também tenho. Principalmente, que ele já tem um preferido, mesmo que ainda não tenha nascido.
– Amor… Luh, não fala assim. – Pedi. – Digo a ela que, com certeza, ele já a ama mais do que a mim e isso é indiscutível. – Falei olhando nos olhos dela.
– Arthur só é gentil. – Lua olhou para Eliza ao falar. Eliza riu.
– Então já temos uma mamãe ciumenta? – Perguntou.
– Um pouco. – Lua confessou. Ri outra vez e segurei em uma de suas mãos.
– Eu te amo. – Sussurrei. Lua me jogou um beijo.
– Eu não diria que o Ravi já tem um preferido. Mas é indiscutível que ele já saiba distinguir quem é a mamãe e quem é o papai dele. – Nos disse. – Olhem aqui… – chamou a nossa atenção para a marcação no monitor – esses riscos aqui, que podem passar despercebidos por vocês, são os fios de cabelos dele…
– Então ainda não é um bebê cabeludo? – Perguntei por notar apenas uns poucos fios de cabelos. Lua riu.
– Não, não. Ainda não. Mas os fios só começaram a crescer nas últimas semanas… a cor já está definida. É óbvio que pode haver alteração no decorrer do crescimento do bebê, como vocês já sabem…
– Sim, claro. – Confirmei. – Apesar de estar pedindo que seja loirinho igual a mamãe dele. – Completei. Eliza sorriu outra vez.
– Tem cinquenta por cento de probabilidade. – Ela nos lembrou. – O que a mamãe acha sobre isso?
– Que será outra cópia do pai. – Respondeu.
– Nossa, aí que o ciúme dela vai dobrar. Quero evitar isso. – Comentei divertido.
– Oh! Olhem só… – Chamou novamente a nossa atenção para o monitor. – Quanto você disse que ele havia engordado, Arthur?
– Espero que umas setecentas ou setecentas e cinquenta gramas. Por quê?
– Vocês ficarão surpresos, porque eu estou surpresa. – Confessou. – Oitocentos e setenta gramas. Está quase chegando a um quilo.
– Tem certeza que é só um bebê? – Perguntei espantado. Lua me encarou da mesma maneira.
– Arthur, por favor…
– Sim, é só um bebê. Posso garantir. Mas é um bebê grande, hein… pode se preparar, mamãe. – Avisou Lua.
– Ele está bem?
– Está. Está muito bem por sinal. É um bebê bastante saudável e ativo. Não parou de mexer em nenhum momento…
– Graças a Deus! – Lua disse aliviada. – Na próxima consulta já podemos conversar sobre o parto e as possíveis datas? – Perguntou e eu a encarei de cenho franzido.
Cesariana? Pensei.
– Você quer marcar o parto? Pensei que fosse tentar um parto normal. – Eliza também pareceu confusa.
Eu não quis falar, porque não quero interferir na decisão dela quanto ao parto. Já falei que vou apoiá-la independente de qual seja a decisão. Acredito muito que ela, mais do que eu, saiba o que é melhor para ela e para o nosso filho.
– Não. Eu ainda não decidi. Estou um pouco nervosa. Quero que você me explique mais a respeito. Já se passaram quase seis anos desde a última vez que você me explicou sobre.
– Claro que sim, Luh. – Eliza respondeu gentilmente. – Você tem feito algum tipo de exercício?
– Só caminhada. Confesso que nessa parte eu estou deixando a desejar. Já conversei com Arthur várias vezes sobre várias coisas que eu poderia fazer, mas até agora, não comecei nada além de caminhadas na parte da noite. Tem me feito bem, mas é só isso que estou fazendo mesmo. – Disse sincera.
– Ainda há tempo, temos uns três meses até esse bebê chegar. – Eliza entregou um lenço para Lua limpar o gel da barriga.
– O que o papai acha disso?
– Vou apoiar seja qual for a decisão dela. Já falamos sobre isso.
– É muito importante! E temos uma mamãe muito apta a um parto normal ou até, quem sabe, um parto natural?
– Eu acho que um parto natural eu não daria conta. – Lua sentou-se na maca.
– Você vai precisar preparar o seu corpo… – Eliza começou a falar. Me aproximei de Lua para ajudá-la a descer da maca.
– Você é a mamãe mais forte que eu conheço. – Falei lhe dando um beijo na testa. Não gosto de ouvi-la dizer que não vai conseguir, seja o que for.
– … É claro que se você não estivesse em condições para um parto assim, eu jamais ia sugerir. Mas é você quem decide. O que você achar melhor para vocês, é o que vamos fazer depois da minha avaliação. – Eliza deu uma piscadela. Lua sorriu assentindo.
– Você me deixa mais segura falando dessa forma. – Ela contou.
– Que bom, querida. É fundamental essa relação de confiança que há entre nós. – Eliza voltou a se sentar, fizemos o mesmo. – Vou imprimir e assinar a sua autorização para a viagem, ok? Você tem mais alguma dúvida?
– Não. Eu só queria saber se estava tudo bem com ele. Já que está, me sinto mais tranquila para viajar. Eu já tinha comentado com Arthur, que só ia se estivesse tudo cem por cento bem. Não quero correr nem um risco, por mínimo que seja.
– Eu entendo a sua preocupação. Mas pode relaxar e fazer uma viagem tranquila, na medida do possível, pois sei que é a trabalho. – Lembrou e rimos.
Eliza imprimiu a autorização, assinou, nos entregou, nos despedimos e saímos do consultório.
Pov Lua
– Teremos um bebê bem grandão. – Arthur comentou ao me abraçar de lado. Sorri ao olhá-lo.
– Eu sou pequena. – Fiz um bico e Arthur riu me dando um selinho em seguida.
– Acho que ele vai puxar para o papai aqui. – Brincou e eu ri mais ainda.
– Você não é tão maior que eu, amor.
– Ainda sim, sou maior. – Se gabou e me deu mais um beijo nos lábios. – Mas eu ainda prefiro que ele puxe para você. – Sussurrou.
– Você viu o narizinho dele?
– Sim. Idêntico ao teu.
– A boca é tua.
– Hahaha… ele pode ser uma mistura linda de nós dois. – Comentou.
– Sim… – Concordei, porque depois de hoje eu acho que será mesmo.
– Embora eu ainda prefira que seja uma versão fofa da minha garota. – Arthur admitiu. – Que tenha os olhos parecidos com os teus e a boca também, porque você sorri com os olhos, os olhos fecham, e eu sou apaixonado pelo teu sorriso…
– Então vamos ter sérios problemas, porque eu também sou apaixonada pelo teu sorriso. Quero que o nosso filho seja lindo igual a você.
– Aah, amor… assim não vale, baby! – ele abriu a porta do carro para mim.
