NOVA: Partners (R.B.M.O.) - 2º Capítulo

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Lua
  Da mesma forma que eu estava excitada com Arthur  dando fortes chupões em meu pescoço, eu estava nervosa por não saber o que fazer. Eu já havia passado por essas preliminares com meu ex-namorado, mas ele me pressionava a fazer aquilo e eu me sentia intimidada. Eu precisava afastar Arthur de mim, eu não estava preparada psicologicamente para a minha primeira vez e toda essa agarração com certeza me levaria a fazer o que não queria.
 Tirei as mãos de Arthur da minha cintura e ele me olhou confuso.
-Que foi Lu? Não tá gostando de dançar comigo, é isso? –Ele perguntou constrangido.
-Não Arthur, não é bem isso, é que... –ele precisava entender que para mim aquilo não era uma simples dança. –Eu não estou me sentindo muito bem.
-Quer que eu te leve embora?–ele perguntou alto para que eu pudesse escutar.
-Não Arthur, me desculpa, eu preciso ir embora. –Eu iria sair da pista, mas senti sua mão direita apertando o meu pulso.
-Hey, espera.– Ignorei suas palavras e puxei o meu braço, encarando seu olhar.
-Tchau Arthur. – Passei entre as pessoas sem a menor educação, empurrando os caras bêbados que vinham pra cima de mim e mandando o dedo do meio para aqueles que soltavam piadinhas ou cantadas.
Quando cheguei ao lado de fora, respirei  fundo e olhei para frente, procurando um ponto de táxi e assim que o vi, caminhei até lá. Como eu sou uma menina muito sortuda, não tinha nenhum táxi e eu teria que esperar.
-O que a minha gatinha está fazendo aqui sozinha aqui? – perguntou àquela voz em meu ouvido, eu podia reconhecê-la de longe.
-Pedro? – me virei. Ele estava mudado, os olhos vermelhos, palidez, seu corpo estava mais magro da última vez que eu o vi, e aquilo só confirmou as minhas suspeitas. Drogas, por isso aquele ataque de nervos. – Eu não sou sua gatinha. O que você quer?
-Calma! – levantou as mãos, em modo de defesa. – É o seguinte gata, você me dá o que eu to precisando e eu não toco no seu corpinho lindo de novo.
-Pedro, por que você está fazendo isso com você? Drogas, você é bem melhor que isso.
-Não quero esse papo Lua, quero grana. Quanto você tem aí?
-Eu já sei o tipo que você se tornou Pedro, e o seu tipo não devolve a grana, nunca. –Falei ríspida vendo Pedro fechar suas mãos em punhos e em seguida senti  um tapa doloroso em meu rosto, o fazendo arder mais ainda por causa dos anéis que Pedro tinhas em seus dedos. Que bom que eu não tinha uma arma e um distintivo ainda, porque eu já teria estourado seus miolos com essa agressão.
-Você não vai me emprestar grana Lua?
-Pedro, eu to sem grana aqui, eu vim acompanhada de um menino e ele foi embora, bêbado. – menti, não podia dar meu único dinheiro, que eu usarei para o taxi, a ele.
-E como você ia pegar o taxi? Tá pensando que eu sou trouxa?
-Não, eu ia pagar quando chegasse lá.
-Vou fingir que eu acredito em você, gatinha. –passou o polegar na sobrancelha. –Vamos ver até aonde você se faz de pobre. - me arrastou pelo beco ao nosso lado, me prensando na parede. Ele era mais forte que eu, não por eu ser uma mulher, mas pelo seu tamanho e a quantidade de alcool em seu sangue.
 -Pedro, me solta. -Dei um chute em suas partes baixas, fazendo-o se curvar, dando tempo para que eu corresse por alguns segundos pelo beco, para logo depois ser alcançada novamente. Pedro me deu outro tapa na cara.
