Little Anie | 8ª Parte
Uma das melhores sensações do mundo é amar e ser amado. É
um fenômeno raríssimo quando existe conexão de verdade. Essa coisa de
conquistar e ser conquistado, cuidar e ser cuidado, mostrar boas intenções e
ter o mesmo de volta é simplesmente um dos melhores sentimentos que podemos
ter. Ter alguém que nos trata com seriedade, com preocupação, e com atenção ao
elo como um todo é fundamental. Entenda que reciprocidade é muito mais que uma
palavra clichê dita por todos por aí, é a reciprocidade que faz um
relacionamento andar positivamente. Quando existe amor, a gente percebe por
coisas pequenininhas. Com demonstrações no dia a dia, tipo: "você chegou
bem por aí?", "já comeu?", ou então naquele "bom dia"
em forma de poesia, ou naquela simples ação de dar um pouco mais de espaço na
cama só para o outro dormir melhor. É ao saber do que você sente, ser
responsável. É ver as tuas versões mais tortas e não correr. É procurar o
crescimento intelectual, espiritual, e de bem estar de ambos. Amar e ser amado
é uma manifestação difícil de acontecer, mas quando ocorrer devemos aproveitar.
– Geffo Pinheiro | @sintoavibe
Pov Arthur
No capítulo anterior...
Não sei qual de
nós dois soltou um longo e alto gemido. Eu não pensei em muita coisa quando Lua
disse que me amava e se moveu no mesmo ritmo que eu. Não tive tempo de
beijá-la. Chegamos ao ápice juntos. E quando isso acontece, controle é o que
menos temos.
– Tudo bem? – Lua
suava. Eu não estava diferente. Ventava tão forte, mas isso não fazia nenhuma
diferença dentro do quarto. – Lua? – Alguns minutos já haviam se passado.
– Oi. – Ela beijou
meu ombro. Nem conseguir sair de cima dela.
– Tá tudo bem? –
Repeti mais baixo. Para ser sincero, eu não sabia se falava muito alto ou muito
baixo.
– Você me paga. –
Pontuou. Ela estava de olhos fechados.
– Ei, o que eu
fiz? – Me fingi de desentendido.
– Vou te mostrar o
que você fez. – Me avisou. Lhe dei um beijo na testa e outro em cada bochecha.
– Você está muito
vingativa. – Comentei. – Gosto disso. Na cama.
– Despois não
quero ouvir reclamações. – Lua abriu os olhos. – Estou ótima, Aguiar.
– A calcinha
realmente derrete, Lua. – Contei.
– Eu estava muito
quente.
– Eu senti. – Dei
um tapa no bumbum dela antes lhe dar vários beijos e mordidas no pescoço. –
Agora eu vou tirar o sutiã.
– Agora não.
– Por quê? –
Perguntei confuso.
– Porque agora é a
minha vez! – Exclamou espalmando as mãos em meu peitoral. – Eu sou muito boa
nisso, Arthur. E eu vou fazer exatamente daquele jeito que você perde o
controle bem rápido. E sabe por quê? Porque eu amo quando você perde o
controle.
– Você é muito
gostosa!
– Eu sei. Você vai
gemer isso e muito mais.
***
Pov Lua
Arthur sorriu de
maneira sensual. Me provocar é o seu passatempo preferido. Aproximei meus
lábios dos dele, mas não o beijei. Arthur apertou minha coxa e depois subiu as
mãos para a minha cintura.
– Você vai ficar
fazendo esse joguinho é? – Murmurou tentando morder meu queixo. – A noite toda?
– Insistiu. – Lua? – Ele riu. – Depois eu não vou ser bonzinho. – Me avisou
divertido.
– Até parece que
você consegue não ser bonzinho. – Provoquei dando um beijo rápido nele.
– Então continua
me provocando pra você ver. – Avisou me puxando pela nuca. – Eu te amo, loira. –
Declarou com os lábios colados nos meus. – Por que você gosta de fazer isso,
hein? – Me deu um beijo no canto da boca. – Hein? – Perguntou mais alto.
– Está achando
ruim por quê? Você gosta que eu sei. – Sorri roçando o nariz no dele. – Eu
também te amo. – Comecei a me movimentar sobre ele. Arthur fechou os olhos e
mordeu o lábio inferior.
– Aai... desse
jeito, Lua...
– Você me obrigou
a fazer desse jeito. – Respondi, – Meus pensamentos eram outros. – Ri baixinho
quando o vi abrir os olhos e assentir.
– Eu sei... eu te
conheço. – Ele me apertou mais forte. – Eu estava esperando... – Confessou.
– Uuuhm... ainda
temos tempo, Aguiar. Bastante tempo. – Contei. – A noite toda é pouco pra você?
– Ah, querida... –
Arthur suspirou me puxando pela cintura. – Se eu te contar que o resto da vida
ainda é pouco... você acreditaria? – Indagou e eu assenti acariciando o seu
rosto.
– Você é tão
lindo. Por que tem que ser romântico na mesma intensidade?
– Eu não sei te
responder essa pergunta. – Senti Arthur acariciar minha bochecha com os
polegares.
– Você quer ser
modesto? – Brinquei.
– Foi você quem me
chamou de lindo. – Ele se defendeu. – Eu ia soar arrogante, vai... – Nós dois
rimos.
– Mas você é
lindo. Eu estou sendo sincera! – Exclamei. – Eu posso enumerar muitas
qualidades suas... mas eu não quero falar muito agora. – Expliquei. – Agora eu
só quero te beijar muito.
– Eu também quero
te beijar... mas você é tão mandona. Achei que pudesse me impedir.
– Você está sendo
sarcástico. – Lhe dei um tapa no peito e acelerei meus movimentos.
– Aai, sua
atrevida! – Exclamou me dando um tapa no bumbum.
– Esse tipo de
incentivo só me faz ir mais rápido. – Sussurrei ao pé do ouvido dele enquanto
‘subia e descia’.
– Estou sentindo,
loira. Estou sentindo. – Arthur passou as mãos nas minhas costas. – Pode
continuar, meu bem... está maravilhoso.
Arthur encostou os
lábios nos meus. Disse que me amava antes de puxar meu lábio inferior e iniciar
o beijo. Arthur tem uma pegada tão forte que me faz perder o ar. Ele tinha
descido uma das mãos para a minha cintura e começado a se movimentar também.
Fechei os meus
olhos momentaneamente e respirei fundo. Queria que isso durasse a noite toda.
Arthur é quase incansável e eu sei que se continuasse com as provocações, de
manhã era eu quem acordaria reclamando de cansaço. Ele é ousado suficiente para
acordar pedindo mais um round, só para rir da minha reação de
incredulidade.
– Só mais um
pouquinho...
– Assim? – Me
movimentei devagar.
– Sim, Lua...
ou... ou de qualquer jeito, meu amor.
– Achei que você
gostasse mais desse jeito lento... você sempre diz que assim me sente melhor.
