O
Poderoso Aguiar
27º
Capítulo – Em Coma
Pov
Arthur
Eu
nunca entendi muito bem como funcionavam as coisas quando se está quase morto.
Eu não conseguia captar realmente o que se passava comigo. Sabia que estava num
hospital. E sabia também que estava numa espécie de coma induzido. Ouvi Rick
falar que iriam aplicar medicamentos para que meu estado não se agravasse. Mas
eu estava bem, não estava? Sei que fui operado. Sentia dores insuportáveis no
peito, na barriga… na cabeça. Mas nenhuma delas se comparava à dor em meu
coração. Dor por não ver o rosto lindo que eu amava. Tentava a todo custo
segurar sua imagem em minha mente, para que, se eu me fosse, levasse-a comigo.
Mas eu não podia morrer agora, podia?
Como
dizem, todos temos uma missão aqui na terra. Nunca acreditei nessa baboseira,
mas agora eu precisava crer. Eu não tinha cumprido minha missão, tinha? O que
eu fiz nessa minha porra de vida até hoje, além de matar e traficar? Nada. Que
droga de missão eu tinha, então? A única coisa que eu tinha em mente era que
minha missão era amar Lua. Amar e protegê-la do imbecil do irmão. Então… eu
tinha que ficar. Além disso tinha meus filhos. Deus iria permitir que eu me
fosse sem ao menos conhecê-los? Não… era injusto.
Em
meu estado mental deprimente eu rezei pela primeira vez em muitos anos. Eu
tinha que ficar bem. Minha família não estava completa. Eu não vivi minha vida
de casado, de marido apaixonado como eu deveria. Implorei a Deus que me
deixasse voltar, embora eu soubesse, não merecia isso. Já matei, torturei, fiz
horrores. E sabia que se continuasse a viver, eu voltaria a fazer isso. Em
certo momento eu não tive certeza se estava em coma, se estava realmente morto.
Até começar a ouvir a voz dela. Todos os dias ouvia sua voz sofrida dizendo que
me amava e me pedindo para voltar. E por que, merda, eu não reagia? Tentei por
várias vezes erguer meu braço e abraçá-la, mas nada. Só ouvia seu choro e o
pedido angustiado.
Deus…
como eu amava essa mulher. O que eu tinha que fazer? Onde estava aquele que
intitularam O Poderoso? Eu não era
ninguém. Pelo menos longe dela.
Por
dias ou meses, sei lá, eu tentei reagir ao seu toque, à sua voz, mas nada. Até
ouvir aquele absurdo.
–
Pedro eu já peguei, Arthur. E agora eu irei atrás de Don Matteo. Irei acabar
com um por um. Todos que ousaram machucar você. Eu amo você.
O
QUE? O que aquela maluca estava dizendo? Não… não… Me desesperei.
Ouvi
o som da porta se fechando, mas não consegui reagir. Lua ia atrás de Don
Matteo. Ele iria acabar com ela. Iria matar minha mulher e meus filhos.
–
NÃO…
Eu
berrei abrindo meus olhos, a pulsação disparando, fazendo com que o bip do
aparelho disparasse também. Respirei com dificuldade, como alguém que acabava
de se afogar, buscando oxigênio.
–
NÃO…
Berrei
novamente e no instante seguinte várias pessoas entraram no quarto, correndo
alvoroçadas falando coisas que eu não ouvia. Apenas falava desesperado.
–
Chame o Chay… Lua… ela não pode.
–
Calma, senhor Aguiar. Chamem o doutor Rick.
–
Nãoo… porra! chamem o Chay.
Não
entendia muito bem o que faziam. Só sei que falavam sem parar, examinando-me
até Rick entrar e me olhar completamente incrédulo.
–
Caralho…. Como você fez isso?
–
Fez o quê? Foda-se! Chame o Chay.
Com
muito custo, algum asno filho da mãe fez o que pedi. E quando Chay entrou no
quarto eu tive vontade de esganá-lo.
