Litte Anie - Cap. 86 | 8ª Parte - Final

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Little Anie | 8ª Parte

Uma das melhores sensações do mundo é amar e ser amado. É um fenômeno raríssimo quando existe conexão de verdade. Essa coisa de conquistar e ser conquistado, cuidar e ser cuidado, mostrar boas intenções e ter o mesmo de volta é simplesmente um dos melhores sentimentos que podemos ter. Ter alguém que nos trata com seriedade, com preocupação, e com atenção ao elo como um todo é fundamental. Entenda que reciprocidade é muito mais que uma palavra clichê dita por todos por aí, é a reciprocidade que faz um relacionamento andar positivamente. Quando existe amor, a gente percebe por coisas pequenininhas. Com demonstrações no dia a dia, tipo: "você chegou bem por aí?", "já comeu?", ou então naquele "bom dia" em forma de poesia, ou naquela simples ação de dar um pouco mais de espaço na cama só para o outro dormir melhor. É ao saber do que você sente, ser responsável. É ver as tuas versões mais tortas e não correr. É procurar o crescimento intelectual, espiritual, e de bem estar de ambos. Amar e ser amado é uma manifestação difícil de acontecer, mas quando ocorrer devemos aproveitar. – Geffo Pinheiro | @sintoavibe

Pov Arthur

No capítulo anterior...

Não sei qual de nós dois soltou um longo e alto gemido. Eu não pensei em muita coisa quando Lua disse que me amava e se moveu no mesmo ritmo que eu. Não tive tempo de beijá-la. Chegamos ao ápice juntos. E quando isso acontece, controle é o que menos temos.

– Tudo bem? – Lua suava. Eu não estava diferente. Ventava tão forte, mas isso não fazia nenhuma diferença dentro do quarto. – Lua? – Alguns minutos já haviam se passado.
– Oi. – Ela beijou meu ombro. Nem conseguir sair de cima dela.
– Tá tudo bem? – Repeti mais baixo. Para ser sincero, eu não sabia se falava muito alto ou muito baixo.
– Você me paga. – Pontuou. Ela estava de olhos fechados.
– Ei, o que eu fiz? – Me fingi de desentendido.
– Vou te mostrar o que você fez. – Me avisou. Lhe dei um beijo na testa e outro em cada bochecha.
– Você está muito vingativa. – Comentei. – Gosto disso. Na cama.
– Despois não quero ouvir reclamações. – Lua abriu os olhos. – Estou ótima, Aguiar.
– A calcinha realmente derrete, Lua. – Contei.
– Eu estava muito quente.
– Eu senti. – Dei um tapa no bumbum dela antes lhe dar vários beijos e mordidas no pescoço. – Agora eu vou tirar o sutiã.
– Agora não.
– Por quê? – Perguntei confuso.
– Porque agora é a minha vez! – Exclamou espalmando as mãos em meu peitoral. – Eu sou muito boa nisso, Arthur. E eu vou fazer exatamente daquele jeito que você perde o controle bem rápido. E sabe por quê? Porque eu amo quando você perde o controle.
– Você é muito gostosa!
– Eu sei. Você vai gemer isso e muito mais.

***

Pov Lua

Arthur sorriu de maneira sensual. Me provocar é o seu passatempo preferido. Aproximei meus lábios dos dele, mas não o beijei. Arthur apertou minha coxa e depois subiu as mãos para a minha cintura.

– Você vai ficar fazendo esse joguinho é? – Murmurou tentando morder meu queixo. – A noite toda? – Insistiu. – Lua? – Ele riu. – Depois eu não vou ser bonzinho. – Me avisou divertido.
– Até parece que você consegue não ser bonzinho. – Provoquei dando um beijo rápido nele.
– Então continua me provocando pra você ver. – Avisou me puxando pela nuca. – Eu te amo, loira. – Declarou com os lábios colados nos meus. – Por que você gosta de fazer isso, hein? – Me deu um beijo no canto da boca. – Hein? – Perguntou mais alto.
– Está achando ruim por quê? Você gosta que eu sei. – Sorri roçando o nariz no dele. – Eu também te amo. – Comecei a me movimentar sobre ele. Arthur fechou os olhos e mordeu o lábio inferior.
– Aai... desse jeito, Lua...
– Você me obrigou a fazer desse jeito. – Respondi, – Meus pensamentos eram outros. – Ri baixinho quando o vi abrir os olhos e assentir.
– Eu sei... eu te conheço. – Ele me apertou mais forte. – Eu estava esperando... – Confessou.
– Uuuhm... ainda temos tempo, Aguiar. Bastante tempo. – Contei. – A noite toda é pouco pra você?
– Ah, querida... – Arthur suspirou me puxando pela cintura. – Se eu te contar que o resto da vida ainda é pouco... você acreditaria? – Indagou e eu assenti acariciando o seu rosto.
– Você é tão lindo. Por que tem que ser romântico na mesma intensidade?
– Eu não sei te responder essa pergunta. – Senti Arthur acariciar minha bochecha com os polegares.
– Você quer ser modesto? – Brinquei.
– Foi você quem me chamou de lindo. – Ele se defendeu. – Eu ia soar arrogante, vai... – Nós dois rimos.
– Mas você é lindo. Eu estou sendo sincera! – Exclamei. – Eu posso enumerar muitas qualidades suas... mas eu não quero falar muito agora. – Expliquei. – Agora eu só quero te beijar muito.
– Eu também quero te beijar... mas você é tão mandona. Achei que pudesse me impedir.
– Você está sendo sarcástico. – Lhe dei um tapa no peito e acelerei meus movimentos.
– Aai, sua atrevida! – Exclamou me dando um tapa no bumbum.
– Esse tipo de incentivo só me faz ir mais rápido. – Sussurrei ao pé do ouvido dele enquanto ‘subia e descia’.
– Estou sentindo, loira. Estou sentindo. – Arthur passou as mãos nas minhas costas. – Pode continuar, meu bem... está maravilhoso.

Arthur encostou os lábios nos meus. Disse que me amava antes de puxar meu lábio inferior e iniciar o beijo. Arthur tem uma pegada tão forte que me faz perder o ar. Ele tinha descido uma das mãos para a minha cintura e começado a se movimentar também.

Fechei os meus olhos momentaneamente e respirei fundo. Queria que isso durasse a noite toda. Arthur é quase incansável e eu sei que se continuasse com as provocações, de manhã era eu quem acordaria reclamando de cansaço. Ele é ousado suficiente para acordar pedindo mais um round, só para rir da minha reação de incredulidade.

– Só mais um pouquinho...
– Assim? – Me movimentei devagar.


