Little Anie - Cap. 78 | 3ª Parte

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Little Anie | 3ª Parte

Pov Mel

Quarta-feira| 21 de Outubro de 2015.

Faz exatamente uma semana e dois dias desde a minha consulta. E muitos dias desde a última ligação de Chay – ou das tentativas dele de querer falar comigo. Eu sempre acabo ignorando. Não sei ainda como encara-lo, caso eu concorde em falar com ele pessoalmente, porque é o que ele quer. E só de pensar em ouvir sua voz, eu me lembro de tudo o que a Lua havia me falado, e da cara de pau do meu marido, quando eu o questionei sobre o assunto. Se ele tivesse me falado a verdade, teria doído sim, mas com certeza, não tanto quanto saber que era verdade e ouvir ele negando. Como se eu fosse uma boba.

Na realidade, eu ainda não estou preparada para vê-lo. Eu não quero vê-lo. Mas eu tenho que fazer isso. Tenho que ouvir novamente o que ele quer me dizer. Se irá admitir com todas as letras que havia sim, me traído. Irá doer novamente; ainda não parou de doer... Mas já era um passo dado, deixando a mentira dele para trás. E tem a minha gravidez. Eu nem faço ideia de qual será a reação dele quando me ouvir contar. Talvez ele fique feliz, talvez ele queira, talvez ele goste, fique surpreso... ou talvez não. Não quero que ele ache que eu esteja talvez usando meu filho. E muito menos, que ele ache em nosso filho, uma solução para os nossos problemas. Se eu perceber isso, com certeza teremos mais um problema. Nunca tirarei o direito dele de pai, mas não vou voltar pensando só no bebê e ignorando o que ele fez comigo antes – com o nosso casamento.

Eu já tinha conversado com a Lua mais de uma vez sobre o assunto. E fiquei pensando bastante nisso, nos últimos dias. Ela tem sua razão, tanto ela quanto Arthur. Eu tenho que contar logo, daqui há alguns meses, não terá mais como esconder. Eu já estou com dois meses; a barriga ainda nem aparece, óbvio. Mas a sensação de saber que tem um serzinho crescendo dentro de mim, é ao mesmo tempo incrível e curioso. Eu estou tão ansiosa, que não consigo parar de pensar quanto tempo mais vai demorar para que ele comece a se mexer, para que eu o sinta. Queria estar dividindo esse momento com Chay. Sem magoa alguma. Queria que fossemos felizes, quando descobríssemos. Mas nem isso pude aproveitar.

Estou morando de favor na casa dos meus amigos; não que eu não me sinta em casa. Mas eu não queria que nada disso estivesse acontecendo. Admiro o quanto Arthur é cuidadoso, e as vezes insistente e chato, mas ele está bastante preocupado comigo e com o bebê – além de estar apostando todas as fichas de que o afilhado, será mesmo um menino. Lua não fica atrás, com toda a sua atenção para com meu bem-estar, junto com o bebê. É uma amiga maravilhosa, e hoje ainda mais, por tudo que fez e vem fazendo – mesmo com tudo o que eles que vem enfrentando recentemente.

Eu tive que acordar cedo, para ir ao trabalho. Tinha algumas consultas marcadas. É uma das coisas que mais me distrai; ouvir os problemas alheios e ajudar as pessoas a pensar e encontrar soluções para resolvê-los. Mesmo que eu mesma não consiga encontrar soluções para os meus próprios problemas. E isso é bem irônico.

Com frequência não encontro Lua e Arthur pela manhã. Eles acordam um pouco mais tarde. Então as vezes só nos falamos quando eu chego do trabalho. Anie também, apesar de ser pontual com seu horário de acordar, há essa hora eu já estou no trabalho. Conviver com uma criança, faz a gente sonhar ainda mais e ter a curiosidade de saber como será o nosso próprio filho. Anie nos faz pensar que dará bastante trabalho e depois, que tudo valerá a pena. Ela é encantadora demais para só falarmos que é muito sapeca sempre.

Já são quase onze horas. E meu último paciente – da manhã – está quase para chegar. Mas eu ainda tenho alguns minutinhos.

Estava lendo um livro quando meu celular começou a tocar irritantemente aquele toquezinho de mensagem chegando. Era Chay. Era mensagem dele. E eu fiquei um pouco espantada, porque tinha pensando nisso: sobre as tentativas dele de conversar comigo. E vejam só...