– Você é gostosa
demais para eu não te sentir de todos os jeitos. Nossa! Você sabe que eu vou
go...
– Não se eu parar.
– Ameacei. Ele fica louco quando eu brinco com isso.
– Você não vai
fazer isso. Nem se atreva! – Respondeu de olhos fechados, mas seu tom de voz
era sério.
– Eu não tenho
medo.
– Mas não é para
ter medo mesmo. É só pra saber que vai ter volta. – Esclareceu. – Já pode
voltar a se movimentar. – Acrescentou.
– Eu não parei.
– No ritmo de
antes. Não se faça de desentendida. – Arthur segurou mais firme a minha
cintura. – Por favor, meu amor... Isso, Lua... assim, desse jeito. –
Voltou a fechar os olhos. – Você gosta de brincar com fogo.
– É que eu tenho
um parceiro muito gostoso. Você não acha?
– Vem aqui, Luh...
– Mas eu já estou
tão perto. – Sussurrei.
– A boca, Lua.
Quero te beijar. – Arthur quase implorou e segurou meu rosto com as duas mãos.
– Você está sentindo, Luh?
– Completamente. –
Encostei a testa na dele. Nossas respirações estavam ofegantes e eu apertei
seus ombros com mais força e fechei os olhos.
–
Lua?
Ouvi Arthur me
chamar baixo. Faziam alguns minutos que estávamos em silêncio, nossas
respirações estavam voltando ao normal. Senti Arthur tirar alguns fios de
cabelo do meu rosto.
–
Amor?
A voz dele
continuava baixa. Eu ainda estava sobre ele e ainda estávamos unidos e eu
queria permanecer assim por mais algum tempo. Por isso não respondi nada.
– Ei, loira? Não
me diz que dormiu? – Seu tom de voz era divertido. – Estou sentindo a sua
respiração... – Contou. – Isso é algum tipo de truque pra você fugir de mais um
round, é? – Supôs e me deu uma palmada. Arrebitei mais o bumbum e Arthur
riu contra o meu ombro. – Você está acordada, linda... está cansada? Faz um
sinal pelo menos. – Sugeriu. Dei uma mordida no ombro dele. – Ai, uma mordida
assim também não...
– Por que?
– Porque machuca o
bebê. – Ele tentou ficar sério, mas acabou rindo quando eu resmunguei um "A
tá!" – O que você tá resmungando aí? – Me apertou nos braços e me deu
um beijo na cabeça. – Você não me respondeu, loira.
– Eu estou
acordada, Arthur. Bem acordada. – Enfatizei. – Você quer que eu prove?
– Só se você
aguentar mais algumas investidas. Eu sei o que você está sugerindo.
– Não acredito que
você não está nenhum pouquinho cansado, amor. – Observei incrédula.
– Eu quero
aproveitar, Lua. Aproveitar cada segundo nesse paraíso com você. – Arthur se
afastou e me deu um beijo na ponta do nariz. – Você acha que eu vou reclamar de
cansaço?
– Eu estou
cansada. – Falei sincera.
– Uhm... tudo bem.
– Ganhei um beijo na testa. – Não vou forçar nada. – Acrescentou,
completamente, compreensivo.
– Eu sei. – Me
mexi e saí de cima dele. Arthur virou de lado e ficou me olhando.
– Essa surpresa
foi fantástica. Você é gostosa. Só que hoje foi diferente. – Me disse passando
o polegar na minha bochecha. – Foi melhor do que eu imaginei. – Eu apenas sorri
antes de Arthur me beijar.
– Eu fiquei
nervosa. Às vezes parece bobagem...
– Seu
constrangimento ainda me surpreende. Já estamos juntos há bastante tempo... e
às vezes você ainda fica envergonhada. Eu já te vi nua mais vezes do que
qualquer outra pessoa. – Explicou de maneira paciente. – E eu não acho isso
ruim. – Esclareceu. – Eu te acho tão linda. Não gosto quando você se sente
insegura.
– Isso só acontece
quando a gente faz algo diferente. Igual hoje... nunca usei uma calcinha
comestível. E achei que fosse dá tudo errado. Você já tinha ficado chateado.
– Eu não fiquei
chateado, Lua. Eu só fiquei confuso. Você mudava de assunto toda hora. – Ele
riu. – E nem precisava dessa confusão toda. – Pontuou. – Eu gostaria de
repetir... muitas e muitas outras vezes. Foi delicioso, e você não precisa
ficar vermelha.
– Eu gostei muito
também. – Admiti. – A gente pode repetir a qualquer momento. – Assegurei.
– Eu te amo tanto,
minha linda. – Ele chegou mais perto para me beijar.
*
– O bebê da Sophia
e o da Mel nascem agora em maio. – Comentei. Já tínhamos voltado para a cama
depois de um banho.
– Eu não quero
falar sobre bebês, Lua. – Arthur me olhou cautelosamente.
– Foi só um
comentário. – Cruzei os braços. – Você vai ignorar o assunto "bebês"
– fiz aspas com os dedos – para sempre? Porque se você esqueceu, a Mel está lá
em casa.
– Claro que não. –
Revirei os olhos. – A gente vai brigar por isso? É sério?
– Não. Óbvio que
não. Não quero brigar. Eu só comentei mesmo.
– Tudo bem. Me
desculpa se fui grosso com você. – Pediu sincero. – Eu estou pedindo desculpas
de verdade. – Deixou claro.
– Eu já disse que
está tudo bem, Arthur. – Puxei o lençol para me cobrir.
– Você não precisa
ficar irritada se está tudo bem.
– Não estou
irritada.
– Aah não? Poxa,
Lua, tivemos uma noite tão incrível. Eu não quero que ela termine assim. Eu não
quero falar sobre bebês, por favor. É um assunto que ainda nos deixa tristes.
Por tudo o que aconteceu, querida. Eu não quero te ver triste. Vamos mudar de
assunto?
– Eu quero dormir,
Arthur.
– Lua, meu amor,
eu não quis ser grosso e nem te deixar chateada.
– Você não foi
grosso, Arthur. Quando você é grosso, eu te chamo de cavalo. – O lembrei.
– Isso é verdade.
– Arthur me puxou para o colo dele. – Desculpa mesmo. – Acariciou o meu
rosto.
– Eu não estou
chateada, Arthur. – Assegurei.
– Você quer dormir
mesmo?
– Não me diz que
quer fazer amor de novo? – Sorri.
– Não. Você está
cansada e eu não sou nenhum insensível. – Arthur depositou um beijo em meu
ombro. – Eu te amo, meu neném... – Ele me apertou mais forte.
– Eu também te
amo. – Acariciei os cabelos dele e senti Arthur beijar o meu pescoço. – Você
quer falar sobre o quê?
– Qualquer assunto
que não envolva bebês está ótimo.
– Antes era eu.
Agora é você? – Questionei.
– Somos nós dois.
Não vem fingir que falar sobre bebê não te abala.
– Tááá... –
Desisti de discutir com ele. – Vamos ficar acordados atéééé...
