O Poderoso Aguiar | 11º Capítulo

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O Poderoso Aguiar
11º Capítulo – Revelação Bombástica

Pov Lua

Eu ouvia a movimentação no quarto, mas não conseguia abrir meus olhos. Que merda! Nunca fui de ter tanto sono assim. Por que eu simplesmente não abria os olhos? Meu corpo estava pesado e eu não conseguia sequer mover o braço ou perna. Gemi.

– Continue a dormir. Ainda é cedo. – A voz autoritária e sexy de Arthur se fez ouvir no quarto ainda escuro.
– Que… que horas… são?
– Cinco da manhã.
– Porra…

Meu Deus… de onde esse homem tirava tanta energia? Isso não era normal. Ele usava alguma espécie de droga, agora eu tinha certeza. Nenhum ser humano por mais forte que fosse poderia dormir tão pouco. Sono é essencial. Pelo menos para mim.

– Dormiu há pouco mais de duas horas, Arthur.
– Tenho trabalho, Lua.
– Eu vou… fazer seu café.

Com muito custo consegui abrir os olhos e vi a figura alta e imponente que ajeitava a gravata.

– Não precisa. Eu como alguma coisa por aí.
– É minha obrigação… servir você.

Ele veio até mim e puxou meu corpo. Confesso que assustei com a violência, pensei que fosse realmente me forçar a sair da cama, já que eu insistia. Mas ele me beijou, apertando meu corpo de encontro ao dele.

– Você já me serviu por horas. Agora merece descansar. – Senti meu rosto arder, por saber que ele se referia ao sexo que fizemos pela madrugada afora.
– Pérola também acordava tarde?
– Não. Sempre antes de mim.

Merda. Vergonha.

– Então… eu tenho…
– Lua… Pérola não cumpria… hã… as tarefas que você cumpre, perfeitamente bem durante a madrugada. Tinha horas para dormir, por isso acordava cedo. Portanto, seja boazinha e volte pra cama. E não se esqueça que hoje iremos almoçar com meus pais.
– Bom trabalho, então.
– Obrigado. Bom sono.

Deu-me um último beijo e saiu. Caí na cama novamente, feliz… Aos poucos eu ia descobrindo o lado amável de Arthur. Sei que fazia parte da profissão dele ser tão sisudo, mas parecia que às vezes ele gostava de ser rude com as pessoas. Esse lado dele me assustava, às vezes, embora eu não me assustasse facilmente.

Mesmo sabendo que não precisava sair da cama, eu me levantei. Pedro estava há muito tempo sumido e isso me preocupava. Era um porra louco e para estar aprontando alguma coisa, pouco custava. Ainda era cedo mas liguei em seu celular. Desligado. Liguei em nossa casa e um dos empregados atendeu. Pedro não dormia em casa a três dias.

Ahhh… merda! Eu sabia que deveria estar aprontando. Eu precisava ir lá, mas era melhor falar com Arthur primeiro. Não queria uma briga agora que ele estava tão maleável. Tomei um banho, tomei meu café e pensei no que diria a Arthur. O problema é que iríamos almoçar com os pais dele… teria que conversar com ele mais tarde. Resolvi ir até o escritório dele e procurar algo para ler. Vi uma infinidade de títulos lá. Era uma chance de descobrir seu gosto pela leitura. Percorri a prateleira e peguei um exemplar em couro. Era uma bela capa: O morro dos ventos uivantes.

Arthur lendo isso? Comecei a ler certa vez e não fui à frente. Por que não agora? Sentei-me na poltrona dele e folheei o livro. Um papel dentro me chamou a atenção. Peguei e vi que se tratava de uma foto. Uma garota loira de uns 17 anos. Era bonita. Olhei o verso da foto e parei de respirar ao ler a dedicatória

Para Arthur
Com amor,
Alice.

Quem seria essa Alice? Alguma namorada? Pelo visto Arthur gostava dela ou não teria guardado a foto. E se gostava, por que não estava com ela? Lágrimas de revolta surgiram em meus olhos. Cachorro. Por um instante pensei que gostasse um pouco de mim. Sem que eu percebesse as lágrimas deslizaram. Ódio. Odiava chorar. Limpei-as com raiva. E principalmente… eu estava com ciúmes… muito ciúme. Eu nunca fui de viver à sombra de ninguém. Embora só tivesse tido namoricos com rapazolas eu não gostava de viver assim. Quer saber? Eu iria embora. Além do mais meu irmão precisava de mim.

