O Poderoso Aguiar | 21º Capítulo

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O Poderoso Aguiar
21º Capítulo – Voltando Para Casa

Pov Lua

O vento que agitava as cortinas e penetrava no quarto de hotel não era suficiente para diminuir o calor insuportável. Meu corpo ainda nu repousava de bruços na cama.

Senti a ponta dos dedos de Arthur deslizando pela minha coluna e sorri, deliciando-me com seu toque. Suas mãos subiram pelas minhas costas afastando os cabelos do meu pescoço.

Como se não bastasse a temperatura ambiente, havia ainda o calor que emanava do corpo de Arthur. Eu sentia o suor escorrendo pelo meu corpo, grudando alguns fios de cabelo em meu rosto. A boca macia e úmida de Arthur deslizou pelo meu pescoço e em seguida mordeu.

– Vai ficar curtindo preguiça até quando?
– Até quando meu corpo se recuperar de todas essas estripulias. – Ele riu e mordeu meu ombro.
– Pois eu estou pronto para outra.
– Tem que me dar um desconto. Estou carregando dois além de mim.
– Aliás… está sentindo alguma coisa?
– Não. Estamos todos ótimos.
– Descanse mais um pouco. À tarde iremos sair um pouco.

Eu estava impressionada com Arthur. Além do pique que tinha, ele se mostrou o rei da paciência. Não sei se era por ser nossa lua de mel ou se no fundo essa era mais uma de suas facetas que eu desconhecia.

Ficamos quatro dias em Buenos Aires. Saímos às compras e andamos por horas. À noite fomos a outro local dançar tango. Dessa vez nós conseguimos ir até o fim. Mas assim que chegamos ao hotel, Arthur acabou comigo. Penetrou meu corpo tantas e tantas vezes que por fim, não conseguia nem ao menos abrir os olhos.

Nos dias que se seguiram continuamos nosso tour pela cidade. E fiquei apaixonada pelo lugar. Arthur me prometeu que voltaríamos mais vezes. E depois me surpreendeu ao dizer que esticaríamos nossa lua de mel.

Hoje estávamos no Brasil. Mais especificamente no Rio de Janeiro. E meu Deus… fazia um calor dos infernos aqui. Arthur debochava de mim, mas a verdade é que esse calor aliado à energia dele estava acabando comigo. Arthur me puxou, abraçando meu corpo.

– Quer que eu ligue o ar?
– Não. Prefiro a brisa mesmo.
– Quer beber alguma coisa?
– Não.

Mesmo assim ele se levantou e pegou uma jarra de suco e um copo.

– Beba ou vai ficar desidratada.
– Como aguenta, Arthur? Está quente demais. – O bandido ainda riu.
– Sou mais forte que você.
– Já te falei o que está me deixando fraca. – Arthur acariciou meu ventre.
– Não coloque a culpa da sua moleza em minha princesinha.

Aquilo realmente me pegou de surpresa. Olhei para Arthur buscando algum vestígio de diversão em seu rosto. Ele olhava extasiado para meu ventre.

– Princesinha? Você disse que não se importava com o sexo.
– E não mesmo. Mas tenho quase certeza que tem uma garotinhas aí dentro. Uma miniatura da mãe.
– Pois eu acho que tem duas miniaturas do pai.
– Dois garotos?

Quem diria… o grande chefão da máfia, aquele que muito provavelmente queria um herdeiro para sucedê-lo, era louco para ter uma garotinha. Não resisti e acariciei seu rosto.

– Você é lindo.
– Particularmente, prefiro você.

Às vezes eu me perguntava até quando isso ia durar. Entretanto, às vezes achava que eu era uma tremenda safada masoquista. Sentia falta daquele jeito durão dele. Não estava reclamando de forma alguma. Arthur tão doce e carinhoso era ainda mais apaixonante. Eu só preferia as duas combinações. Isso era fatal e me jogava literalmente de quatro por ele.

– Então você acha que são dois garotos?
– Sim. Ambos idênticos. A cara do pai.
– Quer apostar comigo? Vai perder. É uma garotinha com a cara da mãe. E o garoto… coitado, irá se parecer com o pai.
– Você fala com tanta segurança… é um palpite ou uma intuição?
– Palpite.

Arthur ergueu um pouco seu corpo e depois desceu sua boca até meu ventre, beijando-o. Meu coração disparou com esse gesto. Acariciei os cabelos macios, deliciada com a atitude dele.

– Quando é que irei senti-los se mexendo?
– Eu não sei ao certo. Vou perguntar à Melanie na próxima consulta.

Arthur me surpreendeu ao deslizar sua mão pelas minhas coxas e subir novamente, seus dedos massageando meu sexo. Instintivamente separei minhas coxas.

