Little Anie | 4ª Parte
Pov
Lua
Londres
| Quinta-feira, 31 de março de 2016 – Oito horas da noite.
Minha pressão baixou depois que eu soube de tudo. Minha cabeça estava doendo e Arthur tentou, até cansar, fazer com que eu me acalmasse. Eu não queria me acalmar e ficava com mais raiva
ainda quando me pediam por isso.
Arthur me deixou dormindo. Faziam
alguns minutos que eu havia acordado e notado que ele não estava no quarto. Eu
não fazia ideia onde ele estava, se tinha saído ou não. O dia de hoje era para
ter sido leve e feliz, como havia começado. Eu não gostei nenhum pouco de como
as coisas tinham terminado. Eu só quero esquecer das coisas que me contaram.
– Você já acordou? – Arthur entrou no
quarto e fechou a porta devagar.
– Aham... – Murmurei e puxei o cobertor
para me cobrir até o pescoço.
– Está mais calma? – Ele se sentou no
colchão e passou uma das mãos na minha perna por cima do cobertor.
– Eu odeio quando você me pede calma
quando eu não quero ficar calma. – Comentei e Arthur sorriu encostando a cabeça
na minha barriga. – Não ri. Isso é sério, Arthur Aguiar. – Pontuei puxando os
cabelos dele.
– Aaaaii, Lua! – Ele exclamou tentando
me morder por cima do cobertor.
– Não me morde! – Exclamei dando um
tapa no braço dele. – Cadê a Anie?
– Você só me bate. – Ele reclamou
fazendo um bico e eu acariciei sua bochecha.
– Nem doeu, Arthur. Bati de leve. Você
é muito dramático. – Respondi e ele riu. – Cadê a nossa filha? – Repeti a
pergunta.
– Tá brincando com o Bart. Aqueles dois
estão inseparáveis. Você viu como ela está feliz?
– Sim, bastante. – Afirmei.
– Mas... – Arthur levantou o rosto para
me olhar. – Como você está?
– Hoje era o meu dia, Arthur. Era pra
ser só feliz. – Respondi.
– Ainda é o seu dia, meu amor. – Arthur
ergueu o rosto e aproximou os lábios dos meus. – Você continua sendo a mãe
incrível e tudo o que eu falei hoje de manhã. Nada mudou. – Arthur afirmou.
– Por que isso tá acontecendo comigo,
Arthur? Eu sei que tenho muitos defeitos, mas isso que a Sophia falou, é
demais. Eu não mereço. Eu... eu quase nem acreditei. Como é que ela fala uma
coisa dessas? A vida é minha. Eu faço o que eu quiser. Eu que devia sentir
raiva de você!
– Lua, eu conheço todos os teus
defeitos e posso assegurar que nenhum deles me assusta. – Arthur acariciou o
meu rosto. – Ainda bem que você é completamente diferente da sua irmã. – Ele me
deu um beijo no pescoço. – Você tem toda razão em afirmar que não merece o que
a Sophia falou, e era por isso que eu não queria te contar.
– Mas eu merecia saber! Ela acusou
você. Como você não quis se defender?
– Eu só não queria confusão, querida. A
gente já brigou tanto. O que a sua irmã pensa de mim não me acrescenta em nada.
Só que isso muda quando ela fala de você.
– Pra mim também muda quando falam de
você! – Exclamei. – Só eu posso falar de você. – Acrescentei.
– A é? – Arthur sorriu roçando o queixo
na minha bochecha. – Eu tenho uma foto linda pra postar. Eu queria falar sobre
isso com você.
– Não entendi. – Franzi o cenho.
– Pra postar a foto. – Arthur
esclareceu.
– Arthur! – Eu ri. – Você tá me pedindo
autorização ou coisa do tipo?
– É que a maioria das pessoas não sabem
da nossa volta. Não sei se você ia gostar se eu postasse algo sem avisar. – Ele
explicou.
– Eu não ia brigar por isso, amor. –
Sorri de lado. – Eu não me importo com que as outras pessoas irão dizer. O
casamento é nosso, Arthur. Nossas decisões que importam.
– Eu sei e concordo com você. Mas como
você não queria que as pessoas soubessem... eu imaginei que...
– É que eu não queria que nos
atrapalhassem. Mas isso não adiantou.
– Olha aqui... – Arthur tirou o celular
do bolso. – É um tbt. – Ele deitou ao meu lado.
– Volta aqui... – Pedi.
– Onde? – Arthur riu e eu peguei o
celular da mão dele. – Lua! – Arthur exclamou.
– Amor, olha essa foto! – Exclamei um
pouco surpresa. – Eu não sabia que você tinha ela.
– É uma das fotos mais lindas que eu
tenho, Luh. – Arthur me olhou apaixonado.
– Eu estava grávida. – Sussurrei. – E
aqui Anie só tinha alguns dias... Você tem tantas fotos que eu não tenho... nem
tinha visto ainda.
– Eu guardo todas. – Arthur pontuou. –
Mas... passa mais algumas fotos... – Ele pediu e eu fiz. – Essa daqui. Eu quero
postar essa. É linda. Você ficou ainda mais linda grávida. – Arthur me abraçou
apertado. – Quero postar essa foto de dia das mães. Porque você já era uma mãe
tão maravilhosa, loira. Eu já sentia tanto orgulho de você, neném. – Ele
começou a me beijar no rosto.
– Eu estava muito feliz, Arthur. Eu
estava me sentindo tão linda e gostosa. – Ri baixinho.
– Você é linda e gostosa, loira. E na
gravidez, meu Deus... realmente você estava muito gostosa. – Arthur mordeu meu
queixo.
– Minha barriga estava tão linda... –
Passei o dedo na tela do celular.
– Sim. Enorme e linda. – Ele acariciou
o meu rosto. – É tão bom lembrar disso. Eu gosto, Lua.
– Você pode postar a foto, Arthur. Você
está tão apaixonado. – Devolvi o celular pra ele.
– Eu sou apaixonado! – Ele me deu outra
mordidinha. – Tudo bem mesmo?
– Claro. – Afirmei.
– Uuuhm... deixa eu ver uma legenda pra
escrever... – Arthur começou a digitar. – tbt da mamãe mais linda com minha
pequena Anie ainda na barriga. Só amor todos os dias. Hashtag, FelizDiaDasMães. – Ele me olhou após fazer a publicação da foto.