– Algum problema? – Dei um pulo na cadeira ao ouvir a voz dele. Merda. Voltou mais rápido do que pensei. Olhei pra ele com raiva.
– Todos. Todos os problemas. Você… – Apontei o dedo pra ele. – Você que sempre arrotou por aí que nunca se envolvia com mais de uma mulher ao mesmo tempo.
– E não mesmo.
– Deixa de ser mentiroso. Pode até não ter se envolvido. Mas ficava com uma desejando a outra.
– Do que está falando? – Suspirei fundo.
– Quem é Alice? – Percebi claramente seus músculos se retesarem. Seu maxilar tremia.
– O que Chay andou falando a você?
– Nada. Eu nem vi Chay.
– Então por que pergunta sobre ela?
– Por causa dessa foto. – Atirei-a para ele que se abaixou para pegá-la.
– Sim, é Alice. Onde encontrou isso?
– Nesse livro. – Ele olhou a capa e deu de ombros.
– Eu nem sabia que tinha esse livro.
– Como você é hipócrita, Arthur.
– Hei… qual é a sua agora, hã?
– Quer saber? Seja lá o porquê de não ter ficado com ela, não vivo a sombra de ninguém. Estou indo embora dessa casa.

Ao passar por ele, Arthur me segurou pelo braço e me beijou, abraçando meu corpo inteiro. Eu bati em seu peito, mas mesmo assim ele me carregou e me colocou sobre a mesa.

– Me solta. Eu vou embora agora. – Suas mãos já abriam o zíper do meu vestido e expunham meu seio. – Não vai me tocar… solte-me!
– Você não vai a lugar algum. É minha.
– Me solta!

Mas vou admitir… minha vontade era que ele continuasse. Continuasse me beijando, passando as mãos pelo meu corpo e roçando seu pau duro em mim.

– Você não quer ir, sabe disso.
– Convencido.
– Vai… libera meu pau para você. Ele está louco para se enfiar em você.

Eu gemi e nem sonhei em desobedecer. Abri seu zíper e gemi novamente ao pegar seu pau duro e quente em minhas mãos. Arthur empurrou um pouco meu corpo sobre a mesa e se enterrou em mim, me fazendo gritar.

– Isso… grita para o seu macho… esquece isso de ciúmes…
– Não estou com ci… – Ele estocou fundo e rebolou me fazendo gritar novamente, interrompendo minha negativa.
– Está sim… se roendo de ciúmes… infundado, mas está.
– Arthur…
–Sinta… sinta o que só você faz com meu pau…

Começou a estocar mais forte e cada vez mais fundo dentro de mim. Eu gemia, agarrada aos braços dele até explodir de prazer, sentido seu jato quente me invadindo ao mesmo tempo. Meu coração parecia que ia saltar pela boca, mas a respiração dele estava bem controlada. Puxou meu corpo e sua língua invadiu minha boca. Agarrei-o pelos cabelos, fazendo-o gemer e enrosquei minha língua na dele.

– Eu não estou com ciúmes. – Falei assim que ele parou o beijo.
– Está. E pare com essa coisa de mulherzinha. Não tenho paciência para isso.
– Idiota.

Vesti meu vestido e saí batendo a porta. Comecei a chorar novamente e fui para o quarto. Arrumei algumas roupas na mala, eu iria embora. Quando estava terminando ele entrou no quarto.

– O que significa isso?
– Isso é uma mala. Coisa que a gente usa quando se vai viajar ou quando vai embora de algum lugar. No meu caso, é a segunda opção.
– Por causa de uma foto?
– Quem é ela?

Não respondeu. Continuou me olhando, impassível. Retirei meu anel e estendi para ele. Olhou brevemente e depois encarou meus olhos.

– Estou te devolvendo.

Para minha surpresa, ele estendeu a mão para pegá-lo. E fiquei ainda mais surpresa quando sua mão se fechou sobre a minha e me puxou até ele, abraçando meu corpo.

– Já falei que é minha.
– Ninguém é meu dono.
– Eu sou. Dono das suas vontades… dos seus prazeres e desejos… da sua alma… do seu coração.

Merda! Engoli em seco. Ele sabia que eu estava apaixonada por ele. Seu dedo ergueu meu queixo, forçando-me a olhá-lo.