– Você vai para casa? – Perguntei antes de entrar no carro.
– Sim. Por quê? Você resolveu sair com a Rose?
– Não. Agora não. Só mais tarde, depois do almoço… É que eu posso ir de táxi para casa e daqui você já pode ir para a produtora.
– Lua, jamais. Até parece que vou deixar você voltar de táxi. – Negou fechando a porta do carro. Deu a volta e abriu a porta do motorista.
– É que fica muito contramão, Arthur. Só por isso.
– Mesmo assim, amor. – Ele olhou para o relógio. – Já é quase meio dia. Quer almoçar antes? Ainda podemos almoçar juntos.
– Não quero que John pegue no seu pé por isso. Você tem compromisso. – Lembrei. Ele apenas sorriu e ligou o carro.
– Se você quiser, podemos almoçar juntos. – Me olhou.
– É um convite irresistível. – Confessei abraçando-o rapidamente.
– Depois você pode ir à produtora. Pode ficar lá até dar a hora de encontrar com a Rose ou posso deixar você em casa. – Sugeriu.
– Posso ir com você para a produtora. Depois vou buscar Anie na escola antes de encontrar com a Rose.
– Certo. Você pode levar o carro…
– E você?
– Posso voltar de táxi, Luh. Você está bem para dirigir? – Me olhou rapidamente.
– Sim. – Respondi.
– Então você vai buscar a nossa filha e depois vão passear. Anie vai gostar. Na verdade, será uma surpresa para ela.
– Com certeza! Além do mais, ela pensa que estou no trabalho.
– Você está pensando em comprar algo para o bebê?
– Não. Não. Estou indo mais para acompanhar a Rose. Se eu gostar de algo, talvez compre. Não sei onde ela quer ir. Por quê?
– Só por curiosidade mesmo. – Ele riu. – Harry nem vai acreditar quando te ver. Os caras vão ficar surpresos com o tamanho da tua barriga.
– Você nem me contou como foi a reação deles. – dei um tapinha em seu ombro.
– Hahaha… eles pensaram que eu estava brincando. Falei que Harry, Mel e a sua irmã já sabiam. Mika ligou para a Sophia. Ele não acreditou em mim e nem no Harry.
– Amor, não acredito que Sophia não contou para o Micael.
– Ela guardou segredo mesmo. – Arthur garantiu.
– Eu pensei que ela fosse ficar meio chateada por eu não ter contado antes…
– Claro que não, Luh. Eu acho que ela entendeu. – Arthur me olhou rapidamente. – E ela pode ter pensado que você quem fosse ficar chateada.
– Verdade. A nossa relação ainda não voltou a ser a mesma. Você acha que voltará? – Perguntei. Arthur está concentrado no trânsito à nossa frente.
– Luh, eu não sei. Agora, por exemplo, vocês estão bem. Melhor do que há um ano. Veja pelo lado positivo. – Respondeu pacientemente. Sorri ao concordar com ele.
– Você tem razão.
Continuamos conversando durante o trajeto até a produtora.
*
– Haha! Eu não acredito que você veio! – Harry exclamou muito animado, me fazendo sorrir. Ele é, sem dúvida nenhuma, uma das minhas pessoas favoritas nessa vida.
– Arthur não quer ficar muito tempo longe de mim. – Revirei os olhos e Arthur fez o mesmo.
– Tá mais fácil ser você, hein? – Me provocou e eu o abracei. Ele sabe que só estou implicando. Me deu um beijo nos cabelos ao me abraçar pelos ombros. Harry se aproximou.
– Vocês não precisam expor essa melação toda. – Ele fez uma careta e eu me afastei de Arthur para abraçá-lo.
– Você faz isso com a Marie. Não adianta negar. – Provoquei e ele negou com um gesto de cabeça antes de enfatizar ainda mais com palavras:
– Não, definitivamente, não mesmo. – Pontuou e acabamos rindo os três. – Como você está? E esse garotinho? – Ele perguntou acariciando brevemente a minha barriga. Depois me olhou nos olhos. Não preciso olhar para Arthur para saber que ele também está nos encarando.
– Eu estou bem, querido. Obrigada por perguntar. O bebê está ótimo. Acabamos de vir de uma consulta. – Contei.
– Aah foi? E o que a médica disse?
– Ravi está bem. É um bebê que não para quieto. – Acariciei a minha barriga e Harry riu.
– Que bom, Luh. Imagino que isso deve deixar as mamães muito mais aliviadas.
– Com certeza. – Afirmei.
– Você está linda. A gravidez te faz muito bem. – Elogiou e eu sorri. Arthur pigarreou. Sei que ele sente ciúmes.
– Isso é sério? Você está elogiando a minha esposa grávida?
– E o que tem de errado? Não é possível que você sinta ciúmes, dude.
– Sim, é possível. E em dobro, ciúmes da minha mulher e do meu filho. – Deixou bem claro.
– Amor. – Olhei para ele. Arthur deu de ombros.
– O quê? – Indagou. Harry riu.
– Isso é meio problemático. – Ressaltou.
– Só se fosse novidade. Mas vocês dois gostam de me provocar. – Ele apontou para mim e para o Harry.
– Arthur, claro que não. Não posso receber elogios? – Coloquei as duas mãos na cintura. Ele não respondeu. – Que pensamento machista. – Acrescentei. Ele não gosta que eu o chame de machista.
– Sério, Lua Blanco? – Ele ergueu as sobrancelhas.
– Olha, melhor vocês dois pararem, daqui a pouco nem sei mais o que é brincadeira ou não. – Judd revirou os olhos.
– Aaah, não sabe mais brincar? – Arthur provocou.
– Você ciumento é insuportável. – Harry pontuou e eu ri.
– Onde posso sentar? – Mudei de assunto. – Posso assistir ao ensaio?
– Claro, Luh. – Harry apontou para uma poltrona mais a frente. – Daqui a pouco os caras estão chegando. Saímos para almoçar. Eles vão ficar surpresos ao ver o tamanho da tua barriga. – Contou.
– Eu disse isso a ela. – Arthur comentou. – Quer algo para beber? – Me perguntou.
– Não, Arthur. Obrigada. – Neguei e me sentei na poltrona.
– Pegou o restante do dia de folga?
– Eu tenho um patrão gente boa. – Pisquei um olho e ouvi a risada do Arthur ao sair da sala. – Vou dar um tempo aqui até a hora da Anie sair da escola.
– Vão passear?
– No shopping. Rose me convidou para fazer umas compras, mas só vou acompanhá-la.
– Faz bem. – Harry sorriu. – Marie quer comprar algo para o bebê. O que você sugere?
– Se é presente, prefiro não escolher. – Respondi. – Vocês tem bom gosto. – Acrescentei.
