Belo Desastre
Capítulo 45 : Avião
Os números na tela foram substituídos por um nome quando o celular começou a
tocar, e Arthur arregalou os olhos assim que leu o que estava escrito.
— Trent? — Uma risada surpresa escapou de seus lábios,
e um sorriso irrompeu em sua face quando ele olhou para mim. — É o Trent!
Fiquei ofegante e apertei seu braço enquanto ele
falava.
— Onde você está? Como assim, no Morgan? Daqui a um
segundo estou aí, não se atreva a se mexer!
Eu me lancei para frente, me esforçando para
acompanhar os passos de Arthur enquanto ele corria pelo campus, me arrastando
atrás dele. Quando chegamos ao Morgan, meus pulmões estavam gritando por ar.
Trent desceu correndo os degraus, colidindo conosco.
— Meu Deus do céu, mano! Achei que vocês tinham sido
torrados! — disse Trent, nos apertando com tanta força que eu mal conseguia
respirar.
— Seu idiota! — Arthur gritou, empurrando o irmão para
longe. — Eu achei que você tinha morrido, porra! Fiquei esperando os bombeiros
tirarem seu corpo tostado do Keaton!
Arthur franziu a testa por um instante para o irmão e
depois o puxou em um abraço. Ele esticou o braço, tateando até sentir minha
blusa, e me puxou também. Depois de um longo momento, ele soltou o irmão e me
manteve ao seu lado. Trent olhou para mim com a testa franzida e um ar
arrependido.
— Me desculpa, Lua. Eu entrei em pânico.
Balancei a cabeça.
— O que importa é que você está bem.
— Eu? Eu estaria melhor morto se o Arthur tivesse me
visto sair daquele prédio sem você. Eu tentei te encontrar depois que você saiu
correndo, mas me perdi e tive que achar outro caminho. Fui andando pelo prédio,
procurando aquela janela, mas me deparei com uns guardas e eles me fizeram
sair. Eu estava quase ficando louco aqui! — ele disse, passando a mão pelos
cabelos curtos.
Arthur limpou minhas bochechas com os polegares e
puxou a camiseta para cima, para limpar a fuligem do rosto.
— Vamos cair fora daqui. Isso aqui vai ficar cheio de
policiais logo.
Depois que ele abraçou o irmão mais uma vez, fomos andando
até o Honda de Melanie. Arthur ficou olhando enquanto eu prendia o cinto de
segurança e franziu a testa quando tossi.
— Talvez seja melhor te levar pro hospital. Para eles
darem uma olhada em você.
— Estou bem. —falei, entrelaçando os dedos nos dele. Olhei para
baixo e vi um corte profundo em sua mão. — Isso foi da luta ou da janela?
— Da janela. — ele respondeu, franzindo a testa ao ver minhas unhas
ensanguentadas.
— Você salvou a minha vida.
Ele juntou as sobrancelhas.
— Eu não ia sair de lá sem você.
— Eu sabia que você ia me encontrar. — falei,
apertando os dedos dele entre os meus.
Ficamos de mãos dadas até chegarmos ao apartamento, Eu
não saberia discernir qual sangue era de quem enquanto eu me lavava e tirava as
cinzas e o sangue do corpo no chuveiro. Deitada na cama de Arthur, ainda podia
sentir o cheiro de fumaça e pele queimada.
— Toma. —
ele me disse, me
entregando um copo baixo cheio de uísque. — Isso vai te ajudar a relaxar.
— Não estou cansada.
Ele estendeu o copo na minha direção de novo. Seus
olhos estavam exaustos, vermelhos e pesados.
— Tenta descansar um pouco, Flor.
— Eu quase tenho medo de fechar os olhos. — falei, tomando o copo da mão dele e virando o
líquido de uma só vez.
Ele colocou o copo no criado-mudo, vindo se sentar ao
meu lado. Ficamos ali, em silêncio, tentando assimilar as últimas horas. Fechei
os olhos com força quando as lembranças dos gritos aterrorizados daqueles que
ficaram presos no porão encheram minha mente. Eu não sabia quanto tempo seria
necessário para me esquecer daquilo, se é que algum dia esqueceria. A mão
quente de Arthur no meu joelho me tirou daquele pesadelo.