– Isso que estou
vendo. – Arthur me deu um selinho. – Amanhã a gente vai dar um mergulho...
– Eu estou
ansiosa, amor. Ei!
– Sim.
– Lembrou que dia
é amanhã? Hoje, na verdade... – Corrigi. – Já passou de meia noite.
– Não. – Arthur
riu alto. – Eu pensei em muitas coisas, Lua. Mas nenhuma incluiu datas.
– Mas você sabe do
que eu estou tentando te falar...
– Ai, querida... –
Arthur passou a mão no rosto. – Deixa eu ver... dia vinte e cinco... – Ele
pensou por alguns minutos. – Aah... – Me encarou de cenho franzido. – Você tá
menstruada, Lua? Quer dizer... Você não está, porque eu não vi nada.
– Não. – Ri. – É
amanhã na verdade... ou a qualquer momento.
– Aah, por isso
que você quis fazer essa surpresa hoje de qualquer jeito. – Arthur encheu o meu
rosto de beijos.
– Exatamente. Ai,
Arthur. – Gemi.
– Você é o meu
amor, loira. – Declarou ao me olhar.
– Eu sei que você
disse que queria aproveitar cada segundo. É que eu, literalmente, esqueci desse
detalhe quando você decidiu a data dessa viagem.
– Não tem nenhum
problema. A gente pode aproveitar de outras maneiras. Está tudo certo. – Ele
garantiu. – Vamos dormir? Senão, de manhã você vai ficar com preguiça de
levantar que eu te conheço.
– Só um pouco talvez...
– Concordei parcialmente.
– Um pouco, tá. –
Me deu um beijo na bochecha. – Bons sonhos, meu anjo.
– Bons sonhos,
querido. – Lhe dei um beijo demorado.
White Bay, Jost Van Dyke |
Segunda-feira, 25 de abril de 2016 – Oito horas da manhã.
– Bom dia, meu
amor. – Meu tom de voz era baixo e Arthur sorriu de maneira involuntária quando
passei o dorso da mão pela bochecha dele. – Você disse que era eu quem ia
acordar com preguiça. – O lembrei.
– Ai, loira... –
Ele se espreguiçou. – Bom dia, vida. – Me deu um beijo na testa. – Ainda é
muito cedo?
– Não faço ideia,
Arthur. – Estiquei meu braço para pagar o celular. – Oito horas. – Respondi.
– Você dormiu bem,
meu anjo?
– Dormi, Arthur. E
você? – Acariciei sua bochecha.
– Também. – Ele
sorriu com o carinho. – Vamos tomar café aqui ou em outro local?
– Prefiro aqui no
quarto. – Respondi e Arthur virou para me dar um beijo. Levou as mãos direto
para os meus seios. – Safado.
– Não estou
fazendo nada de errado. – Ri com a resposta e coloquei a mão sobre a dele.
– Pede morangos,
amor. – Falei depois do beijo.
Arthur levantou da
cama e foi até o telefone do hotel.
– Só morangos?
– Você sabe o que
pedir, Arthur.
Ele fez os pedidos
e depois caminhou para o banheiro.
– É madrugada em
Londres. – Comentei e Arthur demorou alguns minutos para me responder.
– Sim. Anie está
dormindo.
– Você já marcou o
horário do voo amanhã?
– Só tem a noite,
Luh.
– A noite que
horas?
– Às sete. São só
dois voos por semana. Terça-feira e sábado. – Me explicou.
– Tudo bem,
Arthur. – Levantei e fui para o banheiro.
Tomei um banho,
depois escovei os meus dentes e sequei os meus cabelos. Voltei para o quarto e
abrir o guarda-roupa para pegar o meu maiô e a saída de praia.
Arthur estava
sentado na cama e mexia no celular, parou assim que eu tirei a toalha.
– O que foi?
– Nada. Só estou
admirando a minha mulher. Não posso?
– Engraçadinho. –
Joguei a toalha nele. – Fecha aqui atrás. – Pedi.
– Nossa, achei que
você ia usar só biquínis. – Arthur ajeitou meu maiô na parte de trás. –
Prontinho. Sua menstruação desceu? – Perguntou assim que eu me virei de frente
para ele.
– Não. E espero
que nem venha hoje. Só um dia não faz mal. – Respondi.
– Aah não faz mal?
– Ele riu. – Que linda, hein? Azul combina tanto com você. – Acariciou minhas
mãos.
– Agora não. Você
não precisa se preocupar.
– Não estou
preocupado, Lua. – Afirmou e ouvimos uma batida na porta do quarto. – Nosso
café da manhã chegou.
Arthur foi abrir a
porta para pegar o café e eu peguei a minha saída azul para vestir.
– Nem sei onde
deixei a minha sandália ontem. – Comentei e Arthur apontou para a porta do
banheiro.
– Vou trocar de
roupa antes de tomar café. Você me espera?
– Espero.
– Panquecas e
geleia de uva e morango. – Arthur disse tirando a tampa das bandejas. – Pedi
suco de maracujá e os seus morangos, baby.
– Obrigada.
Agradeci e Arthur
foi pegar uma sunga azul de listras, um short também na cor azul com estampas e
uma camiseta branca.
– Estou combinando
com você. – Sorriu.
– Você é um lindo e,
diga-se de passagem, um gostoso também. – Comentei piscando um olho. – Assim eu
fico com ciúmes. – Contei.
– Só assim? –
Arthur se jogou na cama.
– Claro que não.
Por que você tem que ser sexy sem fazer muito esforço?
– Até parece que
você faz algum esforço também. – Arthur me deu um beijo na bochecha. – A
panqueca está boa?
– Uma delícia! –
Respondi.
*
White Bay é um
paraíso! A praia não fica longe do hotel, chegamos em menos de quinze minutos.
Iates e lanchas já estão espalhados pelo mar, que parece refletir o azul do
céu.
O sol está
queimando e Arthur já me perguntou mil vez se eu passei bastante protetor e se
eu lembrei de trazer na bolsa.
– A gente pode
alugar uma dessas espreguiçadeiras. O que você acha?
– Uma ótima ideia,
Arthur. Quero descansar também e pegar um solzinho.
– Tudo bem. Não
precisa exatamente ficar no sol. Vamos ver se tem com guarda-sol. – Nós
continuamos andando. – Mal chegamos e você já está extremamente corada. – Ele
pincelou o meu nariz com o indicador. – Você fica tão charmosa com as bochechas
e o nariz vermelhinho. Tenho vontade de morder. – Arthur apertou mais forte o
braço em volta da minha cintura e acabei ganhando um beijo.
– Você só quer me
morder.
– Eu tenho que
concordar. – Confessou divertido. – Aqui. O que você acha? – Apontou para
algumas espreguiçadeiras mais afastadas da movimentação de pessoas que andavam
pela areia da praia e tomavam banho de mar.
– Por mim tudo
bem.
Concordei e não
demorou dois minutos para que aparecesse um funcionário. Arthur resolveu com
ele sobre o aluguel das espreguiçadeiras e disse que mais tarde pediremos o
almoço.