-Você é uma vadia Lua, e vai me pagar por isso. Eu vou usar você agora, e enquanto você grita, eu vou gozar todas as vezes que você me deixou na mão. -o olhei com nojo, mas não mudou nada porque logo ele puxou meu cabelo, afastando-o do meu pescoço. -Gostosa.– lambeu o caminho a baixo da minha orelha.
-Socorro! – gritei. – Alguém me ajuda! – ele tapou minha boca com a mão.
-Fica calma gatinha, prometo que vou ser cuidadoso que nem da última vez. –Ele disse e depois deu uma risada baixa em meu ouvido.
Parecia que tudo que eu estava sendo ensinada era nulo, pois eu não conseguia me soltar dele.
-Me larga Pedro, me deixa ir. Por favor. –Eu falei e depois senti seus lábios colados ao meu e aquele cheiro de substância química pairando entre nós.  –Para Pedro!
-Cala boca, para de gritar caralho! –Ele pressionou minhas bochechas com uma mão, me fazendo sentir um pouco de sangue na bochecha direita. –Escuta aqui, você vai me beijar direito se não quiser levar mais uns tapas nesse seu rostinho lindo.  Entendeu? –Ele perguntou se exaltando, eu não me entregaria fácil, nem que me pagassem. Apenas assenti.
 Pedro colou sua boca na minha novamente, e eu não cedi.
-Para Pedro! Eu não quero caralho! –Gritei.
-Você não está em condições de querer alguma coisa.
-Você não escutou o que ela falou? Larga ela. –Falou aquela voz rouca que eu tanto gostava, me aliviando.
Ele riu debochado, o que não durou muito, porque em seguida o vi jogado no chão com uma mão em seu nariz. Corri para trás de Arthur, como se ele fosse meu escudo e com lágrimas de nervosismo escorrendo rapidamente.
-Nunca mais encosta o dedo nela. –Arthur falou com suas mãos fechadas em punhos.
-Quem vai me impedir? Você, seu babaca? –Pedro disse e logo soltou uma risada exagerada.
-Eu não teria nenhuma pena de socar essa sua cara. –Arthur falou e puxou Pedro pela gola da sua camiseta.
-É mesmo super herói? Então, me mostra esse seu potencial. –Pedro provocou Arthur e em seguida vi os dois rolarem no chão. Eu sabia que Arthur poderia acabar com ele rapidinho, principalmente pelo fato de Arthur estar em melhores condições e doido para expor tudo que estávamos aprendendo no treinamento.
-Arthur PARA! VOCÊ VAI MATAR ELE! –gritei desesperada, vendo Arthur dar vários socos no rosto de Pedro, quase o deixando inconsciente. –Arthur CHEGA, NÃO PRECISA MAIS DISSO! – eu o puxei  de cima de Pedro e reparei que Arthur também não estava ileso. – Você tá machucado, vamos pra minha casa pra eu cuidar disso.
-Ele te machucou? –ele perguntou nervoso passando os dedos onde estavam as marcas dos anéis de Pedro. -Filho da puta, eu vou acabar com ele.
-Bateu Arthur, calma. Eu to melhor agora, vamos pra casa? –perguntei me colocando na frente de Arthur para ele não bater mais em Pedro, que estava no chão todo machucado e se contorcendo.
-Se você não estivesse aqui, eu ia fazer uma besteira. –ele falou com o maxilar travado.
-Mas eu estou, então vamos. –falei tentando domar a fera.
  Caminhamos até o carro e entramos. O caminho todo foi silencioso, só se ouvia nossas respirações pesadas.
-Chegamos! –ele disse e abriu um sorriso fraco.
-Obrigado, Arthur.
-Pelo que? –ele perguntou com uma de suas sobrancelhas arqueada.
-Por ter chegado lá, naquela hora. –falei e abaixei a cabeça envergonhada por ter saído da boate sem dar alguma explicação para ele. Arthur deu a volta no carro e colocou sua mão em meu rosto me obrigando a olhá-lo.
