O Poderoso Aguiar | 15º Capítulo

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O Poderoso Aguiar
15º Capítulo – Traição

Pov Lua

Uma angustia crescente me dominava. Já eram quase quatro horas da manhã e nada de Arthur voltar. Eu não consegui dormir, óbvio. Sem notícias, sem saber realmente o que estava acontecendo. Andava de um lado a outro no quarto tentando me acalmar. Merda! Eu queria meu marido de volta. Por que não me deixou ir? Ainda mais com aquela Denali por perto. E Arthur ainda ficava bravo com meu ciúmes. Mesmo longe essa praga vinha me perturbar. Pensei em ligar para Arthur, mas isso provavelmente só provocaria sua ira. E quando ele voltasse… eu estaria perdida.

Sentei-me novamente na cama, pela milésima vez naquela noite. Balançava minhas pernas incessantemente. Perdi a conta de quantas xícaras de chá de camomila eu tomei. E nem assim conseguia pregar os olhos. Às vezes eu temia pelo Arthur. Ele era poderoso, mas não era Deus. E se pegassem ele? Atirassem nele… sei lá. Só de pensar nisso eu estremeci. Ficaria louca se o perdesse.

Ouvi passos do lado de fora e vozes alteradas. Corri até a janela e vi o carro de Arthur e o carro que os rapazes usavam. Ele estava de volta. Fiquei um tempo parada pensando se ia até lá ou não. No entanto, antes que eu saísse do lugar Arthur adentrou no quarto. Passou direto por mim e foi até o closet voltando com uma caixa de madeira nas mãos.

– O que houve, Arthur?
– Agora não, Lua.

Mas era um cavalo mesmo. Deus do céu... custava ter o mínimo de educação? Antes que eu desse uma resposta à altura ele deu meia volta, parou à minha frente e com apenas uma mão segurou-me pela nuca, buscando minha boca. Imediatamente enrosquei minha língua na dele. Mas logo ele me soltou, beijou minha testa e se afastou novamente.

– Fique aqui. Eu volto logo.
– Bipolar do caralho. – Eu falei assim que ele fechou a porta.
– OLHA A BOCA, HEIN?

Merda! E ainda ouvia através das paredes, só pode. Hoje eu não queria briga com ele. Então tratei de obedecer. Fiquei sentadinha na cama como uma boa menina. Ouvi outro carro chegando mas antes que eu fosse ver quem era Arthur estava de volta.

– Vou precisar de você, Lua.
– O que está acontecendo?
– Você vai cuidar da Denali.
– O QUÊ? Ficou doido? – Ele apenas ergueu uma das sobrancelhas e cruzou os braços.
– Lembra-se de quando Pérola cuidou de você? Agora é sua vez.
– Então é isso? Sua mulher cuida da sua próxima mulher?
– Não seja ridícula. Vista-se e venha comigo. – Cruzei meus braços em frente ao peito em sinal de desafio.
– Não. Não irei tratar da sua próxima mulherzinha.

Arthur me puxou com tanta força que senti meus ossos estalarem ao bater de encontro ao seu peito. Sua mão segurou meus cabelos num rabo de cavalo.

– Agora escute aqui idiotinha. E ouça muito bem por que é a última vez que irei falar essa porra com você: Você é a minha mulher! Única e exclusivamente. Agora pare com esse chilique. Não temos tempo. – Ou eu era muito burra mesmo ou fazia isso apenas para deixar Arthur nervoso. Eu era única, eu sabia. Então, eu queria provocar mesmo. Para que ele me pegasse assim, com força.
– Eu vou. Mas depois quero meu pagamento.

Ele riu…cansado, mas riu. Vesti um roupão por cima da camisola e Arthur me pegou pela mão, resmungando pelo corredor.

– Não sei o que faço com essa porra dessa mulher.
– Eu?
– Quem mais poderia ser? Quem me tira do sério a toda hora?
– Arthur, eu…
– Ah… cala a boca.
– Arthur… vai tomar…
– LUA! Eu ainda vou te dar uns tapas e não vai ser do jeito que você gosta. Vai ser nessa boca suja.
–Eu ia dizer tomar banho… – Ele se virou para me olhar e fiz a cara mais inocente do mundo.
– Cara de pau dos infernos.

Não aguentei e explodi numa gargalhada. Arthur acabou rindo comigo, mas depois me prensou contra a parede, a mão agarrando meu seio.

– Sabe… eu vou ter um tempo livre pra você. – Passou a língua no meu pescoço.
– Na nossa lua de mel… e vou fazer você pagar cada gracinha dessa que anda fazendo. – Me soltou tão rápido que quase fui ao chão.
– Agora vem cuidar da minha próxima mulher. – Eu rugi e dei um soco em suas costas.
– Ai… – Porra! Ele era duro. Para minha surpresa ele segurou minha mão e beijou.
– Machucou? – Fiz beicinho e afirmei.
– Mais tarde eu cuido de você. Agora me ajude, por favor? – Certo. Hora de parar com gracinhas.
– Sim. Vamos ver a Denali.