Provavelmente
ficaríamos aproveitando o sol até de tardezinha. Arthur tirou a camiseta e o
short e os jogou sobre a minha bolsa – homens. Tirei a minha saída e coloquei,
dobrada, sobre a espreguiçadeira.
– Você quer comer
alguma coisa antes de pedirmos o almoço? – Arthur me perguntou lendo o
cardápio.
– Não. Acabamos de
tomar café. Desse jeito eu vou engordar em três dias tudo o que não engordo há
anos. Você quer isso, Arthur? – Dei um tapa em uma das coxas dele.
– Que nada, Lua.
Deixa de exagero. – Ele colocou uma das mãos na minha coxa e ficou acariciando.
– Vou pedir água de coco. Você vai querer?
– Quero.
– Vou pedir
bolinho de batata com queijo e presunto. Não vai querer mais nada mesmo? – Me
olhou desconfiado. Certamente eu comeria alguns bolinhos dele.
– Não. Pode pedir
os seus bolinhos.
– Tá "Arthur,
deixa eu provar só um." Aí você vai comer todos os meus bolinhos. –
Ele me deu um beijo na bochecha. – Vou pedir pra você também, sua chata linda.
– Me avisou.
– Você que é chato
e quer me engordar. Você tá me achando magra ou algo do tipo? – Olhei para o
meu corpo e depois para o Arthur. Ele estava rindo.
– Você é muito
boba! Deixa de graça, loira.
Ele chamou o
garçom e fez os pedidos – que não demoraram a chegar.
– Vamos tomar
banho, Arthur? – Me sentei e Arthur me olhou.
– Mas já? Logo
agora que eu estou saboreando os meus bolinhos...
– Então deixa eu
deitar aí com você? – Pedi daquele jeito que ele não me nega nada.
– Deitar? Então
você quer colo? – Sorriu com carinho e se ajeitou para me dar espaço. – Vem,
meu amor. – Me levantei e andei até ele, me acomodei em seu colo e ficamos em
silêncio enquanto Arthur comia aqueles bolinhos de batata recheados. – Você
está bem? – Me perguntou depois de um tempo.
– Estou. –
Afirmei. – Estou relaxando. – Acrescentei e Arthur riu me dando um beijo na
cabeça. – Depois a gente pode ir atrás de um lugar que venda coisas de
farmácia?
– Coisas de
farmácia? Você está passando mal? – Arthur me olhou preocupado.
– Não, Arthur. É
só que eu vou precisar de absorvente e eu esqueci de trazer. E eu também quero
comprar algum creme ou gel pós-sol. – Expliquei com calma e Arthur passou uma
das mãos no meu braço.
– Você vai
precisar mesmo. Por que tem que ficar tão vermelha? Ainda quer pegar sol? – Me
provocou.
– Você disse que
eu fico charmosa. – Pontuei.
– E eu não menti. –
Afirmou. – A hora que você quiser procurar uma farmácia, a gente vai tá? É só
você me dizer.
– Tá. Obrigada,
Arthur.
– De nada, meu
amor.
– Arthur? – O
chamei.
– Oi.
– Vamos fazer
amor? – O encarei.
– Aqui? – Me
perguntou sem acreditar e eu assenti. – Lua! – Exclamou rindo. – Meu amor, aqui
não. – Respondeu. – Você está brincando com a minha cara.
– Claro que não. –
Respondi rindo.
– Até parece que
vou transar com você aqui, Lua. Olha o tanto de gente que tem nessa praia. Você
tá me zoando. – Comentou.
– As pessoas nem
estão olhando para nós, Arthur. Você já foi mais destemido. – Contei.
– Hahaha! Isso é
sacanagem, Lua. Você nunca que ia querer transar correndo o risco de alguém
ver. Nem em casa você gosta. Fica toda, “Ai, amor e se aparecer alguém?”
na sala, na varanda, fica mandando eu fechar a porta umas três vezes pelo
menos. Isso em casa, Lua. Imagina aqui. – Me encarou sério. – Você só quer me
provocar.
– Nossa, até
parece que você não me conhece. – Retruquei.
– Lua? É
exatamente porque eu te conheço, meu bem. – Deixou claro.
– Você não
acredita?
– Não com esse
maiô, Lua. Seria mais fácil se fosse biquíni. – Piscou um olho. – Vai insistir?
– Questionou e eu o encarei com ar de “Você está mesmo duvidando de mim?”
– Lua? – Ele riu. – Para de me olhar assim. Você está fazendo graça, depois
fica me mandando parar. Eu te conheço, Lua Blanco. – Me lembrou. – As pessoas
vão ficar olhando, Lua. – Acrescentou quando eu comecei a beijá-lo no pescoço.
– Você duvidou de
mim. – Sussurrei.
– Lua, por
favor... – Ele começou a rir. – Eu não consigo disfarçar igual a você.
– Tá com medo?
– Eu não tenho
medo disso, Lua. – Arthur tentou tirar a minha mão da coxa dele. – Para, Lua. –
Ele voltou a rir. – Se você me fizer ficar duro, você vai dar o teu jeito e eu
nem quero saber como.
– Eu sei como,
Arthur. – Provoquei e tentei passar por cima dele para levantar.
– Lua. Para. – Ele
pensou que eu fosse sentar sobre ele.
– Eu vou levantar.
Quero tomar banho, Arthur.
– Mas eu sabia! Te
conheço ou não?
– Você que se fez
de difícil. Eu estava falando sério. – Respondi. – Eu não costumo insisti
muito. Você sabe.
– A tá! – Retrucou
irônico.
– Você vem ou vai
me deixar ir sozinha?
– É óbvio que eu
vou com você. – Ele também se levantou.
Corri na frente
dele – mesmo Arthur jurando que não ia correr atrás de mim, ele correu. Eu amo
praia. Nem parece que nasci em uma cidade em que praias quase nem existem.
– Você me fez
correr, Blanco! – Arthur exclamou quando me alcançou; já dentro da água.
– Eu não fiz nada.
– Me defendi jogando os braços ao redor do pescoço dele.
– Me lembra de te
dar umas palmadas depois. Você está muito desobediente. – Brincou me puxando
para mais perto.
– Eu te amo, baby.
– Você é tão
linda, loira. Meu Deus! Eu tenho tanta sorte. – Arthur roçou os lábios nos
meus.
Nos beijamos.
– Eu queria só uma
semana inteira com você aqui. – Confessou ao pé do meu ouvido.
– Seria um sonho,
meu amor.
– Nem consigo
explicar o quanto eu amo a tua companhia, loira. Vamos ficar aqui mais uns
dias... uhm...?
– Eu tenho que
voltar para o escritório, Arthur. Só pedi dois dias, meu amor. Você sabe.
– Era pra você ter
pedido mais. – Arthur beijou a ponta do meu nariz.
– A é?
– Não, Lua. Tá
ótimo dois dias!
– Uhm, bem. –
Encostei minha cabeça no peito dele.