– Não vai demorar muito tempo para os
sites começarem a falar sobre isso. – Comentei.
– Eu sei o quanto você odeia ser esse
tipo de notícia.
– É chato! As pessoas se intrometem
demais na vida dos outros. Isso me irrita! Falam o que não sabem e querem
obrigar os outros a acreditarem nelas.
– O que você acha da gente jantar? –
Arthur mudou de assunto. – Você tá com fome?
– Um pouco. Mas quero uma comida
diferente. – Respondi.
– Diferente em que sentido? Não vai me
pedir para cozinhar. – Arthur brincou.
– Não diferente ruim. – Retruquei
divertida.
– Ei, eu cozinho melhor que você, sua
chata! – Arthur voltou a me abraçar e roçar o nariz no meu pescoço. – Você tá
muito cheirosa.
– Ainda nem tomei banho. – Ri e Arthur
me acompanhou.
– Mas você tá cheirosa. Eu falaria caso
não tivesse. – Ele ressaltou.
– Engraçadinho!
– Vai me dizer o que quer comer? Eu
faço seus gostos. Realizo seus desejos, seus fetiches...
– Essa última parte é interessante. –
Ressaltei e Arthur me encarou. – É uma opção bem tentadora.
– Você pode escolher o que quiser. –
Ele enfatizou.
– Quero sushi. – Pedi e Arthur me olhou
confuso.
– Quê? Realmente é um pedido diferente,
levando em conta que você não gosta. Que estranho. – Arthur se levantou da
cama. – Eu vou pedir. Isso é sério?
– É sério. – Assegurei e Arthur me deu
um selinho. – Vou ver onde a Anie está. Quando a comida chegar, eu te chamo.
– Obrigada. Eu vou tomar um banho. –
Avisei e Arthur saiu do quarto.
Sábado,
2 de abril de 2016 – Sete e quarenta da manhã.
– Bom dia, loira. – Arthur beijou o meu
pescoço.
– Bom... dia... – Respondi acariciando
sua nuca.
– Você escolheu dormir essas duas
noites com esse pijama só para me provocar. – Lembrou, passando a mão na gola
do meu pijama de abacaxi que ele tanto criticou semana passada.
– Eu não. É um pijama que eu gosto. Aí
eu uso. – Encolhi os ombros e Arthur riu desconfiado.
– Aaaham... – Murmurou.
– Sabe... eu estive pensando algumas
coisas bem loucas. Sei lá... Não são de outro mundo, mas eu nem devia estar
pensando nisso.
– Nisso o quê? – Arthur se afastou um
pouco para me olhar melhor.
– Eu pensei em comprar um teste de
ovulação. O que você acha? Lembra que eu fiz muitos, antes de engravidar da
Anie? – Perguntei.
– Lembro. Mas sei lá... você ainda nem
fez os exames necessários. Procrastina ou foge. É complicado, loira.
– Mas fazem três meses que a minha
menstruação vem na data certinha. Igual antes. E também... É só um teste.
– Lua, Lua... a gente sabe que não é só
um teste.
– É só pra saber se estou ovulando. Não
vai mudar as coisas.
– Se der negativo vai mudar e muito as
coisas. Eu te conheço e não quero que você fique pensando nisso.
– Mas eu não vou ficar mal. –
Assegurei. – Eu já disse que vou remarcar os exames. Posso fazer isso essa
semana se você quiser.
– Não sou eu que tenho que querer, Lua.
Você sabe disso. – Ele pontuou e deitou de costas na cama.
– Agora você tem medo? – Questionei.
– Não tenho medo. Fico preocupado com
você. Quer fazer isso por conta do que a sua irmã disse? – Me perguntou.
– Claro que não! Sophia não tem nada a
ver com isso. – Cruzei meus braços. – Agora eu não posso mais decidir nada? Eu
não quero ter outro bebê, Arthur. Você não precisa ficar preocupado se eu vou
conseguir ou não! Porque eu já disse que não quero! – Falei irritada. Odiava
quando ele começava a me repreender. – A intenção de fazer esse teste não tem
nada a ver com eu querer engravidar. – Acrescentei.
– Tá vendo? A gente nem consegue mais
conversar sobre isso sem você se estressar. Quer saber? Faz o que você quiser.
No fim você só faz isso mesmo, Lua. – Arthur se levantou. – Eu não quero me
estressar com você.
– Antes você era mais compreensivo. –
Retruquei.
– Antes você não tinha perdido um bebê.
Você quer mentir pra mim que já superou isso, Lua? Por favor.
– A questão não é essa.
– E qual é a questão? – Ele parou e me
encarou de braços cruzados.
Como ele conseguia ficar tão sério só
de cueca?
– Fazer o teste só para saber mesmo.
– Com qual finalidade se você não quer
ter mais filhos.
– Eu nem sei se posso mais também. – O
lembrei.
– Tá, mas e daí? Vai saber do resultado
pra quê? As pessoas fazem isso porque querem engravidar. – Ele disse. – Se você
não quer isso, como já deixou bem claro muitas vezes, você não deveria ficar
procurando criar expectativas.
– Não estou criando expectativas. Você
que deve pensar nisso. – Acusei. – É por isso que fica me repreendendo.
– Eu não repreendo você. Só não quero
que você sofra mais, Lua. Já não penso mais nesse assunto. Acho que temos que
parar de voltar para o mesmo ponto.
– Não posso mais falar com você então?
– É claro que pode, Lua. Só que você
não quer ouvir a minha opinião. Só quer que eu fale o que você quer ouvir.
Assim fica difícil. – Pontuou.
– Táá... eu não quero mais discuti por
isso. – Desisti.
– Tudo bem. Vou tomar banho.
À tarde.
– Você já tomou banho? – Ouvi Arthur
perguntar para a nossa filha.
– Já, papai. Olha a minha roupa. – Ela
respondeu. – E essa é a minha sandália que o senhor me deu.
– Tá. Então, eu vou tomar meu banho.
Acho que a sua mãe já deve ter saído do banheiro.
– Aonde que a gente vai? Quelo saber! –
A pequena exclamou e os dois entraram no quarto.
– Sua mãe que sabe. – Arthur apontou
para mim e entrou no banheiro.
– Mamãe.
– Andar de patins e jogar boliche, meu
anjo.
