Little Anie - Cap. 93 | 7ª Parte

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Little Anie

Parte Sete


Habitar (v.)

É dar vida com a presença.

É resumir distâncias.

É se fazer presente de forma emocional.

É morar com amor e intenção.

É fazer da casa onde você mora um lar.

É estar aqui e com você porque quero,

não porque preciso.

                      – João Doederlein (@akapoeta)


Pov Lua


Londres | Sexta-feira, 6 de outubro de 2017.


– Bom dia, gatinha… – Senti Arthur depositar beijos em meu pescoço. Tentei encolher os meus ombros, por conta das cócegas, mas ele puxou levemente os meus cabelos para trás. – Você quer fugir de mim? – Sussurrou. Ri.

– Bom dia! – Falei ao me virar de frente para ele. – Você não deixa. – O abracei.

– Uuuhm… – Ele cheirou o meu pescoço e depois subiu os beijos até chegar ao meu queixo e parou em meus lábios. – Não mesmo. – Sussurrou.

– Por que gatinha, amor? – Perguntei enquanto sentia ele beijar e cheirar o meu pescoço, descer para o meu colo e subir para os meus lábios novamente.

– Por que? – Insistiu e eu assenti. – Porque gatos são manhosos e dengosos – ele sorriu ao me olhar – e você está muito dengosa. E é a minha gatinha. – Explicou. O beijei. – Gostou?

– Amei. – Admiti. – Eu já disse que você me deixa mal-acostumada. – Arthur sorriu roçando os lábios nos meus.

– Então eu estou fazendo um ótimo trabalho.

– Você é ótimo em muitas coisas… – Sussurrei fechando os meus olhos.

– Me peça para parar enquanto eu ainda consigo ouvir. – Arthur pediu baixo. Mas eu só quero que ele continue.

– Continua… – Pedi entre sussurros. Arthur me encarou.

– Lua? – Ele quis ter certeza.

– Não quero que pare. – Frisei.


Arthur me beijou. Desceu uma das mãos para a minha cintura e a outra subiu para a minha nuca. Retribui o beijo com a mesma intensidade. Não quero que ele mude o ritmo.


Flexionei a perna direita e Arthur se acomodou sobre mim, sem deixar o peso todo sobre o meu corpo. Puxei a camiseta que ele vestia e ele se afastou um pouco para tirá-la por completo. Gemi quando os seus lábios tocaram um dos meus seios, por cima da minha camisola, o outro, senti a sua mão massageá-lo. Fechei os meus olhos e puxei levemente os cabelos dele.


Estou com tanta saudades…


Arthur subiu os beijos pelo meu pescoço até chegar aos meus lábios. Gemi outra vez sentindo ele pressionar o corpo contra o meu. Ele levou as duas mãos até as minhas coxas e foi levantando a minha camisola até tirá-la por completo.


Não falamos nada. Os únicos sons ouvidos são das nossas respirações descompensadas e dos nossos gemidos, ora altos ora baixos. Arthur voltou a descer os beijos pelo meu queixo, colo, seios, barriga, onde ele beijou carinhosamente, depois desceu os beijos mais um pouco e mais um pouco.


Ele empurrou a minha calcinha para baixo e segurou os meus tornozelos, separando um pouco as minhas pernas, e depositou beijos na parte interna das minhas coxas. Me contorci sob os lábios dele e levei as mãos até os seus cabelos, puxando-os de leve. Arthur levantou o rosto e voltou a aproximar os lábios dos meus. Não disse nada, apenas sorriu e me beijou. Um beijo lento, extremamente apaixonado.


Amo tanto quando ele me beija dessa maneira.


Arthur segurou uma das minhas coxas e a puxou um pouco mais para cima. Flexionei as pernas à medida que ele ia pressionando o corpo contra o meu. O senti deslizar para dentro de mim de maneira cuidadosa.


Ele não precisa dizer nada para eu saber que está preocupado e por isso está sendo ainda mais cuidadoso do que costuma ser.


Gemi a cada movimento de “entra e sai”. Não quero que ele mude o ritmo. Embora eu goste que ele faça movimentos mais rápidos, hoje eu quero que continue lento. Eu estava morrendo de saudades desse nosso momento.


Nos perdemos um no outro por um longo tempo. Os meus gemidos foram cessados com beijos cálidos quando o fim se aproximou. Arthur beijou o meu ombro e depois o meu pescoço antes de afastar um pouco o rosto para me olhar.


– Tudo bem? – Perguntou com a voz baixa, ainda rouca.

– Tudo ficou muito melhor depois que eu acordei. – Respondi sem conter o sorriso. Arthur saiu devagar de dentro de mim. Gemi. Ele deitou ao meu lado, de frente para mim e segurou a minha cintura.

– Eu te digo o mesmo. – Confessou. – Eu passaria a manhã inteirinha aqui…

– Dentro de mim? – Sussurrei. Ele sorriu de um jeito muito safado.

– Também. – Sussurrou. – Que bom dia delicioso. Eu estava com tantas saudades… na verdade, ainda estou. – Contou. Levei uma das mãos até o seu rosto.

– Podemos continuar a noite.

– Podemos. É claro que podemos e vamos. – Garantiu e se inclinou me dando um selinho em seguida. – Gostooosa! – Disse. O abracei. Nossos corpos ainda estão quentes, suados.

– Eu também estava com saudades… – Falei. Arthur me abraçou mais forte.

– Foi você quem teve essa ideia de fazer greve. – Me lembrou. Tentei segurar o riso.

– Não foi greve. – Me defendi, mas ele apenas riu. – Mas eu fiquei chateada. – Confessei.

– Eu sei que ficou. Eu te conheço. Você pode negar mil vezes, que eu sei quando está chateada. – Me avisou e beijou os meus cabelos.

– Sabe… – O empurrei de leve, Arthur deitou de costas na cama e eu mudei de posição, ficando sobre ele.

– Vou adorar saber. – Ele entendeu o recado mesmo antes de eu falar alguma palavra.

– Vai? – Insisti e ele assentiu se inclinando para me beijar. Mas me afastei, o fazendo rir. Ele desceu as mãos para as minhas coxas e as apertou. – Agora é a minha vez. – Pontuei e aproximei os lábios dos dele. – Você está preparado, baby? – Perguntei com os lábios praticamente colados ao dele.

– Eu acho que nem preciso responder com palavras… – Disse baixo. – Tenho certeza de que você está sentindo. – Finalizou com as mãos na minha cintura, me pressionando ainda mais contra o corpo dele. Levei minhas mãos até as dele e as trouxe para cima da cabeça. Ele sorriu. – O que a minha garota vai aprontar? – Ele se fez de desentendido.

– Como se você não soubesse. – Ergui um pouco o corpo e levei uma das mãos até o membro dele, massageando-o antes de posicioná-lo em minha entrada, fiz movimento de descer e depois subir. Arthur apertou a minha cintura com mais força e sentou na cama, comigo no colo. – Aamoor… – Gemi. Não esperava que ele fosse fazer esse movimento. Ele sorriu e gemeu assim que eu voltei a me movimentar.

– Devagar, loira. – Pediu baixo, me beijando em seguida. Assenti, “subindo e descendo”. Ele desceu os beijos para o meu pescoço e colo, depois para um dos meus seios. Fechei os meus olhos sentindo o prazer tomar conta de mim.


Não sou capaz de dizer quantos minutos se passaram. O ritmo foi mantido e eu nem sei como consegui me controlar tanto assim.


Arthur segurou a minha cintura com uma das mãos e a outra ele levou para o meu pescoço. Respirei fundo encostando a testa na dele, sentindo sua respiração bater em meus lábios.


Eu abri a boca, mas não consegui dizer nenhuma palavra. Arthur pressionou o meu corpo contra o dele. Me apoiei em meus ombros e fechei os meus olhos quando o clímax se aproximou. Sei que Arthur também está perto porque está estocando mais forte e puxou com mais força o meu lábio inferior. Gemi um pouco mais alto e ele me beijou rapidamente.


Deva-devagar… – Pedi entre gemidos, porque senti Arthur puxar com mais força os meus cabelos ao mesmo tempo que “entrava” no mesmo ritmo. Sei que se não lembrá-lo, ele vai deixar as coisas mais intensas e nenhum dos dois vai conseguir parar. – Amor…


Em outra situação, eu pediria que ele não parasse. Mas tenho que ter consciência de que movimentos mais intensos podem causar algum sangramento e ainda sinto medo de que isso aconteça.


Arthur me ouviu, cessou os movimentos e me abraçou, beijando o meu ombro e o meu pescoço. 


– Machuquei você? – Perguntou baixo.

– Não. – Respondi ainda me movimentando. Arthur se afastou um pouco e me olhou, segurando em minha nuca.

– De verdade? – Insistiu. Apenas assenti. Ele me beijou novamente, agora mais carinhoso. – Eu te amo, Luh. – Sussurrou contra os meus lábios.

– Eu te amo. – Sussurrei de volta. Encostei a testa na dele e gememos juntos quando chegamos ao fim.


Permanecemos juntos, abraçados, nos minutos seguintes.


– Tudo bem? – Arthur me perguntou depois de algum tempo.

– Sim. – Respondi e abri os meus olhos. Arthur me deu um selinho.

– Ainda bem que você me pediu para ir mais devagar… – Sussurrou. Sorri.

– Tive que me controlar também.

– Eu sei, Luh… – Ele acariciou a minha cintura. – Jamais imaginei que hoje começaríamos o dia assim. – Sorriu e eu acariciei o rosto dele. Arthur ainda está dentro de mim.

– Nem eu. – Contei. Ele me deu vários beijos e, ainda segurando a minha cintura, me levantou, saindo de mim.

– Não quero sair daqui.

– Queria que fosse sábado. – Arthur segurou o meu rosto com as duas mãos. – Não íamos sair daqui tão cedo. Não depois disso, loira.

– Eu sei… e adoraria. – Confessei.

– Uuuhmm… – Ele gemeu quando passei os lábios pelo pescoço dele. – Deixa eu ver… – Ele pegou o celular – Parece que hoje alguém vai se atrasar para o trabalho. – Me disse ao ver a hora.

– Sua culpa.

– Hahahaha… não mesmo. – Ele me beijou e me virou na cama, ficando sobre mim novamente. – Gostosa e safada. – Murmurou com os lábios próximos aos meus e apertou uma das minhas coxas quando envolvi as pernas ao redor da cintura dele. – Mais um round? – Perguntou. – É isso mesmo que estou sentindo?