– Sim, Lua... ou... ou de qualquer jeito, meu amor.
– Achei que você gostasse mais desse jeito lento... você sempre diz que assim me sente melhor.
– Você é gostosa demais para eu não te sentir de todos os jeitos. Nossa! Você sabe que eu vou go...
– Não se eu parar. – Ameacei. Ele fica louco quando eu brinco com isso.
– Você não vai fazer isso. Nem se atreva! – Respondeu de olhos fechados, mas seu tom de voz era sério.
– Eu não tenho medo.
– Mas não é para ter medo mesmo. É só pra saber que vai ter volta. – Esclareceu. – Já pode voltar a se movimentar. – Acrescentou.
– Eu não parei.
– No ritmo de antes. Não se faça de desentendida. – Arthur segurou mais firme a minha cintura. – Por favor, meu amor... Isso, Lua... assim, desse jeito. – Voltou a fechar os olhos. – Você gosta de brincar com fogo.
– É que eu tenho um parceiro muito gostoso. Você não acha?
– Vem aqui, Luh...
– Mas eu já estou tão perto. – Sussurrei.
– A boca, Lua. Quero te beijar. – Arthur quase implorou e segurou meu rosto com as duas mãos. – Você está sentindo, Luh?
– Completamente. – Encostei a testa na dele. Nossas respirações estavam ofegantes e eu apertei seus ombros com mais força e fechei os olhos.

– Lua?

Ouvi Arthur me chamar baixo. Faziam alguns minutos que estávamos em silêncio, nossas respirações estavam voltando ao normal. Senti Arthur tirar alguns fios de cabelo do meu rosto.

– Amor?

A voz dele continuava baixa. Eu ainda estava sobre ele e ainda estávamos unidos e eu queria permanecer assim por mais algum tempo. Por isso não respondi nada.

– Ei, loira? Não me diz que dormiu? – Seu tom de voz era divertido. – Estou sentindo a sua respiração... – Contou. – Isso é algum tipo de truque pra você fugir de mais um round, é? – Supôs e me deu uma palmada. Arrebitei mais o bumbum e Arthur riu contra o meu ombro. – Você está acordada, linda... está cansada? Faz um sinal pelo menos. – Sugeriu. Dei uma mordida no ombro dele. – Ai, uma mordida assim também não...
– Por que?
– Porque machuca o bebê. – Ele tentou ficar sério, mas acabou rindo quando eu resmunguei um "A tá!" – O que você tá resmungando aí? – Me apertou nos braços e me deu um beijo na cabeça. – Você não me respondeu, loira.
– Eu estou acordada, Arthur. Bem acordada. – Enfatizei. – Você quer que eu prove?
– Só se você aguentar mais algumas investidas. Eu sei o que você está sugerindo.
– Não acredito que você não está nenhum pouquinho cansado, amor. – Observei incrédula.
– Eu quero aproveitar, Lua. Aproveitar cada segundo nesse paraíso com você. – Arthur se afastou e me deu um beijo na ponta do nariz. – Você acha que eu vou reclamar de cansaço?
– Eu estou cansada. – Falei sincera.
– Uhm... tudo bem. – Ganhei um beijo na testa. – Não vou forçar nada. – Acrescentou, completamente, compreensivo.
– Eu sei. – Me mexi e saí de cima dele. Arthur virou de lado e ficou me olhando.
– Essa surpresa foi fantástica. Você é gostosa. Só que hoje foi diferente. – Me disse passando o polegar na minha bochecha. – Foi melhor do que eu imaginei. – Eu apenas sorri antes de Arthur me beijar.
– Eu fiquei nervosa. Às vezes parece bobagem...
– Seu constrangimento ainda me surpreende. Já estamos juntos há bastante tempo... e às vezes você ainda fica envergonhada. Eu já te vi nua mais vezes do que qualquer outra pessoa. – Explicou de maneira paciente. – E eu não acho isso ruim. – Esclareceu. – Eu te acho tão linda. Não gosto quando você se sente insegura.
– Isso só acontece quando a gente faz algo diferente. Igual hoje... nunca usei uma calcinha comestível. E achei que fosse dá tudo errado. Você já tinha ficado chateado.
– Eu não fiquei chateado, Lua. Eu só fiquei confuso. Você mudava de assunto toda hora. – Ele riu. – E nem precisava dessa confusão toda. – Pontuou. – Eu gostaria de repetir... muitas e muitas outras vezes. Foi delicioso, e você não precisa ficar vermelha.
– Eu gostei muito também. – Admiti. – A gente pode repetir a qualquer momento. – Assegurei.
– Eu te amo tanto, minha linda. – Ele chegou mais perto para me beijar.

*

– O bebê da Sophia e o da Mel nascem agora em maio. – Comentei. Já tínhamos voltado para a cama depois de um banho.
– Eu não quero falar sobre bebês, Lua. – Arthur me olhou cautelosamente.
– Foi só um comentário. – Cruzei os braços. – Você vai ignorar o assunto "bebês" – fiz aspas com os dedos – para sempre? Porque se você esqueceu, a Mel está lá em casa.
– Claro que não. – Revirei os olhos. – A gente vai brigar por isso? É sério?
– Não. Óbvio que não. Não quero brigar. Eu só comentei mesmo.
– Tudo bem. Me desculpa se fui grosso com você. – Pediu sincero. – Eu estou pedindo desculpas de verdade. – Deixou claro.
– Eu já disse que está tudo bem, Arthur. – Puxei o lençol para me cobrir.
– Você não precisa ficar irritada se está tudo bem.
– Não estou irritada.
– Aah não? Poxa, Lua, tivemos uma noite tão incrível. Eu não quero que ela termine assim. Eu não quero falar sobre bebês, por favor. É um assunto que ainda nos deixa tristes. Por tudo o que aconteceu, querida. Eu não quero te ver triste. Vamos mudar de assunto?
– Eu quero dormir, Arthur.
– Lua, meu amor, eu não quis ser grosso e nem te deixar chateada.
– Você não foi grosso, Arthur. Quando você é grosso, eu te chamo de cavalo. – O lembrei.
– Isso é verdade. – Arthur me puxou para o colo dele. – Desculpa mesmo. – Acariciou o meu rosto.
– Eu não estou chateada, Arthur. – Assegurei.
– Você quer dormir mesmo?
– Não me diz que quer fazer amor de novo? – Sorri.
– Não. Você está cansada e eu não sou nenhum insensível. – Arthur depositou um beijo em meu ombro. – Eu te amo, meu neném... – Ele me apertou mais forte.
– Eu também te amo. – Acariciei os cabelos dele e senti Arthur beijar o meu pescoço. – Você quer falar sobre o quê?
– Qualquer assunto que não envolva bebês está ótimo.
– Antes era eu. Agora é você? – Questionei.
– Somos nós dois. Não vem fingir que falar sobre bebê não te abala.
– Tááá... – Desisti de discutir com ele. – Vamos ficar acordados atéééé...
– Isso que estou vendo. – Arthur me deu um selinho. – Amanhã a gente vai dar um mergulho...
– Eu estou ansiosa, amor. Ei!
– Sim.
– Lembrou que dia é amanhã? Hoje, na verdade... – Corrigi. – Já passou de meia noite.
– Não. – Arthur riu alto. – Eu pensei em muitas coisas, Lua. Mas nenhuma incluiu datas.
– Mas você sabe do que eu estou tentando te falar...
– Ai, querida... – Arthur passou a mão no rosto. – Deixa eu ver... dia vinte e cinco... – Ele pensou por alguns minutos. – Aah... – Me encarou de cenho franzido. – Você tá menstruada, Lua? Quer dizer... Você não está, porque eu não vi nada.
– Não. – Ri. – É amanhã na verdade... ou a qualquer momento.
– Aah, por isso que você quis fazer essa surpresa hoje de qualquer jeito. – Arthur encheu o meu rosto de beijos.
– Exatamente. Ai, Arthur. – Gemi.
– Você é o meu amor, loira. – Declarou ao me olhar.
– Eu sei que você disse que queria aproveitar cada segundo. É que eu, literalmente, esqueci desse detalhe quando você decidiu a data dessa viagem.
– Não tem nenhum problema. A gente pode aproveitar de outras maneiras. Está tudo certo. – Ele garantiu. – Vamos dormir? Senão, de manhã você vai ficar com preguiça de levantar que eu te conheço.
– Só um pouco talvez... – Concordei parcialmente.
– Um pouco, tá. – Me deu um beijo na bochecha. – Bons sonhos, meu anjo.
– Bons sonhos, querido. – Lhe dei um beijo demorado.