– Eu não quero que vá. – Meu coração perdeu um compasso e depois disparou.
– Fique. Por favor. – Bom… O Todo Poderoso pedindo por favor…
– Então me diga… quem é ela?
– Lua, temos um almoço com minha família. Quando voltarmos eu te falo sobre a Alice. Mas já vou te adiantar: não é uma história que irá gostar de ouvir. – Estremeci.
– Mesmo assim quero saber.
– Vá se trocar. Quando voltarmos iremos conversar.
– Tudo bem.
– E, Lua? Forçou o anel em meu dedo.
– Nunca mais o tire novamente daí ou posso me aborrecer realmente.
– Certo, chefe.

Tive a impressão de ver um meio sorriso em seu rosto, mas já tinha me virado. Escolhi um vestido simples, mas elegante. Precisava voltar em casa e pegar mais roupas. Só então me lembrei que também queria falar com ele sobre Pedro. Ia ter que esperar. Estava curiosa demais com essa tal Alice.

– Está linda. – Arthur estava de volta e uau… vestido com roupa casual, totalmente sexy.
– Você também… está lindo.
– Podemos ir?
– Sim. – Arthur me pegou pela mão e seguimos até a entrada da casa onde estava seu volvo.
– Não se deixe levar pelo meu pai. Ele fala demais às vezes.
– Nossa… – Só então eu me lembrei. Agora eu iria conhecer pessoalmente o todo poderoso pai.
– O quê?
– Se você já é assim… intimidador, imagina seu pai. – Deliciei-me com a gargalhada dele. Era tão rara.
– Você não se deixa intimidar por mim.
– Sim, mas com seu pai deve ser diferente.
– Engano seu. Meu pai é bem mais maleável que eu.
– Vamos ver.

Assim que chegamos à enorme mansão, Arthur abriu a porta para mim e segurou minha mão. Um casal aguardava na entrada. Um homem alto e imponente, moreno… e lindo. Era O Todo Poderoso Pai. Ao seu lado uma mulher mais baixa, cabelos cor de mel até os ombros.

– Bom dia, meu filho.
– Bom dia pai, mãe. – O homem já veio logo para o meu lado segurando minha mão.
– Essa graciosa deve ser Lua Blanco.
– Sim senhor. Lua, apenas.
– Senhor, não. Sou bem mais jovem que seu esposo. Apenas, Ricardo. – Uma emoção estranha me dominou ao ouvir “seu esposo”.
– Seja bem-vinda a nossa casa, Lua.
– Obrigada, Ricardo.
– Essa é Rita, minha mãe.
– Como vai, Lua? Seja bem-vinda.
– Obrigada… hã… Rita? – Ela abriu um sorriso.
– Isso Rita. Vamos entrar?

A casa deles era realmente fantástica.

– Bebe alguma coisa, Lua? Já iremos servir o almoço.
– Não, obrigada.
– Então, Lua… meu filho tem te tratado bem? – Olhei para Arthur e segurei um sorriso.
– Dentro dos limites dele, sim. – Ricardo riu alto e Arthur franziu o cenho.
– Não tem reclamado.
– Provavelmente ela tem medo de você, querido.
– Tá aí uma coisa que ela desconhece, mãe.
– Hum… então é destemida. Gosto disso. É bom que juntando os genes de vocês, seus herdeiros serão destemidos também.
– Herdeiros?
– Arthur não falou que planeja ter filhos? – Olhei para Arthur que me encarou, totalmente impassível.
– Nunca disse.
– Típico dele. Mas dessa vez ele escolheu bem. Tem ancas largas, deve ser boa parideira. – Senti meu rosto em chamas. Rita chamou a atenção de Ricardo.
– Não deve falar essas coisas. Está deixando a garota sem graça.
– Não… tudo bem, Rita.

Fora isso, nosso almoço transcorreu tranquilo. Gostei deles e pelo que pude perceber gostaram de mim também. Depois do almoço Arthur e Ricardo desapareceram e ficamos eu e Rita. Pegou o álbum da família e me mostrava fotos de Arthur Sempre foi lindo, desde criança. Sem perceber deixei escapar.

