Little Anie - Cap. 74 | 2ª Parte

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Little Anie | 2ª Parte

Pov Lua

Confesso que tive que me controlar para não rir do jeito que Arthur estava falando. Era bem engraçado toda a cautela com que ele iniciou esse assunto. Realmente acho que nunca havia vestido uma lingerie vermelha, não para uma noite romântica com ele. Porque para isso, eu optava por uma branca – ou qualquer outra cor como: azul marinho, ou claro, verde escuro, amarelo clarinho, preta, vinho. Eu sempre tive a opinião meio diferente nas cores sensuais que achava, Arthur não ligava tanto assim para cores, mas tudo mudava quando a cor era branca, no final o destino das peças íntimas eram sempre o chão ou qualquer outro canto do quarto, ou dá casa, dependia bastante de onde acabávamos não resistindo – já sabendo o quanto ele adorava essa cor, em especial, de lingerie.

O fato era que agora eu tinha que comprar uma lingerie vermelha, não que fosse a coisa mais difícil, ia ser bem divertido na verdade a parte do sex shop. Eu ainda segurava a risada enquanto pensava nisso. Arthur fazia umas caretas do tipo: eu sei o que você está pensando. No entanto, não sabia quando íamos fazer isso, mas tenho certeza de que íamos fazer do jeito que ele deseja.

– Você vai parar de rir quando? – Ouvi Arthur comentar afastando-se um pouco de mim e indo pegar um pão de queijo. – Até já esfriou. – Disse.
– Eu não estou rindo. – Retruquei.
– Internamente eu sei que está. – Explicou.
– Não estou. Só estou pensando aqui... – Sentei-me na cama.
– Em quê?
– Na lingerie. – Mordi os lábios para disfarçar a risada que queria escapar.
– Você gostou disso, Luh. Sei que gostou, sempre gosta de uma safadeza nova. – Provocou.
– Você quem começou com esse assunto, não tenho culpa. Eu até gostei disso. – Falei me virando e ficando sobre ele. Arthur soltou uma risada alta, enquanto tentava engolir o resto do pão de queijo. – É sério! – Exclamei.
– E-eu não estou falando o contrário. – Ele disse. – Gostei de saber que você está considerando isso.
– Não estou considerando. Eu realmente gostei dessa ideia. – Afirmei.
– Mal posso esperar para vê-la com uma lingerie vermelha, e uma calcinha comestível. – Falou mordiscando meu queixo, me fazendo gemer baixinho.
– Eu também mal posso esperar... – Concordei.

*

– MÃÃÃÃÃÃÃÃÃEEEEEE... – Ouvi a gritaria de Anie de longe. Ela tinha acabado de chegar da aula de ballet, e provavelmente estava muito chateada com o pai, já que ele não foi buscá-la, como havia dito mais cedo.
– Ela vai ficar chateada comigo. – Arthur murmurou abraçando-me pela cintura.
– Vai ficar? Ela já está! – Afirmei passando a mão pelos cabelos dele.
– A gente vai ficar juntinho hoje?
– Não já estamos?
– O resto do dia. – Esclareceu.
– Uhum... – Murmurei beijando a ponta do nariz dele, quando o mesmo ergueu o rosto para me encarar.
– É um sim? – Insistiu.
– Uhum... – Repeti divertida.
– Luh! – Arthur exclamou depois de revirar os olhos.
– É. É. É um sim, que chato. – Respondi.
– Não sou chato. – Se fingiu de ofendido. – Essa é você. – Finalizou ganhando um tapa meu.
– Mamãe!

Anie entrou no quarto e caminhou até a cama, sorrindo sem mostrar os dentes. Vale ressaltar que ela estava ignorando a presença do pai, pois nem o olhava. E eu já estava vendo no final do dia os dois tristes e Arthur tentando fazer as pazes com a filha. Ela era bem birrenta quando estava chateada, e tenho que admitir que a pequena herdou essa teimosia toda de mim. Embora eu nunca admitisse isso na frente de Arthur. Sorri de um jeito fofo para ela, e estendi uma das mãos em sua direção.