Era engraçado. Eu nem ao menos estava pensando em sexo. Mas bastou Arthur deslizar as mãos pelas minhas coxas para me acender. Ele gemeu ao sentir meu sexo completamente encharcado.

– Sempre pronta pra mim…
– Sempre. Eu amo você.
– É minha vida, Lua. Nunca se esqueça disso.

Puxei-o para o meu corpo, enroscando minhas pernas em volta da sua cintura. Arthur apoiou as duas mãos espalmadas sobre a cama.

– Calma amor.
– Preciso de você, agora.

Ele já conhecia o desespero em minha voz. Nem ao menos titubeou. Penetrou meu corpo segurando minha coxa com firmeza, seus dedos marcando minha pele. Percebia que ele tentava se controlar, afinal, carinhoso ou não, Arthur era másculo demais. Tudo nele era intenso.

– Não quero machucá-la.

Agarrei-me aos cabelos de sua nuca, me abrindo mais para ele, querendo abrigar toda sua potência. Arthur gemeu se movendo dentro de mim, rebolando seu pau dentro de mim, levando-me à loucura.

– Deus… eu me perco em você.

Ergui meus quadris, buscando sempre mais e mais. Minha paixão por ele explodia fácil. Bastava um olhar, um toque das mãos em meu corpo e eu enlouquecia. Arthur olhava para o meu corpo, para os meus seios ainda mais cheios e arredondados. Seu olhar queimava minha pele, fazia-me sentir a mulher mais linda do mundo. Como se adivinhasse meus pensamentos, Arthur inclinou seu corpo e sussurrou em meu ouvido.

– Linda. Você é linda demais. Me deixa maluco.

Reforçando suas palavras, Arthur segurou minha cintura e girou meu corpo, deixando-me de bruços na cama. Estendeu a mão e pegou um travesseiro, colocando-o sob meus quadris. Ele gemeu alto ao ver minha bunda completamente empinada para ele. Suas mãos me tocaram ali, apalpando, apertando. Eu gemi e rebolei em suas mãos. Foi o que bastou para que um rosnado escapasse de dentro dele. Arthur deitou seu corpo, seu pau dolorosamente duro me invadindo.

Passou as mãos sob meu corpo, segurando meus seios. Nós dois gemíamos alto. Quanto mais ele estocava dentro de mim, mais eu rebolava minha bunda, chocando nossos corpos, levando-o à loucura. Eu quase podia adivinhar sua expressão, cerrando seus dentes, o maxilar travado pelo prazer absurdo que sentia ao me ver rebolando para ele.

Enterrei meus dedos nos lençóis da cama ao sentir meu sexo pompoando-o, fazendo com que Arthur gemesse mais alto e seu líquido invadisse meu corpo.
Seu corpo completamente encharcado de suor abandonou o meu, deitando-se ao meu lado.

Depois que meu fôlego retornou abri meus olhos e encontrei os seus fitando-me. E Perdi o fôlego novamente. Arthur me amava. Não tinha dúvida alguma. Mesmo que eu jamais viesse a ouvir exatamente essas palavras vindas de sua boca. E eu não me importava. Se ele demonstrasse seu amor como vinha fazendo há alguns dias, palavras seriam desnecessárias.

Arthur ainda olhava para minhas coxas desnudas, reveladas pelo vento que erguia meu vestido. O calor era insuportável, por isso mesmo coloquei um vestido solto e leve, amarrei os cabelos num rabo de cavalo na tentativa de me refrescar um pouco.

– Eu não entendo essa mania que vocês mulheres têm de usar roupas curtas demais.
– Está calor. Você pode usar uma camiseta ou mesmo ficar sem ela. Eu não posso.
– Não é desculpa.

Ele estava meio carrancudo. Mas foi ele quem insistiu para que saíssemos um pouco. Eu preferia ter ficado no hotel, escondendo-me do sol. Assim que terminei de subir as escadas eu olhei para cima abobalhada. Estava em frente ao Cristo Redentor.

– Céus, Arthur… é lindo!

Arthur estava parado atrás de mim, as mãos no bolso da calça. Olhava atentamente o monumento à nossa frente sem dizer uma palavra. Sua expressão era indecifrável. Somente depois de muito tempo ele me respondeu.

– Sim, é lindo.

Um pensamento passou pela minha cabeça e antes que eu pudesse travar minha língua a pergunta saiu.

– Não acredita em Deus, Arthur?

Novamente um bom tempo em silêncio até que ele me respondeu.

