Litte Anie - Cap. 89 | 1ª Parte

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Little Anie – 1ª Parte

Ela tem cores, curvas, sabores
Coisas de seduzir
Eu levo flores, som de cantores
Que ela ama ouvir
Se der minha hora, preciso ir embora
Mas ela me impede
De um jeito louco, fica um pouco
Sou incapaz de ir
Não vou mentir
[...]
Ela não é daquelas minas tanto fez, tanto faz
Não cabe naquela rima de alguns anos atrás
–  Envolvidão | Zeca Baleiro

Pov Arthur

Londres | Domingo, 15 de janeiro de 2017 – Manhã.

Passamos dez dias em Sydney, na Austrália. Voltamos na segunda-feira passada, pois Anie já tinha perdido quatro dias de aula.

A viagem foi fantástica, tranquila e relaxante. Aproveitamos bastante e Anie adorou todos os passeios que fizemos – ela e Harry aprontaram todas juntos.

Todos os problemas sumiram durante esses dias maravilhosos. Já estamos há quase uma semana em casa, a rotina já voltou ao normal, Lua voltou ao trabalho, Anie à escola e eu aos shows nos fins de semana. Hoje é domingo, e Lua viaja a noite. A viagem de três dias a Nova Iorque, que seria em novembro, foi adiada para esse ano.

Kate me mandou mensagens há alguns dias. Ela continua insistindo que o bebê é meu filho. A criança não tem nada a ver comigo – sim, ela me mandou fotos. Lua nem sonha. Eu só quero contar a ela quando tiver o resultado do exame de DNA em mãos. Ainda não acertamos o dia, porque ela quer escolher o laboratório e com isso eu não vou concordar nunca. Sei muito bem que ela pode tentar e conseguir falsificar esse exame.

Eu estou pensando nesse exame desde que encontrei com Kate em setembro. Mas ela sumiu outra vez e só me mandou mensagens semana passada. Eu e Lua tentamos e estamos conseguindo até agora, afastar esse enorme problema, da nossa relação. Isso tem sido muito importante.

Estamos em um momento bem leve da nossa relação. Tem sido dias bons, dias muito bons.

– O que você acha desse casaco? – Lua se virou e me mostrou um casaco branco. É inverno em Nova Iorque.
– É lindo. Você fica muito sexy com esses casacos. – Contei e Lua sorriu.
– Lá deve estar muito frio. – Comentou colocando o casaco na mala.
– Congelando, loira. – Afirmei. – Esse casaco cinza é bem quente. – Apontei para o casaco que ela tinha acabado de pegar.
– Sim. Vou leva-lo também. – Lua o dobrou e o colocou na mala. – Vou levar só três casacos e uma bota... Essa bota, que tal? – Ela me mostrou uma bota de cano curto.
– É linda, baby. – Pontuei. – E preto combina com tudo.
– Exatamente. – Concordou e foi até o banheiro pegar alguns produtos.
– Que horas é o voo, Luh?
– Às três. Ainda bem que não é a noite. – Respondeu depois que se aproximou da cama.
– Queria poder ir com você até o aeroporto.
– Tudo bem, Arthur. Você tem os seus compromissos. – Disse compreensiva.
– Vou morrer de saudades esses três dias. – Confessei e Lua me olhou.
– Eu também, minha vida. Essas últimas semanas foram incríveis. Estamos tão juntos, tão juntos, Arthur. Às vezes sinto medo de acontecer mais alguma coisa.
– Não vai acontecer mais nada, meu anjo. Eu te prometo. Fica tranquila.
– Uhm... é mais fácil falar. – Lua retrucou. – Que horas você vai hoje? – Mudou de assunto.
– Umas seis, como o show é aqui Londres, não preciso ir tão cedo. – Respondi.
– Mês que vem que será em Manchester e Bath?
– Sim e Brighton. Em março vamos pra Dublin, na Irlanda e Atlanta, na Geórgia.
– Não no dia do nosso aniversário, não é mesmo? – Indagou fazendo um bico.
– Não, baby. Relaxa. Eu estarei aqui no seu dia. – Assegurei.
– E no seu? Dia cinco é domingo, Arthur.  E dia doze também é domingo. – Insistiu inquieta. Dia cinco é aniversário dela e dia doze é aniversário da nossa filha.
– Um show é dia oito e outro dia dez, Lua. Aí tiramos umas férias e voltamos em agosto. – Expliquei pacientemente. – Março é o nosso mês, eu não ia querer ficar longe de vocês. – Acrescentei.
– Será que esse ano a Anie vai querer uma festa?
– Acho que sim e vai querer chamar os amigos da escola. – Contei e Lua sorriu.
– Eu não quero festa. Ano passado não foi legal. – Me disse e colocou a mala ao lado da cama.
– Esse ano será diferente, loira. Mas a gente pode aproveitar pra viajar. Só nós dois de novo. – Sugeri. – Ano passado, nessa época, foi horrível para mim também. Só que esse ano eu tenho certeza que será tudo diferente e especial igual aos outros anos que passamos juntos.
– A cada ano que passa, fica mais difícil de te dar um presente. Você já tem tudo, materialmente falando.
– Você não precisa se preocupar com isso, meu amor. Sabe que eu não ligo para presentes. – Ressaltei, mas Lua já está cansada de saber disso.
– Você sempre me surpreende. – Me disse. – Ai, é tão difícil fazer o mesmo.
– Hahahaha... você é surpreendente, loira. Quando vai acreditar?
– Não é disso que estou falando, Arthur. – Lua riu e eu a acompanhei.
– E sobre o que você acha que eu falei? – Questionei com um sorriso atrevido.
– Sobre eu inteira. – Ela esclareceu num tom convencido.
– Foi isso mesmo, loira. E eu não preciso de mais nada. Você é maior do que qualquer presente. Sou sortudo por dar conta de uma mulher como você.
– E convencido! – Lua exclamou me dando um tapinha no braço.
– Mas eu estou mentindo?
– Você sabe que não. – Afirmou aproximando o rosto do meu. – Eu sempre sinto muito a sua falta quando tem viagem assim...
– Eu também. Se pudesse, eu nunca cansaria de ficar com você vinte e quatro horas por dia.
– Nem eu. A gente sabe se divertir.
– Muito. E eu adoro. – Completei lhe dando uma leve mordidinha antes de iniciar o beijo.

Pov Lua

À tarde.

– É agola que a senhora já vai? – Anie parou na porta do quarto, com Bart ao seu lado como sempre. Inseparáveis.

Eu sentia vontade de chorar a cada palavra que Anie falava de forma correta. Sim! Ela já está falando algumas palavras sem trocar as letras. Fico feliz com isso! Mas ela está crescendo, já se passaram quase cinco anos e eu já tenho uma menininha em casa, que pensa que é gente grande e não mais, um bebê.

– Sim, filha. Estou terminando de me arrumar. – Sorri de lado.
– A senhora não vai demolar, não é? – Indagou e entrou no quarto. – O meu papai também vai sair. Eu vou ficar sozinha?
– Eu não vou demorar. São só três dias. E o seu pai só vai sair hoje. Amanhã ele vai ficar com você e a Carol estará aqui para cuidar de você, meu anjo. Você não ficará sozinha. – Me aproximei dela e me abaixei para ficar do seu tamanho. – Eu vou sentir muitas saudades. A mamãe só vai porque é trabalho. Você sabe disso, não sabe?
– Eu sei. Mas não quelia que fosse assim, não é?
– É. Eu também não queria, mas existe tantas coisas que a gente não quer e que temos que fazer. – Contei, mesmo que Anie não entenda o que eu queira dizer exatamente.
– Aí o meu papai vai me levar pra escola?
– Sim. Como todos os dias ele te leva. – Assegurei e lhe dei um beijo no rosto.
– Eu posso ir com o meu papai levar a senhora no avião? – Perguntou e eu sorri.
– Eu vou de táxi, amor. Seu pai não vai me levar. Ele tem compromisso depois. – Expliquei e me levantei.
– Então tá bom... depois antes da senhora ir, a senhora me diz?
– É claro, meu amor. Quero te dar um beijo e um abraço beeeem forte, antes de viajar. – Dei uma piscadela e lhe joguei um beijo no ar.

