8 Segundos
Capítulo 11:
Arthur
Passei as mãos no cabelo pela décima vez. Tinha plena consciência de que havia
tomado a decisão correta e mesmo assim me sentia incomodado.
— Deixei ir longe demais. — murmurei para mim mesmo. Sentado no sofá, eu não
tirava os olhos da porta do meu quarto. Desejei que ela voltasse, mas ao mesmo
tempo agradeci por não ter feito isso. Lua havia me provocado durante todo o
dia, e o fato de ter que passar a noite debaixo do mesmo teto que ela não
ajudou. Antes de ela ir dormir eu puxei seu braço para conversar com ela, mas
não sabia direito o que dizer e acabei desistindo. Então, imagina a surpresa
que tive quando acordei e ela estava agachada ao meu lado. Fiz questão de que
Chay dormisse no quarto de hóspedes, não para privilegiá-lo, mas sim porque ele
falava durante o sono e era quase impossível dormir ao lado dele. Então, fiquei
no sofá, o que foi uma péssima ideia, pois depois do que aconteceu, toda vez
que eu me sentasse nele, me lembraria da cena que eu e a Lua tínhamos
protagonizado ali. Meu pau ainda estava duro, e pensar no que tinha acontecido
me fazia suar. A pele macia em minhas mãos... Os lábios inchados pelo beijo
ardente... O arrepio de prazer... Os olhos semicerrados pela luxúria. Lua
estava linda, ela era puro desejo. Olhei para as minhas pernas e passei a mão
pela minha coxa, na qual ela havia montado minutos antes. Levantei os dedos e
sorri. Ela estava tão molhada que os rastros de sua excitação ficaram na minha
pele. Naquele momento, o sorriso desapareceu do meu rosto. Provavelmente ela
pensou que eu era louco, ou que não gostava de mulher. E, se alguém me dissesse
que eu pararia daquela forma uma transa certa, eu chegaria à mesma conclusão.
Foda-se! Eu tive um autocontrole da porra para parar, mas estava pagando por
isso. E não era somente pelo desconforto de ter uma ereção furiosa dentro da
cueca, mas também por lembrar das lágrimas que se formaram nos olhos da Cristal
quando eu me afastei. Droga. Ela devia ter achado que eu a rejeitei. Idiota!
Foi exatamente isso que você fez! Meu subconsciente gritou. Precisava pedir
desculpas e explicar o que tinha acontecido. Caminhei até a porta do quarto e
levantei a mão para abri-la, mas paralisei. Não tinha ideia do que dizer, e
muito menos conseguiria explicar o que me havia feito parar, já que nunca fui
de negar fogo. Voltei para o sofá, me deitei de bruços e coloquei o travesseiro
em cima do rosto. Adormeci novamente, mas não foi um sono tranquilo. Passei o
tempo todo sonhando ou imaginando Lua em meus braços. Merda de tesão! Acordei
novamente e percebi que a chuva tinha cessado. Era muito cedo, o dia ainda
estava raiando, mas eu não conseguiria voltar a dormir. Eu me levantei e peguei
o par de tênis, a camiseta e a bermuda que estavam na lavanderia. Adoro correr.
No começo fazia aquilo por puro prazer e para manter o físico, mas meses antes
eu intensificara o treino para ganhar condicionamento para as montarias. Fechei
a porta de casa com cuidado e coloquei a chave por baixo. Não queria acordar
ninguém, era sábado e todos poderiam dormir até mais tarde. O cheiro de terra
molhada me atingiu assim que eu saí na rua. Era uma das coisas que eu mais
adorava no campo, os aromas impossíveis de se apreciar em uma cidade grande.
Comecei caminhando, mas logo peguei impulso e passei a correr na velocidade de
sempre. Algumas pessoas já estavam na rua. O dia começava cedo. Todos que
passavam me cumprimentavam. Eu era muito conhecido na cidade, principalmente
por ser o único médico veterinário da região. Treinei por quase duas horas e,
antes de voltar para casa, passei na única padaria da cidade para comprar o
café da manhã. Uma vontade de agradar Cristal me pegou desprevenido, então
escolhi o que achava que ela gostaria.
