O Poderoso Aguiar | 29º Capítulo

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O Poderoso Aguiar
29º Capítulo – O Sexo dos Anjos

Pov Lua

Eu não sei por que ainda ficava frustrada ao passar a mão pela cama e perceber que Arthur não estava lá. Sempre foi assim na maioria das vezes. Acordava cedo demais, dormia tarde demais. Mesmo assim era sempre maravilhoso acordar no meio da noite e sentir os braços fortes dele à minha volta.

Mas eu ainda não tinha matado toda a minha saudade. Arthur havia voltado para casa ontem… pouco tempo para quem ficou quase um mês fora. Meus sentidos foram alertados pelo cheiro. Eu estava ficando boa nisso. Abri meus olhos e o vi parado, acabando de vestir a camisa. Os cabelos ainda molhados brilhavam feito pequenos diamantes. Provavelmente sentindo que era observado, ele se virou e encontrou meu olhar.

– Bom dia.
– Bom dia, Arthur.
– Precisa se levantar e comer alguma coisa. Já falei que está relapsa demais com sua alimentação, Lua. Aliás… já liguei para Melanie. Hoje à tarde iremos lá.
– Mas ainda não está na época.
– Eu sei. Mas você passou por muita coisa nos últimos dias. É melhor dar uma olhada.
– Mas precisa acordar tão cedo?
– Cedo, Lua? Já são dez da manhã.

Abri a boca, mais revoltada que tudo. Fiquei esse tempo todo na cama com Arthur e fiquei dormindo? Quer perda de tempo. Arthur entretanto, olhava-me debochadamente.

– Precisa dormir bem também. Mas agora é melhor se levantar. Temos visita.
– Visita? Quem é? – Ele fez cara de poucos amigos.
– Meus pais.

Eu ri alto. Provavelmente teriam vindo dar uma bronca nele por ter saído daquele jeito do hospital. Não que isso fosse fazer alguma diferença. Arthur nunca teve medo de cara feia. Pelo contrário, parecia que ele se divertia com isso.

Levantei-me da cama e minhas pernas bambearam ao ver seu olhar em chamas pelo meu corpo nu. Dessa vez seus olhos concentraram-se em meu ventre, já modificado pela gravidez.

Não teceu nenhum comentário, mas o brilho em seus olhos entregava sua emoção pelos bebês.

– Vá logo ou acabaremos atrasados para a consulta.

Obedeci sem pestanejar. Tomei um banho morno e rápido. Peguei uma blusa azul e uma calça. Mas gemi de frustração ao vesti-la.

– Merda…
– O que foi, Lua?
– Não serve. Estou gorda. – Arthur revirou os olhos e tirou a peça da minha mão.
– Está grávida, Lua. Nada de gorda aqui. Vista algo mais solto… – Ele foi até o closet e voltou com um vestido claro e florido nas mãos.
– Você fica perfeita nele.

Olhei para ele desconfiada. Talvez ele estivesse apenas tentando fazer com que eu não me demorasse tanto. Obviamente ele percebeu.

– Já menti pra você alguma vez?
– Nunca.
– Então pare de frescura e vista logo esse vestido.
– Cavalo. – Ele riu.
– Já estava sentindo falta desses apelidos carinhosos.

Segurei meu riso. Podia até ser loucura, mas eu amava essas mudanças de humor dele. Era um charme à parte. E seus rompantes de carinho então? Mais uma vez ele me pegou completamente de surpresa ao pegar a escova e pentear meus cabelos. Estava posicionado atrás de mim, que fiquei estática.

– Amo esses cabelos.

Engoli em seco encarando seus olhos pelo espelho. Como era possível alguém amar tanto uma pessoa que chegava a ponto de se esquecer de si mesma?  Era exatamente isso o que acontecia comigo.

***

Desci de mãos dadas com Arthur até a sala, onde meus sogros já nos esperavam. Rita estava sentada ao lado de Sophia e tinha uma expressão preocupada. Ricardo estava de pé, os braços cruzados sobre o peito, uma expressão indecifrável no rosto bonito.

