Milagres
do Amor
Reflexo em um Espelho | Parte 1
Pov
Narrador
O
dia cinzento e feio se abria sobre o cemitério de L.A, o frio estava presente
tornando tudo mais difícil. O último adeus foi dado a Jane junto com uma rosa
vermelha jogada sobre seu túmulo.
Brandon
não chorava, estava certo de que ela foi para um lugar melhor, onde os anjinhos
a levaram e a tratariam bem. Lua ficou apreensiva e temerosa para contar ao
garoto sobre a morte trágica da mãe, mas o contrário da reação que esperava
aconteceu.
O
garoto não chorou, apenas falou que os anjinhos a levaram e ela estaria feliz
junto deles. Dormiu tranquilamente, Lua por sua vez não teve a mesma sorte,
sempre que fechava os olhos um filme lento e torturante se passava em sua
cabeça, imagens e mais imagens de Jane ensanguentada e agonizando pedindo para
cuidar de sua criança. A promessa também atormentava seu sono, nem os braços
fortes e acolhedores de seu marido a seu redor a acalmou.
Mel
gastou bastante maquiagem e tempo para esconder suas profundas olheiras, a
cidade ou até o mundo inteiro só comentava sobre o trágico assassinato da casa
dos Aguiar e como já era de se esperar, milhares de repórteres e paparazzi
esperavam por notícias e fotos. Seguiram até o cemitério onde foram barrados,
somente o carro de Lua e sua família puderam entrar.
O
caixão foi tampado com palmos e mais palmos de terra, as poucas pessoas que
estavam ali lamentavam a perda da jovem tão drasticamente assim. Somente alguns
empregados e os Aguiar estavam ali, nenhum membro da família de Jane apareceu.
–
Com licença. – disse uma jovem com seus traços calmos, pele morena e cabelos
castanhos caídos em camada até os ombros, se chamava Erika. Junto com um homem
magro e negro. – Temos que levá-lo agora.
Apontou
para Brandon, que olhou assustado para Lua.
–
Me levar aonde? – disse com sua voz infantil e doce.
Lua
engoliu em seco, o casal era do conselho tutelar e apareceu no dia anterior em
sua casa, avisando que depois do enterro da mãe o pequeno seria levado a um
orfanato, pois seus parentes não foram localizados.
–
Posso conversar com ele antes? – perguntou Lua.
–
Claro. – sorriu calorosamente a mulher.
–
Arthur, eu vou ao túmulo do meu avô ok? – ele assentiu.
Ela
apertou sua jaqueta de couro preta, tentando mandar o frio embora e pegou
Brandon pela mão, seguindo para o túmulo do avô, onde foi seu refúgio por algum
tempo.
–
O garoto gosta dela. – disse Rita agarrada a Ricardo.
–
Por que vocês não ficam com o garoto? – perguntou Mel.
–
Seria uma boa. – disse Chay sorrindo.
–
Bom, se vocês quiserem adotá-lo, seria mais fácil, são famosos, casados e tem
condição de cuidar dele. Além dele já estar acostumado com vocês. – disse
Erika. – Eu poderia ajudá-los com isso.
–
Não queremos adotar ninguém. – respondeu Arthur seco, dando por encerrado o
assunto.
Sua
família não se pronunciou, sabia que por Lua o garoto seria o novo integrante
da família, mas por Arthur não. Rita e os outros até pensaram em adotá-lo no
lugar, porém sem dúvidas iria gerar várias brigas.
Lua
chegou próximo ao túmulo do avô e sorriu, deixando uma rosa que havia guardado
especialmente para ele ali. Viu um banco bem próximo, seguiu para lá. Sentou-se
com Brandon que a olhava curioso e ansioso.
Lua
olhou para a imensidão de túmulos a sua frente, o vento espalhava as folhas que
caíram das imensas e assustadoras árvores erguidas ali, a temperatura baixa e o
céu cinzento não ajudavam. Sentiu um arrepio passar por sua coluna e suspirou.
Mirando sua atenção em Brandon, pensando em como abordar o assunto.
–
Você não vai ficar comigo, não é? – falou de repente, fazendo Lua olhar
assustada pra ele.
–
Meu anjo…
–
Eu sei Lua... – disse em um fio de voz, uma pequena lágrima rolou de seus
lindos olhos azuis. – Porque você não pode ficar comigo? Você não gosta de mim?
