Little Anie - Cap. 78 | 2ª Parte

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Little Anie | 2ª Parte

Pra você guardei o amor
Que sempre quis mostrar
[...]
Achei, vendo em você
Explicação, nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar

Pov Arthur

Segunda-feira | 19 de Outubro de 2015.

Acordei cedo. Não passava das sete e quinze. Lua ainda dormia, e Anie tinha ballet hoje. Ela teria que ir, já tinha faltado bastante por conta da viagem que fizemos. Olhei para o lado, e Lua estava de costas para mim, com as pernas levemente flexionadas. Joguei o lençol para o lado e levantei da cama com cuidado, para não acorda-la. Fui para o banheiro; escovei os dentes e depois tirei meu short, para tomar um banho. Enquanto tomava banho, a porta do banheiro foi aberta e Lua entrou.

– Por que não me acordou? – Me perguntou, assim que encostou a porta. – Anie tem ballet. – Completou, abrindo a torneira da pia e jogando água no rosto.
– Eu ia te chamar depois que saísse daqui. – Respondi, fechando o chuveiro. – Pega a toalha, por favor. – Lhe pedi e Lua pegou a toalha, esticando o braço para me entregar a mesma. – Obrigado.
– Você vai comigo?
– Levar a Anie? – Indaguei e ela assentiu. – Aah, não, amor. Não estou nem afim. Além do mais, toda vez que a gente vai, a gente briga por causa daquela mulher que eu sempre esqueço o nome. Então, não.
– Eu ia ficar indignada se você lembrasse o nome dela mesmo. Ela é tão desnecessária que não vale o esforço. – Lua cuspiu a pasta na pia.
– Para evitar estresse, vou ficar aqui mesmo. – Acrescentei. Não querendo dar muito papo para esse assunto.
– Tenho que ir marcar uma consulta de rotina pra Anie com a pediatra. Acho que quando saímos lá da aula dela, vamos dar uma passada no hospital. – Me disse.
– Tudo bem. Depois me diz se marcou. – Falei.
– Vou tomar banho. Você acorda ela pra mim?
– Acordo. – Respondi, puxando Lua pela cintura e lhe dando um beijo demorado. – Bom dia.
– Bom... – Ela me deu um selinho. – Dia... achei que não ia me dar ‘bom dia’. – Comentou divertida, roçando o nariz no meu.
– Eu estava esperando você me dar primeiro. – Ergui uma sobrancelha e Lua me deu um tapa no ombro antes de se afastar para tirar a roupa.
– Você acha que eu devo marcar aquela consulta pra mim também? Ou ainda não?
– O que você acha? – Indaguei. Não querendo dar a palavra final.
– Eu não sei... tem que saber ainda se tem consulta esse mês. – Ela deu de ombros.
– Vê lá... – Respondi automaticamente e Lua me encarou.
– Não quero, vê lá... – Ela revirou os olhos. – Quero certeza, Arthur. CERTEZA! – Disse um pouco mais alto, o que me assustou. Porque estávamos falando normal. Arregalei os olhos, vendo Lua ficar irritada. – Se você não pode me dar isso, é melhor nem dizer nada.
– Eu sou o único que pode te dar alguma coisa nesse sentido, Lua. – Deixei claro. Talvez um pouco rude demais. – Acho melhor você se controlar.
– Estou bem controlada, Arthur. Muito controlada. Não tá vendo? – Ela abriu os braços com raiva.
– Rá, rá... É, estou vendo mesmo. – Respondi irônico. E me virei para sair do banheiro.
– Você decide logo o que quer. Não vai ficar me dando esperanças, se ainda tá indeciso.
– Eu já decidi, porra! – Respondi irritado. – Não já falei? Acha que eu vou voltar atrás? Pode ir parando. Tá muito cedo para começarmos uma discursão desse nível. – Finalizei e fechei a porta com força.
– ARRANCA A PORTA MESMO! – Ela gritou lá de dentro. Completamente irritada.

Revirei os olhos e segui para closet, para pegar uma roupa e vestir. Depois saí do quarto e caminhei para o quarto da nossa filha.