– Ele vai nascer no inverno, certo? Caso ela queira comprar roupinhas.
– Sim. Você me conhece, sabe que eu não sou chata nessas questões.
– E se for algo para o quartinho?
– Eu e Arthur ainda nem pensamos no quartinho. – Falei sincera. – Só queremos algo mais neutro, sem muita informação. Você nos conhece.
– Ainda não compraram nada?
– Não. Só a primeira roupinha e o sapatinho. Ele também ganhou roupinhas da minha sogra e até um pratinho muito fofo para a introdução alimentar.
– Hahaha… e ele ainda nem nasceu.
– Pensei a mesma coisa. Mas pelo Arthur, já teríamos montado o enxoval. Sabe como ele é.
– Sim, sim. Ainda mais sendo um menino. – Pontuou. Não concordei, porque todos acham que Arthur está mais empolgado agora do que na primeira vez e não é verdade. – Pretendem fazer isso quando?
– No próximo mês. Começar pelo menos. Ainda temos uns três meses. Dá tempo. Não estamos com pressa. Estamos aproveitando cada fase. – Arthur voltou para a sala junto com o restante da banda.
*
Horas mais tarde – Escola da Anie.
– Mamãe! – Anie exclamou assim que abriu a porta do carro. Eu sorri com a alegria dela. – Que surpesa! Eu não sabia que a senhola vinha me buscar. E nem o meu papai. – Ela olhou para o banco do passageiro.
– Seu pai está trabalhando, meu amor.
– Mas é o carro do meu papai. – Observou.
– Sim. Almocei com o seu pai, antes fomos ver como o bebê está e depois ele ficou no estúdio e eu fiquei com o carro. Vamos ao shopping, que tal?
– Eu adolei a ideia! – Exclamou super animada. – Podemos fazer compas?
– Podemos, mas depende. Não vamos comprar muita coisa. – Avisei. – O que você quer comprar?
– Mamãe! Pode ser a minha roupa do Halloween. A gente ainda não escolheu. – Lembrou e eu assenti.
– Você já decidiu?
– Sim. De fantasminha, mamãe. O que a senhola acha?
– Acho que existem fantasias mais legais, filha. – Comecei cuidadosamente. – Você vendo outras, pode escolher uma mais legal.
– Mas de fantasma é legal, mamãe.
– Anie, é uma fantasia toda branca. É tão sem graça, filha.
– Mas eu vou gostar, mamãe… – Disse mais baixo.
– Tudo bem, tudo bem. Mas e se não acharmos? – Supus. – Você pode escolher outra?
– Tá. Pode ser então qual a senhola quiser.
– Não, meu amor… não é a fantasia que a mamãe quer, é a fantasia que você mais gostar. É você quem vai vestir. – Deixei claro. – Você tem que se sentir à vontade.
– O meu papai disse que podia ser de fantasma.
– Tudo bem, filha. Pode ser de fantasma. – Assegurei desistindo de insistir para que ela mudasse de ideia. Arthur já havia me falado dessa insistência da Anie quanto a fantasia de Halloween e, também, que ele tinha concordado com a ideia dela, mesmo sabendo que talvez ela pudesse mudar de opinião.
– O meu papai não vem?
– Não. Ele está trabalhando, já te falei.
– Quando vai ser a festa de Halloween da escola?
– Dia trinta e um, filha. Vai ser numa terça-feira.
– Ainda faltam quantos dias?
– Nossa, Anie… deixa eu ver… – Comecei a contar. – Dezoito dias, filha. – Respondi.
– UAU! Ainda falta um monte de dias, mamãe.
– Sim, amor… mais ou menos umas três semanas.
– Que têm sete dias.
– Isso mesmo, filha. – Sorri.
Anie começou a cantarolar a música que está tocando no rádio. Rose tinha acabado de me avisar que estava saindo do escritório e que assim que chegasse ao shopping me enviaria uma mensagem.
– Olha só… chegamos! – Falei assim que entrei na garagem do shopping.
– Mamãe, a senhola já sabe em qual loja a gente vai?
– Ainda não, meu amor. – Achei uma vaga e estacionei o carro. Peguei meu celular para enviar uma mensagem para o Arthur e avisar que já chegamos ao shopping.
– A gente pode tomar sorvete? Pode ser um sorvete pequeno, mamãe.
– Depois que fizermos as compras, filha. Pode ser assim?
– Pode, mamãe. – Ela concordou e saímos do carro.
Entramos no shopping e Anie ficou comentando sobre as coisas que via na vitrine das lojas.
– É em loja só de crianças, mamãe?
– Não exatamente, amor. Tem mais chances de ser em uma loja de fantasias. Aí pode ser para crianças e para adultos também. – Expliquei.
– Entendi, mamãe. A senhola sabe onde tem uma?
– Não. Mas vamos encontrar. Daqui a pouco a colega da mamãe vai chegar e vamos comprar algumas coisas para o bebê dela.
– E para o seu bebê? – A pequena me olhou, e eu quis rir.
– Podemos comprar alguma coisa. Mas eu vim mais para acompanhá-la mesmo.
– O bebê ainda não tem muita coisa, mamãe.
– Eu sei, filha. Mas ainda temos tempo para comprar e, além do mais, eu e o seu pai queremos fazer isso juntos. – Contei.
– Eu posso participar?
– Claro que pode, filha. – Sorri com carinho ao acariciar seus cabelos. – Só não será agora.
– Até porque o meu papai não tá aqui.
– Exatamente. – Sorri outra vez. – Olha ali, achamos uma loja de fantasias. Vamos ver se aqui tem.
Entramos na loja e Anie já foi logo perguntando se tinha fantasia de fantasma.
– Oi, eu quelo uma fantasia de fantasma de criança, é pra mim. Aqui tem? – Quis saber. E eu queria rir.
– Olá, garotinha. Nós temos várias fantasias. Inclusive, de fantasma. Mas eu acredito que ela ficará grande em você. – A atendente explicou. – Vem, vamos ver.
– Você pode nos mostrar outras opções. Vamos ver se ela gosta de algo, certo, filha?
– Sim, mamãe. Pode ser. – A pequena concordou. – A gente pode ligar para o meu papai? Pra ele escolher também, junto comigo. – Pediu e eu fiquei incrédula.
E a minha humilde opinião?
– Anie, eu já expliquei que o seu pai está trabalhando. Não podemos ligar agora. – Falei pacientemente.
– Mas se a senhola ligar, o meu papai atende. – Disse toda convicta e sim, ele atenderia mesmo, mas não vou ligar.
– Eu sei, filha, mas não vou fazer isso. – Deixei claro. – Seu pai pode pensar que aconteceu algo. Podemos fazer uma surpresa para ele, será muito melhor e ele vai amar.
