O Poderoso Aguiar | 23º Capítulo

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O Poderoso Aguiar
23º Capítulo – A Queda

Pov Arthur

Muitas vezes (e todas essas vezes foram depois que conheci Lua), eu tive vontade de apertar simplesmente uma porra de um botão no meu cérebro e deixar tudo no automático. Estava cansado de tanta preocupação com os negócios, que muitas vezes me tiravam o sono.

Mas antes eu não me importava com as mulheres que se deitavam ao meu lado, afinal não eram tão interessantes ao ponto de me fazer escolher entre elas e o trabalho. Agora as coisas mudaram drasticamente. Levantava-me da cama praticamente empurrado por alguma força oculta, já que vontade eu não tinha nenhuma. O único desejo era permanecer ao lado de Lua. Essa mulher roubava minha sanidade e me fazia ir ao céu e ao inferno com uma facilidade impressionante. Bem que dizem que os fortes e arrogantes sempre se dobram perante uma mulher. Tá aí… eu era uma prova viva disso! E isso não é uma reclamação. É apenas uma constatação dos fatos. Uma mulher que me levava ao delírio na cama, como nenhuma outra jamais fez, atiçava meus ciúmes e possessividade, além de inflar meu ego com sua entrega incondicional. Resumindo: era minha perdição. E como o ser intenso que eu sou, meu amor por ela não poderia ser menos intenso.

E eu sabia que ela esperava ouvir de mim as tão tradicionais palavras, embora eu tenha demonstrado de formas que nem eu mesmo imaginei fazer. E também nem sei o porquê de me esquivar tanto de dizer isso. Talvez porque ao proferir tais palavras eu me colocasse definitivamente nas mãos dela. E isso também não era nenhuma novidade. Lua era tão forte e prepotente quanto eu, e não duvido nada que se eu não estivesse aqui ela tomaria os negócios a frente.

Mas eu precisava fazer isso, mostrar para ela em palavras os meus sentimentos. Ela merecia isso, não só por aturar minhas constantes mudanças de humor mas como por ter me dado o seu amor. E mais… teríamos dois filhos. Gêmeos. Porra… a mulher é tão espetacular que até nisso ela conseguiu surpreender-me. Esse foi um dos motivos que me fez decidir tirar uma “licença” dos negócios e dedicar-me a ela. E eu só daria fim no desgraçado que andava rondando minha família. E depois… que Chay se virasse e tomasse uma dianteira.

Nessa noite minha mente já tinha tudo maquinado… Iria fazer James voltar atrás e depois acabaria com sua raça. E voltaria inteiro para os braços de Lua. Eu já não tinha mais medo algum de parecer fraco ou piegas. Hoje ela ouviria o que tanto ansiava.

Assim que voltamos da nossa lua de mel, que aliás, estaria definitivamente cravada em minha memória, eu fui descansar um pouco. E acordei com Lua em meus braços. Deus… Como era difícil sair e deixá-la tão linda, sozinha… Estava ficando pior a cada dia. Mas eu precisava descer e conversar com Sophia. Felizmente, Lua, já tinha aceitado o fato de serem importantes demais para mim. E muitas vezes eu poderia até exagerar na segurança delas, mas era porque simplesmente não suportaria perder nenhuma. Sophia ouviu os conselhos de Lua e prometeu, embora eu duvidasse que fosse cumprir, jamais sair sem algum segurança.

No entanto eu estava com o coração apertado, ao ponto de doer me despedir de Lua na varanda. Sua expressão era tão triste e sofrida que eu quase desisti dessa merda toda. Abracei seu corpo que tremia consideravelmente, olhando-a fixamente.

– O que está afligindo você?
– Nada.
– Você é uma péssima atriz.

No fundo ela já deveria imaginar que James já estava preso e era questão de horas até que eu acabasse com a vida do maldito. O Blanco ainda estava solto por aí. Mas seria questão de horas também.

– Arthur… Mas você… levará seus homens com você, não é?
– Lua, o que é de suma importância são vocês quatro. Não se preocupe comigo
– É claro que me preocupo…

Amaldiçoei a mim mesmo por estar causando tanto sofrimento a ela. Lágrimas incontroláveis desciam pelo seu rosto, deixando-me pior do que eu já estava. Apesar de ser um grosso na maioria das vezes, eu odiava vê-la chorar.

