Pov Lua
Londres | Terça-feira, 20 de setembro de 2016.
Não consegui ficar até o
final do expediente. Minha cabeça estava doendo e eu só pensava em chegar em
casa e me deitar na minha cama. Era uma hora da tarde. Anie estava na escola e
Arthur devia estar em casa ou na casa do Harry.
Eu não gostaria de ter
que estar passando por isso novamente. Mas hoje parece que o acontecimento
ficou mais vivo na minha memória.
Um ano.
Já fez um ano e parece
que foi só há alguns meses.
Peguei a minha bolsa e
arrumei a minha mesa. Saí da sala sem muita pressa. Embora quisesse chegar o
mais rápido possível em casa, eu não queria encontrar com Arthur. Não sei se
ele lembra que dia é hoje. Quando saí de casa, fiz questão de não acorda-lo.
*
Cheguei em casa e não vi
o carro do Arthur estacionado na garagem – e nem na frente de casa. É provável
que ele esteja com Harry em algum lugar. Ainda não são nem duas horas da tarde.
Talvez ele só volte para casa quando buscar a Anie na escola.
Abri a porta de casa e
entrei. Não sei se Mel estava em casa. Depois que ela conversou e se acertou
com Chay, eles estão arrumando a casa para receber o Ethan, já que não
organizaram um quartinho para o bebê. Mel já está morando conosco há quase um
ano e vai ser estranho não tê-la mais em casa todos os dias. Ainda mais com o
bebê, amanhã ele fará quatro meses. Já estamos tão apegados.
Subi para o quarto e
fechei a porta. Coloquei minha bolsa sobre a poltrona – como de costume – e
tirei os meus sapatos. Depois tirei a minha calça jeans e comecei a desabotoar
os botões da minha blusa.
Arthur abriu a porta do
quarto e só então notei que não tinha prestado atenção no barulho do carro
quando ele estacionou na garagem.
– Ow, aconteceu alguma
coisa? – Me perguntou de cenho franzido. – São... – ele olhou para o relógio –
duas e dez, Lua. Você não costuma chegar esse horário. – Ele me encarava. Terminei
de tirar minha blusa e o olhei.
– Estou com dor de
cabeça. Não aguentei ficar lá no escritório e vim embora. – Expliquei, tentando
ser o mais convincente possível. Ele me olhou desconfiado e se aproximou.
– Brigou com o seu chefe?
– Supôs.
– Claro que não, Arthur.
– Neguei. Ele não lembra do dia de hoje. Certeza.
– Já tomou remédio então?
– Sim, lá no escritório.
Antes de voltar para casa. – Respondi e ele me deu um beijo no pescoço. – É
sério sobre a dor de cabeça, Arthur. – Afirmei e ele riu contra o meu pescoço.
– Mas eu nem disse nada,
Luh.
– Precisa dizer? –
Insisti e ele riu.
– Só dei um beijinho.
– No pescoço. No pescoço.
– Ressaltei.
– Com total respeito. Nem
tentei tirar teu sutiã. – Notou e eu o empurrei de leve.
– Vou tomar banho. – Avisei.
– Você estava com o Harry? – Acrescentei antes de ir para o banheiro.
– Sim. A gente até
almoçou junto. – Me respondeu e andou até a cama para tirar o tênis.
– Então, eu estou sendo
trocada pelo Harry?
– Hahaha... não existe
nem possibilidades, Lua. Eu te garanto, baby! Você sabe que se quiser almoçar
comigo todos os dias, eu estou a sua disposição. – Ele deu uma piscadela.
– É bom saber mesmo. –
Pontuei e caminhei para o banheiro.
– Posso te acompanhar no
banho?
– Se você não tentar me agarrar...
– Até parece, Lua. Capaz
de você me dá um empurrão mais forte. Já reclamou do beijo que foi no pescoço,
imagina se eu te agarrar?
– Ai, que dramático,
Arthur.
– Eu estou sendo sincero.
– Afirmou tirando a camisa.
– Você não vai ter que
buscar a Anie mais tarde?
– Sim, três e meia. Mas
eu quero tirar um cochilo antes. – Me disse e tirou a calça comprida.
Entrei no banheiro antes
dele e queria que realmente ele não começasse a me provocar, porque eu não
estava nem com cabeça para isso e nem queria trata-lo mal.
Arthur realmente só tomou
banho e saiu do banheiro antes de mim. Quando eu dizia que estava com dor de
cabeça, ele sempre me respeitava. Não que eu estivesse mentido, eu estava mesmo
com muita dor de cabeça e já tinha tomado remédio.
Voltei para o quarto e
ele já tinha vestido uma roupa e estava prestes a se deitar na cama. Eu também
ia tentar tirar um cochilo.
– Já sabe quando a Mel
vai voltar pra casa dela? – Me perguntou.
– Não. Nem falamos sobre
isso ainda. Mas ela nem está aqui agora.
– Eu vou sentir saudades
do bebê... vai ser estranho, você não acha? Já nos acostumamos.
– Eu pensei a mesma
coisa. – Admiti e fui até o closet pegar uma roupa para vestir.
Quando voltei para o
quarto, Arthur já estava deitado.
– Você vai deitar também?
– Me perguntou e deixou o celular de lado.
– Vou. – Me aproximei da
cama e coloquei a minha escova de pentear os cabelos sobre a mesa de cabeceira.
– Então eu vou colocar o
celular para despertar. Porque se eu dormir, esqueço de buscar a nossa filha na
escola. – Ele pegou de volta o celular.
– É melhor mesmo. – Me
deitei na cama.
Arthur ficou mexendo no
celular. Me virei de lado no colchão e fechei os meus olhos. Minha cabeça ainda
estava tão pesada. O remédio estava demorando para fazer efeito.
Senti o Arthur envolver a
minha cintura com um dos braços e respirar próximo ao meu pescoço. Não sei se
ele ia permanecer calado ou se ia querer iniciar uma conversa.
Ele começou a acariciar a
minha cintura por baixo da minha blusa. E desse jeito eu não vou conseguir
dormir.
– Luh?
– Uhm... – Murmurei.
– Vira aqui... deixa eu
te perguntar uma coisa.
– Arthur, eu falei sério
sobre estar com dor de cabeça.
– Eu sei, Luh. Mas não é
gracinha... É sério. – Me garantiu e eu me virei.
– O que é então?
– Sei que da última vez
que discutimos, eu te disse que não ia mais ficar fazendo um monte de
perguntas. Mas sei lá... eu fico preocupado...
– É só uma dor de cabeça,
Arthur. – Voltei a afirmar.
– Eu acredito. Só que
você está triste, que eu te conheço e sei o que estou falando. – Me disse
sério. – Posso fazer alguma coisa? A gente pode jantar fora se a sua dor de
cabeça passar. – Sugeriu.
– Não precisa, amor.
– Não é só dor de cabeça,
não é? – Insistiu e eu neguei. – Diz pra mim. Não gosto de te ver assim, você
sabe.