– Eu quem estou sentindo. – Corrigi e acabamos rindo.

– Vamos tomar banho, Blanco. – Me convidou e tentou se levantar. – Lua. – Me olhou. – O que você quer? – Acariciou uma das minhas coxas.

– Tomar banho com o meu marido gostoso e safado. – Respondi. Arthur mordeu os lábios antes de me pegar no colo.

– Você está grávida. – Me lembrou.

– Não é algo que eu esqueceria com facilidade, Aguiar. – Mexi nos cabelos dele. Arthur caminhou comigo, no colo, até o banheiro.

– A gente precisa se controlar, Luh. – Disse e me colocou no chão.

– Nos controlamos a semana inteira, você concorda?

– Nem vem. Você entendeu o que eu quis dizer. – Me disse e segurou o meu rosto entre as mãos. – Fica me provocando, sabe que eu não vou resistir.

– Não é para você resistir. – Continuei provocando e o puxei para mais perto de mim. – Vamos continuar?

Amor… – Ele sorriu e colocou uma mecha do meu cabelo para trás da minha orelha.

– Eu não estou brincando… e nem só provocando. – Garanti.

Lua… – Ele sorriu outra vez antes de me beijar. Retribui o beijo e senti Arthur sorrir entre o beijo quando intensifiquei o ritmo, passando as unhas pelas costas dele. – Gatinha – ele desceu os beijos pelo meu pescoço, depois subiu e mordiscou o meu queixo, puxando os meus cabelos para trás –, você tá uma esposa muito insaciável. – Completou.

– Não tem como… como manter o controle com um marido gostoso assim…

– É? – Ele puxou o meu lábio inferior. Levei uma das mãos até seu membro e comecei a massageá-lo. Arthur fechou os olhos e soltou um gemido baixo.

– S-sim…

– Eu também tenho uma esposa muito… gos… Luh… – Ele gemeu outra vez. – Gostosa, Lua. – Arthur abriu os olhos e me deu um beijo rápido, antes de me virar de costas contra seu peito. Soltei um riso pela surpresa. – Eu sou um marido muito obediente. – Sussurrou em meu ouvido. Estou sentindo-o contra meu bumbum. Gemi.

– Eu sei que é. – Concordei.

– Apoia as mãos na bancada. – Pediu quando nos aproximamos da pia do banheiro.


A imagem da posição, que veio em minha mente, me deixou ainda mais excitada. Arthur aproximou os lábios do meu ouvido. Fiquei observando cada movimento dele através do espelho.


– Se ficar desconfortável pra você, pode me pedir para parar. – Avisou puxando os meus cabelos para trás. – Está me ouvindo? – Perguntou e também me olhou através do espelho. Assenti. Ele sorriu de lado, o que acabou fazendo com que eu sorrisse junto.

– Você tá… tá só me provocando. – Falei.


Arthur encostou os lábios no meu pescoço, me dando um beijo cálido. O senti deslizar para dentro de mim. Fechei os meus olhos e apertei as minhas mãos na borda da pia.


– Ainda estou – frisou – te provocando?


Perguntou antes de dar uma estocada mais forte, me fazendo ir para a frente. Apertei ainda mais a borda da pia. Arthur deslizou uma das mãos até a minha barriga e me trouxe para mais perto dele, não me deixou encostar ou apoiar a barriga na borda da bancada da pia. Voltou a diminuir o ritmo das investidas e eu apoiei a cabeça no peito dele.


Am-mor… – Gemi.


Ele levou uma das mãos até um dos meus seios, o apertando à medida que “entrava e saia” de dentro de mim. A outra mão ainda está sobre a minha barriga, não deixando eu me aproximar da borda da pia. A cada dia que passa, Arthur consegue ser ainda mais carinhoso e cuidadoso do que já demonstrou nos outros dias.


Eu nem ousei contar o tempo que ficamos no banheiro. Só sei dizer que não imaginei que minha sexta-feira fosse começar tão prazerosa assim.


E nem que eu fosse me atrasar para o trabalho…


Pov Arthur


Saí do quarto deixando Lua terminar de se arrumar. Ela ficou indecisa entre dois vestidos e, dessa vez, não aceitou a minha opinião.


Não imaginei que nossa sexta-feira fosse começar neste ritmo. Ainda mais para quem estava me dispensando há uma semana. Se eu demorasse mais um pouco naquele quarto com ela, nenhum dos dois sairia para trabalhar hoje. Não sei o que está acontecendo, mas, literalmente, nos olhamos e fizemos amor todas as vezes.


– Paaaapaai… – Anie correu até mim. É a criança mais fofa quando está com o uniforme da escola. – Bom dia, papai!

– Bom dia, amor da minha vida! – A carreguei no colo. – Dormiu bem? – Perguntei. A pequena ainda está abraçada a mim.

– Sim, papai. Cadê a minha mamãe? Ela que vai me levar pra escola. – Contou enquanto desço a escada com ela no colo.

– Sua mãe está terminando de se arrumar. Mas sabia que sou eu quem vou levar você para a escola e sua mamãe para o trabalho? – Perguntei ao colocá-la no chão, quando chegamos à sala de jantar.

– É? – Insistiu animada. Assenti. – Eu adolo, papai. O senhor também vai me buscar?

– Aí o papai já não pode confirmar, filha. Mas se der tempo, buscarei você na escola e levarei à aula de balé.

– Papai, a gente já tá ensaiando os passos da dança do Halloween. – Me contou, mas eu já estou sabendo. Lua me disse ontem. Nos sentamos à mesa.

– É, filha? E o que você está achando?

– Mais ou menos legal. Foi naquele outo dia que começou.

– Na segunda-feira?

– Sim, papai. – Confirmou. – A gente vai espelar a minha mamãe?

– Você pode começar a tomar o seu café, filha. Você demora mais para terminar. Eu espero a sua mamãe. – Respondi. – Mas por que você está achando “mais ou menos legal ”?

– Porque agora que começou, papai. E eu ainda não sei todos os passos. – Explicou e eu ri.

– Filha, mas é assim mesmo. Não tem como você aprender todos os passos de toda a coreografia em um só dia de ensaio. Tem que ter paciência. Das outras vezes também foi assim.

– Mas só que eu não tenho paciência. – Disse simplesmente e eu ri ainda mais.

– Anie, você vai ter que arrumar em algum lugar…

– Minha mamãe! – Disse e abriu os bracinhos assim que Lua chegou à sala de jantar.

– Bom dia, minha princesa. – Lua passou por trás da cadeira que estou sentado e abraçou a nossa filha.

– Bom dia, minha mamãe! – Anie lhe deu um beijo no pescoço. – A senhola tá muito, muito, muito cheilosa, mamãe. – Anie ainda está abraçada a mãe.

– Sua mamãe é sempre muito cheirosa. – Ressaltei.

– Eu concodo, papai. – A pequena disse e soltou a mãe.

– Obrigada, meu amor. – Lua lhe deu um beijo terno na testa. – Você que é uma neném muito cheirosa. – Se afastou da nossa filha. – E você também – me deu um beijo na bochecha – é sempre cheiroso. – Disse e apertou os meus ombros. – Além de cheiroso, ainda é muito gostoso. – Sussurrou em meu ouvido e se afastou, puxando a cadeira para sentar-se. A olhei, mas não falei nada. – Anie terá que arrumar o quê? – Perguntou mudando de assunto.

– Paciência para aprender os passos, da coreografia, da apresentação de Halloween. – Expliquei. – Pois ela acabou de dizer que não tem paciência. – Encarei Lua. – Vê se pode? Parece que eu estava falando com você. – Ri. Lua revirou os olhos e, em seguida, olhou para a nossa filha.

– Filha, vocês começaram a ensaiar essa semana. Não tem como aprender tudo de uma vez. Seu pai tem razão, tem que ter paciência.

– Então como é que faz, mamãe?

– É uma ótima pergunta. – Pontuei. – Diz aí como que faz, Lua Blanco. – Pedi.

– Hahaha! – ironizou – Que engraçadinho. Você está muito engraçadinho. – Semicerrou os olhos ao me encarar. – Filha – voltou-se para a pequena –, tem que ter calma e paciência. Eu tenho certeza que você vai aprender toda a coreografia.

– Outo dia que eu vou aprender?

– Sim, meu amor. Ainda terão outros dias de ensaio. Eu acredito que a professora marcará outros dias além de segunda e sexta-feira.

– Ela vai dizer?

– Sim. Ela vai avisar, não se preocupe.


Eu e Lua começamos a tomar o nosso café da manhã e Anie continuou o dela.


– Já terminei! – Anie disse depois de alguns minutos. – Agola eu vou buscar a minha mochila. – Ela levantou-se da cadeira.

– Cuidado quando for subir e descer a escada. – Avisei.

– Eu já sei, papai.

– Eu só estou te lembrando. – Falei e a pequena correu saindo da sala de jantar.

– Ela sempre já sabe de tudo. – Lua comentou antes de morder uma torrada com geleia de uva.

– Sim. – Concordei. – Parece com a mãe dela, você conhece?

– Nossa… depois você reclama que eu te deixo de castigo – enfatizou – do nada.

– Me deixa e me tira – lembrei. –, do nada. Já esqueceu do que aconteceu agora pela manhã? – Provoquei.

– Não. Parece que eu ainda consigo sentir você em mim… – Disse mais baixo.

– Hahaha…

– Mas – chamou a minha atenção – parece que você quer passar uns dias descansando. Igual semana passada.

– Você não vai resistir, loira. – Me levantei da cadeira.

– Convencido! – Disse pegando duas fatias de pão.

– Eu só conheço a minha esposa. – Deixei claro.

– Já terminou? – Se referiu ao café quando apoiei uma mão na mesa e a outra na cadeira que ela está sentada.

– Sim. – Lhe dei um selinho. – Você está linda! – Elogiei.


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– Gostou?

– Amei, meu amor. – Lhe dei outro beijo. – Agora termina de tomar o café. Eu vou ver o que a nossa filha está fazendo. – Falei.

– Já comi demais. – Ela olhou para o prato. – Mas você me deixou faminta.

– Huum… você fez o mesmo comigo. – Acabamos rindo juntos. – Vou te esperar na sala ou vamos acabar os três atrasados hoje.

– Você tem razão. – Lua concordou comigo. – Já estou há meia hora atrasada. – Ela olhou para o relógio no pulso.

– Dessa vez a culpa não foi minha.