– E se o meu papai não gostar da fantasia? – Me perguntou realmente muito preocupada.
– Não existe essa possibilidade, Anie. Pode ficar tranquila. – Assegurei e chegamos até o corredor de fantasias infantis.
– Olha aqui, pequena. Essa é única fantasia com o tema fantasma que temos. O tamanho é de oito anos. As menores já saíram, tínhamos de três, cinco e seis anos. Mas já saíram todas. – A moça explicou.
– Eu tenho cinco anos. – Anie disse a moça sorriu.
– Você é uma garotinha muito esperta. – Ela colocou a fantasia de volta no lugar.
– Você nem queira imaginar. – Pontuei. – Quais são as outras opções?
– Bruxa, abóbora, Wandinha, múmia, aranha, chapeleira, pirata, palhaço, It a coisa… todas essas opções têm tamanho de quatro a oito anos.
Anie não assiste filmes desse gênero, só assiste filmes de princesa. Nem sei por onde começar.
– Palhaço é engraçado, não assusta. – a pequena disse.
– Algumas crianças não são tão corajosas como você, e tem medo de palhaços. – A atendente explicou.
– E adultos também. – Acrescentei.
– Adultos têm medo de palhaços, mamãe?
– Sim, filha. – Afirmei.
– A senhola tem medo, mamãe?
– Não.
– E o meu papai?
– Também não, filha.
– Você tem medo de palhaço? – Perguntou para a atendente.
– Não, querida. – A mulher riu.
– De bruxa ela já usou ano passado. Pode trazer a do palhaço, de abóbora, da Wandinha e de aranha, por favor.
– Pode escolher a que eu mais gostar?
– Sim, filha. A que você mais gostar. Lembrando que você é criança.
A moça trouxe as fantasias e começou explicar enquanto mostrava para a Anie.
– Mamãe… eu não gostei. – Ela fez um bico.
– De nenhuma, filha?
– Não. Não quero ir de abóbora e nem de aranha.
– Mas tem essa aqui… – mostrei novamente a da Wandinha para ela. – Não gostou dessa? E a do palhaço?
– Do palhaço não é de Halloween, mamãe. Não é de assustar. – Insistiu. E eu preferi não discordar dela.
– Essa daqui é. – Insisti na da Wandinha, embora Anie nunca tenha assistido ao filme. – Olha esse detalhe da mão no ombro. É de assustar, filha. Concorda?
– E tem esse outro adereço assim… tipo uma bolsa, é do primo Itt da família Addams.
– Olha, filha… esse é de assustar. – Peguei a bolsa e mostrei a ela. Parece ser feita de peruca. – Quer experimentar? Só se quiser também… – Anie pegou a fantasia.
– A senhola me ajuda?
– Claro, filha. – Fui com ela até o provador.
Anie está fazendo todo esse drama porque Arthur não está aqui e ela queria que ele estivesse. Conheço a filha que tenho. No fundo, ela nem está tão triste por não ter a fantasia de fantasma que ela tanto quer, mas por ele não estar aqui com ela para escolher outra, que facilmente será a da Wandinha.
– Olha aí no espelho para ver como ficou. Deu certinho em você, filha. – Me levantei, já que estava agachada. Anie se virou para se olhar no espelho. – Gostou?
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– Gostei, mamãe. – Ela me olhou e sorriu. – A senhola gostou também?
– Eu gostei. Achei linda, filha. Você ficou linda. Seu pai vai gostar muito.
– Selá, mamãe?
– Eu tenho certeza, filha. – Garanti sorrindo. Anie abraçou as minhas pernas.
– Obligada, mamãe. – Achei fofo.
– De nada, meu amor. – Me abaixei para lhe dar um beijo na cabeça. – Vamos levar essa daqui mesmo. – Avisei à atendente.
– Você ficou muito linda de Wandinha, pequena.
– Obligada. A minha mamãe gostou também. – ela me olhou ao falar.
– Você vai levar todos os adereços ou só o vestido?
– Vou levar a fantasia completa. – Respondi.
*
Saímos da loja e fui até a praça de alimentação comprar um sorvete para a Anie. Rose acabou de me avisar que já está no shopping. Respondi que estou na praça de alimentação e vi uma mensagem que Arthur me enviou mais cedo, quando avisei que já tinha chegado.
“Tudo bem, gatinha.”
“Boas compras. Eu amo vocês. ♡”
Sorri.
Arthur é o homem mais gentil e amoroso que eu conheço.
– Enfim cheguei. – Rose colocou a bolsa sobre a mesa. – O trânsito está tão lento. É alguma data especial? – Ela riu ao sentar-se ao lado da Anie. – Oi, Anie.
– Oi. Quer sorvete?
– Não, querida. Muito obrigada!
– É de chocolate.
– E eu amo chocolate. Mas o meu bebê não. – Rose explicou carinhosamente.
– Bebês não podem comer chocolate. – A pequena avisou e Rose riu.
– Você parece mais responsável do que eu. – Ela me olhou incrédula.
– Minha mamãe e meu papai que me explicam…
– Seus pais são tão perfeitos! – Rose exclamou e Anie deu de ombros.
– Essa garota é você todinha, menos a aparência.
– É o que o pai dela diz. – Falei ao revirar os olhos. Porque todos notam a minha personalidade na Anie antes de qualquer outra coisa.
– E vocês já foram às compras?
– Só compramos uma fantasia de Halloween para ela usar na festinha da escola.
– Aaah… isso é muito legal! E você escolheu qual?
– Um vestido preto que tem uma mão… – A descrição dela foi pontual.
– Uuuhmm… deixa eu adivinhar…
– Tem também uma bolsa de peruca loira.
– Isso parece muito assustador! – Rose comentou.
– É de Halloween, tia Rose.
– Da Wandinha, pequena? E do primo Itt?
– É. – Respondi por ela. Embora acredite que até no dia da festa a Anie já tenha aprendido sobre a fantasia que vai usar.
– Você vai ficar muito linda de Wandinha, pequena. As tranças vão combinar pra você. – Rose disse animada. Concordei.
Anie terminou de tomar o sorvete e nós seguimos pelo shopping até encontrar uma loja de bebês e, especificamente, uma sessão de roupas de bebês meninas para a Rose fazer a festa dela. Anie está empolgada e ajudando Rose na escolha dos looks para a pequena Claire.
– Mamãe, a senhola gosta desse aqui que é amarelinho?
– Gosto e gosto desse body de florzinhas. Olha que fofo…
– Esse vestidinho é no mesmo estilo, Luh. – Rose pegou o vestido e me mostrou. Concordei.
– Vai ser uma menininha muito estilosa.
– Hahaha… Você tem mais bom gosto. Eu escolheria as coisas mais tradicionais. – Me disse.