Eu não podia ficar
chateada por ele não lembrar. Ele só soube do acontecido dias – muitos dias –
depois. Eu também não queria ter que lembra-lo. Seria bem melhor assim.
– Não é nada de mais.
Você está bem... – Acariciei sua nuca.
– Ah, Lua... eu estou legal
mesmo. Só que você não. Vamos conversar, pra ver se eu consigo te ajudar de
alguma forma.
– Não quero te preocupar.
Não é nada de mais. Logo passa, você vai ver. – Assegurei.
– Você é teimosa, vida.
Meu Deus! Mas tudo bem. Sem insistências, que é pra gente não brigar. – Contou
e me deu um selinho. – Vem aqui. – Me puxou para mais perto e eu o abracei.
– Eu amo muito você. –
Declarei.
– Eu também te amo muito,
Lua. Muito mesmo. – Me deu dois beijos na testa.
Voltamos a ficar em
silêncio e logo sentir a respiração de Arthur bater, ritmada, em meus cabelos.
Não sei se eu ia
conseguir dormir, mas gostaria de estar melhor quando Arthur trouxesse a nossa
filha para casa. Eu queria escutar como havia sido o seu dia de aula. Ela já
estava tão adaptada. Eu estava tão orgulhosa da minha pequena.
Quatro horas e quinze minutos da tarde.
– Maaamããããããeee! – Anie
pintou no quarto. – Eu já sabia que a senhola já tava aqui.
– A já? E quem te contou?
Foi o seu papai? – Perguntei e lhe dei um beijo carinhoso na bochecha.
– Não. Eu vi o seu carro
lá na galagem, mamãe. – Anie me abraçou pelo pescoço.
– Ei, e que tal a mocinha
aqui tomar um banho, hein? – Cutuquei em sua barriga assim que nos afastamos.
– Nããoo, mamãe... eu nem
quelia ainda.
– Vamos. Senão, você vai
ficar com mais preguicinha. – Me levantei da cama.
– A senhola quer saber
como é que foi na minha aula hoje? O que foi que eu fiz de legal? – Anie me seguiu
quando saí do quarto.
– Claro que quero, minha
filha. O que foi que você fez na escola hoje?
– Eu pintei! Mas não de
lápis, mamãe... foi difelente! Foi de outa tinta. E tinha um monte de bilho.
Ficou bonito e bilhoso o meu desenho. A senhola quer ver?
– Quero, filha. Você já
mostrou para o seu pai?
– Não. Ainda tá na minha
mochila. Vem, mamãe, eu vou pegar pla mostlar, tá? – Anie passou na minha
frente e entrou no quarto dela.
Segui ela e fiquei
aguardando-a tirar o caderno da mochila – sim, Anie está muito independente e
gosta de fazer as coisas da escola sozinha.
– Olha aqui, mamãe. –
Anie me entregou o caderno aberto. Uma fada, extremamente, brilhosa estava
pinta da folha do caderno. Sorri e olhei para a pequena em minha frente.
– Está lindo, filha.
– Obligada, mamãe. – Anie
agradeceu contente. Eu estava ainda mais orgulhosa.
Quando Anie começar a
ler, acho que vou chorar.
– Agola já pode tomar
banho. – Ela sorriu sapeca e eu concordei balançando a cabeça.
– Você tem alguma
atividade para fazer?
– Não, mamãe. Hoje não
tem. – Anie tirou o tênis e eu a ajudei a tirar o restante da roupa.
Lhe dei um banho rápido e
fiquei me perguntando onde Arthur estava, que ainda não tinha aparecido.
– Seu pai saiu, filha?
– Não sei, mamãe. –
Comecei a pentear os cabelos da Anie. Ela estava de roupão.
– Ele entrou com você em
casa?
– Entou. Ele que foi me
buscar.
– Eu sei. – Sorri e lhe
dei um beijo na bochecha. – Vamos ver que roupa a senhorita vai vestir agora.
– Eu posso escolher?
– Pode. – Deixei que Anie
escolhesse a roupa que quisesse.
*
– Aonde você estava? –
Perguntei quando desci a escada e vi Arthur caminhar em minha direção.
– No escritório. Por que?
– Perguntou e franziu o cenho.
– Nada. Só não tinha aparecido.
– John me ligou. Foi
isso.
– O meu pai?
– Não. O John da banda. –
Arthur me deu um beijo no rosto. – Que bebê mais linda da minha vida. – Arthur
pegou Anie no colo.
– Era sobre algum show?
– Uma reunião, querida.
Algum problema, Lua? Você está desconfiada? – Arthur me encarou.
– Não, Arthur. Tem algo
para desconfiar?
– Claro que não. – Ele
riu. – Eu hein... – Colocou a nossa filha no chão.
– Olha o meu desenho que
eu pintei.
– Uuau! Quanto brilho,
hein? Mas está tão lindo. Parabéns, meu amor. – Arthur estava todo bobo.
– Obligada, papai. Agola
eu vou mostar pra Carol e pra Carla também e pro Bart. Cadê o meu cachorro? –
Anie saiu a procura do Bart. Comecei a rir.
– Vem aqui, loira. –
Arthur me chamou. – Você estava falando sério?
– É claro, Arthur. – Continuei
séria.
– É só uma reunião. Você
nunca pediu muita explicação sobre isso.
– Você que tá estranho.
Só perguntei se era show porque ele enviou um email mais cedo. Mas eu nem li,
só dei uma olhada no assunto mesmo. Acho que tenho que fazer ajustes em
contratos.
– Deve ser. Mas ainda não
tem show esse mês.
– O mês está quase
acabando, querido. Por que vocês demoraram?
– Anie queria sorvete e
eu comprei pra ela. – Contou.
À noite.
– Você está melhor? –
Arthur indagou, já devia ser a quarta vez que ele me fazia a mesma pergunta.
– Estou. Já te disse,
Arthur. O que você quer? – Virei o rosto para olha-lo.
Eu estava lendo o email
que o John tinha me enviado pela manhã. Arthur tinha acabado de voltar do
quarto da nossa filha, ele foi coloca-la na cama.
– O que você está
fazendo? É algo do trabalho?
– Sim. Por que? O que
você quer? – Insisti e Arthur riu.
– Você nem devia me fazer
esse tipo de pergunta. – Disse divertido. Continuei o encarando. – Quero fazer
amor com você. Mas você não me parece muito a fim. – Ele notou.
– Quer fazer amor, é? –
Sorri. Não que eu estivesse pensando em transar, eu só queria que Arthur
entendesse que estava tudo bem comigo. Mas ele ia perceber, já tinha percebido.
Ele sempre percebeu.
– Você sabe que sim. –
Arthur sorriu ao afirmar.
– Pode ser depois? –
Sugeri. – Depois que eu terminar aqui, que tal? É um assunto importante que eu
tenho que ter muita atenção.
– Tudo bem. – Arthur
concordou. – Se eu ligar a tevê vai te atrapalhar?