Anie saiu do quarto com Bart ao seu lado. Eles não se desgrudam quando Anie está em casa.

Terminei de me arrumar e me passei perfume. Chequei novamente os meus documentos e peguei a minha mala. Arthur não estava no quarto, ele tinha ido atender a uma ligação do John.

– Você chamou o táxi? – Perguntei quando cheguei a cozinha. Eu tinha pedido esse favor para a Carla.
– Sim. Daqui a cinco minutos ele chega.
– Tudo bem. Obrigada. – Agradeci e peguei um copo com água.
– De nada, Luh. Você não quer comer nada?
– Não. Não estou com fome. – Respondi. – Apesar de que a viagem será longa. – Me lembrei.
– É verdade... são quantas horas? – Carla me encarou.
– Sete horas. E deve estar muito frio. Aqui não está tão frio assim.
– Eu também percebi isso, mas pelo que aparece no noticiário, nos Estados Unidos está diferente.
– Sim. Fiz algumas pesquisas. E Arthur fez questão de me lembrar de levar casacos mais quentes. – Contei. – Alias, vou ver onde ele está. O táxi já está quase chegando. – Olhei as horas. – Se acontecer alguma coisa, sabe que pode me ligar.
– Pode ir tranquila, Lua. – A mulher assegurou.

Nos abraçamos e eu saí da cozinha rumo ao escritório.

– Achei que ainda estava falando com o John. – Me aproximei da mesa. – Aconteceu alguma coisa grave? – Arthur parecia preocupado.
– Não. Foi só um lembrete. – Ele respirou fundo e levantou-se da cadeira. – Você já vai?
– Sim. Só estou esperando o táxi. Ele já deve estar chegando. – Respondi. Arthur me abraçou apertado e cheirou o meu pescoço.
– Vou sentir saudades... sei que eu já disse isso. – Ele sorriu quando me olhou. – Se cuida, tá? Espero que dê tudo certo na viagem.
– Obrigada. – Lhe dei um selinho. – E não se preocupe. Eu vou me cuidar. Te ligo assim que chegar, certo?
– Certo e pode ligar a hora que quiser. Sempre te digo isso. – Me disse novamente.
– Eu sei. Eu ligo. – Afirmei e comecei a lhe dar vários beijos no rosto.
– Eu vou te morder. – Arthur me avisou e eu sorrir ao encolher os ombros. A barba dele me fazia cócegas. – Quer que eu tire a barba? – Me perguntou. – Semana passada você disse que preferia com barba.
– Pode ser pra quando eu chegar, na quarta-feira. – Respondi sorrindo e Arthur me deu um selinho. – Eu prefiro com barba e sem barba. É difícil decidir. É que com barba você fica mais sexy. – Expliquei passando as mãos em seu maxilar.
– Então eu vou deixar a barba... – Ele fechou os olhos e aproveitou o meu carinho.
– Mas me faz cócegas. – Admiti e acabamos rindo. Arthur me puxou para mais perto e me deu um beijo demorado.  – E você, se comporta, está me ouvindo?
– Uhm! Estou. E eu sempre me comporto, dona Lua. – Ele mordeu levemente o meu queixo.
– Sei! – Me afastei dele depois de lançar um olhar desconfiado. – Deixa eu ir me despedi da nossa filha. Ela pensou que você ia me levar.
– Ela pediu para ir comigo hoje a noite. – Arthur me contou e saímos do escritório.
– Perguntou se ela ia ficar sozinha.
– Dramática igual a mãe dela. – Me provocou.
– E você é um chato. – Retruquei e Arthur me abraçou por trás.
– Você fica a coisinha mais linda quando está irritada. Amo isso, Blanco! – Confessou dando um beijo no meu pescoço.
– Hey, filha. – A chamei.
– A senhora já vai?
– Já, meu amor. Vem aqui... – Falei e Anie andou até mim. – É pra se comportar, tá bom? Ouvir a Carol e a Carla. E não fazer birra, por favor. – Pediu e Anie concordou.
– E o pai, não é para ouvir?
– Você sabe lidar com ela, Arthur. – Revirei os olhos e depois segurei o rosto da pequena com as duas mãos. – Eu te amo, tá? Eu vou sentir muita saudade, meu amor.
– Eu também, mamãe. Mas a senhora não demola, não é? – Me perguntou. Anie está em uma fase que todo final de frase ela pergunta: não é?
– Não, meu anjo. Vai ser bem rápido. – Lhe dei um beijo demorado na bochecha.

O táxi chegou, dei mais um beijo em Arthur e ele me ajudou a pôr a mala no carro.

Eu vou sentir muita falta desses dois. Eles acenaram para mim da porta de casa. Joguei um beijo no ar e, também, acenei.

Pov Arthur

Londres | Terça-feira, 17 de janeiro de 2017.

Eu acabei de deixar Anie na escola. Lua chega amanhã de viagem e hoje é o dia que eu farei o exame de DNA. Depois de muita insistência, escolhi o laboratório, para não ser surpreendido por mais uma armação daquela louca. Na verdade, foi Harry quem escolheu esse laboratório que eu nem sei onde fica.

Eu tenho absoluta certeza que o exame vai dar negativo. Não tem como eu ser o pai daquela criança. Sei que o bebê não é culpado, mas eu não sou o pai dele. Kate precisa se tratar, isso não é de hoje, mas só descobrir que ela é louca, depois de já ter me casado com a Lua.

Preciso resolver essa situação o quanto antes. Lua não toca mais no assunto, mas sei que não esqueceu. E se Kate resolver perturbá-la novamente, as coisas se tornarão piores e eu vou ficar sem saber o que fazer.

Já estou quase chegando na casa do Harry. O exame está marcado para as dez horas da manhã. Como pedimos o resultado com urgência, eles ficaram de entregar às cinco horas da tarde. Claro que sou eu que estou pagando tudo. Mas se for para ter paz, não vou reclamar disso nunca.