White Bay, Jost Van Dyke | Segunda-feira, 25 de abril de 2016 – Oito horas da manhã.

– Bom dia, meu amor. – Meu tom de voz era baixo e Arthur sorriu de maneira involuntária quando passei o dorso da mão pela bochecha dele. – Você disse que era eu quem ia acordar com preguiça. – O lembrei.
– Ai, loira... – Ele se espreguiçou. – Bom dia, vida. – Me deu um beijo na testa. – Ainda é muito cedo?
– Não faço ideia, Arthur. – Estiquei meu braço para pagar o celular. – Oito horas. – Respondi.
– Você dormiu bem, meu anjo?
– Dormi, Arthur. E você? – Acariciei sua bochecha.
– Também. – Ele sorriu com o carinho. – Vamos tomar café aqui ou em outro local?
– Prefiro aqui no quarto. – Respondi e Arthur virou para me dar um beijo. Levou as mãos direto para os meus seios. – Safado.


– Não estou fazendo nada de errado. – Ri com a resposta e coloquei a mão sobre a dele.
– Pede morangos, amor. – Falei depois do beijo.

Arthur levantou da cama e foi até o telefone do hotel.

– Só morangos?
– Você sabe o que pedir, Arthur.

Ele fez os pedidos e depois caminhou para o banheiro.

– É madrugada em Londres. – Comentei e Arthur demorou alguns minutos para me responder.
– Sim. Anie está dormindo.
– Você já marcou o horário do voo amanhã?
– Só tem a noite, Luh.
– A noite que horas?
– Às sete. São só dois voos por semana. Terça-feira e sábado. – Me explicou.
– Tudo bem, Arthur. – Levantei e fui para o banheiro.

Tomei um banho, depois escovei os meus dentes e sequei os meus cabelos. Voltei para o quarto e abrir o guarda-roupa para pegar o meu maiô e a saída de praia.

Arthur estava sentado na cama e mexia no celular, parou assim que eu tirei a toalha.

– O que foi?
– Nada. Só estou admirando a minha mulher. Não posso?
– Engraçadinho. – Joguei a toalha nele. – Fecha aqui atrás. – Pedi.
– Nossa, achei que você ia usar só biquínis. – Arthur ajeitou meu maiô na parte de trás. – Prontinho. Sua menstruação desceu? – Perguntou assim que eu me virei de frente para ele.
– Não. E espero que nem venha hoje. Só um dia não faz mal. – Respondi.
– Aah não faz mal? – Ele riu. – Que linda, hein? Azul combina tanto com você. – Acariciou minhas mãos.
– Agora não. Você não precisa se preocupar.
– Não estou preocupado, Lua. – Afirmou e ouvimos uma batida na porta do quarto. – Nosso café da manhã chegou.

Arthur foi abrir a porta para pegar o café e eu peguei a minha saída azul para vestir.

– Nem sei onde deixei a minha sandália ontem. – Comentei e Arthur apontou para a porta do banheiro.
– Vou trocar de roupa antes de tomar café. Você me espera?
– Espero.
– Panquecas e geleia de uva e morango. – Arthur disse tirando a tampa das bandejas. – Pedi suco de maracujá e os seus morangos, baby.
– Obrigada.

Agradeci e Arthur foi pegar uma sunga azul de listras, um short também na cor azul com estampas e uma camiseta branca.


– Estou combinando com você. – Sorriu.
– Você é um lindo e, diga-se de passagem, um gostoso também. – Comentei piscando um olho. – Assim eu fico com ciúmes. – Contei.
– Só assim? – Arthur se jogou na cama.
– Claro que não. Por que você tem que ser sexy sem fazer muito esforço?
– Até parece que você faz algum esforço também. – Arthur me deu um beijo na bochecha. – A panqueca está boa?
– Uma delícia! – Respondi.

*

White Bay é um paraíso! A praia não fica longe do hotel, chegamos em menos de quinze minutos. Iates e lanchas já estão espalhados pelo mar, que parece refletir o azul do céu.


O sol está queimando e Arthur já me perguntou mil vez se eu passei bastante protetor e se eu lembrei de trazer na bolsa.

– A gente pode alugar uma dessas espreguiçadeiras. O que você acha?
– Uma ótima ideia, Arthur. Quero descansar também e pegar um solzinho.
– Tudo bem. Não precisa exatamente ficar no sol. Vamos ver se tem com guarda-sol. – Nós continuamos andando. – Mal chegamos e você já está extremamente corada. – Ele pincelou o meu nariz com o indicador. – Você fica tão charmosa com as bochechas e o nariz vermelhinho. Tenho vontade de morder. – Arthur apertou mais forte o braço em volta da minha cintura e acabei ganhando um beijo.
– Você só quer me morder.
– Eu tenho que concordar. – Confessou divertido. – Aqui. O que você acha? – Apontou para algumas espreguiçadeiras mais afastadas da movimentação de pessoas que andavam pela areia da praia e tomavam banho de mar.
– Por mim tudo bem.

