Little Anie - Cap. 83 | 6ª Parte – Final

|

Little Anie | 6ª Parte – Final

Sei lá, do jeito que as coisas estão é impossível não pensar que talvez a gente não envelheça juntos.
– Felipe Sandrin

Pov Lua

Londres | Quarta-feira, 2 de dezembro de 2015 – Sete horas da manhã.

Dezembro já tinha chegado e trouxe junto aquele frio que é característica do inverno Londrino. Já estávamos preparados, porque o outono deu indícios de que esse ano o inverno seria intenso. Mas não era só fora de casa que o frio estava forte, dentro de casa entre Arthur e eu, as coisas não tinham melhorado nenhum pouco.

Para ser sincera, desde sábado não falamos mais a respeito do que aconteceu. A falta de diálogo entre nós dois está gritante e isso nunca aconteceu. Não por esses motivos que eu sei que tem que serem resolvidos com urgência, mas Arthur parece não ligar muito para isso, diferente de mim.

Eu não consigo nem olhar para o Arthur. Não consigo entender como ele não enxerga que essa situação mal resolvida dele com a Kate, só contribui para que a nossa relação entre em crise e que quanto mais ele ignora esse assunto, mais nós brigamos. Arthur sempre foi o mais calmo de nós dois e sempre preferiu ignorar as coisas que ele assegura que não são importantes para ele. E isso é um dos motivos que nos faz discutir, porque eu sempre falo as coisas que me incomodam nele, sempre falo o que eu acho que é importante pra ele, mesmo que não seja para mim.

Não estamos nos falando, mas continuamos dormindo no mesmo quarto, na mesma cama, e está sendo horrível. É como se fôssemos dois estranhos. É claro que já brigamos antes, é claro que já dormimos sem nos falar algumas vezes, mas dessa vez está sendo diferente, o assunto é diferente, é aquele tipo de discursão que nenhum casal sonha em ter ao longo do relacionamento.

A desconfiança é um sentimento que nos perturba e quando ela bate, não importa quantas vezes a pessoa que você desconfia te diga ‘eu te amo’, você não vai conseguir acreditar mais. E a sensação de que as coisas não irão voltar a ser como antes só cresce.

Hoje é quarta-feira, e na segunda-feira, Anie foi para o balé, mas a costureira não foi tirar as medidas e a professora avisou que ela irá hoje. Arthur foi quem levou a Anie para a aula e me deu o aviso quando chegou e também deixou claro que era melhor eu ir para falar com a costureira, do que ele que não entende muito disso.

Conversamos só sobre assuntos referentes a nossa filha, nada além disso. E isso é algo que eu creio que nunca irá mudar. Já conversamos bastante sobre separar as coisas e nunca deixar que nossos problemas como casal fique acima da nossa relação de pais. Para algumas coisas conseguimos ser maduros.

Eu já estou arrumada. Vou para o trabalho e na hora da aula, eu saio mais cedo e vou encontrar com Anie. Estou curiosa para saber como será a roupa da apresentação dela. Quando eu perguntei sobre isso para Arthur, ele disse que a professora ainda não tinha mostrado nada.

Anie já tinha acordado. Não sei porque ela acorda cedo no inverno, se fosse eu, com certeza ainda estaria dormindo. Mas ela puxou isso do Arthur, não fica na cama até tarde. Ela acordou já pedindo o moletom da minnie dela, que tem o nome na frente. Até que Carol encontrou o que ela estava falando, ela vestiu, e depois pegou uma calça legging cinza de estampa de corações e um tênis rosa metalizado. Ela com certeza estava com frio, porque Anie não é muito de vestir essas roupas dentro de casa – ainda mais calçar tênis.

Adoro inverno, embora ame meus shorts curtos na primavera e no verão – e até em alguns dias no outono –, gosto de usar meia-calça, casacos e botas nessa estação do ano.