– Vamos dar um
mergulho? Não era o que você queria, baby?
– Era. – Me
afastei dele. – Aposto que mergulho mais fundo que você.
– Uhm! Vamos ver!
Gosto quando você me desafia.
Arthur sorriu.
– Você é a minha
visão do paraíso. – Comentei. Já tínhamos voltado para a areia e Arthur estava
parado na minha frente de óculos e sunga.
– Você tá
gravando, Lua? – Ele riu.
– Não.
– Uhm... –
Murmurou desconfiado.
– Só tirando foto
do meu marido gostoso. Uuuhm... Eu não sei se vou querer postar. – Fingi
estar com dúvidas. – Apesar de que o privilégio de ver ao vivo é sempre meu. –
Passei a língua nos lábios e mordi meu lábio inferior. Arthur sorriu como quem
diz "Você é muita presunçosa!" – Acho que eu vou postar. –
Decidi.
– Postar o que,
Lua? – Indagou confuso.
– Você já, já vai
ver. – Respondi e Arthur sentou na ponta da espreguiçadeira que eu estava.
Postei a foto e depois fiquei olhando a mesma.
Arthur é muito
lindo. Realmente, é a minha visão do paraíso.
– Você quer tomar
alguma coisa, vida?
– Acho que eu já
quero almoçar, Arthur.
– Não era você que
estava toda neurótica que eu estava querendo te engordar? – Debochou pegando o
cardápio. – Agora já quer comer.
– Você é chato! –
Empurrei ele com os pés.
– Paaaraa. – Ele
puxou um dos meus pés para cima da coxa dele e segurou. Certo de que,
eventualmente, eu ia começar a provoca-lo. – Vai querer pedir o quê?
– Me surpreenda,
Arthur Aguiar. – Respondi séria e Arthur virou o rosto para me olhar.
– Infelizmente, o
meu nome não está aqui. – Ele apontou para o cardápio.
– Uhm, convencido!
– Rocei a perna na coxa dele.
– Vou pedir peixe,
Lua.
– Pede salada
também.
– Você está
falando sério, Lua?
– Por que você
acha que eu estou sempre brincando?
– Tá... – Ele
deixou de lado. – Salada, peixe e o que mais?
– Pedi para você
me surpreender. – O lembrei.
– Você anda
fazendo uns pedidos meio diferentes. – Ele riu. – Quer mesmo que eu continue?
– Quero.
– Arroz branquinho
e suco de maracujá. Certo?
– Certo, baby!
Arthur fez os
pedidos, os pratos foram quase os mesmos – só não pediu salada pra ele.
Almoçamos em meio
a assuntos aleatórios e risadas.
Quatro horas da tarde.
– Arthur?
– Oi, loira. – Ele
passou a ponta dos dedos pelas minhas costas.
– Vamos?
– Já? – Ele tirou
os óculos e jogou uma das pernas por cima de mim, me abraçou e depositou um
beijo no meu pescoço. Eu estava de bruços e Arthur já tinha passado duas vezes
protetor solar nas minhas costas, braços e pernas.
– Aham... eu estou
com sono. – Admiti. Ele sorriu.
– Então vamos.
Você vai querer passar na farmácia antes?
– Sim, se
encontrarmos uma.
– Tá bom.
Me sentei e vesti
minha roupa. Arthur também fez o mesmo. Depois ele pagou a conta e nós caminhamos
até o carro.
No hotel.
– Vou tomar um
banho, tá? – Avisei ao pegar a toalha. – Depois você passa o gel nas minhas
costas? Estou começando a querer me coçar. – Contei.
– Não coça, Luh.
Vai despelar, querida. – Disse preocupado.
– Tá. Vou tomar um
banho rápido. – Voltei a dizer e entrei no banheiro.
– Posso tomar
banho com você?
– Pode, Arthur.
Tomamos um banho
rápido. Depois eu fui até o guarda-roupa pegar uma calcinha e Arthur pegou uma
cueca e um short.
– Posso pegar uma
camisa sua?
– E desde quando
você pede permissão para pegar uma camisa minha? – Arthur tocou o ombro no meu.
– É que lá em casa
é diferente e aqui você só trouxe três. – Expliquei.
– Pode pegar, Luh.
– Amanhã você não
vai querer usar uma?
– Vou usar com o
seu cheiro.
– Idiota. – O
empurrei até a cama. – Eu te amo.
– Vem. Deita aqui
que eu vou passar o gel em você.
– Espero que
refresque, Arthur. – Me deitei na cama e Arthur pegou o gel pós-sol. – Depois
podemos tomar um vinho ou você não vai querer beber?
– Podemos beber,
Luh. Meu problema em não beber, não tem a ver com você. – Ele começou a passar
o gel nas minhas costas.
– Aaaii... eu sei.
– A sua
menstruação desceu?
– Não, Arthur.
Tomamos banho juntos. – Respondi.
– E tá tudo bem?
– Tá. Por que não
estaria?
– Não sei, Luh...
foi só uma pergunta mesmo. Você me disse que tinha alguns meses que estava
vindo na data certinha.
– Foi. Mas depois
do aborto às vezes falha.
– Hum.
– Você não precisa
se preocupar. – Pedi.
– Tudo bem,
querida.
– Os meus seios
estão inchados e, levemente, doloridos. – Contei.
– Eu sei. Eu
percebi isso desde sábado. – Arthur respondeu naturalmente. Às vezes ele
percebe as mudanças no meu corpo antes de mim. Ri. – O que foi, Blanco?
– Você me conhece
muito.
– Lua, meu amor...
– Ele riu. – São os anos, meu bem.
– Você está
fazendo massagem.
– É que você está
tensa.
– Estou só
cansada. O sol estava bem quente.
– Pronto. – Ele
tinha passado nos meus braços e nas minhas pernas também. – Agora – Deu uma
palmada no meu bumbum. – Só pra não perder o costume. – Me deu um beijo na
bochecha.
– Você podia me
beijar ao invés de me dar palmadas.
– Eu vou é te
morder.
– Nãããoo... – Me
encolhi e arranquei risos dele.
– Boba! Vou pedir
o vinho. Quer uma pizza também?
– Sim. De queijo
com calabresa.
– Você quem manda,
loira.
– Eu gosto assim,
Arthur.
– Eu sei. – Ele
riu. – Vou fazer os pedidos.
Arthur levantou da
cama para fazer os pedidos e eu me sentei para vestir a camisa. Depois, eu,
também, me levantei e andei até a varanda. O pôr do sol daqui é tão lindo. Não
poderíamos ter uma vista melhor.
– Em quinze
minutos eles trazem nossos pedidos. – Arthur falou atrás de mim e me deu
um beijo no ombro antes de me abraçar pela cintura.
– Aqui é tão
lindo. – Comentei.
– Muito,
Luh. – Concordou. – Vem, vamos sentar aqui. – Arthur me puxou
para sentar com ele no sofá grande que fica na varanda. – Você está tão
quentinha. – Disse me abraçando forte.