– Foi nossa. Você não recusou em nenhum momento. – Lua me lembrou. Ri outra vez enquanto saia da sala.


Pov Lua


Sábado, 7 de outubro de 2017.


– Você não vai me pegaaaaaar…


Anie está correndo pela sala como se o mundo fosse acabar. Bart está correndo atrás dela e estou vendo a hora de um dos dois esbarrar em algo e derrubar.


– Corre, Bart! – Ela incentivou o cachorro.


Bart está tão grande, que nem parece que ainda tem um ano e alguns meses. Às vezes me pergunto se ele ainda crescerá mais.


– Lá lá lá… – Ela não para de correr e rir. É a risada mais gostosa que eu já ouvi.

– Quando ela vai cansar de correr? – Perguntei e Arthur riu. Hoje ele não teve ensaio com a banda. Na verdade, eles estão de folga esse final de semana.

– Nem tão cedo. A não ser que eles derrubem ou quebrem algo. – Disse observando os dois.

– Nem comentei com você… – comecei e Arthur me olhou – Combinei de sair com as meninas hoje a tarde, depois do almoço.

– Com a Hanna e a Rose? – Ele me perguntou, porque é o que parece mais óbvio. Neguei com um gesto de cabeça antes de falar:

– Não. Com a minha irmã e a Mel. – Contei. Arthur me encarou um pouco surpreso.

– Aah sim… Você não me disse que tinham conversado. – Falou.

– Foi hoje de manhã. Soph me mandou uma mensagem. – Expliquei. – Então eu decidi contar logo. O que você acha?

– Que talvez você nem precise falar nada. – Ele olhou para a minha barriga. Já é muito perceptível que não estou sozinha. Eu também olhei para a minha barriga. Arthur voltou a me olhar. – Está tudo bem pra você? – Me perguntou.

– Acho que sim.


Não é que eu esteja cem por cento segura. Mas uma hora ou outra terei que contar, e é melhor que seja logo.


– Tem que está tudo bem pra você, Luh. É o que importa para mim. – Confessou e eu o abracei. Arthur retribuiu o abraço e me deu um beijo na cabeça. Estamos sentados no sofá. A tevê está ligada, Arthur está assistindo um jogo de basquete. – Combinaram de ir onde?

– Em uma cafeteria. Eu encomendei biscoitos personalizados igual da última vez… – Contei.

– Quero ver depois. – Disse. – Anie vai com você?

– Quero levá-la. Sophia vai levar a Lívia e Mel vai levar o Ethan. Pensando bem… desde maio que a gente não se vê. – Olhei para a nossa filha, que ainda está correndo. – Mas não sei se ela vai querer ir.

– Vai sim, Luh. – Arthur parece mais seguro do que eu. – Ela ama um passeio. – Completou. – Amanhã a gente pode fazer um programa diferente, o que você acha? Se você estiver disposta, é claro. – Esclareceu e eu sorri com o cuidado dele.

– Podemos. – Concordei.

– Nada muito radical. – Lembrou e acariciou a minha barriga. – Só algo fora da nossa rotina de casa e filmes no domingo.

– Eu gosto da parte do sexo… – Sussurrei e Arthur riu.

– Não. Essa rotina aí eu não quero alterar. – Ele sussurrou de volta e me deu vários beijos na bochecha. Começamos a rir. – Você tá muito safada, Luh. – Ele riu mais ainda. Lhe dei um tapa, mas não neguei. Anie se aproximou de nós dois. Ela está descabelada e suada.

– Cansou? – Perguntei e ela se jogou em cima do pai.

– Não! Ainda não! – Ela olhou para o Bart. – Só o meu cachorro. – Riu. Bart correu para ir beber água.

– Você podia fazer igual ao Bart e ir beber água também.

– Eu já vou. Mas antes eu quero fazer uma pergunta. – Ela levantou o dedo indicador.

– Faça. – Arthur respondeu e eu a olhei atenta. – Vamos ver se a gente consegue responder a sua curiosidade.

– Não é culiosidade, papai. É uma pergunta. É difelente! – A pequena disse toda convicta. Ri porque Arthur pareceu incrédulo.

– Tudo bem. – Ele está surpreso e faz um esforço para segurar o riso. – Faça a sua pergunta. Vamos ver se eu ou a sua mamãe saberemos responder.

– O senhor lemba que disse que a gente ia assistir um jogo de verdade de basquete? – Perguntou e apontou para a tevê. – Quando é que a gente vai? – “de verdade” quer dizer, ao vivo. Arthur me olhou rapidamente.

– Tanta coisa aconteceu, pequena. O papai acabou esquecendo. – Ele disse sincero. – Mas ainda podemos ir. Só precisamos ver quando será o jogo aqui. Concorda, Luh?

– Claro, amor. Você quer muito ir? – Perguntei para a nossa filha.

– Sim! O meu papai plemeteu!

– Então nós vamos, ok? Não vou mais esquecer, combinado?

– Combinado, papai. – Anie o abraçou. – Agola eu vou beber água. – E correu para a cozinha.

– Será que terá jogo esse mês?

– Já está tendo, amor. – Arthur respondeu. – Vou pesquisar a data para comprar os ingressos e aí vamos nós quatros. – Ele está animado. – O primeiro jogo do nosso bebê. – Ele voltou a acariciar a minha barriga, depois abaixou o rosto para beijá-la. – Você ficou animado, meu garotinho? – Perguntou. O bebê está tão quieto, que eu acho que está dormindo. – Será que ele está dormindo?

– Acredito que sim. – Respondi também acariciando a minha barriga. Arthur voltou a beijá-la e a fazer carinho com uma das mãos. Acariciei os cabelos dele. Amo quando ele faz isso. 

– Luh?

– Sim. – Ele ergueu a cabeça assim que eu respondi.

– Posso confessar uma coisa?

– Claro, Arthur. – Sorri e ele pareceu sem graça.

– Sinto ciúmes de vocês. – Começou e eu franzi as sobrancelhas.

Arthur…

– É sério. – Ele afirmou. – De alguém tocar ou fazer carinho na tua barriga. – Confessou e eu sorri.

– Arthur, as pessoas não fazem carinho na minha barriga. – Esclareci. – Agora que as pessoas ficaram sabendo.

– Mas agora que elas já estão sabendo…

– Hahaha… amor… – Segurei o rosto dele com as duas mãos. – não precisa sentir ciúmes. Somos só teus. – Ri. Porque não acredito no que acabei de ouvir.

– Você não leva a sério, Luh. – Ele reclamou sem jeito.

– Ooh, amor… é claro que levo. Falei alguma mentira? Somos teus. – Voltei a afirmar.

– Você fica rindo, loira. – Ele escondeu o rosto no meu pescoço. – Não é pra soar possessivo. – Deixou claro.

– Eu sei, Arthur.

– É que eu acho que é uma coisa mais íntima. Não é qualquer pessoa… não que eles sejam qualquer pessoa, você me entende?

– Eles não são você?

– É. – Ele pontuou e riu. – Eu amo tanto você, garota. – Ele segurou em minha nuca e me beijou. Retribui o beijo. Aproveitamos o beijo até ouvirmos a voz da Anie. Nos separamos.

– Você tem medo do bebê confundir você com outra pessoa?

– Não. Eu tenho certeza de que ele já sabe quem eu sou. – Garantiu.


Não me surpreende essa confissão dele. Na gravidez da Anie foi a mesma coisa, embora ele tenha se contido mais. Mas sempre sentiu ciúmes quando alguém tocava em minha barriga e falava com a bebê.


– Eu também tenho, Arthur. – Assegurei e ele me deu um beijo rápido.

– Mas – ele se afastou um pouco – eu não vou ficar chateado se alguém tocar a sua barriga, não é isso. Eu só sinto um pouco de ciúmes.

– Tudo bem. Eu já entendi. – Sorri. – Nosso bebê tem um papai muito ciumento. – Falei mexendo na minha barriga. – Nossos filhos, na verdade. – O olhei e ele assentiu. – Você não tem vergonha disso, Aguiar? – Perguntei entre risos quando ele começou a beijar e cheirar o meu pescoço.

– Não. Eu tenho ciúmes da mãe dos meus filhos também. – Admitiu e eu ri ainda mais.

– Amo tanto você, meu amor. – O abracei. Arthur parou de me cheirar e beijar e ficou me olhando.

– Você está tão linda, Lua. Ainda mais linda nessa gravidez. – Me elogiou.

– Amor, assim eu vou chorar. – Falei já emocionada. Como se fosse a primeira vez que ouvia um elogio desse.

– Lua… – Ele sorriu. – Você merece todos os elogios existentes e todos que eu conseguir te dizer. – E me beijou novamente. – Eu sou muito apaixonado por você. – Disse com os lábios ainda sobre os meus.

– E eu por você. – Também falei. – A cada dia mais. Principalmente nos dias difíceis.

– Sabe, já li várias vezes – ele se afastou –, em vários lugares também, que são nesses dias que temos a certeza de que o amor, a amizade, a parceria são verdadeiros. Porque é quando se é mais difícil estar ao lado da pessoa, amar a pessoa… enfim, essas coisas todas que nós sabemos sobre relacionamentos.

– Eu concordo com você. Porque nem todos os dias são fáceis. E isso não é só sobre eu e você. É no geral mesmo. O que acontece na vida, no dia a dia de qualquer pessoa.

– Sim, exatamente isso. – Arthur franziu o cenho. – Quando foi que essa conversa ficou tão séria assim? – Riu.

– As melhores conversas que já tive na vida, com certeza absoluta, foram todas com você. No sentido de reflexivas e edificantes. – Confessei e Arthur sorriu.

– Aaaah, Luh! – Ele me deu um selinho. – Saber disso me deixa tão feliz, amor. Porque é muito recíproco.


Continuamos a conversa até Anie voltar para a sala junto com o nosso cachorro.


Horas mais tarde…


– Papai?

– Sim, querida. – Arthur sentou-se na cama. Estou me arrumando, já almoçamos há algumas horas.

– Me ajuda aqui. – A pequena pediu apontando para o tênis. – Só às vezes que eu consigo amarrar. – Ela explicou. – Agola mesmo eu não consegui.

– Tudo bem, filha. Eu ajudo você. Vem aqui. – Arthur chamou a pequena que se aproximou dele.

– Papai, o senhor gostou da minha roupa?

– Gostei, meu amor. Você tá linda! O papai amou! – Ele elogiou e ela o abraçou.

– Obligada!