Eu já tinha decidido o que queria. Nós já tínhamos conversado sobre isso. Lua não tinha o porquê de questionar minha decisão. Eu não voltaria atrás. E ela devia saber disso. O que me deixou chateado ao perceber o contrário.

Cheguei à porta do quarto de Anie e girei a maçaneta, abrindo a porta em seguida. Ela dormia, toda embrulhada, com o rosto virado para a porta, e aquele bico extremamente fofo que só ela sabia fazer. Deixei escapar um pequeno sorriso e andei até a cama, me sentando devagar na beirada.

– Meu amor, acorda. – Lhe chamei baixo, colocando alguns fios de seus cabelos para trás da orelha. – Acorda, linda. – Lhe chamei outra vez. Vendo que ela só se mexeu um pouquinho. – Hoje tem ballet. Você queria voltar, lembra?
– Eu não quelo mais agola. – Anie responde baixo. – Quelo ficar dormindo, papai. – Completou, me fazendo rir.
– Eu sei que é muito bom ficar dormindo, filha. Mas tem que ir para a aula, já que você começou a fazer. Ou a senhorita não quer ir nunca mais? – Indaguei.
– Eu quelo ir. – Ela afirmou, só agora abrindo os olhos. – Mas agola não.
– Mas é agora que é a hora. A gente não pode mudar só porque você está com preguicinha... – Lhe cutuquei na barriga.
– Paaraa, paaapai! – Anie riu. – Não é pleguicinha.
– É o que então?
– Soninho... – Ela me respondeu, enterrando o rosto no travesseiro.
– Rá-rá... Sua malandrinha. Não vem querer me enrolar não.
– Mas eu nem sei enlolar mesmo! – Se defendeu, levantando devagar o travesseiro e deixando seu rosto parcialmente à mostra.
– Ah, não sabe, é?
– Não sei, papai. Não sei não. – Afirmou.
– E malandrinha? Você não é também? Huum?
– Malandinha... huum... eu não, papai. Eu não sou não. – Ela disse divertida, me fazendo rir outra vez. Me abaixei, tirando o travesseiro de seu rosto e lhe dando um beijo na testa.
– Vamos logo, filha. Levantar, tomar banho, vestir a roupa do ballet, pra tomar café e ir pra aula, hã? – Ergui uma sobrancelha e pendi a cabeça para o lado, esperando por sua resposta.
– Tomar banho? – Me perguntou, cerrando os olhinhos.
– Sim. Pra mandar a preguicinha ir embora. – Expliquei. Arrancando uma risada da pequena.
– Mas papai, eu não tenho pleguicinha. Já falei. – Chamou minha atenção.
– Tá bom. Mas precisa tomar banho.
– O senhor vai me levar?
– Não. Não, filha. A sua mãe quem vai com você.
– Por que o senhor não?
– Porque não, amor. Outro dia o papai leva você, tudo bem?
– Tá. Mas outo dia quando? – Me indagou, sentando-se na cama.
– Outro dia, Anie. Pode ser na próxima aula, filha. – Expliquei.
– Quando é que é minha outa aula mesmo?
– Quinta-feira, pequena.
– E quinta-feira quanto é? De assim... – Ela me perguntou, mostrando os cinco dedinhos.
– É assim... – Eu lhe mostrei três dedos. – Hoje é segunda-feira, então não conta mais. Aí vem terça, quarta e quinta. Entendeu?
– Eu intendi, papai. – Anie assentiu.
– Então, vem... vamos tomar banho. Eu te banho se você quiser.
– Tá bom papai. Mas é eu que vou escolher minha roupa. – Deixou bem claro.
– Ok. Você sempre escolhe mesmo, filha.
– É. Eu semple escolho mesmo. – Ela concordou, levantando da cama e indo para o banheiro. Segui atrás dela.

Lhe ajudei a tirar o pijama, e separei o shampoo e o sabonete.