– UAU! Eu nunca andei de patins. Que
legal que vai ser! – Anie bateu palmas contente.
– Vem aqui. Deixa eu prender seu
cabelo. – Chamei e Anie se aproximou de mim.
– Mas eu não quelo tlança. Tá mamãe?
– Tá, meu amor. – Falei amarrando rabo
de cavalo.
Anie estava tão linda e estilosa com um
short azul bem clarinho, uma bata branca com detalhes na manga e de alcinha,
que deixava o ombro amostra, uma sandália da nike que ela tinha ganhado do pai
e uma bolsa azul do mesmo tom do short.
– Você está tão linda, meu amor. – Lhe
dei um beijo na bochecha.
– A senhola tá linda também. A senhola
é muito linda, mamãe. – Anie segurou o meu rosto com as duas mãozinhas. – O
lelógio é do Mickey.
– Siiim! Amo o Mickey. – Nós duas
rimos.
– Eu também! – Anie exclamou e eu lhe
dei um beijo na testa.
– Agora eu vou calçar o meu sapato. –
Avisei.
– Do Mickey que é bonito, não é, mamãe?
– É. E combina com a minha roupa. –
Respondi. Eu vestia um vestidinho preto bem básico. A minha lingerie era preta
de renda.
– A senhola vai amarrar o cabelo
também?
– Vou. Igual ao seu. – Falei.
– Que holas que a gente vai então?
– A gente espera o seu pai se arrumar e
a gente vai. Que tal você ir ver se a sua tia Mel já está pronta?
– Tá. Eu vou lá. – Anie saiu correndo
do quarto. Ela saiu mais rápido do que o meu pedido para que ela não corresse.
– Arthur? Eu posso entrar? – Perguntei.
Ele ainda meio chateado comigo, mas só fechou a porta do banheiro porque Anie
estava no quarto. – Quero terminar de me arrumar. – Expliquei.
– Entra, Lua. – Ele respondeu e eu abri
a porta.
Arthur já tinha terminado de tomar
banho e estava tirando a barba. Ele fica tão sexy de barba. Mas eu nem ia
comentar nada ou poderíamos discutir até sobre isso também. Peguei meu secador
de cabelo e depois minha escova. Comecei a secar os meus cabelos e depois
penteei e amarrei com um elástico preto de cabelo. Arthur havia terminado de
fazer a barba e foi se vestir.
– A gente poderia tentar não ficar
nesse clima. O que você acha da minha ideia? – Perguntei me encostando na porta
do closet.
– Uma boa ideia, Lua.
Arthur concordou e terminou de calçar
os sapatos; sapatênis bege. Vestia uma bermuda também bege, uma blusa preta e cinza
com algumas rosas pretas estampadas, e o relógio que Anie havia dado de
presente de aniversário.
– Você está tão lindo, mas eu prefiro
de barba. – Comentei e Arthur me encarou.
– Obrigado. Você também está sexy. Um
vestido preto básico nunca fica básico em você. – Me disse e passou por mim me
dando um beijo na bochecha.
– Obrigada. – Sorri.
– Você deveria ter falado da barba
quando eu estava fazendo. – Contou e pegou a carteira. – Vamos?
– Vamos. – Respondi. – Pensei que a
gente pudesse brigar... – Suspirei.
– Uhm... e desde quando você foge de
uma briga? – Arthur indagou divertido e eu lhe dei um tapa no ombro.
– É sério. – Pontuei.
– Papai, eu já ia chamar o senhor. Que
demola!
– Você tá muito apressada pelo que eu
estou vendo.
– Quelo ir logo. – Anie puxou Arthur
pela mão.
Pov
Arthur
Londres
| Segunda-feira, 4 de abril de 2016 – Seis horas da tarde.
– Onde que a gente vai agola, papai? –
Anie me perguntou ao observar que eu peguei o caminho que não era de casa.
Tínhamos acabado de sair da aula de balé dela.
– Na farmácia, filha. Vai ser rápido. –
Respondi.
– O senhor tá dodói? – Perguntou
preocupada.
– Não, meu amor. Não vou comprar remédio.
– E vai fazer o que então?
– Comprar um negócio. – Respondi
vagamente.
Anie não entenderia. Eu ia comprar
aquele tal teste que a Lua disse que queria fazer. Aliás, nem ela sabe que eu
vim comprar. Mas eu notei que ela está bastante ansiosa com isso. Não tocamos
mais no assunto. Porém, conheço muito bem a minha mulher.
– Então se eu pedir um negócio o senhor
compa? – Anie me pediu com aquela cara sapeca que é só dela. Comecei a rir.
– Um negócio é? – Insisti e Anie
assentiu. – Que negócio é esse que você quer?
– Um negócio que é chocolate, papai. –
Ela sorriu.
– Só se for da barra pequena. Sua mãe
não quer que você coma muito doce.
– Mas aí a gente não conta pla ela. –
Sugeriu.
– Até parece que a gente consegue
esconder as coisas dela. – Retruquei estacionando o carro na rua ao lado da
farmácia. – Deixa eu tirar o seu cinto. – Falei me esticando para destravar o
cinto de segurança da cadeirinha da Anie.
– Mas eu não vou contar, papai. – Ela
assegurou.
– Vem. – Chamei ela e Anie se jogou no
meu colo. – Você é muito pequena pra já tá pensando em mentir pra gente. –
Ativei o alarme do carro.
– Mas o senhor vai compar? – Ela
insistiu.
– Vou, Anie. Vou. – Respondi e ela me
deu um beijo na bochecha.
Entramos na farmácia e eu fui direto
até o balcão para falar com o farmacêutico de plantão.
– Olha, é perfume da Cindelela! Uau!
Compa, papai!
– Filha, a gente não veio comprar
perfume.
– Mas é da Cindelela! – Ela repetiu.
– Boa noite. – Falei.
– Boa noite. – Era uma mulher.
– Eu vim comprar um teste, mas não sei
o nome ou marca. Pra falar a verdade, a minha mulher nem sabe que eu vim
comprar.
– Teste de gravidez? – A mulher sorriu.
– Não. É de ovulação.
– Clearblue é o melhor que temos aqui.
É o mais caro também. Os outros que são mais em conta, também, são bons. Só que
mais inferiores.
– Eu quero o melhor. O preço não importa.