Mensagem ON

Mel? Sei que está aí... Quero muito conversar com você. Pensa nisso, por favor. Não acha que já deu tempo de sentir a maior parte da raiva?

Está demorando demais... Estou ficando cansado. Você nem me deixa falar. Prefere ouvir os outros em vez de me escutar. Assim fica difícil tentar nos entendermos.

Vê se me retorna dessa vez. Estou esperando! Não vou mais ligar, você nunca me atende. Desse jeito, as coisas não facilitam.

Mensagem OF

Era três mensagens. Chegou uma trás da outra. Li mais de duas vezes, e fiquei sem saber o que responder. Mas com a certeza de que tinha que responder.

– Bom dia. – Ouvi Cléo falar. Era a minha paciente que havia chegado.
– Olá. Bom dia. – Respondi, abrindo um sorriso. Embora eu estivesse bastante nervosa com as mensagens que eu tinha acabado de receber.
– Cheguei na hora. – Ela comentou, sentando-se no sofá a minha frente.
– Sim, sim. Na hora. Como você está? – Indaguei. E ela deixou a bolsa do lado.
– Hoje estou bem.
– Houve algum progresso desde a última sessão? Você percebeu isso? – Lhe perguntei e ela ficou me encarando, completamente em silêncio.

O trabalho havia recomeçado para mim novamente.

Doze e quinze – Hora do almoço.

Eu tinha meia hora de almoço. Ainda bem que perto da clínica havia um bom restaurante. Caso contrário, não tinha como eu ir e voltar de casa para cá novamente. Embora eu só tivesse outro paciente à uma e vinte da tarde, eu tinha que estar na clínica no máximo à uma hora em ponto.

Pedi peixe, arroz e salada. E de bebida, um suco de laranja. Estava dando graças a Deus ainda não ter enjoado hoje. Coloquei o celular sobre a mesa e quase automaticamente ele vibrou. Era Chay outra vez.

Mensagem ON

Mel? Não é possível! Até quando vai ficar me ignorando? Como quer que eu me explique, se você não deixa?

Mensagem OF

Durante essa nossa separação, eu ainda não tinha ligado e nem mandado mensagens para ele por vontade própria. Só tinha atendido as suas ligações, duas ou três vezes. As outras, ignorei todas, inclusive as mensagens, que algumas eu nem visualizei; já apaguei direto.

Soltei o ar pausadamente e ciente de que pudesse vim a me arrepender mais tarde, eu cliquei para responder à mensagem.

Mensagem ON

Podemos conversar mais tarde, quando eu sair do trabalho; caso você queira.

Porque com certeza, por mensagem não vamos conseguir resolver um terço dos nossos problemas.

Mensagem OF

Escrevi e cliquei em enviar. Logo apareceram os dois risquinhos e eu sair do aplicativo, bloqueando a tela do celular. No fundo, queria que ele não aceitasse, para eu não me culpar. Caso o arrependimento de sugerir um encontro, batesse mais tarde.

O celular vibrou outra vez, mas eu ignorei a notificação piscando na tela até a luz apagar. Terminei de almoçar e chamei o garçom, para pedir a conta. Guardei o celular na bolsa, e saí do restaurante, rumo ao meu trabalho outra vez.

Dezessete e vinte e três.

Quando olhei para o relógio que havia em minha sala, me espantei ao perceber que nem tinha notado o quão rápido as horas haviam se passado. Só então, tirei o celular da bolsa. Mas demorei alguns minutos para tomar coragem para abrir e ler as mensagens que Chay havia me mandando em resposta.

Mensagem ON

Problemas? Achei que fosse só um... mas tudo bem, quero conversar mesmo assim com você.

Que horas mais ou menos, vamos nos encontrar? À noite?

Não seria um encontro. Quase ri. Estava mais para uma reunião de “pingo nos i’s” do que para um encontro. Resolvi responder à mensagem:

Sim. Não acha que existem outros problemas? Enfim... Pode ser daqui há meia hora. Eu estou saindo do trabalho. Podemos nos encontrar num lugar mais calmo, um café por exemplo...

Mandei e esperei pela resposta. Não demorou nem dois minutos para que a resposta chegasse.