– Como foi a aula? – Perguntei quando Anie segurou em minha mão, e eu a puxei de leve para mais perto da cama.
– Foi boa. Eu gostei muito. E também tomei sorvete, a senhola, não vai bligar né, mamãe? – Perguntou receosa, encostando o rosto em meu peito. Arthur afastou-se um pouco, e eu passei o braço livre ao redor da cintura de Anie, trazendo-a para mais perto.
– A mamãe não vai brigar, meu anjo. Você está se saindo uma mocinha muito comportada. – Lhe disse, depositando um beijo no topo de sua cabeça.
– A Carol gavou, mamãe. – Me contou.
– É, eu pedi que ela gravasse, para quando formos ensaiar, a mamãe fazer tudo certo para ensinar você. – Expliquei.
– A Carol me disse isso. Vamos ensaiar hoje, mãe? – Perguntou ansiosa.
– Claro, vamos fazer isso hoje. Mas só a noite, tudo bem? – Anie assentiu balançando freneticamente a cabeça. Continuei – Agora você vai tomar um banhinho, porque você está muito suada, depois vai almoçar e em seguida, dormir, ok? E quando acordar, você pode brincar ou assistir seu desenho preferido. – Finalizei.
– Tá bom, mamãe. E depois a senhola vai me ajudar?
– Sim, depois eu irei ajudá-la. – Garanti depositando um suave beijo em sua testa.
– Você não vai falar comigo? – Arthur perguntou fitando as costas da filha. Anie balançou a cabeça negando várias vezes e depois respondeu:
– Não. Estou chateada. O senhor disse que ia me buscar, mas mentiu. A Carol chamou outo carro. Eu não quelia vim, e ela disse que se eu não visse de carro, a gente ia vim andando. – Contou. – Não quelo falar com você. O senhor me enganou. – Disse por fim. Mostrando o quão estava chateada, e quando ela estava assim, não chamava Arthur de pai, talvez soubesse que isso o deixa triste e arrependido de não ter feito o que havia dito a ela antes.
– Falei que ia ficar com a Luh. Que ela não estava se sentindo bem hoje. Quis ficar com a sua mamãe... – Começou a explicar e era engraçado a cara de "tô nem aí" que Anie fazia enquanto o ouvia falar. É lógico que eu não me meteria no assunto deles e nem ia rir dessa conversa, Arthur não me perdoaria.
– E eu? Você esqueceu de mim lá na escola... – Retrucou magoada e me abraçou mais forte.
– Eu não esqueci de você. Pedi que Carol pegasse um táxi quando a sua aula acabasse. Se eu te falasse isso, você ia ficar tão chateada quanto está agora. – Arthur explicou emburrado.
– Mas eu não quelo saber... – A pequena retrucou.
– Aah, Anie! Tudo bem, não vou mais ligar também. – Ele revidou. A última parte era mentira, eu tinha certeza.
– Quer que a mamãe vá dar banho em você? – Perguntei colocando alguns fios de cabelo dela para trás da orelha.
– Luh? O que você acabou de dizer mesmo? – Arthur perguntou me encarando.
– Quelo, mamãe! – Anie envolveu os braços em meu pescoço.
– Você disse que ia ficar comigo. – Arthur reclamou.
– Você vai ficar comigo né, mamãe? – Agora foi a vez de Anie de me perguntar.
– Luuuuaa...
– Mãããããeee...
– Aaaaaaaaaah! – Exclamei. – Vocês são dois chatos quando resolvem ficar de implicância um com o outro. – Falei me levantado da cama e colocando Anie no chão.
– Não estou de implicância com ela. – Arthur se defendeu.
– Está sim, e pode para! Eu vou banhá-la e depois tomar o meu banho. – Expliquei antes de sair do quarto, e ir em direção ao quarto de Anie.
– Você volta? – Ouvir Arthur perguntar em um tom divertido. Revirei os olhos sem olhar para trás.