–
O que você anda fazendo, hã? Por que Lua foi atrás do irmão? Vocês são frouxos
ou o quê?
–
Arthur… que bom vê-lo de volta.
–
Merda, Chay… da para me explicar o que está acontecendo?
Quando
Chay começou a falar pensei que teria um AVC. Como assim, Lua assumiu os
negócios? Tudo bem que eu sabia que se eu deixasse, ela faria isso… Mas… cacete…
ela está grávida! Eu quase ri quando Chay me disse que os seguranças estavam
assombrados e até rezaram para que eu voltasse. Minha baixinha era fogo. Mas
depois a raiva me assaltou novamente. E assim fiquei até Chay voltar com ela.
Quando a vi entrar com aquela carinha de santa me deu vontade de bater e bater muito.
Mas eu consegui enxergar além disso. Consegui ver o medo, apreensão e
principalmente felicidade em seus olhos. E eu estava a ponto de explodir
também, só por poder ver seu rosto novamente. Não resisti e abracei-a, beijando-a
quase com desespero. Meu amor por ela falava mais alto que tudo nesse momento.
E precisei dizer isso a ela ou acabaria me afogando em meus próprios
sentimentos.
Claro
que tive que dar um pequeno sermão. Mas no fundo eu sentia um puta orgulho da
minha mulher. Mesmo carregando dois bebês, sofrendo, esmigalhada por dentro, ela
teve peito. Encarou mais de trinta homens e… putz… bateu no próprio irmão.
Ela
era A Poderosa. A poderosa Aguiar… a
mulher da minha vida. Percebi nesse momento, que minha história não teria
sentido sem ela. Ela era minha história… minha vida. Só faltei implorar ao Rick
para me deixar ir embora com ela. Eu precisava dormir abraçado ao corpo dela,
sentir seu calor a noite toda, como antes. Infelizmente não foi possível e tive
que deixá-la ir.
Entretanto
na manhã seguinte eu quase matei o Rick do coração quando ele entrou no quarto.
Me encontrou de pé, já vestido, pronto para ir embora.
–
Ai… meu Deus! Pare com isso, homem. Você não vai a lugar nenhum. Onde estão as
enfermeiras?
–
Expulsei todas daqui. Rick… eu irei embora agora… ou então eu enfio uma faca no
meu peito de uma vez, mas não ficarei mais nenhuma porra de um minuto nesse
hospital.
–
Tão dramático… olha… é por sua conta e risco. Você vai assinar para mim… você
me coagiu.
–
Foda-se! Assino qualquer coisa, mas me deixe ir agora.
Esperei
com a paciência que eu não tinha, até Rick liberar tudo. Chamei um táxi e o
mandei que seguir até minha casa. E nem acreditei quando parei nos jardins.
Todos os meus seguranças a postos, de terno e gravata naquele calor infernal.
Um deles quase caiu para trás ao me barrar na entrada.
–
Oh… meu Deus! Senhor Aguiar. Desculpe-me. Seja muito bem vindo de volta.
–
Obrigado.
Continuei
olhando todos que mesmo me vendo não saíram de suas posições. Fui até cada um
deles e quase ri, ao ver o alívio com que me cumprimentavam. Estava
impressionado com Lua, admito. Quando entrei na sala Soph e Micael estavam aos
beijos. Pigarreei.
–
Ah… Cristo… Arthur. – Sophia correu e me abraçou.
–
Você voltou.
–
Para sua infelicidade, voltei.
–
Seu imbecil.
–
Arthur… er… não sabíamos que…
–
Ninguém sabia, Micael. E não se incomode. Não irei brigar por causa do sexo
quase explicito. Tenho outras preocupações agora. Onde está Lua?
–
Ainda dormindo, Arthur.