– Você... é pai dos meus filhos… Não pode acontecer nada com você.
– O quê?
– Você sabe que eu amo você.

Abracei-a ainda mais forte. Até quando Lua iria me colocar acima de tudo? Será que ela não percebe que sem ela eu não sou ninguém?

– Nada vai me acontecer… calma.
– Por que você não vai em um carro blindado? Deixe o volvo... – Tentei descontraí-la, bagunçando seus cabelos.
– Tão medrosa… eu volto!
– Arthur…

Busquei sua boca com paixão, com desejo. Lua imediatamente agarrou-se a mim, o corpo delicioso colando-se ao meu. Antes que eu perdesse completamente o juízo, dei um jeito de afastar.

– Espere-me… com uma daquelas camisolas sexys que você usa e que me deixa maluco.
– Eu espero. Eu amo você.

Isso… continua derrubando todas as minhas barreiras. Isso era terrível num momento como esse. Sabia que o tempo todo em que estivesse no trabalho, eu estaria pensando nela. E essa desatenção poderia ser fatal não só para mim, como para os outros rapazes.

– Linda…

Entrei no carro antes que mudasse de ideia. Antes de sair ainda olhei sua figura estática na varanda, os cabelos soltos esvoaçando. Balancei minha cabeça, inconformado. Prometi a mim mesmo que Lua nunca mais iria sofrer desse jeito por minha causa.

Enfiei o pé no acelerador indo em direção ao local onde James estava preso. Quanto antes eu acabasse com isso, mais cedo eu voltaria para os braços de Lua.
Estacionei em frente ao galpão pouco iluminado e entrei. Os rapazes já estavam a postos e James permanecia de pé, amarrado a uma pilastra.

– Oh… ho… ho… o Todo Poderoso finalmente se dignou a aparecer.

Ignorei a provocação do James. Sabia do seu humor ácido e definitivamente eu não estava com a mínima paciência para isso. Aproximei-me dele e embora James fosse bem alto, eu era ainda mais. Percebi que ele se encolheu um pouco ao ficar cara a cara comigo.

– Onde está o Blanco?
– Por que eu diria?
– Porque você sabe que mais cedo ou mais tarde iremos encontrá-lo. E dizer ou não dizer… será apenas uma forma de escolher o quão dolorosa será sua morte. – Suas narinas inflaram e ele me olhou cheio de ódio.
– Acha que pode tudo, não é Aguiar? Se acha mesmo O Poderoso, acima de todos e de tudo.
– Não. Apenas acima de você. Aliás qualquer um nesse mundo está acima de um verme. Agora me diga… o que ganhou me traindo? Exceto sua morte, é claro.
– Você sempre se achou, Aguiar. Pegando todas as mulheres que nós desejávamos, esfregando-as na nossa cara. Agora quero ver seu reinado ruir. Seu império está ruindo… e você nem se dá conta. – Suspirei, exasperado.
– Não terá tempo de ver isso, James. Suas horas estão contadas. Agora… tudo isso por causa de mulher, James? Acha que não sei que você sempre ia atrás delas quando eu as descartava? Tem mais ai que eu sei. Pode ir falando. – Ele riu, meio histérico, prova do seu medo.
– Pedro e eu sempre fomos amigos. Lua Maria seria minha. E você como sempre passando à frente. Ela te odiou de cara, Aguiar. Disse que tinha nojo de você. E então eu resolvi passar para o outro lado. Porque vi que estava balançado por ela. Sua queda seria ainda mais prazerosa.
– Realmente, ela me odiou tanto que está casada comigo.
– PORQUE VOCÊ A OBRIGOU, SEU DESGRAÇADO!
James… James… sempre querendo viver à sombra de alguém melhor que você. Sempre foi assim, não é? – Chay aproximou-se de mim, tocando meu braço.
– Mano, vamos acabar logo com isso e ir atrás do Blanco. Micael está… preocupado com a Sophia.

Realmente Chay estava certo. James não tinha um motivo plausível para sua traição exceto inveja e burrice. Entretanto James cutucou a onça.