– Bom dia. – Falei alegremente tentando amenizar o clima que ameaçava ficar pesado.
– Bom dia, querida. – Rita se levantou e veio me abraçar.
– Nossa… mas já dá para perceber o volume. E você está cada dia mais linda.
– Obrigada. – Depois olhei para o meu sogro. – Como vai, Rita?
– Poderia estar melhor, não é, Lua?

Mas depois sua expressão suavizou-se ao perguntar pelos bebês. Arthur abraçava a mãe que apalpava todo seu corpo como se quisesse confirmar se ele estava realmente bem.

– Que ideia maluca foi essa, meu filho? Como pode sair do hospital contrariando as ordens do Rick? Arriscando sua saúde e quase me matando de susto?
– Eu estou bem, mãe. Não há motivos para se preocupar comigo.
– Está bem? E desde quando é formado em medicina?
– Mãe… eu precisava ver Lua ou iria enlouquecer.

Surpresa para todo mundo. Jamais esperei que Arthur assumisse isso, assim na frente de todos.

– Ah, filho. Eu entendo você. Mesmo assim poderia…
– Poderia, mas não esperei, mãe. E estou ótimo.

Rita por fim, sorriu. Não iria adiantar discutir com ele. Depois os dois poderosos se encararam. Fiquei com medo. Os dois eram turrões e atrevidos. Mas como sempre, essa família, ou pelo menos os homens dessa família me surpreendiam.
Ricardo abriu os braços e sorriu.

– Esse é meu filho.

Como assim? Ricardo estava feliz por Arthur ter praticamente fugido do hospital sem saber se realmente tinha condições? Meu Deus… era tão louco quanto o filho.

– Seja bem-vindo de volta. Sabia que ficaria tudo bem. Você é duro na queda.
– Obrigado, pai. Tenho muita coisa pra resolver por aqui. Não podia morrer agora. – Os dois riram alto.
– E essa minha nora, hein? Andou descendo o braço por aí… – Arthur puxou-me até eles, o braço sobre meu ombro.
– Colocou muita coisa em seu devido lugar. Embora tenha feito loucura, visto o estado em que se encontra.
– Tem uma mulher forte ao seu lado, Arthur. Era disso que precisava. Ao mesmo tempo em que é forte, é meiga e doce. São pontos de equilíbrio. A doçura dela contra sua cavalice.

Os dois riram alto novamente. Não tinha como não se apaixonar por essa família.
Sentamo-nos todos. Arthur é claro, puxou-me para bem perto dele.

– Pai, é claro que já sabe sobre Sophia e Micael.

Sophia ficou vermelha. Ela não era tão topetuda com Ricardo quanto era com Arthur.

– Sim… Micael conversou comigo. Por quê? Você desaprova?
– De forma alguma. Só acho que eles devem… sei lá… se querem mesmo ficar juntos, Micael tem condições de começar a formar uma família.
– Mas não é muito cedo pra isso?
– Claro que não. Eu já tinha notado isso há tempos. Desde quando eu trouxe Sophia para junto da nossa família. – Sophia abriu a boca, encarando Arthur.
– E por que nunca disse nada?
– Era eu quem teria que dizer?
– Bem… vamos chamar o Micael e conversar com ele.
– Hoje não. Não pode ser assim, na correria. Daqui há pouco irei com Lua até a clínica. Quero ver como ela e os bebês estão.
– Chay também vai? – Dessa vez Arthur franziu o cenho, sem entender o porquê da pergunta.
– Por que ele deveria ir?
– Bem, ele está meio que… se envolvendo com a doutora Melanie.
– Era só o que me faltava…
– Ela também parece bem interessada nele. Eu os vi juntos saindo de um cinema.
– Por isso que essa maluca fez o que fez. Ao invés de o Chay ficar vigiando-a, ficava de namorico por aí.
– Eu não preciso de cão de guarda, Arthur.
– Ah, não? – Ele me encarou desafiador. Eu o encarei de volta, fazendo Ricardo cair na risada.
– Adoro esse jeito de vocês dois.
– Pai, não dê corda a ela. Já está difícil cortar as asinhas dela.
– Poderia ter cortado, impedindo-me de continuar tomando conta dos seguranças. – Seu olhar fechou-se em fenda, ainda me encarando.
– Você fez isso, Arthur? – Ele continuou me encarando e só depois de um longo tempo, suspirou.
– Devo admitir que ela fez um bom trabalho, pai. Não havia por que mudar.
– Impressionante.