– Nada de pular. – Lhe avisei.
– Por que, papai?
– Porque você pode cair e se machucar. – Respondi. – Vou ligar o chuveiro.
– MAS A ÁGUA TÁ FLIIAA! – Anie gritou, pulando.
– Não grite! – Ralhei. – O que eu falei sobre não pular? – Perguntei, segurando em seu braço para que ela não escorregasse.
– Desculpa, papai. – Ela me olhou.
– Vem, molha os cabelos. – Pedi.
– Cadê a minha mamãe?
– Ela tava tomando banho também. – Respondi. – Cuidado, não quero me molhar, filha. Deixa eu colocar o shampoo nos seus cabelos agora.
– Tá bom. Não vou molhar o senhor, papai.
– Fecha os olhos, pra não cair shampoo neles, amor.
– Não deixa cair, papai. Que arde um monte.
– Então, por isso estou pedindo que você feche os olhos. – Sorri, mesmo que Anie não estivesse me vendo.
– Eu já fechei.

Peguei o sabão e lhe ensaboei. E depois liguei o chuveiro outra vez. Guiei Anie para debaixo dele, ela ainda estava de olhos fechados.

– Não abra os olhos ainda. – Avisei. – Deixa o papai tirar primeiro o shampoo do seus cabelos. Ok?
– Ok, papai. – Ela concordou e eu comecei a tirar a espuma de seus cabelos.
– Prontinho. – Falei, depois de enxaguar completamente seus cabelos e tirar a espuma de shampoo e sabonete de seu corpo. – Quietinha, viu? – Pedi e Anie assentiu. – Vou pegar sua toalha, que eu esqueci de trazer. Nada de vim molhada atrás de mim. Vai molhar o quarto todo.
– Então não demola, papai!
– Não vou demorar, filha.

Fui rápido atrás da toalha, antes que Anie resolvesse vim atrás de mim. E molhar todo o quarto ou até, escorregar. Quando voltei para o banheiro, ela já tinha saído do box, e estava perto da pia.

– Eu calcei minha sandália. – Ela me avisou, apontando para seus pés.
– Pelo menos isso. – Eu a enrolei na toalha e a peguei no colo. – Você tá pesada.
– Eu num tô não. – Anie respondeu emburrada. O que me fez rir. A coloquei no chão, para que ela pudesse escolher sua roupa.
– Escolhe aí qual roupa vai usar.
– É de ballet, papai.
– Sim, meu amor. Eu sei. Mas você já tem umas quatro roupas só do ballet.
– É. E tem rosa também que minha mamãe comprou. Por que é que é que todas a galotas de lá gostam da roupa rosa, papai? Eu gosto da blanca, e eu quelia uma pleta também. Mas minha mamãe disse que a gente podia compar depois, mas ela ainda não compou. – Explicou. Era engraçado ver como ela fazia questão de explicar direitinho; do jeito dela, é claro.
– É que quase todas as meninas gostam de rosa, quando criança, filha. Rosa é cor de menina.
– Só rosa? Eu tenho que gostar também? Eu não gosto muito de rosa não, papai. Minha mamãe também não gosta. – Comentou.
– Não, amor. Não é só rosa. E você não precisa amar rosa, pode gostar da cor que quiser. Não tem problema, minha linda. – Expliquei a ela.
– Mas hoje eu vou usar a roupa rosa, senão, não vou usar ela nunca e minha mamãe pode bligar. Porque ela compou pra usar, né papai?
– Sim. Tem que usar. Além do mais, é o uniforme da escola né?
– Não. Esse não. Só a cor. A roupa da escola é aquela outa rosa. Mas eu não vou levar ela.
– Tudo bem, então. Vamos logo, deixa eu vestir você. Mas o cabelo a sua mãe arruma. Tudo bem?
– Cheilinho... tu não sabe... – Ela riu.
– Aah, eu não sei mesmo. Não vem rir de mim, não... – Lhe fiz cócegas.
– Tááá... paaaraaa... eu não rio mais... paaaraa, paaapaai!
– Tá bom. Vem, você vai levar essa roupa meso?
– É. Essa meia, essa roupa – ela não sabia falar collant, nem eu até Lua me falar o nome certo – essa saia... e eu vou calçar essa sapatilha. Ela é rosa também. Porque a sapatilha de dançar, eu vou pedir pra mamãe pra eu calçar só lá escola, tá papai?
– Por mim tudo bem, amor.
– Aí eu quelo levar essa outa roupa aqui... porque tá flio. – Anie apontou para a jaqueta de couro marrom. – Tá?
– Tá. Está frio mesmo. – Concordei. E comecei a vesti-la.