– Arthur?
– Uhm...
– Vamos ligar para
casa? Quero saber como a nossa filha está. Com a diferença de horário fica ruim
ligar a qualquer hora.
– Vamos. Deixa eu
ver... – Ele pegou o celular. – Vamos fazer uma chamada de vídeo? Quero vê-la
também. Deve está aprontando todas.
– Liga. – Pedi.
Arthur ligou para
a Carol e esperamos chamar quatro vezes, até uma Anie eufórica aparecer na
tela.
Ligação ON
– MAAMÃEE!
PAAPAAI! – Ela sorriu abertamente. – Eu já tô com um monte de saudades!
– Nós também, meu
amor. – Sorri de volta.
– Como você está,
filha? – Arthur perguntou.
– Eu tô bem,
papai. Olha aqui o Bart. – Ela se abaixou para mostrar o cachorro. – Fala com
os nossos papais, Bart. Diz, olá, papais. – Anie ficou insistindo para
que o cachorro falasse. Olhei para Arthur.
–
Eu virei mãe de um cachorro. Era o que faltava. – Falei e ele riu.
–
E eu o pai.
–
Foi você quem começou.
– Aah... – Anie
suspirou. – Ele não quer falar. – Desistiu e o cachorro saiu correndo.
– Tudo bem, filha.
O importante é que vimos que os dois estão bem.
– É, papai. – Ela
afirmou.
– E a senhorita
está se comportando direitinho? – Perguntei.
– É claro que eu
tô, mamãe. Pode perguntar pla todo mundo.
– Olha que eu vou
perguntar mesmo. – Avisei e Anie deu uma risada.
– Quando é que
vocês vão voltar pla casa?
– Falta só mais um
dia, meu anjo. – Respondi e Arthur acrescentou:
– Meu Deus, quando
eu chegar em casa eu vou te irritar muito, pequena. Se prepara.
– Arthur! –
O repreendi.
– Minha mamãe não
vai deixar. – Anie retrucou. – Não é, mamãe?
– É claro que eu
não vou deixar. – Afirmei.
– Eu disse, papai!
– Queee, sua mamãe
vai está no trabalho.
– Maaamãããee...
– É mentira dele,
filha. Arthur, para! Nem longe você deixa de implicar com a menina.
– Te amo, sua
chata! – Ele mostrou língua para nossa filha que o imitou. – Olha como ela é.
Vingativa igual a mãe. – Arthur cheirou o meu pescoço.
– Eu também amo
vocês. – Anie declarou de uma maneira muito carinhosa. Eu só queria abraçar
essa coisinha linda da minha vida.
– Ai, minha vida.
Eu também te amo, meu bebê. Quero muito te abraçar, meu amor. – Contei.
Nos falamos mais
alguns minutos e depois nos despedimos.
Ligação OF
– Chegou! – Arthur
exclamou assim que ouvimos uma batida na porta.
– Eu já estava com
fome mesmo. – Contei rindo.
Arthur abriu a
porta e pegou a bandeja com a pizza, o vinho e as taças.
– Eu realmente vou
engordar. – Comentei já pegando um pedaço de pizza.
– Depois fala que
foi eu que te deixei engordar. – Arthur colocou o vinho nas duas taças.
– Mas é você
mesmo. – Pontuei.
– Naaadaa disso,
dona Lua. Só não vou te deixar com fome. É diferente. – Ele se defendeu. – Um
brinde, loira.
– Um brinde, meu
amor.
Fizemos um brinde
e comemos algumas fatias de pizza.
– Você topa depois
assistir um filme ou vai querer fazer outra coisa? – Arthur sugeriu.
– Pode ser,
Arthur. Hoje eu estou bem acessível, querido.
– Uau, tivemos uma
evolução. Vou precisar viajar mais com você para que você assista um filme
comigo?
– Não começa,
Arthur... – Avisei logo.
– Vem aqui mais
perto... quero tirar foto dessa paisagem linda.
– Com vinho?
– Com você, Lua. –
Arthur me deu um beijo. – A companhia mais maravilhosa que eu poderia ter.
– Uhm... você é
tão romântico.
– Um de nós teria
que ser.
– Vai jogar na
cara é? – Questionei.
– Jamais, meu
anjo. – Arthur tirou a foto. – Um bom vinho, um belo pôr do sol e minha
maravilhosa companhia. – Ele escreveu na legenda.
– Que filme você
quer assistir?
– Não faço ideia,
Luh. Você pode escolher... eu sou um marido muito gente boa.
– Haha tá bom... –
Terminei de beber o vinho que estava em minha taça.
– Tá debochando é?
– Eu? Jamais, meu
anjo.
– Atrevida! Meu
Deus, como eu te amo. – Arthur me puxou para cima dele.
Pov Arthur
White Bay, Jost Van Dyke | Terça-feira,
26 de abril de 2016 – Sete e quarenta e cinco da manhã.
– Vamos acordar,
loira... – Rocei os lábios nas costas nuas de Lua. Ela tinha acabado de abrir
os olhos, mas ainda estava muito sonolenta.
– Ai, você tá de
sacanagem, Arthur. – Lua reclamou e puxou o lençol para se cobrir mais ainda.
– Hoje é nosso
último dia aqui, meu amor. Que tal a gente acordar, tomar café e depois dar uma
corridinha ou até uma caminhada?
– Arthur? Você tá
me zoando? – Lua me encarou.
– Claro que não. O
dia tá lindo. – Contei.
– Eu quero dormir
mais um pouquinho, amor. – Pediu daquele jeito dengoso dela; que quase sempre
eu cedia. Mas hoje eu estava disposto a fazer ao contrário.
– Achei que você
ia dizer que estava cansada de ontem. – Sussurrei contra o ombro dela e Lua
riu.
– Aí você resolveu
sugerir que a gente vá correr a uma hora dessas, Arthur?
– Só um exerciciozinho
de leve. Não que você precise, mas nunca faz mal.
– Por favor,
Arthur!
– É muito sério,
Lua.
– Eu não vou.
– Então você vai
me fazer convidar nossa vizinha de quarto para uma corrida?
– Você quer voltar
nadando para Liverpool, Arthur?
– Moro em Londres.
– Não depois dessa
corrida. – Me ameaçou.
– Toda ciumenta.
Vem logo. Vamos levantar.
– Por que do nada
você se torna tão chato e irritante?
– Eu te amo,
loira.
– Então me deixa
dormir mais um pouco. Quem ama deixa o outro dormir. Não fica irritando.
– Mas eu só irrito
quem eu amo. – Esclareci passando as mãos pelas pernas dela.
– Paaara, eu estou
nua, Arthur. – Ela bateu na minha mão.
– E isso é ruim
desde quando? – Ri.
– Eu não acredito
que você vai me fazer correr... – Ela já tinha desisto de tentar me fazer mudar
de ideia. – Eu não trouxe roupa para isso, amor.
– Não precisa de
roupa, Lua.