– Você tá sozinho? – Perguntei quando ele abriu a porta.
– Sim. Marie foi para o trabalho. – Ele me respondeu. Eles não moram juntos, mas, eventualmente, ela dorme aqui na casa dele. – Você tá nervoso? – Indagou curioso.
– Preocupado. Tenho medo que ela faça um escândalo. Seja qual for o resultado. Você sabe como ela é. Imagina se Lua sabe de uma dessa lá em Nova Iorque? Nem sei o que esperar quando ela voltar. Vai me matar. Ainda mais que não contei nada disso a ela. – Expliquei.
– Eu falei que você devia ter contado. Era melhor. – Me lembrou. – Quer beber alguma coisa?
– Prefiro não beber, Harry. Eu vou fazer exame, seu louco.
– E isso influência?
– Qualquer cuidado ainda é pouco.
– Mas se vocês não transaram, a chance é zero, Arthur.
– Enfia isso na cabeça dela então. Porque desde ano passado eu tenho que ouvir que transei com ela. Meu Deus! Que confusão. – Passei as mãos pelo rosto.
– Parece que é um filme de psicopatas. “As ex-namoradas psicopatas do Aguiar” – Ele fez aspas. – Daria um filme interessante.
– Não fala bobagem, Harry. Quanto menos gente souber dessa história, é bem melhor.
– Eu espero nunca passar por isso. Já até cogitei em fazer cirurgia, só para me proteger ainda mais.
– Marie não tem cara de quem faria isso, Judd. Que viagem! – Ri.
– Não estou falando disso exatamente. – Ele riu junto comigo. – Mas vai que um dia aconteça para a minha surpresa. Eu nem gosto de surpresas. – Deu de ombros. – Eu vou beber. – Disse e andou até uma mesa no canto da sala, que ele expõe suas bebidas de marca. – Tem certeza que não vai mesmo querer?
– Tenho, Harry. – Respondi mais uma vez. – Você disse que o exame era sigiloso?
– Claro. E além do mais, eles não podem vazar nenhum resultado de exame sem a autorização das partes envolvidas. É antiético. – Ele piscou um olho. – E a Lua, quando volta?
– Amanhã. Ainda bem que o resultado já vai ter saído. – Falei aliviado.
– Ela vai ser pega de surpresa.
– Eu estou torcendo que seja negativo, então a surpresa vai ser maravilhosa. – Pontuei.
– Vai dar tudo certo, dude. Nem esquenta. – Harry tentou me tranquilizar e deu um gole no uísque que havia pego. – E a Anie?
– Acebei de deixa-la na escola.

Tá, quanto mais se aproxima das dez, mais frio eu sinto na minha barriga. Que sensação horrível! Sei que não fiz nada de errado e mesmo assim, além de preocupado, agora estou nervoso.

No laboratório – Hora do exame de DNA

Estamos em uma sala – exclusiva – de espera. Kate ainda não chegou e eu já mandei três mensagens perguntando se ela vem, se já está vindo e onde está. Só falta ela desistir desse exame. Nem quero pensar nisso, vai que acontece. Do jeito que ela é imprevisível, nem seria surpresa.

Harry não veio comigo. Achei melhor assim. Ou eu só ficaria mais nervoso. Estou com o pensamento em Lua o tempo todo. Ela ainda deve estar dormindo, é madrugada em Nova Iorque.

– Acho que demorei. – Me assustei. Estava tão aéreo que nem vi a porta ser aberta. Kate trazia o bebê no carrinho. Ele estava dormindo. Não queria que ele estivesse passando por isso.
– Você acha? – Ironizei. – Você sabia que o exame estava marcado para às dez.
– Em primeiro lugar, eu nem sabia onde ficava esse laboratório. Não tinha um mais longe? Quando sair o resultado, você não vai ter mais como se esconder. – Me provocou. Ela estava tão confiante, que eu tinha que me esforçar para não cair na onda dela. Apesar de não me lembrar daquela noite horrível, eu continuo repetindo que não transei com ela.
– Eu também não sabia. Não é todo dia que aparece uma louca na minha vida dizendo que eu tenho um filho com ela.
– Você não precisa se alterar.
– Eu estou até calmo. – Retruquei e me levantei.
– Não vai falar com o seu filho?
– Kate, você sabe que ele não é o meu filho. – Respirei fundo. – Você não deveria estar fazendo isso com o seu filho. – Frisei.
– Arthur, você não aceita o fato de que nós transamos sim àquela noite e você vai confirmar isso agora. – Me afrontou. – Eu estou tranquila. Que horas eles vêm coletar o sangue?
– Meu Deus! Você é tão irresponsável que nem sabe que fazem com fio de cabelo e saliva. A criança tem só quatro meses, Kate. – Falei revoltado com a falta de informação da parte dela.
– E você está preocupado com o seu filhinho? – Ela riu ao olhar para o bebê.
– Tenho é dó dele ter uma mãe como você. – Retruquei. Já coloquei na minha cabeça que não vou entrar nesse joguinho dela.
– Se você o olhar com atenção, verá que ele tem a sua boca e os seus olhos. – Me contou observando o bebê.
– Você tá de brincadeira com a minha cara. Essa criança não tem nada de mim, Kate! Aliás, você sabe que terá que fazer o exame também, não sabe?
– Sei! Por que você tem que ser tão mandão assim? Isso é só comigo?
– Foi você quem pediu por isso, ou esqueceu? – Questionei impaciente.
– Se você confiasse em mim, não precisaríamos estar fazendo isso.
– Você realmente é louca por achar que eu ia acreditar nessa história. – Pontuei sério.
– Se fosse a Lua, você não faria isso. – Ela revirou os olhos.
– É porque eu sei que transo com a minha mulher. E se ela engravidasse, seria meu e eu jamais questionaria isso.
– Você é muito seguro. Cuidado, hein?
– Cala a boca! Você nem escuta o que diz! – Exclamei.

Por que eles estão demorando tanto para vir fazer esse exame? Quero ir embora o quanto antes!

– Você parece bem preocupado. – Observou.
– Aaah, por que será? – Ironizei. Essa mulher é muito debochada e sem noção.
– Sabe, quando eu te conheci, você era mais educado comigo.
– Quando eu te conheci, você não era louca. Na verdade, achei que você fosse gente boa. Nunca pensei que teria problemas futuros com você.
– Hahaha... culpa de quem? – Ela debochou.
– Sua. De quem mais seria? Nunca te prometi nada. Fui sincero com você durante todo o tempo que ficamos juntos. Então não vem com esse papo. Terminei com você antes de iniciar qualquer relação com outra pessoa.
– A Lua, no caso. – Ela voltou a revirar os olhos.
– Você sabe, eu não preciso citar nomes! – Revidei.
– Quem me garante, Arthur?
– Eu garanto. Lua jamais aceitaria ficar comigo, eu estando com você ou com qualquer outra pessoa. Kate, faz quase quinze anos. Não é possível que você ainda não tenha superado isso!
– Se ela não tivesse aparecido para nos atrapalhar... estaríamos juntos até hoje e com nosso filho.
– Foi você quem apareceu. Eu já conhecia Lua há um ano. Então, não vem com essa. Você nunca foi problema para ela, por que ela tem que ser um problema pra você?
– Porque você era meu!
– Você sempre soube que eu gostava de outra pessoa. – Fui sincero. Ela sempre soube mesmo. – Nunca disse que queria casar e ter filhos com você. Nunca te prometi nada. Namoramos sim, mas isso já acabou há anos. Achei que estivesse tudo resolvido até você aparecer pela primeira vez.
– Saber que há uma pessoa é diferente de conhecer a pessoa. E eu conheci. Na verdade, sempre desconfiei, mesmo quando estávamos juntos.
– Quando fiquei com você, foi só com você. Não tinha do que desconfiar. – Falei seguro.

Jamais teriam como provar uma traição da minha parte. Até porque, nunca houve. Sempre respeitei minhas parceiras e é por isso que não entendo o porque de estar passando por essa situação tumultuosa nesse momento.

Não fiz nada de errado. Estou seguro disso!

– Não acredito. – Kate deixou claro e olhou para a porta, que tinha acabado de ser aberta.
– Bom dia. – Uma enfermeira apareceu.
– Bom dia. – Respondi. Mesmo que o dia estivesse longe de estar bom.
– Vocês não são profissionais? Estamos há quase uma hora esperando aqui sem nenhuma explicação.
– Desculpe, senhora. Nós fomos informados que...
– Não dê ouvidos a ela. Chegou atrasada. Só quer causar confusão. – Expliquei.
– Arthur, você não devia falar assim de mim. Sou a mãe do seu filho.
– Não temos certeza de nada, Kate. E é essa resposta que eu vim buscar hoje. Para ver se essa senhora para de falar besteira. – Contei.