-Não precisa ficar com vergonha, eu teria feito aquilo de qualquer forma. Agora vamos à sua casa pra você fazer meu curativo e eu ir embora, hoje foi  cansativo. –ele finalizou dando um sorriso lindo sem mostrar os dentes.
 Chegamos ao meu apartamento e ele jogou-se em meu sofá.
-Claro Arthur, fique a vontade! -falei com ironia.
-Obrigado. –sorriu. – E aí? Vai me contar quem era aquele cara? –ficou sério. -Eu escutei você o chamando pelo nome. Pedro, certo?
- Isso, eu vou te contar. Não quer fazer os curativos antes? – tentei enrolá-lo.
- Não adianta tentar Lua, me conta! – me puxou para o sofá.
- O Pedro é meu ex namorado, eu terminei com ele faz um ano. No dia, ele tinha chegado aqui em casa, e eu duvido que ele estivesse só bêbado, porque o cheiro da maconha exalava dele e ele estava um tanto alucinado. Nós dois já namorávamos a três anos, mas não tínhamos dado aquele passo, e ele nunca tinha me cobrado apesar de eu saber que ele queria. Bom, ele veio para cima de mim, dizendo que estava com saudades e me queria, e tentou me estuprar. Graças a Deus, a Melanie estava vindo para cá com o Mika para nós irmos a uma boate, e eles chegaram antes que ele tirasse minha roupa toda. O Mika bateu nele, e mandou ele ir embora.  – suspirei. -Ele e a Melanie eram meus únicos amigos, eles estavam comigo desde a morte dos meus pais, mas ele só se declarou para mim há quatro anos, e como eu era apaixonada por ele a um tempo, aceitei. É por isso que eu odeio drogas, sabe? Ele era uma pessoa maravilhosa antes de começar a fumar maconha. Depois só a maconha não era suficiente e ele buscou outras coisas.
- Eu sinto muito.
- Eu também, mas vamos esquecer isso. Já está tudo bem. –sorri. –Pelo menos eu notei que preciso me empenhar mais no que estou trabalhando para conseguir melhores resultados e sair de enrascadas como essas. Se eu não aguento um ex namorado agressivo,como lidar com bandidos? -ele assentiu,concordando. -Agora me deixe fazer seu curativo. –me levantei e fui até o banheiro pegar o kit de primeiros socorros, quando voltei Arthur estava com um porta retrato na mão. – Essa é uma das poucas fotos que eu tenho com eles. -ele se assustou.
- São os seus pais? – perguntou, me encarando.
- Sim, eu era apaixonada pela minha mãe, ela parecia um anjo.
- Realmente, ela era muito bonita. Já sei de onde vem isso tudo! – rimos. – E o seu pai era daqueles que davam medo, ele poderia afastar qualquer garoto de você com um só olhar, com certeza. – rimos mais ainda.
- Vem, preciso cuidar do seu olho. – me levantei e ele continuou sentado, quando pressionei um pouco o pano ele fez uma cara de dor. – Perdão.
- Não tem problema. –continuei a limpar os ferimentos e quando o olhei, ele estava com o olhar virado para o meu decote.
- Será que você poderia tirar os olhos dos meus seios? – perguntei e corei.
- Desculpa, mas eu sou homem e você estava bem, bem próxima de mim.- sorriu malicioso.
- Safado! – dei um tapa em seu ombro. – Prontinho. – guardei as coisas na maleta.
- Bom, eu vou indo. – veio me dar um beijo, eu virei e acabei dando um selinho nele. – Foi mal. – virou de costas, indo em direção a porta. – Tchau, qualquer coisa me liga!
Ele saiu e eu fiquei olhando para porta, olhei para um lado e para o outro e corri até minha bolsa, pegando meu celular.
Já? – ele atendeu rindo.
Preciso de você, agora. – eu ri.