– Se você não aumentar
muito o volume.
– Vou deixar bem
baixinho. – Ele piscou para mim.
Arthur ligou a televisão
e colocou em um filme qualquer. Voltei a ler o email e alguns documentos que
John tinha me enviado. Eu precisava editar alguns contratos de funcionários que
trabalham na banda.
Não costumo discutir
sobre esse assunto com o Arthur e nem ele a me fazer perguntas. Todas às vezes
que misturamos nossos trabalhos, nós brigamos.
Só falamos sobre isso
quando eu participo de alguma reunião com eles, o que é muito raro. Porque
quase nunca temos problemas para serem esclarecidos.
Mandei um email em
resposta a John e pedi mais alguns documentos e informações. Amanhã eu gostaria
de trabalhar nesses contratos pela parte da tarde. Eu já sei que a reunião do
Arthur será amanhã, quarta-feira às nove e quarenta da manhã.
Desliguei o notebook e
guardei. Arthur seguia assistindo o filme, mas ele já tinha ido há alguns
minutos, no banheiro. Me levantei da cama e fui até o closet. Se eu tivesse que
escolher entre dormir e transar, eu, certamente, escolheria dormir. Não que Arthur
esteja me forçando. Ele sempre deixa claro que: só é ótimo quando nós dois
queremos. E ele está certo. Hoje eu só quero ficar quieta porque estou
triste e ele já notou isso, só que não liga os pontos e eu não quero ter que
falar com ele sobre isso de novo.
Peguei uma camisola
branca de renda e vesti, a calcinha era fio dental branca e também de renda.
Quando voltei para o
quarto, Arthur já tinha desligado a tevê e estava deitado na cama mexendo no
celular.
– Amanhã você vai para o
trabalho? – Me perguntou, mas sem desviar da tela do celular.
– Vou. Saí cedo hoje e
deixei alguns trabalhos por fazer. – Expliquei. – Estou pensando sabe... – Me
deitei na cama. – Acho que vou ter que fazer uma viagem...
– Viagem? Para onde?
– Escutei uma conversa do
Ryan. Ele marcou uma reunião na sexta-feira, comigo e com o Adam.
– Texas de novo?
– Acho que não, Arthur. Nova
Iorque.
– Não me diz que ele quer
abrir um escritório lá? – Arthur me encarou.
– Não faço ideia. – Falei
sincera e Arthur desligou o celular e colocou na gaveta.
– E então? – Sorriu animado
e eu sorri de volta.
– Você queria fazer amor.
Coloquei até uma camisola mais sexy. – Contei e Arthur me puxou pela cintura.
– Eu adorei. – Confessou
mordendo o lábio inferior. – Mas você não me parece nada animada. – Observou. –
O que você tem, loira? – Acariciou o meu rosto.
– Arthur, achei que já
tinha dito que está tudo bem. – Respondi.
– Eu te conheço, meu
amor. Você nem tá pensando nisso, estou certo, não estou?
– Se eu tivesse que
escolher entre dormir e transar, eu preferia dormir. – Confessei.
– Então vamos dormir,
Luh. Você sabe que a gente não precisa fazer assim... – Arthur roçou o nariz no
meu pescoço.
– Você tá com muita
vontade... porque você não é de ficar pedindo assim. – Comentei e comecei a
rir.
– Pra você ver... olha o
que eu tenho que fazer?! – Ele concordou e me deu um beijo no pescoço. – Sabe,
Luh... fiquei pensando aqui...
– Em quê?
– Fiquei tentando me
lembrar de alguma coisa, sabe? Alguma coisa que tenha acontecido... não sei
se... se estou certo. Vou te fazer uma pergunta, ok? – Disse e eu assenti.
Talvez ele tivesse lembrado. – Me recordei da viagem que eu e os caras fizemos
ano passado para Liverpool e depois para Manchester, antes da turnê começar.
Foi em setembro. E... eu voltei quando você me ligou. Então, agora, fiquei pensando
que hoje, eu não me lembro, de verdade, hoje acho que foi o dia que você passou
mal. Mas eu só soube dias depois. E se eu estiver certo agora, eu vou ficar
chateado de não ter ligado os pontos. Estou certo? – Insistiu e eu confirmei.
– Mas eu não quero que
você fique chateado. Não te culpo por não ter lembrado de hoje, Arthur. Eu sei
que só te contei muitos dias depois... está tudo bem, querido.
– Claro que não, Luh.
Fiquei pedindo pra gente transar hoje. Que droga! Você devia ter me lembrado. –
Ele enterrou o rosto no meu pescoço, – Me desculpa, meu amor. Eu não fazia
ideia de que estava sendo tão insensível. Desconfiei que não era só a dor de
cabeça... mas disso... do bebê só lembrei agora. – Confessou.
– Eu não queria ter que
te lembrar. Só queria que o dia de hoje passasse o mais rápido. Sei que amanhã vou
estar melhor. Foi mais pela data, não consegui evitar. Ainda dói, você sabe. –
Encolhi os ombros.
– Eu sei... mas se eu
estivesse me lembrado, teria ficado mais com você. – Arthur me deu um beijo na
bochecha.
– Está tudo bem, Arthur.
Pode acreditar. – Assegurei. – Eu vesti uma camisola toda sexy e achei que você
não fosse resistir, porém...
– Uhm... até parece que
tem algum problema com a camisola. – Ele me encarou. – Você está irresistível e
muito gostosa, como você sempre é. Só que você não me convenceu que tá a fim,
então não, não vamos transar.
– Mas você sabe muito bem
me fazer entrar no clima quando eu não estou muito a fim... – O lembrei
passando a ponta dos dedos por suas costas.
– Só que das outras vezes
você só teve um dia cansativo e, também, a gente não precisa lidar com
lembranças tristes. Eu fiquei me sentindo mal agora por ter esquecido e
insistido um pouco para fazermos amor.
– Está tudo bem, meu
amor. – Repeti. – Você só quis ser gentil e carinhoso, como você sempre foi e
é. Fazer amor ia me ajudar a esquecer. Você não precisa se sentir culpado por
isso.
– Tudo bem se não
fizermos nada hoje? – Arthur perguntou baixou.
– Tudo. Agora sou eu que
não vou insistir.
– É que eu não vou conseguir.
– Arthur me abraçou mais forte. – Mas amanhã...
– Amanhã é outro dia, meu
amor. – Comentei. – Vai ser um bom dia diferente. – Prometi.
– Uhm... eu gosto. –
Arthur me deu um beijo demorado no pescoço.
– Eu sei. – Soltei um
riso baixo e Arthur me acompanhou.
Ficamos abraçados por um
bom tempo e Arthur não disse mais nada – continuei acariciando os cabelos e as
costas dele.
– Você dormiu, meu amor?
– Perguntei baixinho.
Arthur não me disse nada.
Passei as mãos nos cabelos dele e lhe dei um beijo na testa.