– Felizmente, Aguiar… eu ainda tive o prazer de comer uma de suas mulheres enquanto ela ainda estava com você. Me fartei de gozar com ela, fazendo de você um corno.

Meu sangue ferveu não por saber que fui traído, mas por ser chamado de corno por um ser insignificante.

– E o que ganhou com isso, hã? Que prazer você teve ao foder uma mulher minha e ela gozar berrando meu nome? – Seus olhos se arregalaram e seu rosto inteiro tingiu-se de vermelho.
– Co… como sabe disso?

Eu ri com sarcasmo. Eu não sabia de porra nenhuma. Pelo contrário. Nem imaginava quem foi a infeliz que fez isso. E nem me interessava. Mulheres do meu passado tornaram-se insignificantes demais depois de Lua.

Eu disse puramente por saber que depois de estar em meus braços… mulher alguma sentiria prazer com um crápula como o James. E isso não é convencimento, é a realidade.

– Basta olhar para mim e para você, James. Não é difícil descobrir quem elas preferem.
– Mas a sua queridinha Lua preferiu… tanto que quis ser minha… e eu iria comê-la quando você…

Eu sabia que nada disso era verdade. Não me deixava influenciar por palavras e sim por atos. E Lua demonstrou ser minha desde a primeira vez que toquei nela. Eu não iria permitir que ninguém… ninguém mesmo falasse dela dessa forma.
Falei quase entredentes.

– Cala a boca…
– A bocetinha dela deve ser deliciosa né?

Com apenas um passo eu fiquei mais próximo dele. Apenas estendi minha mão para um facão que estava ali do lado. Sem pensar duas vezes e sem remorso algum eu passei o facão de fora a fora em sua garganta, o corte abrindo-se imediatamente.

– Acabou.

Os olhos de James se arregalaram enquanto o sangue jorrava de suas artérias. Ele tossiu e engasgou com o próprio sangue. Passei os olhos pelos meus homens: Chay, Bernado, Micael, João, Marcelo… todos me olhavam assombrados. Não era isso que tínhamos planejado. Ele seria enforcado assim como Billy Blanco. O único som que se ouvia era o engasgar estranho da vida que se esvaía.

– Estou indo pra casa. E Chay… não jogue isso para os urubus. Eles merecem coisa melhor.

Sem esperar qualquer resposta afastei-me dali indo em direção ao volvo. Fiquei um bom tempo sentado, as mãos no volante. Como o ser humano pode ser tão burro? Trair e ainda por cima desafiar Arthur Aguiar? Talvez estivesse mesmo a fim de morrer. Mas creio que existem formas menos dolorosas de se conseguir isso. Olhei as horas e vi que passava um pouco da meia noite. Não era uma boa ideia ir para casa agora. Eu tinha acabado de matar um homem friamente e seria um ultraje deitar-me e tocar o corpo da minha mulher depois disso. Não que eu me arrependesse. Mas eu me senti… sujo.

Culpa daquele traste que se atreveu a atravessar meu caminho sem pensar nas consequências. O que ele disse sobre uma das minhas ex-mulheres decididamente não me interessava. Por mim poderia ter pegado todas, desde que nem sequer olhasse pra Lua.

Liguei o carro e rodei por uns minutos decidindo sobre o que fazer a partir de agora. Embora o maldito Blanco ainda estivesse solto por aí, eu não tinha a mínima vontade de prosseguir nessa busca. Eu queria simplesmente ser o bom pai e marido perfeito por algumas horas. E definitivamente, meu estilo de vida não condizia com o estilo que eu queria e que queria dar a Lua.

Estava na hora de conversar com meu pai e definir minha posição. Pelo menos por uns tempos, eu queria me afastar dos negócios da máfia. Resolvi passar pela casa que eu adquiri recentemente e que seria dada de presente à Sophia. Já que ela e Micael estavam juntos realmente… e eu não poderia fazer nada contra, melhor que tivessem logo seu canto. Obviamente, Micael tinha ótimas condições financeiras assim como, Chay também. Mas eu me sentia responsável por Sophia, nada mais natural que dar esse presente a ela. Mandei fazer uns pequenos reparos para que ficasse a cara daquela maluca. Dali segui para a antiga casa de Lua. Apesar de ter descoberto que seu pai e irmão eram dois bandidos, imagino que ela gostaria de ter a antiga casa de volta. Afinal, eu também não era nenhum santo e ainda assim ela me amava.