– A senhola já vai? – Anie perguntou quando entrou no quarto. Arthur estava deitado, mas já tinha acordado há horas.
– Sim, meu anjo. – Respondi indo até o closet para pegar uma bolsa e a pequena me seguiu.
– A senhola lemba que é hoje que tem que ir na aula de balé pra ver a roupa da dança?
– Sim, filha. Eu lembro. – Afirmei e peguei uma bolsa preta.
– A senhola vai então?
– Vou.
– Então tá, eu vou espelar a senhola... Mãe?
– Oi...
– A senhola pode me ver dançar?
– Talvez dê tempo, bebê. Mas não vou prometer nada.
– A senhola sabia que eu já sei um pouco sem errar?
– Já? Não, eu ainda não sabia. Mas que bom, filha. – Segurei seu rosto e lhe dei um beijo na testa. – Amo você.
– Amo você também. – A pequena sorriu. – Quantos dias que faltam pra dança?
– Vinte dias, pequena.
– UAU! E quanto que é vinte dias? – Voltei para o quarto e Anie me seguiu novamente.
– Todos os seus dedos. Lembra que cada dedo é um dia?
– Igual da outa vez?
– Sim, igual da outra vez, querida.
– Falta um monte, mamãe. O senhor concoda, papai?
– Com o quê? – Arthur indagou.
– Que falta um monte de dia pra dança. – Anie disse e deitou-se na cama.
– Vai passar rápido, Anie. – Arthur comentou e ficou de bruços na cama igual a Anie.
– A Lily disse o horário mais ou menos que a costureira irá hoje?
– Não. Ela disse que depois do ensaio, não sei se o ensaio vai passar da hora da aula. – Arthur respondeu. – Aliás, o ensaio vai começar às três. – Acrescentou.
– Tá ok. Vou ver se consigo sair às quarto. – Falei. – Você vai leva-la?
– Acho que sim.
– Tudo bem. Tchau, meu amor. – Joguei um beijo para Anie que retribuiu.
– Tchau, mamãe.

Saí do quarto sem fechar a porta. Arthur ficou de me ajudar a escolher um carro, eu quero tanto trocar o meu, que estou usando o dele. Mas agora com essa briga, a última coisa que ele deve tá pensando é nesse carro que eu estou precisando. Preferi ir de táxi, porque tudo o que eu não preciso é que aconteça algo com o carro dele que eu uso. É parece que é quando a gente menos precisa, é que mais acontece.

Pov Arthur

Lua já tinha saído para o trabalho e Anie ficou no quarto implicando comigo porque queria assistir desenho e eu estava assistindo o noticiário.

Só nos falávamos quando o assunto era a nossa filha, e o clima entre nós estava péssimo. Eu odiava ficar sem falar com ela. E isso já vai fazer quatro dias.

– Mas eu quelo assistir o desenho da plincesa que passa agora.
– E por que você não vai assistir na sala? – Indaguei e Anie tentou pegar o controle da minha mão.
– Por que eu quelo assistir deitada!
– Você já tomou café?
– Eu já, papai.
– Mas eu quero ver as notícias.
– Mas é chato esse canal. Eu não gosto.
– Você tá muito abusada e nem tem idade e nem tamanho para isso.
– E o que é abusada então? – Anie está na fase do “que é então?”.
– É ser atrevida. Uma coisa que você é bastante. – Respondi.
– Eu não.
– É sim, e isso você puxou da sua mãe.
– Minha mamãe é atlevida também?
– É e muito. – Afirmei.
– Deixa eu assistir o meu deseeeenhooo... por favor, paaapaaaiii...
– Você é chata.
– Eu sou legal. – Ela pontuou.
– Hoje você tá chata! – Insistir.
– Você que tá! – Anie retrucou.
– É por isso que eu digo que você é atrevida.
– O senhor tá só me enlolando, isso sim!
– Você que tá muito mandona. – Corrigi.
– Mas, papai... o senhor diz que eu sou a sua neném, então eu posso escolher o que eu quelo.
– Uma coisa não tem nada a ver com a outra, Anie. – Comecei a rir.
– Tem sim! – Anie exclamou fazendo bico. – O senhor semple diz que eu posso ter tudo o que eu quiser.
– Aaaaah... mas isso é bem diferente! – Exclamei apertando seu nariz.
– Mas eu quelo assistir desenho agola, então nem é diferente! – Anie exclamou óbvia.
– Espertinha... – Comentei. – Só vou deixar porque vou tomar banho. – Falei entregando o controle para ela e Anie começou a rir. Me levantei da cama e Anie fez o mesmo. – Onde você vai?
– Vou pegar toddy.
– Deixa que eu vou lá. – Falei e peguei o celular.
– Tá, vou espelar aqui. – Anie ficou perto da porta e começou a rir tentando fechá-la.

Segui para a cozinha e quando voltei, Anie continuava no mesmo lugar.