Ele abriu a porta e entrou.
- O que houve?
- Eu não quero ficar aqui sozinha hoje, dorme aqui?
- Com você? –sorriu malicioso.
- Não. –eu ri. – No quarto de hospedes, seu bobo, é que eu não quero ficar sozinha. E eu vou me sentir mais segura com você aqui.
-Então agora eu virei seu protetor? –ele perguntou divertido.
-Pode ser! –sorri. –Vamos lá no quarto.
Levantei do sofá e peguei sua mão, o guiando até o quarto de hospedes.
-Pronto você vai dormir aqui. –falei e o olhei, ele estava mordendo o lábio enquanto olhava pra minha bunda. –Arthur!
-Ah, eu tava distraído. – ele disse e deu uma risada fofa.
-Sei. –semicerrei os olhos e ele riu. –Boa noite. –dei um beijo em sua bochecha e ele retribuiu, confesso que queria mais do que um beijo na bochecha e sai do quarto.
-Boa noite. –ele falou e fechou a porta atrás de si.

Caminhei até o meu quarto e fui até o closet colocar meu pijama, um pequeno short de renda branco e uma blusa colada, confesso que aquilo estava vulgar quando se tem um homem no seu apartamento, mas eu não sairia do quarto até amanhã. Deitei em minha cama e adormeci.

Acordei e olhei para o despertador ao lado. 3h46. Estava ouvindo um barulho vindo da sala, o que me fez acordar. Levantei da cama e destranquei a porta do quarto, eu estava me segurando para não abrir a porta de Arthur, só pra vê-lo dormir de cueca e aquele seu rosto de anjo, calma Lua.


Cheguei na sala, encontrando Arthur sentado com o controle da televisão em sua mão.
-O que você está fazendo essa hora acordado? -sentei ao seu lado, encostando o corpo no dele.
-Perdi o sono, ai pensei em assistir alguma coisa para me dar sono.
Assenti e fiquei o encarando.
– Obrigado. –falei com a voz abafada, e a boca colada em seu pescoço. -Por hoje.
- Amigos servem pra isso não é mesmo? –larguei o abraço e sorri para ele, indo até a geladeira pegar água.
- Bom, vou me deitar. –dei um beijo em sua bochecha e fui em direção ao meu quarto e fechei a porta. Logo ouvi o barulho da porta em frente ao meu quarto se fechando também.
  Eu precisava sentir novamente aquele cheiro, aqueles braços me rodeando e sua respiração pesada contra o meu ouvido, eu precisava pensar em alguma coisa. Olhei para a beira da minha cama tentando decidir se eu iria arrumar uma desculpa ou deitar na minha cama que me chamava. Notei que a jaqueta de Arthur estava em cima da cabeceira ao lado da cama, a peguei e senti aquele cheiro delicioso novamente, eu iria levá-la para ele.
  Sai do meu quarto e bati meu peito contra um corpo musculoso. Ele colocou as mãos na minha cintura e me aproximou mais, para logo a seguir capturar meus lábios. Eu segurei fortemente seus cabelos, ele passou a língua pelos meus lábios pedindo permissão e eu cedi. Cedi porque eu tinha vontade. Cedi porque eu tinha sede e desejo. Dele. Aprofundei o beijo e ele se prensou contra mim. Infelizmente nós somos humanos e o ar faltou então ele desceu os beijos para o meu pescoço.
- Vamos pro quarto. -ele me levou até o meu quarto e chutou a porta, me jogando na cama. Enquanto ele tirava a camisa eu admirava o peitoral definido dele.
 - Vai só olhar? –se jogou por cima de mim e eu passei a mão, acariciando.