— Bom dia, Ranger — Caroline me cumprimentou assim que
cheguei ao seu caixa. Ela era uma mulher linda, cabelos negros na altura dos
ombros e olhos chamativos, não pela cor, mas pela expressão.
— Bom dia, Carol — respondi com um sorriso e comecei a
passar minhas compras pelo balcão. Fiquei com ela durante um tempo, mas, quando
percebi que ela queria mais do que eu estava disposto a dar, terminamos. Ainda
éramos amigos, não tanto quanto eu era da Raquel, mas ainda mantínhamos uma boa
relação.
— Chay
está na cidade? — perguntou divertida, no momento que me viu retirar queijo da
cesta.
— Que dúvida — respondi no mesmo tom de brincadeira.
Peguei as duas sacolas, me despedi da Carol e caminhei de volta para casa. Chay já estava de pé na varanda, olhando para o céu, no
mínimo tentando adivinhar se o tempo atrapalharia a colheita da soja. Mostrei
as sacolas para ele, e o esfomeado rapidamente me acompanhou para dentro de
casa. Chay já tinha feito café: muito tempo morando sozinhos fez com que
aprendêssemos a nos virar. Deixei as compras na cozinha e resolvi tomar um banho,
estava completamente suado. Tomei uma ducha rápida no banheiro social e me
enrolei em uma toalha para buscar roupas limpas no meu quarto. Bati na porta
várias vezes e, como não houve resposta, entrei. Para minha surpresa, encontrei
Lua igualzinha a mim: somente de toalha. Ambos ficamos mudos, apenas nos
encarando. Não resisti em olhar para suas pernas e me lembrei da noite
anterior. Cristal foi a primeira a se mexer: tossiu secamente chamando minha
atenção. Assim que olhei para o seu rosto, vi que ela não tinha acordado de bom
humor. Não era difícil imaginar o motivo da sua carranca.
— Desculpa, eu preciso de roupas. — Foda-se! O quarto
era meu, e não tinha que me desculpar. Caminhei até o meu armário e retirei uma
bermuda jeans e uma camiseta. Abri a gaveta e peguei uma cueca boxer preta.
Olhando para baixo, percebi que aquela era uma peça que eu precisava vestir
urgentemente, pois alguém já estava dando sinal de vida. Lua estava com os
braços cruzados e uma expressão de impaciência. Antes de sair, eu me virei e a
encarei novamente.
— Desculpa por ontem... — comecei a falar, mas sua
expressão foi de pura raiva. Percebi que ela não me desculparia tão facilmente.
— Está se desculpando pelo quê? — ela perguntou
batendo o pé no chão. — Por ter me levado àquela espelunca que você chama de
bar? Ou por me fazer dormir nesse muquifo que é a sua casa? — Podia sentir a
amargura em sua voz, então decidi sair sem responder. Apesar de ter me
ofendido, não quis revidar. Pensei em seus olhos marejados na noite anterior e
acabei sentindo pena. Eu merecia essa! Bati a porta sem olhar para trás.
Troquei de roupa no quarto de hóspedes e, quando entrei na cozinha, encontrei
todo mundo sentado em volta da mesa. Dei um beijo na testa da Mel, e Chay
desviou os olhos. Não sabia o motivo daquela reação, mas tinha certeza de que
coisa boa não era. Me sentei na cadeira vazia de frente para Lua, que vestia a
mesma saia da noite anterior e a minha camiseta. Quase surtei durante a noite
quando a vi com a minha roupa, com o meu cheiro. E, quando percebi que por
baixo daquela camiseta ela estava completamente nua, fiquei louco de verdade.
Eu me remexi desconfortável na cadeira, pois meu pau estava me incomodando.
Desgraça que não me obedece mais. Lua me olhava como se quisesse me fuzilar,
então tentei me concentrar em Chay e Mel, que conversavam sobre a chuva. A mesa
estava farta: pão, bolo, frutas, café, leite e...