Pov Arthur
Londres | Quarta-feira, 21 de setembro de 2016.
– Falei que o bom dia
ia ser diferente hoje. – Ouvi a voz da Lua no meu ouvido. O tom era baixo e ela
roçou os lábios na minha bochecha. – Acorda, baby... – Ela puxou o lóbulo da
minha orelha e eu soltei um riso baixo.
– Cedo hein... – Comentei
e senti Lua sentar sobre mim.
– Agora é só assim. – Me
disse entre risos e eu assenti. – Vai ficar assim é? – Questionou e eu abri os
olhos.
– Não. Não com você
assim. – Respondi segurando forte em sua cintura. – Você continua linda e sexy.
Ainda mais sexy com esses cabelos bagunçados. – Falei e Lua sorriu. – Bom dia.
– Levei uma das minhas mãos até sua nuca e a puxei para mim.
– Bom dia. – Lua me
beijou.
Apesar dela ter iniciado
o beijo de maneira lenta, suas intenções era visíveis – não que ela tivesse que
me lembrar do porque havia me acordado daquele jeito.
Desci uma das alças da
sua camisola branca e de renda – um dos meus modelos preferidos – e envolvi um
dos seus seios com uma das mãos e o apertei, antes de descer os beijos para o
seu pescoço.
Lua jogou a cabeça para
trás e roçou a intimidade na minha. Tirei sua camisola por completo e joguei
sobre a cama. Ela desceu uma das mãos até o cós da minha cueca e abaixou.
– Está com pressa,
Arthur? – Lua sussurrou quando puxei sua calcinha para o lado.
– O que você acha? –
Sussurrei de volta e Lua espalmou as mãos em meu peito. – O que foi?
– Vai ser do meu jeito. –
Me avisou baixo.
– Como quiser. –
Descansei a minha cabeça no travesseiro e levei minhas mãos até a coxa de Lua e
as apertei. – A visão daqui é maravilhosa, querida.
– Eu sei e só vai ficar
melhor. – Me garantiu e se afastou para tirar a calcinha.
– Eu posso te ajudar se
quiser. – Me ofereci e Lua sorriu para mim.
– Eu sei que não seria nenhum
esforço. Mas agora, eu já fiz. – Lua me mostrou a calcinha e depois a jogou na
mesma direção que eu havia jogado a camisola. – E então...? – Indagou
aproximando os lábios nos meus.
– Você adora me provocar.
Depois reclama quando eu faço o mesmo. – Contei.
– Eu gosto. – Confessou massageando meu membro, minutos depois, se
levantou um pouquinho, o suficiente para o encaixar em sua intimidade e foi
descendo devagar. Eu sei exatamente o que ela gosta de fazer quando está no
controle. – Que delícia. – Murmurou com os lábios colados nos meus e começou a
se movimentar. Eu subia e descia minhas mãos por seu corpo, apertando o bumbum,
a cintura e os seios dela em cada passada.
Não tínhamos nenhuma intenção de
parar o beijo e os movimentos estavam me deixando maluco. Queria que Lua
acelerasse mais, só que ela estava, literalmente, me provocando. Porque me
conhece por inteiro.
Não sei se demorou ou se
foi muito rápido, me perdi por completo com os beijos e os movimentos de ‘sobe
e desce’, que Lua fazia questão de me lembrar, quando me apertava. Talvez eu
tivesse apertando sua cintura com mais força do que o normal, mas longe de
fazê-la reclamar. A minha vista ficou, momentaneamente, escura e a minha
respiração estava descompensada, igual a da Lua. Senti seu corpo ainda mais
junto ao meu quando seus braços me envolveram, depois que chegamos ao ápice.
Não falamos nada por um bom tempo. Eu fazia desenhos aleatórios em suas costas
com a ponta do dedo indicador e acariciava seus cabelos com a outra mão. Queria
permanecer assim por mais tempo, mas Lua logo teria que levantar para acordar a
nossa filha e depois ir para o trabalho.
– Acho que se eu não
levantar agora, vou me atrasar bastante. – Me contou e se deitou ao meu lado.
– Podia sei lá... ser
sábado. – Comentei e Lua me olhou sorrindo.
– Eu ia adorar. Com
certeza! – Exclamou. – Vem cá, você almoça comigo hoje?
– Pode ser. Se for uma
hora, melhor ainda. Tem a reunião, meu amor. É daqui a pouco. – Respondi.
– É uma hora.
– Então tudo bem. Eu
busco você no escritório?
– Sim. Me liga se não der
para você ir.
– Vai dá sim. – Lhe dei
um selinho. – Você tá bem? – Eu me preocupo bastante com ela.
– Eu disse que seria um
outro dia. – Lua sorriu. – Não se preocupe. – Me pediu. – Agora eu vou tomar um
banho e depois, vou acordar a nossa filha.
– Eu posso acorda-la se
você quiser. – Falei.
– Pode ser então. Pede
pra ela trazer a toalha. – Me lembrou e eu assenti.
Lua foi para o banheiro e
eu vesti a minha cueca e depois a minha calça e fui acordar a Anie.
*
– Até mais tarde. – Dei
um beijo demorado em Lua. Ela tinha acabado de pegar as chaves e estava pronta
para sair de casa.
– Até. – Ela sorriu e me deu
mais um beijo, dessa vez, mais rápido. – Não esquece de me ligar se seus planos
mudarem.
– Não vão mudar, loira. –
Garanti. Almoçaria com ela todos os dias se ela me pedisse. – Deixa eu descer
com você. Quero dar um beijo na Anie antes dela sair. – Hoje é a Lua quem a
levará para a escola. – Que aliás, nem sei como vão ficar meus horários hoje,
já vou até deixar a Carol avisada para ir busca-la, caso eu não possa e leva-la
ao balé. – Contei e Lua concordou.
– John até ficou de me
ligar hoje. – Comentou quando chegamos à sala.
– Será que ainda vamos
nos ver hoje sem ser no almoço? – Ergui uma sobrancelha.
– Talvez. – Lua respondeu
e abriu a bolsa para checar alguma coisa.
– Vem aqui, meu neném. –
Me abaixei para abraçar Anie. – Se comporta, tá?
– Tá, papai. Mas eu me
comporto todo dia. – Ela respondeu ao retribuir o abraço.
– É para continuar assim.
– Pedi e lhe dei um beijo em cada bochecha. – Te amo.
– Te amo. – Anie me deu
um beijo.
– Vamos, filha?
– Vamos, mamãe. – Anie pegou
a mochila e entregou a lancheira para a Lua.
– Boa aula, meu amor.
– Obligada, papai. – A pequena
sorriu.
– Bom trabalho, minha
loira.
– Obrigada, querido. Mas achei
que eu fosse o seu amor também. – Comentou baixinho depois de me dar um selinho.
– É a minha vida. –
Pontuei e Lua sorriu.
Uma e cinco da tarde.