Arthur seguiu até o escritório. Entrou e deu-me passagem. Parei, horrorizado.

– POR DEUS DO CÉU… QUEM FEZ ISSO COM ELA?
– Lua… veja o que pode fazer. Eu já chamei um médico para dar uma olhada nela, mas ela precisa se trocar e… sei lá. Você deve saber o que faz. – Olhei para Arthur com os olhos arregalados.
– Não vai me falar nada?
– Eu juro que converso com você depois. Sabe que faço isso.
– Tudo bem.

Tânia estava irreconhecível. O rosto completamente ensanguentado. O olho direito estava tão inchado que praticamente deformava seu rosto. Os lábios muito inchados também sangravam. O decote do vestido estava rasgado e pareciam marcas de mordidas em seu colo.

Arthur sentou -se e passou as mãos pelos cabelos. Parecia pensar no que faria agora.

– Consegue andar, Tânia?
– Sim.
– Vamos. Vou levá-la até um quarto. Vou te dar um medicamento para dor.
– Sim. Está doendo bastante.

O celular de Arthur tocou e ele atendeu logo ao primeiro toque.

Ligação ON

– Fale, Chay.

 Seja lá o que fosse… não era coisa boa. Deu um soco na mesa.

– Merda. Aborta, Chay!

Chay falava alguma coisa e Arthur apenas balançava a cabeça negativamente.

– Aborta, aborta, Chay. Saiam já daí.

Silêncio. Outro soco na mesa.

– Que merda. Eu estou mandando. Esquece esse carregamento e sai logo dessa porra.

Suspirou pesadamente e falou, me surpreendendo.

– A vida de vocês vale mais que isso, Chay. Saiam já daí!

Desligou o celular e desabou na cadeira.

Ligação OF

– Desgraçado!

Achei melhor sair dali. Ele não estava bem. E Tânia precisava de ajuda. Levei-a até o quarto vermelho. O mesmo que fiquei quando o peste do meu futuro marido me bateu.

– Terei que ver se acho alguma coisa que caiba em você, Tânia. É bem mais alta que eu.
– Nem estou preocupada com aparência agora.

Antes de procurar a roupa, peguei dois analgésicos e entreguei a ela. Fui até meu quarto e procurei entre os vestidos mais longos. Peguei um azul, depois voltei atrás. Era a cor preferida de Arthur. Peguei o verde. Aproveitei e troquei minha roupa também. Levei o vestido para Tânia e ajudei-a a se trocar e limpar o sangue já seco.

– Não acha melhor tomar um banho?
– Arthur disse que não. Farão exames em mim. – Fiquei alerta. Ajoelhei-me à sua frente.
– Tânia… você foi violentada?
– Sim.
– Meu Deus do céu… por quem? – Ela deu de ombros.
– Por vários. – Tapei minha boca, uma ânsia de vômito me invadindo.
– Que droga de missão é essa que Arthur encarregou você?
– Se ele não te disse… acho que também não devo.
– Don Matteo? Foi ele?

Lembrei-me de Arthur ter citado esse nome quando Tânia veio se oferecer para ele.

– Ele e seus amiguinhos safados.

Deixei de fazer perguntas. Se Tânia falasse algo que não devia Arthur iria ficar furioso com ela. Acho que ela não merecia mais essa.

– Quer se deitar um pouco? Enquanto aguardamos o médico?
– Acho que sim. Estou muito dolorida. – Ajudei a se deitar e depois resolvi ir atrás de Arthur.
– Eu volto daqui a pouco. Tente dormir um pouco. Daqui a pouco o remédio faz efeito.
– Obrigada, Lua.

Fui até o escritório e encontrei Arthur na cadeira, o corpo levemente deitado e os olhos fechados. Fui até ele e passei por trás da cadeira, acariciando seus ombros. Arthur abriu os olhos e ficou um longo tempo apenas me encarando.

– Como ela está?
– Deitou-se. Tentando dormir um pouco. Como estão as coisas?
– Agora estão mais controladas. Mesmo assim… Venha cá…

Pegou-me pela mão e me colocou em seu colo enterrando seu rosto em meu pescoço.

– Só você pra aliviar um dia como esse. – Acariciei seu rosto e beijei sua boca.
– Quer falar sobre isso?
– Já ouviu falar em Don Matteo?
– Só quando você citou o nome dele.
– Ele é o chefe de uma “gangue” rival à nossa. Rival porque eles querem. Nunca fizemos nada contra eles. Mas recentemente vários carregamentos nossos foram interceptados. Estávamos desconfiando dele. Mas por mais que meus homens sejam bons de serviço, ele consegue burlar. É como se alguém passasse informações pra ele.
– Mas daí teria que ser um traidor em seu meio.
– Sim. Então resolvi colocar alguém do nosso meio lá.
– Tânia.
– Sim. Matteo tem um fraco por mulheres. Não resiste. Fica com mais de quatro de uma só vez. Seria moleza para Tânia.
– E por que não deu certo?
– Eu não sabia que ele era adepto de certas… orgias e perversões. Ao que parece ele tentou fazer isso. Fizeram uma orgia fenomenal. Mas Tânia apesar de ser… hum…
– Oferecida.
– Sim. Ela tem certos pudores. Só fica com um homem de cada vez. E se recusou a participar. Aí fizeram isso com ela.
– Deus do céu… que nojento.
– Você não viu nada, Lua. Tânia descobriu que ele trafica mulheres. Para ser mais exato… garotas.
– Como assim? Menores?
– Exatamente.
– Que vagabundo!
– Pelo menos conseguimos descobrir isso. E ainda tem a Tânia… apanhou muito.
– Ela… realmente foi violentada?
– Foi. Várias vezes e por vários.