— Muita gente morreu hoje.
— Eu sei.
— Só amanhã a gente vai ficar sabendo quantos foram.
— O Trent e eu passamos por um pessoal quando
estávamos tentando sair. Fico me perguntando se eles conseguiram se salvar.
Pareciam tão assustados…
Senti as lágrimas encherem meus olhos, mas, antes que
elas chegassem ao rosto, os braços firmes de Arthur já me envolviam. Na mesma
hora me senti protegida, acalentada de encontro à sua pele. Sentir-me tão em
casa em seus braços antigamente me dava medo, mas, naquele momento, depois de
vivenciar algo tão horrível, fiquei grata por me sentir tão segura. Havia um único
motivo pelo qual eu poderia me sentir assim.
Eu pertencia a ele.
Foi então que eu soube. Sem sombra de dúvida em minha
mente, sem me preocupar com o que os outros pensariam e sem medo de erros ou
consequências, eu sorri com as palavras que iria dizer.
— Arthur? — falei, encostada no peito dele.
— Que foi, baby? — ele sussurrou entre os meus
cabelos. Nosso celular tocou ao mesmo tempo, e entreguei-lhe o dele enquanto
atendia o meu.
— Alô?
— Lua? — Melanie falou com a voz aguda.
— Estou bem, Mel. Estamos todos bem.
— Acabamos de ficar sabendo. Está passando em todos os
noticiários!
Eu podia ouvir Arthur explicando a Chay o que tinha
acontecido e fiz o melhor que pude para tranquilizar Melanie. Respondendo às
dezenas de perguntas dela, tentando manter a voz firme enquanto lhe contava os
momentos mais assustadores da minha vida, relaxei no segundo em que Arthur
cobriu minha mão com a dele. Parecia que eu estava contando a história de
alguma outra pessoa, sentada no conforto do apartamento dele, a um milhão de
quilômetros do pesadelo que poderia ter nos matado. Melanie chorou quando
terminei meu relato, se dando conta de como tínhamos chegado perto de perder a
vida.
— Vou começar a fazer as malas agora. Logo de
manhãzinha estaremos aí. — ela disse, fungando.
— Mel, não precisa vir embora mais cedo. Nós estamos
bem.
— Eu preciso te ver. Preciso te abraçar pra saber que
está tudo bem. — ela chorou.
— Está tudo bem. Você pode me abraçar na sexta-feira.
Ela fungou.
— Eu te amo.
— Eu também te amo. Divirta-se.
Arthur olhou para mim e pressionou o telefone no
ouvido.
— É melhor você abraçar sua namorada, Chay. Ela parece
perturbada. Eu sei, cara… eu também. Até mais.
Desliguei alguns segundos antes de Arthur e ficamos
sentados em silêncio, ainda processando o que tinha acontecido. Depois de um
bom tempo, ele se reclinou no travesseiro e me puxou de encontro ao peito.
— A Melanie está bem? — ele me perguntou, com o olhar
fixo no teto.
— Ela está preocupada, mas vai ficar bem.
— Ainda bem que eles não estavam lá.
Cerrei os dentes. Eu não tinha nem pensado no que
poderia ter acontecido se eles não tivessem ido para a casa dos pais do Chay.
Um lampejo das expressões aterrorizadas das garotas no porão, lutando contra os
homens para tentar escapar de lá, passou pela minha mente. O rosto horrorizado
de Melanie substituía o das garotas sem nome naquela sala. Senti náuseas só de
pensar em seus lindos cabelos loiros sujos e queimados com o restante dos
corpos dispostos no gramado.
— É mesmo. — falei, sentindo um calafrio.
— Desculpa. Você já passou por muita coisa hoje. Não
preciso acrescentar mais uma cena de terror.
— Você também estava lá, Thur.
Ele ficou quieto por um longo tempo e, bem quando abri
a boca para falar, respirou fundo.