A mulher tirou alguns materiais das embalagens que estavam lacradas e começou a separa-los. O máximo de exames que já fiz, foram os de rotina que Lua sempre me lembrou de fazer – uma vez por ano. Eu não posso esquecê-los. Mas tirando disso, nunca precisei passar por essa situação que é constrangedora.

– Bom, como ele é muito bebê, eu vou coletar a saliva. Vocês que são os responsáveis, estão de acordo? – A enfermeira nos pergunto. E de responsável, Kate não tem nada.
– Eu acho melhor. Para que ele não sinta nenhum desconforto. – Respondi quando notei que Kate não diria nada. – Pedi o resultado com urgência.
– Sim, senhor. Está aqui na ficha. Entregamos às cinco. Katerinne Mitchell Harrisson, Arthur Queiroga de Aguiar e o bebê, Max Mitchell Harrisson, certo?
– Certo. – Concordei.
– Então vamos começar. Primeiro será o Max. Ele parece tranquilo. Vamos aproveitar. – Comentou.

Sei que é difícil fazer uma criança ficar quieta, ainda mais quando se é para fazer exames. Depois ela coletou amostra da Kate e por último, minha. Eu preciso respirar aliviado. Depois das cinco eu terei a minha resposta.

– Vocês precisam assinar aqui, por favor. – Nos pediu. Fizemos o que ela mandou e em seguida, ela guardou todos os papeis e as amostras. – Boa sorte. – A mulher desejou e eu precisava bastante.
– Obrigado. – Agradeci, mas Kate permaneceu muda. Isso não é bom! A enfermeira nos deixou sozinhos novamente. Peguei o meu casaco, já estava pronto para ir embora.
– Não é possível que você não sinta nada ao vê-lo. – Murmurou.
Não é possível – frisei –, o que você está fazendo com ele, Kate. – Respirei fundo. – Se você tivesse falando a verdade desde o começo, não estaríamos aqui hoje.
– Nunca foi fácil, Arthur.
– Nunca é fácil para um monte de gente, e a maioria não toma as atitudes que você tomou.
– Pensei que quando você o visse, ia gostar da ideia de ser pai.
– Já sou pai, Kate. E sou muito feliz com isso. Eu ia gostar da ideia se fosse com a minha mulher. No entanto, não tenho e nem tive, recentemente, nenhum tipo de relacionamento com você, que me proporcionasse essa felicidade. Por que você mente tanto? Sabe do que eu estou falando e nós dois sabemos qual vai ser o resultado daquele exame.
– Você não lembra de nada. Como pode ter tanta certeza? – Me acusou. – Só porque ouviu do barman? Ele armou pra você também. Por que ele é melhor do que eu?
– Ele não é melhor que você. Só que ele falou a verdade e você continua insistindo nessa mentira e ilusão que você mesmo criou. E foi você quem armou. Ele nem me conhecia, só te ajudou. Eu não acredito que você ofereceu sexo em troca.
– Você se surpreenderia ainda mais com as coisas que sou capaz. – Ressaltou.
– Eu sei e é por conta de uma dessas coisas, que eu estou aqui. – Ressaltei. – Eu já vou, Kate. Espero que quando você estiver com o resultado dos exames em mãos, você aceite e pare de me perseguir. Eu já estou cansado e não quero ser obrigado a tomar atitudes mais firmes, como envolver a justiça nisso. Você me entende? Você já aprontou demais e foi difícil fazer com que a Lua não tomasse atitudes por mim.
– Ela me bateu duas vezes! Ela é agressiva demais! – Kate colocou o bebê no carrinho de novo.
– Pode ter certeza que você não viu nada. – Contei. – Espero que não insista para ver. Lua teve mais paciência com você do que eu imaginei que teria. Então, acho melhor você não reclamar. – Pontuei. – Aliás, você lembra do nosso acordo? Apensar de que eu não confiar em você, preciso acreditar que dessa vez você vai honrar com o que prometeu também.
– Tá, lembro. Resultado negativo e eu sumo.
– É exatamente o que você vai fazer.
– Lembra do meu? Resultado positivo e você conta ao mundo que tem um filho comigo?
– É o que não vai acontecer e nós dois sabemos disso. – Levantei o dedo indicador.
– Talvez eu tenha ido longe demais mesmo. Só que eu nunca saberia se não tivesse feito. – Confessou.
– Então estamos conversados. Não sei se você vem buscar o resultado, porque você já sabe a resposta. Embora eu também saiba, eu venho buscar. Preciso disso para viver em paz com a minha família de novo. E você não vai arruinar a nossa vida outra vez! Eu fui muito paciente esse tempo todo, só que a partir de hoje, eu não serei mais. – Avisei.

Não queria mais prolongar nenhuma conversa com ela. Só queria que Kate voltasse para o passado e ficasse lá para sempre.

Abri a porta da sala e saí. Terei que voltar às cinco, mas tenho tanta certeza que não irei me arrepender da viagem.

Ligação ON

– Ei, dude, e aí como foi o exame? – Harry está ansioso e curioso. – Você demorou para dar notícias! – Acrescentou apressado.
– Kate se atrasou para o exame. Por isso demorei. Mas já o fizemos. – Respondi.
– E como foi, Arthur? – Harry insistiu.
– Nunca pensei que passaria por isso. Confesso que fiquei nervoso. Às cinco eu vou buscar o resultado.
– Disso eu já sei, Arthur.
– Conversamos. Você sabe do acordo que fizemos.
– Eu sei. Ela voltou a dizer alguma coisa?
– Sim. E foi bem clara quando disse o que ela pediu também, caso seja positivo. Mas acho que já tenho a minha resposta. Ela disse algo nas entrelinhas. Sou bom nisso! – Expliquei.
– Posso ir com você?
– Claro. Acho que... vou precisar de você outra vez. – Confessei.
– Hahaha... tudo bem. Sempre estaremos juntos, Aguiar. – Ele me lembrou e eu sou tão grato por isso.
– Eu sei, Judd. Obrigado. – Agradeci. – Vou desligar. Vou para casa agora.
– Tudo bem. Até mais tarde.
– Até.

Ligação OF

Coloquei o celular e a carteira sobre o banco do passageiro e liguei o carro. Quero tomar um banho quando chegar em casa e relaxar. Eu preciso disso.

Horas depois...

Saí do banho e ouvi meu celular tocando. Caminhei até a cama, onde ele estava, e o peguei. É a Lua quem está ligando.

Ligação ON

– Olá, meu amor. – Atendi a ligação.
– Oi, amor. – Ela soltou um riso. – Eu te liguei e você nem atendeu.
– Eu estava no banho... demorei um pouco. – Expliquei.
– Tudo bem?
– Tudo. E com você? Acordou agora? – Indaguei e caminhei até o closet.
– Sim. Vou sair às nove. – Me contou. – Agora que são... sete e meia. Aí já deve ser a hora do almoço, não é?
– Sim. Eu ainda vou almoçar. – Coloquei a ligação no viva-voz e procurei por uma cueca e um short.
– Anie foi para a escola direitinho?
– Sim. sem brigas! – Sorri. – Você vem amanhã mesmo?
– Sim, baby. Chego em Londres às cinco, se o voo não atrasar. – Me disse. – Vai me esperar no aeroporto? – Perguntou.
– Vou. – Afirmei. – Estou com saudades.
– Eu também. Aqui está muito frio. Você estava certo! Está mais frio do que aí em Londres.
– Ainda bem que você levou casacos grandes e quentes. – Comentei.
– Sim. Mas se você estivesse aqui, eu não estaria sentindo tanto frio assim...
– Uhm... e nem falando assim... – Provoquei.
– Hahaha! Eu te amo, Arthur.
– Eu também te amo, loira. – Sorri e sabia que ela sorria também.
– Vou precisar desligar. Tenho que levantar e tomar banho.
– Tudo bem, querida. Tenha um bom dia e um bom trabalho.
– Obrigada, Arthur. Beijos e dar um beijo na nossa filha por mim. Eu amo vocês demais.
– Te amamos também. – Falei e Lua deu um beijo e encerrou a ligação.