– Ele é tão lindo.
– Sim… lindo. Você gosta dele, não é?
– Eu…
– Não precisa mentir. Eles são muito tolos para perceberem isso, mas eu vejo claramente.
– Estamos nos dando bem.
– Eu percebi que ele está mais calmo, menos briguento. Deve ser por sua causa. – Dei um sorriso sem graça.
– Talvez.
– Sabe… Arthur sempre se sentiu meio responsável por tudo e por todos. Sempre foi assim desde criança. Sempre preocupado com tudo, mas…. ele é adorável, Lua. Essa cara de durão é só fachada. No fundo ele é um meninão. As outras é que não souberam levá-lo.
– Mas não era sempre ele quem as dispensava?
– Sim. Porque nunca encontrou alguém a altura dele. E quando digo a altura eu quero dizer alguém tão durona quanto ele. Que o encarasse. – Ela sorriu. – Acho que agora…
– Lua? – Ergui meus olhos para Arthur. Amaldiçoei a intromissão. Queria ouvir o que Rita tinha a dizer.
– Vamos agora?
– Sim… podemos ir. – Rita me abraçou.
– Foi um enorme prazer conhecê-la, Lua. Volte mais vezes.
– Ah… com certeza.
– Não precisa esperar que Arthur a traga, viu?
– Obrigada, Ricardo. Esteja certo que virei.

Arthur dirigiu em silêncio uma boa parte do tempo até que resolveu falar.

– Eles gostaram de você.
– Eu também gostei deles.
– Não sei que espécie de feitiço você tem.
– Como?
– Nada.

Arthur parecia perdido em pensamentos. Talvez pensasse na conversa que teríamos. Eu não iria desistir. Estacionou em frente à casa e eu aproveitei para admirar mais uma vez toda imponência dela. Estava gostando demais daqui.

Entramos em casa e Arthur foi direto ao escritório. Fui atrás. Sentei-me a sua frente e ele me encarou, as mãos cruzadas sobre o colo.

– Então? Pode começar. Quem é Alice?
– Alice… a garota da foto.
– Sim, não se faça de bobo.
– Tem certeza que quer ouvir isso? – Não respondi. Continuei encarando-o.
– Alice era uma garota simples, bonita e que… começava a namorar comigo. – Engoli em seco.
– Estava apaixonado por ela?
– Hoje eu vejo que não era isso. Na época eu pensei que sim.
– Por que pensa assim?
– Hoje eu já sei reconhecer o que é amor, paixão e desejo.
– Ah…
– E o que aconteceu?
– Como disse, Alice era linda e por isso mesmo chamava a atenção dos rapazes. E ela escolheu a mim, o filho do todo poderoso. E isso atraiu a irá daqueles que a desejavam.
– O que aconteceu a ela?
– Foi estuprada e morta por dois homens. – Levei as mãos a boca, sufocando um grito.
– Meu Deus! Por quê? Por que fizeram isso?
– Porque ela era virgem e queria ser minha. Apenas minha.
– Mas… nunca descobriram quem fez isso?
– Sim, descobri. – Ele me encarou durante um longo tempo.
– Quem era? Não fizeram nada contra eles?
– Billy Blanco e Pedro Cassiano Blanco… já ouviu falar?

Ele me respondeu com um sorriso ao mesmo tempo amargo e zombeteiro. Meu pai e meu irmão? Assassinos e estupradores? Ele deveria estar brincando. Olhei em seus olhos e vi que embora doesse em minha alma, o que ele dizia era verdade.

Continua...

Se leu, comente! Não custa nada.


N/M: Nossa... Que capítulo tenso, hein?! :-| Coitada da Luh... O que será que ela irá pensar agora? A família dela não era nada do que ela imaginava...

Obrigada a todos os comentários do capítulo anterior.

Com mais de 7 comentários, postarei o próximo capítulo.

Beijos!

12 comentários:

  1. Nossaaa..continuaa agora..kkkk Zoa,ta muito bom!! Continua por favor!!

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  2. Ai meu Deus!!! Tô anciosa pro próximo capítulo! Adorei

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  3. Meu Deus tadinho da lua

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Meu deus ta muitoooo bommmmm
    Mandinha❤

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  6. o irmao e o pai da lua sao uns canalhas !!!!

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  7. Nossa essa foi forte! Tadinha da Lua, veio de uma família de mentirosos e mal caráter.

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  8. Caralho,sabia q o Pedro n prestava,mas q o pai dela tbm isso n ,sabia q ele mexia com as mesmas coisas q o Arthur e tals,mas estupro?!nem imaginava

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  9. estou lendo e ja amando <3

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