– Eu pensava que se existisse Deus, eu não precisaria fazer justiça com minhas próprias mãos.
– E desde quando matar pessoas é fazer justiça?
– Depende do ponto de vista.
– Pois eu acredito. E rezo todas as noites. Peço por nós… principalmente por você. – Ele desviou o olhar da estátua para me olhar.
– Por que principalmente por mim?
– Tenho medo que algo de ruim possa lhe acontecer. Não vê Arthur? Essa sua vida é perigosa demais. Acha que se ele não existisse… – Arthur me abraçou por trás e beijou meus cabelos.
– Eu disse que pensava assim, Lua.

Nem era preciso perguntar mais nada. Agora ele acreditava em Deus. Não ousei perguntar o motivo. Ele já falou demais. Até para admitir sua crença ele era durão.

Não sei quanto tempo passamos explorando aquilo tudo. Somente quando o sol começava a dar sinais de cansaço resolvi que queria ir à praia. E mais uma vez presenciei a intensidade dos sentimentos de Arthur.

Assim como tudo naquela cidade, a praia era linda. E estava muito cheia. Arthur sentou-se na areia. Tinha tirado a camisa, o que não me agradou muito. Antes mesmo de fazer isso eu já percebia os olhares sobre ele.

– Não vai entrar no mar comigo?
– Não. Pode ir. Estou de olho.

Mas assim que tirei o vestido e fiquei com o biquíni que estava sob ele, vi o olhar de Arthur estreitar-se. Passou os olhos lentamente pelo meu corpo até chegar aos meus olhos. Mas antes que pudesse dizer qualquer coisa eu corri em direção ao mar.

Gostaria que ele estivesse comigo. A água estava deliciosa. Mas de longe eu via seu olhar atento. E via também as vadias que desfilavam na frente dele querendo chamar a atenção.

Vi quando duas garotas sentaram-se muito próximas a ele e imediatamente saí da água. Caminhei em direção a ele, mas no meio do caminho fui cercada por dois rapazes. Diziam-me alguma coisa que não entendi por não saber a língua. Mas era claramente um elogio.

Quando olhei na direção de Arthur ele estava de pé, os braços cruzados sobre o peito largo, pronto para ir até onde eu estava. Mais que depressa sai de perto dos rapazes. Mal cheguei perto e ele estendeu o vestido para mim.

– Vista.
– Arthur, por favor…
– Quantas mil vezes eu preciso falar para vestir a merda de um maiô? Dê-se ao respeito, Lua. É uma mulher casada.
– Eu sei disso. E eu não fiz nada, tá?
– E aqueles dois marmanjos babando em você? Meu Deus… eles não vêm que está grávida?
– Claro que não, Arthur. Ainda não dá para perceber.
– Vamos embora.
– Você é muito hipócrita, Arthur. As mulheres podem ficam babando, quase sentando em seu colo.
– Que mulheres?

Revirei meus olhos. Mas incrivelmente seus olhos estavam confusos. Arthur não percebia mesmo os olhares sobre ele? Parecia que não. E ele me confirmou isso.

– Todas as mulheres dessa praia.
– Com você quase nua para todo mundo ver, acha que eu ia me preocupar com coisas banais, Lua?
– Não, mas…
– Ah… cala a boca e vamos embora!
– Grosso.

Aaai… como Arthur era bobo. Antes mesmo que eu me desse conta do meu amor, ele já sabia disso. Para que essa frescura agora? Que mulher em sã consciência o deixaria livre para outras?

Seguimos em silêncio até o hotel. Silêncio que só foi quebrado quando o celular dele tocou. Arthur franziu o cenho ao ver quem era.

– Fala Chay.

A medida que Chay ia falando o olhar de Arthur ia escurecendo, suas feições endurecendo.

Entramos em nosso quarto com ele ainda ao telefone. Eu prestava atenção, tentando descobrir o que estava acontecendo.

– Pra que eu pago esse bando de seguranças? E tem vocês também… como são passados para trás por uma garotinha? Terei uma conversa séria com Sophia quando chegar aí. E deixe Micael na cola dela.

Uma pausa para ouvir o que Chay dizia.

– Esse assunto eu resolvo quando chegar aí, Chay. Agora acabou a brincadeira. Deixe-o comigo. E diga a Sophia que prepare o traseiro para umas boas palmadas.

Jesus… o que Soph andou aprontando? Melhor ficar quietinha ou ia acabar sobrando pra mim também. Fiz de conta que não estava me mordendo de curiosidade e não perguntei nada.

Fiquei apenas observando Arthur andar de um lado a outro no quarto. Cheguei a me assustar quando ele falou inesperadamente.

– Me responde uma única coisa. Por que vocês tem a mania de desobedecer a porra das minhas ordens? É para me irritar?
– Do que está falando?
– Sophia… se acha a prova de balas e resolveu sair sozinha. Sem um único filho da puta de um segurança com ela.
– Ai, meu Deus… O que houve?
– Graças a Deus, nada. Por pouco. Mas alguém tentou pegá-la.
– James?
– Ele e mais um.
– Quem?
– Esquece isso, Lua. Quando voltarmos eu resolvo isso.
– Quem estava com o James, Arthur?
– Lua… isso é assunto meu. Fique fora disso.