– Que nada, Rose. Eu gosto mais de cores neutras ou tons pastéis. Nada de muito brilho, coisa que foge da fase da bebê. E essas roupinhas estão lindas. – Mostrei a ela mais duas opções de roupas.
– Vou levar as duas!
– Adam nem vai acreditar quando ver.
– Vai pensar que resolvi fazer o enxoval todo hoje. – Rimos.
– A gente pode escolher uma roupa para o meu irmãozinho? – Anie me perguntou de um jeito muito fofo.
– Podemos, filha. – Sorri. – Você quer escolher uma?
– Sim. Vou escolher, tá?
– Tá bom. A mamãe vai com você. – Falei e a pequena concordou. Andamos até a sessão de roupas masculinas para bebê.
– Uma roupinha de ursinho. – ela pegou a roupa e me mostrou. É um macacão marrom, de manga longa, com o desenho de um ursinho na frente. – A senhola gostou? Tem dois, mamãe.
– Achei muito fofo, filha. Quer levar?
– Sim. Os dois!
– E não era só um?
– O bebê ainda não tem muita roupa, mamãe. – Lembrou-me novamente.
– Filha, você não precisa se preocupar. Eu já falei que eu e o seu pai vamos comprar as roupinhas dele depois. – Sorri.
– Mas agola pode levar esses?
– Pode, amor. Vamos levar. – Concordei.
– Vamos comprar mais, mamãe… – Me pediu.
– Filha…
– Por favor. – Ela me abraçou. – Só o que a gente gostar.
– Só mais um ou dois, ok? Tem que ter um limite. – Expliquei.
– Tá bom. Obligada, mamãe! – Anie comemorou e voltou a ver as roupinhas para o irmão.
– Ela está tão carinhosa. – Rose notou.
– Tudo é fase. Eu acho a coisa mais fofa do mundo, amo, não vou negar. Mas não me iludo. Porque do nada ela sente ciúmes e fica extremamente dramática e faz mil questionamentos para mim e para o pai dela. – Contei. – Agora por exemplo, ela está super incomodada porque ainda não compramos as coisas e roupinhas para o bebê. E ela quer fazer isso agora. Vou deixar que ela escolha só para ela não fazer birra, pois sei que é importante. Ela se sente importante participando de tudo. E não queremos excluí-la de nada.
– Eu imagino que não seja fácil lidar com crianças nessa fase ou conciliar com um bebê que ainda nem nasceu.
– O que pega mais é a questão do ciúmes, sei que vai existir. Anie já deu indícios. Temos que estar preparados.
– Mamãe! – Ela me chamou. – Olha esse do cavalinho. É muito lindinho, mamãe. Podemos levar?
– Podemos. É lindo mesmo. – concordei com ela.
– Você puxou o bom gosto dos teus pais. – Rose elogiou.
– Obligada. – A pequena não negou e acabamos rindo.
– Uhm… deixa eu escolher uma roupinha de presente para o seu irmãozinho.
– Ele já vai ter seis roupinhas, tia Rose.
– Anie! – Não aguentei e ri. – Filha, você falando assim parece uma coisa tão ruim.
– E se o bebê nascer?
– Ele não nascerá agora, meu amor. Pode ficar tranquila. – Garanti. Rose riu.
– Deixa eu ver… O que você acha dessa azul? É linda, concorda? Vem com a mantinha. E é bem quentinha.
– Eu achei linda também. – Anie concordou.
– Então esse será o meu presente. – Rose decidiu.
– Obrigada, amiga. – Agradeci.
– Agola eu e a minha mamãe vamos comprar um presente pra sua bebê. Não é, minha mamãe?
– Agora vamos. – Respondi.
– E só mais essa aqui para o meu irmãozinho. – Ela me mostrou outro macacão. Agora com luvinhas, calça, touca e toalhinha de boca. Anie nem sabe que o irmão nascerá no inverno, mas está acertando todas as escolhas.
– Pronto. Só mais essa, ok? A mamãe vai levar todas que você escolheu. O seu irmão vai ficar super feliz com o seu presente, querida. – Contei. Anie sorriu e fitou a minha barriga, fez um breve carinho em minha barriga, é a primeira vez que ela faz isso e acabou me pegando de surpresa. Quase chorei.
– Agola vou escolher o presente da outra bebê. Da filha da tia Rose.
– Oh, tudo bem, meu anjo. – Falei e ela correu para a outra sessão. Meu celular vibrou e eu peguei para ver o que era. É uma mensagem do Arthur.
Mensagem ON
“Ainda está no shopping, gatinha?”
…
“Sim.”
…
“Eu já estou indo para casa. Vejo vocês lá. Não conte à Anie. Quero que seja surpresa.”
…
“Assim tão cedo? Que delícia!”
“Tudo bem. Não vou contar. Ela também tem uma surpresa pra você.”
…
“(Que delícia) adivinhei seus pensamentos hahaha”
“O que vocês estão aprontando hein?”
“Não iam só acompanhar a Rose?”
“Lua Blanco, Lua Blanco… minhas garotas me dão muito trabalho.”
…
“Que bom que não vou precisar falar mais nada quando chegar em casa.”
“Não foi nada de mais.”
“Poderiam ser três garotas suas…”
…
“Ainda podem ser.”
…
“Arthur Aguiar!”
“Você me faz facilmente pensar em greve.”
…
“Hahaha… agora não corremos esse risco. Deixa esse bebê nascer.”
“O meu garoto… seus garotos também podem ser três, se você quiser.”
…
“Já são.”
…
“Não. Eu não estou falando do Harry.”
…
“Eu pensei no Bart, Aguiar hahaha…”
…
“Ha
ha
ha…”
Mensagem OF
Ri sozinha da última mensagem. Cheguei à sessão feminina de bebês e Anie está conversando com Rose. Realmente, Adam pode achar que ela resolveu fazer o enxoval da Claire hoje.
– Mamãe, eu escolhi esse tênis e essas meias de presente para a bebezinha. O que a senhola achou?
– Eu achei lindo, filha. Até a cor?
– Sim. Acho que ela vai gostar de rosa igual a tia Sophia e a Lívia.
– É, pode ser. – Segurei o riso. – Agora eu vou escolher o meu. – Avisei.
Escolhi um macacão de manga longa, branco com detalhes de cerejinhas e uma manta, da mesma estampa.
Ficamos mais um tempo escolhendo as roupinhas para a Claire, depois pagamos e saímos da loja.
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Rose resolveu entrar em outra loja para comprar algumas camisolas e eu também aproveitei para comprar para mim. E um pijama para o Arthur, a pedido da nossa filha. Mesmo que ele prefira dormir só de cueca, mas ela não precisa saber disso.