Ligação OF

Vesti uma camiseta e coloquei o celular para carregar. Em seguida, saí do quarto e fui até a cozinha. Eu estava com muita fome.

Londres – Quatro horas da tarde.

– Papai, o senhor vai pra onde? – Anie parou em frente a porta do closet e me encarou.

Eu tinha acabado de chegar com ela da escola. Anie ainda está de uniforme.

– Vou sair, mas é bem rapidinho. – Respondi.
– A minha mamãe disse que o senhor ia ficar comigo. – Me lembrou e logo cruzou os braços para parecer ainda mais séria.
– Eu sei e estou aqui, amor. Só vou precisar sair bem rápido e já, já estarei de volta.
– E por que eu não posso ir?
– Você acabou de chegar da escola, filha. Precisa tomar banho. Eu não vou demorar, eu já te disse. – Esclareci.
– A gente pode blincar então depois que o senhor chegar?
– Podemos, meu amor. O papai não vai demorar. Pode acreditar. Enquanto isso, você toma banho. Você quer comer algo?
– Pode ser sorvete?
– Filha, tá frio. Você sabe que pode ficar resfriada e a sua mãe vai ficar super zangada se eu te der sorvete. Pode ser cookies? Você ama os com gota de chocolate. Eu posso comprar, que tal? – Sugeri, torcendo para que ela aceitasse.
– Tá, então pode ser, papai. – Ela concordou e eu lhe dei um beijo na bochecha.
– Te amo.
– Te amo.

*

– Achei que você nem viesse. – Harry disse ao entrar no carro. – Demorou demais. Já são cinco e quinze.
– Eu sei. Mas tive que convencer a Anie de que eu não ia demorar. Ela queria vir comigo. – Expliquei.
– Você está nervoso ou preocupado?
– Estou é ansioso. Falei com Lua mais cedo. Ela está super animada. Espero não ter que dar uma péssima notícia a ela. Sabe que isso seria o fim do nosso casamento, não sabe?
– Lua jamais aceitaria mesmo. Ela confiou em você. – Me lembrou.
– Eu sei. – Respirei fundo. – Mas acredito que vai dar negativo. Não transei com a Kate. Estou tão seguro disso. – Falei convicto.

Chegamos ao laboratório e saímos do carro.

– Você trouxe a identidade?
– Claro, Harry. – Falei óbvio.

Entramos e fomos direto para a recepção.

– Boa tarde.
– Boa tarde. Vim buscar um exame.
– O nome, por favor. – A recepcionista pediu.
– Arthur Aguiar e Max Harrisson. – Respondi.
– De DNA?
– Sim. Foi feito hoje de manhã. Pedi com urgência e falaram que estaria pronto às cinco. – Expliquei.
– Você trouxe a identidade?
–  Sim. –  Entreguei a ela.
–  Só um momento, por favor. – Ela me pediu. Assenti e ela entrou em uma outra sala.
– Será que ficou pronto mesmo? – Harry parece mais ansioso que eu.
– Espero que sim. – Torci. A mulher voltou com um envelope em mãos.
– Está aqui. – Me entregou o envelope.
– Obrigado. – Agradeci ao pega-lo. – Você pode me dar uma informação?
– Se não for confidencial. – Ela me encarou.
– Katerinne Harrisson já veio buscar o resultado? – Perguntei curioso.
– Não. O senhor foi o primeiro.
– Obrigado novamente. – Falei e peguei de volta a minha identidade.

Saí do laboratório com Harry ao meu lado. Desliguei o alarme do carro e entramos em silêncio.

– Abre logo, Arthur! – Ele exclamou agoniado!
– Calma! – Minhas mãos suavam. Abri o envelope com cuidado e senti a respiração do Harry bater no meu rosto. Sim, ele estava muito perto.
– Vai logo para o resultado. Acho que é aqui embaixo. – Harry apontou para um parágrafo, mas eu preferi ler tudo.
– Os marcadores moleculares analisados em todos os materiais genéticos (DNA) biológicos extraídos dos examinados, evidenciaram que os alelos do suposto pai, Arthur Queiroga de Aguiar, NÃO SÃO COINCIDENTES com os alelos paternos obrigatórios encontrados no filho, Max Mitchell Harrisson. Portanto, conclui-se, que Arthur Queiroga de Aguiar, NÃO É O PAI BIOLÓGICO de Max Mitchell Harrison, com zero porcento de probabilidade. Londres, UK, terça-feira, dezessete de janeiro de dois mil e dezessete. – Eu estava tão aliviado, que senti lágrimas escorrerem pelo meu rosto, não foram poucas. Eu me sentia livre e em paz!
– Que alívio, Arthur! – Harry comemorou me dando tapas. Dessa vez eu nem vou reclamar. Eu estava feliz demais. Nós abraçamos. – Você estava certo! – Me lembrou. – O tempo todo.
– Eu disse. Eu tinha certeza, dude! – Guardei o exame. Mostraria a Lua assim que ela chegasse em Londres.
– Agora você já pode voltar a respirar aliviado. – Disse divertido e eu concordei sorrindo.
– A sensação é indescritível! – Comentei e dei partida no carro. – Se eu não tivesse que ficar com a minha filha agora, eu certamente ia beber uma com você.
– Hahaha eu até ia convidar, mas...
– Um outro dia, Judd! Pode cobrar. – Assegurei.
– Tá bom. Você sabe que eu cobro mesmo. – Me lembrou.
– Deixa a Lua chegar de viagem... há tempos ela está falando de uma saideira só nós três. Agora tem a Maire, mas já que elas se deram bem, Lua não vai se importar. – Falei enquanto prestava atenção no trânsito. Fim de tarde em Londres sempre fica um caos na Oxford Street.

Deixei Harry em casa e depois passei em uma padaria próximo de casa para comprar os cookies com gota de chocolate que, eu prometi e, Anie tanto ama.

*

– Só pra mim? – Seus olhinhos brilharam.
– Sim, sua espertinha. Mas a sua mãe não precisa saber. – Comprei dez cookies e se deixar, Anie come todos agora mesmo.
– Não vou contar. – A pequena fez uma cara sapeca ao pegar o saco com os cookies das minhas mãos.
– E não dê ao Bart. Ele não pode comer isso, filha. Você está ouvindo?
– Eu estou papai. Eu sei. – Ela me afirmou.
– Tudo bem. – Me levantei do sofá. – Agora eu vou tomar um banho e mais tarde a sua mãe vai ligar.
– Quero falar com a minha mamãe pra dizer que eu tô com um monte de saudades dela.
– Eu também estou com saudades dela, e ela está com saudades da gente. – Lhe dei uma piscada e Anie sorriu. – Mas amanhã ela já estará por aqui.
– Quando eu chegar da minha escola?
– Um pouquinho depois, mas é bem pouquinho.
– Tá! – Anie tirou um cookie do saco para comer.

Subi a escada e fui para o quarto. A partir de hoje, mais nada tira a minha paz.