Engoli em seco. Eu sabia que ele estava tentando me poupar. E só havia um motivo para tanto. Eu não queria acreditar, mas não via outra explicação. E Arthur teria que me dizer.

– É o Pedro não? Ele está de conluio com o James. – Arthur suspirou e passou as mãos pelos cabelos.
– Lua, eu avisei que não o queria em meu caminho.

Poderia ser cruel da minha parte. Mas a única coisa que eu conseguia raciocinar era que Pedro estava fazendo mal a Arthur. Tentando acabar com a vida dele e com vida daqueles que o cercavam. Sinceramente… eu já não me importava com o que Arthur iria fazer com ele.

– Não pense em mim, Arthur. Faça o que tem que ser feito.

Ele me olhou, espantado, mas não disse nada. De repente um soco na mesa me fez pular na cama.

– Merda! Tudo seria mais simples se vocês ouvissem o que eu digo. Seria uma preocupação a menos porque eu saberia que estão seguras. Mas não… você e Sophia tem que me irritar, me provocar até meu limite. Por quê? Responda!

Vasculhei minha mente em busca de alguma coisa para dizer. Mas eu olhava para Arthur assim, bravo, feito um animal acuado e a única coisa que me vinha à mente era: Gostoso. Porra! Como esse homem ficava ainda mais sexy e tentador raivoso desse jeito. Soltei sem pensar.

– Porque você fica ainda mais fodidamente gostoso quando está bravo.

Novamente a surpresa em seu olhar. Colocou as mãos na cintura e balançou a cabeça. Depois riu e veio até mim.

– Pena que essa braveza não esteja funcionando com vocês duas. Conseguem me desarmar na cara dura. – Abracei sua cintura com força. – Lua… prometa-me que vai fazer o que digo. Olhe para mim.

Ergui meu rosto e vi tanto amor em seus olhos que os meus imediatamente ficaram úmidos.

– Fazer o que eu digo não quer dizer que está cedendo a caprichos ou vontades minhas, Lua. Eu me preocupo com a segurança de vocês. Não quero que nada de mal aconteça a Sophia, à você e aos nossos filhos. Tente me entender. – Engoli em seco. E fiquei preocupada. Seu olhar era quase desesperado.
– Desculpe-me, Arthur. Eu juro que… – Arthur segurou meu rosto, deslizando uma das mãos pela minha face.
– Eu não sei o que sou capaz de fazer se algo acontecer a vocês. Eu vou atrás do infeliz até no inferno.
– Eu farei o que você quiser, Arthur.
– Se ouvir o que digo já é um bom começo. – Pressionou seus lábios em meus cabelos e em seguida me fez chorar. De emoção.
– Eu não quero perder você, amor. – Mordi meus lábios com força tentando sufocar um soluço.
– Farei tudo o que quiser. Eu também não quero perder você, Arthur.
– Isso nunca. – Quem disse que eu precisava ouvir um Eu te amo?
– Estamos indo embora, não é?
– Eu prometo a você que voltaremos muito em breve. Mas do jeito que as coisas estão lá… não posso mais ficar longe dos negócios.
– Eu entendo. Não estou reclamando. Esses dias foram perfeitos.
– Você merece muito mais que isso. Irei recompensá-la, com certeza. Aliás… eu ainda não te dei o seu presente de casamento. – Beijei sua boca antes de responder.
– Claro que me deu. Primeiro me deu você. E depois… nossos bebês. – Ele riu.
– Isso está além do que você me deu.
– E o que eu te dei?

Seus braços me envolveram e seu olhar penetrava minha pele, quase alcançando a minha alma.

– Tantas coisas, Lua. Não dá pra dizer tudo em palavras. E eu sei que você merece uma… entrega maior da minha parte. Você sabe como eu sou. Dê-me apenas mais um tempo. Um tempo para que esse Eu teimoso admita o que você já me fez ver: Quem eu sou realmente.
– Eu dou o tempo que quiser Arthur.
– Tempo é o que mais temos Lua. Afinal… eu sou seu. Eternamente.

Eu entendia Arthur perfeitamente. Seu lado Mafioso sendo aos poucos eclipsado pelo seu lado marido e pai… apaixonado...

Continua...

Se leu, comente! Não custa nada.

N/M: O que acharam do capítulo?
Um amor só... esse final.

Obrigada pelos comentários do capítulo anterior.

Tentarei postar mais ao decorrer da semana. Tenham paciência...

Um beijo e uma boa semana a todos!

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