Um café? Tem certeza? Há essa hora estão lotados. Não será nada calmo.

Ele respondeu e quando li, revirei os olhos.

É melhor assim. Não quero ficar à sós com você mesmo.

Enviei.

Fala sério, Mel?

Ele mandou.

Estou falando. Se quiser conversar, será assim... Ou então, esquece!

Dessa vez a resposta demorou a chegar. E eu quase achei que ele tinha desistido, mas quase seis minutos depois, a resposta chegou.

Tudo bem. Você escolhe o café?

Perguntou.

Pode ser... Aquele perto do Hyde Park. Que tem as mesas do lado de fora.

Sugeri e fiquei aguardando a resposta.

Ok. Meio longe, mas ok. Te encontro lá, daqui à meia hora.

Ele respondeu. O café perto do Hyde, que eu havia sugerido, fica próximo ao bairro onde Lua e Arthur moram, o Bayswater. E bem longe, do bairro onde eu morava com Chay.

Ok. Já vou sair daqui também.

Enviei e guardei o celular na bolsa. Terminei de ajeitar minha mesa e depois saí da sala, rumo ao estacionamento.

Mensagem OF

Era a primeira conversa desde a nossa separação, que tínhamos “falado” mais de duas frases cada um. Não deixava de ser um progresso. Uma parte de mim estava contente por isso.

Entrei no carro, e liguei, saindo do estacionamento e dirigindo até o café; onde me encontrarei com Chay.

***

Cheguei primeiro que ele. E escolhi uma mesa ali fora mesmo, mas um pouco afastada da porta de entrada do estabelecimento. Que como ele havia mencionado, estava cheio, e barulhento dentro. Sentei-me ali, e pedi um cappuccino com pão de queijo. Não demorou nem sete minutos e o atendente voltou sorridente, entregando minha bandeja com meu pedido. Sorri educadamente, e logo levei um dos pães de queijo a boca. Estava uma delícia.