Passamos o resto da manhã conversando. Depois almoçamos juntos. Sophia parecia bem entusiasmada com a possibilidade de se casar com Micael. Falava sem parar.

– Aliás, Soph… quando eu voltar quero te entregar uma coisa. Um presente. – Os olhos dela brilharam.
– Presente? Pra mim?
– Sim, por que não? Você merece.

Arthur falava despreocupadamente brincando com o garfo. E quando me encarou eu senti meu coração disparar. Sempre acontecia isso quando me olhava com tanta intensidade.

– E o seu presente também, Lua.
– Meu? O que?
– Eu sabia que iria perguntar. É surpresa.

Olhei pra Soph e ela também parecia confusa. O que poderia ser? Um presente assim, de repente, vindo do nada? Mas não estendi o assunto. Sabia que ele não me diria nada além disso.

– Sophia, irá conosco à clínica?
– Não irei, Lua. Sei como Arthur está nervoso com isso. Acho que esse momento é de vocês.
– Ainda bem que o desconfiômetro está ligado hoje. – Gargalhamos com as palavras de Arthur.

***

Às treze e trinta meus sogros foram embora. Saí com Arthur e fomos para a clínica.

– Está se sentindo bem?
– Perfeitamente, Arthur. Não se preocupe. – A porta do consultório se abriu e a morena deslumbrante apareceu.
– Olá… vamos entrar? – Arthur esperou que eu entrasse e entrou logo em seguida.
– Como vai, senhor Aguiar? Que susto deu em sua mulher, hein?
– Deus sabe como eu queria evitar qualquer coisa desse tipo… nada de perturbações. – Melanie riu compreensiva.
– Lua é forte. Confesso que também fiquei apreensiva quando a vi desesperada por sua causa. Mas logo em seguida ela reergueu-se. Parecia uma leoa.

O sorriso de orgulho que Arthur deu era melhor que qualquer presente ou declaração, sem dúvida nenhuma.

– Vamos ao exame? Tem se sentido bem?
– Perfeitamente bem, Mel. Acho que nunca estive tão bem.

Ela pegou meu cartão de pré-natal e fez algumas anotações logo após checar minha pressão. Depois fui até o banheiro vestir a camisola horrorosa.

– Deite-se ali, por favor.

Arthur me ajudou como um verdadeiro marido atencioso. Desses comuns demais que se encontra por aí. Mel passou a mão pela minha perna, apertando com o polegar. Apertou também meus pés, tudo sob o olhar atento de Arthur.

– Nada de inchaço… maravilhoso. Está com quatro meses e meio, Lua. Sabe que já conseguimos ver o sexo dos bebês? – Falou enquanto apalpava minha barriga, sobre o pequeno volume.
– Não está muito pequena, Mel? Afinal, serão dois bebês.
– No começo é assim mesmo, Lua. De uma hora pra outra irá crescer tanto que irá se assustar. E então? Querem tentar ver o sexo ou preferem a surpresa?

Olhei para Arthur que parecia lutar contra uma equação difícil. Sabia o quanto ele era ansioso… assim como eu. Não conseguiria esperar.

– Você quer, Arthur?
– Eu acho que preciso disso, Lua. – Mel riu e se afastou.
– Está com a bexiga bem cheia, Lua?
– Sim… é assim o dia inteiro.
– E a tendência é só piorar. Então vamos ao ultrassom.

Mel pegou os aparelhos e o mesmo gel que usa sempre. Jogou sobre minha barriga e em seguida ligou o monitor e o aparelho.

– Tente acompanhar o que irei mostrar, senhor Aguiar. É meio complicado por ainda serem novinhos, mas com sorte conseguirá ver.

Instintivamente levei minha mão até Arthur e segurei-a. Ele me olhou com extrema ternura ao ouvirmos o coração de um dos bebês.

– Nossa… é assim mesmo, Mel? Tão rápido?
– É exatamente assim, Lua. Esse tem uma saúde de ferro… – Esperou um pouco e em seguida encontrou o outro bebê. – OS dois estão ótimos. Agora vamos tentar ver o sexo. Apertei a mão de Arthur, os olhos fixos no monitor. – Hum… veja bem. Estão se formando em placentas diferentes e não dividem o saco amniótico. Ou seja, não serão gêmeos idênticos. Então poderemos ter duas garotinhas, dois garotinhos ou um casal.