— Porra, Chay! — praguejei e todos na mesa me olharam assustados. —
Só tem metade do queijo! — Apontei para o prato no centro da mesa. Mel e Lua
sorriram, e Chay ficou
visivelmente sem graça. Ele nunca ficava constrangido, devia ser o efeito da
presença da minha prima. Cristal continuava sorrindo e eu a encarei, apreciando
a beleza do seu sorriso. Mas, assim que colocou os olhos em mim, uma carranca
voltou a tomar conta do seu rosto. Essa era mais teimosa que burro quando
empaca.
— Mel,
onde eu consigo comprar roupas? — Lua perguntou, desviando a atenção da Melanie para ela.
Minha prima pensou um pouco antes de responder.
— Olha, confesso que aqui você não vai encontrar nada
muito no seu estilo, mas podemos ir à cidade vizinha. — disse toda animada. E depois se virou para mim. — Você
nos leva, mano? — Analisei
o pedido e cheguei à conclusão de que não poderia, pois, apesar de ser sábado,
estava de plantão. Uma remessa de vacina poderia chegar a qualquer momento, e
eu deveria recebê-la.
— Desculpa, pequena. Fica para a próxima. Ela fez uma
cara triste, mas não questionou meus motivos.
— Eu levo vocês — Chay se prontificou, assim que eu terminei de falar. As
duas ficaram bem animadas, então eu não quis ser do contra. Talvez assim Lua
melhorasse seu humor. Terminamos de tomar café e Chay nos levou até a fazenda.
Quando passamos pela estrada, percebi o estrago que a chuva tinha causado, mas
felizmente os tratores já haviam retirado as árvores caídas. Deixamos Lua e Mel
na sede — Chay as
buscaria depois do almoço. Apesar de tudo, estava com pena do meu amigo.
Compras com duas mulheres não seria tarefa fácil. Voltei para a cidade com Chay,
e no caminho conversamos sobre vários assuntos, sempre deixando Mel e Lua de
fora, o que foi bom, mas me deixou um pouco ressabiado. Peguei minha
caminhonete no Taurus e fui para casa. Passei quase toda a manhã lendo alguns
artigos sobre bem-estar animal. Gostava de estar sempre a par das novidades da
área. Preparei um almoço simples e à tarde eu voltei para a Girassol. Precisava
me certificar de que Ventania estava totalmente curado. Após examiná-lo, eu o
selei e resolvi dar uma volta pela fazenda.
— Sua bênção, tio. — Eu disse como de costume ao sair
do galpão e encontrar com Santiago. Ele segurou a aba do chapéu, me
cumprimentando.
— Deus te abençoe, Arthur. E o Ventania? — ele
perguntou, apontando para o cavalo que eu montava. Ajeitei o chapéu e conferi
se meus pés estavam bem apoiados no estribo.
— Forte como um touro. — respondi e fiz o animal começar a trotar. Cavalguei
algum tempo com o Ventania pelo pasto da Girassol. Era uma bela fazenda, muito
bem-cuidada graças ao trabalho do meu tio. Já estava quase anoitecendo quando
levei o cavalo de volta para a baia dele.
**
Quando cheguei em casa, tomei um banho rápido e vesti
um jeans velho com uma camiseta verde. Foi impossível não me lembrar da Lua
assim que vesti a camiseta. Ela estava linda com a minha roupa. Ao pensar nela,
olhei o relógio e comecei a ficar preocupado. Eram nove horas e eles já
deveriam estar de volta. Como se fosse um presságio, meu celular tocou. Corri
para atender, já imaginando o que tinha acontecido. Para o meu alívio e, ao
mesmo tempo, meu desespero, não era Chay, mas Raquel.
— Oi, gata — atendi, tentando parecer natural, mas
minha voz soou um pouco nervosa.
— Oi, Perigoso. Melhor você vir ao bar. — ela disse e
eu notei o sorriso em sua voz. Eu não estava nem um pouco a fim de sair.
— Desculpa, Raquel. Hoje não dá. Tenho que achar o
Chay e as meninas. — expliquei para não magoá-la.