– Hahaha… de nada, filha. – Eles se afastaram. Fiquei observando a cena. Eu não sei se seria feliz se não tivesse e vivesse tudo o que tenho e vivo com a minha família. – Deixa eu amarrar o cadarço. – Ele pediu. Anie levantou um pé de cada vez e Arthur amarrou o cadarço do tênis dela.

– Aí agola só falta o meu perfume. – Disse. – Posso ir buscar, mamãe?

– Pode, Anie. – Concordei e ela saiu correndo do quarto.

– Você tá uma gata. Uma mamãe muito linda, querida. – Arthur me elogiou. Sorri.


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– Obrigada…

– Agora você tá com mais cara de grávida.

– Sabe que eu também já percebi? – Me aproximei dele e lhe dei um selinho. – Eu nem estava me lembrando, mas só tenho essa semana antes da viagem. Lembra?

– Sim, é verdade. Você continua bem?

– Continuo. Não tem percebido? – Cheirei o pescoço dele e depois me sentei ao seu lado na cama.

– Não custa nada eu perguntar. – Ele me deu um empurrãozinho de leve no ombro. – Eu vou torcer para que continue tudo bem. – Contou. Apoiei minha cabeça em seu ombro. – Você vai precisar ir a alguma consulta antes?

– Não exatamente uma consulta. Eu só vou fazer um ultrassom antes. Um dia antes da viagem. Já falei com a Eliza. Eu quero ter certeza de que está tudo bem com o bebê.

– Já marcou?

– Sim. Eu preciso pegar a autorização com ela. Hanna se informou com a companhia aérea, eles pedem a autorização médica.

– Então a data já foi decidida? Da viagem

– Sim. No domingo, dia quinze. Vou fazer o ultrassom no sábado, dia catorze. – Expliquei.

– Que bom! Vou conseguir ir com você. Vou ver o meu garotinho antes da viagem. – Disse animado e acariciou a minha barriga. – Se a sua mamãe quiser a minha companhia, Ravi. – Ele me olhou.

– É claro que eu quero. – Pontuei. Arthur me beijou. – Você vai fazer algo enquanto estivermos fora? – Mudei de assunto.

– Não, Luh. Eu vou descer pra sala. Vou assistir algo na televisão e esperar vocês voltarem. Ei, a gente pode caminhar à noite, o que você acha?

– Uma excelente ideia. Ontem não fomos e eu senti falta, você acredita? Eu já me acostumei.

– Acredito. Faz bem mesmo, amor. Só que você tem que respeitar o seu corpo. E você teve uma manhã muito agitada.

– E gostosa… – Sussurrei. Arthur riu quando pressionei os lábios na bochecha dele.

– Também, loira. Também. – Concordou ainda rindo. – Eu vou sentir falta de vocês três. – Me olhou. Passei uma das mãos pela coxa dele.

– Nem vamos demorar tanto assim… não vai dar nem tempo de você sentir a nossa falta. – Falei encostando novamente a cabeça no ombro dele. – Nos leva lá. – Pedi. Arthur me olhou.

– Sabia que essa gravidez tem te deixado ainda mais dengosa e mimada? – Perguntou. Ri. Porque a culpa é totalmente dele.

– A culpa é tua. – Retruquei e ele me deu um selinho.

– Levo, loira. – Disse.

– Obrigada! – O abracei.

– Você é tão cheirosa, querida. – Ele me cheirou. – Você não enjoou o perfume dessa vez, não é mesmo?

– Não. Ainda não. Só o creme. Que inclusive, hoje eu vou comprar outro. Na volta vou ver se passo em alguma farmácia. – Falei. – O creme já acabou. Quero ver se encontro um óleo, da última vez não tinha tantas opções. E eu não quis de amêndoas e nem de algodão. Já enjoei do cheiro.

– Posso passar em você antes de dormir? – Pediu. Sorri. – Na barriga. – Esclareceu.

– Pode. – Rocei os lábios na bochecha dele.

– Luh – ele segurou os meus cabelos pela nuca, sorri –, teu cabelo tá a coisa mais linda, do jeito que eu sou apaixonado. – Sussurrou beijando o meu queixo. – Deixa crescer até o bebê nascer. – Pediu. – Amo quando tá volumoso assim… – Ele passou os dedos entre os meus cabelos. – Quando você acorda com ele bagunçado é totalmente sexy. – Disse.


Arthur sabe que eu não gosto de deixar os meus cabelos com muito volume. Eu corto a cada quatro ou seis meses. E, também sabe, que quando o bebê nascer, não vou me preocupar muito em cuidar do meu cabelo como agora, não nos primeiros meses. 


– Ééé… – Enchi o pescoço dele de beijos. Arthur riu envolvendo os meus cabelos com uma das mãos.

– Sim… – Ele ainda ri. – Promete, meu amor. – Me pediu.

– Eu vou tentar… – Sussurrei. Ele ficou me encarando.

– Essa gravidez tem te deixado ainda mais linda, amor. – Me deu um beijo nos lábios.

– Quase que eu não acho. – Anie adentrou o quarto com o vidro de perfume em mãos.

– Já passou?

– Ainda não, mamãe.

– Quer ajuda? – Arthur perguntou.

– Não. Isso eu já sei fazer sozinha. Eu consigo, papai.

– Muito bem, minha garotinha. – Ele sorriu com carinho. – Já está na hora de irem? – Me perguntou. Olhei para o relógio.

– É melhor já irmos. – Respondi e me levantei da cama. Anie passou o perfume enquanto anda pelo quarto. 

– Só dessa vez que a gente não vai conseguir levar o Bart. Que não aceitam cachorrinhos lá onde a gente vai. Por que, papai?

– Cada lugar, cada estabelecimento têm suas regras, filha. – Arthur também se levantou da cama. – Assim como nas casas. Aqui em casa também temos regras.

– Mas podem entrar cachorrinhos.

– Não exatamente. Não é todo cachorro que pode entrar. Só o Bart que mora aqui com a gente. – Arthur explicou. – E nós já conhecemos ele.

– É errado?

– Se as pessoas não aceitam e estamos indo para os lugares que são delas ou casas, sim, é errado. É falta de respeito e de educação.

– Aaah tá, agola então que eu entendi. – A pequena sorriu e saiu do quarto.

– Que papai didático e paciente. – Comentei. Arthur me encarou.

– Que filha mais parecida com a mãe, curiosa, falante e questionadora. – Disse, ri mais ainda. Saímos do quarto.


*


– Já colocou o cinto, filha? – Perguntei olhando para a Anie. Arthur se virou um pouco no banco para checar se o cinto está realmente preso.

– Sim! Eu também já sei colocar. Eu já sei fazer um monte de coisas só eu. – Ela disse muito orgulhosa. Sorri e Arthur também sorriu.

– Meu Deus! A minha garotinha já é uma mocinha? – Arthur perguntou e Anie assentiu freneticamente com a cabeça.

– Existe mocinha criança? – Nos perguntou.

– Sim, você. – Ele respondeu.

– Ainda mesmo assim eu sou mais criança do que gande. – Pontuou.

– Você é uma mocinha criança muito esperta. – Falei. Ela riu. Arthur ligou o som do carro em uma rádio qualquer.


E seguimos para a cafeteria.


Minutos depois…


– Chegamos, garotas. – Arthur estacionou o carro quase em frente a porta da cafeteria.

– Papai, o senhor vai ficar com a gente? – Anie já tinha soltado o cinto dela e se inclinou para abraçar o pai pelo pescoço.

– Não, filha. É um encontro só de garotas. – Ele explicou.

– Papai, o senhor é o meu galoto. – Ela disse nos fazendo rir. E lhe deu um beijo na bochecha.

– Oown, meu amor. Você é a minha garotinha. – Arthur retribuiu o beijo na bochecha da nossa filha.

– E a minha mamãe é a sua galota?

– Sim. A sua mamãe é a minha garota e você a minha garotinha.

– E o bebê?

– O meu garotinho.

– E o Bart?

– O Bart é o meu garotão, filha.

– O senhor é o nosso galoto também, não é, mamãe? – A pequena me olhou.

– Sim. Seu papai é o nosso garoto. – sorri.

– Amo você, filha. – Os dois estão no maior chamego. Anie continua abraçada a ele pelo pescoço.

– Amo você, papai.

– É pra se comportar, tá? Obedecer tudo o que a sua mamãe falar.

– Tá, papai. Eu já sei. Eu sou comportada.

– Tudo bem, tudo bem. – Arthur concordou com ela. – Espere a sua mãe abrir a porta para você sair. – Pediu quando Anie voltou para o lugar dela, no banco de trás, e quis abrir a porta. – Um beijo, gatinha. – Ele se inclinou para me beijar. – Eu também te amo.

– Eu te amo.

– Quando terminar aí, é só me ligar, tá?

– Tá bom, amor.


Nos despedimos com mais um beijo e eu saí do carro. Arthur ficou nos observando entrar na cafeteria para poder voltar para casa.


– Mamãe, onde que a gente vai ficar agola?

– Vamos ver se alguém já chegou. Eu acho que a sua tia Soph já deve ter chegado. – Falei observando o local para ver se consigo encontrar a minha irmã ou a Mel.

– A Lívia também veio?

– Sim, meu amor. Deve ter vindo. Sua tia disse que ia trazê-la. Assim como a Mel disse que ia trazer o Ethan.

– Selá que ele vai queler bincar com a gente?

– Com certeza, filha. Por que não ia querer? – Indaguei, mas Anie apenas deu de ombros.

– A gente vai comer o quê? – Perguntou olhando para as vitrines cheias de doces e salgados.

– Você já está com fome? – Franzi as sobrancelhas. Anie negou.

– Não, mamãe. Só depois…

– Olha ali, sua tia já chegou. – Contei e caminhamos até onde Sophia está sentada com a minha sobrinha.

– Ela já sabe do bebê?

– Não, filha. Nós vamos contar hoje.

– Vai ser surpresa?

– Talvez seja. – Respondi.


Porque como Arthur já falou, se Sophia e Mel olharem bem para mim, não precisarei dizer nada.


– Oi, boa tarde! – Falei assim que cheguei à mesa. Sophia estava ajudando Lívia a tomar um chocolate quente.

– Boa tarde! Quanto tempo! – disse e ficou de pé para me abraçar. Nos abraçamos. – Desde o aniversário das crianças que a gente não se vê. – lembrou e eu concordei com um balanço de cabeça. Ela ficou me observando e eu esperei que fizesse algum comentário, mas ela voltou a se sentar. – E você, querida? – Abriu os braços para abraçar a afilhada. – Você está tão grande, meu amor. – Notou.