– Respondi. – Como funciona? Apesar de saber que a minha mulher com certeza sabe
como funciona. – Conclui.
– Olha, esse vem dez tirinhas. Ele é
digital. Os outros não são. Pra funcionar, a sua esposa precisa saber o ciclo
dela direitinho. Se tiver ovulação e próximo do período fértil, vai aparecer
uma carinha sorrindo e senão tiver, vai aparecer só um círculo vazio. E ah...
Se tiver perto ou longe do período fértil, vai aparecer bem fraquinha a
carinha. No dia fértil, essa carinha vai aparecer bem forte. – Ela me explicou
detalhadamente.
– Entendi. Obrigado. – Peguei a
caixinha. – Quanto custa?
– Quinze libras.
– Tá ok. Vem, Anie.
– Agola vai compar chocolate?
– Sim. Vamos pegar chocolate. Vou pegar
pra sua mãe também.
– Eu escolho!
– O seu. – Pontuei. – Ok?
– Oook, papai. – Anie correu para o
corredor de chocolate.
*
– Onde vocês estavam? Cheguei em casa
achando que encontraria vocês. – Lua já tinha chegado do trabalho. Inclusive,
já estava até de banho tomado e vestia um baby doll que não era de abacaxi.
– Fui com Anie ao balé e de lá eu fui
comprar um negócio pra você. – Expliquei.
– Pra mim? – Lua perguntou um pouco
curiosa e eu assenti. – O que é?
– Uma coisa que você quer muito fazer.
Aí dentro da sacola tem chocolate também. – Contei e entreguei a sacola a ela.
A primeira coisa que ela tirou da sacola foi a barra de chocolate.
– A minha preferida. Obrigada, Arthur. –
Lua ficou na ponta dos pés e me deu um selinho.
– De nada. – Segurei em sua cintura. E
ela tirou o teste de dentro da sacola e me encarou. – A farmacêutica disse que
esse é o melhor. Inclusive, foi caro hein, pra vim só dez tirinhas. – Comentei.
– Ele me explicou detalhadamente como funciona, embora eu saiba que você deve
saber como fazer.
– É. Eu sei. Só não entendi porque você
comprou.
– Porque você fica extremamente
inquieta quando quer as coisas e eu não estava mais aguentando. Então, eu
resolvi comprar logo pra você fazer. Espero que tenha sido uma boa ideia. Não
quero me arrepender depois. – Falei.
– Obrigada, obrigada, obrigada! – Sim.
Lua ficou extremante feliz e empolgada. Me abraçou pelo pescoço e me beijou. –
Meu ciclo é de trinta dias. Acho que ainda não vai aparecer nada se eu fizer o
teste agora. Será que eu faço só amanhã? – Me perguntou insegura.
– Eu vou tomar um banho. A gente vai
jantar e depois você vai me explicar isso, ok? – Sugeri.
– Ok. Eu vou banhar a Anie. – Lua me
avisou e deixou a caixinha do teste e a barra de chocolate sobre o criado-mudo.
– Eu comprei chocolate pra Anie. –
Avisei enquanto caminhava para o banheiro.
– Tá bom...
Horas
depois...
– Anie dormiu? – Perguntei assim que
Lua entrou no quarto. – Hoje ela demorou, hein?
– Sim. Ela tinha muitas novidades.
Inclusive, vocês precisam levar o Bart ao veterinário. Eu me lembrei disso
hoje. Ele vai fazer quatro meses.
– Táá... amanhã eu vejo isso. –
Respondi.
– Nem adianta fazer essa cara. O
combinado foi esse. – Ela me lembrou. – Você e Anie seriam os responsáveis pelo
cachorro. Eu nem devia estar te lembrando.
– Eu sei, loira. Eu sei. Não quero
escutar esse sermão de novo.
– Não vou dá sermão. Só quis te lembrar.
– Lua explicou e andou até a sacada para fechar a cortina. – O que você tá
assistindo?
– Um filme de ação. Mas já está quase
acabando. – Respondi.
– A gente pode conversar? – Lua se
sentou no colchão.
– Claro, querida. Pode falar. – Eu já
sabia sobre o que era.
– Depois do filme. Quero que você
preste atenção no que eu vou falar. – Me disse calma.
– Tudo bem, Luh. – Desliguei a tevê. –
Eu estou prestando atenção. – Acrescentei. Sempre, qualquer assunto que ela
queira conversar é mais importante.
– É sobre o teste.
– Eu sei. Pode explicar. Faz tempo que
não conversamos assim...
– Verdade. – Lua sorriu de lado. – Mas
tem também outra coisa que eu quero te mostrar antes. – Lua pegou o celular. –
Eu acho que você ainda não viu. Vi hoje à tarde depois do almoço. Tinham muitas
mensagens e notificações depois da foto que você postou na quinta-feira. Só que
eu meio que me desliguei mais ainda de rede social depois do que aconteceu. –
Ela me entregou o celular. Lua tinha acessado um site de notícias de famosos e
tinha uma notícia sobre nós. Lua odeia esse tipo de exposição e eu também não
gosto. Ainda mais por envolver ela.
Li tudo o que estava escrito, e não fazia
ideia de que “fontes” foram essas que falaram que eu tinha saído de casa.
Publicaram novamente uma foto minha e da Kate, isso eu não podia
mentir, só que num cenário que a versão era a dela.
– Desculpa por isso, loira. Eu
realmente ainda não tinha visto. – Confessei. Depois que postei a foto,preferi
ignorar os comentários por não saber como seriam. Mas sabíamos que algo do tipo
sairia. – Fico tentando imaginar que fontes foram essas.
– Às vezes eles ficam blefando pra ver
se conseguem alguma coisa em resposta. Eu até pensei em dizer algo. Não para
eles em especial, mas para todo mundo que já está se importando demais. – Me
contou.
– Você não vai fazer isso, Lua. Por
favor. Depois você vai se arrepender da repercussão. Estamos bem assim. Isso
que importa!
– Eu sei que não é uma ideia inteligente.
Então eu também vou postar uma foto de ‘estamos bem, obrigada!’. Você me
entende?
– Não faz isso, neném. Estamos bem. –
Sorri.
– Se eles querem tanto saber, vão
saber. – Lua pontuou decidida.
– Você que sabe. Por mim continuaríamos assim.
– Eu sei. – Lua segurou meu queixo e
deu uma mordida nos meus lábios.