   Ele levantou minha blusa e como eu estava sem sutiã, ele já abocanhou meu seio direito, me fazendo gemer. Enquanto ele mordiscava um, acariciava o outro. Não aguentando mais, desci minhas mãos para os botões de sua calça, abrindo. Com o pé e a ajuda dele, empurrei a calça para baixo. Arthur passou as mãos pelas minhas coxas, entrelaçando minhas pernas em sua cintura. Arranhei suas costas e ele voltou a me beijar.
 Um súbito de coragem me veio e eu desci minhas mãos pelas suas costas e coloquei por dentro da sua boxer, apertando seu bumbum. Ele riu e de novo eu senti minhas bochechas ficarem vermelhas.
 -Não precisa ter vergonha. – acariciou meu rosto. Arthur desceu sua mão até o meio de nós e tirou a minha calcinha e a sua cueca. Ele começou a me acariciar e eu gemi baixinho em seu ouvido, então ele segurou minhas coxas em sua cintura e penetrou. Eu reclamei baixo, pela ardência que sentia. Logo ele virou o jogo e ficou por baixo.
-O que foi?
-Sua vez. –corei.
  Ajeitei-me em cima dele e me penetrou de novo. Ele puxou minha mão, entrelaçando com a sua e eu me inclinei para frente, o beijando. Fiz um movimento de vai vem com o quadril e ele gemeu, se movimentando também e me ajudando. Arthur se abaixou um pouco e colocou a outra mão no meu seio, massageando um enquanto chupava o outro. Eu ainda me sentia dolorida, mas mesmo com o incômodo, ele conseguia me deixar excitada então estava fazendo o máximo para conseguir agradá-lo. Ele gemia alto e eu o seguia, soltando pequenos suspiros e prendendo a respiração por alguns segundos.
Senti ele me empurrar para o lado e ficar por cima de novo, sem me penetrar, colocou só a cabecinha e eu gemi alto. Estava muito sensível, mas era agradável o que eu sentia. Uma espécie de prazer com um pouco de dor.
 -Nós vamos gozar juntos.– senti minhas bochechas ficarem coradas e assenti, enquanto ele penetrava fundo, então aumentou a velocidade novamente e eu só sabia gemer seu nome e arranhar suas costas.
 Eu cheguei ao clímax, suspirando alto pela sensação maravilhosa que me consumia. Quando Arthur demorou um pouco mais em uma estocada eu soube que ele havia gozado. Eu admirava o rosto dele. Notando o quanto aqueles cabelos castanhos claros estavam molhados de suor e como ele estava simplesmente perfeito assim.
 -Foi sua primeira vez. -ele afirmou, olhando para  o teto do quarto.
-Sim.
-Eu sei. Não acredito que fizemos isso.
-Está reclamando? -sentei na cama, segurando o lençol em meus seios, o encarando.
-Claro que não, maluca. Só estou dizendo que não acredito que você fez isso logo comigo pela primeira vez. E isso, por incrível que pareça, é uma coisa boa.
Sorri e deitei ao seu lado, sentindo-o me abraçar.
Meus olhos pesaram e logo adormeci. Acordei com o sol atravessando as claras cortinas do meu quarto. Não sentia mais os braços ao meu redor, mas a cama estava quente, como se tivessem saído a pouco tempo. Levantei-me e coloquei as roupas intimas e um moletom. Senti um cheiro maravilhoso e fui até a cozinha, encontrando Arthur na frente do fogão.
-O que você está preparando ai? –perguntei por atrás dele.
-Panquecas, você gosta, né? – sentei na bancada.
 -Amo, faz tempo que eu não como. – ele virou a frigideira e a panqueca caiu virada para o outro lado. – AI MEU DEUS! Como você faz isso? – pulei da bancada, ficando em pé ao lado dele.
Passamos a manhã naquele clima gostoso, com ele me ensinando a girar panquecas no ar. O que acabou se tornando uma guerra de ingredientes, fazendo a cozinha virar uma extrema bagunça.
Estava tirando meu moletom sujo, quando ouço a porta do quarto sendo aberta e alguém bater na porta do banheiro.