– Vou fechar.
– Vou tomar o toddy então. Você que sabe. – Avisei rindo. E aproveitei para tirar uma foto dessa sapeca. Os fãs adoram quando eu posto fotos dela.


Anie será o meu bebê para sempre e isso eu tenho certeza de que nunca irá mudar.

– Nããããooo... – Anie riu alto e pegou o toddy da minha mão.
– Sua sapeca! – Apertei suas bochechas.

Entrei no quarto e deixei meu celular em cima da bancada que fica no closet e depois fui para o banheiro.

Pov Lua

Londres | Escola de balé – Dezesseis e quinze.

Consegui sair mais cedo do trabalho, peguei um táxi e cheguei a tempo de ver quase meia hora do ensaio da Anie e das demais crianças. Era a coisa mais fofa de se ver, eu adorava vê-la se divertir daquele jeito.

Arthur estava lá, ele sempre fica para ver as aulas. É difícil ele recusar um pedido da filha. Isso acontece só quando ele está irritado, mas ele raramente se irrita com ela. Sentei um pouco distante por falta de lugar mesmo, ainda conseguíamos disfarçar nossas desavenças em público.

A aula acabou perto das cinco horas, e eu achei que elas já tinham ensaiando bastante, ainda mais por serem crianças, mas eu também nem sabia se elas tinham tido intervalo.

Anie veio correndo me abraçar.

– Mãããeee...
– Oi, meu anjinho.
– A senhola viu como eu já sei dançar? – Ela me perguntou super empolgada. Arthur se aproximou de nós.
– Sim, e eu estou tãããooo feliz! Parabéns, meu amor. Você sabe que a mamãe sempre acredita que você vai conseguir, não sabe? – Elogiei. Gosto de incentivá-la.
– Eu sei! – Anie exclamou e depois virou-se para o pai.
– O senhor viu também, papai?
– Sim, querida. E você está mandando super bem! – Os dois bateram as mãos.
– Obligada!
– De nada, pequena. – Arthur sorriu de lado.
– Você sabe o que eu quelia?
– Iiiiiiih... lá vem... – Arthur sentou-se em uma das cadeiras novamente.
– É sorvete.
– Anie, tá frio. – Pontuei e Arthur concordou.
– Mas eu quelia.
– Outro dia então. – Ele respondeu.
– Mas outo dia tá longe!
– Mas você pode pegar um resfriado. Você quer ficar dodói?
– Eu não, papai.
– Então pronto. – Arthur piscou um olho e Anie revirou os olhos. – Que coisa feia.
– Mas o senhor e a minha mamãe faz isso também.
– Somos adultos e você é criança.
– Mas isso nem tem nada ver. – Anie disse eu franzi o cenho.
– E você escuta isso onde? – Questionei e Arthur riu.
– Meu papai que falou hoje.
– Mas não podia ser outra pessoa mesmo. – Comentei.
– Mas eu falei sério com ela. Estava muito mandona. Falei que ela não tinha idade pra exigir as coisas que estava falando mais cedo. – Ele se defendeu.
– Aham...
– Olha, parece que aquela que é a costureira. – Arthur apontou para uma mulher que havia chegado com uma bolsa. Mas logo Lily nos chamou e eu fui para lá com Anie.

A mulher tirou todas as medidas da Anie e das outras crianças e depois nos mostrou como ficarão os figurinos. A roupa de elfo é linda – na cor vinho, verde e detalhes dourados – e eu achei tão fofa a de rena – vários tons de marrom.

Eu não tinha muitas dúvidas referentes a essa apresentação, então assim que terminamos de ver os figurinos, saímos da escola. Eu estava sem carro, então era provável que eu fosse com o Arthur também.

