How Cant'it Not Leve'it | 8º Capítulo

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8º Capítulo

My faith is shaking
But I, I gotta keep trying
Gotta keep my head held high

Pov Lua

Dor, era isso que eu sentia. Uma dor infernal de cabeça. Depois da noite passada, mal consegui me levantar no outro dia, faltei a uma reunião importante e depois de perdir para recepção do hotel me envia remédios. Dormir quase o dia todo e acordei cem por cento melhor. Tomei um banho, troquei de roupa e fui até o quarto de Arthur, com esperança de jantar fora daquele hotel. Porque, convenhamos que por mais chique que esse hotel seja, a comida é péssima. Porém, meus planos foram por água a baixo, ele havia saído sem dizer nem para onde ia, apenas saiu.

Ótimo!

Idiota, já devia ter aprendido. Homens nunca são cem por cento verdadeiros e sempre querem liberdade. Mas qual é finalmente a deles hein? Um hora são possessivos, outra hora são completamente amorosos. Um belo de um “cafajeste” tudo misturado. Talvez meu raciocínio não seja óbvio, mas quer saber? Homem é tudo farinha do mesmo saco.

Dia seguinte.

Dia de folga é um cassete, mal o dia raiou e eu já ouço batidas fortes na porta do meu quarto. Quem diabos está acordado a essa hora? E para piorar minha dor de cabeça tinha voltado. Me cobrir e fiquei quietinha para que quem estivesse lá fora, fosse embora. Mas minha tentativa foi falha. Levantei e ainda com o cobertor, abrir metade da porta de imediato sabia quem era, o cheiro.

– Bom dia. – Falou sorridente.
– Olá. – Respondi.
– Posso entrar?
– Não!
– Por que? – Ergueu a sobrancelha. Sério, estava me dando raiva.
– Qual é o seu problema? – Quase soletrei subindo na ponta dos pés, ficando quase cara a cara com Arthur.
– O que foi? – Respirei fundo e tentei fechar a porta na cara dele, o que foi em vão. Óbvio que ele segurou a porta.
– Vai curtir sua folga Arthur. Estou com dor de cabeça, agora você já pode ir. – Tentei fechar a porta de novo. – CASSETE ME DEIXA EM PAZ!  – Falei um pouco mais alto e por um instante pensei que ele iria pular em meu pescoço. Mas ele apenas concordou com a cabeça.
– Você é louca! Vou manda te internar. – Virou as costa e saiu.
– Vá para o inferno!
– Antes de ir, te levo junto! – Gritou da metade do corredor. Fechei a porta com força e voltei para cama. Dormir feito um pedra.

Pov Narrador

Com a imensidão azul do mar em sua frente, Lua estava ali olhando para o mesmo. Enrolada na coberta, se perguntando o porquê tinha tratado Arthur daquela maneira. Sabia que estava com dor, mas ele não tinha nada a ver. Então resolveu que iria pedir desculpa, tinha errado e feio. Tomou um banho, pôs uma short desfiado, uma blusinha básica e pegou um casaco.  Já era 17h30, o sol estava indo embora. Mas Lua permanecia com frio.

Saiu do seu quarto e foi em direção ao quarto de Arthur. Bateu algumas vezes, mas não havia ninguém ali. Então desceu para o restaurante, além de estar procurando por Arthur, estava faminta. Porém ao ver a cena, Lua completamente parou no meio do restaurante, fazendo com que o garçom que estava logo atrás da mesma esbarrasse nela.

Ótimo!

Rochelle estava praticamente no colo de Arthur e falava algo no ouvido do mesmo. Com o barulho das coisas caindo no chão, quem estava no local olhou imediatamente. Lua ajudou meio atrapalhada o garçom, já que o homem falava algo que ela não entendia e saiu rapidamente dali em direção ao elevador. Arthur se levantou rapidamente indo atrás da mulher, mas não conseguiu alcançá-la. Teve que esperar o elevador chegar novamente.

Já no quarto.

– Lua! – Batia na porta. – LUA! – Gritou e a mesma abriu a porta.
– Vá embora. – Estava calma até demais.
– Não, eu não vou. – Empurrou a porta mais um pouco e entrou no quarto. – Não é nada disso que você está pensando. – Ela riu.
– E o que é que eu estou pensando, Aguiar? – Cruzou os braços na altura do busto, Arthur passou as mãos nos cabelos e começou andar de um lado para o outro, estava perturbado, só não sabia o porquê. Tinha que fazê-la acreditar nele.
– Arthur, você não me deve satisfação, agora saia. – Apontou para a porta.
– Droga, Lua. Eu... eu estava tentando... – Tentou explicar mais o celular da mesma tocou.
– Você não vai atender, estamos conversando! – Falou irritado e Lua rapidamente atendeu.