Concordei e não demorou dois minutos para que aparecesse um funcionário. Arthur resolveu com ele sobre o aluguel das espreguiçadeiras e disse que mais tarde pediremos o almoço.

Provavelmente ficaríamos aproveitando o sol até de tardezinha. Arthur tirou a camiseta e o short e os jogou sobre a minha bolsa – homens. Tirei a minha saída e coloquei, dobrada, sobre a espreguiçadeira.

– Você quer comer alguma coisa antes de pedirmos o almoço? – Arthur me perguntou lendo o cardápio.
– Não. Acabamos de tomar café. Desse jeito eu vou engordar em três dias tudo o que não engordo há anos. Você quer isso, Arthur? – Dei um tapa em uma das coxas dele.
– Que nada, Lua. Deixa de exagero. – Ele colocou uma das mãos na minha coxa e ficou acariciando. – Vou pedir água de coco. Você vai querer?
– Quero.
– Vou pedir bolinho de batata com queijo e presunto. Não vai querer mais nada mesmo? – Me olhou desconfiado. Certamente eu comeria alguns bolinhos dele.
– Não. Pode pedir os seus bolinhos.
– Tá "Arthur, deixa eu provar só um." Aí você vai comer todos os meus bolinhos. – Ele me deu um beijo na bochecha. – Vou pedir pra você também, sua chata linda. – Me avisou.
– Você que é chato e quer me engordar. Você tá me achando magra ou algo do tipo? – Olhei para o meu corpo e depois para o Arthur. Ele estava rindo.
– Você é muito boba! Deixa de graça, loira.

Ele chamou o garçom e fez os pedidos – que não demoraram a chegar.

– Vamos tomar banho, Arthur? – Me sentei e Arthur me olhou.
– Mas já? Logo agora que eu estou saboreando os meus bolinhos...
– Então deixa eu deitar aí com você? – Pedi daquele jeito que ele não me nega nada.
– Deitar? Então você quer colo? – Sorriu com carinho e se ajeitou para me dar espaço. – Vem, meu amor. – Me levantei e andei até ele, me acomodei em seu colo e ficamos em silêncio enquanto Arthur comia aqueles bolinhos de batata recheados. – Você está bem? – Me perguntou depois de um tempo.
– Estou. – Afirmei. – Estou relaxando. – Acrescentei e Arthur riu me dando um beijo na cabeça. – Depois a gente pode ir atrás de um lugar que venda coisas de farmácia?
– Coisas de farmácia? Você está passando mal? – Arthur me olhou preocupado.
– Não, Arthur. É só que eu vou precisar de absorvente e eu esqueci de trazer. E eu também quero comprar algum creme ou gel pós-sol. – Expliquei com calma e Arthur passou uma das mãos no meu braço.
– Você vai precisar mesmo. Por que tem que ficar tão vermelha? Ainda quer pegar sol? – Me provocou.
– Você disse que eu fico charmosa. – Pontuei.
– E eu não menti. – Afirmou. – A hora que você quiser procurar uma farmácia, a gente vai tá? É só você me dizer.
– Tá. Obrigada, Arthur.
– De nada, meu amor.
– Arthur? – O chamei.
– Oi.
– Vamos fazer amor? – O encarei.
– Aqui? – Me perguntou sem acreditar e eu assenti. – Lua! – Exclamou rindo. – Meu amor, aqui não. – Respondeu. – Você está brincando com a minha cara.
– Claro que não. – Respondi rindo.
– Até parece que vou transar com você aqui, Lua. Olha o tanto de gente que tem nessa praia. Você tá me zoando. – Comentou.
– As pessoas nem estão olhando para nós, Arthur. Você já foi mais destemido. – Contei.
– Hahaha! Isso é sacanagem, Lua. Você nunca que ia querer transar correndo o risco de alguém ver. Nem em casa você gosta. Fica toda, “Ai, amor e se aparecer alguém?” na sala, na varanda, fica mandando eu fechar a porta umas três vezes pelo menos. Isso em casa, Lua. Imagina aqui. – Me encarou sério. – Você só quer me provocar.
– Nossa, até parece que você não me conhece. – Retruquei.
– Lua? É exatamente porque eu te conheço, meu bem. – Deixou claro.
– Você não acredita?
– Não com esse maiô, Lua. Seria mais fácil se fosse biquíni. – Piscou um olho. – Vai insistir? – Questionou e eu o encarei com ar de “Você está mesmo duvidando de mim?” – Lua? – Ele riu. – Para de me olhar assim. Você está fazendo graça, depois fica me mandando parar. Eu te conheço, Lua Blanco. – Me lembrou. – As pessoas vão ficar olhando, Lua. – Acrescentou quando eu comecei a beijá-lo no pescoço.
– Você duvidou de mim. – Sussurrei.
– Lua, por favor... – Ele começou a rir. – Eu não consigo disfarçar igual a você.
– Tá com medo?
– Eu não tenho medo disso, Lua. – Arthur tentou tirar a minha mão da coxa dele. – Para, Lua. – Ele voltou a rir. – Se você me fizer ficar duro, você vai dar o teu jeito e eu nem quero saber como.
– Eu sei como, Arthur. – Provoquei e tentei passar por cima dele para levantar.
– Lua. Para. – Ele pensou que eu fosse sentar sobre ele.
– Eu vou levantar. Quero tomar banho, Arthur.
– Mas eu sabia! Te conheço ou não?
– Você que se fez de difícil. Eu estava falando sério. – Respondi. – Eu não costumo insisti muito. Você sabe.
– A tá! – Retrucou irônico.
– Você vem ou vai me deixar ir sozinha?
– É óbvio que eu vou com você. – Ele também se levantou.

Corri na frente dele – mesmo Arthur jurando que não ia correr atrás de mim, ele correu. Eu amo praia. Nem parece que nasci em uma cidade em que praias quase nem existem.

– Você me fez correr, Blanco! – Arthur exclamou quando me alcançou; já dentro da água.
– Eu não fiz nada. – Me defendi jogando os braços ao redor do pescoço dele.
– Me lembra de te dar umas palmadas depois. Você está muito desobediente. – Brincou me puxando para mais perto.
– Eu te amo, baby.
– Você é tão linda, loira. Meu Deus! Eu tenho tanta sorte. – Arthur roçou os lábios nos meus.

Nos beijamos.

– Eu queria só uma semana inteira com você aqui. – Confessou ao pé do meu ouvido.
– Seria um sonho, meu amor.
– Nem consigo explicar o quanto eu amo a tua companhia, loira. Vamos ficar aqui mais uns dias... uhm...?
– Eu tenho que voltar para o escritório, Arthur. Só pedi dois dias, meu amor. Você sabe.
– Era pra você ter pedido mais. – Arthur beijou a ponta do meu nariz.
– A é?
– Não, Lua. Tá ótimo dois dias!
– Uhm, bem. – Encostei minha cabeça no peito dele.
– Vamos dar um mergulho? Não era o que você queria, baby?
– Era. – Me afastei dele. – Aposto que mergulho mais fundo que você.
– Uhm! Vamos ver! Gosto quando você me desafia.