– Eu já sou uma mocinha. Foi o meu papai quem disse. – Anie respondeu e Sophia riu.

– Claro, uma mocinha muito linda e inteligente. – Elogiou. – Como você está?

– Eu estou bem. Eu ja vomtei para a escola de novo.

– E como está na escola?

– Muito legal! Eu já sei escrever o meu nome todo e o nome da minha mamãe e do meu papai e até o nome do meu cachorro.

– Isso é muito legal, meu amor. É maravilhoso! A titia está muito feliz em saber disso. – Elas voltaram a se abraçar.


Enquanto elas conversam, eu fui até Lívia que está a coisinha mais fofa com lacinhos lilás, um vestido da mesma cor dos laços e uma sapatilha branca, de boneca.


– Oi, bebê. Você também está uma mocinha muito fofa. – Falei e ela sorriu. Tem o sorriso da Sophia. Sinceramente, talvez tenha só o DNA do Micael. – Senti saudades de você. – A abracei. Ela retribuiu o abraço e soltou algumas palavrinhas que eu não entendi. Ri.

– Talvez ela também esteja dizendo que sentiu saudades de você. – Sophia comentou sorrindo. – Mel já deve estar chegando. – Mudou de assunto.

– Você está bem?

– Estou. – Ela respondeu se sentando direito na cadeira. Anie sentou-se ao lado da tia. – Você quer alguma coisa, querida?

– Só depois, titia. – A pequena respondeu.

– E você, Luh, como está?

– Bem também. – Respondi e Sophia voltou a me encarar. – O que foi?

– Você tá diferente.

– Diferente? Diferente como? – Me fiz de desentendida.

– Acho que o seu cabelo está mais volumoso. – Notou.


Realmente, meu cabelo cresceu bastante nessa gravidez, em tamanho e em volume.


– Está lindo. Mas você nunca deixou ele assim. – Disse.


E é verdade. Eu não deixo o meu cabelo volumoso. Arthur ama e sempre que falo que vou cortar, ele faz um drama, porque acha o meu cabelo bonito.


– Arthur disse que está bonito assim. – Falei. – Vamos ver até quando vou deixar. Talvez eu canse amanhã. – Dei de ombros.

– Mas não é só o cabelo. – Ela assegurou. Ri.

– Você quer dizer algo? – Perguntei.

– Não. Eu não quero ser inconveniente. – Me disse e eu ri ainda mais. Soph me jogou um guardanapo. – Lua!

– Sophia, você nunca ligou para isso. Além do mais, sou sua irmã. Eu te conheço.

– A gente pode ir bincar no parquinho, mamãe? – Anie perguntou.


Tem uma área Kids nessa cafeteria. Tanto eu quando Sophia concordamos e as duas saíram rumo ao espaço destinado às crianças.


– Se comportem! – Sophia pediu. – Então… mas é sério, é algo chato de se falar… ainda mais para mulher.

– É o quê? Estou com a aparência envelhecida ou estou mais gorda? É algo assim…?

– Não, sua boba. Você está linda!

– Obrigada! – Dei de ombros rindo, Sophia também riu.

– Mas realmente você engordou. Na verdade, você recuperou o peso que perdeu há alguns meses, porque você estava mais magra.

– Verdade. Mas eu recuperei muito mais do que perdi. – Contei. Sophia riu.

– Como estão as coisas?

– Estão bem, Soph. Em casa e no trabalho está tudo indo bem. E com você?

– Um pouco puxando alguns dias da semana… eu voltei a dar plantão noturno.

– Uma vez na semana?

– Às vezes duas. Agora que estou voltando aos poucos.

– Lívia estranhou?

– Bastante as primeiras três semanas. Agora está um pouco mais tranquilo. Mika ainda se sente inseguro. – Contou. – Não é um Arthur da vida.

– Mas é assim mesmo, Sophia. Vai ver ele se sente mais seguro quando você está junto.

– Não é como se ele não convivesse ou não conhecesse a nossa filha. Você sabe como eu sou, eu tento entendê-lo, mas não tenho muita paciência. Você me conhece…

– O Arthur também tem as inseguranças dele como pai e eu como mãe. Conversamos bastante sobre esse assunto. A Lívia acabou de completar um ano e Anie fará seis anos. Arthur conhece a nossa filha há mais tempo do que Micael conhece a filha de vocês. Ele vai aprender com o tempo. Eu e Arthur também não sabemos tudo. Todo dia aprendemos algo novo.

– Você não está defendendo o teu cunhado, não é mesmo? – Ela semicerrou os olhos.

– Eu só não quero inflamar ainda mais esse assunto.

– Você devia ficar do meu lado, concordar comigo… – Ela fez uma expressão dramática e uma voz mais dramática ainda.

– Aah, Soph, você sabe que eu estou certa. – Falei.

– Desculpa a demora! – Mel chegou. Ethan veio com ela, ele está segurando um trenzinho em uma das mãos.

– Amiga, eu pensei que você nem viesse mais. Aconteceu alguma coisa?

– Harry apareceu lá em casa. Ethan queria ficar com eles. Por isso acabei me atrasando. – Ela explicou. – Oi, amiga! Quantas saudades de você… – Me levantei para abraçá-la.

– Eu também senti a sua falta. Eu até comentei com a Soph, que a gente não se vê desde maio.

– Sim. Desde o aniversário das crianças. – Nos afastamos e ela foi abraçar a Sophia.

– Que garotinho lindo. – Elogiei Ethan e o puxei para um abraço. – Você está tão grande, meu amor. – Lhe dei um beijo na bochecha. – Você quer ir brincar com a Anie e a Lívia? – Perguntei. – Elas estão bem ali… – Apontei para onde as duas estão brincando.

– Eu vou levá-lo até lá… – Ela disse e segurou na mão do filho.


*


– Agora vamos conversar! – Mel sentou-se à mesa e sorriu. – Senti tanta falta desses nossos momentos. – Confessou.

– Eu não me lembro de termos ficado tanto tempo sem nos encontrar. – Ressaltei e as duas concordaram.

– Não mesmo!

– Vocês já pediram algo? – Ela pegou o cardápio. – Almocei e continuo com fome.

– Pedi um donuts com chocolate quente para a Lívia. Mas para mim, ainda não escolhi nada.

– E você, Luh?

– Também ainda não pedi. – Respondi e peguei um outro cardápio.

– Vamos escolher alguns doces…

– E você já dá donuts para ela? – Perguntei surpresa, porque pensei que Sophia fosse demorar mais para oferecer doces para a pequena.

– A gente acaba mordendo a língua sabe…

– Eu pensei que fosse eu a fresca, longe de mim está te julgando. – Esclareci. Elas riram. – Anie também come doces, vocês sabem, mas agora é mais regrado. E ela fica super chateada às vezes.

– O Ethan dificilmente consome doces. E ele nem faz muita questão. Mas nem eu e nem o Chay nos prendemos muito a essa restrição. Como a gente não consome muito, acaba não influenciando ele.

– Beeeem diferente de mim e do Arthur. Temos que nos controlar bastante para acabar não comendo na frente dela. – Contei. – Amo sorvete e Arthur não pode ver nada de chocolate. Então, temos que nos policiar muito quando ela está junto. Mas temos conseguido e tanto eu quanto ele levamos muito a sério as orientações da pediatra. Não discutimos por conta dessas decisões. Só temos que ter um pulso mais firme com ela, porque a garotinha não desiste fácil e é ótima em argumentar. – Olhei para onde ela está brincando com a prima e com o Ethan.

– Nós bem sabemos disso, Luh. – Minha irmã ressaltou e riu. – E olha que nem Lívia e Ethan são expostos às novidades diariamente igual a Anie, que já frequenta a escola.

– Sim, mas essas questões referentes à alimentação, eu acredito que vem muito de casa. A influência ainda é muito de casa, de nós, pais. Porque Anie não gosta de salada na mesma proporção que o Arthur também não gosta. E sempre que tem salada, ele sabe que tem que comer para que ela veja ele comendo, porque eu como, não tenho problema com isso. Ele tem aprendido, não é sempre que ele come também. Mas sabe que para cobrar, tem que dar exemplo. Temos isso muito bem conversado entre nós. – Falei.

– E é algo que eu admiro muito. – Mel disse. – Porque eu e Chay ainda discutimos sobre alguma questão referente à alimentação e o desenvolvimento em si do nosso filho. – Contou.

– Mas isso não quer dizer que somos pais perfeitos, gente. Não é sobre isso. – Assegurei. – Só temos tentado muito. No fim, sempre vamos aprender muitas coisas nesse processo todo, que não é fácil. As crianças agora que completaram um ano. Nós estamos passando por fases que vocês ainda passarão daqui há alguns meses e vocês estão passando por fases que já passamos e que passaremos de novo daqui a alguns meses. – Falei com cuidado para que elas prestassem atenção na última fala.


Sophia me encarou muito confusa, Mel me olhou do mesmo jeito.


– O quê? Eu entendi bem?

– Nós entendemos bem, foi o que você quis dizer, não é mesmo, Sophia? – Mel a olhou.

– Lua! – Minha irmã exclamou. – Por acaso você está grávida? – Questionou mais baixo, mas ainda muito confusa. Apenas assenti.

– Luh! – Mel cobriu a boca com as mãos.

– Isso é muito sério, Luh? – Sophia insistiu.

– Sim. – Respondi.

– Meu Deus, Luh! Que notícia maravilhosa! – Mel levantou-se para me abraçar. – Nossa, que felicidade. Parabéns, amiga! – Ela me abraçou bem forte enquanto falava.

– É incrível, Lua! – Sophia também levantou-se da cadeira. – Mika ainda não tinha comentado nada.

– É que o Arthur também ainda não falou nada. Ele deixou que eu contasse primeiro. – Falei. Ela sorriu se aproximando para me abraçar assim que Mel se afastou. Os olhos de Mel estão cheios de lágrimas.

– Parabéns, minha irmã! Vocês devem estar tão felizes. É para se estar feliz, ainda mais depois de tudo o que passaram. – Disse abraçada a mim.


Sophia também me parece emocionada, embora esteja tentando segurar as lágrimas. Conhecendo-as como eu conheço, elas não querem chorar na minha frente. Elas sabem muito bem pelo o que eu passei há dois anos.


– Sim, estamos felizes. – Afirmei. Sophia me abraçou de novo.