Mordi meus lábios e olhei para Arthur. Ele sorria. E eu ri também ao ver claramente um dos bebês se mexendo.

– Esse é bem espoleta… olha como se mexe.
– Por que eu não sinto? Já ouvi falar de pessoas com menos tempo de gravidez que sentia os movimentos.
–Talvez você ainda não saiba reconhecer esses movimentos. Mas os movimentos são muito sutis nessa fase. E você como a mulher ativa que é… acaba não percebendo. E mesmo assim, corpo e sensibilidade variam muito de pessoa para pessoa. Não fique se comparando com outras grávidas. Logo irá sentir.
– Entendi. – Arthur permanecia mudo, atento a tudo o que Mel dizia.
– Esse bebezinho está feliz, hein? – Mel riu. – Olhem só aqui…

Olhei a seta que piscava no monitor. Confesso que não entendia nada. Para mim, parecia um garoto. Olhei para Arthur que também não deveria estar entendendo grande coisa. Seu cenho estava franzido, olhando atentamente.

– Como eu já disse… são leigos. Eu vejo perfeitamente o sexo. Posso dizer?
– Claro. – Falamos juntos.
– É uma garotinha. – Arthur riu, apertando minha mão e me olhando.
– Só poderia ser… puxou a mãe. Minha princesa.

Meu coração batia absurdamente alto, pelo menos eu imaginava que sim. A felicidade em saber que ali estava uma garotinha saudável era imensa. E melhor ainda… ver como Arthur ficou emocionado. Era visível sua satisfação por saber que teríamos uma garotinha.

– Perfeita… realmente o senhor Aguiar tem razão. Deve ter puxado a mãe. Não para quieta.
– Puxou aos dois. O pai também não fica atrás. – Mel riu e continuou observando.
– Esse está tão quietinho. Parece que está dormindo. Vou continuar tentando, quem sabe ele se mexe.

Arthur acariciou minha mão com o polegar e desviei meu olhar para ele. Fui presenteada com um daqueles sorrisos que me tiravam o fôlego.

– Opa… está começando a se mexer… – Vi claramente o bebê se mexer… queria tanto sentir, mas eu apenas via.
– Ah… olha aqui. Esse está bem perceptível, pelo menos para mim. Vejam se conseguem descobrir o que é.

Eu continuei olhando. Puff… nada. Não conseguia distinguir nada, embora ela tivesse colocado o cursor sobre o sexo dele. Fiquei surpresa ao ouvir Arthur arfar e sorrir mais uma vez.

– É um garotão… – Mel sorriu.
– Isso aí… um garotão. Parabéns… terão um casal!

Inevitavelmente, chorei. Não quero dizer que eu tinha alguma preferência sobre o sexo dos bebês. Mas um casal seria perfeito para nós dois. E fomos agraciados com isso. Arthur baixou lentamente a cabeça e tocou meus lábios com os seus.
Depois passou a mão em meu rosto, afastando alguns fios de cabelo.

– Feliz? – Ousei perguntar. Mel já tinha passado um lenço umedecido em minha barriga e se afastado.
– Muito. Não pelo sexo… por saber que estão bem, saudáveis. Mas eu deveria imaginar que você me faria uma surpresa assim. – Continuou acariciando meu rosto.
– Amo você, Arthur. E não precisa responder. – Ele riu e me beijou novamente.
– Eu amo você. Já me fez admitir isso… agora é tarde.

Sorri, feliz demais para tentar dizer qualquer coisa. Arthur ajudou-me a levantar. Troquei a roupa e sentei-me em frente a Mel.

– Como anda a alimentação, Lua?
– Er… boa.
– Boa? É isso que tem a me dizer? – Olhei para Arthur que me olhou cinicamente.
– Eu avisei.
– Lua, por favor… alimente-se corretamente com a dieta que passei. Tem dois bebês aí. Não é brincadeira não. E não se esqueça de tomar muito leite. – Fiz uma careta. Odiava leite.
– E não adianta fazer essa cara. É essencial para você.