Eu estava esperando Lua
sair do escritório para almoçarmos. Já estou há vinte minutos esperando por
ela. E olha que mandei mensagem assim que cheguei. Mas se não for ela para me
fazer esperar, não tem outra.
Logo a minha loira surgiu
– com aquelas belas pernas de fora –, de coturno preto de salto, saia jeans
vinho com botões, uma blusa preta e uma jaqueta preta de couro. Na mão ela
trazia uma bolsa na cor vinho. Lua ajeitou os óculos e olhou para frente,
provavelmente, à procura do carro. Quando me viu, caminhou em minha direção. Destravei
a porta do carro e Lua entrou.
– Não demorei muito. Então
nem me olha assim. – Falou e me deu um rápido beijo na bochecha.
– Só dez minutos, que se
fosse ao contrário, me conta aí como seria? – Liguei o carro e antes de começar
a dirigir, lhe lancei um olhar.
– Você não estava assim
hoje de manhã. – Notou. – Mas, mudando de assunto, a reunião foi boa?
– Sim, tranquila. Mês que
vem já vamos voltar com os shows. – Contei. – John só está resolvendo uma
papelada. Acho que isso é com você. – A olhei de novo.
– Se forem algumas alterações
e renovações de contratos, sim. – Respondeu. – Ele ainda não me ligou.
– Pediu que não nos atrasássemos.
Eu e os caras. Sabe como ele é com os horários.
– Sei e sei como vocês
são também. – Lua riu.
– Engraçadinha. A maioria
dos meus atrasos é por sua causa.
– Aaham... Quem gosta de
transar de manhã é você. – Pontuou pegando uma barra de cereal.
– Você nem tem vergonha
na cara, Lua! – Exclamei e ela não segurou a risada.
– Mas você nunca diz não.
– Ela deu de ombros.
– É claro que não vou
dizer não. – Falei óbvio. – Eu gosto, mas é você quem prefere transar de manhã.
– Pelo menos eu não me atraso
para os meus compromissos. E olha que trabalho de manhã.
– É que você adivinha
quando sou eu que preciso chegar cedo na produtora. – Comentei.
– Arthur?
– Uhm...
– O quão provável, na sua
opinião, o Ryan pode querer abrir um novo escritório em Nova Iorque?
– Sei lá, você quer porcentagem?
– Uhum.
– Uns noventa porcento. Ele
gosta de ser desafiador. Você por acaso quer se mudar para Nova Iorque?
– Claro que não. Ainda nem
sei se é isso.
– E se for?
– Acho que isso nem será
discutido. Aliás, você fez reserva?
– Claro. Quem encontraria
mesa em um restaurante depois de uma hora da tarde? – Questionei.
– Você pensa em tudo.
– Literalmente, loira. Literalmente.
Inclusive, quer saber no que eu estou pensando agora?
– Alguma coisa que tenha
camisinha no meio. Estou errada? – Ela ergueu uma sobrancelha ao me encarar. Embora
quisesse permanecer séria, vestígios de risos contidos lhe entregavam.
– Lua! – Exclamei.
– Ai, Arthur! – Ela deu, automaticamente,
um tapa na minha coxa. – Às vezes você dá uns rompantes. O sinal fechou. – Me avisou.
– Eu sei. Estou vendo.
– Eu me assusto. – Acrescentou.
– É que eu lembrei de uma
coisa. É sério. – Enfatizei e estacionei o carro.
– Tá, mas não precisa
falar tão alto. O que você lembrou? – Me perguntou atenta.
– Você falou em camisinha
e eu lembrei que não usamos hoje de manhã. – Contei.
– Tá, eu nem lembrei
disso.
– Eu ficaria surpreso se
você tivesse lembrado. – Retruquei.
– Não fizemos nada de
errado.
– Já é a segunda vez. – Lembrei.
– Ok, Arthur. Dá próxima vez
vê se não esquece. – Ela me deu um beijo no pescoço. Sim, Lua estava super
tranquila.
Saímos do carro e
entramos no restaurante.
– Você acha que a gente
vai lembrar de usar camisinha todas às vezes? – Me perguntou assim que sentamos
à mesa.
– Eu nem conto com você
para me lembrar disso não. – Falei sincero. – Você é a primeira a me dizer para
não usar.
– A primeira e só, não é?
– Óbvio, Lua. É modo de
falar.
Pegamos o cardápio e
escolhemos os nossos pratos e as nossas bebidas.
– Eu não estou muito
paranoica igual a você. Mas, você acha que por eu ser mulher, eu deveria me
preocupar mais?
– Não é essa a questão,
você sabe. E quando a gente namorava, você era mais preocupada com isso do que
eu, um milhão de vezes. Agora é diferente.
– É porque era óbvio, eu
não queria engravidar com dezoito, dezenove anos. E agora – lua encolheu os
ombros – não vou engravidar. Por que eu deveria me preocupar tanto?
– Você não sabe. Esse resultado
nem é cem porcento. – Enfatizei.
– Uhm, ok. Então agora é
você quem não quer.
– Quando foi que chegamos
nesse assunto de filho outra vez? – Questionei tomando um gole de água.
– Quando você falou de camisinha.
Não foge do assunto. Você que não quer mais pensar nessa possibilidade e não tem
coragem de me dizer. Seria mais fácil se me contasse, assim eu entenderia toda
a sua preocupação em a gente se proteger.
– Não penso porque você
está certa, não quero mais. É arriscado e nós dois sabemos disso. Então agora a
gente pode falar de outra coisa?
– E se eu engravidasse?
– Você acabou de deixar
bem claro que não pode. Não é você que tem tanta certeza?
– É só para o caso de eu
me preparar para a sua reação negativa.
– Você quer me irritar,
isso sim.
– É sério, a gente está
conversando de boa.
– Não sei qual seria a
minha reação, Lua. Eu não fico pensando que você vai engravidar. – Dei de
ombros. – Você tá pensando muito nisso?
– Não. Eu voltei a
menstruar normal. Vou me preocupar se esse mês atrasar, por conta de hoje. –
Lua deu uma piscadinha. Sim, ela está disposta a me irritar.
– Espero que não atrase.
– Bobo! – Ela riu, mas eu
falei muito sério.
Almoçamos em meio a assuntos
variados e ainda bem que Lua desistiu de falar sobre gravidez e até sugeriu que
eu fizesse vasectomia, porque eu já estava muito preocupado. Óbvio que a
sugestão foi em tom irônico.
– Sabe, Arthur...
– Não sei nem se quero
saber, depois das coisas que você já me disse só agora. Estou é com medo. –
Respondi.
– É sério, amor. – Lua
terminou de tomar o vinho em sua taça. – A gente nem contou para a Soph, para
os meus pais e nem para a sua mãe, que a Anie já está indo para a escola. Só o
Harry, as meninas lá em casa e a Mel que sabem. Aah, é o John por causa da Katherine.
– Você quer contar? –
Perguntei
– Já vai fazer,
praticamente, um mês. – Ela lembrou. – Podíamos ir visitar os meus pais, o que
você acha?