– Que bom, Luh. Está tudo bem? – Ela se afastou. Voltamos a nos sentar. – Nossos pais já sabe?

– Sim. Fui até lá no final de semana passado.

– Nossa! Eles devem ter amado.

– Sim. Gostaram pelo que pareceu. – Contei.

– Uuhm… não seja modesta! O papai não deve ter escondido a felicidade, sua boba.

– Mas está tudo bem? – Mel também perguntou.

– Sim. Na verdade, agora está tudo bem. No início foi um pouco complicado, delicado. – Contei. Embora não quisesse entrar em detalhes.

– Quando você descobriu? – Sophia perguntou e depois abaixou o olhar para a minha barriga. – Eu disse que você estava diferente.

– Você me chamou de gorda. – Acusei entre risos.

– Ei, não foi exatamente assim! — Ela exclamou. – Boba! Você mesmo disse isso.

– Hahaha… é que eu sabia que você ia perceber. Inclusive, Arthur tinha dito que talvez eu nem precisasse dizer nada, que vocês iam perceber só de me olhar.

– Foi quase assim mesmo… – Ela admitiu. – Você está com quantos meses?

– Estou com seis meses, faço vinte e cinco semanas amanhã. Descobri em junho…

– Lua! Você está com quase sete meses, o bebê já está quase nascendo, nós já estamos em outubro. – Sophia está sem acreditar. – Não acredito que você não nos contou antes. Como conseguiu esconder esse tempo todo?

– Como eu disse, o início foi difícil. E o bebê só nasce em janeiro, você tá exagerando.

– Luh, poderíamos ter te ajudado, ter estado com você. – Mel me lembrou.

– Você não teria passado por tudo isso sozinha, Luh…

– Eu não estive sozinha, Soph. – Deixei claro. – Arthur esteve comigo todos os segundos de todos esses dias, desde quando contei para ele sobre a gravidez, em junho.

– Eu não disse nesse sentido, falei que teríamos estados com você. Eu e Mel também. Óbvio que sabemos que Arthur jamais deixaria você sozinha. Desculpa se pareceu isso.

– Tudo bem, Soph. Mas eu não quis contar porque a gravidez era de risco. Eu podia perder o bebê a qualquer momento, tive complicações. Ficamos tão preocupados. Não pensamos mais em nada. Eu só queria que o bebê ficasse bem, que não sofresse. Por outro lado, Arthur estava preocupado comigo e com o bebê. Ele não sabia o que fazer, porque nada estava ao alcance dele. Tínhamos só que esperar e esperamos longas semanas. – Expliquei.

– Você podia ter contado com a gente, Luh. – Mel segurou as minhas mãos.

– Só descobrimos o sexo do bebê mês passado. – Falei.

– Ainda não tinha dado para saber?

– Não era isso. A gente só quis aproveitar um pouco mais sem pensar no nome ou coisinhas específicas, por conta do sexo. Da outra vez não tivemos tempo de aproveitar nada e diante dos riscos, saber o sexo do bebê era o que menos importava para nós dois.

– Nossos pais já sabem o sexo?

– Sim. – Sorri.

– E você vai nos contar agora? – Mel indagou curiosa. Sophia está com a mesma expressão dela.

– O que vocês acham?

– Que você será muito má se não nos contar isso hoje! – Minha irmã exclamou. Ri.

– Tá, mas eu preparei algo mais especial. – Falei.


Elas sorriram emocionadas. Eu também estou emocionada, mas estou tentando me controlar ao máximo. Porque se eu começar a chorar, vou demorar a parar e não estou em casa.


– Meu Deus! Eu acho que vou chorar. – Mel avisou.

– Para! Senão, vamos chorar as três. – Minha irmã afirmou. – Eu vou ganhar mais uma sobrinha ou sobrinho. Meu Deus! Eu não esperava por isso, Lua. – Admitiu.

– Nem eu e Arthur esperávamos, essa é a grande verdade.

– Como assim não estavam tentando e aconteceu? – Mel Indagou curiosa. – Você estava usando algum método contraceptivo?

– Não. Parei desde quando perdi o bebê. Já tínhamos conversado, estava me fazendo mal e eu esquecia com frequência. Arthur passou a usar camisinha, mas também esquecemos algumas vezes e outras eu dizia que estava tudo bem não usarmos. Numa dessas aconteceu… – encolhi os ombros. – Eu já tinha feito exames. Eliza nos orientou que uma gravidez seria muito arriscada. Então, já não pensávamos em mais um filho ou filhos. Arthur ficou bastante preocupado, então, já tínhamos aceitado que seria só a Anie. Ele já tinha até falado em vasectomia… aí veio a surpresa.

– Meu Deus! Então vocês devem ter ficado assustados!

– Em pânico, amiga. Ainda mais depois com as notícias que vieram… foram momentos tensos.

– O importante é que já passou, não passou? – Sophia quis saber. – Agora está tudo bem, não foi isso que você disse?

– Sim. Já passou. Está tudo bem agora. Vou até fazer uma viagem a trabalho. Eliza me liberou.

– Ai, amiga! Isso é tranquilizador! – Mel e Sophia sorriram.

– Quem mais já sabe?

– Minha sogra foi a primeira a saber. Em um desses momentos tensos, Arthur acabou contando para ela e pediu que ela viesse me ver. A gente quis ouvir uma outra opinião, mesmo que ela fosse da família e ela foi bem profissional. Depois as meninas lá em casa, a Anie, o Harry, os meus colegas de trabalho, os nossos pais… e agora vocês.

– Eu ainda sem acreditar que soubemos até depois dos teus colegas de trabalho. – Minha irmã está revoltada.

– Não é nada pessoal, Sophia. Eu disse que farei uma viagem a trabalho. Eu tive que contar, até porque é na semana de uma consulta minha. – Expliquei.

– Ainda estou magoada. – Disse bem dramática. – O que Anie achou?

– Ficou muito enciumada, mas agora, vez ou outra, inclui o bebê nas conversas. Mas fizemos tudo no tempo dela, com muito cuidado. Sabíamos que seria assim. Quando fomos contar o sexo do bebê para ela, primeiro perguntamos se ela queria saber…

– Ela será uma irmã mais velha tão fofa…

– Hahahaha… Sophia, você conhece a sobrinha que tem

– Você vai ser mamãe de novo, Luh! – Me encarou emocionada. – Eu estou feliz por você. – Ela sorriu.

– Obrigada, Sophia. É importante para mim saber disso. – Afirmei. – E eu sei que posso contar com vocês duas. – Olhei primeiro para ela e depois para a Mel – Não quero que fiquem chateada com a ordem com que ficaram sabendo sobre a gravidez. Só foi um momento que eu ainda não estava preparada, Arthur concordou em respeitar essa minha decisão, por isso ainda não contou nada para o restante dos amigos. Eu sei que ele quer muito contar. Mas não discordou de mim sobre esse pedido.

– Tudo bem, Luh. Eu te entendo, eu só estava brincando. Eu não fiquei tão chateada assim… – Sophia piscou um olho. Acabamos rindo.

– Eu também entendo, amiga. Não tem problema nenhum e, com toda a certeza, não tenha nem uma dúvida de que pode contar comigo. Independente do que seja. – Mel garantiu. Sorri grata.

– Tá! Agora vamos fazer nossos pedidos. – Falei.


Mel chamou a garçonete. Fizemos os nossos pedidos e eu disse a ela sobre a encomenda que eu havia feito mais cedo, que ela podia trazer junto com os pedidos. Ela anotou e foi separar nossos pedidos. Pedi para Anie também, embora ela seguisse brincando com Lívia e Ethan.


– Ai, estou ansiosa para saber o que você encomendou. – Sophia está animada.

– Deixa eu ver… vamos tentar adivinhar com que cara você está… – Mel começou.

– De mãe de menino ou de menina… – Minha irmã completou. Comecei a rir.

– O difícil é que você esconde muito bem! – Mel observou. Ainda estou rindo. – Mas pode facilmente ser outra menina. Você parece mais leve.

– Exatamente. Como se soubesse o que te espera. Eu também super aposto que pode ser outra menininha.

– Uuuhm… já, já vocês ficarão sabendo se acertaram ou não.

– Ai, Luh, qual é? Não seja tão má assim… – Mel faz um bico, dramática igual a Sophia.

– Já esperamos demais! – Sophia também falou. – Quase sete meses. – Lembrou.

– Então podem esperar mais alguns minutos… – Falei, mas vi a garçonete se aproximar. – ou segundos… – Ela deixou a bandeja na nossa mesa com os pedidos e a encomenda.

– O que você encomendou? – Sophia me encarou.

– Vocês duas podem abrir a caixa. – Pedi. Elas se entreolharam e seguraram a tampa da caixa juntas.

– Um.. – Sophia começou

–... dois… – As duas contaram juntas.

–... três! – Mel contou e elas levantaram a tampa branca da caixa.


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– Luh… – Sophia me olhou.

– Um menininho! – Mel também me olhou. Ambas emocionadas.

– Que nome lindo, Luh. – Minha irmã sorriu.

– Arthur deve está muito feliz. – Mel comentou enquanto pegava o biscoito de coração.

– Sim, ele está. – Afirmei. – Embora, segundo ele, estaria feliz independente do sexo. Diante do que aconteceu, não importava mais se fosse menina ou menino. Mas eu queria que fosse outra menina, ele sabe disso. – Sorri ao me lembrar das conversas que tive com ele sobre esse assunto. – Eu acho que ia me sentir mais segura, por causa da Anie… enfim… mas estamos curtindo. Já me acostumei. Não consigo mais visualizar uma menininha. – Rimos.

– Vocês vão se sair muito bem. Você não precisa ficar insegura em relação a isso. – Mel disse muito segura. – Você é uma mãe maravilhosa, Luh. Esse bebê tem muita sorte, assim como a Anie. – Ela sorriu ao finalizar.

– Concordo com a Mel. Você já é uma mãe maravilhosa, incrível. Vai se sair muito bem de novo. E já estou muito ansiosa para ver esse bebê. Vai ser a coisinha mais fofa, eu tenho certeza. – Minha irmã também disse palavras lindas e emocionadas.

– Já imaginou que pode ser loirinho? – Mel perguntou.

– E com cachinhos? – Agora foi a vez da minha irmã.

– Eu não sei. Arthur não para de falar exatamente isso. Mas eu já acho que será parecido com ele de novo, igual a Anie. Só a personalidade que acho que puxará para mim, de novo também. – Ri, elas riram juntos comigo. – Arthur disse que com certeza a personalidade será idêntica a minha.