–
Não meu anjo, eu adoro você. Mas há coisas que você não está na idade para
entender. – limpou a lágrima fujona com o polegar. Apesar do garoto ser
extremamente inteligente para sua idade, não iria contar o real motivo.
–
Para onde eu vou?
–
Você vai para um orfanato.
–
O que é isso?
–
É um lugar… Onde crianças como você que não tem para onde ir vão. Mas há uma
diferença entre você e as outras crianças. – tentou sorrir em sua direção.
–
Qual? – uma chama de esperança cresceu nos olhinhos sonhadores.
–
Eu irei te visitar sempre.
–
Mesmo?
–
Pode ter certeza, e olha, você também pode ser adotado por uma boa família. – alisou
os cabelos loiríssimos.
–
Adotado é ir morar com eles? – perguntou confuso.
–
Sim, veja que legal.
–
Mas eu já moro com você, não preciso de outro lugar ou outra família. Eu gosto
de você, gosto dos outros também. – sorriu brilhante pra ela.
Lua
suspirou cansada, um bolo enorme subiu por sua garganta, o sinal claro do choro
que ameaça sair.
–
Me entenda anjo, eu não posso ficar com você. – Lua sentiu uma pontada em seu
coração ao dizer tais palavras, tão duras e frias como saiu de sua boca. Queria
muito ficar com ele, mas Arthur não era a favor. Ela não tinha chance de fazer
isso sozinha, poderia acabar com seu casamento por conta disso. – Mas você
nunca ficará sozinho, eu sempre estarei por perto.
O
garoto abaixou a cabeça e assentiu, limpando algumas lágrimas que caíram.
–
Sempre. – ele sorriu e envolveu sua cintura, Lua o abraçou e beijou seus
cabelos.
Dois
dias se passaram após a morte de Jane, Lua estava apreensiva para ir visitar o
pequeno Brandon, mas só poderia ir no dia seguinte.
Estava
sentada em sua cama, lendo um livro para bebês, quando o celular tocou com a
música Louca da Shakira esgoelando, Lua sorriu e o pegou, sabendo de quem se
tratava a ligação.
–
Oi fofolete.
–
Lua, como vai?
–
Bem e você?
–
Ótima, você não vai acreditar. Comprei uma casinha de boneca para Nicole, oh é
tão linda, também comprei várias roupinhas pra ela. Falando nisso, precisamos dá
um role no shopping gastar o precioso dinheiro do meu irmão. Você precisa de
roupas novas, daqui a pouco a barriga vai dar um salto e você precisa estar
preparada. – falou tudo de uma vez, no maior fôlego.
–
Respira – gargalhou Lua. – Eu preciso comprar roupas sim, mas a Nicole não
precisa, lembra do closet?
–
Claro, como poderia esquecer.
–
Então, está lotado de roupinhas. – disse se levantando e sentando no sofá.
–
Ah, Lua ela precisa de muitas roupas. Por favor, preciso me animar mais do que
estou animada. – gargalhou.
–
Que gargalhada venenosa é essa?
–
Ah, eu não te contei não é? Minha querida e amada prima está tendo o que
merece.
–
Está falando de Alana?
–
CLARO, Lua eu contei para o meu pai o que ela aprontou com você, e ele ficou
uma fera. Tirou tudo dela, ela só desce do quarto para ir à escola, está sobe
ameaça de um colégio interno e o melhor, pode ficar sem sua festa de
aniversário daqui a poucos meses. – riu alegremente do outro lado da linha.
Lua
deu de ombros, o tanto de coisas que Alana aprontou com ela, não poderia passar
em branco como ela pretendia. Sofreu muito com os acontecimentos, não queria
contar a Arthur nada, sabia como ele era, então preferiu ficar em silêncio.
Tinha plena consciência de que estava agindo errado, dando espaço para ela
fazer coisas piores, mas deixou rolar, até o ponto que ela falou de seu bebê.
Ficou
tão abalada pelas duras palavras que a estapeou e incrivelmente, não se
arrependeu, pretendia lhe dar uma surra. Mas estava em seu casamento não
poderia fazer um escândalo de proporções enormes.
–
Lua, Luinha? Você se encontra nesse mundo? Foi abduzida? Acorda Lua. – gritou.
–
Ai, não grita sua maluca.
–
Ué você sumiu de repente, mas e ai? Vai contar para o meu irmão?
–
Contar para o Arthur? – perguntou confusa.