Aquilo me enojou a tal ponto que levantei do colo de Arthur e sai correndo atrás de um banheiro. Foi o tempo exato para vomitar todo meu nojo daquela situação. Como poderiam existir homens capazes disso? Como se não bastasse violarem o corpo dela ainda bateram, espancaram? Era degradante. Uma nova onda de náusea me jogou praticamente de joelhos no chão. Senti os braços fortes de Arthur ao meu lado. Em seguida uma toalha molhada colocada em minha testa.

– Viu? Por isso não queria te contar. Apesar de se achar muito machinha você é mulher… é mais sensível a essas coisas.
– Tem razão. Mas o que fará com ela agora?
– Vou conversar com ela quando estiver melhor. A princípio minha ideia é tirá-la do país. Para segurança dela.
– E o que houve com o Chay e os rapazes?

Uma batida na porta impediu que ele respondesse.

– Senhor Aguiar? O médico já chegou.
– Venha, Lua. Acho melhor você ficar lá enquanto ele examina a Tânia. – Olhei pra ele meio decepcionada.
– Fique tranquila. Vou te contar o que houve. Mas agora vá lá.

Fui até o quarto e esperei enquanto o médico e mais duas enfermeiras examinavam Tânia. Era desconfortante até para mim, nem quero imaginar para ela.

Foi demorado. Não sei ao certo, mas imagino que foi mais de uma hora e meia até terminarem. Enquanto foram falar com Arthur eu fiz companhia a Tânia.

– Muita dor ainda?
– Sim. Mas me deram outro medicamento. Estou meio sonolenta.
– Vou deixá-la então. Descanse.

Ela não respondeu. Já estava praticamente entregue ao sono. Quando sai do quarto, Arthur me aguardava do lado de fora.

– Como ela está?
– Está dormindo agora.

Segurou minha mão e fomos caminhando para nosso quarto. Arthur sentou-se na cama e me colocou em seu colo.

– Tem alguém me traindo, Lua.
– Como assim?
– O lugar onde os rapazes recebem o carregamento é totalmente seguro. Ninguém jamais conseguiu encontrá-lo. A polícia nunca desconfiou do local.
– E agora encontrou?
– Sim. Estavam fortemente armados. Apenas esperando por nós… especialmente por mim.
– Por isso estava gritando com o Chay?
– Ele queria enfrentar os caras. Chay às vezes não pensa. Nosso armamento é pesado, mas se eram tantos como ele disse… não tínhamos chance.
– Tem ideia de quem possa ser o traidor?
– Não sei… talvez. Mas estou tão cansado. Não estou com cabeça para isso.
– Por que não deita um pouco? Não pode ser forte sempre, Arthur.
– Minha cabeça não para nunca, Lua.
– Eu sei disso.

Suas mãos deslizaram pelo meu corpo e sua boca roçou meu pescoço. Depois seus olhos encontraram os meus. Estavam intensos, luxuriantes.

– Você é linda. Linda demais. – Perdi a fala. Não esperava por isso nesse momento.
– O que pretende fazer agora?
– Eu pretendo…

Enfiou sua mão por baixo do meu vestido alcançando meu sexo que já estava latejando.

– Eu pretendo me enfiar em você, Lua. E quisera eu… nunca mais sair.

Com um gemido abafado pela boca que se apossou da minha eu empurrei seu corpo na cama.

– Então deixe que eu cuido disso, meu Poderoso. – Ele fechou os olhos e sorriu, entregue.
– Todo seu.

Meu? Então iria me esbaldar em meu homem… Meu todo poderoso.

Continua...

Se leu, comente! Não custa nada.


Obrigada a todos os comentários do capítulo anterior.

Com mais de 7 comentários, postarei o próximo capítulo.

Beijos!

11 comentários:

  1. Tadinho do Arthur uma facada na escola

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  2. Quem será o traidor ?sera o Bernardo?

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  3. Coitada da Denali.Quem sera esse filho da puta q esta traindo o Arthur? To louca pra q ele descubra, isso e q a Lua tá grávida.

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  4. Rsrs...Lu gosta de ouvir ele dizendo sempre que ela é a mulher dele. Muito ciumenta!!!

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  5. Esse casal é apaixonante Arthur sempre bruto e sensível..Luaama con certeza todas aa faces dele

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  6. Já li muitas vezes e não canso de ler, sempree apaixono a cada leitura pela história.

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  7. Amando posta. Mais por favor

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