– Já mexe bastante?

– Sim. Principalmente quando sente Arthur ou escuta a voz dele. É incrível e me deixa um pouco revoltada.

– Hahahaha… realmente é um pouco frustrante o bebê não chutar tanto quando é com a gente. – Sophia fez um bico.

– Arthur está aproveitando cada segundo. Está extremamente cuidadoso, mais do que já é normalmente.

– Eu imagino. – Minha irmã pontuou.

– Nós o conhecemos bem. – Mel sorriu ao afirmar.

– Podemos ficar com os biscoitos?

– Claro que sim, Sophia. Comprei para vocês.

Ravi, o nome é lindo, Luh. – Mel elogiou.

– Qual é o significado? Eu sei que tem um significado por trás dessa escolha.

Raio de sol. – Respondi e sorri.

– Deixa eu ver… sugestão do Arthur?

– Hahaha… sim. Segundo ele, já tem uma Lua, agora terá um sol. – Contei o que Arthur havia me dito quando estávamos escolhendo os nomes.

– Aaaaii, meu Deus! Não tinha como ser mais romântico. – Mel comentou empolgada.

– Haha… sim, é a cara dele. Não posso negar que amei. – Confessei.

– E quem não amaria, amiga?

– Ele tinha muitas opções, e ficamos entre dois de meninos e dois de meninas.

– Decidiram antes?

– Sim, acho que foi em setembro. Evie e Aurora e Liam e Ravi.

– Aurora, que nome lindo também. – Mel falou empolgada.

– Escolhemos Evie e Ravi. – Sorri.

– Podiam ser dois, já teriam os nomes.

– Nem fala isso, Soph. Já fico nervosa só de imaginar. Já basta o que Arthur brincou com isso, mas sei que no fundo, se fosse a realidade, ele estaria em pânico total.

– Então ele queria gêmeos?

– Só da boca pra fora, que eu conheço bem. – Esclareci. Elas riram.

– Ele se daria muito bem, Luh. – Sophia afirmou.

– Eu sei. Mas uma gravidez de gêmeos seria mil vezes mais arriscada. – Contei. – É só um e já tem me dado trabalho. – Acrescentei e acariciei a minha barriga.

– Vai dar tudo certo, Luh. – Sophia tentou me tranquilizar.

– Já, já vamos conhecer esse garotinho. – Mel disse animada. – Vai ser a dupla do Ethan. Vamos ver o que esses dois vão aprontar juntos. – Riu.

– Se depender do Arthur, muitas coisas. Porque ele já deixou bem claro que ele, a Anie e o bebê vão aprontar demais. Eu não estou esperando menos daqueles dois. – Rimos as três.

– A gente precisa marcar um outro encontro. Você já comprou as coisas do bebê?

– Não, Sophia. Agora que soubemos o sexo. Estamos dando um passo de cada vez. Mas já combinamos de que com sete meses vamos ver as coisas do quartinho e o todo o enxoval. Ainda temos tempo. – Falei com calma.


Não quero comprar o enxoval do nosso filho sem que o Arthur acompanhe. Ele está muito empolgado para esse momento, não quero tirar isso dele e nem que estejam outras pessoas além de mim, dele e da nossa filha. Como foi na escolha da primeira roupinha do bebê.


– Como você consegue ser assim? Meu Deus! Só faltam três meses, Luh.

– Dará tempo. – Afirmei. – Não adianta eu me desesperar ou ficar ansiosa.

– Nossa, você e Arthur são muito tranquilos. A essa hora eu já estava colocando o lençol no berço. Você sabe que não é brincadeira. – Minha irmã contou. Eu e Mel acabamos rindo. Porque realmente é a mais pura verdade.

– Ainda bem que ele também não é ansioso no que diz respeito a essas coisas. – Agradeci.

– Mas mesmo assim podemos marcar um outro encontro. Dessa vez pode até ser com eles. – Sophia sugeriu. – Não exatamente para compras.


Começamos a tomar nosso chocolate e comer nossos salgados. As crianças ainda estão brincando.


– Não é possível que nem sede eles estão sentindo. – Mel os observou.

– É possível sim. – Afirmei.

– Esse enrolado com recheio de batata está uma delícia. Vocês pediram também?

– Eu pedi. – Respondi.

– Não. Acabei pedindo esse croissant. Mas também está delicioso. – Mel respondeu.


*


– Mamãe, agola que eu tô com fome… – Anie veio correndo junto com as outras duas crianças.

– Aah, só agora? – Afastei a cadeira para que ela se sentasse.

– É. O que é que eu vou comer?

– Você tem que escolher, filha. – Respondi. Lívia quis sentar no colo da Sophia e Ethan fez o mesmo com a Mel.

– Uuhm… acabamos de saber que você vai ganhar um irmãozinho. – Sophia falou. Anie sorriu e depois me olhou.

– Sim. – Ela voltou a olhar para a tia. – Um irmão menino. – Ressaltou. Rimos.

– E você está feliz? – Mel quis saber.

– Só às vezes. – Ela me olhou. – E tá tudo bem, não é, mamãe? Minha mamãe disse que tudo bem. O meu papai também diz isso… – Ela contou.

– Sim, meu amor. Está tudo bem. – Lhe dei um beijo nos cabelos. – O que você vai escolher?

– Uuuhm… – Ela colocou o dedo indicador em uma das bochechas. – Deixa eu pensar aqui…


Um tempo depois…


– Foi uma tarde muito agradável! – Mel comentou enquanto caminhamos pela calçada.


Trouxemos as crianças até um parque depois que saímos da cafeteria. Ethan e Lívia já estavam ficando muito inquietos e os brinquedos da área kids já não estavam mais interessantes para eles.


Anie já perguntou que horas o pai vem nos buscar. Ela começou a ficar entediada, já brincou demais e disse que está com saudades do cachorro dela.


– Eu amei. Eu estava com saudades das nossas conversas. – Confessei.

– Vamos marcar novamente semana que vem. – Soph sugeriu.

– Vamos sim. – Concordei. – Qualquer dia da semana que você não tiver plantão noturno. – Acrescentei e ela assentiu.


Lívia e Ethan estão brincando com uma bola que Mel trouxe de casa. Anie não quis saber da brincadeira.


– Mamãe, a senhola já vai ligar para o meu papai?

– Sim. Já vou ligar, amor. Só um instante. – Avisei.

– É que eu já quelo ir embola.

– Por que você não quer mais brincar?

– Porque eu já tô cansada, tia Sophia..

– Tudo bem. – Sophia segurou o riso.


Mensagem ON


“Amor, já pode vir nos buscar.”

“Não estamos mais na cafeteria. Viemos ao parque.”

“Aquele que fica próximo de onde estávamos.”


Aguardei alguns minutos até Arthur visualizar e responder.



“Oi, Luh.”

“Tô indo, amor. Desculpa, mas só vi a mensagem agora.”



“Tudo bem… ainda estou te esperando.”

“Anie já está inquieta. Quer que você venha logo.”

“Já está entediada kkkkkkkk”



“Ok. Já estou indo.”

“Ela não sabe nem o que é estar entendida, loira kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk”


Mensagem OF


– Pronto. Seu pai disse que já está vindo.

– Tá bom, mamãe. – Ela pareceu mais aliviada.

– Quer um sorvete?

– Não, mamãe. Obligada, mas agola eu não quelo.

– Tudo bem, filha. – Lhe dei um beijinho no topo da cabeça.


Aguardamos Arthur por mais ou menos uns vinte e cinco minutos.


Mensagem ON


“Luh, já cheguei.”

“Ainda estão no parque?”



“Sim, amor.”

“Onde você estacionou o carro?”



“Na direção de um lago, Luh. Quase em uma esquina.”

“Não tem nenhum outro ponto de referência.”

“Mas posso ir até vocês, se você quiser, baby.”



“Tudo bem.”

“Não precisa, amor. Vou até você kkkkkk”

“Já estamos caminhando nessa direção.”



“Estou esperando.”

“As meninas ainda estão com você?”



“Estão. Já estamos chegando.”


Mensagem OF


– O meu paaapaaaai!!!


Anie correu assim que avistou o pai em frente ao carro. Lívia e Ethan imitaram ela e nós começamos a rir, porque eles ainda trocam os passos.


– Sabia que eu estava com um monte de saudades? – Perguntou assim que ele a pegou no colo.

– Papai também estava, filha. – Lhe deu um beijo na bochecha e a colocou no chão novamente. Arthur se abaixou para falar com Ethan e Lívia. – Oooi, bebês. Vocês também estavam com saudades do titio? – Perguntou com aquela voz que sempre usamos para falar com crianças pequenas. Os dois abraçaram ele ao mesmo tempo e começaram a falar coisas que só eles entendem e que Arthur fingiu entender. – É mesmo? Vocês cresceram rápido, sabia?

– Papai, eles estão quase do meu tamanho.

– Verdade, filha. – Arthur concordou com Anie e deu um beijo na bochecha de cada uma das crianças. – O titio também sentiu saudades de vocês dois. – Ele se levantou com os dois no colo.

– Olá, Arthur! – Sophia o cumprimentou. – Parabéns pelo novo bebê. A Lua nos contou.

– Obrigada, Sophia! – Ele sorriu, embora pareça um pouco desconcertado. O clima entre eles não voltou a ser o mesmo de antes e eu não posso exigir que volte.

– Parabéns, Arthur! Fiquei muito feliz com a novidade. Já estamos ansiosas para saber com quem ele vai parecer. – Mel disse  e Arthur sorriu mais ainda ao me olhar.

– Hahaha… Obrigada, Mel! Espero que seja parecido com a Lua. – Me olhou novamente. Sorri. Eu pensei em abraçá-lo, mas ele ainda está com as duas crianças no colo. E pelo que estamos vendo, elas não fazem questão nenhuma de descer do colo dele.

– Uuuhm… pelo visto, se você quiser levar, eles vão querer ir. – Mel também notou.

– E eu levaria sem problemas. – Arthur olhou para as duas crianças. – Querem ir comigo, hein? – Perguntou e as crianças abraçaram ele, que riu.

– Tá, nessa fase que eles estão, eu não daria umas três horas pra vocês nos ligarem. – Sophia disse divertida. Sabemos que é verdade, eu mesma não tenho disposição para cuidar de três crianças ao mesmo tempo e, ainda mais, de um cachorro que ama uma bagunça.

