15 dias para confessar - Bella

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Pov Narrador

     Bella era uma jovem rapariga na casa dos trinta anos. Tinha carreira de atriz num dos maiores canais do país e uma vida pela frente. Já havia feito diversas novelas, teatros e até pequenos filmes. Era conhecida por todo o lado que passasse. 

     Porém, à cerca de cinco meses atrás foi lhe descoberto um cancro. Essa descoberta correspondeu com a chegada de uma pequena gravidez tão desejava. Mas a doença falou mais alto e fez com que Bella abortasse. 

     Desde então começou a ser guiada com Arthur. Toda a vacinação necessária era trata com ele e mais ninguém. Todos os seus problemas eram resolvidos com ele. 


- Bella  Lucas? - Chamou a auxiliar do hospital. - O Dr. está à sua espera.

- Claro. - Sorriu-lhe ela.


     Bella levantou-se e dirigiu-se à sala de tratamento. Entrou, fechando a porta de seguida e sentou-se em frente a Arthur que a recebeu com um sorriso.


- Como vai?

- Já estive melhor. - Apesar destas respostas, Bella não tirava o sorriso do rosto.

- Vejo que procedeu ao que em vocês mulheres vos deve doer mais: o cabelo.

- Pois... - Ela baixou o rosto e suspirou. - Teve de ser. A queda era imensa.

- Entendo. A queda até começou tarde. Normalmente ataca logo. Mas pense em daqui a uns tempos terá novamente o seu cabelo comprido.

- Aquele cabelo que eu tinha não ficou assim do dia para a noite, doutor.

- Eu sei... -Suspirou agora Arthur. - Mas não quero que desanime agora. Está tudo a ir em bons caminhos. Em breve estará bem e pronta para avançar com a sua vida. 

- Espero que sim. 

     Arthur levantou-se para ir buscar a dosagem do tratamento que Bella está acostumada a receber. Retirou a seringa já com o líquido necessário e, após passar algodão sobre a pele de Bella para desinfectar a área onde será feita a picada, picou. Bella sorriu nervosa. Odiava agulhas e, apesar de já levar com elas à tanto tempo, ainda não se tinha acostumado à dor. Arthur gargalhou.


- Já passou. 

- Obrigada.

- Ora essa. É o meu trabalho. - Arthur sorriu, deitando a seringa fora e retirando as luvas. - Vamos esperar um pouco para ver se tem reação.

- Oh doutor, já sabe que isto cai sempre bem.

- Nunca se sabe. - Arthur sorriu. - Mas e então, como vai tudo?

- Tudo? Que quer que lhe liga? 

- A ficção e todo o seu mundo.

- Estou sem contrato, como é claro. Mas dizem que em breve me vão arranjar qualquer coisa. Nem que seja temporário. Não aguento parada. Eu não fui feita para andar em hospitais.

- Eu também pensava isso quando era miúdo. - Arthur gargalhou. - Mas a partir dos onze anos meti na cabeça que ia ser médico e, pronto, cá estou eu. Ninguém dizia que eu chegaria cá. Adorava jogar à bola, sair à noite e tudo mais... mas uma coisa não impede a outra. Assim é você.

- Eu sei. Mas é diferente... - Bella voltou a suspirar.

- Vou lhe dar uma notícia. - Arthur sorriu. - Vê aquilo ali? - Arthur apontou para o seu quarto mesmo à entrada, à direita da porta.

- Sim... é uma ecografia?

- Sim. A minha mulher está grávida.

- Oh, que maravilha! - Bella por momentos emocionou-se. - Parabéns! - Ela levantou-se para abraçá-lo.

- Muito obrigado. E olhe só: são gémeos.

- Meu deus! - Bella riu. - Parabéns a dobrar. 

(...)

     O fim de semana estava a chegar. Já eram quase oito horas da noite quando Arthur estava a chegar a casa. Sentiu um cheiro maravilhoso a carne no forno e decidiu surpreender Lua com um abraço surpresa e um beijo sobre o pescoço.