– Vi que você não pegou o carro hoje. – Ele comentou quando saímos na calçada.
– O carro é seu, acho que já passou da hora de eu ir trocar o meu. – Respondi.
– Eu não ia brigar por isso, Lua. – Ele ressaltou.
– Tá tudo bem. – Deixei claro. – Pode acontecer alguma coisa e é tudo que eu não preciso. – Acrescentei e Arthur negou com a cabeça. Abriu a porta do carro e entrou. Coloquei Anie na cadeirinha e depois sentei ao lado dela.
– A senhola sabia que a vovó ligou?
– Não. Que vó, querida? – Indaguei.
– Mãe do meu, papai. Ela falou comigo.
– Foi, meu amor?
– Foi. Ela quer que eu vá lá... o meu papai disse que a gente pode ir qualquer dia. A senhola vai?
– Não sei, filha.
– Por que?
– Por que estou trabalhando, Anie.
– Mas é no natal, não é papai?
– Sim, pode ser, filha. – Arthur respondeu.
– O natal ainda tá longe?
– Um pouquinho. – Respondi e Anie sorriu de lado.
– Vocês ainda tão bligados. – Ela cruzou os braços e fez um bico.
– E o que isso tem a ver com a viagem? – Arthur indagou.
– Por que vocês não se beijam logo? Não é assim que os namolados fazem? – Anie nos perguntou e eu senti vontade de rir.
– Porque não é simples assim. – Arthur disse.
– E o que é então?
– Você não vai entender. – Falei e Anie olhou para fora da janela.
– Vocês semple dizem que eu não vou entender.
– Você está muito diferente, Anie. – Arthur notou. – Esse tipo de assunto não é pra você.
– É de adulto.
– Sim. Está aí, você já sabe!
– Por que que vocês bligam?
– Filha – comecei – essas coisas são bem complicadas. Ser adulto é bem complicado. E nem eu e nem o seu pai, queremos que você se preocupe com isso.
– Isso é verdade. Nunca vamos deixar que essas discursões atrapalhem a nossa relação de pais. Nós te amamos e isso jamais mudará. – Arthur deixou claro.

Pov Arthur

Era dezenove horas e pouco, já havíamos chegado a bastante tempo. Lua tinha ido banhar Anie e com certeza iria tomar banho também, estava mais frio do que a tarde.

Eu já tinha tomado banho e agora estava deitado assistindo um programa de esporte. Lua entrou no quarto e Anie veio atrás dela.

– Papai?
– Oi.
– Eu já jantei. Mas eu não gosto muito de sopa.
– Mas tem que tomar. Eu gosto. – Respondi.
– Agola eu já vou dormir.
– Vem aqui. – A chamei. – Depois eu levo você para o quarto.
– No colo? – Ela indagou.
– Só porque você é neném. – Comentei e Anie riu me abraçando pelo pescoço.
– Amo você.
– Amo você, meu anjo. – Depositei um beijo em sua testa.

Lua ainda estava no banho quando levei Anie para o quarto dela. Ela não demorou a dormir e eu até estranhei, mas ela estava cansada.

Quando voltei para o quarto, Lua estava de costas para a porta e de frente para a janela. Eu não falei nada porque ela estava me ignorando há dias. Então voltei para a cama.

– Quando pedi que você resolvesse o problema, era para acabar com ele e não continuar. – Lua disse e eu fiquei sem entender.
– Do que você está falando? – Perguntei.
– Disso e eu nem precisei abrir as mensagens. – Agora Lua estava de frente para mim e jogou o meu celular sobre a cama; eu tinha deixado ele na bancada do closet de manhã e nem tinha me dado conta que ainda estava lá. Por isso minha mãe ligou para o telefone fixo.