– Lua! – Exclamei.
– Eu só queria que você soubesse. –
Ressaltou. – Agora já podemos falar sobre o outro assunto.
– Tá. Vamos lá. – Me ajeitei na cama.
– Então, eu tinha te falado que meu
ciclo é de trinta dias. Certo?
– Certo. – Afirmei.
– O que eu ainda me lembro é que a
gente começa a contar treze dias a partir do primeiro dia da menstruação, ou
seja, dia vinte e cinco. Como vem certa, eu não terei nenhum problema com as
datas. – Lua ficou contando nos dedos. – Hoje são quatro, o dia mais certo
seria dia nove, no sábado, mas é bom começar alguns dias antes para saber
quando inicia. Se eu ficar acompanhando, é mais fácil saber quando vai aparecer
a resposta.
– O positivo no caso.
– É, pra ovulação. Daí teria mais
chance de engravidar caso a gente tivesse tentando. Porque o dia vai tá exato,
não tem como errar.
– Entendi. E o que você vai fazer
quando souber a resposta?
– Acho que a gente não vai transar. –
Lua mordeu o lábio inferior.
– Eu já esperava. – Comentei.
– Mas eu não vou ficar paranoica com
isso, Arthur.
– Espero que não. – Ri e Lua me
acompanhou. – Se você fizer agora não vai aparecer nada?
– É provável que não. – Lua pegou a
caixinha do teste. – Você quer que eu faça um agora?
– Você que sabe. Você tá com vontade de
fazer xixi? – Indaguei e Lua negou com a cabeça. – Então deixa pra outra hora. –
Concluí e Lua voltou a deixar o teste sobre o criado-mudo.
– Você é o melhor marido do mundo,
Arthur. – Lua disse me olhando nos olhos. – Obrigada, obrigada. – Lua aproximou
os lábios dos meus.
– Eu amo você, Lua. Muito, muito,
muito. Eu só quero te ver feliz, meu bem. – Puxei ela para o meu colo e
iniciamos um beijo. Passei uma das mãos por dentro do top de renda que ela
estava vestida e Lua desceu os beijos para o meu pescoço.
– Ainda bem que você
não está com aquele pijama ridículo. – Ri e Lua puxou meu cabelo com um pouco
mais de força. – Aaaii... – Reclamei.
– Meu pijama é fofo. – Ela me corrigiu.
– Pijama de velho, Lua. – Não consegui
controlar a minha risada.
– Paaaraaa... Não é pijama de velho
coisa nenhuma!
– Óbvio que é. – Impliquei. – Quem usa
pijama de gola? Eu vou... – Comecei a beijar o peito dela e depois desci os
beijos para os seios, por cima do top. – comprar um pijama bem sexy de abacaxi pra
você.
– Sexy? – Lua indagou soltando um
gemido quando eu desci ainda mais os beijos.
– Sim. Pra você jogar fora aquele
pijama rosa e amarelo de velho. – Ri abaixando uma das alças do top.
– Não é de velho! – Lua me deu um tapa mais
forte. – Você vai continuar implicando com isso?
– Não, minha linda. – Ri baixinho. –
Mas eu prefiro esse aqui. – Dei um tapa na lateral do bumbum dela. – Posso
tirar?
– E desde quando você pede?
– Ultimamente eu ando bastante educado
com você nesse assunto. – Pontuei e Lua riu me puxando para um beijo.
– Sabe o que eu lembrei? – Me
perguntou.
– Não faço ideia. – Respondi voltando a
beija-la no pescoço.
– Eu ainda nem abri aquele presente que
você me deu. – Me contou e eu ergui a cabeça para olha-la nos olhos.
– Você não vai querer fazer isso agora,
não é? – Perguntei e Lua me encarou divertida. – Por favor! Lua, fazem quatro
dias que você poderia ter lembrado disso. – Comentei. – Você tá de sacanagem
comigo, Lua. – Concluí.
– Eu só lembrei! – Ela exclamou. – Você
pode voltar a me beijar. Você parou bem aqui. – Lua apontou para os seios.
– Mentirosa! – Nós dois rimos. – Eu
estava beijando bem aqui. – Depositei um beijo no pescoço dela e Lua gemeu. –
Você não precisa apressar as coisas. Eu vou adorar beijar aqui também. – Desci
os beijos para onde ela tinha apontado e puxei o top para baixo.
– Acho melhor tirar... ou você... vai
rasgar minha roupa, Arthur. – Lua observou.
– Eu não vou rasgar. – Afirmei. – Mas
tudo bem... – Fiquei de joelhos no colchão. – É melhor tirar. Porque o que eu
quero fazer aqui, não precisa de roupa. – Pontuei. Ajudei Lua a tirar o top
preto rendado que ela vestia. – Você é tão linda. Eu preciso dizer isso todas às
vezes. – Confessei deitando sobre ela e Lua abriu as pernas para que eu me
acomodasse entre elas.
– Você também é lindo. Eu é que esqueço
de dizer isso todas às vezes.
Lua acariciou os meus cabelos e eu
rocei os meus lábios nos dela. Desci novamente os beijos por seu corpo e levei
junto a calcinha. A penetrei devagar sentindo-a arranhar minhas costas e
encolher uma das pernas enquanto gemia baixinho no pé do meu ouvido.
Eu amo esse ritmo lento. Posso sentir
Lua intensamente. Encostei minha testa na dela e Lua ergueu a cabeça para me beijar.
O ‘entra e sai’ continuou no mesmo ritmo até chegarmos ao ápice.
– Já entendi que sou seu. Não precisa
me marcar tanto assim. – Falei divertido deitando ao lado de Lua.
– Eu não mandei você ir tão devagar. Parece
que eu perco mais o controle quando é assim. – Confessou se virando de frente
pra mim e passou uma das mãos em um dos meus braços.
– Eu concordo. – Falei lhe dando um
selinho. – Eu estava com tantas saudades, Luh... foram o quê...? Mais de uma semana.
– Lembrei.
– Eu não estava com cabeça...
– Eu sei que não. – Passei o polegar
por sua bochecha. – Tudo bem. Eu entendo. – Esclareci.
– Mas essa semana começou bem. – Lua
encolheu os ombros.
– Sim. Quero que continue assim. – Falei.
Lua jogou uma das pernas por cima da minha e se acomodou em meu colo.