- Olha só quem chegou. - Lua virou-se mesmo com os pimentos na mão para abraçar o marido e mimá-lo um pouco. 

- Como estás? - Pergunta Arthur antes de a beijar. 

     Lua ia já responder quando o telemóvel de Arthur toca. Lua resmunga qualquer coisa enquanto ele atende.


- Sim? Sim, é o próprio. Sim, é minha paciente. - Respondia ele à chamada. - O quê? - Ele praticamente berrou!

(...)

     Arhur não tinha a experiência de um médico de cinquenta anos, por exemplo, mas o pouco tempo que esteve nunca apanhou tão grande susto quanto este. A razão poderia ser mais do que uma. Bella é uma paciente com cancro que pode reagir a vários tratamentos. Faziam aquele à duas semanas e o seu corpo nunca tinha rejeitado o tratamento tão rápido e de forma tão esquisita quanto hoje.
     O médico entrou no hospital às pressas e foi abordado por vários colegas a brincarem com a situação: "o trabalho sai de ti mas tu não sais do trabalho". Antes fosse. 

     Arthur invadiu os quartos e procurou o de Bella. Pelo caminho, vestia a sua bata de médico muito apressadamente. 


- Digam-me o que é que realmente aconteceu?

- Que bom que chegou, doutor. - Disse a enfermeira um tanto desesperada. - Não sabemos ao certo, mas temos a certeza que é devido à dosagem do tratamento. Ela foi encontrada perto da saída do hospital caída no chão. Chegou aqui quase sem sinais vitais, mas conseguimos salvá-la. 

- Graças a deus! - Arthur aproximou-se da cama onde Bella estava deitada, ligada a aparelhos, e baixou-se um pouco, colocando a testa sobre a cama. - Desculpa, desculpa! - Pediu ele baixinho. 


     Entretanto a enfermeira saiu e deixou-o a sós com a paciente. 
     Na verdade, Arthur passou a noite ao lado dela com medo do que pudesse acontecer. Não pregou olho mas ao menos certificou-se de que ela continuava ali forte a lutar por tudo o que é importante na vida dela. 
     Arthur despertou por volta das oito horas da manhã, do dia seguinte, com uma chama de Lua.

- Arthur, onde é que estás? Não era suposto estares de folga? - Ela parecia um pouco chateada.
- Bom dia... - Ele levantou-se da cadeira onde passou a noite e foi até à janela para poder falar melhor - Eu estou no hospital... passei a noite com a Bella e ela não está muito bem.
- Com a Bella? Diz-me uma coisa, não tem mais médicos por aí?

- Lua, pelo o amor de deus...

- Não é pelo amor de deus! - Gritou ela. - Eu estou grávida, preciso de ti aqui comigo. Porra, tem mais médicos por aí porque é que eles não ficam com ela?

- Porque era eu quem estava a acompanhar agora... Lua, para com isso. Nem parece teu.

- Faz como bem entenderes! - Lua desligou a chamada.

(...)

Aquele momento em que só vês dois comentários e pensas: "O que foi que fiz de errado?"


8 comentários:

  1. Meu Deus essa Bela veio pra causar foi >:( Lua com ciumes kkk uiiiiiiii amando ansiosa por mais bem :)

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  2. Que lindo em Arthur sua esposa gravida e vc ao lado dessa Bela ai né foda se fosse eu ele ficava com ela comigo eu não queria rum ridicula essa ai lkkk

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  3. cai fora dai Arthur e vai cuidar a tua esposa e teus filhos hunn que coisa

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  4. DR de Casal
    Estava meio que faltava algo que "afastassem" eles
    MEU DEUS EU QUERO MAIS

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  5. Cap mais que ótimo.Essa web fica cada vez melhor kkkk Lua ta com ciúmes kkkk

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  6. Não fez nada de errado, a história está ótima! Acho que o ciúmes de grávidas devem ser mais que o normal!

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