– Espero não ter demorado tanto. – Ouvi Chay falar e virei um pouco o rosto para o lado, e ele logo sentou-se em minha frente.
– Não foi tanto assim. – Respondi. – Comece a falar o que queria. – Falei, tomando um gole do cappuccino. Chay ficou apenas me encarando, como se não estivesse acreditando que eu estava bem ali, na sua frente. – Chay? – Lhe chamei.
– Não esperava isso... – Ele começou cauteloso. – Eu esperava outra reação, inclusive, ser xingado. – Ele coçou a nuca.
– Não é do meu feitio, fazer isso em público. Você bem sabe disso. Se eu sugeri para nos encontrássemos aqui, com certeza eu não tinha nenhum escândalo em mente. Pode acreditar. – Afirmei. – Você disse que queria conversar. Estou esperando você começar a falar.
– Mel...
– Sem essa, Chay. Fala. Fala o que quer falar, porque eu tenho muita coisa para falar também. – Fui logo avisando. Não queria ouvir nada dessa voz mansinha dele.
– O que você quer ouvir exatamente? – Ele pôs os cotovelos sobre a mesa e entrelaçou os dedos abaixo do queixo, me encarando.
– Achei que falaria espontaneamente toda a verdade. – Retruquei.
– Ah não. Essa história de novo? Por que quer ouvir isso novamente? Já não te contaram? – Finalizou, revirando os olhos; como se estivesse entediado.
– Eu soube sim. E infelizmente, não foi da sua boca. O que não teria evitado a dor, a magoa, a raiva... mas teria sido mais digno da sua parte, ter me falado a verdade, do que eu ter ouvido isso da boca de outra pessoa. A qual essa sim, demonstrou que se importa comigo. Diferente do meu próprio marido. – Estava acontecendo tudo – aparentemente – tão civilizado, que eu estava estranhando.
– Mel... Foi um erro. Uma fraqueza...
– Fraqueza? Eu não consigo entender, Chay! – O tom de magoa e indignação na minha voz era palpável. E ele franziu o cenho, se afastando da mesa e encostando as costas na cadeira.
– Não era para você ter ficado sabendo daquele jeito.
– Se dependesse de você, nem daquele jeito e nem de jeito nenhum. Você foi covarde! Por que fez aquilo? Onde conheceu a mulher? Chay! Eu ainda não consigo entender. – Falei exausta.
– Conheci em um show. Não é nenhuma adolescente, se isso faz diferença. – Ele tentou se explicar, mas acabou dando uma piorada.
– Me admiraria se fosse uma adolescente. Mas pra mim, não faz diferença. Você me traiu, é foi isso que nos separou. Eu não sei o que você estava procurando. Achei que não te faltava nada. Mas eu estava enganada.
– Não havia necessidade de te falar alguma coisa. Já tinha acabado mesmo. Não foi um relacionamento. Foi... foi... uma escapulida... acabou. Mas aí vem a Lua... com toda a sua bondade...
– Não seja irônico. E não tente colocar a culpa na minha amiga, sendo que a culpa é apenas e inteirinha sua. Toda sua. E não vem me dizer, que tudo aquilo que disse ao Arthur sobre pedir desculpas, é falso. Porque se for, nem na sua cara quero olhar mais. Você disse que queria se desculpar com ela e agora vem com essa conversinha? Como se ela fosse a culpada pelo rumo que sua pulada de cerca tomou? Tenha ao menos um pouco de vergonha na cara! Se quiser pedir desculpas pela sua covardia, pelo menos peça desculpas verdadeiras. – Desabafei.
– Eu não fui falso quando disse que queria me desculpar com ela. Só que eu ainda acho que esse assunto não era e nem é do interesse dela. Devia ter deixado como estava... – Disse como se fosse a coisa mais certa a se fazer.
– Eu de idiota? – Perguntei, erguendo uma sobrancelha.
– Não. Mas se ela tivesse ficado calada, a gente ainda estava casado. Se o Arthur tivesse ficado calado, na verdade. Não entendo porque Arthur contou isso a ela.
– Eles conversam, sabia? Con-ver-sam! Mas não foi para falar deles que você me perturbou tudo o que podia, para aceitar conversar com você. Foi?
– Não. Claro que não. Quero saber o que você espera de mim...
– Rá... – Eu rir sem vontade. – Ok. Vamos lá! Quero que admita que me traiu. Aqui, na minha cara. Com todas as letras. Não usando os atos dos outros, para suavizar o erro que só você cometeu. – Falei simplesmente, como se meu coração não estivesse quase saltando do peito.
– Você gosta de quê? De sofrer é? Você já sabe o que aconteceu. Por que quer ouvir de novo? – Indagou, voltando a colocar os cotovelos sobre a mesa.
– Não me recordo de você ter sido homem suficiente para admitir seu erro... sua fraqueza... – Enfatizei. E Chay ergueu uma sobrancelha.
– Ok. Você quer ouvir... Isso não vai mudar muito a minha situação mesmo. Aconteceu que eu conheci essa mulher em um dos shows... e... eu... eu precisava fazer alguma coisa diferente. Estávamos quietos demais, frios demais um com o outro. Só trabalho... trabalho... trabalho...
– Seu trabalho! Seu trabalho! – Exclamei baixo, sentindo as lágrimas se acumularem em meus olhos e embargar minha voz.
– Enfim... eu... nós trocamos números de celular... ela queria. – Ele meio que esboçou uma risada, como se desdenhasse o que estava recordando. – Nós encontramos algumas vezes e foi em uma dessas vezes que Arthur viu... e Harry... eles sabiam... Mika nem desconfiava, óbvio. Então rolou. Nós encontramos em um apartamento. Nunca dormimos juntos. – Deixou claro, como se o fato de só terem transado, amenizasse as coisas.