– O que você me deu de presente?
– Depois você vê. – Respondi rindo.
– Amor, é sério!
– Ora, eu já te entreguei, Lua. – Me
defendi.
– Só diz. Eu conheço a sacola. Mas não
sei se é o que eu estou pensando.
– Provavelmente é. – Afirmei.
– Uma lingerie?
– Sim. Dessa vez foi difícil encontrar.
Eu não gosto muito dessa loja. Na outra tinham mais opções... mas nem voltei mais
lá.... enfim, você sabe o porquê.
– Você tá exigente! – Lua sorriu. – Por
que foi difícil?
– Porque só tinha tamanho grande. E eu
não gostei muito das cores. A maioria você já tem... aliás, eu trouxe uma cor
que você não usa muito, mas deveria usar. Fica linda em você.
– Vermelho.
– Quase isso. – Sorri.
– Vinho?
– Hahahaha... você vai querer adivinhar
agora?
– Grande muito grande?
– As calcinhas não, mais o sutiã. –
Expliquei.
– Meus seios são pequenos mesmo. – Lua
se olhou e segurou em um dos seios. Isso me fez rir.
– O problema não são seus seios, meu
amor. Eu amo seus seios. Acho eles perfeitos. Para de bobagem. O problema tá no
tamanho das peças que eles colocam pra vender. É isso. – Expliquei.
– Você trouxe que tamanho?
– M. os outros eram M também, mas tinha
uns grandes demais e outros, pequenos demais. É estranho. – Contei. – Nossa, se
eu errar o tamanho depois de tantos anos... aí tá complicado.
– Também acho. Eu vou ficar chateada. –
Lua se mexeu e ficou sobre mim.
– Você não vai fazer isso, Lua.
– O quê? – Ela se fingiu de desentendida.
– Isso... – Gemi segurando em sua cintura
quando Lua encostou sua intimidade no meu membro. – Você é demais.
– Sou intensa mesmo. – Ela afirmou.
– É gostosa.
– Muito. – Ela concordou e começamos
mais um round.
Pov
Lua
Londres
| Sexta-feira, 8 de abril de 2016 – Cinco e meia da tarde.
Eu cheguei um pouco mais cedo do trabalho.
Estou muito ansiosa para fazer o teste de ovulação. Pelas minhas contas, o dia
é hoje – eu fiquei adiando e não fiz nenhum teste.
Pelo visto Arthur não está em casa.
Anie está assistindo desenho sozinha – ainda com a roupa de balé.
– Ei, meu anjo.
– Mamãe! – Ela exclamou e correu até mim.
– Oi, bebê. Que saudade, filha. Como você
passou o dia?
– Bem. Meu papai me levou pla aula de
balé e a Carol foi me buscar. Por que que meu papai não foi? Ele nem me disse
nada. – Anie cruzou os braços a espera da minha resposta.
– Eu não faço ideia, filha. Acabei de
chegar e seu pai também não me disse nada. – Toquei a ponta do seu nariz com o
dedo indicador. – Vamos tomar banho?
– Mas eu tô assistindo desenho, mamãe.
– Você pode continuar assistindo então.
Mas depois você vai ter que tomar banho e eu não vou aceitar um não como
resposta. – Avisei compreensiva.
– Então eu vou agola. Porque depois eu
não vou queler. – Ela riu sapeca.
– Vem... Você tá muito engraçadinha. – Pontuei.
Subimos a escada e chegamos até o meu quarto.
As coisas de banho da Anie ficavam mais no nosso banheiro, do que no banheiro
do quarto dela. Arthur diz que não entende porque ela tem um banheiro, se quase
não usa.
Deixei minha bolsa sobre a poltrona
como de costume e tirei a minha roupa. Anie tirou a saia dela, mas não sabia
como tirar o collant. A ajudei com a roupa e depois fomos tomar nosso banho. Não
demoramos e depois eu fui até o quarto dela e peguei uma roupa para ela vesti.
– Posso ficar aqui assistindo desenho?
– Pode.
– Até o meu papai chegar.
– Tá. – Sorri.
Arthur não costumava sair sem avisar,
mas hoje é a segunda vez que ele faz isso. Eu não gosto de me preocupar com essas
saídas sem aviso.
Ajudei Anie a se vesti e depois
entreguei o controle da tevê para ela. Eu liguei o ar-condicionado antes de
sair do quarto e depois fechei a porta.
Carla estava fazendo o jantar.
– Boa tarde, Carla.
– Boa tarde. Hoje você chegou cedo. –
Comentou.
– Sim. A semana foi puxada. Eu resolvi
me liberar mais cedo hoje. – Sorri. – Arthur avisou para onde ia?
– Não. Ele foi deixar a Anie no balé e
depois ligou para Carol ir busca-la.
– Uhm... – Murmurei. – O que você vai
fazer para o jantar?
– Purê de batata e frango assado de
forno. Tudo bem?
– Tudo ótimo. E a Mel?
– Saiu... acho que ela foi caminhar. Era
umas cinco e pouquinho.
– Tá ok. Vou lá pra sala.
– Tá. Quando eu aprontar o jantar, eu
te aviso.
Assenti e caminhei para a sala. Liguei a
tevê, mas não fiquei prestando atenção no que passava. Peguei meu celular e
lembrei que fiquei de postar uma foto com o Arthur. Escolhi uma foto que eu estava
fazendo um bico e Arthur estava com o rosto próximo ao meu. Eu sentia vontade
morder aqueles lábios bem rosinha dele.
Não importa o que vão dizer.
É uma legenda que pra bom entendedor,
não precisa de explicação. Deixei o celular de lado e me deitei no sofá. Eu estou
cansada, quero dormir, mas, também, quero fazer o teste. Era bom que Arthur não
estava em casa, assim ele não precisava ver a minha reação. Passei as mãos no
meu cabelo e a campainha tocou. Revirei os olhos e gritei para Carla que eu ia
atender.
– Sophia. – Pontuei assim que abri a
porta.
– Eu ligo, você não me atende. Mando mensagens
e você não me responde. – Ela reclamou assim que eu dei passagem para ela
entrar. – Cadê a Anie?
– Está no quarto. – Respondi. – Eu não
atendo porque eu não quero me estressar, Sophia.
– Se estressar? Comigo? Por favor, Lua.