Achei, vendo em você
Explicação, nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar
[...]
Vou nascer de novo
[...]
Trilho a infância, terço o berço
Do seu lar

Anie parecia uma boneca de tão fofa que ficava cada vez que vestia a roupa de ballet. Eu tinha vontade de aperta-la. Eu nunca tinha me imaginado pai de menina até vê-la pela primeira vez. Na verdade, eu tinha medo. E Lua pode estar certa, talvez em um monte de coisas que fala à respeito disso. Menos, que eu fiquei triste em saber que seria menina, talvez eu tenha ficado meio frustrado. Foi tão rápido, que eu nem faço questão de lembrar desse sentimento. A vida toda, e mais ainda depois que casei com ela, eu queria um menino. Pra mim, era mais fácil e teria um monte de coisas legais que eu poderia ensinar a ele, e que a maioria das meninas não gosta muito. Eu imaginava rosa, um mar de rosa e coisas floridas toda vez que imaginava uma garotinha. Mesmo sabendo que Lua não era assim, e consequentemente, nossa filha não tivesse tanto rosa na vida. Eu ainda imaginava que seria tudo rosa; e nem foi.

Eu tinha medo de não conseguir ser um bom pai. Porque afinal, o que poderíamos fazer juntos? Eu adoro videogame, mas ela podia odiar isso. É coisa de garoto; a maioria das pessoas pensam assim. Mas Anie adorou quando eu resolvi ensina-la a jogar. Principalmente, porque foi a segunda pessoa, depois de mim a ganhar sempre do Harry. Uma garotinha de apenas dois anos e oito meses. Nunca vou esquecer, principalmente, porque isso me encheu de orgulho. Tá que quando ela estava aprendendo, eu deixa ela ganhar para vê-la sorrir, dizendo que já tinha aprendido. Ela ainda era muito bebê, e toda a sua atenção me surpreendia, parecia até, que ela realmente entedia tudo do jeito que eu falava. Mas Anie sempre quis fazer tudo o que eu gostava e queria lhe ensinar. Eu não sei se poderia ama-la mais do que já a amo. E eu não sou muito bom de bola, na verdade, eu até evito jogar. Não sou ruim, mas eu também não sou craque. Garotos gostam de bola. E eu cantava. Mas assistimos jogos juntos, e eu aprendi a gostar de desenhos e filmes infantis também. Eu sei o nome de todas as princesas e sei que a Bela, e a Cinderela, são as que ela mais ama. Eu aprendi a ter paciência para montar quebra-cabeça da Barbie. Muitos quebra-cabeça da Barbie na praia, no shopping, no parque, com cachorro, com gato, com irmã, com amiga... e eu também aprendi a contar de princesas, junto com Lua. Lembro que a primeira vez que tentamos contar, a gente riu muito. Eu não conseguia olhar para Lua, e vê-la lendo uma história para Anie dormir, com aquela voz que todas as mães fazem... extremamente calma, limpa, fofa. Lua não é fofa, muito menos calma. E eu? Nem em voz baixa sabia falar...

Anie me surpreendeu desde o primeiro segundo que a peguei no colo; ela chorou na verdade. Mas me surpreendeu de qualquer jeito. Eu ainda me culpava por não ter estado no momento em que ela nasceu. Era como se eu estivesse pedindo desculpas – porque não foi intencional; de jeito nenhum –, e ela tinha me desculpado. Naquele momento, se já tínhamos uma ligação mesmo antes de ela nascer, essa ligação só se aprofundou. Porque Anie sempre se mexia na barriga de Lua, quando escutava minha voz. Eu podia nem tá falando com ela, mas ela chutava mesmo assim. Eu me divertia, e é claro, caia de amores por ela a cada chutezinho. E quando nasceu, bastava escutar minha voz, que parava de chorar; exceto se estivesse com fome, aí só a Lua para resolver isso mesmo. E ah, quando queria algo que não podia, aí ela chorava até cansar. Não caia nenhuma lágrima, mas ela chorava alto. Anie sempre odiou ficar sozinha e quando sentia isso, abria um berreiro danado. E só parava, quando via alguém. Hoje, ela não chora mais, nem grita por isso, vai direto para o nosso quarto mesmo. A tal da privacidade que todo mundo fala que não se tem mais quando os filhos nascem, começa por aí.