Tal ato fez a raiva de Arthur aumentar e ele saiu do quarto rapidamente.

– Oi, Sophia. O quê? Como assim?

Flashback ON – Dois anos atrás.

Pov Lua – Clinica Halter.

Sophia tinha se tornado não apenas uma melhor amiga e sim uma irmãzona, desde que eu tinha perdido seus pais aos 15 anos. Morava comigo e com a mamãe. Porém, as coisas pareciam só piorar depois da minha desgraça. Depois de estar me erguendo novamente e tomando conta da empresa, mamãe sofreu um acidente na escada de casa e acabou ficando tetraplégica. Mas não perdia o sorriso do rosto, conversávamos animadas no almoço e jantar, sempre nós três juntas.

Sophia e eu dividíamos as obrigações, um dia era eu que dava banho, comida e botava na cama. Outro dia era Sophia e na sexta-feira fazíamos tudo juntas. Quando não estávamos em casa, mamãe ficava com uma cuidadora, a Lúcia. A tinha conhecido na faculdade de administração no primeiro período, mas logo abandonou a mesma já que sua paixão era enfermagem, cuidar do próximo e agora ela cuidava do meu bem mais precioso, minha mãe.

Com o passar do tempo, a saúde de mamãe não estava nada bem e agora estamos aqui nessa sala branca, esperando o Doutor Daniel.

– Lua, tenha calma. – Falou Sophia tentando me sentar.

Como ter calma?

– Estou com medo. – Admiti.
– Eu também, mas vamos ter esperança. – Iria continuar, mas o doutor Daniel entrou.
– Desculpa a demora senhoritas. O quadro da sua mãe; senhorita Blanco, está mais grave do que pensei. – Deixei um lagrima cair e sentir Sophia segurar forte minha mão.
– O que agravou? – Perguntou Sophia, apenas estava escutando, não poderia perder minha mãe.
– A imunidade dela está baixa, por isso o caso de pneumonia. Como vocês me disseram há alguns meses que ela estava esquecendo das coisas... Certo? – Concordamos com um manear de cabeça. – Pedi outro raio-X e vi que ela está cem por cento com Alzheimer. Vou explicar direito. – Se levantou e colocou numa iluminaria os exames, fazendo eu e Sophia olhar atentamente.
– A doença de Alzheimer é o tipo de demência mais comum e também é um termo geral usado para descrever as condições que ocorrem quando o cérebro não consegue mais funcionar corretamente.  Aqui tem um cérebro totalmente bom... – Apontou para um dos raio-X. – E aqui tem o cérebro da sua mãe. O Alzheimer causa problemas na memória, pensamento e comportamento. Nos estágios iniciais, os sintomas de demência podem ser mínimos, mas pioram conforme a doença causa mais danos ao cérebro. O da senhora Claudia está no estágio final. – Senti um aperto no peito. – O Alzheimer avançou rapidamente corroendo toda a memória dela.
– Cirurgia? – Sugeri. Tinha que haver um jeito.
– Sinto muito senhorita Blanco, o caso de cirurgia só se fosse um tumor e se fizemos qualquer tipo de cirurgia podemos agravar ainda mais, pois dona Claudia já é tetraplégica e como o cérebro já está corroído, ela poderá perde a fala. – Só sentir as lágrimas caindo. Não podia perde-la, não estava escutando mais nada que o doutor estava proferindo, só queria abraçá-la e não larga-la mais.
– Quer um conselho? – Sugeriu o doutor.
– Não. Não quero! – Falei ríspida. – Quero que o senhor invente uma droga de cura. EU NÃO POSSO PERDE MINHA MAE! – Gritei e sentir apenas Sophia me abraçar e me pedir calma.
– Desculpe doutor Daniel, só temos ela e pensar em perde-la, nos parte o coração.
– Sou apenas um médico, não sou Deus para ter a cura para todos os problemas senhoritas. O meu conselho será que depois que ela saia do hospital ou vocês se dediquem 24 horas a ela, dando toda atenção e carinho. – Foi curto e grosso.

Saí rapidamente da sala, apenas Sophia ficou lá, procurei um cantinho ali no chão e chorei.


Alguns dias depois.

– Temos que entrar num consenso Lua.
– Não quero coloca-la em qualquer clínica, Sophia. –Respirei fundo.
– Já procurando diversas clínicas de apoio aos idosos e Lua, a única que se encaixa no que queremos, é essa. Tem todo luxo e conforto. Não podemos viajar e deixa-la sozinha apenas com Lucia e depois quando voltarmos poderemos sempre ir visita-la. – Permaneci em silencio, Sophia estava certa.
– Tenho medo que ela nos esqueça. – Virei meu rosto para o porta retrato, onde estávamos nós 3 sorrindo, tínhamos acabado de fazer 17 anos. – Ela já não lembra mais que sou filha dela Soph, nem lembra de você, só lembra que somos a princesinhas dela mais não sabe o porquê.
– A doença, Luh. – Me abraçou e choramos juntas.