– Ela sorriu. – Se você tá estressada, com certeza, o problema não sou eu. Certo?
Se você tivesse me procurado, isso não estaria acontecendo.
– Do que você tá falando? – Perguntei
meio impaciente.
– Lua, não se finja de desentendida. –
Pontuou. – Arthur estava aqui semana passada. E o que significa aquela foto que
ele postou? As pessoas estão dizendo que vocês voltaram.
– Nunca falamos para essas pessoas que tínhamos
nos separado. – Corrigi.
– Mas vocês não estavam juntos. Disso eu
sabia! Até a Mel sabe que ele voltou pra casa.
– Ela mora aqui, Sophia. E eu tenho
vinte e nove anos. Por favor, sei muito bem tomar minhas decisões.
– Ele traiu você!
– Então, foi eu. Você escutou o que disse?
Por que você está tão irritada com isso?
– Você é a minha irmã! O que ele fez com
você? Você não é assim, Lua. Você é decidida.
– Essa foi a minha decisão. Por que você
está me questionando? – Indaguei.
– Lua... Meu Deus! Você não pode se
rebaixar a esse ponto.
– Que rebaixar o quê? Você tá doida,
descontrolada! Acho melhor você ir embora. Eu cheguei cansada do trabalho. Não estou
disposta a ouvir isso! – Falei irritada.
– Você tá me expulsando? Você nunca me
mandou embora!
– Você nunca se intrometeu tanto na
minha vida!
– Aaah... então, Arthur já fez a tua
cabeça? Ele fez mais o quê? Se fez de coitadinho também? Porque ele foi extremamente
grosso comigo.
– Você não conhece o Arthur, Sophia. –
Ri sem acreditar que ela queria fazer intriga novamente.
– E pelo visto, nem você. – Ela
debochou.
– Eu conheço o meu marido, Sophia. E,
sinceramente, eu não quero conversar com você sobre o meu casamento e muito
menos, sobre o Arthur.
– Seu marido? Então você admite que vocês
voltaram?
– Eu não preciso admitir nada pra você.
Eu não saio da minha casa pra gritar com você na sua casa. – Pontuei.
– O que Arthur falou!
– Ele não falou nada. Foi você quem
falou! Eu li as mensagens, Sophia. Eu forcei todo mundo a me contar o que tinha
acontecido. E o Arthur não queria contar o que você tinha falando de mim do meu
filho! Eu sou sua irmã! Você não pensou nos meus sentimentos em nenhum momento!
Eu perdi um bebê e você fala que ainda bem? Você tá louca! Você nem sabe o que
aconteceu depois. Você não sabe de nada, Sophia. Você não sabe o que eu passando.
Então por que você não calou a boca? – Quase gritei. – Eu quero que você vá
embora. A gente se fala em um outro momento.
– E se você tivesse grávida e passasse
por aquilo? Ia ser pior. Arthur que não pensou em você.
– Arthur nunca deu graças a Deus que eu
perdi o nosso filho. Então para de falar no Arthur. Para! Eu cansei de todo
mundo achando que sabe do meu casamento. Por que ninguém cuida da própria vida?
– Por que você está tão exaltada?
– Porque? É muita cara de pau! Você
veio gritar comigo na minha casa.
– Eu não estou gritando.
– Ah não? E essa cena é o quê? Porque
você não vai... sei lá, comprar roupas ou arrumar o quarto da sua filha? Isso são
coisas que você gosta de fazer. Então aproveita e me deixa em paz. Eu não mereço
passar por isso. Você me magoou demais!
– Aah, para, Lua! Arthur te trai e eu
que te magoo?
– ARTHUR NÃO ME TRAIU! QUE SACO! E SE
TIVESSE? POR QUE ISSO SERIA DA CONTA DE VOCÊS? – Gritei. Perdi a paciência que
eu estava lutando para segurar.
– Porque eu nunca ia permitir que alguém
fizesse a minha irmã de boba.
– Sophia, você não estava se importando
até há algumas semanas. Você sumiu. Você e todos os outros. Só o Harry, a Mel,
as meninas e Arthur que ficaram... Arthur continuou vindo aqui, todos os dias
pela nossa filha. Minha mãe só ligava para xingar ele. Nem perguntava como eu
estava, como a minha filha estava. Você só falava sobre o que ele tinha feito.
Não perguntava se eu estava bem. E agora você vem dizer que se importava? Por
favor. Não seja hipócrita.
– Ele que não se importou com você! –
Acusou novamente.
– Se ele não se importasse, continuaríamos
separados. E no entanto, estamos aqui. Juntos de novo! Você deveria estar
feliz! Vocês todos deveriam estar felizes. Porque eu e a minha filha estamos. Arthur
nunca tratou mal vocês. Nenhum de vocês. E agora a gente tem que passar por
isso? A gente não merece, Sophia. E eu estou me controlando... tentando me
controlar. – Ressaltei. – Porque você está grávida. Mas pelo visto, nem você tá
pensando nisso. Você tá tão desocupada assim?
– Eu quero te ajudar.
– Dispenso esse tipo de ajuda, Sophia. Eu
estou bem. A minha família está bem. Não que você esteja se importando.
– Eu me importo, Lua!
– Não é o que parece. – Retruquei. –
Você não acha melhor ir pra casa? Eu não quero perder, definitivamente, a minha
paciência com você e depois carregar mais uma culpa pela irresponsabilidade dos
outros.
– Você já foi mais educada.
– Te digo o mesmo. Aliás, recebemos a
mesma educação.
– Quero ver a minha sobrinha.
– Você não vai ver a minha filha,
Sophia. Anie está bem. Eu já disse. Eu não quero que a minha filha presencie
mais uma cena sua. Ela é só uma criança. – Expliquei.
– Você não pode fazer isso.
– Você também não podia fazer muita
coisa que já fez. – Respondi. – Eu ainda não acredito que você veio até aqui só
pra isso. Se eu não tivesse presenciado, eu dificilmente acreditaria. – Comentei.
– É você que tá diferente. – Ela disse
chateada. – Eu não esperava isso de você. – Acrescentou e eu ri.
– Eu não acredito que eu estou ouvindo
isso. – Falei e Sophia caminhou até a porta. – Se for pra ter essas conversas,
eu prefiro que você não venha. – Pedi.
– Eu que prefiro não vir, se for pra
ser recebida desse jeito.