A hora passou voando, quando nos demos conta, já ia dar quase oito horas da noite. Adam já havia ligado para Rose umas três vezes depois que passou das sete horas.
– Selá que o meu papai já está em casa? Quelo muito saber se ele vai gostar da minha fantasia de Halloween.
– Não sei, filha. Você sabe que seu pai tem chegado tarde. – fiz o que havia prometido, não vou contar a ela que ele já está em casa.
– E se eu dormir?
– Aí amanhã você pode mostrar a ele.
– É que o meu papai é importante.
– Eu sei que ele é importante, filha.
– Vou espelar ele, tá?
– Tá bem. – Concordei, pois sei não não vai ser preciso.
Chegamos em casa. Estou com tanta fome e Anie não parou de falar sobre o quanto está ansiosa para saber se Arthur vai ou não gostar da fantasia que ela escolheu.
– Mamãe?
– Sim. – Olhei para ela assim que tirei o cinto de segurança.
– Quem vai trazer o meu papai?
– O tio Harry ou ele pode vir de táxi. Vem, vamos entrar em casa. – Abri a porta de trás do carro. – Leva a sacola com a sua fantasia. – Entreguei a sacola a ela. E peguei as outras duas, uma com as roupinhas do bebê e outra com as minhas. – Ei, olha aqui o pijama do seu pai. O presente é seu… – Entreguei a sacola a ela.
Anie me esperou fechar o carro, ativar o alarme e abrir a porta de casa. Arthur está na sala assistindo tevê e ela deu um gritinho estridente ao perceber que ele já está em casa.
– Paaaapaaaaiiiiii! – Sim, ela gritou. Mas Bart foi o primeiro a correr até ela. – Olha, Bart, vem… vem ver a surpresa… – Ela chamou o cachorro. Arthur riu ao observá-la e depois me olhou. Fiz uma careta.
– Aaaaaah… tudo isso é saudades do papai, minha garotinha? – Perguntou ao pegá-la no colo e abraçá-la.
– Sim, meu cheilinho.
– Eu te amo, minha princesa. O papai também estava com saudades… – Encheu ela de beijos.
– Eu também amo você. Papai, o senhor fez uma surpresa para mim.
– Sim. E parece que a senhorita também tem um surpresa para mim.
– Sim. Eu tenho! – Disse empolgada e sentou-se no sofá, ao lado do pai, e puxou uma das sacolas.
– Então as minhas garotas foram às compras? – Perguntou depois de olhar para as minhas sacolas também. – Não era só uma companhia? – ele riu e eu fiz novamente uma careta. – O que foi, gatinha? Não gastou o suficiente? – Me provocou.
– Sua filha tem uma surpresa pra você. – Pontuei. – Inclusive, não parou de falar nisso.
– Aaah não, amor. Lua, você está com ciúmes? – Ele percebeu.
– Até parece. – Neguei. Embora o meu rosto gritasse ao contrário. Arthur riu.
– Sua mamãe está com ciúmes, filha.
– Seu pai é um chato.
– Minha mamãe está com ciúmes mesmo. – Anie concordou com ele. – Eu quelia que o senhor estivesse lá para escolher, mas minha mamãe disse que o senhor estava trabalhando… ia atrapalhar… não é?
– Sim. O papai estava trabalhando. Eu tenho certeza de que vou gostar da surpresa, filha. – Ele garantiu e lhe deu um beijo na testa.
– Eu ainda quelia do fantasma…
– É a sua fantasia de Halloween?
– Sim. Da minha escola.
– E qual você escolheu?
– Fecha os olhos, papai. – A pequena pediu. Me sentei no outro sofá. Arthur fechou os olhos enquanto ria. Anie tirou o vestido, a mão e a bolsa de dentro da sacola. – Agola já pode abrir, papai. – Arthur abriu os olhos e ficou extremamente surpreso.
– Wow! Que incrível, pequena. Você gostou muito?
– Sim, eu gostei. A minha mamãe também gostou. Ela me ajudou a escolher. – Disse e Arthur me olhou.
– Você é uma mãe incrível, Luh! – Disse com toda sinceridade. – Filha, que fantasia legal, meu amor. Você já experimentou?
– Sim. Lá na loja, papai. Tem essa mão e tem a bolsa… olha só… de peruca. É de assustar, não é?
– Sim, meu amor. É. – Arthur riu, porque é mais fofo do que assustador. Ainda mais sendo fantasia infantil. Sei que ele deve ter pensado isso.
– Olha, Bart… é de Halloween! – Ela mostrou a mão para o cachorro que começou a latir. – Hahaha… não, não pode morder.
– Não pode deixar essa mão perto dele, nem a bolsa. Ou ele pode morder e rasgar. – Avisei.
– Tá bom, mamãe. Eu vou guardar depois que mostrar pra Carla e pra Carol. – A pequena me disse. – Olha aqui, papai… um presente pra você.
– Pra mim? Um presente pra mim?
– Sim. Com o dinheilo da minha mamãe. – Explicou e eu e Arthur acabamos rindo. – Eu ainda não tenho dinheilo, papai.
– Oh, filha… tudo bem. Obrigado pelo presente. Não precisava. – Ele disse carinhosamente.
– É um pijama, papai.
– Um pijama? – Arthur perguntou enquanto abria a sacola. – Obrigado, filha. É um pijama muito bonito. Eu gostei.
– De nada, papai. – Anie o abraçou e ele lhe deu vários beijos na bochecha. – Agola eu vou mostar a minha fantasia para as meninas. Anie jogou tudo dentro da sacola novamente e saiu rumo à cozinha.
– Agora eu vou agradecer a minha gatinha pelo dinheiro do presente, mesmo sabendo que eu não uso pijama. – Arthur riu ao se aproximar de mim.
– Como eu ia explicar para a nossa filha que você não dorme de pijama?
– Ora, era só dizer que eu não uso pijama, meu amor.
– Na cabeça dela todo mundo usa pijama para dormir. É melhor que continue assim…
– Pensando por esse lado, é melhor mesmo. – Arthur me deu um beijo na bochecha. – Vou usar o pijama quando ela pedir para dormir com a gente. – Contou se afastando um pouco.
– Espero que não seja hoje. – Falei baixo e ele riu.
– Você ficou com ciúmes?
– Sim, muito. Ela só queria saber da sua opinião…
– Ooh, Luh… acho que foi porque eu já tinha concordado com ela sobre a fantasia de fantasma, eu te contei, lembra?
– Sim.
– Mas essa fantasia da Wandinha é linda. Embora ela vá ficar mais fofa do que assustadora com ela. – Disse e eu concordei.
– Ela ficou desanimada quando viu que não tinha a de fantasma, pensou que você não fosse gostar de outra opção… Disse que você é importante para ela. – Contei.