A casa esteve praticamente em ruínas e hoje estava perfeita. Aprovei as mudanças e acho que Lua também iria aprovar. Felizmente ela não ficou pronta a tempo de ser dada como um presente de casamento. Tampouco o carro que estava na garagem. A blindagem extra que pedi levou tempo demais, mas felizmente ficou do jeito que eu queria.

Quando finalmente eu resolvi voltar para casa reparei que levei mais tempo do que imaginei visitando as duas residências. Eram quase quatro da manhã. E pra ser sincero… estava louco de saudades de Lua.

Dirigi o mais rápido que pude e finalmente estacionei nos jardins da casa. Peguei meu paletó jogado no banco do carro e coloquei-o sobre o ombro. Assim que saí do carro, meus sentidos aguçados pelos anos de máfia me colocaram em alerta. Tinha alguém à espreita. Girei meu corpo, mas meus olhos dirigiram-se para a sacada do meu quarto, como um ímã. E lá estava Lua… perfeita e linda… um sorriso se abrindo ao me ver. A visão magnífica distraiu-me do perigo que eu sabia… rondava nossa casa. Entretanto essa percepção foi tarde demais. Logo em seguida senti minha carne queimar próximo à minha barriga. E outra vez queimando, agora em meu peito, onde levei minha mão instintivamente. Sabia, obviamente que havia sido ferido. E quem o fez, usou um silenciador. Total ausência de som. De onde estava consegui ouvir o grito desesperado de Lua.

Merda!

Lógico que ela nem ia pensar que corria risco ao vir até mim. Foi com alívio que percebi meus irmãos chegando logo depois. Chay e Micael correram até onde eu estava.

– Arthur… foi ferido… porra! Onde estão os seguranças?

Continua...

Se leu comente! Não custa nada.

N/M: O que acharam desse capítulo? Estão gostando?

Comentem mais, ok? Precisamos saber o que estão achando. Antes vocês eram mais interativos. Reconheço que o blog está parado. Do lado daqui, estou fazendo o que eu posso... Já expliquei a vocês, o motivo da “minha ausência”.

***

Esses dias eu estava pensando... eu realmente, hoje, não consigo mais me imaginar fora daqui – óbvio que sei que um dia isso aqui irá acabar, mas eu não estou preparada e nem penso que um dia estarei – quando eu digo: fora daqui. Não me refiro do blog em si, e sim desse mundo do blogosfera.  É um todo... Então, eu estivesse pensando eu escrever algo... um conto... um capítulo único, uma songfic... Não sei exatamente. Se gostarem da ideia, podem me ajudar a escolher qual desses fazer... E sugeri como querer a história. Ficaria bem mais fácil. No momento estou tentando agrada-los, de certa forma. Aí fica a critério de vocês, se quiserem algo novo e breve para ler... estarei aqui aguardando as sugestões. Nesse instante, não estou tendo tempo para pensar muito bem em um “tema” para uma nova história. A ajuda de vocês seria bem-vinda <3

E aí, o que sugerem? Se é que sugerem haha

***

Obrigada pelos comentários do capítulo anterior...

Beijos e até o próximo capítulo...

8 comentários:

  1. Meu Deus 😱😨 eu sabia...tenho certeza que é o Pedro. Espero que não aconteça nada com a Luh e os bebês e que o Arthur fique bem

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  2. Gosto de web que o arthur é mas velho !

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  3. Aah esses capítulos são tristes �� espero que ele fique bem logo e que não aconteça algo com a lua ..Amei a ideia da songfic,só não sei qual tema indicar são tantos ne! Vai ser bom , realmente o blog está meio parado mais com o pouco que vcs conseguem postar já nos deixam felizes ❤.
    Fany

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  4. Meu Deus o que sera que vai acontecer com o Arthur ?? Tadinha da lua...
    Ansiosa pelo proximo capito rsrs

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  5. Ansiosa pro próximo capítulooo...

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  6. Nossa quero saber o que aconteceu com Arthur!

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  7. posta mais quero saber o que vai acontecer com o Arthur e a Lua e os bebes

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