*

– Nós ainda vamos amanhã no shoppling? – Anie me perguntou enquanto caminhava para o banheiro. Ri baixinho de sua confusão com as palavras.
– Vamos. Não falei que sim?
– Falou, mamãe.
– O que a sua professora falou hoje na aula, meu anjo? – Perguntei curiosa enquanto ligava o chuveiro e a pequena andava até o mesmo.
– Que estamos indo muito bem, mamãe. – Ela abriu um lindo sorriso ao falar. – Ela deu palabéns. – Completou. – Sabe que eu e a Meg vamos dançar na fente? E ah, a Lily e a Bia também. – Finalizou.
– É meu amor? E o que você achou disso? – No fundo meu coração estava a ponto de explodir de felicidade.
– Eu gostei muito, mamãe. – Anie começou a pular, ela sempre fazia isso na hora do banho e eu morria de medo que ela caísse e acabasse se machucando.
– Não pule. – Pedi séria.
– Tá, mamãe. Não vou mais pular. – Garantiu e se apoiou em meu ombro quando comecei a passar o sabão pelo corpo dela. – Chelinho de neném... – Ela riu alto.
– Sim, meu amor. Seu cheirinho. – Sorri apertando levemente a ponta do seu nariz.
– Posso comer batata-frita?
– Filha, todos os dias você quer comer batata-frita. – Lhe disse.
– É que eu gosto muitão! – Exclamou pulando outra vez. – Oops... – Lembrou-se colocando uma das mãozinhas na boca.
– Oops, mesmo. – Repeti. – E o correto é muito, muitão não existe. – Corrigi.
– Tá... Me desculpa, mamãezinha. – Pediu segurando meu rosto com as duas mãos. Ri desse seu jeito.
– Você não é fácil, filha. – Me levantei, já que estava abaixada, para ficar da altura de Anie. – Vem, deixa eu passar shampoo nos seus cabelos.

Terminei de banhá-la, e a ajudei a vestir uma roupa, penteei seus cabelos e depois a levei até a escada, Carol já tinha vindo avisar que o almoço estava pronto. Anie desceu os degraus e sumiu rumo a cozinha, voltei para o quarto e Arthur ainda estava deitado na cama, mas agora mexia no celular.

– Achei que não ia mais voltar. – Ironizou.
– Eu falei que vinha tomar banho. – Falei indo em direção ao cabide pegar minha toalha de banho.
– Luh?
– Oi. – Respondi ao chegar na porta do banheiro, virei meu rosto para olhá-lo.
– Podemos sair mais tarde? Pode ser até uma volta na praça. – Ele encolheu os ombros de um jeito fofo ao terminar de falar, que era até impossível negar.
– Podemos, amor. Podemos... – Respondi e entrei no banheiro.

Tomei um banho rápido e quando saí do banheiro, Arthur não estava mais no quarto. Me enxuguei e vestir um vestidinho leve e saí do quarto após deixar a toalha pendurada novamente no cabide.

Desci os degraus e Anie já estava na sala, deitada no sofá com um mamadeira na boca, rindo de um desenho que passava na TV, Carol estava ao lado dela e também a acompanhava na risada. Passei pela sala e cheguei a sala de jantar onde Arthur estava com Mel. Os dois conversavam distraidamente e eu segui para a cozinha para avisar Carla de que eu também iria almoçar. Logo depois, voltei para onde os dois estavam e me juntei a eles – logo senti que trocaram rapidamente de assunto, mas fingi não ter notado.

– Desculpe não esperar você para almoçar. – Arthur pediu me olhando atentamente.
– Tudo bem. – Respondi baixo dando de ombros.
– O irão fazer hoje à tarde? – Mel nos perguntou.
– Vamos dar uma volta, não é amor? Quando Anie dormir, sabe como é quando ela está acordada. – Arthur respondeu, assenti a sua pergunta anterior.
– Irá querer ir... – Mel completou rindo.
– Com toda certeza. – Arthur afirmou. – A gente tinha pensado em passar o dia juntos, acho que não vai funcionar. – Ele notou negando com a cabeça.
– Eu ajudo a cuidar da Anie. – Meu se dispôs.
– Obrigada, amiga. Mas o problema não é esse... – Tentei explicar. A verdade era que não tinha problema nenhum. – É que eu não consigo ignorar que minha filha está aqui e que talvez precise de um de nós dois... Não consigo ir e deixá-la chorando, porque sei que ela irá chorar. Nem que seja por um dia, quando essa criança nascer, você vai saber melhor o que quero dizer. – Finalizei.