– Que a sua mãe não vai
gostar nadinha dessa ideia. Mas você sabe que pode ir a hora que quiser,
querida.
– Quero ir com você. –
Lua deixou claro.
– Luuaa... a gente sabe
como vai ficar o clima, meu amor. Então, eu não vou forçar nada. Eu posso te
levar, sei que você não gosta de dirigir assim quando é muito longe.
– Eu vou ligar para o meu
pai. – Ela me disse. Sorri e não falei mais nada. John é um cara muito gente
boa.
Segundos depois, o
celular dela começou a tocar.
Ligação ON
– Oi, boa tarde. – Lua
sorriu.
...
– Não. Eu estou no meu
horário de almoço, mas você pode adiantar o assunto. Eu estava esperando a sua
resposta mesmo. – Ela explicou e eu fiquei encarando-a.
Desde quando os clientes
dela ligam para o celular? Lua só trata desses assuntos no escritório.
...
– Uhm... não, não tem
problema nenhum. Posso ir sim. Estou com o Arthur, ele me leva. – Assegurou.
Deve ser bem o John.
...
– Haha... eu vou ter que
buscar primeiro as minhas coisas no escritório. Mas tudo o que eu preciso, já
te mandei naquele email ontem à noite. Você leu?
...
– Ah, sim. Então tudo
bem, estamos entendidos. Nos vemos mais tarde. Beijos.
...
Ligação OF
– Era o John...
– Imaginei. – Chamei o
garçom para pedir a conta.
– Vocês vão continuar a
reunião daqui a pouco.
– Sim, por isso ele não
quer que atrasemos. Eu comentei com você. – Lembrei ela.
– Pois é. Agora eu irei
participar também. – Me avisou.
– Então se eu me atrasar,
estou respaldado. – Pontuei e Lua riu.
Paguei a conta e saímos do
restaurante. Teria que levar Lua de volta ao escritório para ela avisar o Ryan
e pegar as coisas dela e o carro.
Fiquei uns quinze minutos
esperando até Lua aparecer – com Hanna – no estacionamento.
Pov Lua
Saí do escritório com
Hanna no meu pé. Ela tinha escutado que a viagem era sim para Nova Iorque e não
queria deixar para amanhã para me contar tudo.
– Hanna, Arthur está me
esperando. – Sorri educadamente.
– Eu, sei. Mas é rápido.
Você lembra daquele escritório que ficava ligando pra cá? Ryan ficava indignado
e nem queria que eu atendesse as ligações?
– Lembro. Tem alguma
coisa a ver com isso?
– Claro, Luh. É você e o
Adam. Será que ele vai querer leva-los para Nova Iorque?
– Eu não vou me mudar
para Nova Iorque, Hanna. Isso é indiscutível. – Coloquei minhas pastas e minha
bolsa no banco do passageiro. – E acho que nem o Adam. Você não precisa se
preocupar, não vamos te abandonar. – Assegurei.
– Me sinto aliviada. –
Ela sorriu. – Mas é sério, só pra você saber o assunto da reunião de sexta-feira.
– Uhm... deixa ele desconfiar
que você escuta as coisas e me conta. – Comentei divertida.
– Ele só vai saber se
você contar e você odeia fofocas. – Hanna pontuou.
– Só escuto as suas porque
como podemos ver, não tenho alternativas. – Respondi.
– Exatamente. – Ela
concordou.
– Eu preciso ir, Hanna. Eu
tenho uma reunião com o pessoal do McFly e é muito sério.
– Tudo bem, Luh. – Ela se
afastou da porta do carro e eu entrei. Do nada ela começou a acenar para a rua
e quando olhei, era o Arthur que, educadamente, acenava de volta. – Arthur fica
cada dia mais gato.
– Eu concordo.
– Ele não tem nenhum
irmão mesmo? Que preste assim igual ele... – Quem ouvia, pensava que ela falava
o assunto mais sério da vida.
– Hanna, é melhor você
voltar para o escritório. – Respondi rindo.
– É sério, Lua. Ou você tem
um cunhado é esconde de todo mundo?
– Meu único cunhado é o
Mika e não é da parte do meu marido, querida. Beijos.
– Beijos.
Saí com o carro antes que
ela iniciasse um novo assunto. Porque assunto com ela nunca falta.
Produtora.
– Pensei que você fosse
ficar naquele estacionamento o resto da tarde ou que traria a Hanna junto. –
Arthur se debruçou na janela do carro, enquanto eu arrumava as minhas pastas
para levar para a reunião. – Quer ajuda? – Ofereceu.
– Obrigada. – Entreguei
as pastas para ele e abri a porta do carro. – Você sabe como a Hanna é. – Comecei.
– Tudo para ela é sério. Mas dessa vez, é sério mesmo. Era sobre a reunião de sexta-feira.
– Uhm... – Arthur não deu
muita importância. Ele sabia que eu não ia entrar em detalhes. – Pelo menos
chegamos a tempo. – Ele olhou no relógio.
– Oooi! – Harry apareceu
no corredor. – Eu podia dizer: quanto tempo, meu amor?! Mas nos vimos semana
passada. – Comentou. Ele tinha ido visitar a Anie no final de semana. Eu o abracei.
– Pois é, você já foi
mais carinhoso...
– Boa tarde.
– Boa tarde. Só porque eu
ia falar “e educado também.”
– Eu senti que sim. – Ele
riu. – Então você trouxe o seu assistente? – Ele olhou por cima dos ombros para
o Arthur, ele estava com as minhas pastas.
– Pois é, está concorrendo
a uma vaga de estagiário. Quer tentar?
– Não. Porque aí, teria
que te obedecer.
– Arthur não acha ruim. –
Eu o olhei divertida.
– Nossa, que engraçado
vocês dois. Ha-ha-ha. – Arthur ironizou.
– É que depois vocês
transam. E eu não me envolvo com ninguém do trabalho.
– Hahahaha... a tá, eu
vou perguntar para aquela garota da recepção. – Retruquei.
– Você quer uma lista,
querida? – Arthur me ofereceu. – Não foi só a da recepção. – Acrescentou.
– Agora é você que está
engraçadinho. – Ele retrucou o comentário do Arthur. – Deixa eu abrir a porta pra
você, sou cavalheiro. – Me disse.
– Claro, Harry. – Pontuei
e Arthur riu atrás de mim.
– Olá, querida. Boa tarde!
– John me recebeu.
– Boa tarde. – Falei
ainda no abraço. – Chegamos na hora?
– Você sempre. – Ele
olhou para os dois atrás de mim.
– Ainda estou no horário,
caro John. – Arthur respondeu e foi pegar água. – Você quer alguma coisa, Lua?
– Não, obrigada.
– É que eles não cansam
de dizer que eu implico com os horários. Mas dei uma hora e meia, e olha só...
não chegou nem a metade. Sempre o trânsito está um caos. Pode observar quando eles
chegarem. A desculpa nunca muda. De manhã, de tarde, de noite, sempre o mesmo
trânsito. Arthur sabe... – Ele apontou para o Arthur.