Eram
quase onze horas da manhã. Deixei o casal na sala e segui até meu quarto, sem
reparar muito em algumas mudanças na decoração. Abri a porta lentamente e
imediatamente a paz encheu meu corpo e minha alma. Lua dormia feito um anjo, um
meio sorriso nos lábios. Perdi a noção do tempo observando-a até que abriu os
olhos, olhando para a varanda. Depois de alguns segundos, como se sentisse
minha presença, ela se virou. Notei como sua respiração ficou alterada e seus
olhos se arregalaram.
–
Arthur?
Continuei
parado, sem dizer palavra alguma. Fechou os olhos novamente e suspirou.
–
Idiota. Dormindo ainda, Lua? – Ela falou consigo mesmo.
–
Por quê? Sou um pesadelo?
Ela
abriu os olhos novamente, me encarando. Caminhei até ela. Lua se levantou
ficando de joelhos na cama, já começando a chorar.
–
Você é meu melhor sonho, Arthur. – Com duas passadas largas eu a alcancei
erguendo seu corpo da cama, abraçando-a.
–
Não era amanhã?
–
Não conseguia mais ficar longe. JÁ aguentei tudo o que podia. – Suas mãos
seguravam meu rosto com força.
–
Bem vindo de volta, meu amor.
Eu
não iria conseguir falar muita coisa. Por isso mesmo apenas devorei sua boca,
apertando seu corpo contra o meu, mesmo ainda um pouco dolorido. Minha língua
explorava cada canto de sua boca, quase engolindo-a por inteiro. Apertei minhas
mãos em seu corpo, queimando de desejo por ela.
–
Não me deixe mais, Arthur. Nunca mais.
–
Nunca. Não vivo sem você, Lua. – Abaixei-me a sua frente, tocando e beijando
seu ventre. – Meus amores. Que saudades de vocês... – Lua sorriu e entre
lágrimas colocou suas mãos sobre as minhas ainda em seu ventre.
–
Papai está de volta, anjinhos.
Gentilmente
eu empurrei seu corpo de volta à cama, minha mão descendo até a barra da
camisola.
–
Descansou bem?
–
Muito bem. – Meu olhar guloso percorreu seu corpo.
–
Então acho que está na hora de cansá-la de novo.
Puxei
seu corpo sobre o meu e me esqueci do mundo. Esqueci-me que ainda tinha
milhares de assuntos a resolver. Esqueci-me que um bandido que quase me matou
estava preso em minha casa. Nesse momento nada disso me importava. O importante
era viver o meu amor em toda sua plenitude. Era viver o homem no qual Lua me
transformou: um ser apaixonado. Mais
uma vez, com certeza pela força do nosso amor, eu venci. Dessa vez eu venci a
morte. E tudo por ela: minha Lua, minha
poderosa. Dois poderosos juntos só podia resultar num amor ainda mais
poderoso. E eterno.
Continua...
Se leu, comente! Não custa nada.
N/M: Aaawn que capítulo
amorzinho e narrado pelo Arthur <3 O que acharam hein? É muito amor...
que lindos!
Esse
casal agora merece toda paz – mas quem disse que eles ficarão calminhos assim
por muito tempo? Kkkk
Talvez
eu poste mais um à noite...
Obrigada
pelos comentários do capítulo anterior.
Beijos...
e até breve!
Ahh que amor!!! Já quero mais ❤❤❤
ResponderExcluirUfa,ainda bem q era o Arthur.Ai que love😍.Eita, o Arthur mesmo com dor não nega fogo.Que ninfomaníaco kkkk
ResponderExcluirQue bom q é o Arthur ah q amor o capítulo já ansiosa pra ver o próximo
ResponderExcluirMuito fofo,Arthur completamente entregue ao sentimento sem medo de parecer frágil <3
ResponderExcluirLAYS C.
não fala isso bandida, eles ão brigas né? hushushu posta mais
ResponderExcluirEu amei o capítulo, já tô ansiosa para o próximo
ResponderExcluirArthur todo apaixonado que lindo!
ResponderExcluirSabia que era ele!
ResponderExcluirOlha o Aguiar todo apaixonado. 😊❤