Depois de fazer todas as anotações e marcar meu retorno, Mel se despediu de nós dois. Saímos de mãos dadas e vi, com satisfação, as pessoas se virarem para nos olhar. Tive que admitir que formávamos um casal bonito.

– Agora vamos ao seu presente.
– Estou curiosa, Arthur. Por que presente? Nem é meu aniversário…
– E precisa ser aniversário para eu presentear minha esposa? Além do mais … esse é seu presente de casamento.
– Nenhuma dica? – Ele riu.
– não.

O jeito era esperar. Conhecia Arthur muito bem e sabia quando não adiantava usar táticas para fazê-lo falar. Ele pegou minha mão sobre meu colo e levou-a aos lábios.

– Um casal… nossos anjinhos.
– Lindo, não é? Juro que não esperava por isso.
– Eu também não. Como já te falei…eu nunca me importei com o sexo. Mas confesso que será muito interessante ter um casal.
– Estou louca pra ver a carinha deles.
– Você viu minha princesa? É tão maluquinha quanto você. Vai dar trabalho. Mas o garotão é tranquilo… feito o pai. – Eu ri alto. Na verdade gargalhei com a cara de pau dele.
– Posso saber o motivo dessa risada?
– Você? Tranquilo? É a piada do século, Arthur.
– Eu não acho. Sou bem mais tranquilo que você. E meu garotão puxou isso de mim, aposto.

Continuei rindo da falsidade dele. Aliás, hoje eu conseguiria rir por qualquer coisa. Ver meus filhos fortes e saudáveis e ver a felicidade estampada no rosto do pai era realmente para fazer qualquer um sorrir. Até mesmo quem estava de fora conseguiria ver como estávamos felizes. Acabei me distraindo, tentando imaginar como eles seriam. A garota se pareceria comigo? Ou com Arthur? E o garoto? Um mini Arthur? A copia fiel dele? Seria demais para mim… dois Arthur’s em minha vida.

– Está rindo do quê?
– Pensando numa miniatura sua.
– E seria capaz de aturar dois em sua vida? – Eu estava de olhos fechados e abri-os para olha-lo.
– Claro que sim. Quem não aturaria dois homens lindos, maravilhosos?
– Mentirosa.

Eu ri, mas em seguida fiquei atônita. Fiquei tão distraída que não percebi o caminho que Arthur seguia. Agora eu via claramente… estávamos indo em direção à minha antiga casa. Onde pensei que fosse feliz ao lado do meu pai e do meu irmão.

Minhas mãos suavam tanto que passei-a pelo meu vestido. Entretanto ele parou em frente a uma casa completamente diferente. Quer dizer… o estilo e o lugar onde estava localizada eram os mesmos… mas ela estava diferente. Poderia realmente ser chamada de uma mansão agora. Não que antes fosse uma coisa caindo aos pedaços, mas estava precisando de alguns reparos.

– Arthur…
– O que foi?

Ele falou com fingida inocência enquanto estacionava o carro e descia para abrir a porta pra mim.

– Eu não acredito.
– Não acredita em quê? – Ele perguntou abraçando-me por trás enquanto eu observava a fachada da casa.
– Você… esse é meu presente? A casa dos meus pais?
– A sua casa. Você sabe muito bem que tudo passou para minhas mãos. Agora estou devolvendo a você. Sei que deve ter alguma recordação boa daqui.
– Sim, tenho.
– Pois bem. Ela está reformada e espero que esteja ao seu gosto. E como ela é sua… pode fazer o que bem entender com ela. Qualquer coisa…

Dei um passo à frente, olhando tudo ao redor. Os jardins estavam imaculadamente arrumados, flores diversas já apareciam no gramado muito verde.

– Lua?

Virei-me para Arthur que estendia a chave para mim. Quando estendi minha mão para pegá-la, Arthur puxou-me para ele, abraçando minha cintura. Sua boca buscou a minha e foi imediatamente correspondido. Enlacei-o pelo pescoço e me coloquei na ponta dos pés. Arthur ergueu-me um pouco do chão, acabando com minha dificuldade.

– Vamos lá… quero ver se vai gostar.