— Eu não fico com medo com frequência. — ele disse por
fim. — Fiquei com medo naquela manhã, quando acordei e você não estava aqui.
Fiquei com medo quando você me largou depois de Las Vegas. Fiquei com medo
quando achei que ia ter que contar pro meu pai que o Trent tinha morrido no
incêndio. Mas, quando te vi através das chamas no porão… eu fiquei apavorado.
Eu consegui chegar até a porta, estava a menos de um metro da saída, mas não
consegui sair.
— Como assim? Está maluco? — falei, virando a cabeça
para olhar em seus olhos.
— Nunca estive tão lúcido na vida. Eu me virei,
encontrei o caminho até aquela sala, e você estava lá. Nada mais importava. Eu
não sabia se a gente ia conseguir sair dali vivos ou não. Eu só queria estar
onde você estivesse, não importa o que isso significasse. A única coisa que eu
tenho medo é de viver sem você, Beija-Flor.
Eu me inclinei e beijei seus lábios com ternura.
Quando nossa boca se separou, eu sorri.
— Então você não precisa ter medo de mais nada. Nós
estamos juntos para sempre.
Ele suspirou.
— Eu faria tudo de novo, sabia? Não mudaria um segundo
da nossa história se significasse que estaríamos aqui, agora, neste momento.
Senti os olhos pesados e inspirei fundo. Meus pulmões
doíam, ainda ardendo por causa da fumaça. Tossi um pouco e depois relaxei,
sentindo os lábios mornos de Arthur na minha testa. Ele deslizou as mãos pelos
meus cabelos úmidos, e pude ouvir as batidas regulares de seu coração.
— É isso. — ele disse, com um suspiro.
— O quê?
— O momento. Quando observo você dormindo… aquela paz
no seu rosto. É isso. Eu nunca mais tinha sentido isso desde que minha mãe
morreu, mas agora posso sentir de novo. — Ele respirou fundo e me puxou para
perto. — Eu sabia, no segundo em que te conheci, que havia algo em você que eu
precisava. Acabou que não era algo em você. Era simplesmente você.
O canto da minha boca se ergueu enquanto eu enterrava
o rosto em seu peito.
— Somos nós, Thur. Nada faz sentido se não estivermos
juntos. Você percebeu isso?
— Se percebi? Faz um ano que eu te falo isso! — ele
disse, me provocando. — É oficial. Mulheres, lutas, términos, Parker, Vegas…
incêndios… Nosso relacionamento pode aguentar qualquer coisa.
Ergui a cabeça mais uma vez, notando o contentamento
em seus olhos enquanto ele olhava para mim. Parecia a paz que eu tinha visto em
seu rosto depois que perdi a aposta e tive que ficar com ele no apartamento,
quando eu disse que o amava pela primeira vez, e na manhã depois da festa do
Dia dos Namorados. Era parecido, mas diferente. Agora era um sentimento
absoluto, permanente. A esperança cautelosa tinha desaparecido dos olhos de
Arthur, substituída pela confiança incondicional. E eu só reconheci isso porque
seus olhos refletiam o que eu mesma estava sentindo.
— Las Vegas. — falei.
Ele franziu a testa, incerto em relação a aonde eu
queria chegar.
— O que tem?
— Você já pensou em voltar lá?
As sobrancelhas dele se ergueram.
— Não acho uma boa ideia.
— E se fosse só por uma noite?
Ele olhou em volta, confuso, no quarto escuro.
— Uma noite?
— Casa comigo? — falei sem hesitar.
Fiquei surpresa com a facilidade e a rapidez com que
as palavras saíram. Sua boca se abriu em um largo sorriso.
— Quando?
Dei de ombros.
— A gente pode marcar o voo para amanhã. É semana do
saco cheio. Não tenho nada pra fazer amanhã, e você?
— Vou pagar pra ver. — ele respondeu, pegando o telefone. —
American Airlines. — disse, observando minha reação enquanto fazia a
ligação. — Preciso de duas passagens para Las Vegas, por favor, amanhã. Hummm…
— ele olhou para mim, esperando que eu mudasse de ideia. — Dois dias, ida e
volta. O que vocês tiverem.