– O que ela tinha? – Perguntei baixo. Me controlando para não chorar na frente dele.
– Não tinha de especial, Mel. Eu não estava procurando isso... eu só queria algo diferente...
– Algo diferente? Pôs o nosso casamento nessa situação, porque queria algo diferente? – Insisti.
– Mel... não sei te explicar. Transei com ela. Foi só sexo. Nada mais, meu amor.
– Amor? Depois de tudo o que fez, ainda vem me chamar de amor?
– Você nunca deixou de ser. É minha mulher... e ela... Mel, ela foi só uma pessoa com quem eu quis escapar algumas horas. Ela não é importante. Entenda isso.
– Eu não consigo entender... Não aceito! Por que não falou comigo? Por que não quis conversar, antes de fazer isso com a gente? Eu não fazia ideia do que você estava pensando a respeito do nosso casamento, da nossa relação. – Suspirei.
– Eu não sabia como te falar... Me perdoa, Mel. Vamos recuperar nossa relação. Nosso casamento.
– Aconteceu tanta coisa... – Comecei.
– Do que você está falando? – Ele me perguntou, completamente surpreso, nervoso. – Não me diz que conheceu alguém? Pode ir parando, Mel. Não acredito que já me esqueceu. Que não me ama mais.
– Não tem nada a ver com homem! Para de achar isso, que saco! – Quase gritei. Mas me lembrei que estávamos em público.
– Então o que é?
– Eu conversei sobre isso tanto com a Lua, quanto com o Arthur. E ambos me falaram que eu tinha que te falar, que você tinha que saber, que merecia saber. Mas eu, eu não tenho tanta certeza disso. Até porque, não estava nos teus planos.
– Não vou dá nada de divórcio. Se é isso que você tá enrolando para me contar.
– Porra, Chay! Cala a boca! Me deixa falar! – Pedi, cerrando os dentes. Ciente de que não podia falar alto. Eu estava nervosa, e sabia que isso não era bom pra mim e muito menos para o bebê. – Eu queria isso, sempre quis. Eu estaria mentido se falasse que não planejei. Mesmo sozinha, eu planejei. Era para ser uma surpresa, mas infelizmente, parece que ganhei uma outra surpresa primeiro.
– Por que não me diz logo? Estou ficando nervoso.
– Eu decidi não te contar antes, porque ainda não havíamos conversado. Eu não estava preparada, mas até agora não estou. Mas mesmo assim quero falar, porque não consigo mais guardar isso... esconder de você. Sendo que todos os outros já sabem.
– Todos os outros?
– Sim. As pessoa que não me traíram. – Esclareci. – Depois de toda aquela confusão, eu acabei descobrindo... não era uma boa hora para te dar essa notícia.
– Mel. Fala. Logo.
– Chay... eu... eu... eu estou grávida! – Soltei e fechei meus olhos. Sentindo a respiração dele mudar completamente.
– O que? – A voz dele falhou. Estava apressada.
– Foi isso mesmo que você ouviu. Estou grávida.
– De mim?
– Ora de você! De quem mais seria? – Perguntei perplexa e completamente irritada.
– Mel... eu... você sabia o que eu pensava a respeito de um filho agora. Por que... por que fez isso? – Me perguntou nervoso.
– Fiz num momento da vida que achei que tínhamos um casamento perfeito.
– Estou falando do filho. Não do nosso casamento! – Exclamou irritado. – Eu não quero, Mel. Qual é? Agora todo mundo resolveu engravidar?
– Não venha de gracinha. Eles ficariam felizes com a surpresa.
– Mas eles queriam. E eu, eu, eu você sabia que não. Não era segredo. – Me embrou.
– Eu sabia que não seria bom contar mesmo. Devia ter ficado calada. Mas agora, não sou só eu. E se você continuar não querendo nosso filho. Não vai me ter também. Você já pode ter certeza disso. Se quiser ir, pode ir. Mas nem olha para trás, Chay. Nunca vou te perdoar. Por nada. Nada. – Deixei bem claro. E ele me encarou.
– Você não tinha o direito de ter decidido isso sozinha. Não é uma coisinha, Mel. É um filho.
– Eu sempre soube disso. E diferente de você. Penso que seria o melhor para nós dois. Já estávamos casados há um tempo. Era hora de começar a aumentar a nossa família.
– Nós dois já éramos uma família. E eu não tinha pressa pra aumentar nada.
– Então, Chay... esquece uma possível reconciliação. Vamos ter um filho que você não quer. – Falei por fim. E chamei o atendente, para pedir a conta. Chay não tinha pedido nada.
– Ah, Cara! Por que você fez isso, Mel? Não, droga! Achei que íamos fazer as pazes hoje... ou pelo menos, caminhar para isso, mas vejo que não.
– Não. Não mesmo, Chay. Com certeza não. – Concordei. Entregando o dinheiro ao atendente. – Obrigada. – Agradeci e ele apenas sorriu, educadamente e se retirou rapidamente.
– O que vamos fazer agora?
– Você, eu não sei o quer. Mas eu sei muito bem o que eu quero. – Deixei claro.
– Mel?
– Eu já vou indo, Chay. Já conversamos por hoje. Chega a ser até uma surpresa. Eu não esperava e agora você já sabe sobre a gravidez. Única coisa que eu estava te escondendo. Não posso mudar. – Conclui. – Tchau...
– Mel... Eu...
– Eu já entendi.
– Você não entendeu nada!