Depois de falar com Lua ao telefone, eu e Anie fomos jantar e depois assistimos um filme infantil que ela tanto pediu.

Agora já estava na hora dela dormir e ela estava insistindo para dormir na cama comigo.

– Mas o senhor lemba que a minha mamãe deixou?
– Não lembro. Ela não falou nada disso comigo. – Pontuei, embora fosse deixa-la dormir comigo essa noite. Eu só gosto de implicar com a Anie, assim como eu gosto de implicar com a mãe dela. É divertido.
– Mas ela disse, papai. É verdade minha. – Assegurou, já deitada na cama.
– Vou escovar os meus dentes. – Avisei.
– Eu vou dormir aqui sim.
– Nãããoooo... – Falei entrando no banheiro.
– Vou sim. Não vou sair daqui. Vou ligar pra minha mamãe então.
– Sua mãe já está até dormindo, não vai te atender. – Impliquei.
– Vai sim. – Anie riu. – Paaaapaaaaaiii... o senhor tá blincando não é? – Perguntou depois de um tempo.
– Eu estou falando sério. – Afirmei e voltei para o quarto. Fechei as cortinas e me deitei na cama. – Que horas você vai querer dormir, hein? – Indaguei cutucando sua barriga. – Porque eu estou cansado, filha. Quero dormir.
– Quelo dormir aqui, papai! Deeeeixa siiiim... – Anie ficou me empurrando com os pés.
– Se você continuar me pisando, você vai dormir lá no seu quarto. – Comecei a fazer cocegas nela.
– PAAAAAAAAAAAAAARAAA, PAAAAPAAI!!
– Não grita, filha! – Pedi. – Se cobre, vamos dormir. Eu estou com muito sono mesmo.
– Posso dormir aqui?
– Sim, meu anjo. Quando eu te digo não mesmo? – Questionei. – É por isso que a sua mãe briga comigo. – Acrescentei.
– O que, papai? – Anie franziu o cenho e me encarou.
– Nada, bebê. Vamos dormir?
– Vamos, papai. – Anie puxou o cobertor e se cobriu.
– Bons sonhos, filha. – Lhe dei um beijo na testa.
– Bom sonho, papai... – Anie sorriu ao me dar um beijo na bochecha.

Londres | Quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 – Seis horas da tarde.

Eu estou tão ansioso para reencontrar a minha mulher. Três dias que pareceram uma semana, ou até mais. Faz vinte minutos que cheguei ao aeroporto e o voo da Lua ainda não chegou.

Me sentei em uma das cadeiras dali e fiquei esperando Lua sair pelo portão de desembarque.

Meia hora depois...

– Eu já estava preocupado. – Foi a primeira coisa que eu falei quando vi Lua.
– O voo atrasou um pouco. Muita turbulência, fiquei nervosa. – Confessou ao me abraçar bem forte. – Senti saudades, baby. – Acrescentou me beijando várias vezes no pescoço. – Saudades do seu cheiro.
– Só do meu cheiro? – Provoquei apertando, delicadamente, sua cintura.
– Uuuhm... você sabe que não. – Lua se afastou e segurou o meu rosto com as duas mãos. – Eu te amo. – Disse antes de me beijar.
– Eu te amo. – Falei após o beijo. – E como você está?
– Estou bem, amor. E você? E a nossa filha? – Nós afastamos. – Vou pegar a mala. – Me avisou e eu a segui.
– Estamos bem, querida. E eu tenho uma notícia maravilhosa! – Exclamei.
– Que notícia, Arthur? – Lua sorriu de lado. – O que aconteceu enquanto eu estive longe? Você sempre disse que estava tudo bem.
– E está. E tudo só vai melhorar! Pode acreditar. – Pontuei.
– Você vai me contar?
– Vou, mas só depois. Quer jantar fora ou quer ir direto pra casa?
– Podemos jantar fora. Eu já disse que estou com saudades? – Ergueu uma sobrancelha.
– Sim. E eu também estou. – Lhe dei um beijo demorado na bochecha. – Vamos...Você quer escolher o lugar? – Perguntei ao pegar sua mala.
– Não tenho preferência, amor. Você sabe. – Caminhamos na direção ao estacionamento. Desativei o alarme do carro e abri o porta-malas para colocar a mala. – Em Nova Iorque, realmente, está mais frio, querido.
– Eu imagino. Aqui a gente até consegue sair sem casaco. – Apontei para o meu blazer.
– Anie não aprontou muito?
– Não. Foi tranquilo. Ontem que ela insistiu para dormir comigo. Disse que você tinha deixado.
– Hahaha... mas olha! Ela até comentou comigo, mas eu disse que era você quem ia resolver.
– Deixei ela dormir...
– E isso nem me surpreende, Aguiar! Você nunca diz não pra Anie. – Lua riu e pôs o cinto. – Amor?
– Oi, baby. – Virei o rosto para olha-la.
– O que você quer me contar? Estou curiosa, Arthur. Você sabe como eu sou! – Lua apertou minha coxa.
– Mais tarde você vai saber.
– Eu vou gostar?
– Muito, meu amor. Muito! – Garanti.

Chegamos ao restaurante uns quinze minutos depois que saímos do aeroporto. Era um restaurante tranquilo e estava pouco movimentado. Estacionei o carro e descemos.

– Já sabe o que vai pedir?
– Filé à parmegiana com batata-frita. Muita batata-frita. – Lua mordeu os lábios.
– Isso é comida de uma pessoa de quase trinta anos? – Provoquei. – Por um momento, achei que fosse a nossa filha.
– Engraçadinho. – Lua me empurrou de leve. – Quero com bastante molho!
– Você quem manda. – Falei e sentamos a mesa.

Logo um garçom veio nos dar boa noite e nos entregar o cardápio.

– Você esteve com o Harry? Liguei para ele umas duas vezes, mas ele me ignorou. – Reclamou bebendo um pouco d’água.
– Estive ontem. – Respondi.
– Foi algo que vocês aprontaram? Vocês ganharam algum prêmio ou coisa parecida? Foram indicados a alguma coisa?
– Não, amor. – Ri. – É melhor que um prêmio ou qualquer indicação. E tem a ver com a gente e não com a banda. – Contei.
– Arthur! Nem consigo imaginar o que seja. Da última vez que você tinha algo para me contar, foi um apartamento que você comprou. – Me lembrou.
– Não tem nada a ver com bens materiais. – Esclareci. – Vamos jantar primeiro.
– Certo, eu estou com fome mesmo. – Afirmou quando nossos pedidos chegaram.
– Uhm, vamos falar sobre a sua viagem... como foi?
– Você estava certo.
– Sobre? – Ergui as sobrancelhas.
– Era sobre o escritório.
– Então ele fez uma parceria? – Questionei.
– Não. Você acha que Ryan faria uma parceria? Logo ele que gosta de mandar nas coisas e nas pessoas. – Lua riu.
– É até irônico isso, porque ele é seu chefe. E você também adora mandar. – Comentei distraidamente.
– Arthur, você é um saco às vezes.
– Mas é sério, Luh. Vocês vivem discutindo.
– É diferente. Às vezes ele é idiota e escroto. Mas até que ultimamente ele está de boa. – Observou. – Nunca mais brigamos e ele nunca mais foi inconveniente. – Acrescentou.
– Aah, isso é ótimo. Isso me poupa de quebrar a cara dele de novo. Eu não curto muito ser agressivo.
– Ai, Arthur! eu odeio quando você age assim, sabe disso. – Lua revirou os olhos.
– Eu sei, mas... vamos voltar para o assunto da viagem. – Pedi. – O que aconteceu lá?
– A princípio, ele queria comprar o escritório do Thomas, ele é chefe do Charles, aquele advogado que tratamos da compra do seu apartamento em Liverpool.
– E não deu certo?
– Óbvio que não! Quem em sã consciência venderia um escritório famoso e bem administrado? Fora que eles têm muitos clientes fixos e uma equipe enorme. Mas, Ryan não ouviu a mim e nem ao Adam. Porque ele achou, por alguma razão, que ele conseguiria. Enfim, o que aconteceu, é que ele vai abrir um escritório para concorrer com o do Thomas, porque óbvio que ele não aceitou que eu e Adam trabalhássemos para o Thomas. Não que eu fosse aceitar também. Já havia dito que não me duraria para Nova Iorque. – Lua falava sem parar. Ela sempre se empolga quando conta as novidades do trabalho. Eu gosto de ouvi-la, fico animado também.
– E quem vai? Adam vai?
– Não. Ele também não aceitou se mudar para Nova Iorque. Acho que Ryan vai contratar mais pessoas. Mas sabe, Arthur? Isso é ótimo para o escritório. Ele está crescendo. E embora a Olívia tenha se complicado com alguns assuntos lá no Texas, agora já está tudo resolvido. O escritório de lá está indo muito bem.
– Que bom, querida. Eu fico muito feliz em saber que você está feliz também. sei o quanto você ama isso.
– Amo demais. E eu realmente estou muito feliz. – Confessou me presenteando com um lindo e largo sorriso.