Lua também tinha medo, mas ela fora mais corajosa, sempre me disse isso. Já eu, não queria deixa-la mais nervosa com meu próprio medo. Era um coisa tão boba pra mim, que ela não devia se preocupar com isso. Já tinha sido tão difícil convencê-la que já tinha chegado a hora. Que não tínhamos mais porque esperar. Já tínhamos esperado ela se formar na faculdade, a banda fazia sucesso, já tínhamos casado, já tínhamos nossa casa e estabilidade financeira não era problema; nunca foi. E já estávamos casados há dois anos. Não era tão cedo, para quem já estava há sete anos juntos. Lua se tornou uma mãe maravilhosa, e eu nunca duvidei que seria assim. Ela sempre foi amorosa. E termos aprendido e crescido juntos como pais, me faz ser mais grato ainda. Eu sempre quis tudo com ela, só com ela. E ela ter me dando Anie, faz com que eu não me ache no direito de lhe cobrar mais nada. Mas é claro, se tivermos a chance de aumentar nossa família, eu não poderia ficar mais feliz com a notícia. E Lua sabe disso. A gente se estressa sempre um com o outro, mas eu casei com ela por isso também. Não existe outra pessoa no mundo, que me tire mais rápido – e com mais frequência – do sério, que a Lua. E até isso, é uma coisa que eu sentiria falta, se eu não tivesse. Preciso falar isso pra ela.

– Agola o cabelo, a minha mamãe arruma, né? – Anie se virou para mim, me tirando de meus pensamentos.
– Sim. Agora é com a sua mãe. – Eu respondi. Lhe dando um beijo na testa. – Você está tão linda, pequena.
– É? – Ela indagou, olhando para baixo, para a saia.
– Sim. Muito linda. Sabe que eu te amo, né? Amo muito. – Lhe perguntei.
– É. Eu sei, papai. Eu também te amo muito. Muitão... – Disse e olhou para a porta.
– Shhhhhhhh... – Fizemos juntos o chiadinho. E rimos.
– Minha mamãe não gosta que eu fale muitão.
– É, eu sei. – Continuei rindo.
– Tá elado... que ela diz. – Me disse eu rir mais ainda.
– É... – Foi só o que consegui dizer, antes de voltar a rir.

Pov Lua

Eu estava muito chateada com Arthur e decepcionada. Eu queria tanto tentar, que parece que ele estava receando. Agora era ele. Eu também me irritei por ele ter me chamado de ‘porra’. Ele demorava a se estressar comigo, confesso que eu o irritava com frequência, mas não é toda vez que ele perde a paciência. Eu até me surpreendo. Mas talvez ter tocado nesse assunto de outro filho, não foi em uma boa hora. Ele recebeu a notícia, claramente surpreso.

Eu já tinha saído do banho e vestido minha roupa: Uma calça comprida preta, uma blusa branca com detalhes preto. Uma sapatilha preta, com a ponta prateada. Eu estava arrumando minha bolsa; vendo alguns documentos de Anie para marcar a consulta, quando a mesma entrou no quarto, completamente rosa. Rosa dos pés à cabeça. O que me deixou surpresa e me fez sorrir.