E essa foi a explicação que consegui dar: não tinha como sair de casa sabendo que Anie ficaria chorando, ou iria chorar quando se acordasse – caso estivesse dormindo – chamando por um de nós. Ou até mesmo, não tinha como nos trancarmos no quarto sabendo que a pequena estava em casa, querendo estar junto de nós.

Fato que as vezes Anie me irritava bastante – mas até que ultimamente ela estava se comportando. Não sei qual era o motivo, só sei que talvez essa fase possa ser passageira e que amanhã mesmo ela poderá acordar e sair correndo pela casa toda ou ficar fazendo manha o dia todo –. Quando temos filho nessa idade, acabamos perdendo um pouco da nossa liberdade e até mesmo, da vontade de ficar fora de casa por mais tempo, sabendo que deixamos alguém lá. Pensamos em ligar o tempo todo, porque somos egoísta o bastante para aceitar que outras pessoas cuidariam deles tão bem quanto nós, ou até melhor que nós.

Também era fato que tanto eu quanto Arthur, merecíamos um tempo só para nós, como casal. E estava difícil arrumar, porque mesmo ele não querendo admitir, ele também não queria deixar Anie aqui. Teríamos que seguir conciliando as coisas, mesmo sabendo que talvez eu estivesse tentando dificultá-las mais ainda. Não que fosse minha intenção.

– Eu entendo, Luh. – Mel concordou calma. – Só quero dizer que se resolverem sair, que saiam despreocupados. – Sorriu gentilmente. Retribui.
– Obrigada. – Agradeci novamente.
– Obrigado, Mel. – Arthur sorriu.
– Achei que ia chover hoje. – Ela mudou de assunto.
– Eu também, amanheceu muito nublado... – Arthur concordou.
– Vocês também resolveram tirar umas férias? – Ela apontou para Arthur.
– Mais ou menos, foi uma feliz coincidência. Acho que estou aproveitando as férias da Luh. – Arthur contou. – Quando fomos a Liverpool, resolvemos metade dos assuntos que tínhamos que resolver, falta pouco mais de três meses para começarem os shows e toda aquela correria.
– Vocês não vão ensaiar? – Mel franziu o cenho.
– Digamos que já vínhamos fazendo isso. Temos uma reunião na sexta-feira de manhã. – Disse, e disso eu não sabia. – Vamos falar sobre outras coisas. Quero aproveitar com a Lua e a Anie antes de ficar ausente por algumas semanas várias vezes por mês até o começo de dois mil e dezesseis. – Finalizou.
– Você volta a trabalhar no começo de novembro, Luh? – Agora Mel direcionou a pergunta a mim.
– Sim, em novembro. – Afirmei. – Acho que até lá já vou estar mal-acostumada. – Brinquei.
– A gente se acostuma rápido com umas férias prolongadas.

Concordei com um manear de cabeça e terminamos de almoçar entre uma conversa e outra. Quando retornamos para a sala, Anie já havia adormecido. Arthur a levou para o quarto e depois do almoço e da mamadeira que ela tinha tomado, era bem provável que só acordasse lá pelas três e meia ou quatro horas da tarde.

Voltamos para o quarto, Mel tinha ido tirar um cochilo também. Ia dar meio dia e meia.