– Desculpa, Luh. Eu não queria que você sentisse ciúmes disso. – Disse sincero.
– Você não precisa se desculpar por ser um pai incrível. – Eu também falei sincera e acariciei os cabelos dele. Arthur fechou os olhos. – Não foi por isso que senti ciúmes… Só queria que ela confiasse em mim para fazer essas escolhas.
– E ela confia, Luh. – Ele abriu os olhos.
– Eu sei que fiz a escolha certa, Arthur… de tudo na minha vida, a minha profissão, você como marido e pai e os nossos filhos são a minha certeza absoluta. – Confessei. Arthur ficou me encarando por alguns segundos e depois sorriu de lado.
– Sabe, Luh… você não é de fazer declarações, mas quando faz, sempre me deixa sem saber o que falar. – Contou. – E eu amo. Amo você inteira, você sabe disso. Você também é a minha certeza absoluta. – Sorriu. – E escolha diária. Não importa o dia.
– Até quando está chateado?
– Sim. Até porque sentir raiva é normal. Quando você me irrita, não te amo menos, fico irritado, só isso. – Disse e eu ri.
– Quando você me irrita, eu te amo menos.
– Eu sei – ele também riu –, por isso eu não gosto de te irritar. Não de verdade, entende?
– Entendo. – Respondi e ele me beijou.
– Vai me mostrar o que comprou? – Perguntou após o beijo e se afastou um pouco. – Foi só para o bebê? – Disse olhando novamente para as sacolas.
– Não. Eu também comprei algumas camisolas para mim…
– Uuuhm… – ele roçou os lábios em uma das minhas bochechas – eu vou querer ver todas.
– Duas não são de grávida. – Contei e Arthur sorriu.
– Vou querer ver mais ainda. – Ele me beijou. Abri a sacola que estão as roupas do bebê.
– Eu não ia comprar nada para ele, fui só para acompanhar a Rose mesmo – comecei explicando –, mas aí a Anie falou da fantasia e depois quis comprar roupas para o irmãozinho dela…
– Sério? Que fofo, amor… – Ele sorriu ao pegar um dos macacões.
– Mas ou menos…
– O que aconteceu? – Ele me olhou.
– Arthur, ela estava tão preocupada que o bebê ainda não tem muitas roupas, dizia isso para todos, eu já estava ficando constrangida. – Confessei. – Estamos errando nessa parte?
– Claro que não, amor. Ei, ainda temos tempo, relaxa. – Ele me deu um selinho.
– Aí tive concordar em trazer essas roupinhas. Ela quem escolheu tudo. E escolheu certinho…
– O bebê vai nascer no inverno.
– Sim. E ela acertou nas escolhas. Esse azul foi a Rose quem deu. – Contei. – Também demos presentes para a bebê dela.
– Então foi um passeio muito agradável?
– Foi. – Sorri. – Eu gostei. Combinamos de ir um outro dia.
– Isso é bom, Luh. – Arthur sorriu comigo. – Amo te ver assim… eu gostei desse de ursinho. É bem fofo, nossa… imagina um bebê vestido de ursinho? Muito fofo, Luh.
– Eu gostei desse branco, com detalhes de cavalinho…
– O presente da Rose também é lindo. Um rapazinho…
– Sim.
– E o que vocês deram de presente?
– Anie escolheu um tênis muito fofo de flor e também escolheu meias. E eu comprei um macacão e uma manta branca, com estampa de cerejinhas.
– Um tênis? Hahaha… é muito sua filha, meu amor.
– Sim. – O abracei. – Eu te amo tanto.
– Eu também te amo, gatinha. – Arthur beijou a minha bochecha e depois beijou os meus lábios. – Minha vida. – Ele encostou a testa na minha.
– Deixa eu te mostrar as minhas compras. – Nos afastamos.
– Quero ver. – Arthur sorriu animado.
– Essas são de grávida. – Contei ao tirar três camisolas da sacola. – Você sabe que eu não tenho camisola assim – falei mais baixo e ele confirmou –, e eu vou precisar. – Acrescentei. – Queria de outras cores, mas só tinha rosa, pêssego, amarelo… não gosto tanto, amor.
– Eu sei, Luh. Mas essas estão bonitas. Vão ficar ainda mais bonitas em você, eu tenho certeza. Eu gostei mais dessa aqui… – Ele apontou para a camisola rosa meio pêssego, nem sei que tom é. – Você vai ficar uma mamãe ainda mais linda. – Ele sorriu. Arthur é tão gentil, que me sinto a mulher mais especial desse mundo.
– Essa daqui são as outras duas que comprei. – Mostrei a ele uma camisola bege, com detalhes de renda nos seios e estampa de flores pretas e uma branca, de seda, com estampa de flores rosa e vermelha e detalhes de renda acima do busto.
– Uau, Luh… eu amo branco, você sabe, baby. Mas essa bege vai ficar perfeita em você. Quer estrear hoje?
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– Hahaha… você é demais! – Começamos a rir.
– Você me provoca, nem vem fingir que não sabe do que estou falando.
– Amor… – Ainda estou rindo.
– O quê? Que delícia! Acha que eu esqueci?
– Não… – Ri mais ainda.
– Fiquei te esperando, ainda estou te esperando.
– Amanhã…
– Nada de amanhã. Hoje, Lua Blanco, hoje! – Rimos os dois.
– Estou indisposta.
– Cínica, é isso que você é. Fica me provocando… – Começou a beijar o meu pescoço. – Conheço os teus truques. – Mordiscou o lóbulo da minha orelha.
– Aaaii… amor… assim não… – Encolhi os ombros. Arthur puxou os meus cabelos para trás.
– Quem era que estava indisposta? – Sussurrou. Quase gemi. – Conheço muito bem a mulher que eu tenho, Lua Blanco.
– Eu… sei… – Gemi, não pude me controlar. Arthur riu.
– Meu garotinho está chutando. – Ele acariciou a minha barriga em meio ao riso.
– Seu filho é ciumento. Não posso aproveitar nada com você que ele começa a chutar. Quando nascer, vai chorar.
– E isso te deixa revoltada?
– Sim, porque é o meu momento. Ele tem o dele. – Fiz um bico e Arthur me beijou.
– Tenha certeza de que eu sei separar muito bem os dois. – Contou. – E… – Se abaixou para falar mais perto da minha barriga. – o papai espera que você também saiba. – Disse dando um beijo em minha barriga. – Amo você. – Sussurrou. O bebê está chutando bastante. Arthur voltou a acariciar a minha barriga. – Que energia, hein? O que você comeu, mamãe?
– É o teu efeito. – Respondi e Arthur riu.
– Você pode comprovar mais tarde. – Me provocou. Revirei os olhos. – Como vou lidar com três seres incrivelmente ciumentos? Me explica isso.