– Aaah, e eu vou correr nua? – Perguntei irônica.
– Óbvio que não!
Eu quis dizer que não precisa exatamente de roupa de correr. Depois a gente dá
um mergulho. Que tal?
– Tá bom. Meu
Deus! Tá bom.
– Te amo, te amo,
te amo!
– Espero que você
não invente isso quando chegarmos em casa. – Lua tirou a coberta.
– É uma boa ideia,
Lua.
– Boa? Você tá é
doido! – Ela levantou da cama. – Deixa eu ver. Vou usar esse biquíni amarelo.
– Vai correr de
biquíni, Lua? – Perguntei meio confuso.
– Você disse que
não precisava ser roupa de correr.
– Lua, para! – Ri
de nervoso. – Você tá brincando?
– Tá nervoso é? –
Me provocou.
– Você vai correr
de biquíni?
– Estamos na
praia, Arthur. Eu não trouxe nenhuma calça comprida além da minha calça de moletom.
– Explicou.
– Hahaha tá bom.
Eu vou vestir a minha roupa. – Eu fui para o banheiro e ouvi Lua dar risada.
Pov Lua
Óbvio que eu não
ia correr só de biquíni.
Peguei um top cor
de rosa e a calça de moletom que eu vesti na vinda para White Bay. Eu não tinha
outra roupa que combinasse.
Arthur saiu do
banheiro com um short preto e depois pegou uma camisa azul no guarda-roupa.
– Tá mais calmo?
– Você estava de
sacanagem, Lua. – Arthur riu. – Você
mesmo não ia sair assim. Eu te conheço.
– E por que fez
perguntas idiotas?
– Não vou é fingir
que não sinto ciúmes. – Falou depois de alguns segundos. – Você já está pronta?
– Mudou de assunto.
– Vamos. –
Respondi.
– Traz o meu
celular, por favor. – Pediu eu peguei o celular dele e o meu e coloquei na
minha bolsa.
– Vamos almoçar na
praia?
– Se você
preferir.
– Prefiro, Arthur.
– Às suas ordens,
baby.
– Hahaha! Adoro! –
Respondi.
Não corremos coisa
nenhuma. Nós mal tivemos coragem de andar, depois do café da manhã. Começamos a
rir quando Arthur me puxou para correr.
Não deu certo – e
disso eu já sabia!
– Você é muito
sedentária, Lua. Meu Deus! – Arthur jogou um dos braços ao redor do meu
pescoço.
– Aah, só eu
mesmo? E você?
– Eu estou
acompanhando o teu ritmo. – Se defendeu.
Fingido!
– Mentira, amor!
Você tá com uma coragem pior que a minha.
– Até parece! –
Ele exclamou rindo.
– Vamos pedir para
alguém tirar uma foto da nossa tentativa de sermos pessoas saudáveis?
– Você é demais! –
Ele riu mais alto. – Eu sou saudável, tá?
– Saudável que
odeia frutas, verduras e legumes? Ai que ironia.
– Blá, blá, blá...
Pedimos para o
funcionário do restaurante tirar uma foto nossa.
Amo os nossos
momentos de risos soltos.
– Obrigado. –
Agradecemos juntos o moço.
– Deixa eu ver a
foto. – Arthur pegou o celular da minha mão. – Você quer ficar no mesmo local
de ontem?
– Sim. Lá é bem
tranquilo. Dá para ti provocar sem grandes preocupações.
– Nem inventa,
Lua... nem inventa. – Me avisou. – Você tem um sorriso tão lindo, loira. –
Arthur me deu um beijo. – Te amo.
– Obrigada. Te
amo. – Peguei o celular de volta.
A
ideia de correr na praia terminou em risos.
Eu não poderia
colocar outra legenda.
Pov Arthur
– Você me fez
vestir essa roupa para nada, Arthur. – Lua reclamou quando tirou o top. Ela
vestia por baixo um biquíni amarelo meio queimado.
– Eu não. Você que
começou a rir ao invés de correr. – Tirei minha camisa. – Passou protetor?
– Passei. Mas
passa mais um pouco. – Me pediu.
– Tá na bolsa? –
Perguntei pegando a bolsa.
– Sim. – Lua
respondeu e eu abri a bolsa para pegar o protetor solar.
Passei protetor
solar nas costas dela e depois ela passou nas minhas.
– Tá certo aqui
atrás? – Lua virou de costas para mim.
– A calcinha?
– Óbvio, Arthur.
– Tá perfeito,
Lua! – Dei uma palmada no bumbum dela e Lua virou a mão para bater no meu
braço.
– Eu vou começar a
bater na tua bunda toda hora! Não vou ter dó. – Me ameaçou.
– Não fique
zangada. É uma das minhas diversões favoritas. – Mordi o queixo dela.
– A bunda é minha!
– Exatamente por
isso, por ser sua. Já pensou se eu saio batendo na bunda de outras mulheres?
Seria falta de respeito.
– E comigo, não é?
– Você se sente
ofendida?
– Não. Que saco!
Eu gosto! – Admitiu.
– Eu sei. Por isso
que faço. Esses tapas te irritam na mesma proporção. – Ri. – Vem, vamos
aproveitar. Daqui a pouco vamos embora e eu vou sentir saudades. Você tá linda
com esse biquíni.
– Obrigada. Mas
lembra que você implicou com ele?
– Não impliquei
com ele. Impliquei com você. – Expliquei.
Corremos para o
mar. A água estava uma delícia. Queria acordar amanhã aqui de novo.
– Coloca o celular
encostado no pé da espreguiçadeira. – Lua sugeriu.
Queríamos tirar
uma foto, mas não tinha ninguém por perto para nos ajudar com isso. Fiz o que
ela sugeriu e corri para pega-la no colo.
– Espero que dê
certo. – Sussurrei e ela sorriu. – Está no temporizador. – Contei e Lua me
beijou.
O cenário
contribuía bastante para sair uma foto linda.
– Agora você vai
me levar no colo até a espreguiçadeira.
– Que abusada! –
Exclamei. Mas fiz o que ela mandou.
– A foto ficou
linda, Arthur. – Lua disse após pegar o celular para ver a foto.
– Deixa eu ver. –
Pedi e Lua me entregou o celular. – Linda mesmo. Você é espetacular, loira.
– Assim eu fico
sem graça. – Ela comentou roçando os lábios no meu ombro direito.
– Não sei
porque... vivo te enaltecendo, elogiando. Não é nenhuma surpresa. – Virei o
rosto e lhe dei um beijo na bochecha. – Seis anos depois e o amor da minha
vida continua a mesma loira linda. – Escrevi na legenda.
– Eu sou a sua
loira preferida.
– E única, Lua.
Nunca existiu outra, meu bem. – Assegurei.
E nós beijamos.
Amo essa mulher de uma maneira que jamais vou conseguir explicar.
Semanas depois...
Londres | Sexta-feira, 13 de maio de
2016 – Nove e meia da noite.
– Aconteceu alguma
coisa? – Entrei no quarto e Lua estava andando de um lado para o outro.