– Você não me disse que ia ter um outro compromisso na sexta-feira. – Comentei ao me sentar na cama e Arthur me encarou deixando o controle da TV de lado.
– John me ligou hoje pela manhã. Você tinha ido banhar Anie. E a reunião é de manhã, eu sei que anoite tem a apresentação Anie. – Garantiu. – Algum problema? – Perguntou. Não. Não tinha nenhum, eu só queria ter ficado sabendo disso antes.
– Nenhum... – Levantei indo até o banheiro.
– Você quer assistir um filme? – Ele me perguntou um pouco alto.
– Não, mas se você quiser, pode assistir. – Respondi.
– Você sabe que não está colaborando muito para um programa de casal, mesmo que ele esteja quase indo literalmente para o ralo. – Reclamou.
– Arthur, não gosto de assistir filmes e disso você e todo mundo estão cansados de saber. – Esclareci quando saí do banheiro e caminhei até a cama.
– O que vamos fazer então? O clima esquenta, você corta. Eu sugiro um filme, você não gosta. Eu sugiro um passeio, só mais tarde. Não quero ficar o dia todo nessa cama, Lua. Isso não é um programa de casal, um olhando para a cara do outro sem fazer nada! – Exclamou frustrado. – Meu sinônimo de passar um dia juntinho com você não tinha como significado não fazer nada.
– Foi você quem deu a ideia...
– E você está reclamando? – Me encarou perplexo.
– Não. Só que eu não sei se você percebeu, mas está colocando a culpa de nada não ter dado certo, em mim.
– E eu colocaria em quem mais? Se você é a minha mulher que diz não para tudo? Desculpa, mas não tem uma outra pessoa entre nós.
– Eu não quis dizer isso. E também não quero discutir com você. – Deixei claro.
– Eu também não quero discutir com você. Eu nunca quero. Só que você não colabora. – Reclamou. – E você sabe que eu estou certo. Não me olha assim. – Disse quando o olhei com cara de "É mesmo" e revirei os olhos em seguida. – Não vamos brigar hoje... – Ele puxou minhas pernas para cima da cama e deitou entre elas, ajeitando-se sobre mim. – Você é muito teimosa.
– Disso você sempre soube. – O lembrei.
– Achei que talvez fosse melhorar com o tempo.
– Você se enganou. – Ri.
– Agora vejo que sim. – Ele também riu. – Vaai... Vamos sair agora, Luh. Não quero ficar aqui. Sério, cansei de ficar deitado. Vamos dar uma volta, podemos ir a uma lanchonete, confeitaria ou algo do tipo. Aqui por perto, ou em outro lugar se você quiser...
– Só se você comprar uns muffins com gotas de chocolate para mim. – Pedi mordendo levemente sua orelha. – Estou com muita vontade de comer. Faz tempo que não como um... – Contei puxando levemente seus cabelos.
– Prometo que comprarei quantos você quiser... – Arthur murmurou roçando o queixo em meu pescoço. Soltei um suspiro e mordi os lábios, antes de morder levemente o ombro direito dele.
– Eu gosto das suas promessas. – Comente.
– Aprendi a ser bom em relação a isso. – Confessou em um tom orgulhoso.
– Ultimamente eu não tenho do que reclamar. – Falei e senti Arthur apetar minha cintura, fazendo-me subir um pouco mais sobre o colchão. – Deixa eu trocar de roupa, ou vamos acabar não saindo daqui. – Ele riu contra o meu pescoço e afrouxou o aperto em minha cintura.
– Você fez algum curso de como fugir do próprio marido? – Perguntou sarcástico e me olhou.
– Eu não estou fugindo. Pelo que estou vendo, você está bem em cima e muito junto de mim. – Apontei para os nossos corpos.
– Você sabe muito bem que não é disso que eu estou falado. – Arthur disse e rolou na cama, deixando-me por cima. Coloquei uma perna de cada lado de seu corpo e passei os lábios da extensão de seu pescoço, até chegar aos seus lábios.
– E do que é que você está falando? – Provoquei passando os lábios nos dele. Os afastei rapidamente quando Arthur tentou me beijar.
– É disso que estou falando. – Respondeu segurando firme em minha cintura, me forçando para baixo, e levantando os quadris para completar a provocação. – Podíamos passar o resto da tarde com essas provocações. Só não garanto que iria parar nelas. – Falou por fim, sussurrando em meu ouvido. Soltei um gemido e deixei uma de minhas mãos descansar sobre o peito de Arthur, enquanto eu me apoiava com meu braço esquerdo no colchão.
– Você nem sabe brincar... – Reclamei e ele riu.
– Não tenho culpa se você não colabora para isso também. – Enfatizou a última palavra. Lhe dei um tapa antes de tentar sair de cima dele. – Você não aguenta, Blanco.
– Você que pensa. – Disse e saí correndo até o closet. Escutei a risada de Arthur se aproximar.