Descansei o queixo em seu peito, esperando que ele
marcasse o voo. Quanto mais tempo eu o deixava permanecer ao telefone, mais
largo se tornava seu sorriso.
— É… hum, espera só um minutinho. — ele disse,
apontando para a carteira. — Pega o meu cartão por favor, Flor?
Novamente ele ficou esperando a minha reação. Feliz,
me inclinei, peguei o cartão de crédito da carteira e o entreguei a ele. Arthur
disse os números à agente, erguendo o olhar para mim após cada grupo de
números. Quando deu a data de validade do cartão e viu que eu não protestei,
pressionou os lábios.
— Tá bom, senhora. A gente pega as passagens no
balcão. Obrigado.
Ele me entregou o celular e o coloquei no criado-mudo,
esperando que ele falasse algo.
— Você acabou de me pedir em casamento. — ele disse,
ainda esperando que eu admitisse que aquilo era algum tipo de jogo.
— Eu sei.
— Isso foi pra valer, viu? Acabei de comprar duas
passagens pra Vegas, pro meio-dia amanhã. Então isso significa que a gente vai
se casar amanhã à noite.
Hello Hello, boa tarde! :)
Como vocês sabem, eu não posto aos finais de semana. Então por isso "sumi".
AHHHHHH, ELES VÃO CASAR!!!! É ISSO MESMO PRODUÇÃO?
SERÁ VEGAS O PALCO DESSA GRANDE CERIMÔNIA?
Pois é meninas, é o penúltimo capítulo :(
Com mais 10 comentários, posto o próximo capítulo.
AI MEU DEUS! Não acredito!!!!! Eles vao casaaaaaaaaarrrr!!!!!! Posta logo o ultimo capitulo. Melanie vai surtar porque não vai estar no casamento da Lua kkkk
ResponderExcluirby: Naat
Meu deeus, vão casar em Vegas? São loucos, casar sem ninguém ficar sabendo, só os dois nessa loucura
ResponderExcluirHelena
Ahhhh o ultimo capitulo, mas já?! :(
ResponderExcluir- Viic-
Meu Deus que sonho eles vão casar em Vegas tomara que agora eles fiquem juntos pra sempre e nada pode separar eles.
ResponderExcluirQue pena que o próximo vai ser o último capitulo 😣😣😭😭
Meu deus eles vão se casar em Vegas
ResponderExcluirMeu Deus! Q isso produção! Não quero q acabe! Posta mais hoje por favor
ResponderExcluirAHHHHH O CASAMENTOOOOO QUERO O PRÓXIMO CAPÍTULO LOGO PARA SABER COMO VAI SER. MAIS AO MESMO TEMPO TO TRISTE QUE A WEB VAI ACABAR
ResponderExcluir"Eu só queria estar onde você estivesse, não importa o que isso significasse. A única coisa que eu tenho medo é de viver sem você, Beija-Flor."
ResponderExcluir"Casa comigo?" "Quando?"
Amiga linda, posta mais ok? Mana, esse cap. ♡ acaba com o meu emocional. É no final, é lindo,esse amor todo do Arthur ♡ Aff' quero um amor assim!
"Amiga Linda" HAHAHAHAH e esse código funciona mesmo eim. O que será de nós sem ele?!
ExcluirSobre eu também querer um amor assim... É lindo demais esse final, as coisas que ele fala pra ela. Acaba com o meu emocional :/
Aeee Owen
ResponderExcluirAí q Cuti *--* Esse pedido, amei esse capítulo ,Muito lindos esses dois ,já Anciosa para o último capítulo *---*
ResponderExcluirCaramba,a Lua é uma mulher com muita atitude kkkkk n acho que aconteça muito mulheres pedirem os homens em casamento kkkkkk.Meu Deus eles vão casar em Vegas?? O palco do termino deles?mds to passada kkkkkkk
ResponderExcluirAhhh eles vão se casar!!! Penúltimo capítuloooo que tristeeee!!! Ai meu coração ��
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