Não tinha mais o que ser feito, tínhamos que viajar. Iriamos passar duas semanas fora, contratos novos e inaugurações de filiais, não poderia deixa-la sozinha. Colocamos mamãe em uma clínica de repouso com todo conforto e luxo que poderíamos dar a ela. Ao sair de lá, eu e Sophia passamos o resto do dia chorando, queríamos ela perto, mas não tínhamos como viajar com ela sempre, a imunidade dela estava cada vez mais baixa.

Flashback OF

Meu telefone tocou no meio da ladainha do Aguiar, era Sophia atendi rapidamente.

– Oi, Sophia.
– Luh? – Chorava no telefone e por um momento gelei.

Não. Não. Não poderia ser o pior.

– O que aconteceu? – Perguntei com a voz trêmula.
– A tia Claudia... – Chorou mais ainda. – A clínica, Luh... está em todos os jornais, a TV não para de falar... – Chorou.
– O quê? – Senti ela respirar fundo.
– A clínica que a tia estava... os policias receberam uma denúncia de maus tratos e invadiram a clínica.
– Não pode ser, Sophia!
– Só tinha aparências, Luh. – Voltou a chorar. – Vários idosos machucados.
– A minha mãe, Sophia... como ela está?
– Estou com ela aqui no doutor Daniel. Está tão magrinha. – Chorou mais forte. – Precisamos de você, Luh.
– Estou indo, não saia de perto dela. Eu não acredito Soph.
– Ela não me reconhece mais. – Chorou. – Não está falando.
– Calma, estou pegando o primeiro avião. Não saia daí. – Desliguei rapidamente o celular, e entrei na internet onde estava todo o fuzuê, e só então caiu a ficha, e as lagrimas vieram em seguida.

Não podia perder tempo, corri ligando para o aeroporto e contratei um jatinho particular. Tinha trinta minutos para chegar lá. Fiz minhas malas o mais rápido possível e saí do hotel. Não tinha visto Arthur, porém vi o guia não expliquei muita coisa, apenas pedi que avisasse Arthur que eu tinha voltado para Berlim.

Disque 100; funciona diariamente; 24h por dia – Incluído sábados, domingos e feriados.

Maus tratos aos idosos não é apenas um caso contado na minha fanfic. Maus tratos aos idosos infelizmente é REAL e é CRIME.

Continua...

Se leu, comente! Não custa nada.

OBS: Oi, oi gente?! Então, o capitulo ficou grande eu acho rs. Mas vim falar de uma coisa muito real e seria que é o maus tratos aos idosos. Porque vim falar desse assunto? Bem, fui fazer um estágio numa clínica e vi coisas horríveis, mas não me calei, e fiz um textinho da minha autoria, espero que vocês leiam:

Hoje fui para um estágio onde aprendi que rostinho bonito envelhece, o avanço da idade vem para todos nós, e um dia chegamos ao fim da vida. Isso ocorre a todos os seres que vivem neste mundo. O corpo já não se move como queremos, mas o sentimento da época da juventude sempre se mantém vivo. O coração de um jovem sempre se manterá intacto.

Velho hoje em dia, é aquele jovem que tem preguiça de caminhar algumas quadras a mais ou que tem preguiça de estudar. Você meu idoso querido, ainda tem que mostrar muita coisa ao mundo injusto que te acolhe.

Sua vida não está acabando, ela só está mudando. Vivemos em meio a uma vida muito atribulada, será que não estamos esquecendo das pessoas que são de fato importantes para nós? Então parem, pensem e reflitam. Amanhã será vocês na geração de idosos.
– DJoy.


N/M: Bom, primeiro: O que acharam desse capítulo hein? Comente, ok? Foi o capítulo mais triste até agora. E segundo: Esse assunto é bem delicado, algo realmente muito grave que acontece com os idosos, e não só aqui no Brasil. E a autora quer escrever sobre o mesmo.

Obrigada pelos comentários do capítulo anterior.

Beijos e até a nova atualização.

4 comentários:

  1. Que cínico o Arthur. Mesmo ele não tendo culpa. Coitada da Lu, depois que o flash back acabou eu pensei que a mãe da Lu tinha morrido. Quero só ver o próximo capítulo e o que o Arthur vai fazer ou achar.

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  2. Eu super apoio você fazer uma maratona. Quero logo o próximo capítulo.

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  3. Amando, poste mais.


    Fernanda

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  4. MDS,Tadinha dá mãe da Lua.Caraca maus tratos é terrível.Amando a fic

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