Ela me assegurou
há dias que estava tudo bem quanto a menstruação atrasada. O problema é que
já estamos em maio e a menstruação ainda não desceu. E Lua só me disse isso ontem.
Fiquei preocupado, mas meus pensamentos não foram muito além de “isso pode
ser super normal” ela me garantiu que às vezes falha. Acho que
essa apreensão pode estar relacionada a isso.
– Lua? Você me
ouviu? – Insisti.
– Está.
– Está?
– Quer dizer... –
Ela suspirou. – Sophia me mandou mensagem. – Contou se sentando na cama.
– Achei que fosse
sobre a sua menstruação. – Me sentei ao lado dela. – Mas e o que ela quer dessa
vez?
– Minha sobrinha
vai nascer, Arthur.
– Agora?
– Não exatamente.
Ela... ela está com dor.
– Ela só disse
isso?
– Não.
– Lua.
– Perguntou se eu
ia.
– Quê?
– Você acha que é
uma péssima ideia? Ela disse que Micael está mais nervoso que ela. Que queria
que eu fosse. A gente já tinha combinado... sei que foi antes de toda essa
confusão entre a gente... eu não sei o que responder. – Me disse nervosa.
– Eu também não
sei, Lua. – Fui sincero.
– Você vai ficar
chateado se eu for?
– Claro que não,
Lua. Eu não vou me meter seja qual for a sua decisão. Quanto a isso, você não
precisa se preocupar. – Deixei bem claro. Só não queria que todos esses
acontecimentos fizessem Lua se sentir mal.
– Quero ir. Minha
sobrinha não tem nada a ver com os impulsos da Sophia.
– Isso é verdade.
– Sorri de lado.
– Vou dizer que
sim. – Lua parecia bem nervosa. – Provavelmente meus pais já devem estar
sabendo... já devem estar vindo... minha mãe.
– Ela te preocupa?
– Não quero ter
que brigar com ela de novo. No natal foi horrível. Todos os dias foram
exaustivos. – Lamentou.
– Eu não vou, Luh.
O problema da tua mãe sou eu, meu amor. – Segurei suas duas mãos. – Se você
quer ir ficar com a sua irmã, está tudo bem, Lua. Eu nunca vou ficar chateado
por conta disso. Ela esteve com você quando a nossa filha nasceu. Eu posso te
levar no hospital se você quiser. Até porque, não vou deixar você dirigir
sozinha tarde da noite. – Falei e Lua me abraçou.
– Obrigada, meu
amor.
– Uhm... de nada,
meu anjo. – Lhe dei um beijo nos cabelos. – Quando você quiser ir, é só me
avisar. Tudo bem?
– Tudo bem. Ainda
vou ligar pra ela. – Me disse ainda abraçada a mim.
As próximas horas,
certamente, serão longas.
Continua...
SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.
N/A: Olá, boa tarde, leitores! <3 Vocês estão bem?
Espero que sim.
Maaaiiss uma
atualizando de Little Anie para vocês <3 espero que gostem.
Eu sempre sou
suspeita para comentar o que eu escrevo hahaha AMEI demais esse capítulo.
Aposto que deixei vocês criarem esperanças aí sobre um certo assunto haha Mas
eu não sou tão mal assim, vai. Não queiram me matar!
Estão
preparadas para os capítulos vindouros???
Esse tempo que o
“nosso” casal tirou fez um bem danado para eles, não é mesmo? Vocês se
divertiram com a leitura? Senti muito amor também ao escrever. Ai, meu Deus! Que
amor desses dois!!!
Eles estavam
precisando!
Viram as fotos? O
que acharam? Gostaram das fotos do insta?
Ps¹: Quem participa do grupo da fanfic no
whats, sabe que tive problemas em colocar as fotos nos links como das outras vezes. O site,
simplesmente, não abre. Então, a solução que eu encontrei foi colocar as imagens
no meio do capítulo mesmo. Depois eu vou ver se consigo arrumar isso.
E esse finalzinho,
hein? ME CONTEM TUDO!
Comentem tá?
A interação de vocês é muito, muito, muito importante. <3
Ps²: Cada comentário
e crítica é importante. Isso faz cada escritor enxergar onde está errando e
acertando. É por esses e outros motivos que eu sempre estou cobrando os comentários
de vocês. É muito chato quando a gente se empenha e não vê um retorno. Senti falta
disso nos capítulos anteriores. É um incentivo a mais para que eu atualize o
quanto antes. :`D
Obrigada a quem
comentou no capítulo anterior, seja aqui ou no grupo. Vocês são demais. Li tudo
com muito carinho.
Um beijo e até a próxima atualização.
Não
esqueçam de comentar, por favor.
Capítulo maravilhoso, nosso casal tava precisando de um momento só deles.Fotos perfeitas,to super esperançosa com o atraso da menstruação da Lua,(já quero um baby Luar).Ansiosa pelo próximo já.
ResponderExcluirque amor esse cap! esperando ansiosamente pelo próximo.
ResponderExcluirQue capítulo maravilhoso, um amor por esse e todos os outros capítulos kk
ResponderExcluirE esse trouxe um tiquinho de esperança pro baby luar,as fotos lindas
Amando
Mais uma vez você arrasou Milly! Amo demais cada atualização sua! Esses momentos do nosso casal preferido foram maravilhosos! Ansiosa para os próximos, para saber o que vai acontecer depois que os bebês nascerem! Obrigada por nos atualizar sempre. Muitoooo ansiosa para ler os próximos! Já tem previsão de quando vai postar? Kkkkkkk
ResponderExcluirBeijos e até breve!
Amei o capítulo. Tão lindo ver o amor e cumplicidade deles. Eita coração, esperança de um baby vindo ai.
ResponderExcluirAnsiosa demais pelo próximo.
Parabéns, cada vez melhor.
Que capítulo sensacional eles estavam merecendo esse momento sozinhos e longe de tudo o q aconteceu essa viagem foi perfeita , e em relacao a Sophia a Lua esta certa a sobrinha n tem nada a ver com as brigas delas e o Arthur quer ficar na dele reservado n se meter em relacao as irmas .
ResponderExcluirQue momento mágico, pq o Arthur tem q ser tão romântico ♥️ mais a lua não ficou atrás, ela surpreendeu com a renovação dos votos de casamento 💞. Pena q a lua não pode mais engravidar, pq do jeito que esses dois estavam insaciáveis aí, aí 🤭. E essas fotos fizeram a imaginação ir mais longe kkkkkk. Arthur está certo, lua tem q se resolver com a irmã e da apoio a ela tbm, pq quando a lua precisou foi a Sophia que estava lá para ajudar e apoiar na hora do parto da Anie. Muito obrigada Milly por mais um capítulo sensacional ♥️👏👏
ResponderExcluirEu amei muito os capítulos Milly só consegui ler agora aí amei tudo não me de esperança sou iludida ansiosa demais para os próximos capítulos ❤️ ass:noemi
ResponderExcluir