– Não fale assim deles. – Arthur os defendeu como sempre. Deu um beijo novamente em cada um e os colocou no chão.

– Vamos, meu amor? – Soph chamou a filha que caminhou até ela. Sophia a pegou no colo.

– Vocês deixaram o carro onde? – Arthur perguntou.

– No estacionamento da cafeteria. – Mel respondeu. – Vamos também, meu amor?

– Posso levá-las até lá para pegarem o carro.

– Não, Arthur. Obrigada. Não precisa. Não é tão longe assim… – Mel respondeu.

– Vamos andando mesmo, Arthur. – Sophia também afirmou. – Mas obrigada.

– Vamos passar por lá… – Lembrei. Porque fica no caminho de casa.

– E vocês ainda estão com as crianças. – Arthur ressaltou. – Vamos logo, não vai ser trabalho algum. – Insistiu e me abraçou de lado quando me aproximei dele. – Tudo bem com você? – Perguntou baixo ao me olhar.

– Sim. – Respondi e ele me deu um beijo na testa.

– E então? – Se voltou para as meninas.

– Tudo bem, já que você insiste. – Mel respondeu e minha irmã assentiu.


Caminhamos até o carro. Realmente o trajeto até a cafeteria não é longe. Deve dar uns cinco minutos mais ou menos. Mel e Sophia foram no banco de trás com as crianças no colo e Anie foi na cadeirinha, também no banco de trás.


*


Já deixamos as meninas no estacionamento da cafeteria e seguimos para casa. Anie está prestes a cochilar. Arthur está cantarolando a música que saí do rádio.


– Você vai comprar o óleo na farmácia? – Me perguntou aleatoriamente em meio a letra da música. Me virei para olhá-lo.

– Você não esqueceu? – Franzi o cenho. Ele abriu um sorriso lindo e cheio de amor.

– Eu me lembro de tudo que é importante pra você, meu amor. – Afirmou e eu tenho certeza disso.

– A gente pode passar lá… – Olhei para o banco de trás. – Filha, não durma. – Pedi.

– Tô só com um pouco de soninho, mamãe. 

– Já, já chegaremos em casa, filha. – Arthur falou. – Vamos acompanhar a mamãe na farmácia.

– Sabia que eu tenho uma coisa pra compar lá?

– A é? E o que você quer comprar? – Arthur indagou. Segurei o riso.

– Uma coisa… uuuuhmm… – ela colocou o dedo indicador na bochecha – o meu shampoo de princesa. – Disse. Arthur assentiu.

– Então vamos fazer as suas compras, bebê do papai. – Falou e a garotinha riu.

– Vocês dois são demais! Sabia que é o seu papai quem vai pagar? Ele que teve essa super ideia?

– Hahaha… Tudo bem, Luh. Eu amo pagar as coisas para as minhas garotas. – Ele piscou um olho. – Tudo o que vocês duas quiserem. – Acrescentou. Senti vontade de beijá-lo na boca, mas joguei apenas um beijo no ar e apertei uma das coxas dele.


Chegamos em frente a farmácia e Arthur estacionou um pouco mais a frente.


– Vamos lá, garotas! – Disse animado como se fôssemos para o lugar mais divertido de Londres.

– Não vamos fazer disso um evento, amor. Quero chegar logo em casa. – Falei com a voz dengosa. Ele apenas semicerrou os olhos.


Em casa.


– Eu cheguei! – Anie exclamou quando Arthur abriu a porta. Bart veio correndo na direção dela e ela acabou caindo no chão e ele ficou tentando lamber o rosto dela.

– Filha! Cuidado! – Pedi preocupada. – Você pode se machucar, Anie!

– Anie, levanta. – Arthur pediu mais sério. – Depois não quero saber de choro. – Ele fechou a porta. – Bart, você também!

– Mas é só uma brincadeira, papai. – Ela justificou e tentou se levantar, mas Bart ainda está pulando perto dela.

– Que você pode se machucar. Não vou falar de novo, Anie.

– Tá bom, tá bom, papai… – Ela apoiou as duas mãozinhas no chão para poder se levantar.

– Vamos tomar banho, filha. Você estava quase dormindo no carro. – Falei.

– Eu vou tomar banho com a senhola?

– Não, eu vou dar banho em você lá no seu banho. Vem… – Subi a escada.

– Por que?

– Porque eu ainda não vou tomar banho. Eu não estava correndo. – Respondi.

– Mas agola eu não tava mais correndo, mamãe.

– É sério mesmo, Anie? – Parei para olhá-la. Ela riu com a cara mais cínica. – Você é cínica igual ao seu pai.

– Eu estou ouvindo, Lua Blanco! – Ouvi a voz do Arthur vindo do corredor.

– É pra você ouvir mesmo. Eu não falei nenhuma mentira. – Afirmei, mas ele não retrucou.

– Eu sou filha do meu papai. É por isso, mamãe.

– É inegável, Anie. Vem! – Chamei ela.


Quase uma hora depois…


Arthur… – entrei no quarto – você já tomou banho? – Perguntou antes de fechar a porta.

– Não. – Ele está sentado à mesa que fica na varanda do nosso quarto. – Pensei que você estivesse dormido com a Anie.

– A verdade foi que eu cochilei. – Confessei quando cheguei ao lado dele. Arthur me abraçou pela cintura e beijou a minha barriga, por cima do tecido do vestido.

– Sua barriga está maior, Luh. – Disse ainda passando a mão sobre a minha barriga.

– Sim. – Concordei com ele. – Olha aqui – mudei de assunto e mostrei a ele a sacola que eu tinha em mãos – esqueci de te entregar mais cedo, mas comprei pra você.

– E o que será? – Ele pegou a sacola da minha mão e não fez nenhum esforço para conter o sorriso.  Abriu a embalagem. – Nossa! Uma fatia de torta de chocolate com nozes? Você encontrou na cafeteria, loira? – Me encarou.

– Sim. – Afirmei. Sei que ele ama torta de chocolate com nozes, mas não come com frequência. – Tem nozes na massa, do jeito que você gosta.

– E muito chocolate por cima. – Completou. – Obrigada, Luh. Meu Deus! Parece que você adivinhou. Obrigada mesmo. – Ele está tão feliz, que parece que ganhou mais do que uma simples torta de chocolate com nozes. Ele se levantou e me deu um beijo carinhoso nos lábios e depois na bochecha. – Eei, você ainda não me disse como foi lá com a sua irmã e a Mel. – Voltou a se sentar na cadeira e ergueu a cabeça para me olhar.

– Foi tranquilo e emocionante ao mesmo tempo. Óbvio que elas questionaram o porquê de eu não ter contado antes. E Soph ficou revoltada porque eu contei para os meus colegas de trabalho primeiro do que para ela. – Falei. Arthur riu. – Mas elas amaram e combinamos de nos encontrar ainda essa semana.

Aaah… então quer dizer que a minha grávida está cheia de rolês essa semana, é isso mesmo?

– Sim. – Sorri abertamente. Arthur apertou levemente a minha cintura. – O que você acha disso?

– Que se vai te fazer feliz, está tudo bem, querida. – Respondeu depositando mais um beijo em minha barriga.

– Fiquei feliz com ideia, amor. Mas fica tranquilo, porque eu falei que nós dois – apontei para ele – já tínhamos combinado de comprar juntos o enxoval do bebê.

– Pensei que você fosse querer fazer isso com elas, agora que já contou sobre a gravidez. – Me disse. Senti que ficou com ciúmes.

Arthur… – Chamei. Ele me olhou. – não precisa ficar com esse ciúme todo. – Passei as mãos pelos cabelos dele. Ele riu. – Já disse que quero que a gente faça tudo isso juntos.

– Eu vou amar, Luh. Você sabe disso. Vai ser um dos meus programas preferidos. – Afirmou. Abaixei a cabeça para lhe dar um beijo nos lábios.

– Será um dos meus também, amor. – Beijou novamente a minha barriga. – Sabia que ele ficou quieto hoje? – Falei.

– É que ele também sentiu saudades do papai. – Ficou passando a mão na minha barriga. – Não foi isso, meu amor? – Deu vários beijos na minha barriga. – Ele deve estar zangado comigo, Luh. – Ri do comentário dele.

– Ele deve estar apenas dormindo, Arthur. – Falei e me afastei um pouco. – Vamos tomar banho?

– Uuhm… só banho, Lua Blanco? – Me perguntou desconfiado.

– Não exatamente. – Pontuei. Ele levantou-se da cadeira.

– Parece que tinha mais alguém com saudades do papai. – Envolveu os braços ao redor da minha cintura.

Não exatamente do papai. – Frisei. Arthur riu alto e me fez rir junto com ele. – Arthur! – Dei um tapa no peito dele. Ele ainda está rindo.

– Você está muito safada, Lua. Se eu não te conhecesse, ficaria assustado. – Confessou me enchendo de beijos pelo pescoço.

– Não posso ter essa liberdade com o meu marido?

– Pode. Totalmente. É claro que pode, Lua Blanco. – Afirmou me beijando nos lábios.


Certamente não chegaremos ao banheiro antes de pararmos na cama.


Continua…


SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.


Beijos e até a próxima atualização!

Tenham uma semana abençoada!


11 comentários:

  1. Que capítulo lindo...
    Amei a reação das meninas, agora o Arthur poderia contar para os amigos dele também. Anie sem comentários pra essa criança. Arthur e Lua tão fofos.

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  2. Que capítulo mais lindo cara, esse amor dos dois é tão bonito de se ver, a lua contando para as amigas, e o momento tão especial para os dois que é cuida do enxoval só quero ver como vai ser

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  3. Eu amo o amor desses é muito lindo de se ler.
    E Arthur com a Anie é muito fofa. Ansiosa pela montagem do quarto do Ravi.

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  4. Melhor web que leio e olha que faz anos Anie é muito fofa. Será que o Ravi vai ser parecido com a mãe ou o pai.

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  5. Aaaaaaaa
    Até saudades dessa web
    Todo mês entro aqui pra ver se teve atualização 🥹
    Fico tão feliz de ver a história continuar, mesmo depois de tantos anos e correrias da vida adulta.
    Ansiosa pela montagem do quarto do Ravi e pelo nascimento tbm .

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  6. Milly ainda existe o grupo no whatsapp??

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  7. Ansiosa pelo próximo capítulo

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  8. Nossa estou muito ansiosa pelo nascimento do ravi

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  9. Nossa ansiosa pela próxima atualização

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  10. Nossa merecemos um presentinho de natal e final de ano

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