— É por isso que estou te ligando. — Ela gargalhou
alto e eu fiquei sem entender o motivo. Percebendo o meu silêncio, Raquel
continuou: — Digamos que... — Ela parou, mas completou: — Sua prima e a novata
estejam dando um show de striptease em cima das mesas de sinuca. Todo
o sangue do meu corpo subiu para a cabeça. Tive certeza de que saía fumaça dos
meus olhos de tanto ódio.
— Cadê o Chay? — praticamente
gritei e naquele momento senti raiva da Raquel por não conseguir controlar a
risada. Porra! Aquilo não era engraçado.
— Te liguei também por
isso: Chay não é páreo para as duas. — Raquel disse em meio à gritaria que eu
ouvia ao fundo. — Ei...! — ela gritou e eu percebi que não estava falando
comigo. — Mantenha o sutiã, mocinha. — No momento que ela disse isso, eu
desliguei o telefone, calcei o primeiro par de sapatos que vi e saí em direção
ao bar. Só podia ser brincadeira! Em pouco tempo cheguei ao Taurus e, antes
mesmo de entrar, eu já ouvia o burburinho. Caminhei entre as pessoas em direção
às mesas de sinuca, chutando o que tinha na frente e empurrando qualquer um que
atravessasse o meu caminho. Chay tirava Lua de cima da mesa, mas, assim que
voltava para pegar a Mel, ela subia novamente. E assim se revezavam no show.
Cristal estava com um short jeans curto e desfiado na barra. Uma camisa xadrez
fazia com que ela se parecesse com as mulheres com quem eu estava acostumado a
sair, exceto pelo fato de a camisa estar toda aberta, com seus seios à mostra,
enquanto ela rodava o sutiã nos dedos. Mel não estava muito diferente: vestia
um short tão curto quanto o da Lua, um modelo que ela nunca tinha ousado
vestir. A diferença é que a Mel estava de sutiã e rodava no ar a camisa que
devia estar em seu corpo. As duas estavam completamente bêbadas. Assim que
cheguei mais perto, abri os braços empurrando os marmanjos que praticamente
babavam por elas. Olhei para o alto e minha vontade era de estapear a bunda das
duas.
— Que porra é essa?! —
perguntei e Lua soltou um sorriso torto.
Droga! Foi aí que eu
percebi. Ela estava se vingando. E usando minha prima para isso.Todo o sangue do meu corpo subiu para a cabeça. Tive
certeza de que saía fumaça dos meus olhos de tanto ódio.
N/A: Postando rapidinho pra vocês antes de ir pra aula, e pra não deixar vocês curiosas hahaha. Lua aprontando pra cima do Arthur, esses dois vão dar muito trabalho ainda...
COMENTEM, quando eu chegar posto mais.
Haha muito bom esse capítulo! Posta mais heim Rs
ResponderExcluirLua e mel isso não vai acabar bem
ResponderExcluirArthur precisa fica logo com a Lua!
ResponderExcluirEsses dois só se provocam, eles tem que ficar logo e deixarem de ser orgulhosos.
ResponderExcluirArthur vai dar uma bronca nas duas!!
Helena
Lua e mel são fogos, amando a web, Arthur vai pirarr kkk
ResponderExcluirEles tem que ficar logo juntos
ResponderExcluirKkkkkkk bem feito pro Arthur
ResponderExcluirToma essa Arthur
ResponderExcluirKkkkk a Lua é mt louca kkkkkkkk no começo tava achando ela mt chata,mas agora kkkk to adorando ela kkkk.Se vinga mesmo Lua kkkkkkk tem que provocar msm kkkk sou dessas kk e pra Mel kkk OLHA ELAAA kkk
ResponderExcluirKkkkk lua e mel doidonas.. a cristal e a lua né? E pq o Arthur a chama assim?.
ResponderExcluirFany
Super ansiosa para o próximo capítulo.
ResponderExcluirFernanda.
Ele já explicou porque ele a chamar assim no inicio da web adoro muito esse ca
ResponderExcluirMaissss
ResponderExcluir