– Só respondi da mesma forma. – Me
defendi. Abri a porta e Sophia saiu.
Parece que era mentira! Eu não mereço passar
por isso. Suspirei e subi para o quarto.
Jantamos depois de alguns minutos e
Anie não demorou a dormir. Arthur ainda não tinha chegado e nem me mandando
nenhuma mensagem. Mas eu sabia que não devia me preocupar.
Voltei para o quarto e fechei a porta. Peguei
a caixinha do teste pela... perdi as contas de quantas vezes já desisti de fazê-lo.
Suspirei e segui para o banheiro. Não demorei a fazer xixi. Eu estava nervosa. O
resultado veio rápido e eu não estava preparada.
Saí do banheiro e troquei de roupa. Vesti
uma camiseta do Arthur e me deitei na cama. Eram quase nove horas da noite e
nem sinal dele.
Pov
Arthur
Cheguei em casa quase nove e meia da
noite. Não tinha ninguém na sala e eu desejei que Lua não estivesse chateada
comigo. Esqueci de avisar que estava com Harry. Jogamos videogame e comemos pizza.
Faziam alguns dias que não conversávamos e eu aproveitei para fazer isso hoje.
Subi a escada e fui até o quarto da
Anie. Ela estava dormindo e eu fechei a porta com cuidado. Quando abri a porta
do meu quarto, Lua não estava diferente da nossa filha. Decidi não acordá-la e
fui tomar um banho.
Quando voltei, Lua estava virada de
frente para a porta do banheiro.
– Você tá chateada?
– É para ter ficado? – Lua perguntou
baixo.
– Não. Claro que não. – Respondi. – Deixa
só eu vesti uma roupa.
– Tudo bem. – Vesti minha roupa rápido
e voltei para o banheiro para deixar a toalha.
– Eu estava na casa do Harry. Jogamos videogame
e comemos pizza. Só isso, Luh. – Expliquei e lhe dei um beijo na testa. –
Aconteceu alguma coisa?
– Muitas coisas. – Ela disse e seus
olhos começaram a lagrimar. Fiquei preocupado.
– Lua?
– Sophia esteve aqui.
– O que ela falou pra você? Eu não
acredito que ela fez isso de novo.
– Mas eu nem tô assim por causa dela...
– Meu anjo... O que aconteceu, Luh?
– Eu fiz o teste... eu até preferi que
você não estivesse aqui mesmo. – Confessou.
– Por que, Luh? Você sabe que eu ia te
apoiar.
– Eu sei.
– O que deu? – Perguntei ansioso e
nervoso.
– Nada. – Lua começou a chorar. –
Nada... – Disse entre lágrimas e eu puxei ela para o meu colo.
– Não chora. Por favor... a gente combinou,
Luh. Você disse que não ia mudar nada.
– Eu não estava... preparada... eu não
queria saber.
– Não era pra ter feito. Meu Deus! Eu disse,
Lua. Eu sabia.
– Desculpa...
– Não precisa. – Falei baixinho. – Eu
te amo, meu anjo. Amo tanto, Luh. – Enchi ela de beijos.
– Eu também te amo. – Falou soluçando.
– Fica calma, por favor. – Pedi
novamente.
– Eu deixei pra fazer no dia certo,
Arthur.
– Eu sei, meu anjo. Eu lembro que você
disse que era hoje... mas... essas coisas acontecem. A gente sabia que tinha
essa possibilidade.
– Mas eu não queria! – Exclamou.
– Shhh... tudo bem. Tudo bem. – Eu não
queria que ela ficasse mais nervosa. – Eu sei que você odeia que te peçam calma.
Mas eu não sei o que fazer, meu amor. – Falei e Lua só chorava.
Continua...
SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.
N/A: Boa noite.
Olá, tudo bem? Espero que tenham
gostado do capítulo. Eu fiz de tudo para postar hoje.
Obrigada
pelos comentários no capítulo anterior.
Esse capítulo de hoje foi cheio de
amor, implicâncias e discussões :-/
Abriram os links? Viram os 'posts do insta'? Gostaram? Comentem!
COMENTEM tá? Estou ansiosa para saber o
que vocês acharam.
OBS: Eu não sei quando terá
outra atualização. Se vai demorar mais ainda ou não. Gostaria que vocês
compreendessem. Minhas aulas voltam semana que vem, mas essa semana já estou
cheia de coisas para fazer.
Obrigada
pelo carinho. Espero muitos comentários. Até a próxima atualização.
Beijos.
Cada dia eu me apaixono mais por essa história ! Peguei ranco da sopia MDS
ResponderExcluirAmeeei demais! E a Sophia não mereceu menos
ResponderExcluirTo com tanta raiva das atitudes da Sophia.Amei a reação da Lua,ela estar super certa em pensar na familia dela em primeiro lugar,dar pra ver que ela estar bem magoada tbm,pelas atitudes dos pais dela,por não apoiarem ela e a Anie.simplesmente amei esse capítulo, amei os posts no instagram,amando o momento dos dois��❤
ResponderExcluirAí que ranço da Sophia affs amei o capítulo essa família junta é tão perfeita �� ansiosa pelos próximos capítulos aí queria que o teste desse positivo poxa Milly ass: Noemi
ResponderExcluirQue bom q a Lua deu um chega pra la na sophia aff ta insuportável.
ResponderExcluirAnciosa, posta logo.
ResponderExcluirMeu casal é um amorzinho mesmo ♥️ Arthur é tão bom, paciente e cuidadoso com a lua, sempre fazendo as coisas do jeito dela. Anie é um amor, parece com o Arthur fisicamente mais a personalidade é todinha da lua. Sophia bem q mereceu escutar as verdades que a lua disse, não se preocupou em nenhum momento com os sentimentos da lua e isso foi péssimo. Chorei com esse final, lua não estava mesmo preparada para esse resultado 😢
ResponderExcluirAmei as imagens, torna tudo um pouco mais real. E a notícia que vc escreveu ficou top de linha tá de parabéns 👏👏 vc é topadaa Milly, obrigada por mais um capítulo maravilhoso.
Cadê você saudades ��☹☹
ResponderExcluirSeria ótimo nessa quarentena um cap dessa fic maravilhosa ��������
ResponderExcluircomo eu amo essa web!!!! Ansiosa demais para o próximo capítulo
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