– Meu trânsito está aí – Arthur
apontou para mim e eu quis matar ele – nem vai me deixar mentir.
– Falamos sobre isso
hoje, quer que eu repita aqui? – Ameacei.
– Luuaa, Luuaa... – Arthur
veio rindo.
– Ficou nervoso foi? –
Harry implicou.
– Sai, você sabe que aqui
é trabalho. – Falei séria.
– Eu não estou fazendo
nada, loira. – Ele me encarou e deu um beijo rápido no meu ombro, depois se
afastou.
– Onde você quer sentar? –
Harry indagou.
– Longe de vocês dois. –
Respondi. – Senão, não vão me deixar trabalhar.
– O que é isso, Luh? Somos
super comprometidos com o trabalho. – Harry afirmou.
– Vocês dois juntos me
irritam.
– Você que é estressada. –
Harry se sentou do outro lado da mesa.
– Aqueles quatro vão me
pagar! – John estava impaciente e ligava sem parar para o celular de alguém. –
Falei que íamos retomar a reunião às três. Por isso falei para almoçarmos aqui.
Mas foi só eu liberar o Arthur, que aí tive que liberar todo mundo.
– Mas eu já tinha marcado
com a Luh antes de saber que a reunião ia continuar depois do almoço. – Arthur
se defendeu. Preferi não me meter, até porque o assunto não me diz respeito.
Ficamos esperando os
outros voltarem do almoço.
– Eu falei três horas. Eu
repeti umas dez vezes, vocês falaram que já tinha entendido.
– E entendemos, velho
John. Calma. Já chegamos.
– Dez minutos depois,
Nick! Foram almoçar aonde? Do outro lado da ponte da torre?
– Não foi para tanto, mas
o trânsito estava horrível. Depois do almoço é tão difícil voltar.
– Depois, antes, de
manhã, de tarde. Toda hora é difícil. Ouviu, Lua? Eu te disse!
– Olá, Luh. – Nick me deu
um beijo na bochecha e sentou-se ao meu lado.
– Espero que você tenha
aproveitado o tempo no trânsito para checar as informações que Lua pediu. –
John o avisou.
– É claro, John. Todas aqui.
– Ele me entregou uma pasta. – Se faltar alguma, você me diz depois, longe do
John.
– Diz aqui mesmo, Lua. Na
minha frente. – Ele nos encarou.
– Eu já teria demitido
vocês. – Comentei. – Eu hein. – Abri a pasta.
– A gente sabe que sim. –
Harry riu. – Ainda bem que você é a advogada e não a empresária. – Concluiu.
– Sorte sua, ou você nunca
mais chegaria atrasado. – Retruquei.
Arthur não disse nada, na
verdade, ele queria rir. Mas estava se fazendo de sério o tempo inteiro. Ele sabe
que quando nos reunimos para trabalhar, eu não gosto de gracinhas. Harry também
sabe, mas finge desconhecer e fica me irritando.
John retomou a reunião
com os meninos enquanto eu analisava as informações que havia pedido para ele
na noite anterior e que Nick tinha acabado de me entregar.
*
– Por que não podemos
participar? Lua esteve aqui a reunião inteira. – Harry ressaltou enquanto se
levantava da cadeira. A conversa deles havia terminado e eu pedi para falar com
John a sós.
– Harry, hoje você tirou
o dia, meu filho. Eu estou parecendo o seu pai, e olha que não tenho filho
dessa idade.
– Você tem filho?
– Você sabe que não,
engraçadinho.
– Você vai me esperar? –
Perguntei ao Arthur quando ele parou atrás de mim.
– Se você quiser...
– Quero. Não vou demorar.
– Tudo bem. – Ele me deu
um beijo no topo da cabeça e saiu da sala.
– Quer que eu espere também?
– Realmente, hoje você tá
um saco, meu amigo.
– Hahahaha! Amo irritar
vocês! É divertidíssimo.
– Olha o quanto estamos
rindo. – Apontei de mim para John.
– Assim vocês vão
envelhecer super rápido e rabugentos. – Ele nos avisou saindo da sala.
– É assim ou pior quando
estão juntos.
– Eu sei que sim. –
Acreditei. Sabia muito bem como aqueles quatro eram.
– Os documentos estão
corretos?
– Estão sim. – Respondi. –
Só preciso saber exatamente se esse prorrogamento dos contratos são só de um
ano para todos os funcionários ou vou ter que mudar o de alguns.
– De um ano. Depois a
gente prorroga se houver necessidade. Não gosto de passar de um ano com os
contratos, porque às vezes temos problemas e com contrato, complica tudo.
– É verdade. – Concordei e discutimos sobre mais alguns
assuntos.
*
– Já? – Arthur me
perguntou.
– Sim e estou exausta.
– Ainda bem que avisei a
Carol para ir buscar Anie na escola e depois levar para a aula de balé.
– Deixou o dinheiro do
taxi?
– Deixei. – Respondeu e
levantou-se. – Quer ajuda?
– Quero. – Arthur pegou
as minhas pastas. – Harry já foi? – Perguntei porque não ouvi mais barulho
dele.
– Graças a Deus. Me
irritou o que pode. – Caminhamos para fora da produtora. Abri a porta do carro
e Arthur colocou minhas pastas no banco de trás. – Resolveram tudo?
– Sim. Falta só arrumar
os contratos e enviar para o John. Mas isso, só semana que vem. Já combinamos. –
Abri a porta do motorista e me sentei no banco. – Nos vemos em casa, baby.
– Com certeza. – Arthur
sorriu e me deu um beijo antes de fechar a porta do carro para mim.
Em casa.
– Por que o senhor não
foi me buscar na escola? – Mal entramos em casa e Anie já veio perguntar ao Arthur
o porque de não ter ido busca-la mais cedo na escola.
– O papai estava em uma
reunião importante, querida. – Arthur pegou Anie no colo e lhe deu um beijo. –
Que cheirinho do papai.
– Vai viajar?
– Agora não. – Ele a
colocou no chão. – Cadê o Bart?
– Está comendo a
comidinha dele. Já viu que é de ossinho?
– Claro, já vi. – Arthur
riu. É ele quem compra a ração.
– E você não vai falar
comigo?
– Eu vou, mamãe. Como que
a senhola tá?
– Cansada. – Lhe dei um
beijo na testa. – E como foi na escola?
– Muito legal. Tem aviso
na minha agenda. Quer ver?
– Sim. Mas vou tomar um
banho antes. Me mostra depois?
– Mostro, mamãe.
– Você não aprontou nada
na escola, não é? – Arthur parou no meio da escada e olhou para a nossa filha.
– Eu não, papai. – Anie
afirmou automaticamente. – Eu me comportei.
– Tudo bem. Meu medo é
vim um aviso que ela brigou com alguém na escola.