– Olha... que boneca. – Comentei, ainda sorrindo.
– Gostou, mamãe?
– Está linda, filha. – Elogiei e ela deu uma rodadinha.
– Foi meu papai que me arrumou. – Ela contou e eu sorrir mais ainda. Arthur é um pai maravilhoso.
– Foi?
– Foi, mãe. Mas ele não sabe amarrar bonito meu cabelo que nem a senhola amarra. Aí ele mandou eu vim atás da senhola.
– Tá bom, eu amarro bonito. Cadê o grampinho, pra prender o coque?
– Tá aqui na minha mão, mamãe.
– Então, vira... pra mamãe arrumar seu cabelo.
– Tá. E depois a senhola arruma minha bolsa, tá? – Me pediu.
– Tá. Quando eu terminar aqui, eu vou lá no seu quarto.
– Tá bom, mamãe.

Terminei de amarrar o cabelo dela, e Anie foi tomar café da manhã. Fui até seu quarto e peguei sua bolsa, que ela levava para o ballet, com a toalhinha, a garrafinha de água, a sapatilha do ballet, que Arthur tinha deixado ao pé da cama. E uma jaqueta marrom, que eu não coloquei na bolsa, e pendurei no meu braço. Anie a pediria com certeza antes de sair de casa.

Desci a escada e eles estavam na sala. Provavelmente, mel havia ido para o trabalho, já era cinco para as oito.

– Já terminou, filha?
– Já, mamãe. Eu só tô espelando a senhola mesmo.
– Ok. Vou só tomar um suco bem rapidinho, tá bem?
– Tá bem. – Anie sorriu. – Meu papai disse que outo dia ele vai me levar na aula. Outo dia é assim mamãe que falta. – Anie chamou minha atenção e me mostrou três dedinhos. Dias que faltavam para a outra aula.
– Aah, que bom, amor.
– É. – Ela afirmou. – A senhola pegou minha bolsa?
– Peguei. Está em cima do sofá, mas não abra. Eu já arrumei tudo.
– Até minha outa roupa?
– Não. Eu não coloquei na bolsa, mas está em cima do sofá também.
– Vou pegar! – Anie avisou, e saiu correndo.
– Me empresta um carro? – Pedi a Arthur, assim que Anie saiu da sala de jantar. Ele me olhou de um jeito irônico. – O meu tá sem gasolina.  De novo. – Completei. E ele continuou me encarando. – Não vai falar comigo? – Indaguei, batendo com as unhas no copo e vidro.
– Você sabe onde ficam as chaves. – Arthur respondeu seco, e voltou a tomar seu café.
– Obrigada. – Agradeci. Esperando ele fazer um comentário sarcástico, porque da última vez eu bati o carro dele. À proposito, nem vou tocar no carro que bati. Vou pegar o que ele usa mesmo. – Você fica a coisa mais linda quando está zangado comigo. – Comentei. Embora estivesse irritada com ele, isso era pouco perto do tanto que eu o amava.
– Pode ir parando. Acha que um elogiozinho desse vai fazer eu te desculpar é? Você anda muito estressada. Nem quero papo agora. Fique logo sabendo. – Avisou.
– Grosso! – Retruquei.
– Grosso mesmo! Quando sou carinhoso você fica de graça. – Ele respondeu, ainda seco.
– Aah, eu nem quero mais discutir com você. Depois a gente conversa. – Falei.
– A tá, você decide tudo.
– É. Eu decido. Depois a gente conversa. Para de drama, que faz isso sou eu. – Avisei, passando por trás de sua cadeira. Segurei seu queixo com força, lhe dando um selinho porque Arthur não abriu a boca de jeito nenhum... então, eu o mordi.
– LUA! – Ele gritou.
– Eu também te amo, e não precisa dizer o mesmo. Porque eu sei. – Avisei, antes de deixar a sala. Apesar dele estar com a mão nos lábios agora, eu sabia que ele queria rir.

Peguei a chave no quarto e depois desci a escada e segurei na mão de Anie, e fomos em direção a garagem.

Continua...

SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.

N/A: Boa noite, gente! Hoje eu vim cedo. Depois de dez dias.