Tirei minha roupa rapidamente e procurei por uma bermudinha jeans. Arthur estava ao meu lado, já vestindo a bermuda dele e depois pegou a camisa gola polo e vestiu. Passou as mãos pelos cabelos, bagunçando-os. Ele penteava apenas quando ia sair para um local onde as pessoas realmente reparariam se ele estava bem vestido e com os cabelos impecavelmente arrumados. Calçou uma sandália azul, combinando com a blusa e pegou o perfume. Sim, eu estava atenta a tudo que ele fazia.


– Vai ficar me olhando aí é? – Perguntou divertido.
– Você tira a minha concentração. – Revirei os olhos e virei o rosto para esconder um riso.
– Normal, eu vivo tirando a concentração das pessoas. Especialmente de mulheres. – Afirmou convencido.
– Mo-dés-tia, cadê você? – Zombei.

Peguei a bermuda que estava procurando e vesti, já prevendo que Arthur reclamaria que o comprimento estava curto demais. Ele sentou-se na poltrona que ficava ali e eu nem precisava olhar para trás para ter certeza de que ele me olhava. Peguei uma blusa branca de renda e vesti. Calcei uma sapatilha azul, com detalhes branco e marrom, prendi o cabelo em um rabo de cavalo alto. Passei rapidamente rímel e batom. Virei para encarar Arthur que eu tinha certeza que me encarava de volta. Ele me fitou de cima a baixo e subiu novamente parando em minha bermuda.


– Não vamos discutir porque você vestiu novamente uma bermuda curta. – Comentou levantando-se.
– Que bom que pensa assim. – Sorri mordendo os lábios.
– Não entendo porque você compra bermudas rasgadas. – Arthur revirou os olhos.
– É moda. – Falei óbvia.
– Moda. – Ele repetiu sem vontade.

Arthur segurou em minha mão quando passamos pela porta do quarto. Avisei a Carla que iríamos sair, pedi que tanto ela quanto Carol ficassem de olho em Anie. Chegarias no final da tarde e ela não precisava ligar – mesmo porque não iríamos levar celular.

Preferimos ir andando, o tempo estava bom para uma boa caminha.

Pov Arthur

Estava ventando bastante, era típico da estação. Era final de setembro, o outono havia chegado, as folhas ainda não tinham começado a pintar o chão. Chovia quase todos os dias, mais no final da tarde. E eu desejava especialmente, que hoje essa chuva resolvesse não cair.

Lua apertava cada vez mais forte minha mão, estava fazendo frio, mas nada que não pudéssemos suportar. Já ia fazer quase meia hora que estávamos caminhando.

– Falei que a bermuda era curta. – Comentei sem olhá-la. – Agora está aí com frio.
– Você também está com frio. – Ela me mostrou língua.
– Não estou demonstrando.
– Aaah, amor! – Exclamou me empurrando para o lado. – Espero que não chova. – Disse olhando para o céu.
– Eu pensei nisso. – Falei chutando algumas pedrinhas enquanto andava.
– Olha... – Apontou para uma árvore. – As folhas estão bem amarelas, mas ainda nem começaram a cair.
– Outono é bem preguiçoso... – Ri. – Você vai ver o chão coberto de folhas lá para o final de outubro.
– Preciso comprar roupas de frio para Anie e outras roupas de sair. Ela está perdendo as roupas muito rápido e os sapatos também. Tenho que arrumar o closet dela para separar as roupas que ela não vai mais usar, para doar.
– Não vão ser poucas. – Comentei e Lua concordou com um manear de cabeça.
– Vou ao shopping com ela amanhã depois do ballet. Você vai querer ir?
– Não. Fazer compras não é a minha praia.
– Haha... Porque é a minha. – Falou irônica.
– Vamos entrar aqui... – Falei quando paramos em frente a uma confeitaria. – Muffins com gotas de chocolate, certo? – Perguntei.
– Sim, e chocolate quente também. – Me disse.
– Ok, vou pedir.