-Quem é?
-Sua avó Lua, abre isso aqui porque eu to sujando todo seu quarto. –ele falou com voz de idoso, me fazendo gargalhar.
-Só se você prometer não fazer nada comigo.
-Eu não vou fazer nada com você. -abri a porta devagar e Arthur entrou e quando ia tirar sua cueca, o interrompi.
-Ei! Você não vai ficar pelado na minha frente e muito menos tomar banho comigo. –falei interrompendo sua ação.
-Por que não? Você já viu tudo isso. –ele falou e tirou sua cueca de vez, me deixando pasma com o seu membro e ele soltou uma gargalhada gostosa. –Para de bobeira Lua, vem tomar banho comigo. –ele disse e me puxou, tirando meu sutiã e deixando minha calcinha para que eu tirasse. –Anda Lua, a gente não vai fazer nada, só tomar banho juntos. –ele disse e eu finalmente tirei minha calcinha, ganhando um olhar malicioso dele.
  O banho foi cheio de beijos e carícias, aquele loiro me deixava maluca só com mordidas no pescoço, era difícil resistir a ele.
-Você limpou a cozinha? –perguntei para Arthur enquanto vestíamos roupa.
-Sim, porque a senhorita folgada deixou tudo pra mim.
-Eu não deixei tudo pra você, só estava querendo tirar aquele ovo do meu cabelo antes que o cheiro ficasse–falei e ele gargalhou.
-Tenho que ir agora, porque tenho que passar pra comprar mais umas coisas do apartamento, mais tarde passo aqui pra te ver, tudo bem pra você? –ele perguntou enquanto dava um selinho em minha bochecha.
-Tudo bem.
-Me leva até a porta? –ele pediu e eu assenti. Caminhamos até a porta e eu queria pedir pra ele ficar, mas ele tinha que ir de qualquer forma.
-Você mandou muito bem na madrugada passada. –ele falou encostado na porta.
Sorri sem graça, o puxando pela gola da camisa e lhe dando um beijo rápido.
-Mal posso esperar por fazer outras vezes. -sorriu safado. - Sério Lu, não fica com essa cara toda tímida.
-Até mais tarde. –falei e fechei a porta, sorrindo abobalhada.
(...)
Apenas algumas horas depois, Arthur me ligou, pedindo que eu viesse até o shopping encontrá-lo. Ele murmurou algo do tipo “Preciso de ajuda para decorar o apartamento novo” e depois de se despedir, desligou.
Passamos a tarde compramos móveis e eletrodomésticos necessários para sua nova casa e depois ainda pegamos uma sessão no cinema. Era bom aproveitar o final de semana, pois logo amanhã voltaríamos ao treino pesado.
Andávamos no shopping de mãos dadas como um casal de namorados e eu estava achando aquilo muito divertido, porque cada minuto com Arthur era maravilhoso.
Um mês se passou nesse ritmo, os trabalhos estavam em excesso, o que era cansativo. Os meus horários estavam cada vez maiores, eles não reduziam. Meu corpo implorava por descanso. Eu e Arthur estávamos muito envolvidos, transando sempre que dava e passando a maior parte do tempo em meu apartamento ou no dele. Meus sentimentos por ele cresciam a cada dia, e eu sentia que aquilo não devia estar acontecendo. Estava me envolvendo mais que deveria.
Sexta-feira. Pessoas viajando, ruas lotadas e famílias unidas. Aquele trânsito todo, era insuportável, eu só desejava chegar no meu  apartamento, relaxar na minha banheira e me entregar de corpo e alma para a minha cama.
  Paro em um sinal vermelho e olho para o carro ao lado, um loiro de olhos azuis, pisca para mim descaradamente, faço sinal de reprovação com a cabeça e dou um leve sorriso. O sinal abre, eu estava perto, perto da minha “liberdade”. A melhor forma que posso interpretar.