–
É, sabe sobre a Alana, acho que iria ser muito melhor, ele é mais explosivo, a
impediria de ter sua desejada festa. Por isso que ela está andando na linha,
sua festa de dezoito anos é seu ponto fraco.
–
Mel, não coloca mais lenha na fogueira.
–
Eu quero é jogar essa víbora nela, ver corpo carbonizados, amor. – riu
escandalosamente.
–
Só você Mel, mas deixa estar, ela já está sendo punida de alguma forma.
–
Ah Lua, qual é? Você quer virar santa? Não seja boba, se é isso que deseja
sinto muito. Esse bebezinho lindo na sua barriga te mostra seus pecados, minha
sobrinha não foi para ai por um milagre ou semente brotou ai quando dormia. Meu
irmão a colocou ai, e tenho certeza que você adorou a forma. – riu.
–
Mel. – gritou, rindo e corando ao mesmo tempo.
–
Aproveita e faz a víbora provar de seu próprio veneno.
–
Mel, não vamos mexer no passado, ok?
–
DESISTO, Se você quer assim… Mas e o shopping, está de pé?
–
Sim. Amanhã eu te ligo.
–
Tudo bem, beijo para você e a Nick.
–
Pode deixar.
Lua
desligou e respirou fundo fechando os olhos e deitando no sofá. Sentiu algo
diferente no ar, um aroma deliciosamente masculino e gostoso, o cheiro de seu
marido, sorriu e mordeu os lábios. A respiração lenta e quente foi soprada em
seu rosto, hálito de menta e algo a mais, que Arthur sempre trazia com sigo.
Lua
abriu os olhos e mergulhou no par de castanhos em sua frente, brilhante a
acolhedor, entretanto encontrou algo a mais. Raiva? Talvez, o quanto da
conversa ele ouviu? Lua engoliu em seco.
Contudo
logo esse pensamento foi colocado em segundo plano, sentindo seus lábios sendo
moldados, lento e sensualmente nos dele, suspirou, enroscando sua mão em seu
cabelo. Aprofundando mais o beijo.
–
Chegou há muito tempo? – perguntou Lua.
–
Não. – respondeu tirando sua cabeça do vão de seu pescoço. – Mas tenho que sair
novamente. – beijou sua testa.
–
Aonde vai?
–
Resolver uma coisa que há tempos deveria estar resolvida. – arqueou uma
sobrancelha.
–
Arthur... – Lua tinha certeza que ele ouviu tudo.
–
Eu volto logo. – lhe deu um selinho e saiu do quarto.
(…)
O
caminho para casa de seus pais parecia sem fim, maior que das outras vezes que
esse caminho foi feito. Talvez seja a raiva que fervilhava nas veias de Arthur,
sentia uma fúria contida, odiava ter ficado no escuro esse tempo todo, enquanto
Lua era maltratada e quase morta por Alana.
O
volante de sua Range Rover, estava sendo apertados com força, fazendo seus
dedos ficarem brancos. Ele desejava descarregar sua fúria em alguma coisa, a
solução encontrada foi o volante e o pedal do acelerador, o carro praticamente
voava pelas ruas de LA.
Menos
da metade do horário que era feito o percurso de sua casa até a casa de seus
pais foi feito, o carro virou a esquina cantando pneus. Parou no portão de
ferro e logo os seguranças o deixaram entrar.
Continua...
Se leu comente! Não custa nada.
Bom, eu só pude postar agora. E vocês já
sabem, a cada 5, ou 7 e mais comentários, eu posto um novo capítulo. É isso,
bye...
E ah, eu ainda estou mega chateada com a decisão
do Arthur e essa raiva toda dele, AFF’s!
Arthur idiota deixa logo a Lua adotar o garoto
ResponderExcluirTeem alguém que não vaaaai ter festaaaaaa hahahahahahahah beeem feitooo !!!
ResponderExcluirNosssa poxaaa to com tanta do do Principezinho que ta lá no orfanato poxaaaa !!! Tadinhoo o Arthur é egoísta não pensa na criança poxa ta sem coração é????
ResponderExcluirEspero que o Arthur volte atrás e queir a adotar ele
ResponderExcluirCoitado do Brandon ;(
ResponderExcluirMais estou amando a maratona *-*
Tomara que Arthur mude de idéia sobre o Brandon...
ResponderExcluirMuito bolada com o Arthur 😑
ResponderExcluirPosta maiss
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