Terminamos de jantar e pedimos a sobremesa.

– Nem uma taça de vinho?
– Não. Mas se você quiser, pode pedir. – Respondi.
– Nem para comemorar a notícia maravilhosa que você quer me dar? – Insistiu.
– Hahaha... quero comemorar de outras formas, baby. Você sabe quais.
– Uhm! Que interessante... acho que vou pedir uma taça de vinho, só para esquentar. – Sussurrou e mordeu o lábio inferior de um jeito sexy. Chamei o garçom para pedir o vinho.
– Você só está me provocando. Pensa que não sei? Quando chegar em casa, vai dizer que está cansada da viagem. – Falei. Conheço a Lua como a palma da minha mão. Ela riu.
– Mas eu realmente estou cansada. Você sabe. Eu nem preciso dizer. – Deu de ombros e tomou um gole do vinho. – Está delicioso, tem certeza que não quer?
– Eu tenho, baby. Pode saborear o seu vinho. – Afirmei e tirei do meu bolso o envelope do exame de DNA. – O que eu tenho pra te falar, está aqui. – Mostrei o envelope a ela.
– Hum... o que tem nesse envelope, Arthur? – Lua o pegou. – London Health Laboratory? Você estava se sentindo mal?
– Não, Luh. Abre e lê, por favor. Com atenção. – Pedi.
–  Não me diz que... – Lua abriu o envelope. – Você fez o exame? – Me encarou surpresa. – Por que não me disse nada?
– Queria fazer uma surpresa. – Contei e Lua ficou me encarando. – Lê. – Insisti e sorri.
– Meu Deus! Fiquei até nervosa. Mas a notícia deve ser boa. – Concluiu. –  Você não está agindo como se estivesse um filho fora. – Acrescentou.
– Pois é. – Pontuei e Lua voltou a atenção para o exame, que ela tinha acabado de tirar do envelope.
Os marcadores moleculares analisados em todos os materiais genéticos (DNA) biológicos extraídos dos examinados, evidenciaram que os alelos do suposto pai, Arthur Queiroga de Aguiar, NÃO SÃO COINCIDENTES com os alelos paternos obrigatórios encontrados no filho, Max Mitchell Harrisson. Portanto, conclui-se, que Arthur Queiroga de Aguiar, NÃO É O PAI BIOLÓGICO de Max Mitchell Harrison, com zero porcento de probabilidade. – Lua leu baixo o que estava escrito no exame.
– E então? – Indaguei quando vi que ela ainda fitava o papel. – Eu disse que você não precisava se preocupar, querida. Eu sabia que não tinha transado com a Kate àquela noite.
– É a melhor notícia que você poderia me dar. Eu não falava nada, porque tinha medo que brigássemos. Mas eu estava com tanto medo. – Confessou após colocar o exame de volta no envelope. – Isso significa que agora podemos viver em paz?
– Sim. Fiz um acordo com a Kate. Não quis envolver a justiça nisso, você sabe que eu não gosto de confusão. Mas queria me segurar também, nos segurar para falar a verdade. Então fiz um trato com ela. Eu e Harry fizemos uma declaração. E eu e ela assinamos. Está autenticada. De qualquer forma, tem valor legal. Ela sabe que é sério.
– Harry sabia disso?
– É claro. Ele me ajudou muito, de novo.
– Você acredita que ela vá cumprir o acordo?
– Não confio nenhum pingo nela, mas preciso acreditar que dessa vez ela vá cumprir com algo. Pelo menos uma vez na vida. – Contei. – Fizemos esse exame ontem. Ela insistiu até o último minuto, que o filho era meu e que até se parecia comigo. O menino não tinha nada de mim, querida. Nada. E ela seguia insistindo.
– Estou espantada que ela tenha aceitado fazer esse exame.
– E você acha que eu não insistir? Foram muitas tentativas!
– E você não me disse nada.
– Eu não queria que você se preocupasse, se irritasse, se chateasse e muito menos, que brigássemos. Já está tudo resolvido, Lua. Kate não vai mais aparecer e nem nos atrapalhar. Você não vai ficar chateada porque eu não te contei, não é? – Ergui uma sobrancelha.
– Claro que não. Eu... eu estou feliz e aliviada. Não sei como seria se o resultado fosse outro. – Lua suspirou. – Eu acreditei em você. Obrigada por não me decepcionar. Eu te amo tanto, querido. – Me abraçou apertado.
– Eu disse que não ia te decepcionar. Eu nunca quis que você passasse por isso, Luh. Você é a minha vida. Eu queria ter te contado isso ontem, mas você estava longe e eu nem poderia te abraçar. Fiquei tão feliz, me senti em paz, Lua. Em paz depois de mais de um ano. Você acredita em mim que daqui para frente será tudo tranquilo outra vez?
– Eu acredito. – Lua segurou o meu rosto com as duas mãos. – Eu te amo.
– Eu te amo. – Sorri, antes de beijá-la.

Em casa.

– MAAAAMÃÃÃEEE! – Anie correu até Lua, que se baixou para pegar a filha no colo. – A senhora chegou de verdade! – Comemorou dando um forte abraço na mãe.
– Ooown, meu amor. Que saudades eu senti! Te amo, te amo, meu cheiro. – Lua encheu Anie de beijos pelo rosto. Bart logo começou a pular nas pernas de Lua, ele também queria carinho. – Aah, e você, sentiu falta de mim também, pequeno? – Lua voltou a se abaixar para fazer carinho no cachorro. – Nossa, quanta felicidade! – Ela sorriu. – Aposto que se divertiram muito, hein?
– Siiiim, mamãe! Mas eu tava com mais saudade da senhora! – Anie confessou. Ela ainda estava no colo da Lua e ainda a abraçava apertado,
– Agora a mamãe está aqui. – Lua lhe deu outro beijo. – Vamos ficar juntinhas. – Prometeu.
– Posso dormir com a senhora?
– Pode, amor.  Bem abraçadinhas, tá?
– Tá. Eu vou adolar!
– Hahaha... a mamãe também. – Lua lhe deu mais um beijo e se levantou. Colocou Anie no chão e pegou a bolsa de volta. – Agora eu vou tomar um banho, ok?
– Ok. Eu vou espelar a senhora lá no quarto.
– Tudo bem, vamos. – Lua concordou e depois me olhou. – Traz a minha mala, amor?
– Levo sim, Luh. Vou só beber uma água.
– Tá.