Pov Lua

– Vou ficar naquela mesa ali. – Apontei para uma mesa que ficava um pouco afastada das outras. Arthur assentiu.

Eu não gostava de ser observada enquanto comia e era isso que iria acontecer – já estava acontecendo –. Algumas adolescentes estavam cochichando olhando de mim para Arthur. Não era como se não conseguíssemos sair de casa por conta do assédio. Porque na maioria das vezes os fãs respeitavam bastante nossa privacidade. Era mais para cima de Arthur mesmo – e dos outros meninos – as vezes com Anie, eu não gostava muito que ficassem tirando fotos dela. Era só uma criança e ela se sentia muito incomodada quando as pessoas se aproximavam com flashes. Arthur também concordava comigo.

Eram só fotos e autógrafos – era isso que eu percebia quando estava por perto – Arthur nunca me falou que alguém pediu algo a mais que isso. Era até engraçado pensar nessas coisas, mesmo tendo toda certeza que não seria nada engraçado saber delas, caso elas existissem.

Ele não demorou mais que cinco minutos e logo caminhou para a mesa com uma bandeja nas mãos.

– Trouxe com gostas de chocolate para você e de chocolate para mim.  – Falou e sentou-se em uma das cadeiras, colocando dois muffins em filha frente com um copo de chocolate quente.
– Obrigada. – Agradeci lhe jogando um beijo.
– Vou levar cupcakes para a Anie. – Comentou.
– Quer fazer as pazes com ela usando cupcakes? – Ri divertida.
– Claro que não. – Ele revirou os olhos. – Ela gosta, vou levar...
– Vamos ao Hyde Park? – Pedi mudando de assunto. Ficava perto de Bayswater, o bairro que nós morávamos. E estávamos a poucos minutos do mesmo.
– Vamos sim. – Ele sorriu.

Terminamos de comer e depois Arthur levantou-se, indo pagar o que havíamos consumido. Eu segui atrás dele, e ele pediu que eu escolhesse alguns cupcakes para levar para a Anie. Escolhi uns cinco, todos com cobertura diferentes, dentre elas, uma com morangos, a pequena amava morangos.

Pov Arthur

– Quer caminhar hoje só porque passei a semana toda te chamando de sedentária é? – Ri baixo quando Lua me empurrou e emburrou a cara.
– Eu não tenho inveja de você. – Me mostrou língua.
– Eu sei que não. Nossas diferenças se completam, gosto disso. – Lhe disse. – Não acha? – A abracei de lado e lhe dei um beijo na bochecha.
– Acho. – Respondeu levantando a cabeça e olhando em meus olhos.
– Já estamos quase chegando... – Apontei para a frente, onde já podíamos enxergar algumas árvores em tons alaranjado, amarelo e marrom.
– Parece até que o sol quer aparecer. – Lua comentou.
– Sim, é bom mesmo. Melhor do que se resolvesse chover. – Comentei olhando para o relógio.
– Que horas vai dar?
– Quatro horas. – Respondi.
– Anie já deve ter acordado.
– Aham... E se não chorou, deve estar emburrada. – Pontuei.
– Achando que vamos deixá-la sozinha.
Vocês mentilam para mim... – Imitei-a, fazendo Lua rir.
– Bem desse jeito. – Concordou ainda rindo. – Aaaaah... amor... – Lua começou e veio para a minha frente, me abraçando com força. – Não conseguimos mais viver sem isso, não é? – Perguntou baixo, próximo ao meu ouvido. Concordei balançando a cabeça e a abracei pela cintura.
– Não conseguiríamos mais viver sem nada disso. – Afirmei.
– Te amo, tá? – Sussurrou. – Muito. – Completou.
– Eei... – Chamei sua atenção, enquanto beijava sua bochecha. – Eu também amo você, minha linda. – A abracei mais forte. – Muito, muito, muito.
– Muito... – Não era uma pergunta.
– Muito. – Repeti. – Vem, vamos dar mais uma volta, aí vamos embora.
– Tá bom. – Ela sorriu e segurou em minha mão, voltamos a caminhar.