Arthur sorriu.

– Você é a minha visão do paraíso. – Comentei. Já tínhamos voltado para a areia e Arthur estava parado na minha frente de óculos e sunga.
– Você tá gravando, Lua? – Ele riu.
– Não.
– Uhm... – Murmurou desconfiado.
– Só tirando foto do meu marido gostoso. Uuuhm... Eu não sei se vou querer postar. – Fingi estar com dúvidas. – Apesar de que o privilégio de ver ao vivo é sempre meu. – Passei a língua nos lábios e mordi meu lábio inferior. Arthur sorriu como quem diz "Você é muita presunçosa!" – Acho que eu vou postar. – Decidi.
– Postar o que, Lua? – Indagou confuso.
– Você já, já vai ver. – Respondi e Arthur sentou na ponta da espreguiçadeira que eu estava. Postei a foto e depois fiquei olhando a mesma.


Arthur é muito lindo. Realmente, é a minha visão do paraíso.

– Você quer tomar alguma coisa, vida?
– Acho que eu já quero almoçar, Arthur.
– Não era você que estava toda neurótica que eu estava querendo te engordar? – Debochou pegando o cardápio. – Agora já quer comer.
– Você é chato! – Empurrei ele com os pés.
– Paaaraa. – Ele puxou um dos meus pés para cima da coxa dele e segurou. Certo de que, eventualmente, eu ia começar a provoca-lo. – Vai querer pedir o quê?
– Me surpreenda, Arthur Aguiar. – Respondi séria e Arthur virou o rosto para me olhar.
– Infelizmente, o meu nome não está aqui. – Ele apontou para o cardápio.
– Uhm, convencido! – Rocei a perna na coxa dele.
– Vou pedir peixe, Lua.
– Pede salada também.
– Você está falando sério, Lua?
– Por que você acha que eu estou sempre brincando?
– Tá... – Ele deixou de lado. – Salada, peixe e o que mais?
– Pedi para você me surpreender. – O lembrei.
– Você anda fazendo uns pedidos meio diferentes. – Ele riu. – Quer mesmo que eu continue?
– Quero.
– Arroz branquinho e suco de maracujá. Certo?
– Certo, baby!

Arthur fez os pedidos, os pratos foram quase os mesmos – só não pediu salada pra ele.

Almoçamos em meio a assuntos aleatórios e risadas.

Quatro horas da tarde.

– Arthur?
– Oi, loira. – Ele passou a ponta dos dedos pelas minhas costas.
– Vamos?
– Já? – Ele tirou os óculos e jogou uma das pernas por cima de mim, me abraçou e depositou um beijo no meu pescoço. Eu estava de bruços e Arthur já tinha passado duas vezes protetor solar nas minhas costas, braços e pernas.
– Aham... eu estou com sono. – Admiti. Ele sorriu.
– Então vamos. Você vai querer passar na farmácia antes?
– Sim, se encontrarmos uma.
– Tá bom.

Me sentei e vesti minha roupa. Arthur também fez o mesmo. Depois ele pagou a conta e nós caminhamos até o carro.

No hotel.

– Vou tomar um banho, tá? – Avisei ao pegar a toalha. – Depois você passa o gel nas minhas costas? Estou começando a querer me coçar. – Contei.
– Não coça, Luh. Vai despelar, querida. – Disse preocupado.
– Tá. Vou tomar um banho rápido. – Voltei a dizer e entrei no banheiro.
– Posso tomar banho com você?
– Pode, Arthur.

Tomamos um banho rápido. Depois eu fui até o guarda-roupa pegar uma calcinha e Arthur pegou uma cueca e um short.

– Posso pegar uma camisa sua?
– E desde quando você pede permissão para pegar uma camisa minha? – Arthur tocou o ombro no meu.
– É que lá em casa é diferente e aqui você só trouxe três. – Expliquei.
– Pode pegar, Luh.
– Amanhã você não vai querer usar uma?
– Vou usar com o seu cheiro.
– Idiota. – O empurrei até a cama. – Eu te amo.
– Vem. Deita aqui que eu vou passar o gel em você.
– Espero que refresque, Arthur. – Me deitei na cama e Arthur pegou o gel pós-sol. – Depois podemos tomar um vinho ou você não vai querer beber?
– Podemos beber, Luh. Meu problema em não beber, não tem a ver com você. – Ele começou a passar o gel nas minhas costas.
– Aaaii... eu sei.
– A sua menstruação desceu?
– Não, Arthur. Tomamos banho juntos. – Respondi.
– E tá tudo bem?
– Tá. Por que não estaria?
– Não sei, Luh... foi só uma pergunta mesmo. Você me disse que tinha alguns meses que estava vindo na data certinha.
– Foi. Mas depois do aborto às vezes falha.
– Hum.
– Você não precisa se preocupar. – Pedi.
– Tudo bem, querida.
– Os meus seios estão inchados e, levemente, doloridos. – Contei.
– Eu sei. Eu percebi isso desde sábado. – Arthur respondeu naturalmente. Às vezes ele percebe as mudanças no meu corpo antes de mim. Ri. – O que foi, Blanco?
– Você me conhece muito.
– Lua, meu amor... – Ele riu. – São os anos, meu bem.
– Você está fazendo massagem.
– É que você está tensa.
– Estou só cansada. O sol estava bem quente.
– Pronto. – Ele tinha passado nos meus braços e nas minhas pernas também. – Agora – Deu uma palmada no meu bumbum. – Só pra não perder o costume. – Me deu um beijo na bochecha.
– Você podia me beijar ao invés de me dar palmadas.
– Eu vou é te morder.
– Nãããoo... – Me encolhi e arranquei risos dele.
– Boba! Vou pedir o vinho. Quer uma pizza também?
– Sim. De queijo com calabresa.
– Você quem manda, loira.
– Eu gosto assim, Arthur.
– Eu sei. – Ele riu. – Vou fazer os pedidos.

Arthur levantou da cama para fazer os pedidos e eu me sentei para vestir a camisa. Depois, eu, também, me levantei e andei até a varanda. O pôr do sol daqui é tão lindo. Não poderíamos ter uma vista melhor.