Obrigada por todos os comentários no capítulo anterior... Ultimamente eu não estou respondendo, mas eu leio todos. Podem continuar comentando haha eu adoro! E quem só lê, faz um esforcinho e comenta também. É muito importante. E eu não canso de ressaltar isso.
  • Aaaah <3 O que acharam da conversa de Arthur e Anie? Não canso de dizer o quanto ela é um amor e fofa. Quem quer um bebê assim? Haha eu me divirto muito escrevendo as falas dela.
  • E essa confissão do Arthur, coisa mais linda <3 se eu já amava, agora amo mil vezes mais <3 quem mais aí amou?
  • E esse estresse logo cedo de LuAr hein? Será que vai dar pano pra manga? Ou vocês acham que é coisa boba e vai terminar em hot depois de uma conversa? Uhum! Uhum! Sei não... 0-0
  • E Lua nesse final? Hahaha quem não queria dar uma mordidinha dessa no Arthur também né? Oh God!
  • Quem aí adorou os looks? Especialmente o da Anie? Parece uma boneca de tão fofa e de um bom gosto indiscutível.
Vão desculpando a minha demora. De novo.

Um grande beijo! E até mais...

12 comentários:

  1. Arthur como sempre um pai carinhoso e cuidadoso, acho tão linda a relação dele com a Anie, paizão de verdade./ Anie ficou uma verdadeira boneca com essa roupa, mas linda do que já é. Uma briguinha de vez em quando não faz mal a ninguém, até porque o melhor é a reconciliação

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Esse capítulo foi praticamente dedicado a Arthur e anie.um amorzinho, muito bom saber dessa confissão do Arthur se expressou tão bem . Sim eu quero uma filha como a anie e um marido como o Arthur rsrsrs. E luar brigando logo cedo, pensei que iria rolar uns amassos no banheiro e rolou foi uma pequena discussão. Queria muito da uma mordida na boca do Aguiar e em outros cantos tbm . Os looks como sempre lindos , vc arrasa . XX adaline

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  4. Arthur com a Anie é tao lindo,ele é um pai maravilhoso,Anie falando errado fofa demais,achei que ia rolar hot no banheiro rsrs,acho que esse assunto ainda vai render muito,mais acho que essa conversa vai terminar em hot eim.

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  5. Aiiin que cap. lindoooo❤
    Keila

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  6. Que capítulo maravilhoso, já quero o próximo.Eu quero muito um Arthur na minha vida,ele e a Anie são tão lindos, dá vontade de guardar num potinho, amor demais ❤ Melhor parte é a reconciliação, eles não conseguem ficar nuito tempo brigados, principalmente o Arthur.Você como sempre arrasando nos looks ❤

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  7. Anie é uma fofa, com essa roupa toda rosa então *--* ela falando é uma gracinha, podia ficar assim pra sempre! Arthur e Lua com essas implicações logo de manhã, tomara que isso não estrague o dia dos dois!! Quero um homem igual o Arthur pra mim, com essas declarações e super apaixonado!! Esses dois são um casal lindo e merecem aumentar a família!! Quero mais capítulo já!
    Helena

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  8. Arthur e anie são um a amor, Lua adora tirar o Arthur do sério mais não vive sem ele! ❤

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  9. Anie é uma fofa, com essa roupa toda rosa então *--* ela falando é uma gracinha, podia ficar assim pra sempre! Arthur e Lua com essas implicações logo de manhã, tomara que isso não estrague o dia dos dois!! Quero um homem igual o Arthur pra mim, com essas declarações e super apaixonado!! Esses dois são um casal lindo ! Quero mais capítulo já!

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  10. Arthur e a anie uma amor q só amei a confissão do thur ele é sempre tão amoroso e tão sincero no q diz e no q sente né,acho q vai terminar em hot rsrs queria dar uma mordinha tbm mais a Lua ñ deixa, amo os looks sempre ❤

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  11. Que amor a Anie <3
    Gosto quando tem essas pequenas briguinhas hahaha melhor casal ever.. Espero que consigam ter outro filho.
    Ansiosa pelo próximo cap.
    Bj

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  12. Amo muito o relacionamento do Arthur com a anie ele é um pai e tanto, tomara que LuAr façam logo as pazes adoro quando eles tem uma briguinha e depois vem a reconciliação , amei os looks .inacia

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