– Agora você deu para ver quem me manda mensagens?
– Não. Mas acontece que não parou de piscar esse celular, pensei que era algo importante. Podia ser sua mãe, ou algo de trabalho. Mas é essa vadia novamente. Eu não estou acreditando nisso, Arthur! É demais! É DEMAIS! – Lua gritou.
– Não grita! – Pedi. – Agora você vai querer acordar a nossa filha?
– Ela disse que sente a sua falta! O que você quer que eu pense? Não se faça de bobo. Eu não sou otária, Arthur. Você está bem enganado. – Lua deixou bem claro. – Olha o tipo de fotos que ela te manda, e você parece gostar, porque não reclama! VOCÊ NÃO DIZ NADA!
– NÃO DIGO PORQUE NÃO VOU DAR CORDA PARA ELA! VOCÊ SABE! PARA DE CRIAR COISAS QUE NÃO EXISTEM! – Gritei irritado demais.
– Como não existem? Por que essas coisas continuam acontecendo? Tá tudo estranho e as coisas não estão colaborando com as suas desculpas.
– NÃO SÃO DESCULPAS! É A VERDADE!
– ACHEI QUE NÃO FOSSE PARA GRITAR!
– Você está me irritando demais esses dias. – Falei.
– E você? Você não está fazendo nada?
– Não do que você está imaginando!
– E por que essas coisas estão acontecendo com a gente? Por que? Por que, Arthur?
– Lua, Kate quer acabar com o nosso casamento. É isso que ela quer.
– E pelo visto, você também! Porque você não está se importando.
– Você tá louca de pensar que eu não me importo com o nosso casamento. Com quem eu mais me importo na vida e com você e com a nossa filha. Como é que você tem coragem de me dizer uma bobagem dessas? – Questionei.
– Não vem insinuar que só você se preocupa desse jeito porque não é verdade. Você sabe que eu me importo demais com você também. E é por isso estou tentando entender como é que você deixou que as coisas chegassem a esse ponto.
– Não deixei! Não tenho nada a ver com as loucuras da Kate. Você nem devia pensar em questionar a minha fidelidade, porque é uma coisa que eu jamais questionaria de você. Até soquei a cara daquele idiota do seu chefe quando ele insinuou isso de você. Eu sempre acreditei em você, Lua. Achei que você também acreditava em mim.
– Olha, olha pra essa merda, Arthur! – Lua apontou para o celular. – Como posso acreditar sendo que tem muitas coisas acontecendo e que você se nega a me explicar?
– O que eu digo você não acredita. Não sei o que fazer mais.
– O que você diz não tem cabimento. Porque você só diz que ela é louca e que você não se importa! Mas eu estou cansada dessas desculpas esfarrapadas. E eu sempre coloquei a minha mão no fogo por você porque eu sempre achei que você jamais seria capaz de uma coisa dessas. Seria mais honesto se você tivesse pedido a separação antes. Sei que sou cheia de problemas... – A interrompi.
– Você está confundindo as coisas, Lua. Para de dizer isso! Os problemas são nossos!
– O problema é meu. E eu sempre admiti isso. Por que você não faz o mesmo? Mas parece que não quer enxergar. – Lua começou a chorar.
– Lua... para... Você está exaltada demais...
– EXALTADA? VOCÊ SÓ PODE ESTAR DE BRINCADEIRA COM A MINHA CARA.
– Para de gritar! Está tarde!
– Eu não quero saber de horário!
– Nunca vamos nos acertar se sempre que tocarmos nisso a gente começar a gritar um com o outro. Sabemos que nos importamos, isso não devia ser questionado. As vezes um mais do que o outro, mas sempre nos preocupamos, Lua. Só a gente sabe o que acontece entre nós dois e como é a nossa relação. Por que parece que de uma hora para a outra não são mais quase seis anos e sim, alguns meses de casamento? – Questionei chateado.
– Porque parece que eu não te conheço mais. – Ela respondeu baixo.
– Você sabe que isso não é verdade. – Retruquei.
– É você quem não enxerga, Arthur. Você pode dizer que nunca duvidou de mim, porque nunca pegou nada do que pudesse duvidar. Diferente do que está acontecendo comigo em relação a você. Todo dia é uma surpresa. E eu passei a odiar surpresas!
– Eu apago todas as mensagens que ela manda, mas não adianta! – Me defendi.
– Não adianta porque não é só isso que você precisa fazer. Será que você não vê? Preciso que você reconheça que essa história com a Kate tem que acabar, ou é a nossa que acabará. E eu não quero pensar nessa possibilidade, Arthur. Estou sendo sincera com você.
– E você acha que eu quero pensar nisso, Lua? É o tipo de coisa que vai acabar comigo, com a nossa família.
– É por isso que eu quero que você resolva logo isso. Que droga! Eu não sei mais o que pensar! Até a nossa filha já começou a sofrer com tudo o que está acontecendo.
– Eu nunca pensei que isso pudesse acontecer, Lua.
– E você acha que eu pensei? Eu não quero que Anie passe por isso. Não quero ver minha filha sofrer. Ela ama demais você. Nunca vai entender se nos separarmos. Ela quer que a gente se beije, pra ela é assim que os adultos resolvem seus problemas. Você consegue pensar no quanto ela é inocente?
– Eu também não quero que ela cresça em uma casa onde os pais vivem brigando. Tenho certeza que você nunca passou por isso e nem eu, mas eu cresci sem pai e sei que se nos separarmos, nenhum de nós vai abrir mão de estar com ela. E como vamos fazer, Lua? Eu não consigo pensar nisso. Sei que vou sair perdendo. – Confessei.
– Eu não vou abrir mão da minha filha mesmo, mas eu jamais falaria mal de você para ela. Você sabe que é um bom pai, não estou questionando isso. O que estamos tentando conversar, é sobre nós e estamos falhando em todas as tentativas. Estamos falhando como casal, não como pais. A gente se esforça demais... você mais do que eu.
– Você é uma mãe maravilhosa, você sabe disso. Não sei porque é tão insegura.
– Porque sempre achei que não fosse dar conta.
– Nossa filha tem três anos, Lua. Daqui há quatro meses fará quatro anos, como você pode dizer uma coisa dessas?
– Não quero perder a minha família. – Lua confessou pela primeira vez depois de quase cinco dias.
– Parece que sou eu quem está perdendo, Lua. – Falei baixo.