– Em quinze minutos eles trazem nossos pedidos. – Arthur falou atrás de mim e me deu um beijo no ombro antes de me abraçar pela cintura.
– Aqui é tão lindo. – Comentei.
– Muito, Luh. – Concordou. – Vem, vamos sentar aqui. – Arthur me puxou para sentar com ele no sofá grande que fica na varanda. – Você está tão quentinha. – Disse me abraçando forte.
– Arthur?
– Uhm...
– Vamos ligar para casa? Quero saber como a nossa filha está. Com a diferença de horário fica ruim ligar a qualquer hora.
– Vamos. Deixa eu ver... – Ele pegou o celular. – Vamos fazer uma chamada de vídeo? Quero vê-la também. Deve está aprontando todas.
– Liga. – Pedi.

Arthur ligou para a Carol e esperamos chamar quatro vezes, até uma Anie eufórica aparecer na tela.

Ligação ON

– MAAMÃEE! PAAPAAI! – Ela sorriu abertamente. – Eu já tô com um monte de saudades!
– Nós também, meu amor. – Sorri de volta.
– Como você está, filha? – Arthur perguntou.
– Eu tô bem, papai. Olha aqui o Bart. – Ela se abaixou para mostrar o cachorro. – Fala com os nossos papais, Bart. Diz, olá, papais. – Anie ficou insistindo para que o cachorro falasse. Olhei para Arthur.
– Eu virei mãe de um cachorro. Era o que faltava. – Falei e ele riu.
– E eu o pai.
– Foi você quem começou.
– Aah... – Anie suspirou. – Ele não quer falar. – Desistiu e o cachorro saiu correndo.
– Tudo bem, filha. O importante é que vimos que os dois estão bem.
– É, papai. – Ela afirmou.
– E a senhorita está se comportando direitinho? – Perguntei.
– É claro que eu tô, mamãe. Pode perguntar pla todo mundo.
– Olha que eu vou perguntar mesmo. – Avisei e Anie deu uma risada.
– Quando é que vocês vão voltar pla casa?
– Falta só mais um dia, meu anjo. – Respondi e Arthur acrescentou:
– Meu Deus, quando eu chegar em casa eu vou te irritar muito, pequena. Se prepara.
Arthur! – O repreendi.
– Minha mamãe não vai deixar. – Anie retrucou. – Não é, mamãe?
– É claro que eu não vou deixar. – Afirmei.
– Eu disse, papai!
– Queee, sua mamãe vai está no trabalho.
– Maaamãããee...
– É mentira dele, filha. Arthur, para! Nem longe você deixa de implicar com a menina.
– Te amo, sua chata! – Ele mostrou língua para nossa filha que o imitou. – Olha como ela é. Vingativa igual a mãe. – Arthur cheirou o meu pescoço.
– Eu também amo vocês. – Anie declarou de uma maneira muito carinhosa. Eu só queria abraçar essa coisinha linda da minha vida.
– Ai, minha vida. Eu também te amo, meu bebê. Quero muito te abraçar, meu amor. – Contei.

Nos falamos mais alguns minutos e depois nos despedimos.

Ligação OF

– Chegou! – Arthur exclamou assim que ouvimos uma batida na porta.
– Eu já estava com fome mesmo. – Contei rindo.

Arthur abriu a porta e pegou a bandeja com a pizza, o vinho e as taças.

– Eu realmente vou engordar. – Comentei já pegando um pedaço de pizza.
– Depois fala que foi eu que te deixei engordar. – Arthur colocou o vinho nas duas taças.
– Mas é você mesmo. – Pontuei.
– Naaadaa disso, dona Lua. Só não vou te deixar com fome. É diferente. – Ele se defendeu. – Um brinde, loira.
– Um brinde, meu amor.

Fizemos um brinde e comemos algumas fatias de pizza.

– Você topa depois assistir um filme ou vai querer fazer outra coisa? – Arthur sugeriu.
– Pode ser, Arthur. Hoje eu estou bem acessível, querido.
– Uau, tivemos uma evolução. Vou precisar viajar mais com você para que você assista um filme comigo?
– Não começa, Arthur... – Avisei logo.
– Vem aqui mais perto... quero tirar foto dessa paisagem linda.
– Com vinho?
– Com você, Lua. – Arthur me deu um beijo. – A companhia mais maravilhosa que eu poderia ter.
– Uhm... você é tão romântico.
– Um de nós teria que ser.
– Vai jogar na cara é? – Questionei.
– Jamais, meu anjo. – Arthur tirou a foto. – Um bom vinho, um belo pôr do sol e minha maravilhosa companhia. – Ele escreveu na legenda.


– Que filme você quer assistir?
– Não faço ideia, Luh. Você pode escolher... eu sou um marido muito gente boa.
– Haha tá bom... – Terminei de beber o vinho que estava em minha taça.
– Tá debochando é?
– Eu? Jamais, meu anjo.
– Atrevida! Meu Deus, como eu te amo. – Arthur me puxou para cima dele.

Pov Arthur

White Bay, Jost Van Dyke | Terça-feira, 26 de abril de 2016 – Sete e quarenta e cinco da manhã.

– Vamos acordar, loira... – Rocei os lábios nas costas nuas de Lua. Ela tinha acabado de abrir os olhos, mas ainda estava muito sonolenta.
– Ai, você tá de sacanagem, Arthur. – Lua reclamou e puxou o lençol para se cobrir mais ainda.
– Hoje é nosso último dia aqui, meu amor. Que tal a gente acordar, tomar café e depois dar uma corridinha ou até uma caminhada?
– Arthur? Você tá me zoando? – Lua me encarou.
– Claro que não. O dia tá lindo. – Contei.
– Eu quero dormir mais um pouquinho, amor. – Pediu daquele jeito dengoso dela; que quase sempre eu cedia. Mas hoje eu estava disposto a fazer ao contrário.
– Achei que você ia dizer que estava cansada de ontem. – Sussurrei contra o ombro dela e Lua riu.
– Aí você resolveu sugerir que a gente vá correr a uma hora dessas, Arthur?
– Só um exerciciozinho de leve. Não que você precise, mas nunca faz mal.
– Por favor, Arthur!
– É muito sério, Lua.
– Eu não vou.
– Então você vai me fazer convidar nossa vizinha de quarto para uma corrida?
– Você quer voltar nadando para Liverpool, Arthur?
– Moro em Londres.
– Não depois dessa corrida. – Me ameaçou.
– Toda ciumenta. Vem logo. Vamos levantar.
– Por que do nada você se torna tão chato e irritante?
– Eu te amo, loira.
– Então me deixa dormir mais um pouco. Quem ama deixa o outro dormir. Não fica irritando.
– Mas eu só irrito quem eu amo. – Esclareci passando as mãos pelas pernas dela.
– Paaara, eu estou nua, Arthur. – Ela bateu na minha mão.
– E isso é ruim desde quando? – Ri.
– Eu não acredito que você vai me fazer correr... – Ela já tinha desisto de tentar me fazer mudar de ideia. – Eu não trouxe roupa para isso, amor.
– Não precisa de roupa, Lua.
– Aaah, e eu vou correr nua? – Perguntei irônica.
– Óbvio que não! Eu quis dizer que não precisa exatamente de roupa de correr. Depois a gente dá um mergulho. Que tal?
– Tá bom. Meu Deus! Tá bom.
– Te amo, te amo, te amo!
– Espero que você não invente isso quando chegarmos em casa. – Lua tirou a coberta.
– É uma boa ideia, Lua.
– Boa? Você tá é doido! – Ela levantou da cama. – Deixa eu ver. Vou usar esse biquíni amarelo.