Ela tentou dizer. Mas eu o ignorei e fui em direção ao meu carro. O dia tinha sido cheio hoje. E eu estava enjoada, cansada e decepcionada. Ainda tinha muito a ser resolvido.

Continua...

SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.

N/A: Boa noite, meninas!

Demorou mais saiu hahaha e aí, o que acharam? C o m e n t e m ! Chay mandou mal, né? E estavam indo “bem”. O que acham que vai acontecer? Ainda tem muita coisa para se resolver entre esses dois. Vocês esperaram tanto pelo capítulo, e eu sinceramente espero que tenham gostado. Por isso, hoje, ele foi ChaMel. Para vocês saberem mais o que se passa com eles, no ‘Pov’, fica mais fácil saber como o personagem se sente.

Obrigada pelos comentários no capítulo anterior. De verdade...

Um grande beijo e até logo!

13 comentários:

  1. Como o Chay é um babaca,escroto,ódio dele.A culpa é inteiramente dele e ele não tem o caráter de assumir, coloca a culpa nos outros,do erro dele.Gostei de saber mais o que se passa com eles Tadinha da Mel a Lua que tem sorte mesmo, não é qualquer uma que tem um Arthur não.Uhull fui a primeira a comentar.

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    1. OMG! Sorte a dele que é só um personagem. Caso contrário, era bom nem chegar perto de você depois desse capítulo.

      Verdade, ele quer tirar o dele da reta a todo e qualquer custo. Mas a culpa é realmente só dele... então, nem tem pra onde ele fugir. Vou escrever mais "Pov" deles, quando for esse asssunto. É até mais fácil.

      Hahaha... Sim. Sim. A primeira. Obrigada, Kelly!

      Beijos!

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  2. Ansiosa para os próximos Capítulos!

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  3. Ódio mortal do chay ansiosa pra saber o que ainda vai acontecer com eles
    Noemi...

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  4. Espero que o Chay mude de idéia futuramente!
    Ótimo capítulo milly,ansiosa pelos próximos!
    Ana Júlia

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    1. Acho que ele vai mudar, hein?! Senão, sem chance de Mel voltar com ele. Mas ainda demorará um pouquinho haha pra dar aquele drama, aquela sofrência sagrada de toda fanfic.

      Muito obrigada, Júlia. Fico feliz que tenha gostado.

      Beijos!

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  5. A tão esperada conversa chamel . Chay um covarde que não pode nem assumir o seu erro , fica jogando a culpa pra Luar . Aí aí chay vc vai ter que ralar muito pra ter a Mel de volta e mostrar muito amor pelo bebê . Milly vc é topadaa , capítulo maravilhoso. XX adaline

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    1. Oh! E põe ralar nisso. Até porque, depois dessa bola fora dele, Mel tem mais razão ainda. Mas aguadar o desenrolar dessa história.

      Hahaha "topada" morro de rir quando fala assim... Obrigada, Ada! Fico muito feliz que tenha gostado tanto.

      Beijos!

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  6. Que capitulo, hein! Chay como sempre idiota, estragando tudo!! Ansiosa por mais! !!

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  7. JÁ QUERO MAIS CAPÍTULOS PRA ONTEM. A WEB TÁ MARAVILHOSAAAAAAA.

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    1. MUITO OBRIGADA, MARIA CLARA! FICO FELIZ QUE ESTEJA GOSTANDO TANTO.

      Amanhã tem Capítulo Especial de Little Anie, para comemorar o aniversário do blog. E claro, vou tentar postar um capítulo normal também. Torçam aí para eu conseguir haha

      Um beijo!

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  8. Tadinha da mel! Chay foi um podre com ela, 0% de atitude de homem. Só espero que ele sofra mt ainda na história ;-)
    Lays *-*

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    1. Aaah! Vai sofrer sim. Vai ter que fazer por merecer para ter a Mel de volta, a família, o casamento... Aguarde!

      Obrigada pelo comentário, Lays!

      Um beijo!

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