Continua...

SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.

N/A: Olá, leitores! Boa madrugada.

Obrigada pelos comentários do capítulo anterior. VOCÊS SÃO DEMAIS! <3

PS¹: O que acharam da fotinho da Anie? Haha <3 que neném mais fofa.
PS²: E do “print” da mensagem e foto da Kate? Essa mulher não desiste mesmo! Grrrrrrrrr!!!
PS³: E esse final hein? Ai geeeeenteeee </3 não vou aguentar, é sério!

Qual seria a reação de vocês diante de uma situação dessas?

Comentem sobre o que acharam!

E aah...
Separem os lencinhos.

Beijos e até a próxima atualização.

10 comentários:

  1. amo demais essa web!
    Espero que no próximo cap eles já se resolvam, não gosto quando estão separados :(

    ResponderExcluir
  2. Aí mille ! Chorei com o final ! Não quero essa família separada 😭

    ResponderExcluir
  3. A Milly esse capítulo foi de partir o coração, nem sei o que eu faria se estive nessa situação,é muita coisa em jogo, são anos e anos juntos e ainda uma filha que ambos ama e não querem abrir mão.Com essa separação ambos vão sofrer demais,ainda mais pela história que eles tem juntos mas quem vai acabar sofrendo mais com com isso é a Anie que é tão pequena e não entendi a situação, ai ai não aguento!! Anie é a coisinha mais linda de todas *___* amei a foto!!!
    Milly não sei o que vai vir pela frente nos próximos capítulos mas já te aviso que vai ser demais pro meu coração kkk
    Caroline

    ResponderExcluir
  4. Milly do céu,posta os próximos capítulos tô muito ansiosa para ler o que vai acontecer. Mais uma vez arrasando nas postagens! Beijos,Ana Júlia.

    ResponderExcluir
  5. Estou sem palavras, mais com muitas lágrimas. anie um amor, uma gracinha com e tão esperta ao notar que os pais ainda estão brigados. Arthur já deveria ter trocado de número, pq essas mensagens da vaca (Kate) estão passando dos limites. Que final de capítulo tristeee. Ansiosa para o próximo cap. Milly, vc esta de parabéns.

    ResponderExcluir
  6. Choreeeei meu, que tudo isso passar mdsnão quero o pior����

    Mds você tão ativa amo posta maaaaais sua linda eu amoooo

    ResponderExcluir
  7. minha web fav ��
    Eu espero que eles se resolvam logo.. Anie é um amorzinho <3
    Ansiosa pela próxima att e espero que eles tenham voltado, por favor ����

    ResponderExcluir
  8. Melhor web sem dúvidas!!!
    Acho que a lua tá pegando muito pesado com o Arthur, por mas que eu entenda que ela tem muita insegurança, pq tanto ela como Arthur conhece muito bem a víbora da Kate pra deixar se leva pelos planos w ela tá Armando, mas tbm acho que o Arthur tá deixa a Kate ganhar muito espaço no meio da relação por não fazer nada a respeito, mas bom o casal luar é lindo juntos e não quero separação
    Anie sempre fofa

    ResponderExcluir
  9. Esse capítulo me deu cebolas nos olhos, todos os eleogios para sua web. Não estou preparada para o fim desse casal, já sofrendo com a possibilidade deles se separarem. Tava pensado se com essa separação a lua não vai aceitar a proposta de ir trabalhar em nova york, sofrendo também com as possibilidades que esse término vai trazer. Anie muito linda não merece sofrer e nem eles ficando longe dela, principalmente o Arthur que também não vai abrir mão da filha

    ResponderExcluir