  Buzino. O porteiro do prédio olha pela janela de vidros escuros e abre a garagem para mim. Finalmente! Aquilo era tudo o que eu conseguia pensar além de uma noite com Arthur, eu não estava em condições para aquilo por mais que o meu corpo lutasse contra meus pensamentos. Corro para o elevador e aperto o botão prata nº 8, o local começa a se mover.
  Estava quase dormindo naquela banheira cheia de espumas, para falar sério, eu já estava cochilando nela até meu celular tocar em cima na pedra de mármore da pia. Ajeito-me no espaço pequeno, seco minhas mãos na toalha que estava no gancho ao lado e seguro o celular, verificando quem era. Melanie.
-Pensei que estivesse morta. –ela fala irônica do outro lado assim que a atendo.
-Não foi dessa vez. O que você quer? –perguntei sendo direta, eu não estava com cabeça para conversar.
-Isso soou grosseiro, sabia Lua? –brincou, mas pude perceber uma seriedade.
-Desculpa, eu só não estou com cabeça para conversas hoje. Está sendo muito cansativo. –prossegui com um suspiro.
-Tudo bem. Já que está cansada, posso me divertir com seu namoradinho e Chay em uma boate aqui perto. Até logo Lua. –assim que ela iria se despedir a interrompi.
-Ei pode voltando e me explicando o que quis dizer com isso. Ainda estou cansada, mas me diga, onde fica a boate? –falei e ela gargalhou alto do outro lado.
-Você não perde uma, vadia. Fica na Rua Sun Valley, a boate se chama Playhouse. Encontre-nos lá ás 23:00, tudo bem? –a voz fina explicou do outro lado.
-Tudo bem.
-Tchau amiga, fique bem gostosa pro Arthur, só para garantir que ele não olhe para outras vadias.
-Boba. –ri fraco- Tchau Mel. –falei e finalizei a ligação.
  Confesso que a banheira havia impregnado ainda mais preguiça em mim e agora o que eu mais desejava era deitar na minha cama. Mas eu não deixaria o meu deus grego sozinho em meio uma tonelada de putas. Caminhei em passos rápidos até meu closet e parecia que nada queria cooperar comigo. Um vestido de paetê preto que eu não o vestia á muito tempo apareceu, aquilo foi um milagre de Deus, ele estava perfeito no meu corpo. Fiz uma maquiagem pesada, e usei alguns acessórios dourados, e um salto de bico fino, na cor do vestido.
Cassei minha bolsa-carteira dourada no armário e eu já estava pronta. Na minha visão eu estava perfeita, na minha visão. Peguei a chave do carro em cima da mesinha de centro da sala e corri para o elevador. Liguei o carro e parti com ele. O carro corria em uma velocidade alta, acho que tudo isso era pressa de ver Arthur, podia ver por borrões as ruas de Virgína cheias.
  Estacionei o carro em uma vaga que encontrei na frente da boate, confesso que foi difícil porque estava lotado. Desci do carro e atraí diversos olhares, aqueles homens pareciam me enxergar como um pedaço de carne bem suculento. Meu subconsciente sempre pensando em comida. Enxerguei Chay, Melanie, Arthur e um garoto loiro, cujo eu não conhecia.
-Boa noite gente! –falei me juntando a eles.
-Boa noite, nossa como você ta gostosa amiga! –Melanie sussurrou no meu ouvido, enquanto eu a abraçava e eu gargalhei.
-Palhaça. –Abracei Chay e olhei por cima de seus ombros. Arthur não estava mais ali. Soltei-me de Chay e olhei para o menino, logo o reconhecendo. – Você. –apontei pra ele. – Você piscou pra mim hoje! –nós rimos.
-Coincidência? -me puxou para um abraço. –Prazer, Bernardo!
-Não existem coincidências. Lua, pode me chamar de Lua.– Sorri.
-Vamos entrar?