*

– Hahaha... a minha mamãe deixoooou, lá, lá, lá... – Anie me provocava. Ela já estava de pijama e pulava na cama.
– É, fica me provocando e não presta atenção onde você está pulando. – Avisei indo até a sacada.
– Agola eu vou dormir aqui! – Comemorou.

Lua saiu do banheiro e foi vestir uma roupa. Entrei no banheiro para tomar banho e ir ficar com elas na cama – implicando com a Anie, é lógico.

Quando saí do banheiro, as duas estavam deitadas na cama, abraças e Anie falava sem parar. Ultimamente ela tem muitas novidades para nos contar.

Vesti meu pijama e fui para a cama, depois de checar se as cortinas estavam fechadas.

– Agora eu vou deitar e abraçar a minha namorada. – Contei e fiz o que disse.
– Nãããooo... é a minha mamãe. Eu que vou abaçar ela! – Anie empurrou as minhas mãos. Comecei a rir.
– Eu também. Eu estava com saudades dela.
– Eu que tava com mais saudades, mamãe. A senhora aquedita em mim?
– Não. Eu que estava com mais saudades! Eu sou maior que você. – Impliquei e abracei Lua mais forte.
– Aaarthur!! – Ela resmungou. Não suportava quando eu começava a implicar com a nossa filha. Mas eu adorava.
– Não aquedita nele, mamãe. Não tem nada a ver, não é? – Anie perguntou preocupada.
– Não, amor. – Lua sorriu. – Não tem nada a ver. Eu estava com saudades dos dois.
– Mais com saudades de mim, não é, mamãe? – Anie me olhou. Ela gosta de implicar comigo também.
– Muitas saudades, bebê. Meu Deus! Parem com isso. Eu amo os dois. E amo muito! – Lua exclamou e roçou a bochecha na minha.
– Diz pro meu papai que a senhora gosta mais de mim então... – Pediu me olhando.
– Você é igual a sua mãe. – Apertei de leve o nariz da pequena. – Ciuuuumeeentaaaa! Só porque sou legal, eu deixo ela gostar mais de você. Só porque, senão você vai chorar.
– Não vou não. Eu sou gande e nem cholo mais! – Anie escondeu o rosto no colo da mãe.
– Aah tá. – Ri e Lua apertou minha coxa com as unhas. – Oown, loira! – Reclamei porque doeu.
– Para de implicar com ela, amor.
– Hahaha... ela é muito parecida com você. Olha esse bico fofo de quem está irritada? – Indaguei e joguei um beijo para a pequena. – Te amo, meu anjinho. Você sabe, filha...
– Amo a minha mamãe que não impilica comigo. – Retrucou e eu acabei rindo alto.
– Não o que, filha?
– Paaaraa, Arthur. – Lua pediu tentando segurar o riso. – Por isso ela fica irritada.
– Tá bom. – Me ajeitei na cama e me aproximei ainda mais, da Lua. – Senti saudades. – Sussurrei. – Amanhã você tem trabalho?
– Não. Sou sua o resto da semana. – Murmurou.
– Uhm, gostei. Vou aproveitar. – Mordi o lóbulo da sua orelha. – Boa noite.
– Boa noite, amor.
– Boa noite, neném... não vai desejar boa noite pro papai? – Apertei de leve a bochecha de Anie.
– Boa noite, papai. – Anie sorriu sem mostrar os dentes e logo voltou a enterrar o rosto no pescoço da Lua.

Continua...

SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.

N/A: Olá, tudo bem? <3

OBRIGADA pelos comentários nos capítulos anteriores. Vocês são incríveis!

Gostaram do capítulo? Me contem tudo!!! Estou muito ansiosa para ler os comentários.

Ano novo, vida nova! <3

Como ficou o coração de vocês com o resultado do exame? Hahaha eu não seria tão mal assim... #Comentem!

Sei que estavam ansiosas por esse capítulo!

Beijos e até breve!

8 comentários:

  1. Ahhhh que feliz Milly!!! Coração ficou quentinho em confirmar o resultado do exame! Agora sim está tudo maravilhoso com o nosso casal preferido!! Adoro a conexão que o Arthur e a Lua possuem com o Harry,ele realmente é um amigo e tanto. Ansiosa para os próximos capítulos! Nem acredito que estamos chegando na reta final,coração chega a ficar apertado!! Obrigada por sempre nos manter atualizadas,até o próximo post!!! ❤️😘

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  2. O cair é do homem mas o levantar é da milly!!! Que capítulo incrível, melhor que filme. Tem romance, que estou amando a lua e o Arthur tão amorzinhos, momento família com a anie cada dia mais fofa, ciumenta e que o Arthur ama implicar e o seu cachorrinho inseparável Bart. Amizade com o Harry que é impecável o quanto eles se apoiam, amooo de paixão. Além do suspense nervoso que quase me mata de ansiedade, que era esse exame de DNA, que espero para a glória que a katecobra pare de atrapalhar meu casal. A Notícia perfeita para essa volta de viagem da Lua. Enfim o capítulo teve de tudo e agora só estou mais ansiosaaaa pelo próximo. Milly, parabéns e obrigada como sempre por nos proporcionar essa leitura incrível 😍😘 ass: Lorena

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  3. Aaaaa que maravilha de capítulo Milly ! ❤️ Gente todo mundo sabia que essa criança não era do Arthur kkkkk Kate louca, coitada dessa criança ! Capítulo maravilhoso ❤️

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  4. Ah q capitulo maravilhoso , a Kate sua louca ver se some de vez agora da vida do casal tava querendo se dar bem as custa da infelicidade dos outros e se deu mal.Que família maravilhosa é a deles e sem contar com o Harry q é um otimo amigo .

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  5. Ahhh quase morrendo vendo esse teste, confesso que tive medo de mais armações da Kate, mas dessa vez ela não escapou! Que bom é ver o Arthur aliviado depois de tudo que passou assim como a Lua tbm que confiou nele e agora pode ficar em paz com isso ❤️ Harry sempre sendo o melhor amigo que alguém pode ter lindo ele comemorando com o Arthur. Que novo ano maravilhoso vendo essa família feliz assim ��

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  6. Fiquei tão nervosa com o resultado desse exame, mas que bom deu tudo certo hahahaha. Capítulo perfeito como sempre

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  7. Certeza que fiquei mais nervosa que o Arthur , eu comecei a ler várias vezes e a coragem faltou kkkkkk Que bom ele não deixou aquela louca escolher o laboratório. Que alívio esse resultado, tomara que agora ela suma mesmo!!!! Melhor notícia que a Lua poderia receber depois de uma viagem de trabalho. Eu amo tanto esse chamego da Lua e do Arthur, e deles com Anie, aquece tanto o coração que não da vontade de parar de ler!! simplesmente amo cada capítulo dessa história.

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  8. Capítulo lindo e maravilhoso, e a melhor parte é quando o resultado do exame da negativo ( coisa q já sabia, mais fique com medo de vc nós surpreender Milly kkkk) Harry sempre ajudando o Arthur. Agora a lua e o Arthur vão pode ficar em paz sem a vaca da Kate para perturbar, só estou com medo daquela outra louca ex do Arthur, pq quando ele se livra de uma aparece outra. Anie é um amorzinho e Arthur adora implicar com ela ♥️ . Obrigada Milly por mais um capítulo lindo 👏👏

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