Subi as escadas, com o coração batendo a mil. Destranquei a porta e meus olhos encheram-se de lágrimas ao ver a beleza de tudo. Do piso de mármore escuro até os moveis luxuosos… Era tudo de extremo bom gosto.

– Foi você quem…
– Tive ajuda, é claro. Escolhi uma coisa ou outra, mas a maior parte não fui eu.

Fui até meu antigo quarto e não pude conter meu choro. Estava tudo tão perfeito… como se ali vivesse uma família realmente feliz. Virei-me de repente e abracei Arthur.

– Obrigada, meu amor. Está tudo tão lindo.
– É tudo seu, princesa. De direito. Mas ainda tem um outro presente… esse foi escolhido exclusivamente por mim. – Arregalei meus olhos.
– Outro?
–Venha ver. Arthur me puxou pela mão e saímos novamente para a entrada da casa. Caminhou até a garagem e deduzi o que seria.

Minhas pernas fraquejaram. Arthur acionou o portão que ergueu-se. Prendi a respiração ao ver a magnífica Ferrari vermelha reluzente.

– Meu Deus…
– Acho que está à sua altura. – Ainda boquiaberta, dei a volta ao lado do carro, passando minha mão sobre ele.
– Arthur… Deus… é lindo. Você… você é louco.
– Fiz de propósito. Assim os homens, como tolos que são, irão olhar para o carro e esquecer de você. – Olhei pra ele e balancei a cabeça, sem acreditar nele, obviamente.
– Quantos quilos de blindagem tem aqui?
– Melhor não saber.

Minha boca abriu-se ainda mais quando a porta do carro abriu-se para cima e pude ver seu interior luxuoso em vermelho e preto. Voltei para perto de Arthur e abracei-o pela cintura.

– Obrigada, meu amor. Eu não mereço tudo isso.
– Merece… – Ele falou com os lábios em meus cabelos. – Merece muito mais. Olhe só…

Ergui meus olhos para ele, ainda abraçada a sua cintura. Suas mãos tocaram meu rosto.

– São apenas coisas materiais, Lua. Não é dessa forma que quero mostrar o que sinto por você.
– Você já me mostrou, Arthur. De várias formas. Não só por ter dito que me ama, mas por ter confiado em mim, por ter voltado pra mim por pura preocupação.
– Eu sei. Mas isso não é nem um décimo do que sinto. Lua… se eu tiver que atravessar o mundo por você, eu farei. A distância será pouca se o destino for você. – Meu corpo tremia ligeiramente e eu estava incapaz sequer de balbuciar. – Te amo mais do que a mim mesmo. Coloquei minha vida em suas mãos, e seria ridículo negar isso.
– Ah… Cristo… não fale assim… você… acaba comigo.

Ele riu levemente antes de me beijar. Entreguei-me ao beijo sem reservas. Arthur nunca foi tão Poderoso como agora. Somente um Homem, no verdadeiro sentido da palavra seria capaz de fazer isso. Demonstrar seu amor, sua fragilidade diante de uma mulher e expressar tão bem em palavras. Não tinha medo ou vergonha de mostrar seu lado apaixonado.  Esse sim, era o verdadeiro Homem Poderoso.

Continua...

Se leu, comente! Não custa nada.

N/M: O que dizer dessa frase: A distância será pouca se o destino for você. Nossa, me apaixonei mais ainda por esse poderoso <3

Gente, comentem tá? Senti falta dos comentários no último capítulo de OPA que postei :-(

Obrigada a quem comentou o capítulo anterior.

Beijos e até breve...

11 comentários:

  1. amei o capitulo já quero o proximo

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  2. Que lindo vai ser um menino e um menina ♥

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  3. Adorei o capítulo! Amei a surpresa do Arthur pra lua!

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  4. Já pode posta mais Hahaha...

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  5. Que lindo! Um casal *.*
    O Arthur está tão fofo!

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  6. Que fofo o capitulo está incrível posta mais por favor

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  7. Que mais fofo, posta mais

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  8. Arthur sempre surpreendendo com suas atitudes!! Agora que transpareceu seus sentimentos está cada vez mais amável e apaixonante.

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  9. Que lindo é um casal, amei a frase posta mais estou morta de curiosidade

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