-Agora. –passamos pelos seguranças e logo estávamos dentro da boate.
-Quer dançar? –ele perguntou e eu olhei para Melanie, que assentiu freneticamente.
-Claro. –ele pegou minha mão e me puxou no meio de todas aquelas pessoas que já estavam quase caindo de bêbadas.  Coloquei minhas mãos ao redor do seu pescoço e ele colocou as dele na minha cintura. Comecei a rebolar e ele me girou, ficando de costas para ele. Desci até o chão segurando meus cabelos. Quando fiquei de pé, virei para o Bernardo e continuamos a dançar.
A música do Calvin Harris - Blame tocava ao fundo e eu podia sentir meus cabelos da nuca molhados de suor. Nós já dançávamos a uma hora e eu estava cansada.
-Quer ir até o bar? –Bernardo perguntou, percebendo o meu cansaço.
-Vamos. –Bernardo segurou meu pulso e me levou na direção do bar. No caminho olhei para o lado e vi uma coisa que não me agradou nada. Arthur quase engolindo uma menina. Soltei minha mão da do Bernardo e fui em direção a eles cuspindo fogo. -Que isso, Arthur?
-Lua, sai daqui,volta a dançar como uma vagabunda.
-Ei. Você está me ofendendo, garoto. O que foi? Esqueceu do que está rolando entre nós?
- Nós? Não existe nós garota. Existe eu e você. –riu. -O que? Pensou que eu queria mesmo algo sério com você? Eu não sou de ninguém. –segurou meu queixo. – A gente só está transando, Lua, e já estava mais que na hora de eu buscar outras coisas, porque desse seu sexo eu já me cansei. –revirou os olhos.
-Você é tão desnecessário, pra que dizer essas palavras Arthur? Algum problema com seu ego masculino? –falei e abaixei a cabeça quando uma lágrima caiu. –Você disse que eu era boa de cama, e sabe disso. Só queria entender porque você está fazendo isso quando podia ter conversado comigo numa boa. Eu sei que nós não tínhamos nada, mas você ficar com uma menina na minha frente, depois que a gente está junto por um mês?
Me virei e Melanie me olhava com pena e Chay encarava Arthur com raiva, assim como Bernardo.
-Quer saber? –me virei para ele. – Você não tem como me dizer se eu sou boa ou não de cama porque nem pau o suficiente você teve pra conseguir alguma coisa comigo, seu broxa. Me fingir de virgem com você foi o pior erro da minha vida, até o Pedro conseguiu superar você.
-O que? –ele falou alto. –Você não era virgem, Lua?
-Você achou mesmo, linda e gostosa desse jeito, fosse mesmo ser virgem? E se eu fosse, pode ter certeza que eu perderia com alguém com mais pau que você. –ri ironicamente. Estava doendo muito falar aquelas coisas, mas eu tinha que arrumar um jeito de sair por cima. –Se enxerga Aguiar. Você não é tudo isso! –dei as costas a ele e fui em direção a saída, sentindo as lágrimas se acumularem no canto dos meus olhos. Mas eu não podia simplesmente passar essa vergonha de chorar na frente das pessoas. Tranquei-me no carro e acelerei, eu quase não enxergava pelos meus olhos molhados e pela velocidade em que eu estava. Eu havia entregado meu corpo a ele.
Eu me entreguei como uma tola apaixonada.
E olha só o que ele fez.
Partiu meu coração em dez formas dolorosas.

Notas finais:

Desculpem a demora, mas foram dias intensos de carnaval!!

3 comentários:

  1. Mds,o Arthur foi ridículo,tadinha da Lua,mas ela soube o q dizer pra n ficar por baixo,adorei.Posta mais ❤️

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  2. Ridículo... Lua merece coisa melhor

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  3. Que raiva do Arthur,coitada da lua ela não merecia isso!!
    Estou amando!!!Posta mais *___*
    Caroline

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