Continua...

Se leu, comente! Não custa nada.

N/A: Demorei, mas voltei. Dessa vez a demora foi de duas semanas. Confesso que cheguei a achar que estudando apenas três dias na semana, eu ia conseguir mais um tempo para me dedicar a escrever Little Anie. Agora vejo que me enganei completamente. Olhando agora, já passamos da metade do mês de julho – Hoje já é 17.07 – e eu praticamente não avancei muito com a história. Queria poder estar mais adiantada com ela, mas estou fazendo o que posso.

Espero de coração que estejam realmente gostando :D

O que acharam dos looks? Visualizaram os links? :P

Valeu a pena esperar todo esses dias para a atualização do capítulo? Espero que sim, hein?! <3

Tentei focar no casal, mas não tinha como ignorar completamente a Anie. Por isso ela apareceu um pouco no capítulo que era para ser só de LuAr. :-) <3

Será que a pequena vai fazer as pazes com o pai? Haha bem denguinho ela – e birrenta, vou nem citar para quem ela puxou haha.

PS¹: Só queria fazer um pedido, Little Anie está tendo muitas visualizações, e isso me deixa muito feliz. Obrigada, mesmo. Não sei se estou no direito de ficar pedido alguma coisa. Eu só queria que comentassem mais. Se entrosassem mais. Participassem mais. Pode ser? Isso iria me deixar ainda mais feliz :D

Beijos, e boa semana a todos!

16 comentários:

  1. Amei o capítulo
    By'anninnhak

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  2. Amei e quero mais ��

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  3. Milly com certeza valeu a pena esperar todos esses dias,como todos os seus capítulos eu sempre fico na expectativa para o próximo.
    Eu não aguento o Arthur e a Anie eles são fofos até brigando kkkk e eu adorei a lua e Arthur passeando juntinhos *__*
    Amei o capítulo,amei os looks ou seja amei tudo kkkk
    Caroline

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    1. Fico feliz que tanha amado tanto assim, Caroline. É sempre tão bom saber disso. Obrigada <3

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  4. Eu sempre fico sem palavras com cada cap. novo de little anie. seria uma maravilha um livro #SóAcho. Eles hoje estavam um amorzinho (como sempre neh kkk)mas isso me fez lembrar q em breve vai haver a separação (o coração ñ aguenta ). Milly , meu anjo o nossa espera por uma atualização sempre vale a pena =D. os looks sempre maravilhosos , nos ajuda muito a imaginar melhor como eles estão e oq estão fazendo . Xx adaline

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    1. Wow, Adaline <3 Sou muito grata por todo esse incentivo. Obrigada, de verdade. Quem sabe um dia... Óó <3

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  5. Eles tentam ter um dia de casal mas a Anie não deixa hahah ela é uma fofa e o Arthur volta a ser criança quando está com ela!! Essa "briguinha" dos dois é a melhor hahah. Lua e seus shorts curtos para provocar o Arthur ��.
    Helena

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  6. Ta top ;) gostei do capitulo Milly. Arthur sendo ignorado por Annie foi tudo kkkkkkkkkkkk...

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  7. A lua e o Arthur estavam precisando desse tempo MSM ameii!!!! �� milly pelo amor de deus a lua e o Arthur precisam de outro filho tenho tanta do dos dois !!! Acho que a história só ia fica mais perfeita do que já é!!!

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  8. Adooooorando a web *-* millyyy eu fico maluquinha quando não tem web kkk que fofinhas anie fazendo birra, esse casal e maravilhoso S2 Thur sempre implicando com a a roupa da luuh kkk amoo quando vc mostra os looks continue assim.
    Fany

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  9. Adorei o cap!! As vez Lua é meia chata o Arthur é tão amozinho com ela e ela é sempre fugindo!

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  10. Anie e Arthur não tem jeito, Lua também não colabora com o em nada que Arthur sugeriu kkk , posta mais logo!

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  11. Não vejo a hora do Arthur ensinando balé à Anie kkk, Lua e Arthur mereceram esse tempo sozinhos. Taty

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