– Vai correr de biquíni, Lua? – Perguntei meio confuso.
– Você disse que não precisava ser roupa de correr.
– Lua, para! – Ri de nervoso. – Você tá brincando?
– Tá nervoso é? – Me provocou.
– Você vai correr de biquíni?
– Estamos na praia, Arthur. Eu não trouxe nenhuma calça comprida além da minha calça de moletom. – Explicou.
– Hahaha tá bom. Eu vou vestir a minha roupa. – Eu fui para o banheiro e ouvi Lua dar risada.

Pov Lua

Óbvio que eu não ia correr só de biquíni.

Peguei um top cor de rosa e a calça de moletom que eu vesti na vinda para White Bay. Eu não tinha outra roupa que combinasse.

Arthur saiu do banheiro com um short preto e depois pegou uma camisa azul no guarda-roupa.

– Tá mais calmo?
– Você estava de sacanagem, Lua. –  Arthur riu. – Você mesmo não ia sair assim. Eu te conheço.
– E por que fez perguntas idiotas?
– Não vou é fingir que não sinto ciúmes. – Falou depois de alguns segundos. – Você já está pronta? – Mudou de assunto.
– Vamos. – Respondi.
– Traz o meu celular, por favor. – Pediu eu peguei o celular dele e o meu e coloquei na minha bolsa.
– Vamos almoçar na praia?
– Se você preferir.
– Prefiro, Arthur.
– Às suas ordens, baby.
– Hahaha! Adoro! – Respondi.

Não corremos coisa nenhuma. Nós mal tivemos coragem de andar, depois do café da manhã. Começamos a rir quando Arthur me puxou para correr.

Não deu certo – e disso eu já sabia!

– Você é muito sedentária, Lua. Meu Deus! – Arthur jogou um dos braços ao redor do meu pescoço.
– Aah, só eu mesmo? E você?
– Eu estou acompanhando o teu ritmo. – Se defendeu.

Fingido!

– Mentira, amor! Você tá com uma coragem pior que a minha.
– Até parece! – Ele exclamou rindo.
– Vamos pedir para alguém tirar uma foto da nossa tentativa de sermos pessoas saudáveis?
– Você é demais! – Ele riu mais alto. – Eu sou saudável, tá?
– Saudável que odeia frutas, verduras e legumes? Ai que ironia.
– Blá, blá, blá...

Pedimos para o funcionário do restaurante tirar uma foto nossa.

Amo os nossos momentos de risos soltos.

– Obrigado. – Agradecemos juntos o moço.
– Deixa eu ver a foto. – Arthur pegou o celular da minha mão. – Você quer ficar no mesmo local de ontem?
– Sim. Lá é bem tranquilo. Dá para ti provocar sem grandes preocupações.
– Nem inventa, Lua... nem inventa. – Me avisou. – Você tem um sorriso tão lindo, loira. – Arthur me deu um beijo. – Te amo.
– Obrigada. Te amo. – Peguei o celular de volta.

A ideia de correr na praia terminou em risos.


Eu não poderia colocar outra legenda.

Pov Arthur

– Você me fez vestir essa roupa para nada, Arthur. – Lua reclamou quando tirou o top. Ela vestia por baixo um biquíni amarelo meio queimado.
– Eu não. Você que começou a rir ao invés de correr. – Tirei minha camisa. – Passou protetor?
– Passei. Mas passa mais um pouco. – Me pediu.
– Tá na bolsa? – Perguntei pegando a bolsa.
– Sim. – Lua respondeu e eu abri a bolsa para pegar o protetor solar.

Passei protetor solar nas costas dela e depois ela passou nas minhas.

– Tá certo aqui atrás? – Lua virou de costas para mim.
– A calcinha?
– Óbvio, Arthur.
– Tá perfeito, Lua! – Dei uma palmada no bumbum dela e Lua virou a mão para bater no meu braço.
– Eu vou começar a bater na tua bunda toda hora! Não vou ter dó. – Me ameaçou.
– Não fique zangada. É uma das minhas diversões favoritas. – Mordi o queixo dela.
– A bunda é minha!
– Exatamente por isso, por ser sua. Já pensou se eu saio batendo na bunda de outras mulheres? Seria falta de respeito.
– E comigo, não é?
– Você se sente ofendida?
– Não. Que saco! Eu gosto! – Admitiu.
– Eu sei. Por isso que faço. Esses tapas te irritam na mesma proporção. – Ri. – Vem, vamos aproveitar. Daqui a pouco vamos embora e eu vou sentir saudades. Você tá linda com esse biquíni.
– Obrigada. Mas lembra que você implicou com ele?
– Não impliquei com ele. Impliquei com você. – Expliquei.

Corremos para o mar. A água estava uma delícia. Queria acordar amanhã aqui de novo.

– Coloca o celular encostado no pé da espreguiçadeira. – Lua sugeriu.

Queríamos tirar uma foto, mas não tinha ninguém por perto para nos ajudar com isso. Fiz o que ela sugeriu e corri para pega-la no colo.

– Espero que dê certo. – Sussurrei e ela sorriu. – Está no temporizador. – Contei e Lua me beijou.

O cenário contribuía bastante para sair uma foto linda.

– Agora você vai me levar no colo até a espreguiçadeira.
– Que abusada! – Exclamei. Mas fiz o que ela mandou.
– A foto ficou linda, Arthur. – Lua disse após pegar o celular para ver a foto.
– Deixa eu ver. – Pedi e Lua me entregou o celular. – Linda mesmo. Você é espetacular, loira.
– Assim eu fico sem graça. – Ela comentou roçando os lábios no meu ombro direito.
– Não sei porque... vivo te enaltecendo, elogiando. Não é nenhuma surpresa. – Virei o rosto e lhe dei um beijo na bochecha. – Seis anos depois e o amor da minha vida continua a mesma loira linda. – Escrevi na legenda.


– Eu sou a sua loira preferida.
– E única, Lua. Nunca existiu outra, meu bem. – Assegurei.

E nós beijamos. Amo essa mulher de uma maneira que jamais vou conseguir explicar.

Semanas depois...

Londres | Sexta-feira, 13 de maio de 2016 – Nove e meia da noite.

– Aconteceu alguma coisa? – Entrei no quarto e Lua estava andando de um lado para o outro.