– Você vai ter que dar um jeito. – Falei. Arthur me deu um beijo mais demorado.
– Vocês são a minha vida. Sei que não é novidade pra você, mas eu amo te dizer isso.
– E você é a nossa… e eu não sou de dizer isso. – Falei. Arthur sorriu.
– Mas eu sei, gatinha. – Sussurrou.
– Eu sei que sabe. – Fechei os meus olhos. – Preciso tomar um banho…
– Quer companhia? – Se ofereceu e eu ri outra vez.
– Não, Aguiar. Porque seu filho está com fome. – Respondi e ele me deu um rápido beijo no rosto.
– Então é melhor você se apressar para alimentar o meu garotinho. – Fez carinho em minha barriga e depois se levantou. – Eu levo as sacolas para você, Luh.
– Obrigada. Você já jantou? – Perguntei quando ele levou as mãos em minha direção para me ajudar a levantar do sofá.
– Ainda não, Luh. Eu estava esperando vocês. – Me disse e me ajudou a levantar do sofá.
– Obrigada, amor.
– De nada, querida. – Nos abraçamos.
– Pede pra Anie subir, Arthur.
– Vou pedir. – Nos afastamos.
– E amanhã?
– Amanhã o quê? – Ele perguntou sem entender.
– Você vai trabalhar ou ter folga?
– Folga se você deixar. – Ele sussurrou me fazendo rir.
– Estou falando sério, Arthur.
– Eu também, oras…
– Amor!
– John deu o final de semana de folga, porque semana que vem será nossa última semana de ensaio, na sexta a gente viaja para o primeiro show no sábado. – Me explicou.
– Aah, entendi. Vou sentir saudades…
– Eu muito mais. – Ele me abraçou e beijou o meu pescoço antes de eu subir para o quarto.
*
– Cheilinhooooo… – Anie está no quarto há quase meia hora implicando com o Arthur. Como toda criança que adivinha os planos dos pais, hoje ela resolveu pedir para dormir com nós dois.
– Não, Anie. Eu já disse que não. – E como todo pai que se diverte implicando com os filhos, Arthur resolveu dizer que não.
– É sim, papai. Diz que sim… – Ela se jogou em cima dela.
– Filha, você vai cair, vai chorar, vai virar um caos. Eu te conheço. – Ele avisou.
– Vocês dois vão parar com essa frescura que horas? Eu quero dormir. – Falei. Porque se deixar, eles não vão ter hora para acabar com essas implicâncias.
– Olha, sua mãe já está sem paciência com você.
– Com vocês dois, não tenta te tirar dessa.
– Mas eu não estou fazendo nada, loira. – Ele riu.
– Tá sim, tá impicando comigo. – Anie se afastou do pai e veio para o meu lado.
– Se você quer dormir aqui, se comporta, filha. – Avisei me sentando na cama.
– Eu quelo, mamãe. Mas o meu papai não deixa. – Ela o olhou.
– Mas não é ele o papai legal?
– Aaah… você continua com ciúmes, gatinha? – Ele me provocou.
– Só fiz uma pergunta. – Dei de ombros.
– Ciumenta, isso sim! – Ele riu se virando na cama e ficando de bruços. Anie voltou a pular em cima dele.
– Eu vou acabar colocando vocês dois para fora do quarto. – Avisei mais séria.
– É sua filha quem começa. – Arthur tentou se defender, mas eu não liguei. Me deitei na cama. – Sua mãe já vai dormir, deita lá perto dela…
– Mamãe?
– Oi, filha. – Virei meu rosto para olhá-la.
– Vou dormir aqui, tá?
– Tá, meu amor. Pode dormir. – Sorri. – Boa noite. – desejei e Anie me deu um beijo na bochecha.
– Boa noite, mamãe. Eu te amo.
– Eu também te amo, pequena.
– Vou ao banheiro.
– Tudo bem, vai lá… – Falei e Anie desceu da cama.
– Boa noite, Luh. – Arthur me jogou um beijo no ar.
– Boa noite.
– Eu preferia estar dentro de você agora e não ao seu lado.
– Arthur, por favor. – Repreendi ele, nem acreditei no que tinha acabado de escutar.
– Você ficou surpresa?
– Anie está aqui. – Pontuei.
– Não falei alto, relaxa. – ele se aproximou e fez carinho em minha barriga. – Eu amo você, Lua.
– Eu também te amo.
Arthur ficou acariciando a minha barriga até Anie voltar para o quarto e deitar na cama entre nós dois.
Continua…
SE LEU, COMENTE. NÃO CUSTA NADA!
N/A: Olá, como vocês estão? Espero que estejam todas bem. <3
Desejo a vocês um 2025 repleto de realizações, saúde, paz, amor, prosperidade e bênçãos. Que o Senhor abençoe e guie os planos e os caminhos de vocês.
Demorei, mas voltei novamente. Tirei as últimas semanas de dezembro para descansar, eu estava precisando. Semana que vem eu já começo a trabalhar. Vou tentar atualizar a fanfic sempre que puder, como vocês puderam acompanhar esse ano.
Espero que tenham gostado do capítulo, foi escrito com muito carinho. <3
Abriram os links? Quão fofo será esse bebê? <3 Gostaram da fantasia de Halloween da Anie? Hahaha
Comentem tá? Quero saber o que vocês acharam.
Um beijo e até breve!
Obrigada por permanecerem aqui.
Achei tão fofinha a Amir preocupada com as roupinhas do irmão, já quero no próximo capítulos eles indo comprar, lua super preocupada com o bebe e Arthur tbm, mas graças Deus está tudo bem, ansiosa pelo próximo
ResponderExcluirQue capítulo lindo...
ResponderExcluirNão tô dando conta da Anie escolhendo a roupa do irmãozinho, ela poderia ir na próxima consulta né, seria emocionante. Arthur e lua estão um love, lindos.
Amei, capítulo incrível!
ResponderExcluirVc escreve lindamente.
Amei o capítulo Anie escolhendo a roupa do irmão é lindo
ResponderExcluirAnsiosa pelo próximo capítulo
ResponderExcluirMuito fofo quando Anie tem essas interações com o irmão. Amei o capítulo.
ResponderExcluirAnsiosa pelo próximo capítulo amo
ResponderExcluirSó esperando pelo próximo capítulo
ResponderExcluirQuando vai ter o próximo ☹️☹️
ResponderExcluirAnsiosa
ResponderExcluirAmo essa web esperando pelo próximo capítulo
ResponderExcluirQuando vai ter o próximo em
ResponderExcluirNossa Milly você quer me matar de ansiedade só carregando para ver que não atualização
ResponderExcluirPor favor não demora não atualização não
ResponderExcluir