– Credo, Arthur. – Ri ao
passar por ele na escada.
– É sério, loira.
– Eu não biguei, papai.
– Que bom, meu anjo.
– Seu pai precisa
relaxar. Ele tá com cada pensamento.
– Ah, e você acha isso
divertido?
– Por que Anie brigaria
na escola, Arthur? – Questionei deixando minhas coisas em cima da poltrona.
– Vou atás do Bart, tá?
– Tá, filha. – Arthur
respondeu e fechou a porta. – Sei lá, Luh... ela não tem muita paciência. Espero
que nenhuma criança implique com ela. – Comentou.
– Ai, só você mesmo.
Tirei meus sapatos e
depois a minha jaqueta. Arthur já estava só de calça comprida e tinha ligado a
televisão.
– Você não vai tomar
banho?
– Vou. Harry me falou de
um jogo de beisebol. – Me contou. – Quero ver se já começou.
– Vai me trocar por um
jogo de beisebol com o Harry, Aguiar? – Me fiz de ofendida e ele riu.
– É óbvio que não. Nunca.
– Me olhou. – Quer companhia no banho?
– Não exatamente só no
banho.
– Uhm... já comecei a
gostar mais ainda. – Ele mordeu o lábio inferior. – Já até esqueci do jogo.
– Safado. – Joguei o meu
sutiã nele. – Vem... – O chamei com o dedo indicador e Arthur não perdeu tempo.
Óbvio que trancamos a
porta do banheiro. Nem queria imaginar se Anie abrisse aquela porta.
– Você disse que estava
cansada. Achei que fosse o seu jeito gentil de me lembrar para não insistir. –
Arthur beijou meu pescoço. Eu estava de costas para ele.
– Não menti. Estou cansada.
– Admitir. – Mas quero você, não posso?
– Pode. Não estou
reclamando. – Ele mordeu o lóbulo da minha orelha. – Posso te fazer uma
massagem depois. Só a massagem. Você não precisa me lembrar. – Me ofereceu.
– Vou adorar. – Respondi
sentido Arthur me penetrar de maneira lenta.
– Sabe o que eu gosto?
– Uhm... – Espalmei
minhas mãos na pia.
– De te ver por aqui. –
Nós dois olhamos para o espelho e sorrimos.
– Eu também. É sexy. – Falei e Arthur puxou os meus
cabelos.
– Você, querida. Inteira. – Arthur enfatizou.
Os movimentos continuaram lentos e nossos gemidos
baixos até chegarmos ao clímax.
Todos os dias poderiam iniciar e terminar assim. É gostoso
demais.
Continua...
SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.
N/A: Olá, boa noite!
Obrigada a todos os comentários do
capítulo anterior. Vocês são fodas e incríveis! <3
Espero de coração, que vocês
tenham gostado deste capítulo tanto quanto eu gostei de escreve-lo. Sempre venho
reiterar que: a partir de agora, vou correr mais com as datas no decorrer da
história, uma vez que, Little Anie está se encaminhando para a
finalização. Eu quis escrever esse capítulo leve – e atender também a alguns
pedidos que os leitores fizeram lá no grupo haha :D
Bom, comentem tá? É
sempre maravilhoso e gratificante saber a opinião de vocês, para eu melhorar
cada vez mais.
No mais, eu comentei com
alguns leitores – os que estão no grupo do whats – que eu não saberia quando
iria atualizar a fanfic de novo – porque vou iniciar o meu TCC, só que marquei
a reunião com meu orientador duas vezes semana passada e aconteceram alguns
imprevistos. Então ficou para essa semana agora – porém, desde sexta-feira eu
quis posta algo ainda essa semana. E consegui!!! Estou feliz com isso!
Agora, a partir de hoje,
eu já não posso assegurar quando vou atualizar novamente, ok? Espero que
entendam. Mas não se espantem se eu aparecer aqui com uma atualização para vocês
haha porque vou me empenhar para estar sempre aqui – é claro que, quando eu
estiver com tempo. Porque nesse momento eu preciso voltar mais a minha atenção
para os meus estudos. Quero adiantar o máximo que conseguir o meu TCC para
ficar livre na reta final do curso.
PS¹: Abriram os links? Hum, hum...
PS²: Outra coisa que eu
queria falar, sobre ChaMel, quero fazer um capítulo a parte porque sei
que alguns leitores querem saber como eles se resolveram e tals. Não estou me
prendendo muito a relação deles – assim como eu fiz e faço com os outros personagens
– porque o meu foco mesmo é a relação do casal principal: LuAr. Vocês entendem né? Mas já vi que querem saber sobre eles e
é justo, mas vou fazer isso em um outro capítulo, ok? A Mel e o bebê vão sair
da casa do Arthur e da Lua e vão voltar a morar com o Chay. No Especial de
Natal já tem esse spoiler, então não é novidade nenhuma que eles vão ficar
juntos. Correto? Talvez no próximo capítulo já seja até outubro e novembro – na
fic. Fiquem atentos.
Surprises, surprises, surprises...
Haha
Um super beijo.
Espero voltar
em breve.
Amo tanto esse climinha do meu casal❤
ResponderExcluirAhhh que capítulo lindo Milly! Amo demais a sintonia desse casal! Eles estão se entendendo a cada dia mais,com uma cumplicidade que é só deles! Ansiosa para os próximos!!! Não creio que já está acabando,vou sentir muitas saudades! Obrigada por nos manter sempre atualizadas! Um beijo e até a próxima! ❤️😍
ResponderExcluirWeb muito boa esperamos até você possa postar
ResponderExcluirAh amei o capitulo esta maravilhoso a Annie cada dia mas esperta o Harry sempre com as brincadeira dele eo casal Luar cada dia mas juntos e apaixonados .
ResponderExcluirMilly arrasando sempre nós Capitulos ❤️ eu ainda tenho esperança que vai vim mais um baby ! Parabéns Milly ❤️
ResponderExcluirCompletamente rendida nesse cap, Milly você arrasa tanto
ResponderExcluirMeu deus esses dois juntos na ReunIão eu sabia que ia dar merda
AMEEEEIII MUITO MILLY
ResponderExcluirÉ TAO BOM LER COISAS Q FAZEM A GENTE SE SENTIR BEM
Carini
Ameiiiiiii
ResponderExcluirEsse casal é tudo pra mim
ResponderExcluirMilly, que capítulo incrível!!! Sempre impecável e eu não canso de dizer o quanto eu admiro a conexão da lua e o Arthur. Como eles se compreendem e são necessários na vida um do outro, nesse momento que foi tão difícil pra eles. Anie cada vez mais inteligente e agora com a escola então. Embora a gente não goste muito de uma funcionária da escola,será que ela ainda vai aprontar? AMO a lua exercendo a advocacia e com os meninos é só diversão, principalmente o Harry que adoro as implicâncias. Muita coisa pra comentar e só pra dizer que ansiosa pro próximoooooo😍😍 ass: Lorena
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