Ela me assegurou há dias que estava tudo bem quanto a menstruação atrasada. O problema é que já estamos em maio e a menstruação ainda não desceu. E Lua só me disse isso ontem. Fiquei preocupado, mas meus pensamentos não foram muito além de “isso pode ser super normal” ela me garantiu que às vezes falha. Acho que essa apreensão pode estar relacionada a isso.

– Lua? Você me ouviu? – Insisti.
– Está.
– Está?
– Quer dizer... – Ela suspirou. – Sophia me mandou mensagem. – Contou se sentando na cama.
– Achei que fosse sobre a sua menstruação. – Me sentei ao lado dela. – Mas e o que ela quer dessa vez?
– Minha sobrinha vai nascer, Arthur.
– Agora?
– Não exatamente. Ela... ela está com dor.
– Ela só disse isso?
– Não.
– Lua.
– Perguntou se eu ia.
– Quê?
– Você acha que é uma péssima ideia? Ela disse que Micael está mais nervoso que ela. Que queria que eu fosse. A gente já tinha combinado... sei que foi antes de toda essa confusão entre a gente... eu não sei o que responder. – Me disse nervosa.
– Eu também não sei, Lua. – Fui sincero.
– Você vai ficar chateado se eu for?
– Claro que não, Lua. Eu não vou me meter seja qual for a sua decisão. Quanto a isso, você não precisa se preocupar. – Deixei bem claro. Só não queria que todos esses acontecimentos fizessem Lua se sentir mal.
– Quero ir. Minha sobrinha não tem nada a ver com os impulsos da Sophia.
– Isso é verdade. – Sorri de lado.
– Vou dizer que sim. – Lua parecia bem nervosa. – Provavelmente meus pais já devem estar sabendo... já devem estar vindo... minha mãe.
– Ela te preocupa?
– Não quero ter que brigar com ela de novo. No natal foi horrível. Todos os dias foram exaustivos. – Lamentou.
– Eu não vou, Luh. O problema da tua mãe sou eu, meu amor. – Segurei suas duas mãos. – Se você quer ir ficar com a sua irmã, está tudo bem, Lua. Eu nunca vou ficar chateado por conta disso. Ela esteve com você quando a nossa filha nasceu. Eu posso te levar no hospital se você quiser. Até porque, não vou deixar você dirigir sozinha tarde da noite. – Falei e Lua me abraçou.
– Obrigada, meu amor.
– Uhm... de nada, meu anjo. – Lhe dei um beijo nos cabelos. – Quando você quiser ir, é só me avisar. Tudo bem?
– Tudo bem. Ainda vou ligar pra ela. – Me disse ainda abraçada a mim.

As próximas horas, certamente, serão longas.

Continua...

SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.

N/A: Olá, boa tarde, leitores! <3 Vocês estão bem? Espero que sim.

Maaaiiss uma atualizando de Little Anie para vocês <3 espero que gostem.

Eu sempre sou suspeita para comentar o que eu escrevo hahaha AMEI demais esse capítulo. Aposto que deixei vocês criarem esperanças aí sobre um certo assunto haha Mas eu não sou tão mal assim, vai. Não queiram me matar!

Estão preparadas para os capítulos vindouros???

Esse tempo que o “nosso” casal tirou fez um bem danado para eles, não é mesmo? Vocês se divertiram com a leitura? Senti muito amor também ao escrever. Ai, meu Deus! Que amor desses dois!!!

Eles estavam precisando!

Viram as fotos? O que acharam? Gostaram das fotos do insta?

Ps¹: Quem participa do grupo da fanfic no whats, sabe que tive problemas em colocar as fotos nos links como das outras vezes. O site, simplesmente, não abre. Então, a solução que eu encontrei foi colocar as imagens no meio do capítulo mesmo. Depois eu vou ver se consigo arrumar isso.

E esse finalzinho, hein? ME CONTEM TUDO!

Comentem tá? A interação de vocês é muito, muito, muito importante. <3

Ps²: Cada comentário e crítica é importante. Isso faz cada escritor enxergar onde está errando e acertando. É por esses e outros motivos que eu sempre estou cobrando os comentários de vocês. É muito chato quando a gente se empenha e não vê um retorno. Senti falta disso nos capítulos anteriores. É um incentivo a mais para que eu atualize o quanto antes. :`D

Obrigada a quem comentou no capítulo anterior, seja aqui ou no grupo. Vocês são demais. Li tudo com muito carinho.

Um beijo e até a próxima atualização.
Não esqueçam de comentar, por favor.

8 comentários:

  1. Capítulo maravilhoso, nosso casal tava precisando de um momento só deles.Fotos perfeitas,to super esperançosa com o atraso da menstruação da Lua,(já quero um baby Luar).Ansiosa pelo próximo já.

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  2. que amor esse cap! esperando ansiosamente pelo próximo.

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  3. Que capítulo maravilhoso, um amor por esse e todos os outros capítulos kk
    E esse trouxe um tiquinho de esperança pro baby luar,as fotos lindas
    Amando

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  4. Mais uma vez você arrasou Milly! Amo demais cada atualização sua! Esses momentos do nosso casal preferido foram maravilhosos! Ansiosa para os próximos, para saber o que vai acontecer depois que os bebês nascerem! Obrigada por nos atualizar sempre. Muitoooo ansiosa para ler os próximos! Já tem previsão de quando vai postar? Kkkkkkk
    Beijos e até breve!

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  5. Amei o capítulo. Tão lindo ver o amor e cumplicidade deles. Eita coração, esperança de um baby vindo ai.
    Ansiosa demais pelo próximo.
    Parabéns, cada vez melhor.

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  6. Que capítulo sensacional eles estavam merecendo esse momento sozinhos e longe de tudo o q aconteceu essa viagem foi perfeita , e em relacao a Sophia a Lua esta certa a sobrinha n tem nada a ver com as brigas delas e o Arthur quer ficar na dele reservado n se meter em relacao as irmas .

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  7. Que momento mágico, pq o Arthur tem q ser tão romântico ♥️ mais a lua não ficou atrás, ela surpreendeu com a renovação dos votos de casamento 💞. Pena q a lua não pode mais engravidar, pq do jeito que esses dois estavam insaciáveis aí, aí 🤭. E essas fotos fizeram a imaginação ir mais longe kkkkkk. Arthur está certo, lua tem q se resolver com a irmã e da apoio a ela tbm, pq quando a lua precisou foi a Sophia que estava lá para ajudar e apoiar na hora do parto da Anie. Muito obrigada Milly por mais um capítulo sensacional ♥️👏👏

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  8. Eu amei muito os capítulos Milly só consegui ler agora aí amei tudo não me de esperança sou iludida ansiosa demais para os próximos capítulos ❤️ ass:noemi

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